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Introdução

A língua portuguesa, enquanto ser vivo, vem mudando de roupagens e


tonalidades, numa palavra: evoluindo. É geralmente uma evolução em prol
da simplificação. É uma involução para os mais puristas e uma confusão
para os mais atentos, mas não especialistas da língua. O conceito de erro é
sobretudo importante numa perspectiva normativa da língua e a importância
dessa norma é sobretudo social.
Sabemos, também, que a competência dos falantes nem sempre é visível
na performance linguística. Acontece, porém, que muitas vezes essa
performance se vai transformando em (in)competência e um erro linguístico
sobejamente repetido vai-se tornando norma, mesmo que a mudança
operada seja difícil de explicar a nível da diacronia. Daí se depreende a
importância da relação entre língua e sociedade, uma vez que é nesta que a
língua se actualiza. Assistimos, assim, por exemplo, à coexistência de várias
formas paralelas, que atestam a pertinência da noção de polissincronia, de
Coseriu.

Constextualizacao
A leitura mais comum do signo é a do arbitrário. De fato, o signo é arbitrário, porém a
compreensão do
signo em Saussure só se dá cotejando o arbitrário com a teoria do valor. O valor de um signo
está
relacionado ao seu papel na “totalidade solidária” da língua e, segundo Saussure, é dela que
devemos partir
para compreender o signo (os elementos da língua). O problema em permanecer no arbitrário
seria de
imaginar que partir do signo isolado é a melhor maneira para compreender tanto a língua como
o signo:
A leitura mais comum do signo é a do arbitrário. De fato, o signo é arbitrário, porém a
compreensão do signo em Saussure só se dá cotejando o arbitrário com a teoria do valor. O
valor de um signo está relacionado ao seu papel na “totalidade solidária” da língua e, segundo
Saussure, é dela que devemos partir para compreender o signo (os elementos da língua). O
problema em permanecer no arbitrário seria de imaginar que partir do signo isolado é a melhor
maneira para compreender tanto a língua como o signo:

Defini-lo assim [...] seria acreditar que é possível começar pelos termos e
construir o sistema quando,
pelo contrário, cumpre partir da totalidade solidária para obter, por análise, os
elementos que encerra.
(SAUSSURE, 1994, p. 132).

Afirmar que os valores são relativos é dizer que um signo guarda relações com outros dentro de
um dado
sistema. Se um signo é definido como negativo, se ele é no sistema aquilo que os outros não
são, é porque
um está em contraste necessário com o outro, o que significa que as relações dos signos uns
com os outros
num sistema são necessárias ao menos em parte

Arbitrariedades

Na linguística saussuriana, diz-se que a relação que une o


significado ao significante é marcada pela arbitrariedade. De
forma geral, pode-se dizer que o signo linguístico é arbitrário
porque é sempre uma convenção reconhecida pelos falantes
de uma língua.

ARBITRARIEDADE (DO SIGNO)


by Carlos Ceia | Dez 30, 2009 | 0 comments
Na linguística saussuriana, diz-se que a relação que une o significado ao
significante é marcada pela arbitrariedade. De forma geral, pode-se
dizer que o signo linguístico é arbitrário porque é sempre uma
convenção reconhecida pelos falantes de uma língua. Por exemplo, a
ideia de garrafa e o seu significante [g a R a f a ] mostra que existe
arbitrariedade na relação significado/significante, porque em outras
línguas o registo fonético é diferente para o mesmo significado ( bottle,
em inglês, ou bouteille, em francês). Quer dizer, não existe uma relação
natural entre a realidade fonética de um signo linguístico e o seu
significado.
Ainda na teoria saussuriana, consideram-se dois tipos de arbitrariedade:
a absoluta e a relativa, para dizer, respectivamente, a imotivação total
do signo (tomado isoladamente) e a motivação relativa, de que são
exemplo os derivados (pereira remete-nos para a palavra original pêra,
mas o seu sufixo -eira lembra-nos outros signos semelhantes
como bananeira ou macieira).
A arbitrariedade do signo linguístico tem sido objecto, neste século XX,
de grande discussão. Em “La linguistique en France” (Journal de
psychologie normale et pathologique, 33, 25, 1937), E. Pinchon chama a
atenção para que a realidade fonética do signo não é diferente nem
existe independentemente do significado, pelo que conclui que tal
relação é necessária e não arbitrária. Em Problèmes de linguistique
générale (1966), Emile Benveniste argumenta que o vínculo entre
significado e significante não é arbitrário mas necessário, porque as
duas realidades do signo são indissociáveis. Jacques Derrida pronunciou-
se também criticamente em relação ao modelo saussuriano: “A tese
do arbitrário do signo (….) deveria proibir a distinção radical entre signo
linguístico e signo gráfico. Sem dúvida, esta tese refere-se somente, no
interior de uma relação pretensamente natural entre a voz e
o sentido em geral, entre a ordem dos significantes fónicos e
o conteúdo dos significados (…), à Necessidade das relações entre
significantes e significados determinados. Somente estas últimas
relações seriam regidas pelo arbitrário. No interior da relação ‘natural’
entre os significantes fónicos e seus significados em geral, a relação
entre cada significante determinado e cada significado determinado
seria ‘arbitrária’. Ora, a partir do momento em que se considera a
totalidade dos signos determinados, falados e a fortiori escritos, como
instituições imotivadas, dever-se-ia excluir toda a relação de
subordinação natural, toda a hierarquia natural entre significantes ou
ordem de significantes.” (Gramatologia, trad. de Miriam Schnaiderman e
Renato J. Ribeiro, Ed. Perspectiva, São Paulo, 1973, pp.53-54).

Imutabilidade

PRINCÍPIO DA IMUTABILIDADE E MUTABILIDADE


DO SIGNOO signo é arbitrário na medida em que a relação
que une seu significante ao seu significado não é regida por
nenhuma norma, não tem um sentido lógico, é totalmente
arbitrária.
No CLG (SAUSSURE, 1975) figura um capítulo destinado a um princípio da
língua que parece, à primeira vista, um tanto paradoxal, o princípio da mutabilidade e
imutabilidade do signo linguístico.
Uma das principais propriedades do signo linguístico é sua arbitrariedade. O
signo é arbitrário na medida em que a relação que une seu significante ao seu
significado não é regida por nenhuma norma, não tem um sentido lógico, é totalmente
arbitrária. A língua chega à massa social através da tradição, e assim, chegam também
os signos, ou seja, ao significante “cachorro” associa-se o significado “cachorro”,
porque antes já foi feita essa associação. Como a relação que liga um ao outro é
totalmente arbitrária, ela se torna, então, incontestável, já que, para que algo seja
contestado, é preciso que, antes, seja regido por alguma lógica a ser contestada

Dizemos homem e cachorro porque antes de nós se


disse
homem e cachorro. Isso não impede que exista no
fenômeno
total um vínculo entre esses dois fatores antinômicos: a
convenção arbitrária, em virtude da qual a escolha se
faz livre, e
o tempo, graças ao qual a escolha se acha fixada.
Justamente
porque o signo é arbitrário, não conhece outra lei senão
a da

No entanto, esse mesmo tempo que dá continuidade ao signo linguístico, tem


também o poder de alterá-lo rapidamente, podendo-se assim falar em mutabilidade e
imutabilidade do signo linguístico. Nessa alteração, no entanto, sempre persiste algo da
matéria velha, a infidelidade em relação à tradição seria apenas relativa e os motivos
que a motivariam são inúmeros. É importante frisar, no entanto, que, qualquer que seja a
alteração dentro do sistema linguístico, ela é causada por um deslocamento entre o
significante e o significado, nunca uma alteração somente fonética no significante ou
somente na ideia do significado. No CLG (p. 89), encontra-se uma nota muito
importante que afirma que Saussure, através da contraposição entre a imutabilidade e a
mutabilidade do signo, quis afirmar que o sistema linguístico está sujeito a alterações,
no entanto, não cabe ao falante alterá-lo, a língua assim seria intangível, mas não
inalterável, sendo assim, as motivações de suas alterações seriam internas ao sistema, e
não apenas no nível da fala, como afirma Faraco na citação da seção anterior.
Para finalizar a discussão acerca dessa questão do signo, a seguinte passagem do
CLG é destacada:

(...) situada simultaneamente na massa social e no tempo,


ninguém lhe pode alterar nada e, de outro lado, a arbitrariedade
de seus signos implica, teoricamente, a liberdade de estabelecer
não importa que relação entre a matéria fônica e as ideias. (ibid.,
p.90)
Refutada a ideia de que a língua é uma estrutura, ou ainda um sistema de
relações fixas e invariáveis, ou ainda que as variações estejam sempre no nível da fala e
nunca intrasistêmicas, passarei agora à discussão de um fenômeno linguístico que é, na
leitura aqui defendida, um exemplo de variação intrasistêmica na língua, o fenômeno
das formações analógicas.

Competência linguística
Autor: Luiz Carlos Travaglia,
Instituição: Universidade Federal de Uberlândia-UFU / Instituto de Letras e Linguística-ILEEL,
Competência linguística é um termo que denomina a capacidade do usuário da
língua de produzir e entender um número infinito de sequências linguísticas
significativas, que são denominadas sentenças, frases ou enunciados, a partir
de um número finito de regras e estruturas. Segundo alguns, é o conjunto de
normas ou regras que temos em nossa mente (internalizadas, portanto) que
nos permite emitir e receber frases, e julgar se elas são ou não bem formadas
ou se podem ou não ser consideradas como frases que pertencem à língua.
Assim julgamos que “O menino comeu a maçã” é uma frase da língua
portuguesa, gramatical, isto é, produzida de acordo com a gramática da língua,
as regras ou normas internalizadas. Por outro lado, uma frase como “Menino o
comeu maçã a” é considerada como agramatical, ou seja, como uma frase
estranha ou que não é boa e, portanto, não pertencente à língua, porque há
uma regra da língua que não permite colocar o artigo depois do substantivo.

Em certa medida, a competência linguística pode ser vista como derivada da


gramática da língua internalizada pelo falante. Esse conceito foi proposto por
uma abordagem formal da língua, uma teoria chamada gramática gerativa, e
se aplica ao ensino ao sugerirmos que nosso ensino de gramática deve ser
voltado para uma possível ampliação dessa competência linguística, um dos
requisitos para produzirmos textos em nossa língua, ao lado de outras
competências como a textual, a comunicativa e a discursiva.
Os proponentes do conceito de competência linguística a veem como inata e,
portanto, pode-se questionar se seria possível incrementá-la de algum modo.
No entanto, podemos considerar que a competência linguística representa uma
aptidão para identificar e manipular as formas dos signos (palavras, prefixos,
sufixos, desinências de gênero e número, estruturas sintáticas, entre outros),
as regras de combinação dos mesmos (a combinação de prefixos e sufixos
com a raiz da palavra para formar novas palavras, a combinação de termos
para formar uma oração, a combinação de orações para formar um período) e
sua significação. Nesse sentido, acredita-se que se pode ampliar a competência
linguística dos alunos possibilitando a eles a interação com gêneros textuais
diversos, de modo a lhes permitir o conhecimento de novos signos e suas
possíveis formas, sua possibilidade de combinação e suas possibilidades de
sentido em diferentes textos e contextos.

Fala e linguagem

Áreas de Estudos Relacionadas


A competência linguística é comumente usada e discutida em muitos estudos de aquisição
de idiomas. Algumas das mais comuns são na aquisição de línguas de crianças, afásicos e
multilíngues.
Linguagem infantil
A visão Chomskyana de aquisição da linguagem argumenta que os humanos têm uma
capacidade inata - a gramática universal - de adquirir a linguagem. No entanto, uma lista
de aspectos universais subjacentes a todas as línguas tem sido difícil de identificar.
Outro ponto de vista, defendido por cientistas especializados na aquisição da linguagem,
como Tomasello, argumenta que a linguagem das crianças [21]pequenas é concreta e
baseada em itens, o que implica que sua fala é baseada nos itens léxicos conhecidos do
ambiente e na linguagem de seus cuidadores. Além disso, as crianças não produzem
afirmações criativas sobre experiências passadas e expectativas futuras porque não
tiveram exposição suficiente à sua língua alvo para fazê-lo. Assim, isto indica que a
exposição à linguagem desempenha mais um papel na competência linguística de uma
criança do que apenas suas habilidades inatas.
Afasia
Afasia refere-se a uma família de desordens clinicamente diversas que afetam a
capacidade de comunicar-se oralmente ou na linguagem escrita, podendo ser os dois,
dependendo do dano cerebral[22].
Na afasia, o dano neurológico inerente é frequentemente assumido como uma perda de
competência linguística implícita que danificou ou eliminou centros neurais ou caminhos
necessários para a manutenção das regras e representações linguísticas necessárias para
a comunicação. A medida da competência linguística implícita, embora aparentemente
necessária e satisfatória para a teoria da linguística[23], é complexamente entrelaçada com
fatores de desempenho. Transiência, estimulação e variabilidade no uso da linguagem
afásica fornecem evidências para um modelo de déficit de acesso que suporta a perda de
desempenho.[24]
Multilinguismo
A definição de multilíngue[25] é uma definição que nem sempre tem sido muito clara. Na
definição de um multilíngue, a pronúncia, morfologia e sintaxe usada pelo falante no
idioma são critérios-chave usados na avaliação. Às vezes, o domínio do vocabulário
também é levado em consideração, mas não é o critério mais importante, pois pode-se
adquirir o léxico no idioma sem conhecer o uso adequado do mesmo.
Ao discutir a competência linguística de um multilíngue, tanto a competência comunicativa
quanto a competência gramatical são frequentemente levadas em consideração, pois é
imperativo que um falante tenha o conhecimento para usar o idioma corretamente e com
precisão. Para testar a competência gramatical em um falante, são usados com frequência
julgamentos de gramática de afirmações. A competência comunicativa, por outro lado, é
avaliada através do uso de afirmações apropriadas em diferentes contextos.[26]
Entendendo o humor
A linguagem é frequentemente implicada no humor. Por exemplo, a ambiguidade
estrutural das sentenças é uma fonte chave para piadas. Veja a linha de Groucho Marx da
Animal Crackers: "Uma manhã disparei um elefante em meu pijama; como ele entrou em
meu pijama eu nunca saberei". A piada é engraçada porque a frase principal poderia
teoricamente significar que (1) o locutor, enquanto usava pijama, atirou num elefante ou (2)
o locutor atirou num elefante que estava dentro de seu pijama.[27]
Propostas de linguistas como Victor Raskin e Salvatore Attardo foram feitas afirmando que
existem certos mecanismos lingüísticos (parte de nossa competência linguística)
subjacentes a nossa capacidade de entender o humor e determinar se algo foi feito para
ser uma piada. Raskin apresenta uma teoria semântica formal do humor, que agora é
amplamente conhecida como a teoria semântica do humor (SSTH). A teoria semântica do
humor é projetada para modelar a intuição do falante nativo com relação ao humor ou, em
outras palavras, sua competência em humor. A teoria modela e assim define o conceito de
humor e é formulada para uma comunidade ideal de falantes, ou seja, para pessoas cujos
sentidos de humor são exatamente idênticos. A teoria semântica do humor de Raskin
consiste em dois componentes - o conjunto de todos os roteiros disponíveis para os
oradores e um conjunto de regras combinatórias. O termo "roteiro" usado por Raskin em
sua teoria semântica é usado para se referir ao significado lexical de uma palavra. A
função das regras combinatórias é então combinar todos os significados possíveis dos
roteiros. Portanto, Raskin postula que estes são os dois componentes que nos permitem
interpretar o humor.[28]

Críticas
Uma ampla frente de linguistas criticou a noção de competência linguística, muitas vezes
severamente. Funcionalistas, que defendem uma abordagem linguística baseada no uso,
argumentam que a competência linguística é derivada e informada pelo uso da linguagem
(desempenho), tendo a visão diretamente oposta ao modelo generativo. [29][30] Como
resultado, nas teorias funcionalistas a ênfase é colocada em métodos experimentais para
compreender a competência linguística dos indivíduos.
Os sociolinguistas argumentaram que a distinção competência / desempenho serve
basicamente para privilegiar dados de certos gêneros linguísticos
e registros sociolinguísticos como usados pelo grupo de prestígio, enquanto desconta
evidências de gêneros e registros de baixo prestígio como sendo simplesmente mau
desempenho.[31]
O famoso linguista John Lyons, que trabalha com semântica, disse:
O uso de Chomsky do termo desempenho para abranger tudo o que não se
enquadra no âmbito de um conceito deliberadamente idealizado e teoricamente
restrito de competência linguística foi talvez infeliz.[32]
Dell Hymes, citando Lyons como acima, diz que "provavelmente agora há uma
aceitação generalizada" da declaração acima.[33]
Muitos lingüistas, incluindo MAK Halliday e Labov, argumentaram que a distinção
competência / desempenho torna difícil explicar a mudança de linguagem e
a gramaticalização, que podem ser vistas como mudanças no desempenho ao invés
de competência.[34]
Outra crítica ao conceito de competência linguística é que ele não se ajusta aos dados
do uso real, onde a felicidade de um enunciado muitas vezes depende muito do
contexto comunicativo.[34][35]
O neurolinguista Harold Goodglass argumentou que desempenho e competência
estão interligados na mente, uma vez que, "como o armazenamento e a recuperação,
estão inextricavelmente ligados a danos cerebrais".[36]
A Lingüística Cognitiva é uma coleção de sistemas que dá mais peso à semântica e
considera todos os fenômenos de uso, incluindo metáforas e mudanças de linguagem.
Aqui, vários pioneiros como George Lakoff, Ronald Langacker e Michael Tomasello se
opuseram fortemente à distinção de competência-desempenho. O texto de Vyvyan
Evans e Melanie Green escreve:
"Ao rejeitar a distinção entre competência e desempenho, os linguistas cognitivos
argumentam que o conhecimento da linguagem é derivado dos padrões de uso da
linguagem e, além disso, que o conhecimento da linguagem é o conhecimento de
como a linguagem é usada." (tradução livre) p. 110[37]
Crítica em psicolinguística
Numerosos experimentos com bebês nas últimas duas décadas mostraram que eles
são capazes de segmentar palavras (freqüentemente sequências de sons que
ocorrem simultaneamente) de outros sons em um fluxo de sílabas sem sentido.[38] Isso,
juntamente com os resultados computacionais de que as redes neurais recorrentes
podem aprender padrões semelhantes à sintaxe,[39] resultou em um amplo
questionamento das suposições nativistas subjacentes ao trabalho psicolinguístico até
os anos noventa.[40]
De acordo com o lingüista experimental NS Sutherland, a tarefa
da psicolinguística não é confirmar a descrição de Chomsky da competência
lingüística realizando experimentos. É fazendo experimentos, para descobrir quais são
os mecanismos que estão por trás da competência linguística.[41] A psicolinguística
geralmente rejeita a distinção entre desempenho e competência.[42]
Os psicolinguistas também condenaram a distinção entre competência e desempenho
na capacidade de modelar o diálogo:
O diálogo não se coaduna com a distinção competência / desempenho assumida
pela maioria da linguística generativa (Chomsky, 1965), porque é difícil determinar
se um determinado enunciado é "bem formado" ou não (ou mesmo se essa noção
é relevante para o diálogo). O diálogo é inerentemente interativo e contextualizado.
[43]

Áreas de Estudos Relacionadas


A competência linguística é comumente usada e discutida em muitos estudos de aquisição
de idiomas. Algumas das mais comuns são na aquisição de línguas de crianças, afásicos e
multilíngues.
Linguagem infantil
A visão Chomskyana de aquisição da linguagem argumenta que os humanos têm uma
capacidade inata - a gramática universal - de adquirir a linguagem. No entanto, uma lista
de aspectos universais subjacentes a todas as línguas tem sido difícil de identificar.
Outro ponto de vista, defendido por cientistas especializados na aquisição da linguagem,
como Tomasello, argumenta que a linguagem das crianças [21]pequenas é concreta e
baseada em itens, o que implica que sua fala é baseada nos itens léxicos conhecidos do
ambiente e na linguagem de seus cuidadores. Além disso, as crianças não produzem
afirmações criativas sobre experiências passadas e expectativas futuras porque não
tiveram exposição suficiente à sua língua alvo para fazê-lo. Assim, isto indica que a
exposição à linguagem desempenha mais um papel na competência linguística de uma
criança do que apenas suas habilidades inatas.
Afasia
Afasia refere-se a uma família de desordens clinicamente diversas que afetam a
capacidade de comunicar-se oralmente ou na linguagem escrita, podendo ser os dois,
dependendo do dano cerebral[22].
Na afasia, o dano neurológico inerente é frequentemente assumido como uma perda de
competência linguística implícita que danificou ou eliminou centros neurais ou caminhos
necessários para a manutenção das regras e representações linguísticas necessárias para
a comunicação. A medida da competência linguística implícita, embora aparentemente
necessária e satisfatória para a teoria da linguística[23], é complexamente entrelaçada com
fatores de desempenho. Transiência, estimulação e variabilidade no uso da linguagem
afásica fornecem evidências para um modelo de déficit de acesso que suporta a perda de
desempenho.[24]
Multilinguismo
A definição de multilíngue[25] é uma definição que nem sempre tem sido muito clara. Na
definição de um multilíngue, a pronúncia, morfologia e sintaxe usada pelo falante no
idioma são critérios-chave usados na avaliação. Às vezes, o domínio do vocabulário
também é levado em consideração, mas não é o critério mais importante, pois pode-se
adquirir o léxico no idioma sem conhecer o uso adequado do mesmo.
Ao discutir a competência linguística de um multilíngue, tanto a competência comunicativa
quanto a competência gramatical são frequentemente levadas em consideração, pois é
imperativo que um falante tenha o conhecimento para usar o idioma corretamente e com
precisão. Para testar a competência gramatical em um falante, são usados com frequência
julgamentos de gramática de afirmações. A competência comunicativa, por outro lado, é
avaliada através do uso de afirmações apropriadas em diferentes contextos.[26]
Entendendo o humor
A linguagem é frequentemente implicada no humor. Por exemplo, a ambiguidade
estrutural das sentenças é uma fonte chave para piadas. Veja a linha de Groucho Marx da
Animal Crackers: "Uma manhã disparei um elefante em meu pijama; como ele entrou em
meu pijama eu nunca saberei". A piada é engraçada porque a frase principal poderia
teoricamente significar que (1) o locutor, enquanto usava pijama, atirou num elefante ou (2)
o locutor atirou num elefante que estava dentro de seu pijama.[27]
Propostas de linguistas como Victor Raskin e Salvatore Attardo foram feitas afirmando que
existem certos mecanismos lingüísticos (parte de nossa competência linguística)
subjacentes a nossa capacidade de entender o humor e determinar se algo foi feito para
ser uma piada. Raskin apresenta uma teoria semântica formal do humor, que agora é
amplamente conhecida como a teoria semântica do humor (SSTH). A teoria semântica do
humor é projetada para modelar a intuição do falante nativo com relação ao humor ou, em
outras palavras, sua competência em humor. A teoria modela e assim define o conceito de
humor e é formulada para uma comunidade ideal de falantes, ou seja, para pessoas cujos
sentidos de humor são exatamente idênticos. A teoria semântica do humor de Raskin
consiste em dois componentes - o conjunto de todos os roteiros disponíveis para os
oradores e um conjunto de regras combinatórias. O termo "roteiro" usado por Raskin em
sua teoria semântica é usado para se referir ao significado lexical de uma palavra. A
função das regras combinatórias é então combinar todos os significados possíveis dos
roteiros. Portanto, Raskin postula que estes são os dois componentes que nos permitem
interpretar o humor.[28]

Críticas
Uma ampla frente de linguistas criticou a noção de competência linguística, muitas vezes
severamente. Funcionalistas, que defendem uma abordagem linguística baseada no uso,
argumentam que a competência linguística é derivada e informada pelo uso da linguagem
(desempenho), tendo a visão diretamente oposta ao modelo generativo. [29][30] Como
resultado, nas teorias funcionalistas a ênfase é colocada em métodos experimentais para
compreender a competência linguística dos indivíduos.
Os sociolinguistas argumentaram que a distinção competência / desempenho serve
basicamente para privilegiar dados de certos gêneros linguísticos
e registros sociolinguísticos como usados pelo grupo de prestígio, enquanto desconta
evidências de gêneros e registros de baixo prestígio como sendo simplesmente mau
desempenho.[31]
O famoso linguista John Lyons, que trabalha com semântica, disse:
O uso de Chomsky do termo desempenho para abranger tudo o que não se
enquadra no âmbito de um conceito deliberadamente idealizado e teoricamente
restrito de competência linguística foi talvez infeliz.[32]
Dell Hymes, citando Lyons como acima, diz que "provavelmente agora há uma
aceitação generalizada" da declaração acima.[33]
Muitos lingüistas, incluindo MAK Halliday e Labov, argumentaram que a distinção
competência / desempenho torna difícil explicar a mudança de linguagem e
a gramaticalização, que podem ser vistas como mudanças no desempenho ao invés
de competência.[34]
Outra crítica ao conceito de competência linguística é que ele não se ajusta aos dados
do uso real, onde a felicidade de um enunciado muitas vezes depende muito do
contexto comunicativo.[34][35]
O neurolinguista Harold Goodglass argumentou que desempenho e competência
estão interligados na mente, uma vez que, "como o armazenamento e a recuperação,
estão inextricavelmente ligados a danos cerebrais".[36]
A Lingüística Cognitiva é uma coleção de sistemas que dá mais peso à semântica e
considera todos os fenômenos de uso, incluindo metáforas e mudanças de linguagem.
Aqui, vários pioneiros como George Lakoff, Ronald Langacker e Michael Tomasello se
opuseram fortemente à distinção de competência-desempenho. O texto de Vyvyan
Evans e Melanie Green escreve:
"Ao rejeitar a distinção entre competência e desempenho, os linguistas cognitivos
argumentam que o conhecimento da linguagem é derivado dos padrões de uso da
linguagem e, além disso, que o conhecimento da linguagem é o conhecimento de
como a linguagem é usada." (tradução livre) p. 110[37]
Crítica em psicolinguística
Numerosos experimentos com bebês nas últimas duas décadas mostraram que eles
são capazes de segmentar palavras (freqüentemente sequências de sons que
ocorrem simultaneamente) de outros sons em um fluxo de sílabas sem sentido.[38] Isso,
juntamente com os resultados computacionais de que as redes neurais recorrentes
podem aprender padrões semelhantes à sintaxe,[39] resultou em um amplo
questionamento das suposições nativistas subjacentes ao trabalho psicolinguístico até
os anos noventa.[40]
De acordo com o lingüista experimental NS Sutherland, a tarefa
da psicolinguística não é confirmar a descrição de Chomsky da competência
lingüística realizando experimentos. É fazendo experimentos, para descobrir quais são
os mecanismos que estão por trás da competência linguística.[41] A psicolinguística
geralmente rejeita a distinção entre desempenho e competência.[42]
Os psicolinguistas também condenaram a distinção entre competência e desempenho
na capacidade de modelar o diálogo:
O diálogo não se coaduna com a distinção competência / desempenho assumida
pela maioria da linguística generativa (Chomsky, 1965), porque é difícil determinar
se um determinado enunciado é "bem formado" ou não (ou mesmo se essa noção
é relevante para o diálogo). O diálogo é inerentemente interativo e contextualizado.
[43]

A linguagem apresenta um número de propriedades gerais


mediante as quais as línguas podem ser comparadas com outros
sistemas semióticos usados pelo Homem e pelos animais. Desta
forma, algumas das características da linguagem a ter em
consideração, segundo John Lyons (1980: 65-76), são: a
arbitrariedade, que contribui para a versatilidade e flexibilidade da
linguagem; a dualidade ou dupla articulação da linguagem, isto é, as
línguas são constituídas por dois níveis: os fonemas (nível fonológico)
e os monemas (nível gramatical); a produtividade, propriedade do
sistema linguístico que torna os locutores nativos aptos a construir e
compreender um número infinitamente vasto de enunciados, incluindo
aqueles que nunca encontraram antes. Finalmente, o carácter discreto,
ou seja, a componente verbal da língua é discreta no sentido em que
duas formas de palavras são absolutamente idênticas ou absolutamente
diferentes.

No sentido linguístico, o conceito de fala está em relação


dicotômica com o de língua e pode ser definido como a
materialização de um conjunto de conhecimentos abstratos que
os falantes possuem sobre a estrutura e o funcionamento de
um dado sistema linguístico.

Fonética e fonologia

A fonética estuda os significantes do signo da parole (uso


individual). A fonologia se preocupa com os fonemas, os
significantes da langue (sistema social, convencional de
signos).
Um dos objetivos de uma análise fonológica ou fonêmica é defi nir quais são os sons de uma
determinada língua que têm valor distintivo. Dito de outra forma, quais são os sons que
servem para distinguir palavras nessa língua. Por exemplo, quando você troca o p por um b na
palavra pato tem como resultado a palavra bato, que tem um signifi cado diferente de pato.
Por isso dizemos que /p/ e /b/ são fonemas da língua portuguesa. Cada língua dispõe de um
determinado número de fonemas cuja função é determinar a diferença de signifi cado de uma
palavra em relação à outra. O fonema é então a menor unidade fonológica da língua e para
diferenciá-lo da letra o escrevemos entre barras. Para Saussure, “Os fonemas são, antes de
tudo, entidades opositivas, relativas e negativas.” (Saussure, 2012, p.138).

Os fonemas são considerados entidades opositivas porque retiram a sua signifi cação da
oposição com todos os outros fonemas de uma língua. O que importa nos fonemas são as
diferenças, que servem para distinguir palavras. Esse é o único valor linguístico do fonema. O
valor de /p/ está em sua oposição a um /b/, a um /t/, a um /d/ como em pato, bato, tato, dato,
mato, cato, gato etc... Os fonemas são entidades relativas porque seu valor está na relação
entre eles, ou seja, os mesmos fonemas /m/, /a/, /l/, /a/ podem formar tanto a palavra mala,
quanto lama, quanto alma, se modifi carmos apenas a relação entre os mesmos fonemas. Os
fonemas são entidades negativas porque não são unidades possuidoras de signifi cado. Um v
não signifi ca nada, mas se você trocar o v de vela por b encontrará bela que tem signifi cado
diferente.
SEMÂNTICA NA ELUCIDAÇÃO DE ALGUMAS PRESCRIÇÕES GRAMATICAIS
Perini (2005, p. 244) afirma que a descrição da semântica de uma língua apresenta dois
aspectos principais: a semântica dos itens lexicais e a semântica das formas gramaticais.
A
primeira se ocupa do significado individual dos itens lexicais e a segunda trata das
contribuições
da estrutura morfossintática à interpretação semântica. Percebe-se que os itens lexicais
têm um
significado próprio, porém de acordo com sua posição sintática, podem adquirir novos
significados.
Ilari e Geraldi (1995) no livro Semântica, mais especificamente no capítulo II, cujo
título é
“A significação das construções gramaticais”, discutem a relação entre sintaxe e
semântica. A
partir desta análise feita pelos autores, pode-se depreender algumas considerações
importantes.
Um dos pontos tratados por Ilari e Geraldi (1995, p. 8) é a crítica imediata em relação a
alguns conceitos adotados pela Gramática Tradicional no que diz respeito à definição de
oração.
De acordo com a maioria das Gramáticas Normativas, a oração é descrita como a junção
de um
sujeito e de um predicado, inclusive é prescrito que sujeito e predicado são termos
essenciais da
oração. Contudo, observa-se que esse conceito é inconsistente, uma vez que há oração
sem
sujeito como nos exemplos (i) e (ii):

Choveu muito.
(ii
Há muitos homens
)
na fila
Perini (1999) também chama a atenção para a concepção gramatical de sujeito. Para a
gramática de Cunha (1975), por exemplo, o sujeito é o termo sobre o qual se faz uma
declaração.
Observe a oração:
Carlinhos machucou Camilo

Nessa oração, embora Carlinhos seja o sujeito, há, sem dúvida, uma declaração sobre
Camilo que não é o sujeito da oração.
Dessa forma, muitos conceitos prescritos pela Gramática Normativa se tornam frágeis,
no entanto, as relações semânticas possibilitam estabelecer uma versão com maior
fundamentação em relação às prescrições gramaticais e aos próprios fatos da língua.

3 SINTAXE Em relação a sintaxe, por definição temos que ela, um ramo da linguística, é o
estudo dos processos de estruturação dos elementos nos sintagmas oracionais e as relações
de determinação que entre eles se estabelecem. Numa linguagem mais simples, poder-se-ia
dizer que a sintaxe é a forma como uma pessoa transmite certa informação ou ainda como ela
organiza e relaciona as palavras em uma oração. Para Ibanõs (2009) a Sintaxe é uma subteoria
linguística que investiga as propriedades da sentença em linguagem natural. Ela faz interface
interna, em suas relações intradisciplinares, com as outras subteorias linguísticas, a Fonologia
(Fonética), a Morfologia, a Lexicologia, a Semântica e a Pragmática. Os tópicos mais
investigados são exatamente os relevantes para que a investigação pura e ou aplicada esteja
numa relação adequada. Inferências como acarretamento, hiponímia, pressuposição e
implicaturas estão no centro dessas relações intradisciplinares. Estudar a sintaxe de uma língua
significa identificar e compreender as maneiras como as palavras se associam para formar
estruturas maiores como frases, orações, períodos e textos. Assim, analisar sintaticamente os
enunciados da língua é explicitar as estruturas sintáticas e as relações e funções dos seus
termos constituintes.

Pragmática
60 línguas

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 Ver histórico
Ferramentas



 Gramática

 Classificação

Comunicação

 Fonética

 Fonologia

 Morfologia

 Sintaxe

Semântica

Etimologia

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre. Estilística

Nota: Para outros significados, veja Pragmática Literatura


(desambiguação).
Tipos

Descritiva

Gerativa

Formal

Funcional

Normativa

Transformacional
Diagrama
Universal
esclarecedor e redutor dos níveis de análise
linguística segundo Paulo Nunes da Silva. [1]
Implícita

Pragmática é o ramo da linguística que estuda Contrastiva

a linguagem no contexto de seu uso Reflexiva


na comunicação. É o estudo de como o
contexto contribui para o significado. O campo Histórica
de estudo avalia como a linguagem humana é
utilizada nas interações sociais, bem como a Artigos Relacionados
relação entre o intérprete e o interpretado. A Gramática
pragmática está além da construção da frase,
objeto da sintaxe, ou do seu significado, objeto Linguística

da semântica. A pragmática estuda Lexicologia


essencialmente os objetivos da comunicação.[2]
Retórica
A pragmática engloba fenômenos incluindo
implicatura, atos de fala, relevância e Língua
conversação, bem como comunicação não-verbal. As teorias da pragmática
andam de mãos dadas com as teorias da semântica, que estuda aspectos do
significado, e da sintaxe, que examina estruturas, princípios e relacionamentos
das frases. A capacidade de entender o significado pretendido por outro falante
é chamada de competência pragmática. A pragmática surgiu como seu próprio
subcampo na década de 1950 após o trabalho pioneiro de J. L. Austin e Paul
Grice.[3][4][5]
As palavras, em sua significação comum, assumem muitas vezes outros
significados distintos no uso da língua e, mais recentemente, o campo de
estudo da pragmática passou a englobar o estudo da linguagem comum e o
uso concreto da linguagem, enquanto a semântica e a sintaxe constituem a
construção teórica.[6] A pragmática, portanto, estuda os significados linguísticos
determinados não exclusivamente pela semântica proposicional ou frásica, mas
aqueles que se deduzem a partir de um contexto extralinguístico: discursivo,
situacional, etc..
A capacidade de compreender a intenção do locutor é chamada de
competência pragmática. Como exemplo, suponha uma pessoa queira fazer
uma segunda pessoa não fumar numa sala. Pode simplesmente dizer, de uma
forma muito direta: "Pode deixar de fumar, por favor?". Ou, em alternativa,
pode dizer: "Huumm, esta sala precisa de um purificador de ar". Repare que a
palavra 'fumo' ou 'fumar' não é utilizada, mas indiretamente revela a intenção
do locutor.
Conceituação teórica
A pragmática foi uma reação à linguística estruturalista delineada
por Ferdinand de Saussure . Em muitos casos, ampliou sua ideia de que a
linguagem tem uma estrutura analisável, composta de partes que podem ser
definidas em relação a outras. A pragmática primeiro se engajou apenas no
estudo sincrônico, em oposição ao exame do desenvolvimento histórico da
linguagem. No entanto, rejeitou a noção de que todo significado vem de signos
existentes puramente no espaço abstrato da língua. Enquanto isso, a
pragmática histórica também passou a existir. O campo não ganhou a atenção
dos linguistas até a década de 1970, quando surgiram duas escolas diferentes:
o pensamento pragmático anglo-americano e o pensamento pragmático
continental europeu.[7

Gramática
Gramática da língua portuguesa é o estudo objetivo e sistemático dos elementos
(fonemas, morfemas, palavras, frases, etc.) e dos processos (de formação,
construção, flexão e expressão) que constituem e caracterizam o sistema do idioma
português.

Tipos de gramática

Há 4 tipos de gramáticas: normativa, descritiva, histórica e


comparativa. Ao mesmo tempo, a gramática da língua
portuguesa é dividida em fonologia, morfologia e sintaxe.
Nessa divisão, há gramáticos que incluem a semântica.

Por ser um sistema complexo e passível de diversas concepções, a Gramática


apresenta abordagens diversas, sendo dividida, então, em tipos distintos:

 Gramática Normativa: Bastante utilizada em sala de aula e para diversos fins


didáticos, a Gramática Normativa busca a padronização da língua, indicando
através de suas regras como devemos falar e escrever corretamente. Aqui a
abordagem privilegia a prescrição de regras que devem ser seguidas,
desconsiderando os fatores sociais, culturais e históricos aos quais estão
sujeitos os falantes da língua.

 Gramática Descritiva: A Gramática Descritiva analisa um conjunto de regras


que são seguidas, considerando as variações linguísticas da língua ao
investigar seus fatos, extrapolando os conceitos que definem o que é certo e
errado em nosso sistema linguístico.

 Gramática Histórica: Investiga a origem e a evolução de uma língua,


representando os estudos diacrônicos.

 Gramática Comparativa: Estabelece comparação da língua com outras línguas


de uma mesma família. No caso de nossa língua portuguesa, as análises
comparativas são feitas com as línguas românicas.

Tipos de gramática

Tipo de
Descrição Ref.
gramática

Voltada ao processo linguístico e não ao produto do ato linguístico (fala).


Gramática Essa parte das evidências linguísticas para dizer como é a gramática [5]

reflexiva implícita ou a gramática internalizada do falante, isto é, o conhecimento


que o falante tem do sistema da língua.

Gramática
explícita ou Buscam explicitar a estrutura, constituição e funcionamento da língua. [5]

teórica

Gramática Busca apontar diferenças e semelhanças entre estruturas linguísticas de [5]

contrastiva gramáticas de línguas diferentes.


Gramática
Busca elaborar os princípios aos quais todas as línguas obedecem. [5]

geral

Gramática
Classifica os fatos linguísticos que se observam e realizam universalmente. [5]

universal

Gramática Estuda a origem e evolução de um idioma, desde o seu aparecimento até [5]

histórica os dias atuais. São os estudos diacrônicos de uma língua.

Gramática Faz a análise comparativa da evolução nas mais diversas línguas, buscando [5]

comparada pontos em comum entre elas.

Notas

1. ↑ Contém os tópicos de "Questões Notacionais da Língua", e um pouco de lexicologia, que


apesar de ser um ramo exclusivo da linguística, pode ser estudado dentro do contexto
gramatical, já que o léxico é estudado indiretamente, quer ou não queira, em todas as
áreas da gramática convencional.
Referências

1. ↑ Janotti, Aldo (1992). Origens da universidade: a singularidade do caso português. [S.l.]:


EdUSP. p. 199. ISBN 9788531400858
2. ↑ Eckersley, C. E.; Macaulay, Margaret (1955). Brighter Grammar. Londres: Longsman,
Green & Co. Ltd
3. ↑ Mioto, Carlos (2007). Novo Manual de Sintaxe. Florianópolis: Editora Insular. pp. 19–20
4. ↑ «Gramática, Portugal - Dicionário Histórico, Corográfico, Heráldico, Biográfico,
Bibliográfico, Numismático e Artístico». João Romano Torres - Editor, em 1904-1915
(Edição em papel), Manuel Amaral (Edição electrónica), em 2000-2010. 2010. p. 831
5. ↑ Ir para:a b c d e f g Santos, Veraluce L. dos (2009). Ensino de Língua Portuguesa. [S.l.]: IESDE
Brasil S.A. p. 99. 224 páginas. ISBN 8538708163
Categorias:
 Gramática
 Linguagem
 Linguística
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Conclusão
Os diversos enfoques da gramática (normativa, histórica, comparativa, funcional e
descritiva) estudam a morfologia e a sintaxe, as quais tratam, somente, dos aspectos
estruturais, constituindo, uma parte da linguística que se distingue da fonologia e da
semântica (que seriam estudos independentes), conquanto estas duas possam
compreender-se, também, dentro do escopo amplo da gramática.

Dentre os diversos tipos de gramáticas, a chamada gramática normativa é a mais


conhecida pela população e é estudada durante o período escolar. É elaborada, em geral,
pelas Academias de Letras de cada país, nem sempre em conformidade com o uso
corrente da população, mesmo em amostragens da porção tida por "mais culta".
Sabemos que é de fundamental importância o uso da gramática normativa em toda a
vida escolar das pessoas, porém, vale ressaltar aqui que existem variações linguísticas
que devem ser trabalhadas também em sala de aula, e assim levar esses alunos a
conhecer as diversidades da língua portuguesa.

Referencias bibliográficas
ALMEIDA FILHO, José Carlos Paes de. O Professor de Língua Estrangeira em
Formação 2ª ed.. Campinas: Pontes 2005.
BASSO, Edcléia. As competências na Contemporaneidade e a formação do
professor de LE. In: ALVAREZ, Maria Luisa Ortiz; SILVA Kleber Aparecido
Perspectivas de Investigação em Linguística Aplicada. Campinas: Pontes,
2008.
CANALE, Michael. From Communicative Competence to communicative
language Pedagogy. Londres: Longman, 1982
CHOMSKY, Noam. Aspectos da Teoria da Sintaxe. Coimbra: Armênio Amado.
1978.
HYMES, Dell. On Communicative Competence. In: Linguistic Background.
University of Pennsylvania Press. s/a 1972
KENEDY, Eduardo. Gerativismo. In Manual de linguística. MARTELOTTA,
Mario Eduardo. São Paulo: Contexto. 2008.

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