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23/04/24, 10:57 Intervenções interdisciplinares na dor

Intervenções interdisciplinares na dor


Prof.ª Andréa Gerevini da Fonseca

Descrição

Os métodos médicos de intervenção na dor, as práticas


psicoterapêuticas e algumas terapias holísticas e práticas
complementares de tratamento da dor.

Propósito

Desde 1996, a dor é considerada o “quinto sinal vital”. É uma condição


extremamente complexa e subjetiva, que apresenta sintomatologia
orgânica, emocional e comportamental. Portanto, diversos profissionais
podem atuar na melhoria da qualidade de vida do paciente. O
fisioterapeuta deve ter conhecimento sobre a atuação da Medicina, bem
como métodos holísticos, psicoterapêuticos e alternativos, que podem
ser utilizados no tratamento da dor.

Objetivos

Módulo 1

Intervenções médicas

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Reconhecer os métodos médicos de intervenção na dor.

Módulo 2

Intervenções psicoterapêuticas

Identificar as práticas psicoterapêuticas utilizadas nos pacientes com


dor.

Módulo 3

Terapias holísticas e práticas


complementares
Identificar algumas terapias holísticas e práticas complementares de
tratamento da dor.

Introdução
A dor é o fenômeno de percepção da nocicepção, isto é, o
fenômeno que torna consciente a existência de um potencial
estímulo nocivo no corpo.

A dor pode ser classificada de diversas formas:

Nociceptiva: aquela proveniente da estimulação periférica dos


receptores de dor.
Neuropática: lesão das fibras neuronais.
Aguda ou rápida: termina pouco após a retirada do estímulo e
tem localização espacial restrita – dor em pontada.
Crônica ou lenta: lesão do tecido, e possui pouca localização
espacial, não é restrita – dor em queimação.

Cada tipo de dor deve ser analisado, interpretado e corretamente


diagnosticado para que as terapias de tratamento possam ser
eficazes, isto é, gerar alívio da dor. Sempre acredite na resposta do
paciente.

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As terapias denominadas intervencionistas são terapias cujo


objetivo é o tratamento da dor com o mínimo de invasão ao corpo.

Além disso, as terapias intervencionistas são multiprofissionais,


isto é, envolvem vários profissionais, como médicos,
fisioterapeutas, educadores físicos, nutricionistas, terapeutas
ocupacionais, psicólogos, enfermeiros, dentre outros.

Neste conteúdo, apresentaremos as diferentes terapias


intervencionistas e como o trabalho de multiprofissionais pode
servir para a melhoria na qualidade de vida das pessoas.

1 - Intervenções médicas
Ao final deste módulo, você será capaz de reconhecer os métodos médicos de intervenção na
dor.

Analgésicos não opioides ou anti-


inflamatórios não narcóticos
O objetivo das terapias médicas intervencionistas é o alívio da dor
usando técnicas minimamente invasivas para tal. As técnicas são
escolhidas baseadas em um gráfico de escala/escada de dor, montado
depois de uma cuidadosa anamnese do paciente. A partir dessa escala,

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o médico escolherá a melhor terapia farmacológica para o tratamento


da dor.

Escada da dor OMS modificada.

Vários fármacos podem ser utilizados no tratamento para alívio dos


diversos tipos de dor. Vamos falar um pouco de cada um deles.
Começando pelos mais simples, os analgésicos não opioides.

Eles são fármacos heterogêneos, isto é, farmacologica e quimicamente


diferentes, mas que possuem efeitos analgésicos, antipiréticos (febre) e
anti-inflamatórios em comum. Esses fármacos são também conhecidos
pelos nomes: anti-inflamatórios não esteroidais (AINES) ou analgésicos
não narcóticos, e são os fármacos mais comuns e amplamente
empregados no tratamento da dor, da inflamação e da febre
(antitérmico-antipiréticos).

A inflamação é uma resposta causada pela agressão


às células dos tecidos. Essas células então
respondem, produzindo uma série de substâncias
químicas denominadas de mediadores químicos da
inflamação.

Os mediadores químicos da inflamação são responsáveis pela


vasodilatação e, portanto, levando a um maior fluxo de sangue na região
da lesão, edema, atração de células de defesa como leucócitos
(eosinófilos, mastócitos, macrófagos, linfócitos etc.) e a sensibilização
dos terminais nervosos livres (dor).

Não importa qual o estímulo inicial, a resposta clássica inclui: dor, calor,
rubor (vermelhidão) e tumor (edema/tumefação). Essa resposta, na

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maioria das vezes, é benéfica, e auxilia o tecido a se recuperar.


Entretanto, essas respostas podem evoluir para uma resposta crônica,
isto é, dura mais tempo do que deveria, gerando principalmente dor
persistente e aumentando a degeneração dos tecidos.

Os mediadores químicos mais envolvidos na resposta inflamatória são


um grupo denominado de eicosanoides e são produzidos a partir dos
lipídeos das membranas plasmáticas das células que sofreram
agressão.

Os eicosanoides ou derivados do ácido araquidônico são:


prostaglandinas, prostaciclinas, tromboxano A2; leucotrienos; lipoxinas
e hepoxinas. Além dos eicosanoides, a inflamação também estimula a
produção de PAF (fator de ativação de plaquetas). Tanto os
eicosanoides quanto o PAF atuam em várias situações patogênicas ou
fisiológicas, como: inflamação; tônus da musculatura lisa; hemostasia;
trombose; parturição (trabalho de parto), secreção gastrintestinal, dentre
outras.

Atenção!

Essas substâncias possuem ações benéficas ou fisiológicas, como


também atuam de forma a trazer malefícios ao corpo.

Uma vez que uma célula sofra qualquer tipo de lesão – mecânica,
química, térmica –, essa célula ativará uma enzima denominada de
fosfolipase. A fosfolipase quebra os fosfolipídeos das membranas
plasmáticas liberando o ácido araquidônico.

O ácido araquidônico, uma vez livre no citoplasma da célula, pode sofrer


a ação das enzimas cicloxigenases -1 e -2 (COX-1 e COX-2) que vão
converter o ácido araquidônico em eicosanoides – prostaglandinas,
prostaciclinas, tromboxanos e leucotrienos.

Conversão do ácido araquidônico pela ação das enzimas COX -1 e -2.

Os anti-inflamatórios não esteroidais (AINES) atuam na via das


cicloxigenases, inibindo essas enzimas e, portanto, inibindo a produção

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dos eicosanoides: prostaglandinas, prostaciclinas, leucotrienos e


tromboxanos, o que vai diminuir a inflamação e a percepção de dor.
Além da dor, ocorre a diminuição do edema e da vermelhidão.

Os AINES atuam tanto no nível dos nociceptores periféricos quanto no


corno dorsal da medula espinal. Por terem ação na medula espinal, não
são mais designados como analgésicos periféricos.

Vamos conferir agora as classes de AINES!

medical_services Salicilatos

Ácido acetilsalicílico (aspirina); diflunisal.

medical_services Derivado paraminofenol

Paracetamol (acetominofeno).

medical_services Derivados do ácido acético

Indometacina; sulindaco; etodolaco; ácido


mefenâmico; cetorolaco; diclofenaco etc.

medical_services Derivados do ácido propiônico

Ibuprofeno; naproxeno; fenoprofeno; cetoprofeno;


flurbiprofeno etc.

medical_services Derivados do ácido enólico

Piroxicam; meloxicam; nabumetona.

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medical_services Inibidores seletivos da COX-2

Colecoxibe; valdecoxibe; etoricoxibe etc.

Cada classe possui uma gama de efeitos adversos, sendo que os mais
comuns são: gastrite, que pode evoluir para úlcera gástrica; insuficiência
renal; redução da agregação plaquetária – importante deixar claro que
cada classe apresenta esses efeitos em graus diferentes.

Na escolha de um AINE para o tratamento da dor, deve ser levada em


conta a sua ação na sensibilização dos nociceptores, bem como a
sensibilização dos neurônios do corno dorsal da medula espinal.
Normalmente, são utilizados em lesões de tecidos (tissulares) onde há
hiperalgesia provocada por mediadores químicos da inflamação.

Os usos mais comuns dos AINES são:

sick
Artrite reumatoide

sick
Osteoartrite

sick
Espondilite anquilosante

sick
Artropatias leves

sick
Dor e rigidez matinal

sick
Gota
O uso de AINES em idosos deve ser muito cauteloso. Sabe-se que o
envelhecimento é acompanhado da diminuição de várias funções
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orgânicas. As prostaglandinas possuem efeitos fisiológicos sobre as


funções renais e cardiovasculares e, portanto, sua inibição pelos AINES
precisa ser acompanhada – principalmente a função renal. Nos idosos,
os AINES interferem na eficácia dos anti-hipertensivos e diuréticos.

Os AINES seletivos para COX-2 foram desenvolvidos para minimizar os


efeitos adversos graves como sangramento gástrico e insuficiência
renal, entretanto, foi observado que a COX-2 também possui papel
fisiológico no sistema cardiovascular. A utilização dos AINES seletivos
pode provocar aumento dos riscos de infarto (riscos cardiovasculares) e
tromboembólicos. O médico deverá avaliar o custo/benefício do uso
desses medicamentos e sua segurança em cada paciente.

O paracetamol tem sido grandemente utilizado no tratamento da dor por


apresentar poucos efeitos adversos. O maior efeito adverso do
paracetamol é seu alto potencial hepatotóxico dependente da dose
(maior que 4g/dia). O risco aumenta em pacientes que já apresentam
qualquer doença hepática.

Medicamentos adjuvantes
Um fármaco é classificado como adjuvante da terapia da dor quando foi
desenvolvido com outro objetivo e, entretanto, possui ação na analgesia.
As vantagens são: reduzem as quantidades de opioides e tratam outros
sintomas relacionados à dor (insônia, parestesia, contraturas
musculares etc.)

Anticonvulsivantes

Os anticonvulsivantes possuem vários mecanismos de ação, e diversos


pesquisadores acreditam que a ação desses fármacos é devido à
combinação desses mecanismos.

Os anticonvulsivantes usados antigamente eram a carbamazepina,


valproato e oxcarbazepina, que possuíam vários efeitos adversos.
Atualmente, os anticonvulsivantes mais utilizados são gabapentina,
pregabalina e lamotrigina.

Normalmente, são considerados quando os anti-inflamatórios não


possuem qualquer ação. Deve-se sempre manter uma monitorização
dos níveis séricos desses fármacos.

Gabapentinoides expand_more

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Gabapentina e pregabalina. O mecanismo de ação desses


fármacos ainda continua desconhecido. No entanto, admite-se
que atuem por meio da ligação aos canais de cálcio (na
subunidade alfa-2-delta) voltagem dependentes dos neurônios
pré-sinápticos, onde regulam o fluxo de cálcio e diminuem a
liberação de neurotransmissores na fenda sináptica. Também
atuam em receptores N-metil-D-aspartato (NMDA – receptor do
glutamato), proteína quinase C e citocinas inflamatórias.

Ações: anticonvulsivantes; ansiolítico e analgésico.

Efeitos adversos mais comuns: tontura, sonolência, boca seca,


náuseas e edema de membros inferiores, ataxia, tremor.

Lamotrigina expand_more

Bloqueia o disparo repetitivo persistente dos neurônios da


medula espinal e retarda a recuperação dos canais de sódio
(Na+).

Efeitos adversos: tontura, ataxia, visão turva, náuseas e vômitos.

Topiramato expand_more

Reduz a entrada de sódio (Na+) através dos canais de Na+


voltagem dependentes. Aumenta a entrada de potássio (K+) no
neurônio fazendo com que este seja hiperpolarizado. O
topiramato é muito utilizado para as dores de enxaqueca.

Efeitos adversos: sonolência, fadiga, perda ponderal (perda de


peso) e nervosismo. Pode influenciar na memória (redução).

Carbamazepina expand_more

Bloqueia os canais de Na+ dependentes de voltagem dos


neurônios da medula espinal e no córtex. É muito indicada na
neuralgia do trigêmeo.

Efeitos adversos: pode causar sonolência, náuseas, vômitos,


ataxia, diplopia, vertigens alterações hepáticas, leucopenia. Em

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pacientes cardiopatas pode descompensar a doença cardíaca.

Antidepressivos

São drogas utilizadas como adjuvantes no tratamento da dor, isto é, em


associação a outros fármacos. Os antidepressivos podem ajudar a
aliviar a dor em pessoas mesmo sem depressão. São divididos em
várias classes, entretanto, as duas classes mais eficazes no alívio da
dor são: antidepressivos tricíclicos e os antidepressivos inibidores
seletivos da receptação de serotonina (ISRS). Atuam tanto ao nível de
sistema nervoso central quanto ao nível de sistema nervoso periférico.

É necessário aguardar no mínimo duas semanas para que os efeitos se


iniciem.

Antidepressivos tricíclicos: Atuam inibindo a recaptação de serotonina e


noradrenalina – isso aumenta a disponibilidade desses
neurotransmissores na fenda sináptica. Esses neurotransmissores
aumentam nas vias descendentes da analgesia e reforçam essa via;
aumentam a afinidade dos opioides pelos seus receptores.

Estão divididos em aminas secundárias e terciárias.

Aminas secundárias
Nortriptilina, protriptilina, desipramina e maprotriptilina.

Aminas terciárias
Amitriptilina, imipramina, clomipramina, trimipramina e doxepina.

Os antidepressivos tricíclicos causam efeitos adversos, como: boca


seca; gosto metálico; desconforto epigástrico; prisão de ventre; tontura;
taquicardia; palpitações; visão turva e retenção urinária. Há risco de
arritmias com overdoses. As aminas terciárias possuem efeitos
adversos mais acentuados.

São muito indicados em dores neuropáticas e enxaquecas.

Inibidores seletivos da receptação de serotonina (ISRS): atuam inibindo


somente a recaptação da serotonina – aumentando sua disponibilidade
na fenda sináptica. Também atuam nas vias descendentes da analgesia;
aumentam a afinidade dos opioides pelos seus receptores.

Exemplo

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Citalopram; escitalopram; fluoxetina; paroxetina; sertralina; venlafaxina;


desvenlafaxina.

Os ISRS possuem como efeitos adversos: náuseas; vômitos; cefaleia;


disfunção sexual, como atenuação do orgasmo nas mulheres e inibição
da ejaculação.

Duloxetina: é um antidepressivo atípico e também bloqueia a


recaptação de noradrenalina e de serotonina – aumenta a
disponibilidade desses neurotransmissores na fenda sináptica.

Atualmente, é um dos antidepressivos mais utilizados no tratamento de


dores neuropáticas pela sua eficácia no controle da dor. É bem tolerada
nos idosos por possuir poucos efeitos adversos anticolinérgicos.

Os efeitos adversos mais comuns são: cefaleia, insônia, disfunção


sexual, boca seca, tontura, sudorese, perda de apetite, sedação,
náuseas.

Atenção!
Os antidepressivos tricíclicos, apesar de possuírem mais efeitos
adversos que os ISRS, são mais eficazes no tratamento da dor. Por isso,
cada caso deve ser analisado de forma única, levando em consideração
a idade e os hábitos de vida dos pacientes.

Neurolépticos

Também classificados como antipsicóticos e utilizados no tratamento


de psicoses, como a esquizofrenia, daí também serem chamados de
antiesquizofrênicos.

São classificados como típicos e atípicos. Vamos conferi-los!

Típicos expand_more

Clorpromazina, levomepromazina; tioridazina; flufenazina;


tiotixeno etc.

Mecanismo de ação: bloqueiam os receptores de dopamina do


tipo 2 (D2); bloqueio dos receptores colinérgicos (o que provoca
vários efeitos adversos).

Ações: efeitos ansiolíticos e antidepressivos; melhora o efeito


analgésico; antieméticos; sedativos.

Efeitos adversos: sedação; retenção urinária, prisão de ventre;


boca seca; taquicardia; galactorreia; acatisia; parkinsonismo

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farmacológico, distonia aguda; discinesia tardia (esses quatro


últimos denominados de efeitos extrapiramidais).

São indicados nas enxaquecas; dor neuropática e nociceptiva.

Atípicos expand_more

Quetiapina; olanzapina, ziprasidona; risperidona etc.

Mecanismo de ação: bloqueio dos receptores de serotonina 5-


HT2. O bloqueio do receptor 5-HT2 reduz os efeitos do bloqueio
dos receptores D2, o que promove menores efeitos adversos.

Ações: delírios e náuseas

São indicados nas enxaquecas; dor neuropática e nociceptiva.

Outros fármacos

medical_services Anti-inflamatórios esteroidais ou


corticoides ou hormonais

Aliviam a dor por meio da ação anti-inflamatória,


pois suprimem o sistema imunológico. Podem ser
administrados por via oral, injetável (intramuscular,
intratecal ou sistêmico).

medical_services Clonidina

Anti-hipertensivo de ação central. Atua como um


agonista dos receptores α2-adrenérgicos.

medical_services Relaxantes musculares

Atuam reduzindo a dor muscular. Alguns atuam


reduzindo a atividade sináptica central pela

ti ã d t d t i
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ativação dos receptores do neurotransmissor
GABA.

medical_services Baclofeno

Atua como um agonista dos receptores GABA B


(ácido gama-aminobutírico), causando
hiperpolarização por meio do aumento da entrada
de potássio nos neurônios.

medical_services Carisoprodol

Ainda obscuro, mas admite-se que faça bloqueio da


atividade dos interneurônios na formação reticular
descendente e na medula espinal.

medical_services Tizanidina

Reduz a liberação pré-sináptica de glutamato na


medula espinal.

Opioides
Os opioides exógenos (ou sintéticos) atuam no corpo imitando
substâncias que são produzidas pelo próprio corpo, e que são
chamadas de peptídeos opioides endógenos ou endorfinas.

Curiosidade
O ópio, bem como seus derivados sintéticos como morfina, codeína e
outros, são utilizados desde a antiguidade para o tratamento de dores.

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Já é sabido que neurônios do sistema nervoso central (SNC) e periférico


(SNP) possuem receptores para os opioides endógenos, os quais são
alvo também dos opioides sintéticos.

Os neurônios apresentam quatro classes principais de receptores


opioides:

looks_one
μ (mu), também chamado de MOP.

looks_two
δ (delta), também chamado de DOP.

looks_3
Κ (kappa), também chamado de KOP.

looks_4
FQ (orfanina), também chamado de NOP.
Os receptores μ estão concentrados na região do corno dorsal da
medula espinal, no bulbo e na grísea periaquedutal, as regiões centrais
envolvidas com a analgesia. Além desses receptores, essas regiões
também apresentam os receptores Κ e δ. Todos estão em posições
estratégicas para regular a sensação de dor. Os receptores μ medeiam
os efeitos indesejáveis, como depressão respiratória, constipação e
imunossupressão.

Atenção!
O número de receptores μ nos neurônios Aδ, que levam informação de
dor aguda ou rápida é menor que os encontrados nas fibras C que
medeiam a dor crônica. Isso explica por que a morfina é menos eficaz
nas dores agudas que nas dores crônicas.

Podem ser utilizados sozinhos ou em associação aos anti-inflamatórios,


sendo que nas associações o objetivo é potencializar o efeito
analgésico reduzindo a concentração do opioide.

Os receptores foram classificados de acordo com sua afinidade pelos


seus agonistas. Um exemplo é a alta afinidade da morfina pelos
receptores μ. Além do fato de haver uma grande correlação entre a
potência do agonista (substância que se liga e ativa um receptor) e a

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sua afinidade de ligação a esses receptores. Essa relação de localização


dos receptores opioides com as áreas centrais envolvidas na analgesia
só reforça o conceito de que há regiões do encéfalo responsáveis pela
redução ou abolição da percepção da dor.

Mecanismo de ação geral expand_more

Induzem a abertura dos canais de K⁺ provocando a


hiperpolarização dos neurônios, além disso, provocam a redução
da liberação de substância P no corno dorsal da medula espinal
pela redução da entrada do íon cálcio (Ca ²⁺).

Efeitos adversos: sedação e depressão respiratória (o mais


perigoso), alucinações, euforia (bem-estar), disforia
(inquietação), prurido (coceira intensa), miose, confusão mental.

Fármacos mais utilizados expand_more

Morfina, codeína, tramadol, metadona, propoxifeno, fentanil,


sufentanil, buprenorfina, meperidina etc.

Vias de administração expand_more

Via oral, intravenosa, subcutânea, transcutânea ou intramuscular,


via espinal (intratecal ou peridural) e por via periférica (intra-
articular).

A escolha de um opioide deve ser orientada pela sua potência,


características farmacológicas e via de administração disponível.

A depressão respiratória é o efeito adverso mais perigoso causado por


esses fármacos. É provocada pela redução da sensibilidade dos
quimiorreceptores centrais à concentração de dióxido de carbono. O
tratamento da depressão respiratória deve ser feito com fármacos
antagonistas opioides como a naloxona e naltrexona, que bloqueiam os
receptores opioides, impedindo que os opioides sintéticos se liguem a
eles.

A morfina é o fármaco mais seguro devido às suas características


farmacocinéticas. Proporciona uma analgesia em torno de 4 a 8 horas

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de duração. Não há evidências que demonstrem que outros opioides


tenham maior eficácia analgésica que a morfina.

Atenção!
Esses fármacos induzem à tolerância e dependência.

Tratamentos invasivos
A maioria dos tratamentos aqui descritos têm por finalidade o
tratamento da própria dor (controle sintomático), e não da sua causa.

Os tratamentos invasivos são classificados em:

Ablativos
Quando não preservam o SNC ou SNP.

Não ablativos
Quando preservam o sistema nervoso.

Anestésicos locais

É um procedimento não ablativo.

Os anestésicos locais mais utilizados para o tratamento são: procaína,


lidocaína, prilocaína, bupivacaína e ropivacaína. Podem ser
administrados por via tópica (local), infusão próxima dos troncos
nervosos ou mesmo por via sistêmica em doses iguais às suas ações
antiarrítmicas.

A administração deve ser realizada em centros especializados e os


sinais vitais devem ser monitorizados.

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Os anestésicos locais são fármacos lipossolúveis e atravessam a


membrana das fibras neuronais, se ligam e bloqueiam os canais de Na+
dependentes de voltagem ao longo dos axônios impedindo a condução
dos potenciais de ação, o que impede a liberação dos
neurotransmissores na fenda sináptica.

Indicações: curativos, mobilidade e reduções de membros com fraturas


ou luxações; retirada de cistos e abcessos.

Atenção!
Os anestésicos locais interferem com a atividade motora do membro ou
da região anestesiada, ao contrário das infusões com opioides.

Neuroablação

São utilizadas estratégias cirúrgicas para fazer a interrupção da


comunicação (tomias) ou a retirada da região (ectomias) no SNP ou
SNC. O objetivo é interromper a via da dor de forma cirúrgica por meio
de lesões seletivas de estruturas nervosas.

healing Simpatectomia

Consiste na lesão ou destruição de nervos


periféricos ou das vias nervosas da dor na medula
espinal. Bem parecidas com essa intervenção são a
rizotomia e a neurotomia.

healing Tratotomia de Lissauer e lesão do corno


posterior da medula espinal

Consiste na lesão do corno dorsal da medula


espinal. É realizada por radiofrequência.

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healing Reticulotomia rostral mesencefálica ou


mesencefalotomia

Lesão do trato espinorretículo talâmico.

healing Nucleotratotomia trigeminal pontina

Consiste na ablação do núcleo do trato espinal do


nervo trigêmeo e de suas fibras descendentes.

healing Mielotomia extraleminiscal

Lesão das fibras do trato espinorretículo talâmico


que cruzam a medula espinal.

healing Talamotomia

Lesão dos núcleos talâmicos para onde convergem


as fibras das vias espinotalâmicas e
paleoespinotalâmicas.

Neuroestimulação invasiva

É uma técnica que utiliza a estimulação elétrica direta do tecido


neuronal pela implantação de eletrodos. Tornou-se um método de
indução de analgesia sem destruição e se houver efeitos indesejáveis é
só interromper a estimulação.

Pode ser feita na medula espinal; no córtex motor; no gânglio da raiz


dorsal e nervos periféricos.

A eficácia do tratamento depende da seleção de pacientes aptos; dos


materiais utilizados e das técnicas escolhidas pelos neurocirurgiões.

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É utilizada para tratamento da dor crônica não responsiva a outras


técnicas, principalmente as de origem neuropática.

Implantes de dispositivos para administração de fármacos no


SNC

Essa técnica consiste na implantação no SNC de dispositivos que


possuem câmaras para armazenar fármacos e fazer a liberação gradual
deles no tecido nervoso. Esses dispositivos possuem cateteres que
liberam os fármacos diretamente nos compartimentos epidural e
ventricular.

O equipamento consiste, além do cateter e da câmara,


de uma bomba infusora. A câmara precisa ser
puncionada periodicamente para ser preenchida com
mais fármacos. Esses dispositivos são implantados
por meio de procedimentos cirúrgicos com anestesia
local ou geral.

Os fármacos mais utilizados são: morfina, meperidina, metadona,


tramadol, fentanila, sufentanila, alfentanila, buprenorfina, clonidina.

video_library
Intervenções médicas na dor
Confira agora como os médicos atuam em pacientes com dor, seja com
prescrição de medicamentos até intervenções invasivas.

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Falta pouco para atingir seus objetivos.

Vamos praticar alguns conceitos?

Questão 1

Os AINES são fármacos heterogêneos e que possuem


características em comum, que são a ação anti-inflamatória,
analgésica e antipirética. Seu mecanismo de ação é

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A a ativação dos receptores MOP.

B o bloqueio das enzimas COX.

C o bloqueio dos canais de sódio.

D o bloqueio dos canais de cálcio.

E a ativação dos canais de potássio.

Parabéns! A alternativa B está correta.

Os AINES são anti-inflamatórios não esteroidais e seu mecanismo


de ação consiste no bloqueio da ação das enzimas cicloxigenases
(COX) no citoplasma das células lesadas. Esses fármacos não
atuam sobre canais iônicos nem em receptores opioides.

Questão 2

O topiramato é um fármaco que pertence a qual classe?

A Opioides

B AINES

C Antidepressivos

D Anticonvulsivantes

E Corticoides

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Parabéns! A alternativa D está correta.

O topiramato é um anticonvulsivante muito utilizado no tratamento


da enxaqueca. Portanto, as demais alternativas estão erradas.

2 - Intervenções psicoterapêuticas
Ao final deste módulo, você será capaz de identificar as práticas psicoterapêuticas utilizadas
nos pacientes com dor.

A dor e a psicologia
A dor é uma experiência sensorial desagradável do ponto de vista
sensorial e emocional e atua também como um fator limitante para o
indivíduo. A dor é responsável pela redução da produtividade das
pessoas, conflitos sociais, licenças médicas, aposentadoria precoce etc.

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Em 2004, a Organização Mundial de Saúde (OMS) considerou a dor


como um problema de saúde pública e, juntamente com outros órgãos
internacionais, publicou um documento no qual dizem que o tratamento
da dor deveria ser um direito humano. Seria necessário que cada país
desenvolvesse políticas públicas de saúde para o tratamento da dor.

Saiba mais
Vários estudos estimam que em torno de 12% a 55% da população
mundial sofre com algum tipo de dor (aguda ou crônica) e que a maior
parte dessa população não tem acesso a nenhum tipo de tratamento.

A percepção da dor é um evento complexo e envolve muitas áreas


corticais (SNC), algumas das quais são influenciadas pelas emoções,
isto é, pelo contexto emotivo da situação.

O conceito emocional também foi considerado a partir de observações


de vários casos de lesões graves ocorridas em acidentes ou em guerras.
Como explicar que um soldado com uma lesão grave no corpo não sinta
dor, ou só a sinta mais tarde, enquanto uma pessoa que acabou de se
ferir tão gravemente quanto, se em ambiente doméstico, sente muita
dor?

Essas questões vêm sendo levantadas e a explicação encontrada pelos


estudiosos está exatamente no contexto da situação em que as
pessoas estão envolvidas. Um soldado sabe que ele precisa levantar-se
e sair daquela situação para não morrer, seu cérebro está voltado para a
sobrevivência a uma situação de perigo, enquanto em um ambiente
doméstico não existe essa preocupação.

Os pesquisadores, para entender a complexidade da dor, costumam


dividi-la em dois componentes:

Componente sensorial-discriminativo – SN
sensorial
Responsável pela detecção da intensidade, localização espacial;
duração; padrão temporal e qualidade do estímulo nocivo.

Componente emocional-afetivo
Reação emocional decorrente da percepção, ou seja, a integração do
estímulo com áreas do córtex e sistema límbico.

O tratamento psicológico vem crescendo ultimamente, visto que as


intervenções psicológicas melhoram os quadros de depressão, estresse,

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ansiedade, medo, baixa autoestima, insônia, crendices etc. A melhoria


do quadro geral melhora a percepção da dor.

Mesmo os pacientes que possuem acesso aos tratamentos


farmacológicos devem ter tratamento psicológico, pois que auxilia na
orientação e escolha de qual tipo de tratamento a ser escolhido pelo
paciente e altera suas crenças sobre a dor e suas perspectivas em como
tratá-la.

Podemos classificar o tratamento geral de um paciente com dor crônica


em dois tipos:

Biomédico
Leva em conta somente o diagnóstico e o tratamento do indivíduo.

Biopsicossocial
Leva em consideração, também, os âmbitos social, psicológico,
espiritual e físico do indivíduo.

É importante ressaltar que as estratégias psicoeducativas estejam


voltadas para desenvolver no indivíduo valores como: compreensão da
complexidade da dor, técnicas de relaxamento, educação sobre a sua
dor, habilidades sociais, adesão ao tratamento farmacológico, estimular
a prática de exercícios físicos e mudanças comportamentais relevantes,
dentre outros.

A avaliação do paciente pelo terapeuta é complexa e leva em


consideração fatores cognitivos, emocionais e comportamentais e,
ainda, ambientais, físicos e sociais, além dos fisiológicos. O terapeuta
deve questionar também as crenças do paciente sobre seus processos
de dor e levá-lo a refletir sobre sua vivência na dor e as implicações que
esta tem sobre seu cotidiano.

Aspectos fisiológicos da dor

Levar em consideração as sensações físicas como localização;


intensidade; qualidade (queimação, pontada); duração e
classificação (incômoda, insuportável, horrível). Utilizar
instrumentos de avaliação como as escalas de dor. Conhecer
possíveis causas físicas e a interferência dessas causas nas
capacidades físicas do indivíduo.

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Aspectos cognitivos

Conjunto de condições mentais que são necessárias para


experimentar a dor. Trata-se de um aprendizado individual
sobre a experiência da dor baseado em fatores culturais e
crenças. Deve-se conhecer o significado da dor para o paciente
– interpretação da dor pelo paciente.

Aspectos emocionais

Deve-se conhecer quais as emoções e estados de humor


provocadas pela dor – disforia; depressão; ansiedade, raiva;
cólera; irritabilidade; sensação de perda e falta de eficácia.
Deve-se fazer diagnóstico diferencial das emoções provocadas
pela dor e emoções de outros transtornos.

Aspectos comportamentais

Comportamentos provocados em resposta à dor; as


expressões imediatas à dor; forma como o paciente expressa
sua dor às pessoas próximas; estratégias que utiliza para
enfrentar a dor.

Aspectos ambientais e físicos

Avaliar as influências ambientais e físicas que melhoram ou


agravam a dor. Avaliar se frio/calor; momento do dia, objetos
ou instrumentos usados pelo paciente, forma de transporte que
o paciente usa etc. Avaliar o impacto da família e pessoas
próximas.

O ideal é que o psicólogo faça parte de uma equipe interdisciplinar, e


que possa discutir dentro do grupo de profissionais as estratégias em
conjunto para o tratamento do indivíduo, a partir das observações de
cada profissional.

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O psicólogo assume papel imprescindível como educador psicossocial.


Ele redefine a significação da dor para o paciente; auxilia na exclusão de
pensamentos de catastrofização; age como moderador de conflitos e na
terapia em grupo; auxilia nas relações interpessoais e intrapessoais;
orienta na busca pela melhoria da qualidade de vida.

Intervenções psicológicas no controle


da dor
Terapias cognitivas

É de notório saber, e demonstrado cientificamente, que as emoções e a


atenção influenciam os estados de dor aguda e crônica. Além disso, a
teoria do portão ou comporta da dor também demonstra influências
psicológicas sobre a percepção da dor nos indivíduos.

A terapia cognitivo-comportamental tenta sempre apresentar


intervenções com caráter otimista, tentando fazer com que o indivíduo
tenha outro olhar sobre ponto de vista mais positivo para o seu
problema. Ao indivíduo, deve-se deixar claro que o sucesso do
tratamento se deve a ele próprio, suas habilidades pessoais, seu
comportamento e suas decisões.

O objetivo das terapias cognitivas comportamentais é


que a partir de um conjunto de técnicas o paciente seja
capaz de alterar as respostas cognitivas e
comportamentais relacionadas com a dor, auxiliar o
paciente a aprender a gerenciar a própria condição de
dor, o humor e o funcionamento social, familiar e
religioso.

A terapia cognitiva trabalha com três níveis de cognição:

psychology
Pensamentos automáticos

psychology
Crenças intermediárias
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psychology
Crenças nucleares
Os pensamentos ou imagens automáticas, como o nome já diz, são
aqueles que passam sempre pela nossa cabeça a todo instante. São
involuntários e são os mais fáceis de acessar e modificar. As crenças
intermediárias são aquelas inerentes ao indivíduo, criadas por ele. São
criadas para permitir a sobrevivência às crenças nucleares.

No início da terapia, o indivíduo deve ser orientado a registrar seus


pensamentos disfuncionais, isto é, descrever os pensamentos
automáticos, sendo que a descrição da emoção que esse pensamento
causou também é necessária. O paciente deve descrever a situação que
estimulou o pensamento automático.

As crenças nucleares são as cognições ditas disfuncionais, são


concepções enraizadas que o indivíduo constrói ao longo da vida. A
crença nuclear modela o estilo do pensamento e produz erros
cognitivos. Geralmente, determinam as dificuldades e as facilidades que
ocorrem no tratamento.

As técnicas cognitivas permitem aos pacientes encontrar os erros das


crenças intermediárias e das crenças nucleares, corrigi-las e então se
sentirem melhor. A melhoria geral de qualidade de vida reflete também
em uma melhoria do quadro de dor. Essas técnicas podem ser
realizadas individualmente ou em grupo. Alguns estudiosos defendem
as terapias em grupo, já que o contexto de socialização parece ter
positividade sobre o tratamento.

O terapeuta deve analisar o conceito de tríade cognitiva do indivíduo


(visão de si, de mundo e de futuro do sujeito):

looks_one O paciente deve ser encorajado a dar uma


descrição sobre o que acha de si.

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looks_two Conferir adjetivos a ele mesmo.

looks_3 Falar o que pensa sobre o mundo em que


vive.

looks_4 Dizer o que espera do futuro.

As análises desses autocomentários devem refletir o sentimento geral


desse paciente. Devem ser avaliadas: a desesperança, a depressão e o
potencial risco de suicídio.

Comentário
Pensamentos automáticos negativos dão permissão a sentimentos
desagradáveis e inibições comportamentais.

Psicoeducação

O paciente e o terapeuta trabalham em equipe para que o paciente


aprenda a monitorar e identificar pensamentos automáticos. O
profissional ensina a reconhecer as relações entre cognição, afeto e
comportamento, a testar a validade de pensamentos automáticos e
crenças nucleares, a corrigir conceitualizações tendenciosas,
substituindo pensamentos distorcidos por cognições mais realistas, e a
identificar e alterar crenças, pressupostos ou esquemas subjacentes a
padrões disfuncionais de pensamentos.

A equipe interdisciplinar ou o terapeuta devem fornecer informações


com vista à aquisição e ao desenvolvimento de saberes e competências
com o objetivo de:

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looks_one Ensinar o indivíduo a como conduzir sua


doença.

looks_two Fomentar sentimentos de autoconfiança.

looks_3 Desenvolver coragem para enfrentamento.

looks_4 Desenvolver confiança no tratamento e sua


consequente adesão.

As estratégias educativas devem ser realizadas de forma a não


despertar no indivíduo sentimentos negativos e medo, o que pode gerar
ações defensivas por parte do indivíduo. A estratégia educativa deve ser
apresentada de forma racional, com linha de raciocínio claro e, por
vezes, usar exemplos concretos para evidenciar a teoria.

O terapeuta tem papel fundamental a partir do momento em que fornece


informações sobre a função básica da terapia que será utilizada, a
metodologia, seus objetivos e suas bases teóricas. Também fomenta a
participação ativa do indivíduo nas ações terapêuticas, na adesão ao
tratamento médico etc.

Enfrentamento

É descrito pela literatura como a maneira que o indivíduo lida com


recursos internos e externos para minimizar os efeitos físicos e
emocionais causados pelos fatores estressantes. O enfrentamento
tenta modificar as relações indivíduo-ambiente por meio do controle da
situação geradora de tensão. Também pode alterar a resposta
emocional trazida à tona pela situação-problema.

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Programação de atividades diárias

Treinamento de habilidades, aplicação de escala e tarefas de casa: o


paciente é estimulado a se imaginar praticando qualquer situação, como
cozinhar um prato que está acostumado. Durante a imaginação, ele
deve classificar suas habilidades e prazer de cozinhar o prato em uma
escala de 0 a 10, antes de realizar a tarefa. Essa autoclassificação
deverá ser comparada aos elogios das pessoas que comeram o prato.

Treino de relaxamento: relaxamento muscular progressivo; respiração


diafragmática; imagem mental relaxante.

Realização de exercícios físicos

Quando o indivíduo sente dor, é normal que ele pare de realizar o


determinado movimento que lhe cause esse sofrimento. Isso traz como
consequência a debilidade da falta de atividade física.

Já é comprovado cientificamente que a realização da prática física de


forma constante melhora a qualidade de vida dos indivíduos. A atividade
física leva à liberação de endorfinas que atuam na analgesia e na
modulação da dor, reduzindo a obesidade e melhorando a qualidade de
vida e autoestima.

Atenção!
A terapia cognitiva não tem como objetivo a analgesia, porém tirar o
foco da dor por meio do controle dos sintomas, a melhoria do conforto,
modificação do simbolismo da dor, desenvolvimento de autoconfiança,
encorajamento para realização de tarefas, correção dos desajustes
familiares, sociais e profissionais, e a diminuição do uso de fármacos
analgésicos.

Modelo do condicionamento clássico

Sabe-se que a dor surge com um estímulo neutro. Os indivíduos


associarão esse estímulo à dor. Sempre que esse estímulo surgir, o
indivíduo sentirá dor. Um exemplo é a atividade física que é realizada
antes de uma sensação de dor. Isso pode provocar rejeição do indivíduo
a realizar atividades físicas com medo da dor.

Nesse caso, o tratamento é a indução do paciente a realizar a tarefa,


aumentando progressivamente a exposição aos exercícios físicos.

No modelo do condicionamento operante, o indivíduo apresenta dor


associada às regras ou consequências do ambiente social. Assim
sendo, o terapeuta deve identificar as variáveis que precipitam a dor e os

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comportamentos de risco. O tratamento para o condicionamento


operante deve ser feito provocando no indivíduo mudanças no
comportamento ou desenvolver comportamento alternativo.

Terapia da terceira onda

A terapia da terceira onda engloba o Mindfulness, Terapia da Aceitação


e Compromisso (ACT) e a Psicoterapia Analítica Funcional (FAP).

Nessas terapias, há uma troca espontânea entre terapeuta e cliente e


também uma aceitação dos eventos aversivos, ao contrário do
condicionamento.

Exemplo
Um exemplo de terapia da terceira onda é a prática de Mindfulness, em
que o cliente é estimulado a ter consciência dos seus pensamentos,
emoções, sensações e ações. Além disso, não deve fazer julgamentos
ou críticas a si mesmo ou à própria experiência.

Ainda dentro da terceira onda, a Terapia da Aceitação e Compromisso


coloca para o paciente que ele não evite pensar na dor. Não pensar na
dor traria mais dor, pois a esquiva traria um aumento de novas respostas
aversivas à dor. Nesse caso, o paciente é orientado a aceitar suas
experiências e buscar novos objetivos em longo prazo.

A Psicoterapia Analítica Funcional pode ser feita em grupo, o que já foi


observado apresentar respostas eficazes maiores ao tratamento da dor.
Na FAC, o terapeuta também tem papel principal, tendo como objetivo
alterar o círculo vicioso da dor. A terapia em grupo, então, possibilita a
discussão de contextos e mudanças que podem apresentar para
aumentar as possibilidades terapêuticas.

video_library
Abordagens psicoterapêuticas na dor
Confira agora algumas abordagens psicoterapêuticas com pacientes
que sofrem com dores. É o caso das terapias cognitivo-
comportamentais, condicionamento clássico, psicoeducação, terapias
da terceira onda, dentre outras. Vamos lá!

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Falta pouco para atingir seus objetivos.

Vamos praticar alguns conceitos?

Questão 1

A avaliação do paciente pelo terapeuta é complexa e deve levar em


consideração vários aspectos. Leia a afirmativa a seguir:

“Avaliar as influências ambientais e físicas que melhoram ou


agravam a dor; avaliar se frio/calor, momento do dia, objetos ou
instrumentos usados pelo paciente, forma de transporte que o
paciente usa, etc.; avaliar o impacto da família e pessoas próximas.”

Essa afirmativa refere-se a que aspecto da avaliação?

A Aspectos fisiológicos da dor.

B Aspectos cognitivos.

C Aspectos emocionais.

D Aspectos comportamentais.

E Aspectos ambientais e físicos.

Parabéns! A alternativa E está correta.

Os aspectos físicos e ambientais nos quais o paciente está inserido


se caracterizam pela estrutura física encontrada no ambiente onde
ele vive e os objetos desse ambiente; se faz frio ou calor; o meio
que usa para locomoção e, além disso, avalia a influência que a
família tem.

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Questão 2

“As estratégias educativas devem ser realizadas de forma a não


despertar no indivíduo sentimentos negativos e medo, o que pode
gerar ações defensivas por parte do indivíduo.”

Ao fazer uma comunicação, o terapeuta deve ter cuidado para não


desencadear respostas nocivas. Isso é uma premissa de qual tipo
de abordagem psicológica?

A Psicoeducação.

B Condicionamento clássico.

C Terceira onda.

D Aceitação e compromisso.

E Psicoterapia analítica funcional.

Parabéns! A alternativa A está correta.

O terapeuta tem papel primordial na informação ao paciente. A


informação deve ser dada com o objetivo de desenvolver no
paciente saberes e habilidades para que ele possa usar no seu
tratamento para a dor. A informação deve ser fornecida com
cuidado para não desencadear no paciente respostas aversivas que
vão influenciar de forma oposta ao tratamento. Portanto, as demais
alternativas estão erradas.

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3 - Terapias holísticas e práticas complementares


Ao final deste módulo, você será capaz de identificar algumas terapias holísticas e práticas
complementares de tratamento da dor.

Conhecendo as terapias holísticas


As terapias conhecidas pelo termo “terapias holísticas” visam ao
tratamento do indivíduo como um todo: corpo e mente. Os tratamentos
são realizados dos pontos de vista energético e emocional.

Temos que lembrar que nem todos os tratamentos possuem


comprovação científica, e isso vem sendo constante fonte de debates
entre a comunidade científica e adeptos. Vale lembrar que esses
tratamentos devem ser usados como tratamentos complementares, e
não únicos.

As terapias holísticas englobam todas as terapias que não são


utilizadas pela medicina ocidental ou alopática, e que tratam o indivíduo
em sua integralidade:

self_improvement
Corpo-mente

self_improvement
Espírito

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self_improvement
Energético

self_improvement
Material
Tem o foco no “Ser” em sua totalidade. Sendo assim, procura e trata a
causa do problema, e não os sintomas.

Na terapia holística, cada problema é tratado como único, já que o Ser é


único e apresenta desequilíbrios energéticos ou qualquer tipo de
desajuste que possa provocar alterações emocionais, mentais,
energéticas e espirituais.

Na terapia não convencional, a doença é um resultado dos


desequilíbrios ou desajustes que terminam por afetar o corpo. Portanto,
na terapia holística há uma busca para reintegrar o Ser e restabelecer a
harmonia e o equilíbrio entre os centros de força na busca pela saúde.

As terapias holísticas estão dentro do que é chamado de terapias


integrativas e complementares. A OMS (Organização Mundial da Saúde),
a partir de 1976, passa a reconhecer o papel benéfico das terapias
complementares e integrativas. A partir de 1986, na Declaração de
Veneza, a UNESCO passa a incentivar que os países-membros adotem
as terapias e educação holística.

Uma das bases da terapia holística é o olhar para o Ser com abordagem
no espírito ou espiritualidade. A importância da espiritualidade tem
crescido tanto ultimamente que a Sociedade Brasileira de Cardiologia
(SBC) criou um departamento responsável por estudos e análises da
espiritualidade e morbidades. Vários cursos superiores de Medicina têm
colocado em suas matrizes curriculares a disciplina de espiritualidade.

Não confundam espiritualidade com religião. É fato que uma pessoa


religiosa apresenta espiritualidade, mas o conceito de espiritualidade vai

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além do indivíduo ter ou não religião. Segundo a atualização das


diretrizes da SBC, a espiritualidade é definida como:

um conjunto de valores morais,


mentais e emocionais que norteiam
pensamentos, comportamentos e
atitudes nas circunstâncias da vida
de relacionamentos intra e
interpessoais.

(DEMCA, s.d.)

Nesse contexto, entram também tanto ateus quanto agnósticos, já que


baseiam sua conduta moral em valores filosóficos. A espiritualidade,
segundo estudiosos, provoca compaixão, preocupações e a sensação
de conexão com algo maior que nós mesmos.

A espiritualidade está intimamente associada à redução da depressão,


redução de internações e melhoria da qualidade de vida. Esse
comportamento é observado entre pessoas cuja espiritualidade está
associada a algum tipo de religião. Estudiosos acreditam que o
comportamento religioso educa o indivíduo quanto ao consumo de
tabaco, álcool, drogas, alimentação, diminuição de parceiros sexuais, e
até acesso à assistência médica. Também se observa nesses indivíduos
uma conduta positiva perante a vida, como esperança, conforto, perdão,
dentre outros.

Comentário
No Brasil, a institucionalização das PICS (Práticas Integrativas e
Complementares em Saúde) se iniciou em 1988, a partir de resoluções
da CIPLAN (Comissão Interministerial de Planejamento e Coordenação),
logo após a criação do SUS. Em 2006, a portaria nº 971, de 3 de maio,
instituiu a Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares
(PNPIC) e o termo PIC (Práticas Integrativas e Complementares). A
partir daí, as reuniões subsequentes da Comissão Nacional de Saúde
(CNS) recomendaram a adição de várias outras PICS ao SUS.

A Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) é a agência


internacional especializada em saúde pública das Américas, e atua
juntamente com a OMS para oferecer aos países-membros cooperação
mútua no combate a doenças transmissíveis, além de fortalecer o
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sistema público de saúde. A OPAS/OMS, em acordo com a BIREME,


lançaram a Biblioteca Virtual em Saúde MTCI (BVS MTCI). Já na
primeira reunião do projeto foi criada a rede de colaboração de MTCI
das Américas, com delegados de todos os países-membros. Essa rede
faz a gestão da BVS. Na BVS, são publicados os estudos dos cientistas
na área de MTCI de todos os países da rede, e o acesso é público.

Nesse contexto de estudo e divulgação das práticas complementares,


surge o Consórcio Acadêmico Brasileiro de Saúde Integrativa – CABSIN,
que segue a estratégia da OPAS/OMS para construção do conhecimento
qualificado e evidência científica sobre MTCI. O CABSIN conta com
cientistas de diversas universidades e centros de pesquisa federais e
privados, que seguem regras rígidas de pesquisa e produção de
conhecimento em Medicina Baseada em Evidências.

Atualmente, o SUS oferece 29 práticas de Medicina complementar e


integrativa. Dessas, somente abordaremos aqui as que possuem
atuação comprovada no tratamento da dor. Tenhamos em mente que
algumas práticas podem não estar associadas ao tratamento da dor,
somente por não terem sido avaliadas de forma científica.

Yoga e Mindfulness
A Yoga é um caminho, uma prática de origem indiana que será
desenvolvida pelo indivíduo de acordo com suas experiências, e que o
levará a se posicionar no universo. Os praticantes de Yoga relatam que é
uma experiência acessível a todos que o desejam praticar e que objetiva
a construção do equilíbrio físico e mental. Atua transformando estados
de dispersão em concentração interior e de silêncio da mente, além de
desenvolver a humildade e a honestidade.

A partir da busca da etimologia (significado) da palavra, o termo Yoga


significa “juntar”, “religar”, e tem sentido com a junção, união da alma
individual e do supremo. Para realizar essa integração, a Yoga utiliza
meditação, técnicas de respiração, relaxamento e posições corporais
(asanas). Atua para controlar ou apaziguar a vida psíquica.

Existem alguns tipos de yogas que podem ser divididas em:

self_improvement Yogas dinâmicas

Ashtanga Yoga; Hot Yoga; Vinyasa Yoga e Iyengar


Yoga. Exigem mais do físico. São indicadas para
jovens com boa saúde.

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self_improvement Yogas leves

Hatha Yoga; Yin Yoga e Yoga restauradora. São


leves e relaxantes. Desenvolvem flexibilidade.
Indicadas para quem quer qualidade de vida e
envelhecer com qualidade.

Apesar da Yoga não ser uma religião ou doutrina, ela permite uma
experiência na espiritualização. Existem várias escrituras milenares com
orientações sobre. As mais utilizadas no Ocidente são as sutras por
apresentarem conceitos mais práticos.

Os textos sutras mais utilizados são do Yogi Patanjali. Podemos resumir


seus textos em oito ensinamentos básicos:

self_improvement Yamas – condutas éticas: não mentir, não


roubar, valores ligados à não violência
(contra você mesmo e contra outros).

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self_improvement Niyamas – observações pessoais –


purificação e pureza – higiene pessoal e
ambiental; higiene mental; contentamento;
disciplina; humildade; honestidade.

self_improvement Ásana – prática de posturas – exige


concentração e conforto para as posturas.

self_improvement Pranayama – práticas de controle de


respiração – conscientemente.

self_improvement Prathyahara – abstração de


sentidos/controle dos sentidos.

self_improvement Dharana – manutenção de


concentração/foco da concentração em
algo.

self_improvement Dhyana – estado meditativo, integração


com o todo.

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self_improvement Samadhi – estado de total integração com o


todo. Raro.

A Hatha Yoga é a Yoga mais difundida no mundo ocidental e uma das


mais utilizadas nos tratamentos terapêuticos para dores e outras
condições. Utiliza as asanas (posturas) associadas aos exercícios
respiratórios (pranayama) e técnicas de meditação para alcançar o
equilíbrio físico e mental.

A técnica para silenciar a mente se inicia com a prática de exercícios


respiratórios ou pranayama. Entretanto, para realizar o pranayama, a
pessoa deve ter uma postura com a coluna reta e estar relaxada.

Na Hatha Yoga, os exercícios de postura são mais leves, e devem ser


realizados da forma mais correta possível. Aos poucos, a pessoa vai
aprendendo a executar as posturas, obter o relaxamento e conseguir
realizar o pranayama.

Benefícios da Hatha Yoga:

Amplia a consciência corporal

Gera autoconhecimento; detecta pontos de tensão muscular;


aprende a controlar situações de estresse que possam surgir
durante o dia.

Equilíbrio dos chacras

Os chacras são pontos de energia responsáveis por ligar corpo


e espírito. A energia necessária para a ligação é renovada ou
reequilibrada durante as seções.

Equilíbrio dos pensamentos

A meditação evita a sucessão de pensamentos negativos


gerando sensação de paz e felicidade.

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23/04/24, 10:57 Intervenções interdisciplinares na dor

Melhora a postura, fortalece e alonga os músculos

Isso contribui para o alívio de algumas dores, além de ser


potencializado pelas ações calmantes e relaxantes.

Vários artigos de pesquisa qualitativa e de revisão sistemática que


estão disponíveis na internet e na Biblioteca Virtual em Saúde MTCI
afirmam que a Yoga é eficaz no tratamento de dores, como: lombalgia,
dor cervical, enxaquecas, fibromialgia, artrite, artrite reumatoide,
síndrome do túnel do carpo, dor da síndrome do intestino irritável e dor
oncológica. A melhoria da dor ocorre em vários períodos classificados
como curto, médio e longo prazo. A Yoga também se mostra eficaz no
tratamento da incapacidade gerada por esses tipos de dor.

Os pesquisadores demonstram em artigos os benefícios da prática da


Yoga como uma ferramenta adicional no tratamento de vários tipos de
dor, uma vez que a mudança do pensamento, de como o paciente vê seu
corpo ou sua condição, mudança de humor, aumento da concentração
por meio de exercícios respiratórios, melhoria dos hábitos alimentares,
melhoria postural e da qualidade do sono confluem para uma melhoria
do quadro álgico.

Comentário
Alguns artigos, inclusive, demonstram que a redução da dor é tão
significativa que os médicos até reduzem alguns medicamentos, como:
analgésicos, antidepressivos e opioides.

Mindfulness é também denominada de Intervenções Baseadas em


Mindfulness (IBM), que são baseadas e fundamentadas em vários
princípios e práticas meditativas, como o budismo (principalmente),
hinduísmo, taoísmo e judaísmo.

O Mindfulness trabalha com meditações dentro do modelo


biopsicossocial, no qual o indivíduo tem como foco o não julgamento, a
aceitação da dor física e estresse psicológico com o objetivo de reduzir
a ruminação (remoer o mesmo assunto) e a catastrofização
(pensamento negativo que se concentra na dor).

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Sendo o budismo a filosofia base do Mindfulness, a mente é o principal


personagem e deve se concentrar nos oito caminhos para aliviar seu
sofrimento.

Alguns pesquisadores sugerem que o Mindfulness funcionaria em três


pilares ou bases: intenção, atenção e atitude (IAA). O desenvolvimento
dessas três bases tem como objetivo a percepção.

Base da intenção
Tem como fundamento o foco na prática para que ela leve à exploração
do eu, o autocontrole que culminaria na libertação.

Base atenção
Assim como na terapia cognitivo-comportamental, baseia-se na
vigilância e atenção sustentada inibindo a atenção secundária por meio
do foco atencional em determinado objeto ou pensamento.

Base atitude
Habilidade de aceitação sem julgamentos, compaixão e o não
julgamento consigo.

Existem três programas de Mindfulness para tratamento da dor


utilizados pela Medicina: o Mindfulness baseado na redução de estresse
(MBRE), o Mindfulness baseado em terapia cognitiva (MBTC) e a terapia
de aceitação e comprometimento (TAC). Apesar de algumas pequenas
diferenças, todos os métodos trabalham com as emoções, a aceitação e
a redução da catastrofização.

Vários estudos disponíveis gratuitamente na internet demonstram a


melhoria dos quadros de dor crônica e na imunidade. Esses estudos
também demonstram redução da liberação de cortisol, redução da
ativação do sistema límbico, principalmente da amígdala e redução da

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inflamação neurogênica. Essas ações da prática do Mindfulness sobre a


fisiologia têm como consequência a redução de ansiedade, depressão e
raiva.

Homeopatia
De todas as MTCI, talvez seja a mais conhecida e praticada. Tem boa
aceitação por grande parte dos médicos (que angariaram para si essa
especialização) e da população em geral.

Samuel Hahnemann.

A homeopatia foi desenvolvida pelo médico alemão Samuel Hahnemann


nos primeiros anos do século XIX, a partir de sua desilusão com a
prática alopática. Em seus estudos, ele observou que, quando ele
mesmo (livre de qualquer doença) utilizava alguns medicamentos da
época, acabava por apresentar sintomas semelhantes às doenças que
esses remédios tratavam.

A partir dessas observações, ele postulou a teoria do “semelhante cura


semelhante” (similia similibus curentur). Isto é, o quadro sintomatológico
apresentado por um paciente é curado pela substância que,
experimentada no homem são, produziu-lhe o quadro sintomatológico
semelhante.

Vamos conferir agora as bases fundamentais da homeopatia!

looks_one Experiência no homem são

As substâncias são testadas em pessoas livres de


doenças, para que não ocorra mascaramento pelos
sintomas dessas doenças. Hahnemann testou

ái b tâ i l t t d
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várias substâncias nele mesmo e anotou todos os
sintomas.

looks_two Lei dos semelhantes

O quadro sintomatológico do paciente é curado


pela substância que, experimentada pelo homem
são, produz a ele o quadro sintomatológico
semelhante.

looks_3 Doses mínimas

Hahnemann observou que as doses habituais


agravavam muito o enfermo e passou a diminuí-las.

looks_4 Medicamento único

O homeopata trabalha para encontrar um único


medicamento que reúna em suas características a
maioria dos sintomas do paciente. Os homeopatas
são classificados em unicistas – aqueles que
trabalham só com medicamento único – ou
pluralistas – que prescrevem vários medicamentos
(a maioria é pluralista).

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Conceitos da homeopatia:

label_important Unidade do ser humano

O indivíduo é único, é um todo moral, físico e


psíquico. Todas essas partes se relacionam
intimamente com o meio e com outros indivíduos.
O ser adoece por inteiro, e não uma parte dele. Por
isso, deve-se tratar o ser, e não só a parte.

label_important Há doentes e doenças

O doente deve ser individualizado. O homeopata


deve estudar as características do doente e seus
sintomas como um todo. Apesar de a doença ser a
mesma, cada indivíduo é único, e deve ser tratado
como tal.

label_important Energia vital

É a energia responsável pela vida, pela homeostase


dos corpos físicos, que mantém o funcionamento
fisiológico e a harmonia entre os sistemas
fisiológicos. Alterações da energia vital provocam
as doenças.

label_important Exonerações

Alguns sintomas são a energia vital tentando voltar


ao equilíbrio após algumas alterações. Por isso,
esses sintomas normalmente não são tratados
imediatamente, porque seu tratamento pode
provocar um agravamento de outro sintoma.

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label_important Medicamento dinamizado

O medicamento sofre um processo de


sucussionamento (agitação) juntamente com
diluição. Acredita-se que esse processo de agitação
libera a energia do medicamento, isto é, dinamiza a
substância ou o medicamento. Quanto maior a
dinamização, maior será a potência do
medicamento.

A homeopatia utiliza substâncias dos três reinos: animal, vegetal e


mineral. A nomenclatura é latina para manter a universalidade, e as
preparações são feitas principalmente em duas escalas: decimal e
centesimal. O paciente passa pelo processo de repertorização, no qual
todos os sintomas físicos e mentais dele devem ser descritos para o
médico homeopata.

Vários livros básicos estão disponíveis para quem quiser se aprofundar


no tratamento homeopático: O Organon, Matéria médica homeopática,
Repertório homeopático e outros.

Miasmas homeopáticos, em uma visão mais simplista do que


Hahnemann classificou, são todas as alterações psicológicas que
modificam a energia vital e provocam doenças. Os miasmas progridem
à medida que as alterações também progridem.

Hahnemann classificou três miasmas:

Psora expand_more

É representada pelas dermatoses e liberação de toxinas. É o


primeiro sinal de alteração da energia vital. Uma dermatose pode
ser superficial – psora compensada – ou profunda –
descompensada. Se o estado psórico não for tratado ou
revertido, ele evolui para a sicose.

Sicose expand_more

Ocorre quando em nível celular as toxinas expelidas das células


acumulam nos tecidos provocando hiperindução ou proliferação

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celular, neoformações e produção de excrescências. A sicose


pode evoluir para a sífilis ou luético.

Sífilis/luético expand_more

Ocorre destruição das células e tecidos, degenerações e úlceras.

A homeopatia na dor

A homeopatia, por tratar de forma personalizada os pacientes que


sofrem com vários tipos de dor, busca o medicamento base que dará
alívio às dores, o fim delas ou a lentificação da evolução da doença.

Não há como falar especificamente de um medicamento homeopático,


visto que cada indivíduo é único, e não importando se a visão é unicista
ou pluralista, cada pessoa terá seu medicamento base e outros
medicamentos diferentes uns dos outros, bem como as diluições
também diferentes.

Atenção!
Vários estudos randomizados têm demonstrado os benefícios da
homeopatia sozinha ou em associação à alopatia no tratamento de
variados tipos de dores crônicas ou agudas – fibromialgia, lombalgia,
neurite pós-hanseníase, artrite reumatoide e outras.

Fitoterapia
Não podemos confundir com homeopatia. A homeopatia também usa
plantas (usa igualmente minerais e animais), porém há todo um
processamento de diluições e dinamizações para esses medicamentos.

A fitoterapia é baseada em conhecimentos ancestrais


somados a estudos sobre plantas medicinais, isto é,
precisa ter seu efeito estudado de modo científico.

Esse tipo de terapia utiliza as plantas in natura, secas ou em diferentes


estados para o tratamento de doenças (como medicamento), bem como
preparações de plantas elaboradas por técnicas de farmácia. As plantas

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medicinais podem ser usadas na forma de infusões, cataplasmas,


tinturas, óleos essenciais, pós etc.

O Brasil, por causa da sua extensão e a grande quantidade de plantas


nativas, possui uma enorme quantidade de recursos da flora ainda não
explorados. Estima-se que tenhamos 750 mil extratos de plantas com
potencial terapêutico.

As plantas possuem princípios ativos em suas folhas, caules e/ou flores


(dependendo da espécie). Vários princípios ativos de plantas já foram
utilizados pela indústria farmacêutica para o desenvolvimento de
medicamentos alopáticos.

Atenção!

Os fitoterápicos devem ser utilizados de forma consciente, pois podem


causar vários efeitos adversos. Importante também analisar qual tipo de
dor está na queixa do paciente e buscar a planta mais indicada e sua
forma de administração mais aceita. Não adianta a prescrição de
infusões (chás) se o paciente não gosta, pois ele não vai consumir.

As propriedades farmacológicas de várias plantas medicinais têm sido


comprovadas em estudos, e suas doses terapêuticas (de tratamento)
têm sido estabelecidas, assim como as doses tóxicas. Algumas
formulações ainda separam o princípio ativo de ação terapêutica de
outros princípios que podem ser tóxicos.

O emprego de algumas espécies de plantas no tratamento da dor, na


maioria dos casos, ocorre pelas suas propriedades anti-inflamatórias.
Elas são empregadas na artrite-reumatoide, fibromialgia, dor de
garganta, dor de cabeça, dores musculares, dores articulares, fraturas,
TPM (tensão pré-menstrual) etc. Outras plantas possuem ações sobre
infecções, como ação antibacteriana e antifúngica (ação anti-
infecciosa).

Plantas como arnica, arruda, sálvia, camomila, Rhus, sucupira, garra do


diabo, dentre tantas outras plantas possuem efeitos terapêuticos sobre
a dor, seja pelas suas ações anti-inflamatórias ou pelas anti-infecciosas.

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Acupuntura
A acupuntura é a arte de curar por meio de agulhas. Normalmente, é
aplicada juntamente com a moxabustão (uso de um bastão, geralmente
de artemísia, com uma brasa na ponta), daí o nome de acupuntura e
moxabustão. Pertence ao grupo de práticas de Medicina Tradicional
Chinesa (MTC) juntamente com a auriculoterapia, Tai chi chuan,
massagens, orientações alimentares e fitoterapia.

Nos princípios filosóficos da MTC e, portanto, da acupuntura,


encontramos como base fundamental que o ser humano é regido por
leis universais, formando um todo indissolúvel e inter-relacionado – isso
não parece familiar?

Os chineses acreditam que a saúde depende do fluxo de energia (Qi, se


pronuncia “Chi”) pelo corpo. Alterações ou bloqueios ao fluxo do Qi
estão relacionados às doenças. Na realidade, não há doenças, mas sim
doentes.

As MTC estão fundamentadas no Tao ou Taoismo, doutrina criada por


Lao-Tsé, e nos cinco elementos (fogo, madeira, terra, metal e água).

O Tao é o princípio de tudo, o caminho absoluto, fonte e força motriz de


tudo o que existe. Na divisão do Tao estão o Yin e o Yang, que são
forças opostas, porém complementares. São considerados como duas
fases de um movimento cíclico. Não há bem nem mal, mas sim
equilíbrio e desequilíbrio, aceitar os opostos sem impor valor a cada um
deles. Um não existe sem o outro, o desaparecimento de um implica o
desaparecimento do outro.

Os órgãos internos (Zang Fu) são divididos em doze sistemas, sendo


seis Yin e seis Yang:

Yin
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Coração; baço/pâncreas; pulmão; rim; fígado e pericárdio.

Yang
Intestino delgado; estômago; intestino grosso; bexiga; vesícula biliar;
triplo aquecedor.

Símbolo do Yin e Yang.

Os órgãos Yin (Zang) são mais “sólidos” e internos, estão relacionados à


estrutura; os Yang (Fu) são mais “ocos” e externos e relacionados à
função.

Há uma relação entre cada órgão e uma emoção no corpo. Uma emoção
influencia um determinado órgão que também influencia a emoção
relacionada a ele. Um exemplo é o fígado, que está relacionado à raiva –
os cálculos biliares seriam um desequilíbrio da fluidez da energia. Os
pulmões estão relacionados à tristeza; o pâncreas, com a preocupação,
e os rins, ao medo e insegurança.

Os meridianos são os caminhos/fluxos de energia no corpo. São


bilaterais, sempre em pares. Existem meridianos Yin, e outros Yang. A
pressão sobre um meridiano, além de estimular os nervos e tecidos,
também libera o fluxo do Qi ao longo do meridiano. Os meridianos
conectam os órgãos (Zang Fu), membros e articulações. Comunicam o
superior com o inferior, e a superfície com a profundidade.

O fluxo de energia percorre os meridianos por uma ordem e sentidos


determinados. O fluxo segue a orientação:

accessibility_new
Do tronco para as mãos.

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Das mãos para a cabeça.

accessibility_new
Da cabeça para os pés.

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Dos pés para o tronco; e volta à sequência.
Vários trabalhos científicos analisaram exaustivamente a prática da
acupuntura na tentativa de esclarecer seus mecanismos de ação. Os
cientistas encontraram várias ações das agulhas sobre a vasculatura
regional e sobre as fibras nervosas.

Como mecanismo de ação, as agulhas:

medical_services Provocam vasodilatação, modificando a


dinâmica da circulação regional.

medical_services Relaxamento muscular e redução de


espasmos.

medical_services Redução da inflamação e da dor.

medical_services Liberação de endorfinas promovendo


analgesia.

A eletroacupuntura e a teoria do portão da dor

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A eletroacupuntura (uso de correntes elétricas aplicadas usando as


agulhas de acupuntura como eletrodos) de baixa frequência estimula as
fibras Aβ (do tato e pressão). Essas fibras, ao alcançarem o corno dorsal
da medula espinal, ativam interneurônios inibitórios que bloqueiam as
sinapses das fibras C e Aδ com os neurônios de projeção. Esse
mecanismo inibe a percepção do estímulo nocivo e da dor.

A eletroacupuntura de baixa frequência também está associada à


liberação de beta-endorfinas e encefalinas no córtex e na medula
espinal. Esses opioides endógenos ativam os receptores opioides,
provocando a analgesia. Já a eletroacupuntura de alta frequência está
associada à liberação de dinorfina na medula espinal, provocando
analgesia pela ativação dos receptores kappa (Κ). Esses achados foram
comprovados com o uso de naloxona, um antagonista dos receptores
opioides. A naloxona inibe a analgesia provocada pela eletroacupuntura.

video_library
As terapias holísticas e
complementares na dor
Confira agora algumas das Práticas Integrativas e Complementares em
Saúde (PICS), como Yoga, Acupuntura, Mindfulness, Fitoterapia e
Homeopatia, e sua importância no contexto do SUS.

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Falta pouco para atingir seus objetivos.

Vamos praticar alguns conceitos?

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Questão 1

As terapias holísticas, ou como são chamadas no SUS, as MTCI


(Medicinas Tradicionais, Complementares e Integrativas), tratam os
indivíduos de forma diferente da Medicina ocidental. Baseado nos
conceitos dessas terapias, podemos afirmar que elas tratam

A somente o espírito.

B somente a mente.

C o indivíduo como um todo: mente, corpo e espírito.

D somente o corpo.

E só a doença.

Parabéns! A alternativa C está correta.

As terapias holísticas possuem como base fundamental o indivíduo


como um todo e cuidam do mesmo por inteiro. Não há doenças, e
sim doentes. Cuidam da mente, corpo e espírito. Portanto, as
demais alternativas estão erradas.

Questão 2

Os miasmas classificados na homeopatia colocam os pacientes em


graus diferentes de doenças. No miasma chamado de psora, os
pacientes costumam apresentar lesões

A de pele.

B ulcerosas em órgãos internos.

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C alterações de fluidos.

D alterações da mente.

E tuberculosas.

Parabéns! A alternativa A está correta.

A psora é representada pelas dermatoses e liberação de toxinas. É


o primeiro sinal de alteração da energia vital. Uma dermatose pode
ser superficial – psora compensada – ou profunda –
descompensada. Se o estado psórico não for tratado ou revertido,
ele evolui para a sicose. Portanto, as demais alternativas estão
incorretas.

Considerações finais
A dor acomete entre 11% e 55% da população mundial e atualmente é
considerada um problema em saúde pública, já que é responsável pela
redução de produtividade, absenteísmo (falta ao trabalho), imobilidade
dos indivíduos e aposentadoria precoce. Vários profissionais de saúde
no mundo inteiro têm procurado desenvolver e estudar práticas
terapêuticas eficazes no tratamento da dor, sejam elas alopáticas ou
holísticas.

A alopatia ainda está presente em 99% dos tratamentos prescritos de


forma única pelos médicos, entretanto, as práticas complementares e
integrativas têm crescido muito nos últimos anos e têm se apresentado
de maneira científica e eficaz no tratamento adicional ao tratamento
alopático para a dor. As terapias holísticas – Medicina tradicional,
complementar e integrativa –, assim como as terapias psicológicas, têm
como objetivo tratar o ser, o indivíduo como um todo, levando em
consideração seu emocional, sua espiritualidade, energia, e seu corpo.

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Tanto a terapia alopática quanto as práticas integrativas e


complementares podem (e devem) ser utilizadas em conjunto para uma
maior eficácia para a redução da percepção da dor pelos pacientes, bem
como na melhoria da qualidade de vida.

headset
Podcast
Ouça agora como os pacientes com dor podem ser abordados de forma
interdisciplinar.

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Confira as indicações que separamos especialmente para você!

Leia mais sobre a dor na saúde do idoso no documento Dor: O Quinto


Sinal Vital – Abordagem Prática no Idoso, no portal Documentos.

Sobre o tratamento cirúrgico da dor, leia o artigo de TEIXEIRA et al.,


Tratamento cirúrgico funcional da dor, publicado na Revista de
Medicina, v. 80, p. 276-289, 2001.

Acesse o site do Ministério da Saúde para saber mais sobre as práticas


integrativas no contexto do SUS.

Acesse o site do Departamento de Espiritualidade e Medicina


Cardiovascular para saber mais sobre a relação entre espiritualidade e
Medicina.

Acesse o site da Biblioteca Virtual em Saúde e conheça mais sobre


Medicina Tradicional nas Américas.

Acesse o site do Consórcio Acadêmico Brasileiro de Saúde Integrativa –


CABSIN, e conheça alguns estudos sobre Medicina Tradicional,

https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/03796/index.html?brand=wyden# 57/59
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Complementar e Integrativa (MTCI).

Referências
BATLOUNI, M. Anti-Inflamatórios Não Esteroides: Efeitos
Cardiovasculares. Arq. Bras. Cardiol., 2010.

BRUNTON, L. L.; HILAL-DANDAN, R.; KNOLLMANN, B. C. As Bases


Farmacológicas da Terapêutica de Goodman e Gilman. 13. ed. Porto
Alegre: Artmed, 2018.

KUMMER, C. L,; COELHO, T. C. R. B. Anti-inflamatórios não esteroides


inibidores da ciclooxigenase-2 (COX-2): aspectos atuais. Revista
Brasileira de Anestesiologia, v. 52, p. 498-512, 2002.

PEREIRA, R. D. de M. et al. Práticas integrativas e complementares de


saúde: revisão integrativa sobre medidas não farmacológicas à dor
oncológica. Rev. enferm. UFPE On-line, p. 710-717, 2015.

PERES, M. F. P.; LUCCHETTI, G. Coping Strategies in Chronic Pain. Curr.


Pain Headache Rep., 2010; v. 14, p. 331–8.

PRÉCOMA, D. B. et al. Atualização da diretriz de prevenção


cardiovascular da Sociedade Brasileira de Cardiologia – 2019. Arquivos
Brasileiros de Cardiologia, v. 113, n. 4, p. 787-891, 2019.

RIBEIRO, A. A. V. et al. Yoga para o tratamento de dor crônica e aguda


em adultos e idosos: qual eficácia/efetividade e a segurança do Yoga
para tratamento da dor aguda ou crônica em população adulta?
Biblioteca Virtual em Saúde. Consultado na internet em: 17 mar. 2022.

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