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O sucesso do Plano de Mobilidade não implica apenas a presença de recursos humanos qua-
lificados, capacidade técnica ou recursos directos para a implementação de soluções viáveis,
mas também critérios claros de gestão e governação que estabeleçam prioridades, princípios e
métodos de desenvolvimento entre as diferentes esferas de governo.
IMPLEMENTAÇÃO E mentas de monitorização, através de um conjunto de indicadores que permitam verificar não
só a realização das intervenções propostas, mas o grau de cumprimento dos objectivos traça-
A divulgação da versão final do Plano Director Municipal de Mobilidade Urbana a toda comuni- v Consultar a população, a fim de avaliar as alterações de comportamento ocorridas e
dade deve ser um processo contínuo, onde os órgãos competentes devem informar a comuni- as opiniões sobre as propostas executadas;
dade, sempre que possível, de todos os procedimentos relativos aos Planos. v Propor e conduzir a realização de eventuais medidas correctivas e adaptações ao plano;
138 MANUAL METODOLÓGICO PARA ELABORAÇÃO DE PLANOS DIRECTORES MUNICIPAIS MOBILIDADE URBANA 139
Temática Indicador Unidade
ACÇÃO 3: MONITORIZAÇÃO E AVALIAÇÃO DAS PROPOSTAS
Demografia v População residente; v Habitantes;
É importante estabelecer um sistema de monitorização do Plano e da mobilidade urbana,
v População por grupos etários; v Idade;
apoiado por um conjunto de indicadores que expressam a condição do exercício da mobili-
dade pela população. O planeamento da mobilidade urbana, associado ao PEU, é um processo v Densidade populacional. v Habitantes/hectares.
permanente, que não se encerra com a elaboração do PDMMU. A implementação do Plano, Socioeconomia v Taxa de emprego; v Percentagem (%);
uma vez iniciada, requer estrutura e processos internos de acompanhamento permanente e v Rendimento familiar médio mensal; v Meticais (mtn);
revisões periódicas.
v Taxa de motorização. v Veículos/mil habitantes.
Sistema viário v Extensão de estradas; v Km;
1º PASSO: SELECÇÃO DOS INDICADORES DE MONITORIZAÇÃO DO PLANO
v Volumes de tráfego; v m3;
Alguns indicadores gerais são necessários para se dar início ao processo de monitorização e ava- v Estacionamento pago na via pública. v Quantidade (nº).
liação dos PDMMU. É importante definir o recorte de avaliação a partir da área e da população
Mobilidade v Número de viagens por pessoa por dia; v Quantidade (nº);
beneficiada pelos planos, determinar a medida de comparação com outros sistemas de trans-
porte, ou de infraestrutura, bem como o sucesso do sistema antes e após a sua implementação. v Tempo médio de duração das viagens; v Minutos ou horas;
casa-trabalho-casa; v Quantidade (nº).
v Repartição modal.
Assim, o processo de monitorização assenta sobre a constituição de um conjunto de
indicadores que devem ser: Segurança viária v Acidentes fatais no transporte v Acidentes fatais/mil
rodoviário (taxa de atropelamentos); habitantes;
v Flexíveis, de modo a v Simples, v Credíveis, que v Mortos e feridos por acidentes v Mortes/mil habitantes;
permitirem adaptações fáceis de possam representar rodoviários (taxa de mortalidade);
locais, tendo em calcular e as condições reais v Peões e ciclistas envolvidos em v Quantidade (nº).
consideração as com dados de mobilidade da acidentes rodoviários.
características específicas de recolha cidade. O uso de
Acessibilidade v Extensão da rede pedonal com v Km;
dos municípios e das simples. dados confiáveis é
de modos percursos acessíveis;
diferentes realidades imprescindível para
suaves v Rampas de acesso nos passeios;
territoriais em estudo (p. ex.: obter um resultado v Quantidade (nº);
urbano / rural). seguro. v Percentagem de passeios
3. ETAPAS PARA ELABORAÇÃO DOS PLANOS
140 MANUAL METODOLÓGICO PARA ELABORAÇÃO DE PLANOS DIRECTORES MUNICIPAIS MOBILIDADE URBANA 141
2º PASSO: AVALIAÇÃO DAS ACÇÕES PROPOSTAS
A actualização dos indicadores permite uma constante avaliação qualitativa do Plano de
Mobilidade. Para isto, deve determinar-se uma pesquisa de avaliação qualitativa das interven-
ções com base nos indicadores seleccionados. Desta forma, estes indicadores permitirão iden-
tificar se:
Acção implementada?
Um dos factores que pode contribuir para assegurar uma boa gestão do plano é manter a equi-
pa técnica de trabalho, no sentido de dar continuidade ao Plano previamente desenvolvido
3. ETAPAS PARA ELABORAÇÃO DOS PLANOS
142 MANUAL METODOLÓGICO PARA ELABORAÇÃO DE PLANOS DIRECTORES MUNICIPAIS MOBILIDADE URBANA 143
Vale a pena ver:
144 MANUAL METODOLÓGICO PARA ELABORAÇÃO DE PLANOS DIRECTORES MUNICIPAIS MOBILIDADE URBANA 145
Municípios maiores requerem mais esforços para a implementação das acções propostas, pelo
que os relatórios podem ser realizados de 2 em 2 anos. Este procedimento deve manter-se até EXEMPLO DE BOAS PRÁTICAS: PLANO DE AÇÃO DE MOBILIDADE URBANA
à revisão do plano após uma década da sua aprovação. Este relatório pode e deve ser disponi- SUSTENTÁVEL DA ÁREA METROPOLITANA DO PORTO - 2016
bilizado em várias plataformas de informação, a fim de possibilitar que os técnicos e o público
Este PAMUS, que se baseia em princípios fundamentais como a acessibilidade, segurança,
visualizem o processo de monitorização.
eficiência, qualidade de vida, dinamismo económico, promovendo ações integradas e
Os Relatórios de monitorização devem ter o seguinte conteúdo: de natureza inclusivas e democráticas, constituiu-se como um importante plano para a
definição das estratégias e propostas com vista ao desenvolvimento das infraestruturas
v Descrição resumida das actividades realizadas; e serviços de transporte e mobilidade, e, consequentemente, para o planeamento das
v Verificação da implementação efectiva das acções previstas no Plano; deslocações de pessoas e bens nas cidades da AMP (área metropolitana do Porto) de
forma sustentável, contribuindo, assim, para o seu desenvolvimento económico, social
v Avaliação do grau de alcance dos objectivos;
e ambiental.
v Análise dos indicadores de monitorização;
O Programa de Acção do PAMUS prevê a monitorização regular, avaliação e elaboração
v Proposta do reajuste das intervenções, caso seja necessário.
de relatórios como um dos sete princípios estabelecidos para os Planos de Mobilidade
Urbana Sustentável (SUMP) no Pacote da Mobilidade Urbana da Comissão Europeia, e o
PMUS AMP apresenta um modelo de monitorização com indicadores por área temática,
que permitem avaliar e orientar a implementação do PAMUS.
ACÇÃO 4: REVISÃO E ACTUALIZAÇÃO DO PLANO DIRECTOR
MUNICIPAL DE MOBILIDADE URBANA Figura 46. 300 autocarros eléctricos vão circular na rede de transportes da AMP -
Sociedade de transportes colectivos do Porto (SCTP)
Um prazo de 10 anos é suficiente para se obter resultados sobre a assertividade ou falência do
processo de planeamento da mobilidade num município. Os planos de mobilidade devem ser
integrados nos PEU e, quando possível, o período das suas revisões deve coincidir.
Estas revisões permitirão que se faça uma actualização dos Planos, de acordo com as tendências
de mobilidade e transporte, permitindo assim responder a novos desenvolvimentos integrados
no PEU, assegurando o sucesso da implementação das acções, ao mesmo tempo que se verifica
se os objectivos e metas estão a ser cumpridos. De igual modo, permitirão optimizar o processo
de implementação, através da reestruturação de certos projectos e propostas, para que estas
possam ser implementadas no futuro.
3. ETAPAS PARA ELABORAÇÃO DOS PLANOS
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