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Texto:
Essa discrepância também não se dá pela falta de tentativas: de acordo com o Female
Founders Report, cerca de 30% das mulheres líderes de startups já tentaram ou
participaram de um processo de captação, das 70% que ainda não tentaram 58% tem
pretensão de dar início à busca por investimentos no futuro.
Você faz parte das fundadoras que estão tentando ou vão tentar captar investimentos para
startups? A CEO da WE Impact, Lícia Souza compartilha algumas dicas valiosas de como
se sair bem e contornar situações desagradáveis durante a apresentação de um pitch:
A sua apresentação de pitch pode ser criada em PowerPoint, Keynote ou Prezi, e deve
fornecer a potenciais investidores, clientes, parceiros e co-fundadores uma visão geral
rápida de seu plano de negócio e expansão.
Nele, você vai encontrar recomendações gerais para criar o seu, os 12 slides cruciais para
sua apresentação, dicas e insights para demonstrar o potencial do seu negócio de forma
objetiva e certeira, e ainda ideias e exemplos visuais para deixar a sua apresentação mais
atrativa. Clique para baixar.
Nesse quesito Lícia chama atenção para a comunicação visual do seu Pitch Deck, ele pode
fazer toda a diferença na sua apresentação e na experiência que o investidor ou investidora
está tendo com sua startup: “A comunicação visual é muito importante, não manda uma
apresentação horrível e pensa “o que vale é o conteúdo” a comunicação se dá de várias
maneiras: na forma como você fala, na segurança que você passa, no visual da sua
apresentação...porque isso mostra o quanto que você tá dentro daquele projeto sabe.”
Além disso, o documento pode ser consultado por pessoas diferentes, durante todo o
processo de investimentos e um visual estruturado e com uma identidade bem definida
pode te ajudar a passar as mensagens que você deseja mesmo sem a pessoa ter assistido
toda sua apresentação.
“Um processo de investimento não é feito por uma pessoa só, são vários envolvidos. Por
mais que você tenha aquele momento de troca com um investidor durante a apresentação
do pitch, ele pode passar o processo para o analista ou algum outro profissional, e não
consegue transferir para o outro a experiência que viveu com você! Isso fica por conta do
seu pitch deck, então invista na produção visual dele, vale muito a pena.
Quem deve participar da apresentação
O time fundador deve estar presente durante uma apresentação de pitch, mas é
extremamente importante eleger o porta voz da startup. Essa pessoa precisa estar
preparada para repassar o conteúdo completo e ser capaz de lidar com as perguntas
realizadas pelos stakeholders, para Lícia essa estratégia que ajuda a construir e preservar a
credibilidade: “ Quem está apresentando está conquistando a confiança do investidor ou
investidora, a partir do momento em que se tem uma quebra da apresentação para solicitar
uma informação a outra pessoa, há também uma pequena quebra de confiança”.
Para ela, é possível que no máximo dois integrantes sejam porta-vozes da startup, porém é
preciso tomar alguns cuidados extras em situações como essa: as duas pessoas precisam
treinar o pitch igualmente, é preciso informar desde o início que haverá duas participações e
também cuidar para que seja uma apresentação orquestrada.
A empreendedora não é obrigada a saber tudo, inclusive os detalhes mais específicos sobre
seu negócio, mas tem que se preparar muito bem e criar estratégias para diferentes
cenários. “Se preparar não é só criar um PPT, é se preparar mesmo: treinar, definir como
vai reagir em determinada situação, pensar nas perguntas que sabe e nas que você não
sabe responder sobre seu negócio.”afirma.
Outra dica da CEO da WE Impact, é fazer uma pesquisa prévia sobre as pessoas que
estarão avaliando a apresentação, essa ação ajuda a eliminar o medo que temos do
desconhecido e pode nos ajudar a ter uma ideia de como será o encontro: “Marque com o
investidor ou investidora, e depois, faça uma pesquisa prévia: entre no LinkedIn, entenda
quem são aqueles seres humanos, qual é a experiência anterior delas, veja fotos…o medo
do desconhecido é muito grande”.
A partir do momento em que você leu um pouco sobre a pessoa você já não está num
ambiente completamente desconhecido e já pensa “estou com fulano, temos 40
conexão em comum”. Procurar saber não só sobre a entidade de investimentos em
si, mas também sobre quem você vai conversar é muito importante.
Lícia Souza, CEO da WE Impact
Uma boa comunicação é essencial para um pitch bem sucedido. Além de cuidados gerais
como informações estruturadas e o uso de uma linguagem clara e objetiva, existem outros
pontos que fazem toda a diferença na sua apresentação, alguns deles são:
Algo que não pode ser ignorado nesse processo é a empreendedora falar sobre si mesma e
sobre sua equipe, muitas preferem pular este momento devido a síndrome da impostora,
outras deixam o deixam em segundo plano e pensam“se der tempo eu falo”. Para Lícia,
atitudes como essas devem ser evitadas já que o time de uma startup é um dos itens que
mais pesam durante uma decisão de investimento.
É preciso ter uma apresentação pessoal! Você pode falar do modelo de negócio, mas se
você não falar do time, pelo menos do time fundador você está cometendo um erro muito
grave! Então assim tem que falar de si, das suas experiências, das suas ambições, do
sonho grande e também sobre a forma que quer construir uma equipe.
Ao falar sobre o problema que sua startup resolve, é preciso explicar o quanto que ele é
grande e os impactos que irão surgir se continuar do mesmo jeito. Lícia afirma que esse é
um ponto muito importante pois entender sobre aquela dor pode contribuir para o
desenvolvimento da solução ao longo da sua jornada: O como você faz e como você
empreende aquela solução vai mudar ao longo do tempo, mas você tem que conhecer
muito bem o desafio para poder capturar todas as formas de resolução.
O produto também deve ser abordado, no momento certo, não basta só expor o desafio
sem compartilhar suas estratégias para resolvê-lo: “Tem que dizer exatamente como você
está resolvendo aquele problema agora, como você está operacionalizando o produto e
quais os resultados que você já teve ou espera ter. “ afirma a CEO.
Mostre que esse é o momento certo para sua startup cortar investimentos
Lícia explica que quando você está fazendo uma apresentação para investimentos, tem que
levar argumentos convincentes sobre esse ser o momento certo para sua startup captação.
Nesse processo existem duas coisas imprescindíveis para conquistar os stakeholders,
demonstrar que tem um plano: “A pior coisa que tem para o investidor é achar que está
colocando dinheiro em algo que vai andar de forma desgovernada” e compartilhar suas
ambições e suas projeções de crescimento: “O Venture Capital é um capital de crescimento,
o dinheiro será aplicado para crescer, então você já deve ter uma estimativa de qual será o
aumento.” reforça.
Ao CEO compartilha também o livro Storytelling com dados: Um guia sobre visualização de
dados para profissionais de negócios de, escrito por Nussbaumer Knaflic, para quem quer
utilizar esse recurso na sua apresentação. Na obra a autora explica como contar histórias
usando dados, e pode te ajudar na escolha de um visual eficaz, do tipo de gráfico ideal, no
uso elementos que vão contribuir para o foco do público e em um dos tópicos mais
importantes para se preservar a confiança dos investidores: como utilizar dados
corretamente e evitar erros durante a manipulação das informações.
Já se preparar, estudar sobre seu negócio e ensaiar perguntas e respostas para diferentes
cenários, é essencial para que a empreendedora tenha um bom repertório e uma boa
performance ao esclarecer as dúvidas e curiosidades sobre a startup.
Se você não tem a resposta para determinada pergunta não tenha vergonha de
expressar, isso significa que você precisa reforçar a preparação para um próximo
encontro com investidores.
O Female Founders Report, relata que 72,4% das fundadoras que passaram pelo processo
de captação de recursos afirmaram ter sofrido assédio moral, vinculado a questões
relacionadas a gênero e/ou à maternidade. Em uma apresentação de pitch, muitos desses
episódios se dão a partir de perguntas carregadas de vieses e estereótipos que reforçam o
preconceito, alguns exemplos citados no relatório são: “Teria condições de conduzir o
negócio?”(61,4% ), “Conhece os termos técnicos básicos?”(45,7%), “Os filhos estão na faixa
etária da primeira infância?” (23,6%), “Tem homem no board/quadro societário?”(14,2% ) ou
“É mãe?” (29,9% ).
Lícia explica que não existe uma forma correta de reagir a esse tipo de situação, já que
depende da personalidade de cada mulher, mas considera muito importante se posicionar
de alguma forma em momentos como esses. A investidora compartilha sua técnica para
enfrentar momentos como esse: “Eu repito o que foi dito em forma de pergunta "desculpe,
mas você falou isso aqui mesmo?”. Com isso dou tempo para a pessoa pensar sobre a
atitude, consigo analisar se ela se baseou em um viés ou se tinha a intenção de agir de
forma ofensiva e preconceituosa, e a partir daí respondo”.
Para participar de um dos nossos processos de seleção, a startup deve possuir fundadoras
e/ou líderes mulheres, base tecnológica e atuar em modelo B2B (oferecer soluções voltadas
a outras empresas). Se encaixa nesses requisitos? Você pode aguardar algumas de nossas
chamadas públicas ou acessar o formulário que está sempre disponível em nosso site para
cadastro. Acesse pelo link.