AVALIAÇÃO DA COMPOSIÇÃO CORPORAL EM IDOSOS

ORGANIZAÇÃO:
PEF William Serrano Smethurst, Dr
Escola Superior de Educação Física/ESEF – Universidade de Pernambuco/UPE
Atualizado em 13/01/2023

ANTROPOMETRIA (ref. 01, 02)

Sigla Significados e protocolos
MC (Massa corporal, em quilogramas e gramas) – Utilizar balança digital calibrada em quilogramas e gramas.
[E(m) estatura, em metros; E(cm) estatura, em centímetros] – Em pé, com os pés unidos (ou o mais aproximados
E possível), calcâneos, glúteos e dorso encostados na parede e a cabeça no Plano de Frankfurt (encostada ou a mais
aproximada possível da parede). Com o avaliando em inspiração profunda, ler a medida em centímetros e fração.
(Perímetro ou Circunferência de braço, em centímetros) – Em pé, com o membro superior direito relaxado e
PB / CB estendido ao lado do corpo com a palma da mão voltada para a coxa, medir a circunferência do bíceps no ponto
médio entre o processo acromial da escápula e o processo olécrano da ulna.
(Perímetro ou Circunferência de Perna, em centímetros) – Em pé, com o joelho direito flexionado a 90º e o
PPer /
respectivo pé sobre um banco (ou cadeira) à frente, medir a maior circunferência da panturrilha da perna direita.
CPer
Alternativamente, com o avaliando sentado.
(Perímetro ou Circunferência de Cintura, em centímetros) – Em pé, abdômen relaxado e os braços descontraídos
PCin / ao lado do corpo, posicionar a fita de trás para frente sobre a região abdominal, passando-a nos pontos médios
CCin entre as cristas ilíacas e as últimas costelas em plano horizontal (alternativamente, passar a fita sobre a cicatriz
umbilical). A leitura da medida é realizada quando o avaliando expirar após uma inspiração profunda.
(Perímetro ou Circunferência de Quadril, em centímetros) – Em pé, com as coxas unidas e os braços descontraídos
PQ / CQ ao lado do corpo e o avaliador agachado ao lado, olhando a região glútea lateralmente. A medida é tomada sobre
ponto de maior proeminência da região glútea, com a fita mantida em plano horizontal sobre o mesmo.
[Dinamometria de mão ou Força de Preensão Manual, em quilogramas-força (kgf)] – O avaliando deve estar
acomodado em uma cadeira sem braços, com o braço do teste desencostado do tronco, o cotovelo fletido a 90º e
segurando o dinamômetro bem encachado na mão em posição neutra (posição de aperto de mão). O avaliador
Din / FPM deve apoiar com a mão o aparelho, neutralizando seu peso e estabilizando-o durante o teste. O avaliador emite
dois comandos (por exemplo: “ATENÇÃO, JÁ”) e o avaliando deve apertar o aparelho rápida e intensamente, com a
máxima força possível por três a cinco segundos. Realizam-se três preensões com a mão do lado dominante e se
considera a maior medida.

EQUAÇÕES P/ CÁLCULO DA PERCENTAGEM DE GORDURA CORPORAL (ref. 03)

- Para homens [Lean et al.] %GC = 0,567(PCin) + 0,101(Id) – 31,8
- Para mulheres [Deurenberg et al.] %GC = 1,2 (IMC) + 0,23 (Id) – 10,8 (Ŧ) – 5.4
Siglas: %GC (percentual de gordura corporal); PCin (perímetro da cintura, em centímetros); Id (idade, em anos); Ŧ (mulher =
0; homem = 1)

CLASSIFICAÇÃO DA PERCENTAGEM DE GORDURA CORPORAL (ref. 04, 05)

*(de 50 a 84 anos); **(de 50 a 79 anos)
Fenótipo CAUCASOIDE * AMERINDIOIDE * NEGROIDE * MONGOLOIDE **
Gênero M F M F M F M F
Classificação
Obesidade mórbida ≥37,7 ≥49,5 ≥37,4 ≥48,8 ≥35,7 ≥48,2
Obesidade severa 35,4–37,6 47,2–49,4 35,1–37,3 46,8–48,7 33,3–35,6 45,7–48,1 ≥29 ≥41
Obesidade moderada 32,4–35,3 44,2–47,1 32,0–35,0 44,1–46,7 30,1–33,2 42,4–45,6
Pré-obesidade 28,1–32,3 40,0–44,1 27,6–31,9 40,3–44,0 25,7–30,0 37,8–42,3 24,0–28,9 36,0–40,9
Normalidade 19,0–28,0 31,0–39,9 18,3–27,5 32,3–40,2 16,3–25,6 28,0–37,7 15–23,9 26–35,9
Magreza leve 12,0–18,9 21,5–30,9 11,7–18,2 22,2–32,2 10,7–16,2 20,0–27,9
Magreza moderada 5,1–11,9 12,1–21,4 5,1–11,6 12,1–22,1 5,1–10,6 12,1–19,9 ≤14,9 ≤26,7
Magreza severa ≤5,0 ≤12,0 ≤5,0 ≤12,0 ≤5,0 ≤12,0

CLASSIFICAÇÃO
EQUAÇÃO P/ CÁLCULO DA RAZÃO CINTURA-ESTATURA (ref. 06)
(homens e mulheres)
RCE = PCin ÷ E(cm) - Risco baixo: de 0,40 a 0,50.
Siglas: RCE (razão cintura-estatura); PCin (perímetro da cintura, - Risco crescente: de 0,51 a 0,6.
em centímetros); E(cm) (estatura, em centímetros) - Risco alto: de 0,61 acima
 AVALIAÇÃO DA COMPOSIÇÃO CORPORAL EM IDOSOS

➢ AVALIAÇÃO DA MASSA MUSCULAR APENDICULAR

EQUAÇÕES P/ CÁLCULO DA MASSA MUSCULAR APENDICULAR E DO ÍNDICE DE MASSA MUSCULAR APENDICULAR (ref. 07)
1º passo: [Baumgartner et al.] MMA = (0,2487 x MC) + (0,0483 x Ecm) – (0,1584 x CQ) + (0,0732 x Din) + (2,5843 x S) + 5,8828
2º passo: IMMA (kg.m-2) = MMA / Em2
Siglas: MMA (massa muscular apendicular, em quilogramas); IMMA (índice de massa muscular apendicular); MC (massa
corporal, em quilogramas); Em (estatura, em metros); Ecm (estatura, em centímetros); S (sexo: mulher = 0, homem = 1); CQ
(circunferência de quadril, em centímetros); Din (força de preensão manual, em quilogramas-força).

CLASSIFICAÇÃO DA MMA (kg) CLASSIFICAÇÃO DA MMA (kg)

(HOMEM) (MULHER)
Idade 60-79 anos ≥ 80 anos Idade
Nível Nível 60-79 anos ≥ 80 anos
Muito alto (>P90) ≥25,0 ≥22,4 Muito alto (>P90) ≥17,4 ≥16,1
Alto (>P75 a ≤P90) 23,1 a 24,9 21,2 a 22,3 Alto (>P75 a ≤P90) 15,8 a 17,3 14,3 a 16,0
Mediano (>P25 a ≤P75) 19,0 a 23,0 18,1 a 21,1 Mediano (>P25 a ≤P75) 13,0 a 15,7 11,8 a 14,2
Baixo (>P10 a ≤P25) 17,7 a 18,9 16,5 a 18,0 Baixo (>P10 a ≤P25) 11,8 a 12,9 10,8 a 11,7
Muito baixo (≤ P10) ≤17,6 ≤16,4 Muito baixo (≤ P10) ≤11,7 ≤10,7

CLASSIFICAÇÃO DO IMMA (kg/m2) CLASSIFICAÇÃO DO IMMA (kg/m2)

(HOMEM) (MULHER)
Idade Idade
Nível 60-79 anos ≥ 80 anos 60-79 anos ≥ 80 anos
Nível
Muito alto (>P90) ≥8,6 ≥8,3 Muito alto (>P90) ≥7,2 ≥6,6
Alto (>P75 a ≤P90) 8,2 a 8,5 7,7 a 8,2 Alto (>P75 a ≤P90) 6,7 a 7,1 6,2 a 6,5
Mediano (>P25 a ≤P75) 7,2 a 8,1 6,9 a 7,6 Mediano (>P25 a ≤P75) 5,8 a 6,6 5,4 a 6,1
Baixo (>P10 a ≤P25) 6,8 a 7,1 6,4 a 6,8 Baixo (>P10 a ≤P25) 5,4 a 5,7 5,0 a 5,3
Muito baixo (≤ P10) ≤6,7 ≤6,3 Muito baixo (≤ P10) ≤5,3 ≤4,9

➢ AVALIAÇÃO DA MASSA MUSCULAR TOTAL

EQUAÇÕES P/ CÁLCULO DA MASSA MUSCULAR TOTAL E DO ÍNDICE DE MASSA MUSCULAR TOTAL (ref. 07)
1º passo: [Lee et al.] MMT = (0,244 x MC) + (7,80 x E) – (0,098 x I) + (6,6 x S) + Et – 3,3
2º passo: IMMT (kg/m-2) = MMT / E2
Siglas: MMT (massa muscular total, em kg); IMMT (índice de massa muscular total); MC (massa corporal, em kg); E
(estatura, em metros); I (idade, em anos); S (sexo: mulher = 0, homem = 1); Et (etnia: caucasoide = 0; negroide = 1,4 e
mongoloide/amerindioide = -1,2);

CLASSIFICAÇÃO DA MMT (kg) CLASSIFICAÇÃO DA MMT (kg)

(HOMEM) (MULHER)
Idade 60-79 anos ≥ 80 anos Idade
Nível Nível 60-79 anos ≥ 80 anos
Muito alto (>P90) ≥31,9 ≥28,0 Muito alto (>P90) ≥22,5 ≥18,7
Alto (>P75 a ≤P90) 29,5 a 31,8 26,1 a 27,9 Alto (>P75 a ≤P90) 20,2 a 22,4 16,4 a 18,6
Mediano (>P25 a ≤P75) 24,5 a 29,4 22,3 a 26,0 Mediano (>P25 a ≤P75) 15,2 a 20,1 12,4 a 16,3
Baixo (>P10 a ≤P25) 22,4 a 24,4 20,2 a 22,2 Baixo (>P10 a ≤P25) 13,4 a 15,1 10,7 a 12,3
Muito baixo (≤ P10) ≤22,3 ≤20,1 Muito baixo (≤ P10) ≤13,3 ≤10,6

CLASSIFICAÇÃO DO IMMT (kg/m2) CLASSIFICAÇÃO DO IMMT (kg/m2)

(HOMEM) (MULHER)
Idade 60-79 anos ≥ 80 anos Idade
Nível Nível 60-79 anos ≥ 80 anos
Muito alto (>P90) ≥11,2 ≥10,4 Muito alto (>P90) ≥9,6 ≥7,9
Alto (>P75 a ≤P90) 10,5 a 11,1 9,6 a 10,3 Alto (>P75 a ≤P90) 8,5 a 9,5 7,2 a 7,8
Mediano (>P25 a ≤P75) 9,1 a 10,4 8,5 a 9,5 Mediano (>P25 a ≤P75) 6,7 a 8,4 5,6 a 7,1
Baixo (>P10 a ≤P25) 8,6 a 9,0 7,9 a 8,4 Baixo (>P10 a ≤P25) 6,0 a 6,6 4,9 a 5,5
Muito baixo (≤ P10) ≤8,5 ≤7,8 Muito baixo (≤ P10) ≤5,9 ≤4,8

REFERÊNCIAS
1. STEWART et al. International Standards for Anthropometric Assessment. ISAK, 2011. ISBN 0-620-36207-3
2. FIGUEIREDO et al. Teste de força de preensão utilizando o dinamômetro Jamar. Acta Fisiatr, 2007.
3. SILVEIRA et al. Body fat percentage prediction in older adults: Agreement between anthropometric equations and DXA Clinical Nutrition 40, 2021.
4. GALLAGHER et al. Healthy percentage body fat ranges: an approach for developing guidelines based on body mass index. Am J Clin Nutr; 2000.
5. HEO et al. Percentage of body fat cutoffs by sex, age, and race-ethnicity in the US adult pop. from NHANES 1999–2004. Am J Clin Nutr, 2012.
6. ASHWELL et al. Waist-to-Height Ratio Is More Predictive of Years of Life Lost than Body Mass Index. PLoS ONE 9(9): e103483, 2014.
7. GOBBO et al. Massa muscular de idosos do município de São Paulo. Rev Bras Cineantropom Desemp Hum, 2012.