Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Apostila 5
Seção Monitoramento
e Controle
Grupo de processos de Monitoramento e controle
É por aqui que o monitoramento e controle do projeto se inicia. Este grupo de processos é formado por
onze processos que tem a responsabilidade de comparar o desempenho real do projeto com o planejado,
determinando se serão necessárias ações corretivas ou preventivas.
Além disso, outras atividades de controle muito importantes também podem ser executadas, tais como
analisar desvios entre o planejado e o realizado, fazer previsões de desempenho futuro, recomendar correções,
solicitar mudanças nas linhas de base, usar o sistema de autorização do trabalho, gerar relatórios de desempenho,
atualizar o plano de gerenciamento e os documentos do projeto.
Veja na tabela a seguir os processos que compõem o grupo de processos de Monitoramento e controle
separados por área de conhecimento.
Processo Área de
conhecimento
Monitorar e controlar o trabalho do projeto (4.5) Integração
Realizar o controle integrado de mudanças (4.6)
Validar o escopo (5.5) Escopo
Controlar o escopo (5.6)
Controlar o cronograma (6.6) Cronograma
Controlar os custos (7.4) Custo
Controlar a qualidade (8.3) Qualidade
Controlar os recursos (9.6) Recursos
Monitorar as comunicações (10.3) Comunicações
Monitorar os riscos (11.7) Riscos
Controlar as aquisições (12.3) Aquisições
Monitorar o engajamento das partes interessadas Partes interessadas
(13.4)
Veja na figura a seguir o consumo de recursos previsto para este grupo de processos.
Se a execução do projeto tem como objetivo entregar os produtos e/ou serviços planejados, o grupo de
processos de monitoramento e controle envolve o monitoramento desses resultados de forma a garantir que
estejam de acordo com o planejado e que o projeto continue seguindo o plano ao longo de seu ciclo de vida.
Obviamente não queremos que o projeto se torne um trem desgovernado, por isso o plano de gerenciamento
servirá como linha de base de medição de seu desempenho e, durante o processo de monitoramento e controle
os resultados serão comparados regularmente com o planejado.
Apesar desse grupo de processos ser frequentemente tratado após o grupo de processos de Execução
isso não significa que é realmente nessa ordem que será executado. O monitoramento e o controle devem
ocorrer paralelamente à execução do projeto já que é responsável por verificar em tempo real se ele está sendo
executado conforme planejado. É por isso que esses dois grupos são retroalimentados entre si como mostrado
na figura a seguir:
Iniciação Planejamento
Monitoramento
Execução
e controle
Encerramento
1. Elabora-se a linha de base do projeto (escopo, cronograma e custo) durante a fase de Planejamento;
2. Mede-se o progresso do projeto durante a fase de Execução;
3. De posse das duas informações compara-se o progresso atual com o que havia sido planejado (que está
indicado na linha de base)
4. Se o desempenho estiver fora do planejado, isto é, o projeto está atrasado ou está gastando mais do que
devia, ações corretivas e preventivas deverão ser tomadas.
Linha de base
1
Medir progresso e
Tomar ação
desempenho
4
2
Comparar previsto
e realizado
3
Observe que não somos obrigados a “engessar” o projeto com a 1ª Linha de base encontrada. Alterações
que podem afetar as linhas de base poderão ocorrer e dessa forma, será preciso redefini-las para que possam
então ser usadas em futuras avaliações.
Monitoramento x controle
Como já sabemos o Monitoramento e controle se refere ao grupo de processos que é responsável
essencialmente pela análise comparativa entre o previsto e o realizado, ou seja entre o planejamento e
a execução. É a oportunidade para recolocar o projeto nos trilhos. Para tanto é fundamental entender que
monitoramento e controle são duas coisas distintas:
Em outras palavras o monitoramento não faz sentido se não houver controle, porém é necessário que se
monitore primeiro para controlar depois.
Um exemplo trivial (e bem assustador) é aquele em que você está sentado na poltrona de um avião e
percebe que está em rota de colisão com uma montanha. Ou seja, você já enxergou o problema, porém não esta
controlando nada, apenas monitorando. Isso porque o monitoramento ocorre através da observação enquanto
que se estivesse controlando, alguma ação deveria ser tomada.
Sendo assim, não há tempo a perder quando o assunto é controlar um desvio, as ações exigem planos
complementares, análise de riscos e decisões gerenciais em tempo de recolocar o projeto nos trilhos.
Monitorar e controlar o trabalho do projeto (4.5)
Monitorar e controlar o trabalho do projeto é o processo de acompanhamento, revisão e ajuste do progresso
para atender aos objetivos de desempenho definidos no plano de gerenciamento. Seu principal objetivo é
permitir que as partes interessadas entendam a situação atual do projeto, os passos tomados, e as previsões do
orçamento, cronograma e escopo.
É neste processo que são agregadas todas as informações dos demais processos de monitoramento e
controle para gerar os relatórios de desempenho.
O processo
Este processo contém os seguintes elementos:
Entradas
Plano de gerenciamento do projeto
O plano de gerenciamento do projeto, e aqui incluindo todos os seus planos auxiliares e as linhas de base,
formam uma das principais entradas, já que é deste processo a responsabilidade de observar desvios com
relação ao que foi planejado e então tomar as devidas ações necessárias.
Documentos do projeto
Uma infinidade de documentos podem ser usados como entrada deste processo, principalmente aqueles
que de alguma forma indicam o andamento do projeto. E entre eles, citamos:
• Registro de premissas: este registro contém informações sobre premissas e restrições que podem de
alguma forma afetar o projeto.
• Base das estimativas: estas bases indicam como as várias estimativas foram elaboradas e derivadas e
que podem ser usadas para tomar uma decisão sobre como reagir as variações.
• Previsões de cronograma: As previsões, como o próprio nome sugere, são estimativas ou prognósticos
de eventos futuros realizados com base nas informações existentes no momento da previsão. Tal
informação é utilizada para determinar se o projeto está dentro das faixas de tolerância determinadas
e assim permitir que ações sejam tomadas. As previsões de cronograma são calculadas usando-se o
gerenciamento do valor agregado, que veremos em detalhes quando tratarmos do processo Controlar os
custos. Apenas adiantando o tema, esta previsão se refere ao cálculo do EPT (Estimativa Para Terminar),
ou seja, o custo esperado para finalizar o restante do projeto. Pode parecer estranho à primeira vista
considerar o custo e relacioná-lo com o cronograma, mas o gerenciamento do valor agregado utiliza os
custos previstos, planejados e realizados para calcular também os índices de prazo. Importante observar
que em projetos que não utilizam o gerenciamento do valor agregado as previsões de cronograma se
referem às variações entre as datas de término planejadas e realizadas.
• Previsões de custo: Aqui temos praticamente a mesma explicação que a anterior. A diferença é que a
EPT será expressa em termos de variação de custos (VC) e índice de desempenho de custos (IDC). Se
o projeto não utiliza o gerenciamento do valor agregado, essa previsão se refere às variações entre as
despesas planejadas e as despesas reais.
• Registro das questões: este registro contém todos os problemas e questionamentos feitos pelas
principais partes interessadas. Dele extraimos quem é o responsável pela resolução das questões ali
apresentadas, bem como o prazo definido para tal.
• Registro das lições aprendidas: estas informações são muito úteis para ajudar nas possíveis reações às
variações encontradas, bem como ideias de como agir em caso de ações corretivas e preventivas.
• Lista de marcos: esta lista indica as principais datas de entrega e é partir dessa lista que medições são
feitas para checar se os prazos e entregas estipulados estão sendo cumpridos.
• Relatórios de qualidade: tais relatórios podem conter sugestões de melhorias no processo, indicações
de ações corretivas e preventivas, indicações de retrabalho bem como os resultados de Controle da
qualidade.
Obviamente ter somente a informação não é suficiente. Ela precisa ser divulgada para as partes interessadas
conforme o planejamento das comunicações.
Acordos
Um acordo é um documento de aquisição que indica que um fornecedor irá prover um insumo, material ou
recurso para o projeto. Como tais acordos podem incluir terceirização de parte do trabalho do projeto, deve-se
garantir que esse trabalho atinja os níveis e padrões de qualidade estipulados.
Ferramentas e técnicas
Opinião especializada
A opinião especializada aqui é muito útil para auxiliar a equipe de gerenciamento do projeto a interpretar
e consolidar as informações fornecidas pelos processos de monitoramento e controle. Nem é preciso ressaltar
que as informações a serem trabalhadas não devem jamais ser manipuladas a ponto de apresentar uma situação
melhor do que a verdadeira. Por pior que esteja o desempenho do projeto ele deve ser divulgado corretamente.
Análise de dados
Já vimos em diferentes pontos deste curso várias técnicas de análise de dados. Elas se referem a um grupo
de ferramentas utilizadas para prever resultados nas possíveis variações do projeto. Especificamente para o
Monitoramento e controle do projeto o Guia PMBOK® sugere o seguinte conjunto:
Análise de alternativas
Nada mais é que identificação das alternativas para o projeto, análise e seleção da melhor opção. Em casos
mais complexos uma matriz de decisão pode ser utilizada.
Análise do custo-benefício
Análise Custo Benefício (ACB) estuda a relação entre os custos e os benefícios da mudança, expressos em
termos monetários. Ou seja, avaliamos se vale a pena, em termos monetários, executar a mudança.
Análise do valor agregado
O desempenho indicado pelo valor agregado compara a linha de base de medição do desempenho com
o prazo real e o desempenho atual de custos. Veremos em detalhes esta ferramenta no capítulo referente ao
Monitoramento e Controle dos Custos.
Um problema é realmente resolvido e evitado quando a causa raiz é identificada, entendida e tratada. Tratar
apenas sintomas é apenas remediar o problema, e em geral os custos e esforços envolvidos não compensam os
benefícios pontuais relacionados.
Análise de tendências
Em gerenciamento de projetos a análise de tendências é uma técnica matemática que utiliza resultados
históricos para prever o resultado futuro. Isto é obtido através do rastreamento de variações no desempenho
de custo e cronograma. Esta análise examina o desempenho do projeto ao longo do tempo para determinar se
o desempenho está melhorando ou piorando. São valiosas para o entendimento do desempenho até a presente
data e para a comparação com objetivos de desempenho futuros.
Análise de variação
Esta é uma técnica para determinar a causa e o grau de diferença entre a linha de base e o desempenho
real. Assim, podemos ter três variações que devem ser analisadas: variação de custos, variação de prazos e
variação no término. Elas serão detalhadas no capítulo referente ao Monitoramento e Controle dos Custos.
Outras ferramentas não citadas no Guia PMBOK que podem ser usadas são:
Análise de regressão
A análise de regressão utiliza modelos matemáticos que relacionam o comportamento de uma variável Y
com outra X. A variável X é a variável independente enquanto a Y depende de uma equação.
1. Realizar previsões sobre o comportamento futuro de algum fenômeno da realidade. Neste caso,
extrapola-se para o futuro as relações de causa-efeito já observadas no passado. Pode-se, por exemplo,
prever a data de encerramento do projeto simulando a tendência de desempenho do projeto no passado.
2. Simular efeitos sobre uma variável Y em decorrência de alterações introduzidas nos valores de uma
variável X também usada nesse modelo. Esta simulação é normalmente plotada em um gráfico chamado
de diagrama de dispersão que já vimos no capítulo referente ao Planejamento da Qualidade quando
abordamos as sete ferramentas básicas da qualidade.
Métodos de agrupamento
Análise de agrupamento, ou clustering, é o nome dado para o grupo de técnicas cujo propósito consiste em
separar objetos em grupos, baseando-se nas características que estes objetos possuem. A ideia básica consiste
em colocar em um mesmo grupo objetos que sejam similares de acordo com algum critério pré-determinado.
O critério baseia-se normalmente em uma função de similaridade, função esta que recebe dois objetos
e retorna a distância entre eles. Isto quer dizer que os elementos de um determinado conjunto devem ser
mutuamente similares e, preferencialmente, muito diferentes dos elementos de outros conjuntos.
As técnicas de agrupamento têm sido usadas em várias áreas distintas. Algumas das aplicações específicas
incluem:
• Marketing: pode auxiliar pessoas ligadas a áreas de marketing a descobrir grupos distintos em suas bases
de clientes, para que este conhecimento seja usado então para desenvolver programas de marketing
direcionado.
• Uso de terras: identificação de possibilidade de alocação de uso da terra para fins agrários e/ou urbanos
em uma base de dados de observação via satélite de todo o planeta Terra.
• Seguro: identificar grupos de pessoas que possuam seguro de carro com um custo elevado de
sinistralidade.
• World Wide Web: agrupamento de documentos de acordo com similaridades semânticas, de forma a
melhorar o resultados oferecidos por sites de busca.
• Estudos de terremotos: análise de dados reais e sintéticos de terremotos para extração de características
que permitam a previsão de eventos precursores de abalos sísmicos.
Análise Causal
O objetivo da análise causal é identificar causas de defeitos e problemas e adotar práticas para prevenir a
sua ocorrência no futuro.
Esta análise permite a verificação de tendências na produção de defeitos e problemas que são examinados
até suas raízes e pode ser aplicada para a melhoria de áreas não necessariamente problemáticas.
Métodos de previsão
Os métodos de previsão são ferramentas fundamentais para projetar comportamentos futuros. Baseiam-se
em comportamentos passados e os projetam no futuro. Desta forma podem fazer previsões para apoiarem as
tomadas de decisão.
FMEA
FMEA (Failure Mode and Effect Analysis) é uma ferramenta que consiste basicamente em sistematizar um
grupo de atividades para detectar possíveis falhas e avaliar os efeitos no projeto/processo. A partir dessas
possíveis falhas, identificam-se ações a serem tomadas para eliminar ou reduzir a probabilidade de que elas
ocorram.
Deste modo é obtida uma lista de possíveis falhas, organizada por ordem do risco que elas representam e
com as respectivas ações a serem tomadas para mitigá-las. Essa lista auxilia na escolha de projetos alternativos
com alta confiabilidade durante as etapas iniciais da fase de projeto.
O FMEA também é utilizado em produtos que já estão em operação. Neste caso busca-se encontrar a causa
raiz das falhas do sistema para propor soluções de melhoria. Assim, diferentemente do FMEA realizado na
fase de projetos, não é necessário prever possíveis falhas, pois neste caso trabalha-se com falhas que já estão
ocorrendo no sistema.
http://www.scielo.br/img/revistas/prod/v12n2/v12n2a06f03.gif
Árvore de falhas
Uma árvore de falha é um diagrama de sequência de eventos que permite chegar às causas raiz de uma
falha.
A construção de uma árvore de falha requer um conhecimento íntimo do sistema que está sendo estudado,
identificando as causas, determinando a unicidade, a independência e a condicionalidade dos eventos envolvidos.
A descrição lógica das interações entre eventos requer considerável esforço de reflexão e entendimento.
Os eventos são organizados em uma estrutura que utiliza “portas lógicas” para identificar a relação causal
entre os eventos imediatamente abaixo delas.
http://www.mecatronicaatual.com.br/files/image/SIS_uma_visao_pratica_parte_03_figura_02.png
Análise de reservas
Durante o controle, principalmente de custos, a análise de reservas é usada para monitorar a situação das
reservas gerenciais e de contingência a fim de determinar se tais reservas ainda são necessárias ou se devem ser
solicitadas adicionais. À medida que projeto progride, essas reservas podem ser usadas, conforme planejado,
ou liberadas no caso de não serem utilizadas. Estas reservas foram detalhadas nos capítulos referentes ao
Planejamento dos Riscos.
Tomada de decisão
Decisões devem ser tomadas para escolher qual a melhor forma de responder a uma mudança, ação
corretiva, ação preventiva, reparo de defeitos etc. E entre as ferramentas que podem ser usadas, sugere-se a
votação que inclui decisões que podem ser tomadas em unanimidade, maioria ou pluralidade.
Reuniões
As reuniões com a equipe alertam o gerente do projeto sobre possíveis riscos e dão a ele a oportunidade de
descobrir e gerenciar os problemas antes que eles se tornem incontroláveis.
Entre os diversos tipos de reuniões que permeiam o projeto, chamamos a atenção às reuniões de avaliação
do desempenho que tem como objetivo principal fornecer informações atualizadas sobre o andamento do
projeto.
Nessas reuniões o gerente apresenta às partes interessadas o status atual do projeto, bem como quais as
tendências e previsões futuras. Essas reuniões evitam eventuais surpresas, pois mantém informadas todas as
partes interessadas do que realmente está acontecendo.
Saídas
Relatórios de desempenho do trabalho
Neles as informações sobre desempenho são coletadas, documentadas e relatadas às partes interessadas
conforme indicado no plano de gerenciamento das comunicações e no plano de gerenciamento das partes
interessadas.
Esses relatórios podem ser apresentados em diferentes formatos, tais como: Curvas S, gráficos de barra,
tabelas e histogramas. Os resultados do gerenciamento do valor agregado (que veremos em detalhes no capítulo
referente ao Monitoramento e Controle dos Custos) também podem ser demonstados por estes relatórios.
É importante destacar que as informações relatadas são utilizadas para suportar decisões e ações. Elas
devem ser comunicadas a todas as partes interessadas, podendo ser armazenadas eletronicamente e de forma
acessível a todos.
Solicitações de mudança
De acordo com os resultados encontrados neste processo, podem ser emitidas solicitações de mudança
para alterar as políticas, procedimentos, escopo, custo, orçamento, cronograma ou qualidade do projeto.
Essas solicitações normalmente são feitas para recolocar o projeto “nos trilhos” e podem exigir a coleta e
documentação de novos requisitos. Elas podem ser:
• Ação corretiva: orientação documentada para que o trabalho do projeto seja executado de modo que
seu desempenho futuro fique de acordo com o plano de gerenciamento do projeto.
• Ação preventiva: orientação documentada para a realização de uma atividade que pode reduzir a
probabilidade de consequências negativas associadas aos riscos do projeto. Exemplo: Alteração de um
processo ou procedimento para mitigar riscos.
Gerenciar mudanças não significa aceitá-las, tampouco evitá-las. Gerenciar mudanças significa submetê-las
a um sistema de controle integrado.
• Manter a credibilidade das linhas de base: sem controlar as mudanças, não é possível mudar o projeto,
conhecendo todas as suas implicações.
• Gerenciar as expectativas das partes interessadas: o gerenciamento das mudanças evita que a
insatisfação das partes interessadas crie obstáculos ao desempenho futuro.
• Influenciar o projeto: o gerenciamento das mudanças procura incentivar mudanças favoráveis e evitar
mudanças desfavoráveis. Esta influência pode ser estabelecida documentando os impactos dessas
mudanças e gerenciando as expectativas envolvidas.
Solicitações de mudanças
O importante é que a mudança sempre deve ser registrada formalmente, mesmo que demandada
verbalmente. Normalmente, usa-se um documento chamado de solicitação de mudança (Change Request) para
formalizá-la.
É importante destacar que a mera solicitação da mudança não implica que ela seja aprovada e muito menos
que poderá ser executada sem a sua devida avaliação!
O Guia PMBOK® descreve três tipos distintos de mudanças, todos ligados a eventuais problemas encontrados
no projeto: ação corretiva, ação preventiva e reparo de defeitos.
Ação corretiva
Refere-se às atitudes tomadas para colocar os futuros resultados do projeto de volta aos trilhos, ou seja, o
desempenho atual não está de acordo, mas serão realizadas correções para que ele retorne ao planejado.
Por exemplo, o seu projeto necessita que em determinada data alguns equipamentos sejam entregues. Mas
o fornecedor o avisa que não conseguirá cumprir o acordado. Neste caso, como ação corretiva o gerente do
projeto, põem em prática seu plano de contingência que prevê uma verba para aluguel desses equipamentos
enquanto o fornecedor não os entrega (e obviamente aciona o contrato).
Ação preventiva
Aqui ainda não aconteceram e não há previsão de que ocorram problemas. Então, tais ações se referem às
atitudes tomadas para reduzir os impactos de eventos de risco, caso eles se concretizem.
Prosseguindo com o exemplo do item anterior, o plano de contingência é uma ação preventiva, ou seja,
esse plano de contingência foi criado de forma a reduzir potenciais impactos para o caso de o fornecedor não
entregar o equipamento.
Reparos de defeitos
Aqui estamos nos referindo a problemas encontrados nas entregas do projeto (produtos ou serviços). Ou
seja, se durante a execução dos processos da qualidade foram encontrados problemas com o produto, ele
deverá ser corrigido. Veja na tabela a seguir a comparação entre essas medidas.
Ação corretiva Ação preventiva Reparo de defeito
Corrige desempenho Previne problemas Corrige problemas
do projeto. Problema de desempenho a no produto/serviço.
de desempenho já partir da redução de A entrega não está
aconteceu. riscos. funcionando ou está
fora da especificação.
Observe que nem todas as mudanças são resultantes de problemas. Podemos ter mudanças solicitadas
para melhorar os resultados do projeto.
A reunião de controle de mudanças tem como função rever as solicitações de mudança recebidas. Uma
revisão inicial do conteúdo dessa solicitação é feita para determinar se é válida. Caso seja, será decidido se a
mudança está dentro ou fora do escopo do projeto, de acordo com a prioridade, programação, recursos, nível
de esforço, risco, gravidade e outros critérios relevantes definidos pelo grupo. Geralmente, essa reunião ocorre
uma vez por semana. Os membros que normalmente participam da reunião de controle de mudanças são:
• O gerente do projeto;
• Patrocinador;
• Cliente(s);
• Equipe de gerenciamento;
• Consultores, especialistas e técnicos;
• Representantes dos contratantes ou de terceiros (se necessário - por exemplo, em situações de
outsourcing).
• Solicitar mudanças: a necessidade de mudança é identificada por qualquer uma das partes interessadas
e uma solicitação de mudança é criada.
• Avaliar impacto no projeto: o impacto das mudanças solicitadas é analisado. São também avaliadas
alternativas que possam evitar ou minimizar o impacto das mudanças.
• Replanejar: se a solicitação foi aprovada, o gerente do projeto deve verificar se alguma linha de base
será afetada (escopo, custo e cronograma). Em caso positivo, uma nova linha de base deverá ser gerada.
• Informar partes interessadas: a mudança é comunicada às partes interessadas, para promover seu
envolvimento e compromisso com o projeto.
• Executar mudança solicitada: a mudança será executada conforme planejado e comunicado às partes
interessadas.
Caso a solicitação seja rejeitada, ela não deverá ser descartada, pois poderá ser aproveitada em outro
momento do projeto. E mesmo que não seja aproveitada, deve ser utilizada como lição aprendida. Já se for
aprovada, poderá resultar em uma nova linha de base. Grifamos o termo “poderá”, pois o próprio Guia PMBOK®
sugere que mudanças relativas à ações corretivas e preventivas normalmente não afetam as linhas de base do
projeto, somente o desempenho em relação a elas.
É importante lembrar que o processo de gestão de mudanças deve estar definido no plano de gerenciamento
de mudanças, que é um componente do plano de gerenciamento do projeto.
Variáveis que influenciam a aprovação da mudança
Toda mudança, por menor que seja, terá um custo; e quanto mais nos aproximamos do fim do projeto
maior será o custo para implementá-la. Existe um ponto importante a ser observado, é que normalmente as
mudanças são analisadas e aceitas até um determinado marco no tempo do projeto. Depois desse marco elas
iniciam a ser ora rejeitadas ora aceitas, dependendo do caso. Chegando por fim a serem totalmente rejeitadas.
A figura a seguir mostra essa evolução no tempo.
Um exemplo bem simples de como as mudanças podem ou não ser aceitas dependendo da fase do projeto
é a construção de uma casa.
Vamos supor que o projeto inicial tenha previsto a construção de três suítes. Depois de muita conversa, sua
esposa o convence que o ideal é terem duas suítes e dois quartos com um banheiro servindo a eles.
Vamos agora analisar essa mudança em três fases do projeto (início, meio e fim). No início, mesmo que as
paredes já tenham sido levantadas, o custo da mudança não é muito grande. As paredes originais podem ser
derrubadas e novas paredes levantadas sem grandes transtornos.
No meio da obra, depois que os encanamentos já foram feitos o custo da mudança já se torna expressivo,
pois a linha de esgoto terá que ser mudada de lugar para que o banheiro possa ficar em uma posição que sirva
aos dois quartos.
Já ao final da obra, com todos os pisos e azulejos colocados, a opção de realizar a mudança provavelmente
não será tomada, a não ser que seja extremamente vital para o projeto.
Além da variável custo da mudança, podemos inserir as variáveis influência das partes interessadas e riscos.
Veja na figura a seguir que tais variáveis se comportam de forma inversa ao custo. Vamos ver o por quê.
No início do projeto os riscos (e as incertezas) são altas, pois ainda não temos todo o escopo definido e a
qualquer momento as prioridades da organização podem mudar e o projeto pode ser cancelado. Como nesta
fase pouco se gastou, o cancelamento de um projeto não trará muitos prejuízos.
Da mesma forma, a influência das partes interessadas é mais alta, pois como o projeto ainda não “tomou
forma”, elas podem decidir como será o resultado final, e caso não estejam de acordo com esse resultado,
podem solicitar que ele seja cancelado.
À medida que o projeto progride para o seu final, os riscos (e as incertezas) vão se reduzindo, pois o
seu resultado já é palpável e depois que todo esse investimento foi feito, dificilmente uma organização irá
cancelar um projeto em vias de conclusão. O mesmo se aplica às partes interessadas, neste ponto pouco
podem influenciar, pois o que tinha para ser decidido e escolhido já o foi.
O controle da configuração foca as especificações das entregas e dos processos, enquanto o controle de
mudanças foca na identificação, documentação e aprovação ou rejeição das mudanças nos documentos, ou nas
linhas de base do projeto.
O plano de gerenciamento da configuração define os itens que são configuráveis, ou seja, aqueles que
requerem controle formal de mudança. Define também o processo para controlar as mudanças desses itens.
O processo
Este processo é composto pelos seguintes elementos:
Entradas
Plano de gerenciamento do projeto
O Plano de gerenciamento do projeto é uma das entradas deste processo, já que ele contém os planos
auxiliares aprovados que podem influenciar na abordagem adotada para aprovar ou rejeitar as mudanças.
Dentre os diversos itens que compõem o plano de gerenciamento do projeto, o guia Guia PMBOK® destaca:
• Plano de gerenciamento de mudanças: este plano mostra como será o processo de mudanças, bem
como o comitê de controle de mudanças deverá agir.
• Plano de gerenciamento da configuração: este é o documento que define os itens que podem sofrer
alterações e os que requerem controle formal de mudança.
• Linha de base do escopo: esta linha de base indica como será o produto do projeto. Vamos relembrar
os itens que a compõem?
• Estrutura analítica do projeto (EAP): contém, usualmente de forma gráfica, os componentes de todo
o trabalho do projeto. Nela é mostrado tanto o trabalho interno quanto o trabalho que poderá ser
realizado externamente.
• Linha de base do cronograma: esta linha de base é usada para se verificar o impacto das mudanças no
cronograma do projeto.
• Linha de base dos custos: esta linha de base é usada para se verificar o impacto das mudanças nos
custos do projeto.
Documentos do projeto
• Base das estimativas: estas bases indicam como as estimativas de duração, custo e recursos foram
definidas e ajudam a identificar o impacto das mudanças em termos de tempo, orçamento e recursos.
• Matriz de rastreabilidade dos requisitos: esta matriz ajuda na identificação do impacto das mudanças
no escopo.
• Relatório dos riscos: uma mudança solicitada pode gerar novos riscos, e é por isso que este relatório
deve ser considerado.
Solicitações de mudança
Vários processos do grupo de processos de Execução e todos os processos do grupo de Monitoramento e
controle podem gerar solicitações de mudanças. Essas solicitações são inseridas no processo de Controle de
integrado de mudanças para serem avaliadas e aprovadas ou rejeitadas.
Ferramentas e técnicas
Opinião especializada
Já vimos em diversos pontos que a opinião especializada poderá ser solicitada para auxiliar no
desenvolvimento do projeto. Neste ponto, além dos especialistas, podemos solicitar que as partes interessadas
participem do comitê de controle de mudanças.
Análise de dados
Analise de alternativas
Nada mais é que identificação das alternativas para o projeto, análise e seleção da melhor opção. Neste
processo esta técnica é usada para decidir quais solicitações serão aceitas, rejeitadas ou que precisam ser
modificadas antes de serem aceitas.
Análise do custo-benefício
Análise Custo Benefício (ACB) estuda a relação entre os custos e os benefícios da mudança, expressos em
termos monetários. Ou seja, avaliamos se vale a pena, em termos monetários, executar a mudança.
Tomada de decisão
Decisões devem ser tomadas para escolher qual a melhor forma de responder a uma mudança, ação
corretiva, ação preventiva, reparo de defeitos etc. E entre as ferramentas que podem ser usadas, sugere-se:
• Votação: inclui decisões que podem ser tomadas em unanimidade, maioria ou pluralidade.
• Análise de decisão envolvendo múltiplos critérios: uma matriz de decisão é utilizada em que pesos são
atribuidos a cada critério, e a partir da pontuação recebida, decide-se por uma ou outra opção.
Reuniões
Já vimos que durante o controle integrado de mudanças deverão ser realizadas reuniões do comitê de
controle de mudanças para reunir, avaliar, aprovar ou rejeitar as mudanças solicitadas desde a última reunião.
Saídas
Solicitações de mudanças aprovadas
As solicitações de mudanças aprovadas são as principais saídas deste processo. Elas se tornarão entradas
para o processo Orientar e gerenciar trabalho do projeto conforme mostrado na figura a seguir.
As solicitações de mudança (tanto aprovadas quanto rejeitadas) são armazenadas no Registro das mudanças.
Nesse registro também são armazenadas as modificações implementadas e no caso das solicitações rejeitadas,
quais foram os motivos para a sua rejeição.
Pode haver uma certa confusão entre as funções dos processos Validar o escopo do projeto, Controlar a
qualidade e Controlar o escopo do projeto, por isso na tabela a seguir mostramos as diferenças entre elas:
Processo Função
Validar o escopo O foco é na aceitação dos resultados
do trabalho. Exemplo: o escopo previa
quatro paredes construídas e pintadas
de branco, e na validação do escopo
confirmamos que as quatro paredes
foram efetivamente construídas e
pintadas da cor especificada.
Controlar a qualidade O foco é na avaliação dos resultados do
trabalho para garantir que os requisitos
de qualidade foram atendidos. Exemplo:
o escopo previa quatro paredes
construídas e pintadas de branco e o
controle de qualidade solicitava que a
parede não poderia estar torta, e nem a
pintura com manchas ou bolhas.
Controlar o escopo O foco é nas mudanças do escopo.
Exemplo: o escopo previa quatro
paredes pintadas de branco e houve
a solicitação de mudança para três
pintadas de branco e uma de azul.
O risco mais comum é o que se chama de scope creep, que é o aumento sem controle do escopo do projeto
sem ajustes de tempo, recursos e custos. Assim, novas funcionalidades são adicionadas sem que se meçam
quais serão os impactos no projeto.
Normalmente essa solicitação vem do cliente que a passa diretamente para algum membro da equipe de
execução do projeto. O gerente só descobre depois que o andamento do projeto já não corresponde mais ao
planejado. Por isso, é importante conscientizar TODA a equipe do projeto que essa é uma prática condenada.
Outro risco muito comum é o gold plating, que é entregar ao cliente mais do que o esperado. Mas,
você deve estar se perguntando: “Maravilhar o cliente não é o mais importante?” Não! Não é! Quanto mais
funcionalidades extras, maiores serão os custos. E é quase certo que o cliente não arcará com os custos dessas
melhorias não solicitadas. Diferente do scope creep a solicitação dessas melhorias vem do gerente do projeto
ou de sua equipe e não do cliente.
O gerente de projeto deve entregar ao cliente o que ele solicitou e somente isso. Adicionar extras ao projeto
produz uma perda de tempo e dinheiro e pode não representar benefícios.
Validar o escopo (5.5)
Segundo o Guia PMBOK®, a validação do escopo é o processo de obtenção da aprovação formal das entregas
do projeto por parte do cliente e/ou patrocinador. Este processo deve ocorrer sempre ao final de cada fase e
também ao final do ciclo de vida do projeto a fim de revisar as entregas parciais e os resultados do trabalho,
garantindo assim que tudo foi realizado de maneira satisfatória.
Veja na figura a seguir que para executarmos este processo precisaremos das entregas verificadas que são
uma das saídas do processo Controlar a qualidade:
Monitoramento e controle
2. Entregas
Entrada verificadas
1. Entregas
Saída 3. Entregas aceitas
verificadas
O Processo
Este processo é composto pelos seguintes itens:
Entradas
Plano de gerenciamento do projeto
A validação do escopo utiliza como entradas os documentos gerados durante o Planejamento do escopo,
tais como:
• Plano de gerenciamento do escopo: neste plano está descrito como será realizada a aceitação formal
do escopo validado.
• Plano de gerenciamento dos requisitos: neste plano está descrito como os requisitos do projeto serão
validados.
• Linha de base do escopo (declaração do escopo do projeto, EAP, dicionário da EAP): esta linha de base
será utilizada como base de comparação com o que está sendo entregue.
Documentos do projeto
• Registro das lições aprendidas: lições aprendidas de outros projetos, bem como do projeto em curso
podem ser usadas para melhorar a eficiência e eficácia da validação das entregas.
• Relatórios da qualidade: informações vindas deste relatório podem ser usadas para a validação do que
está sendo entregue.
• Documentação dos requisitos: Esta documentação contém os requisitos do projeto e do produto, bem
como seus critérios de aceitação. Para validar o escopo precisamos checar se os requisitos da entrega
são compatíveis com os que foram documentados.
• Matriz de rastreabilidade dos requisitos: Esta matriz ajuda a identificar a origem dos requisitos, além
de permitir o seu rastreamento durante todo o projeto. Ela é um item auxiliar da documentação dos
requisitos.
Entregas verificadas
As entregas verificadas são uma saída do processo controlar a qualidade. Elas são verificadas em relação
aos critérios de qualidade esperados, como por exemplo: dentro dos limites de tamanho aceitáveis, na cor
especificada, com o desempenho esperado e etc.
Ferramentas e técnicas
Inspeção
Esta é uma ferramenta originária da área de qualidade e seu principal objetivo é verificar a conformidade
com a qualidade que foi especificada. No entanto, observe que neste processo não verificaremos isso. O que
será validado é se as entregas correspondem aos requisitos e aos critérios de aceitação do produto.
Essa inspeção também chamada de revisão, auditoria ou homologação tem como abrangência a verificação
de todas as entregas.
Tomada de decisão
Já vimos em capítulos anteriores que as técnicas para tomada de decisão envolvem a avaliação das
alternativas apresentadas para resolver uma determinada questão. Os métodos mais comuns são: ditadura,
maioria, pluralidade e unanimidade.
Saídas
Entregas aceitas
Esta é a principal saída deste processo. As entregas que estão de acordo com as especificações são aceitas
formalmente a partir da assinatura de documentos do tipo “Aceite”. Esses documentos indicam que o cliente
validou e aceitou a entrega/produto da forma que está. Todos os documentos de aceite assinados são entradas
para o processo Encerrar o projeto ou fase como veremos oportunamente.
Solicitações de mudança
As entregas concluídas que foram rejeitadas deverão ter os seus motivos documentados e então ser enviadas
para o processo Realizar o controle integrado de mudanças. Normalmente entregas rejeitadas precisarão passar
por reparos de defeitos, embora em alguns casos possam ser totalmente descartadas.
Controlar o escopo é assegurar que todas as mudanças solicitadas e ações corretivas ou preventivas sejam
processadas formalmente e que estejam refletidas na linha de base do escopo.
Sem o gerenciamento de alterações formalizado não é possível garantir que as mudanças de escopo
propostas tenham o suporte das partes interessadas. Este processo deve, então:
• Comunicar a mudança.
Durante a fase de Planejamento, mudanças no escopo gerarão um impacto maior sobre o cronograma
e o custo porque provavelmente exigirão um planejamento adicional, novos recursos, tempo extra etc.
Quanto mais o projeto progride maiores serão os impactos no cronograma e nos custos gerados pelas
mudanças.
Outro impacto negativo relacionado às mudanças se refere ao impacto sobre moral da equipe. Mudanças
realizadas tardiamente no ciclo de vida de um projeto podem gerar sentimentos negativos tanto individuais
quanto na dinâmica de trabalho da equipe. Afinal, para que se esforçar tanto para encerrar uma atividade se
daqui há um mês ela terá que ser refeita por conta de mudanças solicitadas?
Inovação/exclusão Baixo
Áreas afetadas
Medida corretiva ou inovação
Impacto nos custos Alto
Impacto na qualidade
Impacto nos prazos
Impacto nos
Impacto em custos e/ou Urgência na
Prioridade 0 Alto Alto Urgente
outras áreas prazos do mudança
projeto
O processo
Este processo é composto pelos seguintes itens:
Entradas
Plano de gerenciamento do projeto
Os planos utilizados neste processo são todos aqueles que de alguma forma se relacionam com o escopo do
produto e do projeto. Por isso, citamos os seguintes: plano de gerenciamento do escopo, plano de gerenciamento
dos requisitos, plano de gerenciamento de mudanças, plano de gerenciamento da configuração, linha de base
do escopo e linha de base da medição do desempenho.
Documentos do projeto
• Registro das lições aprendidas: lições aprendidas de outros projetos, bem como do projeto em curso
podem ser usadas para melhorar a eficiência e eficácia no controle do escopo.
• Documentação dos requisitos: Obviamente que para controlar o escopo precisaremos do documento
que especifica quais são os requisitos do produto, pois só assim poderemos comparar o que foi solicitado
com o que será entregue.
• Matriz de rastreabilidade dos requisitos: Esta matriz ajuda a identificar a origem dos requisitos, além de
permitir o seu rastreamento durante todo o projeto e assim detectar o impacto das mudanças. Ela é um
item auxiliar da documentação dos requisitos.
Ferramentas e técnicas
Análise de dados
Análise de variação
Esta é uma técnica que permite determinar a causa e o grau de diferença entre a linha de base e o
desempenho real. No caso do escopo, são realizadas medições do desempenho do projeto para comparar as
entregas previstas com as entregas efetivamente realizadas corretamente. Também são realizadas medições
relacionadas às entregas que tiveram ações preventivas ou corretivas agendadas.
Tais medições são interessantes, pois podem apontar falhas na especificação do escopo, nas especificações
dos requisitos ou ainda na execução do projeto.
Em gerenciamento de projetos a análise das tendências é uma técnica matemática que utiliza resultados
históricos para prever o resultado futuro. Isto é conseguido através do rastreamento das variações no
desempenho de custo e cronograma. Ela examina o desempenho do projeto ao longo do tempo para determinar
se está melhorando ou piorando. São valiosas para o entendimento do desempenho até a presente data e para
a comparação com objetivos de desempenho futuros.
Saídas
Informações sobre o desempenho do trabalho
Entre as informações sobre o desempenho do trabalho relacionadas ao escopo podemos ter as comparações
entre o escopo previsto e o escopo entregue, as mudanças recebidas classificadas por tipo ou categoria, causas
das variações, impactos gerados no cronograma ou no custo e a previsão de desempenho futuro.
Por exemplo, vamos supor que no último mês foram feitas 25 solicitações de mudança por conta de falhas de
especificação em um dos módulos do software de controle de estoques. E a média mensal dos demais módulos
é de cinco solicitações. Como a variação é muito grande, pode-se a partir dessa informação estabelecer ações
para análise das causas.
Solicitações de mudança
O controle do escopo pode resultar em solicitações de mudança na linha de base do escopo ou em qualquer
outro componente do projeto. Essas solicitações podem ser as mais variadas, podendo incluir as preventivas,
corretivas, de reparos de defeitos ou de melhorias. Elas então se tornam entradas do processo Realizar o
controle integrado de mudanças.
Assim, o monitoramento e controle do tempo têm por finalidade assegurar que o projeto será entregue no
prazo previsto. Para tanto o Guia PMBOK® sugere o seguinte processo:
• Controlar o cronograma (6.6).
Ignorar Prioridade 3
Não Não
Atualização do Impacto no
Avaliação dos Atraso maior
ÍNÍCIO cronograma prazo final do Sim
desvios que xxx dias?
projeto?
Áreas afetadas
Medida corretiva ou inovação
Impacto nos custos
Sim
Impacto na qualidade
Impacto nos prazos
Impacto nos riscos
Hora-extra
Mutirão Sim Sim Não
Banco de horas
• Comunicar as mudanças.
O processo
Entradas
Plano de gerenciamento do projeto
Os planos auxiliares utilizados neste processo são todos aqueles que de alguma forma se relacionam com o
cronograma do produto e do projeto. Por isso, citamos os seguintes: plano de gerenciamento do cronograma,
linha de base do cronograma, linha de base do escopo e linha de base da medição do desempenho.
Documentos do projeto
• Registro das lições aprendidas: lições aprendidas de outros projetos, bem como do projeto em curso
podem ser usadas para melhorar a eficiência e eficácia no controle do cronograma.
• Calendários do projeto: Alguns projetos usam vários calendários para compor o cronograma final. Por
exemplo, quando o projeto é executado em diversas regiões do país, deve-se criar um calendário para
cada uma dessas cidades participantes, já que existem feriados específicos em cada uma.
• Cronograma do projeto: O cronograma a ser utilizado é a versão mais recente com as indicações das
atividades já terminadas e das atividades iniciadas até este momento.
É importante não confundir a linha de base do cronograma com o próprio cronograma.
A linha de base do cronograma é como uma fotografia tirada no momento de sua aprovação. Ela
contém as datas planejadas de início e término de todas as atividades do cronograma. Se novas datas
forem repactuadas, uma nova linha de base deverá ser criada.
• Calendários dos recursos: estes calendários mostram a disponibilidade da equipe e recursos físicos.
Ferramentas e técnicas
Análises de dados
As principais técnicas utilizadas são:
Análise de valor agregado
O desempenho indicado pelo valor agregado compara a linha de base de medição do desempenho com
o prazo real e o desempenho de custos. Veremos em detalhes esta ferramenta nos capítulos referentes ao
monitoramento e controle dos custos.
Se o projeto não utiliza o gerenciamento do valor agregado, poderá ser realizada uma análise da variação
comparando as datas planejadas com as atuais, conforme mostramos no exemplo a seguir.
1. Inicialmente é necessário criar a linha de base do projeto. (Obs: o MS-Project grava a linha de base toda
vez que o usuário solicitar).
2. À medida que as atividades são executadas, a equipe de gerenciamento do projeto vai preenchendo
o campo: “Percentual Completado (Percent Complete)”. Observe que não se precisa esperar que a
atividade seja totalmente completada para ter seu progresso atualizado.
A análise das diferenças encontradas entre o previsto e o realizado exige que alternativas sejam executadas
para colocar o projeto de volta aos “trilhos”. Podemos por exemplo: alocar mais recursos (=comprimir o
cronograma), paralelizar atividades, excluir partes do escopo, adiantar ou atrasar atividades etc.
O gráfico de Burndown é muito utilizado em projetos ágeis e representa visualmente a soma das estimativas
dos esforços restantes do Backlog, permitindo também uma comparação com os atuais trabalhos realizados.
Pode ser dividido em:
• Burndown do produto: registra a soma dos esforços restantes do Backlog do Produto ao longo do tempo.
O esforço estimado pode estar em qualquer unidade de medida que o Time entenda, mas geralmente
para o Burndown do Produto a unidade de medida são Sprints.
• Burndown da Sprint: representa a quantidade restante de trabalho do Backlog da Sprint, ao longo dos
dias de duração da Sprint. O esforço estimado pode estar em qualquer unidade de medida que o Time
entenda, mas geralmente para o Burndown da Sprint a unidade de medida são Horas.
Neste gráfico são mostradas duas linhas. A linha reta indica a quantidade de itens que estão previstos serem
entregues na Sprint. Já a linha azul indica o que efetivamente está sendo entregue.
Começamos, então no 1º dia (de um período de 10), com 55 itens a serem entregues e ao final do 10º dia
(segundo a previsão) precisaremos ter entregue tudo.
Em um projeto a linha de entregas efetivas (azul) não casa exatamente com a linha reta (rosa) e isso é
perfeitamente normal e esperado. O que o time deve procurar fazer é chegar ao final do período atingindo a
meta que é entregar o previsto.
Análise de desempenho
A análise de desempenho executada neste processo verifica elementos tais como datas atuais de início e
fim das atividades programadas e qual a duração restante para o seu término.
Análise de variação
Esta é uma técnica que permite determinar a causa e o grau de diferença entre a linha de base e o
desempenho real. No caso do cronograma, são realizadas medições do desempenho do projeto para comparar
as datas previstas com as datas efetivamente realizadas. Tais medições são interessantes, pois podem apontar
falhas na especificação da duração de atividades, retrabalhos etc.
Análise e-se
Esta é uma análise da pergunta “e se a situação representada pelo cenário ‘X’ ocorrer?”, ou seja, simulações
de diferentes cenários são realizadas, tais como atrasar a entrega de um componente principal, prolongar
as durações ou introduzir fatores externos (uma greve ou uma mudança no processo de licenciamento, por
exemplo).
O resultado desta análise pode ser utilizado para avaliar a viabilidade do cronograma do projeto sob
condições adversas, e para preparar planos de contingência e de resposta para superar ou mitigar o impacto de
situações inesperadas.
Nem todo atraso é prejudicial. Atividades fora do caminho crítico podem atrasar até um determinado ponto.
O problema começa quando os atrasos acabam por tornar um caminho que não era crítico em crítico.
Também já vimos esta técnica em detalhes nos capítulos referentes ao Planejamento do cronograma. Neste
processo, ela é utilizada para se checar o tamanho dos buffers de proteção do cronograma. Se o buffer necessário
para o término (ou seja, o planejado) for menor que o buffer restante (ou seja, o buffer restante atual) alguma
medida corretiva deve ser executada, caso contrário o projeto irá atrasar.
É claro que só serão verificados os buffers se se estiver utilizando o método da corrente crítica.
Otimização de recursos
Este é mais um conjunto de ferramentas/técnicas que foi visto em detalhes nos capítulos referentes ao
Planejamento do cronograma. Tais técnicas visam ajustar o cronograma de forma que ele seja mais eficiente em
termos de alocação de recursos. Elas podem ser: Nivelamento de recursos, estabilização de recursos e alocação
reversa de recursos.
Antecipações e esperas
Mais uma ferramenta/técnica vista nos capítulos referentes ao Planejamento do cronograma. Resumidamente
temos que é fundamental que sejam considerados pela equipe técnica do projeto as antecipações (leads) e os
atrasos (lags) que podem influenciar na relação lógica entre atividades ou mesmo em sua duração.
Compressão do cronograma
Novamente, aqui temos mais uma ferramenta/técnica vista nos capítulos referentes ao Planejamento do
cronograma. Tais técnicas devem ser utilizadas quando queremos obter prazos menores para conclusão do
projeto. Elas podem ser: compressão e paralelismo.
Saídas
Informações sobre o desempenho do trabalho
Caso o projeto esteja utilizando o valor agregado, dois indicadores de desempenho, o VPR – Variação de
prazos e o IDP – índice de desempenho de prazos devem ser documentados e comunicados às partes interessadas.
Veremos em detalhes esses indicadores nos capítulos referentes ao Monitoranento e controle dos Custos.
Previsões de cronograma
As previsões são estimativas futuras com base nas informações obtidas até o momento, ou seja, a partir do
desempenho passado podemos efetuar previsões do desempenho futuro. Tais previsões devem ser publicadas
para todas as partes interessadas.
Solicitações de mudança
Variações nos prazos e durações podem originar solicitações de mudança de maneira a permitir que o projeto
tenha seu desempenho corrigido. Tais solicitações podem gerar mudanças nas linhas de base do cronograma,
do escopo, do custo além de outros componentes do projeto.
As solicitações de mudança só serão efetivamente realizadas após serem aprovadas pelo processo Realizar
o controle integrado de mudanças e podem ser do tipo corretivas, preventivas ou reparo de defeitos.
• Linha de base do cronograma: este é o item que tem a maior probabilidade de ser alterado. Mudanças
no escopo, nos recursos ou nas atividades podem gerar alterações de prazos e datas, ensejando
atualizações na linha de base do cronograma. Como boa prática, o gerente do projeto só deve criar uma
nova linha de base com a aprovação do patrocinador do projeto.
• Plano de gerenciamento do cronograma: pode ser que este plano subsidiário precise ser alterado para
refletir as mudanças na forma como o cronograma está sendo controlado (por exemplo, indicando
novas ferramentas de controle).
• Linha de base dos custos: normalmente alterações no cronograma afetam os custos do projeto. Essas
alterações podem vir, por exemplo, de solicitações de mudança do escopo (com a inclusão de novos
itens ao produto final) ou pelas técnicas de compressão (o paralelismo coloca mais recursos trabalhando
ao mesmo tempo, o que aumenta os custos do projeto durante esse período).
• Cronograma do projeto: as novas datas repactuadas devem ser indicadas no cronograma em uso.
• Registro dos riscos: alterações de prazos e datas são fortes candidatos a gerar riscos adicionais ao
projeto. Por isso, deve-se levá-los em consideração ao realizar essas alterações.
Monitorando e Controlando os Custos
Existem diversos motivos para se controlar o custo do projeto, mas sem dúvida, o principal é garantir que o
orçamento previsto não estoure descontroladamente.
Assim, o gerente do projeto precisa garantir que está gerenciando eficazmente os orçamentos e gastando
o dinheiro de forma responsável, e ainda entregando resultados de alta qualidade. O Guia PMBOK® sugere o
seguinte processo para o monitoramento e controle dos custos:
• Controlar os custos (7.4).
Apesar de todas as estratégias e ferramentas à disposição, ainda há um grande número de projetos que
acabam acima do orçamento, muitos dos quais vítimas de surpresas desagradáveis.
• Retrabalho: Refazer o mesmo trabalho terá invariavelmente o mesmo custo que para fazê-lo da primeira
vez. Além disso, o retrabalho certamente irá drenar a moral da equipe. Manter uma boa comunicação
com o cliente e outras partes interessadas pode ajudar a evitar esta situação, e se o cliente pediu uma
alteração que está completamente fora do escopo planejado ele deve ser alertado sobre o fato e que
provavelmente será cobrado por isso.
• Fornecedores: Como fornecedores normalmente cobram por cada hora de trabalho, se não forem
mantidos ocupados, mantidos nos trilhos ou utilizados de forma eficiente, o gerente do projeto pode
acabar com uma conta muito mais cara do que havia orçado.
• Agendamento ruim: O agendamento inteligente das atividades do projeto pode melhorar drasticamente
a eficiência da equipe, evitando que recursos fiquem parados à espera que outros recursos encerrem
suas atividades. Recurso parado é dinheiro mal gasto.
• Uso de equipamentos: Muitos projetos não podem evitar a necessidade de alugar equipamentos para
certas atividades. Por isso, é importante verificar o seu uso de forma eficiente e eficaz. Algumas empresas
cobram um valor único por uso, enquanto outras cobram por dia. Os gerentes de projetos precisam se
planejar para a chegada do equipamento e garantir que está tudo pronto para aproveitar ao máximo a
sua presença e assim evitar a adição de tempo extra ao custo do aluguel.
Não Não
Atualização do Impacto no
Avaliação dos Valor maior que
ÍNÍCIO orçamento orçamento final Sim
desvios xxx ?
do projeto?
Áreas afetadas
Medida corretiva ou inovação
Impacto no escopo
Sim
Impacto na qualidade
Impacto nos prazos
Impacto nos riscos
Percentual
Permitido uso
Prioridade 0 Não Sim completo maior
das reservas?
que xxx%?
Sim Não
Prioridade 1 Prioridade 2
• Registrar exatamente todas as mudanças adequadas em relação à linha de base dos custos;
• Evitar que mudanças incorretas, inadequadas ou não aprovadas sejam incluídas nos custos relatados ou
na utilização de recursos;
• Agir para manter os “estouros” nos custos dentro dos limites aceitáveis.
Este processo deve estar fortemente integrado com os outros processos de controle, tais como controle
de mudanças de escopo, controle do cronograma, controle da qualidade etc. Uma resposta inadequada para
variações de custo, podem por exemplo, causar problemas de qualidade ou de prazo, inviabilizando o projeto.
Já com o uso do valor agregado, devemos considerar o que foi efetivamente desenvolvido (chamado de
progresso físico) e assim apurar o desvio como mostrado na tabela a seguir.
Análise tradicional Análise Valor agregado
Custo planejado (R$) 3.000,00 3.000,00
Custo Realizado (R$) 3.000,00 3.000,00
Desvio 0 -> por esta análise, 1.000,00 -> o projeto só entregou 2/3 do
nosso projeto está Ok! previsto, ou seja, entregou R$2.000,00 de
valor agregado. Faltam, portanto, entregar
ainda R$ 1.000,00! Temos um problema no
nosso projeto!
Assim, vemos que o valor agregado é uma ferramenta/técnica que tem como foco a relação entre os
custos reais consumidos e o produto físico obtido no projeto. Ele permite ao gerente avaliar se o projeto está
consumindo mais dinheiro para realizar uma determinada atividade ou se está dentro da normalidade, e assim
dando subsídio para que sejam tomadas ações corretivas e preventivas.
O progresso físico é a indicação de quanto o projeto avançou de “verdade”, ou seja, o que foi realmente
produzido até um determinado momento. No exemplo do tópico anterior, o progresso físico indicava que apenas
2/3 do trabalho havia sido feito.
Muitas vezes a indicação do progresso físico pode ser complicada. Quando temos a construção de uma
cerca, fica relativamente fácil indicar qual é o progresso físico, pois podemos observar o seu andamento. Agora,
imagine como medir o progresso físico em um projeto com milhares de centenas de atividades, sendo muitas
delas intangíveis.
Por exemplo, se temos uma atividade que indica que um determinado componente de software precisa ser
construído, como podemos indicar que 20%, 30%, 50% ou 90% desse componente já foi concluído? E com qual
frequência devemos fazer isso? Ou seja, dia após dia, indicaremos: 20%, 21%, 22%? Isso é viável?
De forma a resolver essas questões, existem algumas abordagens que podem tornar a indicação do progresso
físico mais simples, como veremos a seguir:
Fórmula simples
Esta abordagem indica que assim que um determinado pacote de trabalho seja iniciado, um percentual
seja alocado a ele. E quando o pacote for concluído o percentual restante será alocado. É usual termos os
percentuais 20-80%, 50-50%, 25%-75%.
Exemplo: ao iniciar o pacote de trabalho será alocado 20% de progresso físico (mesmo que esse não seja
o progresso físico real nesse momento). Quando o pacote de trabalho for concluído, indica-se que o progresso
físico chegou a 100%. Esse tipo de medição pode trazer algumas distorções porque indica pequeno progresso
entre o início e o meio da execução do pacote de trabalho. O uso dos percentuais 50-50% também podem trazer
distorções, só que desta vez, indicando um grande progresso no início, mesmo que a execução tenha acabado
de começar.
Mas de forma geral, este tipo de medição atende bem quando temos pacotes de trabalho pequenos, que
não ultrapassem duas ou três semanas para serem concluídos.
Marcos ponderados
Nesta abordagem, os pacotes de trabalho são divididos em marcos específicos para refletir uma divisão
natural do trabalho. A cada marco alcançado é associado um percentual de conclusão do trabalho. Esta
abordagem é bem interessante quando os pacotes de trabalho se repetem.
Exemplo: No caso da construção de software podemos considerar que um pacote de trabalho (que contém a
construção de um componente de software) estará 20% concluído quando os Casos de uso e demais documentos
de análise estiverem terminados. 60% estará concluído quando o componente for liberado para testes. 80%
estará concluído quando for aprovado nos testes e 100% concluído quando a documentação estiver pronta.
Percentagem completa
Nesta abordagem o desempenho é medido por meio de uma avaliação subjetiva do percentual já terminado
da atividade ou do pacote de trabalho. O executor da atividade deve lançar um percentual (entre 0-100%) do
quanto já foi concluído do trabalho. Aqui o importante é indicar o intervalo das medições, para não deixar a
equipe mais preocupada em lançar os percentuais completados, do que executar as próprias atividades.
Este método tem um alto grau de subjetividade uma vez que a indicação do percentual completado é
indicado pela percepção individual de quem o está executando e que para agradar os chefes pode avaliar de
forma muito otimista o progresso de seu trabalho.
Unidades equivalentes
Esta abordagem calcula o progresso físico em unidades produzidas de acordo com o consumo direto de
recursos.
Exemplo: Na área de construção civil, tem-se que em média leva-se três meses para pavimentar 100 m2 de
rodovia. Assim, se em um mês foram pavimentados 50 m2, o percentual completo da atividade é de 50%.
O processo
Este processo é composto pelos seguintes itens:
Entradas
Plano de gerenciamento do projeto
Do plano de gerenciamento do projeto extraem-se informações da linha de base de custos (para que se
possa comparar os custos reais e os planejados), do plano de gerenciamento dos custos (que indica como os
custos do projeto são gerenciados e controlados) e da linha de base de medição do desempenho.
Documentos do projeto
Entre os diversos documentos que podem servir de entrada para este processo podemos considerar as
lições aprendidas que servem para aprimorar os processos em execução e em particular neste caso, como
melhor controlar os custos do projeto.
Ferramentas e técnicas
Opinião especializada
Especialistas com conhecimento em cálculos de análises de variação, valor agregado, previsões e análises
financeiras são muito bem vindos.
Análise de dados
Análise do valor agregado (AVA)
Da forma como se conhece hoje, o AVA teve sua origem no Departamento de Defesa Americano em 1967
para controlar e administrar riscos e custos de grandes projetos e programas.
O gerenciamento do valor agregado é uma metodologia que mede o desempenho do projeto combinando
e integrando a avaliação do escopo, o cronograma e os custos. Ele é utilizado para auxiliar a equipe de
gerenciamento a avaliar e medir o desempenho e progresso do projeto.
A AVA monitora três dimensões chave para cada pacote de trabalho, conta de controle e/ou atividade:
• Valor planejado (VP): representa o valor do progresso físico planejado até a data da avaliação. O total
do VP algumas vezes é chamado de linha de base de medição do desempenho.
• Valor agregado (VA): representa o valor do progresso físico efetivamente realizado até a data da
avaliação. É chamado de agregado, pois o resultado do trabalho “agregou” valor ao projeto.
Vamos considerar um exemplo bem simples tal como a construção de um muro ao redor de um terreno.
Para esse pequeno projeto temos planejado que a construção levará quatro semanas, sendo que cada lado
do muro custará R$1.000,00 e levará uma semana para ser erguido. Assim, o orçamento final previsto é de R$
4.000,00 com prazo de conclusão em quatro semanas.
Após três semanas de execução, verificou-se que foram construídas duas das quatro paredes do muro e que
para isso foram gastos R$3000,00. Assim, temos as seguintes informações:
• Valor planejado: segundo o planejamento deveriam ter sido construídas três paredes e gastos
R$3.000,00.
• Custo real: o custo efetivamente gasto após três semanas foi de R$3.000,00.
• Valor agregado: após três semanas agregou-se ao projeto duas paredes, ou seja, R$2.000,00 de parede.
O projeto agregou menos que o planejado, já que após três semanas deveríamos ter três paredes construídas
e foram construídas apenas duas. E para piorar, além de terem sido construídas somente duas paredes, elas
custaram R$1.000,00 a mais do que o planejado!
Análise das variações
A partir das três dimensões chave, a técnica do gerenciamento do valor agregado calcula indicadores de
variação que traduzem desvios positivos ou negativos em relação à linha de base de medição do desempenho.
• Variação de prazos (VPR): esta é uma medida do desempenho do cronograma do projeto. É uma
métrica útil, pois pode indicar que um projeto está se atrasando em relação a sua linha de base. Valores
negativos indicam que o projeto está atrasado. Já valores positivos, que o projeto está adiantado. E
valores iguais a zero, que o projeto está progredindo exatamente de acordo com o planejado. Usamos
a seguinte fórmula:
VPR = VA – VP
Onde:
• Variação de custos (VC): esta é uma medida do desempenho dos custos do projeto. É uma métrica útil,
pois pode indicar que um projeto está gastando além do previsto em relação à sua linha de base. Valores
negativos indicam que o projeto está gastando mais do que devia. Já valores positivos, que o projeto
está gastando menos que o previsto. E valores iguais a zero, que o projeto está progredindo exatamente
de acordo com o planejado. Usamos a seguinte fórmula:
VC = VA – CR
Onde:
VPR < 0 => indica que o projeto está atrasado; VPR > 0 => indica que o projeto está adiantado; VPR = 0 =>
indica que o projeto está dentro do planejado;
VC = 2000 – 3000
VC < 0 => indica que o projeto está gastando mais do que devia; VC > 0 => indica que o projeto está
gastando menos do que devia; VC = 0 => indica que o projeto está dentro do planejado;
Na figura a seguir mostramos o gráfico de andamento do nosso projeto. Veja que o valor real (= CR – custo
real) está acima do VP (valor planejado) e o VA (valor agregado) está abaixo.
Pode parecer um pouco irreal avaliar a variação de prazos em termos monetários, além disso um valor
negativo para a variação de custos não mostra exatamente a grandeza do problema. Por exemplo, -1000,00 em
um pacote de trabalho orçado como 100.000,00 não representa uma perda significativa. Já no nosso exemplo,
esse valor afeta em muito o desempenho de custos do projeto.
Por isso, precisamos de indicadores que mostrem as grandezas relativas e assim surgiram os índices de
desempenho do projeto:
• Índice de desempenho de prazos (IDP): é uma medida do progresso alcançado comparado ao progresso
planejado em um projeto. IDP < 1 => indica que menos trabalho foi executado do que o planejado, ou
seja, projeto atrasado; IDP > 1 => indica que mais trabalho foi executado do que planejado, ou seja,
projeto adiantado; IDP = 1 => indica que o trabalho foi executado dentro do planejado, ou seja, projeto
dentro do cronograma previsto. Usamos a seguinte fórmula:
Onde:
• Índice de Desempenho de Custos (IDC): é uma medida do valor do trabalho executado comparado ao
custo real ou progresso feito no projeto. O IDC mede a eficiência de custos do trabalho executado. IDC <
1 => indica um excesso de custo para o trabalho executado, ou seja, estamos “estourando” o orçamento;
IDC > 1 => indica um desempenho de custo abaixo do limite até a data presente, ou seja, estamos
gastando menos que o previsto; IDC = 1 => indica que os custos estão dentro do previsto.
Onde:
IDC = índice de desempenho de custos
VA = valor agregado
CR = custo real
Utilizando o exemplo da construção do muro, temos:
IDP < 1 => indica que menos trabalho foi executado do que o planejado, ou seja, projeto atrasado; IDP > 1
=> indica que mais trabalho foi executado do que planejado, ou seja, projeto adiantado; IDP = 1 => indica que o
trabalho foi executado dentro do planejado, ou seja, projeto dentro do cronograma previsto.
E agora, calcular o índice de desempenho de custos:
IDC < 1 => indica um excesso de custo para o trabalho executado, ou seja, estamos “estourando” o orçamento;
IDC > 1 => indica um desempenho de custo abaixo do limite até a data presente, ou seja, estamos gastando
menos que o previsto; IDC = 1 => indica que os custos estão dentro do previsto.
No gráfico da figura a seguir mostramos os índices IDP e IDC. Ambos estão abaixo de 1 indicando que
estamos com o projeto atrasado e gastando além do previsto.
1,5
1,0
IDC
IDP
0,5
1a semana 3a semana
Previsões
Acompanhar constantemente o projeto é uma prática obrigatória para todo bom gerente de projeto. Mas o
gerenciamento do valor agregado também nos permite “prever o futuro”, ou seja, a partir do andamento atual
do projeto podemos estimar como irá acabar o projeto.
Em um mundo ideal o ENT seria exatamente igual ao ONT. Mas, dificilmente isso acontece. Veja na figura
a seguir um exemplo onde por conta de um atraso na entrega de algumas atividades, o valor agregado ficou
abaixo do esperado e o ONT (Orçamento no término) não corresponde mais ao valor total que será gasto no
projeto. O novo valor é representado pelo ENT = Estimativa no término.
ONT = Orçamento ENT = Estimativa no
no término término
A ENT (estimativa no término) normalmente é calculada somando-se os custos incorridos até a data da
avaliação com a estimativa de custos para se terminar o projeto (EPT = estimativa para terminar). Assim, a
fórmula utilizada é a seguinte:
ENT = CR + EPT
Onde:
ENT = estimativa no término
CR = custo real
EPT = estimativa para terminar
Como já vimos, o CR (custo real) é obtido diretamente pelo andamento do projeto a partir da soma dos
custos incorridos até a data da avaliação. A estimativa para o término pode ser calculada de diversas formas,
variando de acordo com as informações disponíveis no momento. Sendo assim, teremos diferentes formas de
calcular a ENT (estimativa no término):
• ENT a partir da EPT bottom-up: a estimativa para terminar (EPT) é calculada manualmente pelo
gerente do projeto e sua equipe e é baseada na experiência até a presente data. Dessa forma, a partir
do progresso atual do projeto pode-se tentar prever como será o andamento restante do projeto. Assim
a fórmula de cálculo é:
ENT = CR + EPTbottom-up
• ENT a partir da EPT executada no ritmo orçado: este cálculo assume que o trabalho restante a ser
executado pelo projeto o será em conformidade com o plano original e que um desvio ocorrido não
representa uma tendência de degeneração do andamento do projeto. Esta estimativa é usualmente
chamada de Otimista, porque considera que o andamento do projeto será exatamente o que foi
planejado, mesmo que o andamento na data da avaliação tenha sido abaixo do esperado. Deve-se ter
muito cuidado em utilizar esta forma de estimativa, pois pode gerar valores irreais (otimistas demais).
Assim, a fórmula de cálculo será:
A partir dos dados obtidos até o momento do projeto de construção do muro, podemos calcular a estimativa
no término a partir da estimativa para terminar (EPT) executada no ritmo orçado da seguinte forma:
VA = 2000 ONT = 4000 CR = 3000
Veja que o valor obtido para a estimativa no término (ENT) ficou acima do orçamento no término (ONT) em
R$1.000,00. Como veremos a partir do exemplo seguinte, esta estimativa é muito otimista, pois ela considera
que o desempenho futuro será exatamente o que foi planejado, mesmo que o desempenho até o momento
tenha sido sofrível.
• ENT a partir da EPT executada ao IDC presente: este cálculo assume que o trabalho restante a ser
executado pelo projeto seguirá o mesmo desempenho financeiro obtido até o momento (utilizando-
se o IDC = índice de desempenho de custo). Uma tendência negativa ou positiva do IDC obtido até o
momento da avaliação projetará a mesma tendência para os custos finais do projeto. Isso é interessante,
pois alerta o gerente do projeto de que se o andamento se mantiver dessa forma (ou seja, nada for
feito), o projeto terminará fora do orçamento previsto. Como os projetos normalmente são executados
com IDCs inferiores a um, esta estimativa é chamada de Realista. Assim, a fórmula de cálculo será:
Onde:
ENT = estimativa no término
ONT = orçamento no término
IDC = índice de desempenho de custo
A partir dos dados obtidos até o momento do projeto de construção do muro, podemos calcular a estimativa
no término a partir da estimativa para terminar executada ao IDC presente: da seguinte forma:
ONT = 4000 IDC = 0,66
ENT = 6060, 60
Aqui a estimativa no término (ENT) ultrapassa em mais de R$2.000,00 a estimativa inicial do orçamento no
término (ONT). Esta estimativa considera que o desempenho de custos futuro do projeto será exatamente igual
ao desempenho atual, o que serve de alerta para o gerente do projeto.
• ENT a partir de EPT considerando ambos os fatores IDP e IDC: este cálculo assume que o trabalho
restante a ser executado pelo projeto seguirá tanto a projeção financeira determinada pelo índice de
desempenho de custos (IDC) quanto a projeção de prazos determinada pelo índice de desempenho de
prazos (IDP). Esta forma de cálculo é a fortemente aplicável na projeção da estimativa no término no
caso de projetos atrasados e com custos “estourados”, onde a índice composto (IDC x IDP) compõem o
mais rigoroso índice para determinação dessa estimativa. Como nos projetos, o normal é se trabalhar
com IDPs e IDCs inferiores a 1, essa estimativa é chamada de Pessimista.
Onde:
ENT = estimativa no término
CR = custo real
ONT = orçamento no término
VA = valor agregado
IDC = índice de desempenho de custos
IDP = índice de desempenho de prazos
A partir dos dados obtidos até o momento do projeto de construção do muro, podemos calcular a estimativa
no término a partir de EPT considerando ambos os fatores IDP e IDC da seguinte forma:
CR = 3000 ONT = 4000 VA = 2000 IDC = 0,66 IDP = 0,66
Aqui a estimativa no término (ENT) ultrapassa em R$3.591,00 a estimativa inicial do orçamento no término
(ONT). Esta estimativa considera que o desempenho futuro do projeto, tanto de prazos como custos, será
exatamente igual ao desempenho atual, o que serve de alerta para o gerente do projeto. Veja que esta estimativa
retorna o pior dos cenários para o projeto, no entanto não deve ser desprezada.
• Variação no Término (VNT): Embora não detalhada no Guia PMBOK®, ele é referenciada ao abordar
a análise da variação. Por conta disso, vimos a necessidade de esclarecermos como é realizado o seu
cálculo. A VNT indica a diferença do valor do orçamento final planejado em relação ao novo orçamento
final calculado a partir do desempenho conhecido do projeto. Assim, sua fórmula é:
VNT = ONT – ENT
Onde:
VNT = variação no término
ONT = orçamento no término
ENT = estimativa no término
Obs: o valor de ENT (estimativa no término) poderá ser calculada de acordo com uma das quatro formas
apresentadas.
Uma forma de previsão é a utilização do índice de desempenho para término (IDPT) como índice de
desempenho de custo futuro que deve ser produzido para recuperar o IDC realizado até o momento, de modo
a projetar um índice de desempenho de custos final igual a 1.
Em outras palavras o IDPT indica qual deve ser o desempenho do projeto a partir de agora para que quando
ele chegue ao seu final o índice de desempenho de custo seja igual ao planejado inicialmente, ou seja, IDC igual
a 1.
Assim, o IDPT apoia a projeção da viabilidade de se cumprir o orçamento, e um IDPT excessivamente alto
pode inviabilizar o cumprimento do orçamento do projeto.
• IDPT baseado no ONT: Neste caso se utiliza o orçamento no término (ONT) para o cálculo. Deve-se ter
em conta que muitas vezes o ONT não representa mais a verdade, pois o projeto pode ter acumulado
vários desvios de custos. Mesmo assim, sua fórmula é:
A partir dos dados obtidos até o momento do projeto de construção do muro, podemos calcular o índice de
desempenho para término baseado no ONT da seguinte forma:
ONT = 4000 VA = 2000 CR = 3000
O IDPT retornou um valor que é muito pouco provável que o projeto será capaz de recuperar. Esse índice
exige um nível de desempenho muito acima do que foi executado até o momento e pode ser considerado como
otimismo deliberado. Em outras palavras, a partir de agora o projeto terá que aumentar seu desempenho em
100% (ou seja, dobrar!) para que consiga chegar ao final dentro do planejado.
• IDPT baseado no ENT: se o projeto acumulou desvios significativos de custos, será improvável que
seja possível reverter o mau desempenho para que se consiga atingir o ONT (orçamento no término)
planejado inicialmente. Assim, deve-se utilizar a nova previsão representada pelo ENT (estimativa no
término) com a seguinte fórmula:
A partir dos dados obtidos até o momento do projeto de construção do muro, podemos calcular o índice de
desempenho para término baseado no ENT da seguinte forma:
ONT = 4000 VA = 2000 CR = 3000 ENT = 6060 (ENT a partir da EPT executada
ao IDC presente)
Neste exemplo usamos o valor de ENT calculado com o EPT considerando o IDC presente, ou seja, a previsão
também chamada de Realista. Veja que o IDPT agora é de 1,32 o que torna um pouco mais factível alcançar o
desempenho esperado.
Durante o controle, principalmente de custos, a análise de reservas é usada para monitorar a situação das
reservas gerenciais e de contingência a fim de determinar se tais reservas ainda são necessárias ou se devem
ser solicitadas reservas adicionais. À medida que projeto progride, essas reservas podem ser usadas, conforme
planejado, ou liberadas no caso de não serem utilizadas. Estas reservas foram detalhadas nos capítulos referentes
ao Planejamento dos Riscos.
Análises de desempenho
As análises de desempenho comparam o desempenho dos custos através do tempo. O Guia PMBOK®
cita que se o gerenciamento do valor agregado estiver em uso, existem três tipos de análises que podem ser
realizadas conforme mostramos a seguir:
• Análise de variação: esta é uma técnica para determinar a causa e o grau de diferença entre a linha de
base e o desempenho real. Assim, temos três variações que devem ser analisadas:
VC = (VA – CR) -> Variação de custos
VPR = (VA – VP) -> Variação de prazos
VNT = (ONT – ENT) -> Variação no término
É claro que não adianta apenas apresentar a variação encontrada. É necessário estabelecer as causas,
impactos e ações corretivas para reduzir essas variações.
Um item a se destacar é que a faixa percentual de variações aceitáveis tenderá a diminuir conforme mais
trabalho é concluído.
Caso não seja utilizado o gerenciamento do valor agregado, análises de variação similares podem ser
executadas para comparar custo planejado de uma atividade com o seu custo real de forma a identificar possíveis
variações.
• Desempenho do valor agregado: o desempenho indicado pelo valor agregado compara a linha de base
de medição do desempenho com o prazo real e o desempenho de custos. Se o gerenciamento do valor
agregado não estiver sendo usado, deve-se analisar a linha de base dos custos em relação aos custos
reais do trabalho executado para realizar as comparações de desempenho de custos.
Saídas
Informações sobre o desempenho do trabalho
Os valores obtidos nos cálculos do Gerenciamento do valor agregado devem ser documentados e enviados
às partes interessadas. Esses valores são:
• Variação de custos (VC);
• Variação de prazos (VPR);
• Índice de desempenho de custos (IDC);
• Índice de desempenho de prazos (IDP);
• Índice de desempenho para término (IDPT).
Previsões de custos
O valor da estimativa no término (ENT) obtido por algum dos métodos explanados deve ser documentado
e divulgado às partes interessadas.
Solicitações de mudança
A análise do desempenho do projeto pode resultar em uma solicitação de mudança tanto em uma linha
de base como em algum componente do plano de gerenciamento do projeto. Tais solicitações podem ser para
mudanças preventivas ou corretivas. Elas devem ser enviadas ao processo Realizar o controle integrado de
mudanças para que possam ser analisadas, aprovadas e colocadas em prática ou então rejeitadas e arquivadas.
Assim, o controle da qualidade abrange um conjunto de métodos e atividades que são executadas com o
objetivo de melhorar e manter os níveis de qualidade do projeto. Na prática, significa monitorar os resultados
específicos do projeto a fim de determinar se eles satisfazem os padrões relevantes de qualidade. Isso significa
manter os processos sob controle, atuando na eliminação de bloqueios que eventuais problemas possam causar.
Deve-se ficar atento aos termos garantia e controle de qualidade, pois eles não são a mesma coisa!
Controle da qualidade é a verificação de produtos gerados pelo projeto, a fim de checar se estão em
conformidade com os padrões de qualidade definidos.
Se você testando um produto, ou fazendo algum tipo de inspeção sobre um produto (resistência de concreto,
por exemplo), estará realizando o controle de qualidade. Se estiver fazendo uma auditoria de processos (como
o concreto é feito, por exemplo), estará realizando a garantia de qualidade.
A garantia da qualidade deve ser usada durante as fases de planejamento e execução do projeto para
transmitir a confiança de que os requisitos da parte interessada serão cumpridos. O controle da qualidade
deve ser usado durante as fases de execução e encerramento para demonstrar formalmente, com dados
confiáveis, que os critérios de aceitação do patrocinador ou do cliente foram cumpridos.
Controlar a qualidade (8.3)
Controlar a qualidade é o processo de monitoramento e registro dos resultados da execução das atividades
de qualidade para avaliar o desempenho e recomendar as mudanças necessárias. Os principais benefícios deste
processo são:
• Identificar as causas da baixa qualidade do processo ou do produto e recomendar e/ou tomar medidas
para eliminá-las; e
• Validar a conformidade das entregas e do trabalho do projeto com os requisitos necessários à aceitação
final especificados pelas principais partes interessadas.
O processo
Este processo é composto pelos seguintes itens:
Entradas
Plano de gerenciamento do projeto
Na verdade o plano que será utilizado é o plano de gerenciamento da qualidade que é um plano subsidiário
do plano de gerenciamento do projeto. Ele descreve como o controle da qualidade será realizado no projeto
e especifica quais os níveis apropriados de exatidão e precisão das medições que serão realizadas por este
processo.
Documentos do projeto
• Registro das lições aprendidas: as lições aprendidas de outros projetos e de outras fases do projeto em
curso podem ser usadas para aprimorar o andamento do projeto.
• Métricas da qualidade: Uma métrica da qualidade descreve um atributo de projeto ou produto e como
o processo de controle o medirá. A medição é um valor real. Exemplos de métricas da qualidade:
desempenho dentro do prazo, controle dos custos, frequência de defeitos, taxa de falhas, disponibilidade,
confiabilidade e cobertura de testes.
• Documentação de teste e avaliação: estes documentos são usados para avaliar a realização dos objetivos
da qualidade.
Entregas
Cada entrega realizada pelo projeto deve passar pelo controle de qualidade para que se garanta que os
padrões exigidos estejam sendo cumpridos.
Ferramentas e Técnicas
Vimos em detalhes em capítulos referentes ao Planejamento da Qualidade praticamente todas as ferramentas
aqui usadas. Devemos ressaltar que o objetivo primário de cada uma delas é averiguar a conformidade do
produto e/ou processos do projeto aos padrões. Se os resultados estiverem dentro da área de tolerância
definida, eles são aceitáveis.
Coleta de dados
Folhas e listas de verificação
As folhas (e listas) de verificação nada mais são que formulários planejados onde se registram os dados
dos itens a serem verificados, permitindo uma rápida interpretação da situação, ajudando a diminuir erros e
confusões.
As folhas de verificação podem ser usadas para distribuição do processo de produção, verificação de itens
defeituosos, localização de defeitos, causas de defeitos etc.
Amostragem estatística
Vimos esta ferramenta/técnica em detalhes nos capítulos referentes ao Planejamento da Qualidade, por
isso aqui também vamos apresentar um pequeno resumo dela.
A amostragem estatística envolve a escolha de uma parte de uma população de interesse para inspeção
(por exemplo, selecionar dez casos de uso aleatoriamente de uma lista de setenta e cinco). Uma amostragem
adequada pode muitas vezes reduzir o custo do controle da qualidade. Existe um conjunto de conhecimentos
substancial na amostragem estatística; por isso é possível que seja necessário que a equipe de gerenciamento
do projeto esteja familiarizada com diversas técnicas de amostragem.
Questionários e pesquisas
Um questionário é um conjunto de perguntas feito para gerar os dados necessários para definir os requisitos
do projeto. É o instrumento típico de pesquisa. É importante ressaltar que em um processo de pesquisa podem
ocorrer dois tipos de erros: os erros amostrais e não-amostrais. O primeiro está ligado às falhas nos processos
de escolha da amostra e da determinação do seu tamanho. Já o segundo, possui inúmeras fontes de ocorrência,
entre elas, questionários mal elaborados, com questões tendenciosas ou dúbias e/ou o uso incorreto de escalas
de medição.
Análise de dados
Análise de desempenho
A análise de desempenho executada neste processo verifica elementos tais medição, comparação e análise
de métricas da qualidade definidas pelo processo Planejar o gerenciamento da qualidade em relação aos
resultados reais.
Esta análise é utilizada para se identificar a origem dos defeito, pois um problema é realmente resolvido
e evitado quando a causa raiz é identificada, entendida e tratada. Tratar apenas sintomas é apenas remediar
o problema, e em geral os custos e esforços envolvidos não compensam os benefícios pontuais relacionados.
Inspeção
A inspeção é uma das etapas do Controle de qualidade em que se verifica se a entrega ou parte dela está
dentro ou fora de padrões pré-estabelecidos, separando-se as defeituosas das não defeituosas. A inspeção não
impede a fabricação de artigos defeituosos, apenas nos permite separar o bom do ruim.
A tarefa de inspeção tem o intuito de garantir que os produtos fabricados sejam idênticos à amostra
aprovada pelo cliente (ou pelo setor comercial) e pelo controle de qualidade.
A seguir apresentamos as duas formas de inspeção que podem ser aplicadas às empresas de fabricação de
roupas femininas:
AVALIAÇÃO VISUAL
Muito importante para iniciar a Inspeção de Qualidade. Essa avaliação pode obedecer a duas regras básicas,
apoiadas na aparência:
• Simetria perfeita do produto, inclusive nas medidas, que pode ser verificada traçando um eixo imaginário
que passe exatamente no meio da peça confeccionada.
• Harmonia de conjunto (cores, medidas, proporções, costuras etc).
• Se a avaliação visual é satisfatória, podemos seguir para a avaliação técnica que, além de mais demorada,
é carregada de particularidades.
AVALIAÇÃO TÉCNICA
Consiste em uma procura detalhada de defeitos. Nessa avaliação, a consulta às listas de verificação passa
a ser usual.
• Tonalidades diferentes;
• Manchas de tingimento;
• Aviamentos defeituosos;
2 – Pontos e costuras:
3 – Gerais:
• Embalagem.
Não se deve confundir inspeção com prevenção, porque são duas atividades diferentes. A inspeção impede
que erros existentes no produto alcancem o cliente. A prevenção evita a ocorrência de erros no processo.
Sempre custa menos prevenir problemas, do que corrigir aqueles incorporados ao produto. O retrabalho, os
custos com mão de obra e material e a possível perda de clientes são fatores a serem considerados ao contrapor
os custos de previsão aos de retrabalho.
Testes/Avaliações de produtos
O principal objetivo dos testes é a localização de erros, falhas, defeitos e a verificação das funcionalidades
do produto em desenvolvimento ou finalizado.
Através do processo de testes, busca-se avaliar se estas funcionalidades estão aparentemente trabalhando
de acordo com as especificações e requisitos do projeto, garantindo que atinja o nível de qualidade esperada
pelos interessados no produto.
• Defeito é uma deficiência mecânica ou algorítmica (deficiência no código) que se ativada pode levar a
uma falha.
• Erro é um estado de execução que impede o software de continuar, pode ser causado por algo externo
ao software ou falhas na grafia do código fontes, tais como ausência de ponto-e-virgula e parâmetros.
• Uma Falha é um evento notável onde o sistema viola suas especificações, é a existência aparente de um
defeito.
Representação de dados
• Diagrama de causa e efeito: também chamado de “espinha de peixe” ou “diagrama de Ishikawa”, ele
serve para facilitar a identificação da relação entre causas e efeitos;
Saídas
Medições de controle de qualidade
Essas medições são os valores reais obtidos nas inspeções de controle de qualidade. São usadas para
analisar e avaliar a qualidade dos processos do projeto em relação aos padrões da organização executora ou aos
requisitos especificados. Também podem ser usadas para comparar os processos utilizados para criar as medidas
e validar as atuais para determinar seu nível de correção. Importante ressaltar que sem essas medições não é
possível tirar conclusões a respeito da qualidade global do projeto.
Entregas verificadas
As entregas do projeto devem passar pelo Controle de qualidade para que sejam garantidos os padrões
pré-estabelecidos no plano de gerenciamento da qualidade. Caso a entrega seja aprovada neste processo ela
será enviada para o processo Validar o escopo que tem como foco a aceitação dos resultados do trabalho, como
mostrado na figura a seguir:
Monitoramento e controle
2. Entregas
Entrada verificadas
1. Entregas
Saída 3. Entregas aceitas
verificadas
Todas as mudanças realizadas por conta das solicitações de mudança serão validadas neste processo. Os
itens inspecionados poderão ser aceitos ou rejeitados. Se um item for rejeitado, novas solicitações de mudança
poderão ser abertas.
Solicitações de mudança
É possível que um reparo de defeito e/ou ação corretiva/preventiva gere itens que precisem ser atualizados
nos documentos e/ou plano do projeto. Por isso, uma solicitação de mudança precisa ser aberta.
Deve-se ter em mente que os recursos aqui considerados são equipamentos, materiais, instalações,
infraestrutura etc. Já os recursos humanos são tratados no processo Gerenciar a equipe.
O processo
Este processo é composto pelos seguintes itens:
Entradas
Plano de gerenciamento do projeto
Na verdade o plano que será utilizado é o plano de gerenciamento dos recursos que é um plano subsidiário
do plano de gerenciamento do projeto. Ele fornece orientação sobre como os recursos físicos devem ser usados,
controlados e por fim liberados.
Documentos do projeto
• Registro das questões: este registro pode apresentar informações sobre problemas tais como falta de
materiais, atrasos no fornecimento de insumos, baixa qualidade de materiais etc.
• Registro das lições aprendidas: as lições aprendidas de outros projetos e de outras fases do projeto em
curso podem ser usadas para aprimorar o andamento do projeto.
• Designações de recursos físicos: esta é a lista de materiais, equipamentos, suprimentos, locais etc que
serão necessários para o bom andamento do projeto.
• Cronograma do projeto: o cronograma é uma importante entrada, pois mostra quando e por quanto
tempo um recurso será necessário.
• Requisitos de recursos: este documento indica quais recursos são necessários para o projeto.
• Registro das partes interessadas: este registro mostra eventuais expectativas de partes interessadas
com relação aos recursos necessários no projeto.
• Estrutura analítica dos recursos: esta é uma estrutura que mostra os recursos identificados por categoria
e tipo, inclusive com a hierarquia entre eles.
• Registro dos riscos: os eventos de risco podem influenciar na seleção e na disponibilidade de recursos,
afetando diretamente a estimativa de duração das atividades.
Acordos
Acordos são a base para todos os recursos externos à organização e devem definir procedimentos quando
são necessários novos recursos não planejados ou em caso de questões com os recursos atuais.
Ferramentas e Técnicas
Análise de dados
Análise de alternativas
Nada mais é que identificação das alternativas para o projeto, análise e seleção da melhor opção. Em casos
mais complexos uma matriz de decisão pode ser utilizada.
Análise do custo-benefício
Análise Custo Benefício (ACB) estuda a relação entre os custos e os benefícios de ações corretivas, expressos
em termos monetários. Ou seja, avaliamos se vale a pena, em termos monetários, executar determinadas ações
corretivas.
Análise de tendências
Em gerenciamento de projetos a análise de tendências é uma técnica matemática que utiliza resultados
históricos para prever o resultado futuro. Isto é obtido através do rastreamento de variações no desempenho
de custo e cronograma. Esta análise examina o desempenho do projeto ao longo do tempo para determinar se
o desempenho está melhorando ou piorando, e sendo assim para verificar se serão necessários mais recursos.
Análise de desempenho
A análise de desempenho executada neste processo verifica elementos tais como medição, comparação e
análise da utilização dos recursos e depois a usa para comparar com o previsto.
Solução de problemas
Se uma coisa é certa em um projeto é que existirão problemas. Desde falta de energia elétrica, até falta de
pessoal. Os problemas também podem vir de todos os lados, ou seja, podem ser internos e externos, recursos
materiais ou físicos, prazos estourados, fornecedores falindo, acidentes com máquinas e equipamentos etc.
Já vimos em detalhes no processo Gerenciar a qualidade a ferramenta MASP e ela é composta pelas
seguintes atividades:
• Observação: Investigar as características específicas do problema com uma visão ampla e sob vários
pontos de vista.
• Negociação: o gerente do projeto precisará negociar com frequência a obtenção de recursos para que
o projeto prossiga.
• Influência: a influência pode ajudar o gerente do projeto a solucionar problemas e obter os recursos
necessários em tempo hábil.
Saídas
Informações sobre o desempenho do trabalho
Essas informações representam os dados de desempenho do trabalho e se ele está progredindo de
acordo com o esperado, comparando com os requisitos e alocações previstas nas atividades do projeto. Estas
comparações podem mostrar lacunas na disponibilidade dos recursos que podem ser alocados.
Solicitações de mudança
Novos recursos podem ser necessários quando ações corretivas ou preventivas forem necessárias, assim
uma solicitação de mudança deve ser aberta pelo gerente do projeto.
Na prática, os relatórios devem ser capazes de sintetizar tudo aquilo que é relevante para que seja possível
reportar de forma clara o progresso do projeto. O uso de indicadores, de gráficos e de assuntos selecionados
devido à sua urgência e importância pode também contribuir para a compreensão. A seleção de informações
que auxiliem na formação de opinião, preferencialmente em uma única página, para serem compartilhadas
entre as partes interessadas e os especialistas, pode aumentar as possibilidades de sucesso no processo.
Dessa forma, o Guia PMBOK® sugere o seguinte processo:
• Monitorar as comunicações (10.3).
Relatórios de
Monitorar e desempenho do projeto
controlar o trabalho
do projeto
Solicitações de
mudança aprovadas Informações de
Realizar o controle
integrado de desempenho do trabalho
mudanças
Sistema de
informações de
Solicitações gerenciamento do
Orientar e gerenciar projeto
a execução do de
projeto mudança
Comunicações do projeto
Controlar as Análise / Tomada de decisão Gerenciar as Relatórios de
comunicações comunicações desempenho
Dados de desempenho do
trabalho
Distribuição de
informação para partes
interessadas
• Gerenciar as comunicações: é o processo usado para recolher informações do projeto com o objetivo
de arquivá-las e distribuí-las para as principais partes interessadas a partir do sistema de informações
do gerenciamento de projetos (SIGP).
O tipo de informação, o meio usado e a periodicidade com que a informação é compartilhada pelos diversos
interessados ou grupos de interessados está definido no plano de gerenciamento das comunicações.
O controle do fluxo de comunicação é um processo que permite ao gerente e à sua equipe verificar se o
plano de comunicação está sendo corretamente executado e identificar de forma pró-ativa a necessidade de
ações preventivas ou corretivas e eventuais oportunidades de introdução de melhorias.
O processo
Este processo é composto pelos seguintes itens:
Entradas
Plano de gerenciamento do projeto
O planos auxiliares que serão aqui considerados se referem àqueles que contém as diretrizes importantes
a respeito dos requisitos de comunicação das partes interessadas, frequências das comunicações, quem
produzirá as informações e quem receberá o quê. E que são: o plano de gerenciamento dos recursos, o plano
de gerenciamento das comunicações e o plano de gerenciamento das partes interessadas.
Documentos do projeto
• Registro das questões: Este registro documenta os questionamentos, estabelece os responsáveis pelas
respostas e acompanha os prazos dessas respostas. Ele é muito útil nas reuniões de acompanhamento
e no processo de controle das comunicações como um meio de determinar quais os questionamentos
ainda não solucionados estão bloqueando o progresso e quais estão sendo efetivamente resolvidos.
• Registro das lições aprendidas: as lições aprendidas de outros projetos e de outras fases do projeto em
curso podem ser usadas para aprimorar o andamento do projeto.
Ferramentas e técnicas
Opinião especializada
A equipe do projeto frequentemente depende da opinião especializada para avaliar o impacto das
comunicações, a necessidade de ação ou intervenção, as ações que devem ser tomadas, a responsabilidade pela
tomada de tais ações e o período de tempo para a tomada das ações. Essa opinião pode ser aplicada a detalhes
técnicos e/ou de gerenciamento, e pode ser fornecida por qualquer grupo ou indivíduo com conhecimento ou
treinamento especializado nos assuntos tratados pelo projeto. O gerente do projeto, assim, em colaboração com
a equipe do projeto determinada as ações necessárias para assegurar que a mensagem correta seja comunicada
à audiência certa, no tempo certo.
Por exemplo, o software Crystal Reports lê informações de bancos de dados de diversas aplicações e as
integra de forma a gerar relatórios completos e de bom apelo visual. Segundo o site do distribuidor nacional o
produto é assim definido: Usar dados corporativos para elevar a performance de negócios é um fator chave de
crescimento para diversas organizações. Não se deve apenas transformar dados em informação para tomada de
decisão, é preciso também ser capaz de compartilhá-la de forma segura, eficiente e simples com os tomadores
de decisão - de preferência sem qualquer carga adicional sobre seus recursos de TI.
Representação de dados
Entre as várias técnicas que podem ser usadas, temos a Matriz de avaliação do nível de engajamento das
partes interessadas que mostra um comparativo entre o nível desejado e o atual em uma determinada fase do
projeto. Vimos esta matriz em detalhes no processo Identificar as partes interessadas.
Reuniões
Elas são muito importantes durante o curso do projeto, pois fornecem informações atualizadas sobre o
andamento do projeto, além de responder às solicitações de informação das partes interessadas. Tais reuniões,
quando regulares, previnem o projeto contra eventuais surpresas, pois as partes interessadas e os clientes
estarão sempre informados sobre o que está acontecendo.
É muito importante que os integrantes da equipe e o gerente sejam honestos com relação à reportar
principalmente o mau desempenho. Não adianta encobrir um problema, na esperança que ele será resolvido
em algum momento. Isso normalmente não vai acontecer, e um problema não reportado pode se tornar um
fator impeditivo ao progresso do próprio projeto. Assim, por mais triste e dolorido que possa ser, o correto é
sempre reportar a verdade.
Saídas
Informações sobre o desempenho do trabalho
Essas informações indicam como está o desempenho do projeto e devem ser distribuídas para as partes
interessadas apropriadas.
Solicitações de Mudança
De acordo com os resultados encontrados neste processo, podem ser emitidas solicitações de mudança
para modificar escopo, custo, orçamento, cronograma, riscos e recomendar ações corretivas e preventivas.
lições aprendidas.
Monitorando e Controlando os Riscos
À medida que o projeto progride, mais informações sobre riscos existentes são descobertas. Além disso,
novos riscos podem ser identificados ou ainda riscos já identificados podem ser descartados, pois já não tem
mais chance de ocorrer ou o que é pior, já aconteceram. Assim, o processo Controlar os riscos deve ser contínuo
por todo o projeto.
Já vimos que todas as mudanças solicitadas devem passar pelo Sistema de controle de mudanças (que é um
processo do grupo de Integração). É muito importante que para cada alteração solicitada seja avaliado se há
algum risco envolvido. E em caso positivo, o registro de riscos deve ser atualizado. Muitas vezes uma alteração
pode ser benéfica ao projeto e reduzir (ou até mesmo eliminar) o impacto de um risco. Em outros casos, uma
solicitação de mudança pode aumentar consideravelmente os riscos e assim, deverá ser negada.
Um item importante a ser destacado diz respeito aos gatilhos que são indicações de que um risco ocorreu
ou está para ocorrer. Eles são mapeados no processo de identificação de riscos e devem ser constantemente
acompanhados por este processo. Os gatilhos às vezes são chamados de sintomas de risco ou sinais de alerta.
Assim, o Guia PMBOK® sugere o seguinte processo para o Monitoramento e controle dos riscos:
• Monitorar os riscos (11.7).
Monitorar os riscos (11.7)
Os principais objetivos deste processo são:
• Rastrear os riscos identificados;
• Monitorar os riscos residuais;
• Identificar novos riscos;
• Garantir que as respostas aos riscos estão sendo executadas em seu devido tempo;
• Avaliar a efetividade do gerenciamento dos riscos;
• Preparar soluções de contorno;
• Verificar se as reservas de tempo e custo são ainda suficientes;
• Preparar solicitações de mudança que resultem dos planos de contingência ou das soluções de contorno;
• Monitorar riscos residuais;
• Checar se as premissas do projeto ainda são válidas;
• Verificar se as políticas e os procedimentos de gerenciamento dos riscos estão sendo seguidos;
• Verificar se as reservas para contingências de custo ou cronograma devem ser modificadas de acordo
com a avaliação atual dos riscos.
Um ponto importante a ser observado está relacionado às soluções de contorno (workarounds) que são
ativadas quando não existe uma resposta planejada para um risco e esse risco ocorre. Assim, a prioridade do
gerente do projeto é executar uma solução de contorno para tentar minimizar os impactos do risco.
O processo
Este processo é composto pelos seguintes itens:
Entradas
Plano de gerenciamento do projeto
O plano de gerenciamento de riscos, presente no plano de gerenciamento do projeto será usado como
entrada por conter informações sobre como os riscos devem ser monitorados.
Documentos do projeto
• Registro das questões: Este registro documenta os questionamentos, estabelece os responsáveis pelas
respostas e acompanha os prazos dessas respostas. Ele é muito útil nas reuniões de acompanhamento
e no processo de controle das comunicações como um meio de determinar quais os questionamentos
ainda não solucionados estão bloqueando o progresso e quais estão sendo efetivamente resolvidos.
• Registro das lições aprendidas: as lições aprendidas de outros projetos e de outras fases do projeto em
curso podem ser usadas para aprimorar o andamento do projeto.
• Registro dos riscos: É a lista de todos os riscos identificados, juntamente com as suas causas raiz,
lista de respostas, proprietários, a classificação relativa, as listas de prioridades, tendências e lista de
observações para riscos de baixa prioridade.
Ferramentas e técnicas
Análise de dados
Análise do desempenho técnico
Essa análise compara os resultados técnicos alcançados nos marcos completados durante os processos
de Execução com os marcos definidos durante os processos de planejamento. Variações podem indicar risco
iminente no projeto, e o gerente deve estar preparado para analisar e criar as respostas aos riscos se apropriado.
Vamos supor que um projeto esteja desenvolvendo um software para controle da Contabilidade. No projeto
é estipulado um marco indicando que a Fase 1 do projeto estará finalizada quando o balancete (um relatório
contábil) for emitido. Só que para que o balancete possa ser emitido dois componentes de software precisam
estar prontos: o componente que registra os lançamentos contábeis e o componente que atualiza os saldos das
contas. Se pelo menos um desses componentes não estiver pronto, o marco não será atingido e o projeto passa
a correr o risco de não ser entregue na data.
Durante o controle, principalmente dos custos, a análise de reservas é usada para monitorar a situação
das reservas gerenciais e de contingência a fim de determinar se elas ainda são necessárias ou se devem ser
solicitadas adicionais. À medida que projeto progride, essas reservas podem ser usadas, conforme planejado,
ou liberadas no caso de não serem utilizadas. Estas reservas foram detalhadas nos capítulos referentes ao
Planejamento dos Riscos.
Auditorias de riscos
As auditorias de riscos avaliam se os procedimentos de gerenciamento de riscos foram adotados, se são
adequados e se as respostas aos riscos foram efetivas e eficazes.
Essas auditorias podem ser conduzidas por entidades externas para garantir maior independência na
apuração dos resultados. E embora também possam ser realizadas pela própria equipe de gerenciamento
do projeto. Em ambos os casos, o ideal é que a equipe e outras partes interessadas sejam envolvidas nessa
avaliação.
Durante o ciclo de vida do projeto novos riscos poderão surgir, e riscos já identificados poderão ser extintos
ou terem sua probabilidade e impacto alterados. É por isso que os riscos deverão ser reavaliados periodicamente.
O gerenciamento de riscos deve ser um item da pauta das reuniões de andamento da equipe do projeto. A
quantidade e os detalhes de repetição adequados dependem de como o projeto se desenvolve em relação aos
seus objetivos.
A análise da variação compara resultados atuais com os resultados planejados para determinar se há alguma
diferença entre eles. Essa análise envolve o uso de informações de desempenho bem como valores obtidos a
partir do gerenciamento do valor agregado. Quando uma variação é detectada, há potencialmente um risco
que poderá trazer consequências positivas ou negativas para projeto. Desvios significativos nas linhas de base
devem originar uma reavaliação dos riscos do projeto.
Já a análise das tendências implica em observar tendências à medida que o projeto é executado e se tomar
as ações corretivas necessárias para melhorar as oportunidades e reduzir os impactos. Como as tendências são
evidenciadas, elas fornecem potenciais gatilhos para iniciar as respostas aos riscos.
Status Atual 4 2 3 1 3 1
Reuniões
Os riscos devem estar na pauta de todas as reuniões de acompanhamento do projeto. Tipicamente a pauta
dessa reunião deve conter:
Saídas
Informações sobre o desempenho do trabalho
As informações sobre o desempenho geradas a partir deste processo fornecem um mecanismo de
comunicação e apoio ao processo decisório do projeto.
Solicitações de mudança
A implementação de planos de contingência ou de soluções alternativas frequentemente resulta em uma
necessidade de mudança no plano de gerenciamento do projeto para responder aos riscos. As mudanças
solicitadas são preparadas e submetidas ao sistema integrado de controle de mudanças. Entre as solicitações
de mudanças podemos ter:
• Ações corretivas recomendadas: são atividades que realinham o desempenho dos trabalhos do projeto
com o plano de gerenciamento do projeto. Elas incluem planos de contingências e alternativas. Essas
últimas são respostas que não foram inicialmente planejadas, mas são necessárias para lidar com os
riscos emergentes que não foram identificados anteriormente ou que foram aceitos passivamente.
• Ações preventivas recomendadas: são atividades para garantir que o desempenho futuro do trabalho
do projeto esteja alinhado com seu plano de gerenciamento.
O controle de mudanças costuma ser o ponto mais sensível de toda a administração de contratos,
principalmente em termos de negociação. É muito comum surgirem pedidos de mudanças na definição dos
produtos ou na especificação do trabalho das aquisições; além de surgirem divergências de interpretação de
alguns itens. Isto leva a mudanças que refletem no custo e no prazo.
As divergências acontecem principalmente porque o comprador pode solicitar mudanças sem ônus e o
fornecedor pode não aceitar em realizá-las sem que sejam pagas. E mesmo que o comprador aceite pagar,
muitas vezes os valores calculados pelo fornecedor não agradam o cliente.
Além disso, ainda existe a administração financeira do contrato que é a responsável por liberar os pagamentos
desde que sejam cumpridas metas preestabelecidas. Assim, caso o fornecedor não atinja uma meta ele não
irá receber. Agora, imagine que o fornecedor justifique que não atingiu a meta por conta das solicitações de
mudança realizadas pelo cliente. E a confusão está instaurada!
Assim, de forma a evitar problemas desse tipo o Guia PMBOK® sugere o seguinte processo:
• Controlar as aquisições (12.3).
Por exemplo, o contrato pode ter uma cláusula como a indicada a seguir:
O atraso no pagamento acarretará ao devedor, além da correção monetária pro rata dia, calculada pela
variação percentual acumulada do IGP-M, ou, na ausência ou impossibilidade de sua aplicação, com base na
variação do IGP-DI ou IPC da FGV, a multa não compensatória de 2% (dois por cento) sobre os valores devidos,
e juro de 1% (um por cento) ao mês, ou fração.
Para a festa de final de ano da sua empresa você contrata o pacote mais caro de um buffet para uma
festa com 500 pessoas. O pagamento combinado foi de 50% do valor a vista mais 50% a ser pago uma semana
depois da festa. Bom, no dia da festa, você e os demais convidados descobrem que o buffet só vai servir água e
amendoim torrado. E exatamente uma semana depois da malfadada festa, o buffet envia a fatura com o valor
restante a ser pago. Sem entrar em maiores detalhes, podemos perceber que houve uma quebra contratual o
que o desobrigaria de pagar os valores ainda devidos à esse buffet, além de outras medidas legais que podem
ser tomadas para recuperação do prejuízo.
Fiança
Uma fiança é um instrumento contratual que garante o cumprimento de um contrato. Se as obrigações não
forem cumpridas, a fiança assegura o pagamento.
É muito comum em contratos de aluguel de pessoas físicas o uso do fiador, que em caso de não pagamento
do aluguel pelo locatário, será acionado para garantir que o contrato de locação seja cumprido.
• Força maior: trata-se de acontecimento humano, imprevisível e inevitável, que impossibilita a execução
do contrato. Ex.: greve.
Garantias
A garantia visa garantir a execução do contrato e ressarcir os eventuais prejuízos causados pelo seu não
cumprimento.
O Poder Público tem a prerrogativa de exigir prestação de garantia nas contratações de obras, serviços
e compras, desde que previsto no instrumento convocatório. A exigência pode ser em caução em dinheiro ou
em títulos da dívida pública e ao término do contrato, a garantia é devolvida. Mas, se o contratado dá causa
à rescisão contratual, a garantia pode compensar eventuais prejuízos ou até mesmo quitar o valor das multas
eventualmente aplicadas.
O fornecedor conhece as datas de entrega dos trabalhos contratados, das entregas parciais e final. Ele pode
saber que serão realizadas diligências para auditar o trabalho em andamento, apoiados por listas de verificação
ou checklists da qualidade. É importante que o fornecedor conheça quais são os critérios para a aceitação
de cada entrega que ele realizará para o projeto. Além disso, o fornecedor, deverá apresentar o seu relatório
de desempenho (status report) com suas medições e demais informações. Pode inclusive alertar a equipe do
projeto para questões em aberto e que dependam da sua atuação (do cliente ou da equipe do projeto) e
respectiva solução, para que o trabalho do fornecedor não seja prejudicado.
Por outro lado, a equipe do projeto pode apurar a sua versão para o desempenho do fornecedor, utilizando
suas métricas, seus indicadores de desempenho. Por exemplo, pode-se avaliar a pontualidade das entregas,
o número e gravidade das não-conformidades identificadas em auditorias de garantia de qualidade (durante
as diligências ao local do fornecedor) e também nas atividades do controle da qualidade para verificar cada
entrega realizada, com base no critério de aceitação definido, antes de formalizar o aceite da entrega realizada
pelo fornecedor.
Controlar as aquisições (12.3)
O contrato e os prazos do fornecedor devem ser acompanhados com atenção, pois a sua violação pode
prejudicar a capacidade do projeto de realizar suas entregas nos prazos acordados. Imagine que o projeto
possui vários fornecedores, um dependendo da entrega do outro. O atraso de um fornecedor no início da
cadeia produtiva causa um efeito dominó capaz até de causar o encerramento do projeto.
Na maior parte das empresas, a administração do contrato costuma ficar a cargo do departamento de
Compras (ou Aquisições). Isso não quer dizer que o gerente deve esquecer que um contrato existe. Ainda é de
sua responsabilidade supervisionar o processo e cuidar para que os objetivos do projeto sejam cumpridos. É
também dele a obrigação de monitorar o desempenho do fornecedor e alertar eventuais falhas/lacunas.
Em grandes projetos, com uma grande quantidade de fornecedores, as aquisições devem ser gerenciadas
como um novo projeto. Dessa forma, muitos dos processos de outras áreas de conhecimento serão usados
durante o Controle das aquisições, entre eles estão:
• Orientar e gerenciar o trabalho do projeto: se temos vários fornecedores, precisaremos orientar quando
um deve iniciar seus trabalhos de forma que o andamento do projeto flua de acordo com o esperado.
• Realizar o controle integrado de mudanças: este processo é particularmente importante quando temos
vários fornecedores no projeto. Por exemplo, se uma mudança é solicitada à um fornecedor, e essa
alteração afeta diretamente uma entrega que será insumo para outro fornecedor, há necessidade de
que se controle essa solicitação, para evitar retrabalhos e conflitos contratuais.
• Controlar os riscos: fornecedores são fontes “naturais” de riscos, pois eles estão fora do alcance do
controle do projeto, por isso os riscos devem ser acompanhados de perto.
• Conduzir as aquisições: realiza todas as atividades necessárias até que os documentos de aquisição
resultem em contratos negociados com os fornecedores.
• Controlar as aquisições: realiza todo o trabalho necessário para garantir que o fornecedor e o comprador
cumpram o contrato.
O processo
Este processo contém os seguintes elementos:
Entradas
Plano de gerenciamento do projeto
Do plano de gerenciamento do projeto extrairemos informações dos itens que de alguma forma se relacionam
com as aquisições, tais como: plano de gereciamento dos requisitos, plano de gerenciamento dos riscos, plano
de gerenciamento das aquisições, plano de gerenciamento das mudanças e linha de base do cronogrma.
Documentos do projeto
Da mesma forma que o plano do projeto, os documentos do projeto que serão utilizados neste processo
são todos aqueles que de alguma forma se relacionam com aquisições, tai como: registro das premissas,
registro das lições aprendidas, lista de marcos, relatórios de qualidade, documentação dos requsitos, matriz de
rastreabilidade de requisitos, registro dos riscos e registro das partes interessadas.
Acordos
Os acordos (ou contratos) contêm os termos e condições do item (produto ou serviço) a ser adquirido.
São entradas importantes, pois descrevem o que o cliente efetivamente comprou e assim devem passar por
controle.
Documentos de aquisição
Neste processo os documentos mais usados são os registros completos de apoio para a administração
dos processos de aquisição, inclusive as concessões de contratos de aquisição, a especificação do trabalho
das aquisições, informações de pagamento, planos, desenhos e informações sobre o desempenho do trabalho
contratado.
Os contratos podem ser alterados em qualquer momento anterior à sua conclusão desde que as mudanças
sejam acordadas entre as partes interessadas e que estejam de acordo com os processos de controle de
mudanças descritos no contrato.
Ferramentas e técnicas
Opinião especializada
Especialistas devem ser consultados para que ajudem em temas tais como: leis, regulamentos, requisitos de
conformidade, administração de reivindicações, gerenciamento da cadeia de suprimentos etc.
Administração de reivindicações
Uma reivindicação (ou disputa) é uma exigência de compensação feita por um fornecedor, ou comprador,
à outra parte, de acordo com os termos de um contrato. Ou seja, são as mudanças sobre as quais não se chega
a um acordo.
Por exemplo, o comprador pede uma nova funcionalidade no sistema que está sendo desenvolvido e que no
seu ponto de vista além de ser pequena deveria ter sido incluída desde o início, pois sem ela o sistema não serve
para os seus fins. Por conta disso, o cliente não quer efetuar nenhuma compensação (pagar pela alteração).
Já o fornecedor não quer efetuar a mudança, porque tem a plena convicção que além de perder dinheiro, tal
funcionalidade é supérflua para o funcionamento correto do sistema.
As disputas podem ser resolvidas de forma amigável, podendo no entanto, subir pelas esferas judiciais.
Análise de dados
Análise de desempenho
Esta análise compara o desempenho do fornecedor até uma data específica. Ela pode ser feita em intervalos
de tempo ou ao final do contrato e deve considerar os termos desse contrato e o desempenho do fornecedor.
Além disso, deve-se checar o cumprimento de requisitos de escopo, qualidade, orçamento e cronograma
e verificar se o fornecedor os está respeitando. Caso esteja deixando a desejar pode-se acionar o contrato,
obrigando o fornecedor a cumprir o que foi acordado ou até mesmo rescindi-lo por não atendimento.
A especificação do trabalho das aquisições deve ser utilizada como parâmetro de avaliação do fornecedor.
A análise do valor agregado gera os índices de desempenho de cronograma e custo e mostra as variações
de desempenho em relação à metas.
Análise de tendências
Está análise verifica o desempenho futuro a partir do desempenho passado e faz previsões de estimativas
de custo no término.
Inspeções e auditorias
Da mesma forma que são realizadas inspeções e auditorias nas entregas feitas internamente ao projeto,
também devem ser executadas inspeções e auditorias nas entregas realizadas pelos fornecedores. Assim, o
comprador irá fisicamente inspecionar o trabalho do fornecedor e realizar auditorias.
Esse sistema deve especificar os processos necessários para efetuar as modificações no contrato. O contrato
é um documento legal, e para alterá-lo é necessário que todas as partes envolvidas entrem em acordo. Assim,
deve-se estabelecer um processo formal para receber, autorizar ou rejeitar eventuais modificações. Além disso,
é importante que se estabeleçam os mecanismos para resolução de disputas.
Relatórios de desempenho
Esses relatórios informam gerentes e partes interessadas acerca do desempenho do fornecedor em relação
aos objetivos do projeto.
Saídas
Aquisições encerradas
As aquisições são normalmente encerradas a partir de um aviso do comprador, formal e por escrito, de
que o contrato foi concluído. Os requisitos de encerramento formal das aquisições em geral são definidos nos
termos e condições do contrato e são incluídos no plano de gerenciamento das aquisições.
Informações sobre o desempenho do trabalho
Essas informações indicam como está andamento do desempenho dos fornecedores. Elas são confrontadas
com o planejado e com o que foi estabelecido no contrato para se checar se ele está sendo cumprido ou não.
Os relatórios de desempenho, gerados a partir dessas informações são muito úteis em casos de disputas
com o vendedor, além de suportarem decisões a seu respeito.
Solicitações de Mudança
De acordo com os resultados encontrados neste processo, podem ser emitidas solicitações de mudança para
modificar escopo, custo, orçamento, cronograma, riscos e o próprio plano de gerenciamento das aquisições.
Tais solicitações devem ser tratadas pelo processo Realizar o controle integrado de mudanças. Por exemplo, o
atraso na remessa de equipamentos importantes afeta o cronograma do projeto, e por consequência a sua linha
de base de cronograma. Para que a linha de base reflita esse atraso, é obrigatória a existência de uma solicitação
de mudança, pois conforme já vimos, alterações nas linhas de base devem ser formalizadas e tratadas pelo
processo Realizar o controle integrado de mudanças.
Além disso, podem existir solicitações de mudança que devem ser executadas pelo fornecedor. Nesse caso,
elas devem ser documentadas e enviadas formalmente para ele.
Esses indicadores de monitoramento devem ser estabelecidos de acordo com as ações definidas no plano
de gerenciamento das partes interessadas. Para facilitar a mensuração é recomendável que os indicadores
sejam quantitativos e que não demorem a ser cumpridos.
E embora este seja o último processo do grupo de processos de monitoramento e controle, ele deve ser
sistematizado e aplicado durante toda a execução do projeto.
Manter as partes interessadas envolvidas com o andamento do projeto é dever do gerente do projeto.
O processo
Este processo é composto pelos seguintes itens:
Entradas
Plano de gerenciamento do projeto
O plano de gerenciamento contém o plano subsidiário de gerenciamento das partes interessadas. Este
plano contém as diretrizes importantes a respeito dos requisitos de comunicação dessas partes, frequências das
comunicações, quem produzirá as informações e quem receberá o quê. Além desse plano, ainda poderão ser
considerados o plano de gerenciamento das comunicações e o plano de gerenciamento das partes interessadas.
Documentos do projeto
Vários documentos do projeto podem apoiar este processo, tais como: registro das lições aprendidas,
comunicações do projeto, registro das questões, registro das partes interessadas e registro dos riscos.
Dados do desempenho do trabalho
Os dados de desempenho do trabalho são observações e medições efetuadas durante a execução das
atividades do projeto. Podem ser: percentual do trabalho concluído, datas de início e fim de atividades,
quantidade de solicitações de mudança, número de defeitos, custos, durações reais das atividades entre outros.
Ferramentas e técnicas
Análise de dados
• Análise de alternativas: esta análise pode ser usada como forma de avaliar as possíveis alternativas
que podem ser escolhidas para agir em relação ao atual engajamento das partes interessadas e o
engajamento desejado.
• Análise de causa-raiz: a partir desta técnica pode-se identificar porque o engajamento das partes
interessadas não está saindo conforme o esperado.
• Análise de partes interessadas: esta análise mostra como é o relacionamento das partes interessadas
entre si e com o projeto.
Tomada de decisão
Para que uma determinada ação em relação ao engajamento seja tomada podem ser utilizadas diversas
técnicas, entre elas:
• Análise de decisão envolvendo múltiplos critérios: que onde a partir de critérios especificados se
atribuem pesos, e o item com a maior pontuação é o escolhido.
• Votação: para que uma determinada ação seja tomada, pode-se colocar as diversas opções em votação
e a que obtiver o maior número de votos será a escolhida.
Representação de dados
Como forma de exibir o nível de engajamento das partes interessadas pode ser usada a Matriz de avaliação
do nível de engajamento das partes interessadas que conforme vimos no processo Identificar as partes
interessadas, exibe o nível atual de engajamento e o desejado.
Habilidades de comunicação
As habilidades que podem ser usadas aqui já foram vistas em processos anteriores e podem ser o feedback
e apresentações.
Habilidades interpessoais e de equipe
Já vimos todas as habilidades que podem ser usadas aqui, e são elas: escuta ativa, consciência cultural,
liderança, rede de relacionamentos (networking) e consciência política.
Reuniões
As reuniões de avaliação do desempenho são as reuniões típicas de monitoramento e controle do projeto.
E são nelas que o engajamento das partes interessadas pode ser observado e analisado. Todo e qualquer desvio
de comportamento esperado deve ser tratado para que o nível de engajamento não diminua ou prejudique o
projeto.
Saídas
Informações sobre o desempenho do trabalho
Essas informações indicam como está andamento do desempenho do projeto e devem ser distribuídas
para as partes interessadas apropriadas conforme indicado nos processos de comunicação. Alguns exemplos
incluem: situação das entregas, estimativas para término, situação das solicitações de mudança etc.
Solicitações de Mudança
A análise do engajamento das partes interessadas pode requerer que algumas alterações sejam realizadas
no projeto. Essas solicitações deverão ser formalmente tratadas pelo processo Realizar o controle integrado de
mudanças e podem requerer ações corretivas ou preventivas dependendo do caso analisado.