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Muito boa tarde,

Relativamente ao 2.º Réu, Pedro Thomson o mesmo encontrava-se hospitalizado e


não conseguiu acompanhar de perto o veículo, uma vez que sofreu uma agressão física no
exercício das suas funções. Não obstante, o 2.º réu ainda transferiu o montante acordado
para o 1.º Réu, João Antunes, a fim do mesmo entregar o respetivo valor à Autora em
numerário. Destes factos ocorridos e conforme demonstra o documento n.º 1 que Pedro
Thomson juntou na contestação, dão-se por verdadeiros os factos alegados no Art. 6.º e
7.º. Mais se acrescenta ainda, que, o 1.º Réu João Antunes apesar de ter estado ausente
por motivos profissionais, recebeu pontualmente transferências bancárias por parte do 2.º
réu, correspondendo a um valor total de 2000€.

Ainda que o mesmo estivesse em Xangai, este facto não pode e nem deve configurar
como meio justificativo para a falta de pagamento. Desta forma e para todos os efeitos, o
1.º Réu quer esteja em Portugal, quer esteja em outro território nacional, não se encontra
impedido de efetuar transferências bancárias, uma vez que presumimos que seja do seu
conhecimento que os bancos portugueses admitem transferências bancárias
internacionais desde 1986. Consequentemente, o 1.º réu não cumpriu as obrigações a que
estava sujeito, ainda que tivesse à sua titularidade um meio alternativo de pagamento,
nomeadamente o IBAN da Autora, bem como o respetivo montante transferido pelo 2.º
Réu. Considerando os termos acordados entre a Autora e o 1.º réu, o 1.º réu também não
efetuou o pagamento da última mensalidade do prémio do seguro ao qual estava também
obrigado, tendo sido notificado através de carta de interpelação para pagamento, e ainda
assim nada fez perante isso.

Em nosso entender, o 1.º réu não se preocupou de todo com os diversos


pagamentos que devia ter realizado, antes procurou meios que justificassem a sua falta de
cuidado relativamente aos deveres a que estava submetido, ausentando-se
posteriormente, sem qualquer senso de responsabilidade para com a Autora e para com a
Companhia de Seguros. Para além do apresentado, a alegação feita pelo 1.º réu,
nomeadamente o facto de este ter decidido colocar o veículo em segurança no armazém
do museu, não nos parece também idónea. Conforme resultará do interrogatório da prova
testemunhal, a empregada de mesa do bar puzzles irá esclarecer-nos se de facto viu ou não
o 1.º Réu e os amigos reunidos na noite do sinistro, assim como irá clarificar a que horas o
encontro sucedeu. Nessa mesma linha, e caso o mesmo se mostre insuficiente,
solicitamos aos magistrados que analisem o relatório de entrada no hospital por
alcoolemia. Neste seguimento, o 1.º Réu não foi totalmente honesto quando referiu que
devido às condições meteorológicas adversas foi o mais rapidamente possível para o
Museu, de modo a colocar a viatura automóvel no local onde nunca devia ter sequer saído
na verdade.

Verificar-se-á, portanto, que a testemunha Armando Tavares e João Antunes


atuaram em conjunto com o objetivo de ocultar o facto de terem-se deslocado a um bar.
Essa ocultação deve-se em virtude de ambos saberem o sinistro que a taxa de alcoolemia
desencadeou, e as consequências gravosas que se encontram associadas a esta. O 1.º
Réu não tem, portanto, uma palavra credível, uma vez que os factos alegados pelo demais
apresentam discrepâncias entre os factos que diz serem reais e aqueles que na verdade o
são. Ademais, acontece que o 1.º Réu ainda que defenda com todas as forças que o sinistro
não ocorreu e que após a discussão que teve com a autora, deslocou-se para o museu,
este não apresentou na verdade qualquer tipo de evidências que revelem o seu
depoimento consistente. Neste seguimento, os depoimentos de João Antunes e da
testemunha Armando Tavares configuram um conjunto de contradições relativamente às
provas documentais apresentadas nas diversas contestações. Desta forma, e em
concordância com os dizeres nos termos n.º 1 do Art. 459.º do Código de Processo Civil o
depoente encontra-se obrigado legalmente a dizer toda a verdade e só a verdade no
momento em que presta depoimento, devendo fielmente afastar qualquer tipo de falsas
declarações. Em última instância, gostaríamos de convidar os senhores magistrados a
explicar quais as sanções aplicáveis às falsas declarações e se este facto pode ou não
constituir a prática do crime previsto no Art. 360.º do Código Penal.

Perguntas para a Empregada De Balcão:

1. No dia do sinistro, atendeu a mesa em que João Antunes estava reunido com os
seus amigos?
2. Durante quantas horas é que João Antunes ficou no estabelecimento?
3. A despesa de João Antunes foi alta?
4. Qual era o estado de embriaguez do João? Considera que este encontrava-se
em estado consciente ou minimamente alterado?

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