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Faculdade Anhanguera de Jundiaí

T1 Classificação ASA.

Cassiano Guimarães Capellassi

Jundiai 24 de março de 2022


O que é Classificação ASA.

A classificação da ASA vem sendo amplamente usado há mais de seis décadas


no mundo inteiro. Em 1940, a ASA (Sociedade americana de Anestesiologistas)
selecionou a um grupo de médicos e solicitou que eles desenvolveram um
sistema simples para coletar e tabular os dados estatísticos referentes à
anestesia, no qual pudesse ser aplicável em qualquer circunstância. Daí surgiu
o escore ou classificação da ASA.
Esta classificação tem como função classificar o estado físico do paciente para a
avaliação pré-anestésica do paciente sendo considerada uma importante
ferramenta para o cirurgião e anestesiologista.
Para que a anestesia e cirurgia ocorram de modo satisfatório e seguro, é
essencial a realização de uma boa avaliação pré-anestésica a fim de possibilitar
a estabilização o paciente ou prepará-lo de forma adequada e com isto temos
uma, redução dos riscos e complicações pós-operatórias (Shmon, 2007). Nessa
avaliação devemos sempre levar em consideração o estado físico atual do
paciente, e se detectados desequilíbrios orgânicos, estes deverão ser corrigidos
antes da cirurgia (Laredo et al., 2001). Para realizar a classificação ASA
primeiramente devemos analisar os dados do prontuário do paciente, achados
do exame físico e natureza do procedimento cirúrgico a ser realizado, e tal
avaliação também possibilita uma solicitação de exames complementares
direcionados, evitando-se eventuais custos desnecessários, porém sem que se
haja perda de informações clínicas importantes (Ferrado et al., 2005). No
entanto em casos de emergências, algumas vezes essa avaliação pré-anestésica
pode ser comprometida devido à necessidade de uma intervenção rápida para
que se possam minimizar os riscos potenciais ou até mesmo o óbito do
paciente (Laredo et al., 2001). A classificação de estado físico e risco anestésico
preconizada pela Sociedade Americana de Anestesiologistas (ASA, 2014) tem
sido uma ferramenta de grande valia avaliação de pacientes e deve ser sempre
registrada após a sua realização. A classificação ASA é extremamente
importante por estimar a pesquisa de possíveis riscos e possíveis complicações
nas anestésicas e cirúrgicas, bem como fornecer um prognóstico do paciente
(Luz et al., 2012). Essa classificação tem estreita relação com a morbidade e
mortalidade anestésicas (Ortenzi, 2006).
A Classificação ASA é classificada em seis níveis onde a ASA 1 seria um paciente
rígido e saudável e o nível ASA 6 podemos classificar o paciente com morte
encefálica (neste caso a cirurgia é realizada somente para a retirada de órgãos
deste paciente.
Abaixo temos a classificação e seus níveis e gravidades:

ASA 1 – É a ausência de alterações orgânicas, fisiológicas, bioquímicas ou


psiquiátricas. Paciente saudável.

 Exemplo em adulto: saudável, não tabagista, que não faz uso ou que
consome pouca bebida alcoólica.

• ASA 2 – O paciente possui alterações sistêmicas que podem ou não estarem


relacionadas com a necessidade de uma intervenção cirúrgica. Doenças sem
limitações funcionais substantivas.

 Exemplos em adulto: tabagista, alcoolista social, gestante, obesos (IMC


entre 30 e 40), DM controlada, doença pulmonar leve.

• ASA 3 – O paciente possui doenças sistêmicas graves, relacionadas ou não


com a necessidade de intervenção cirúrgica.

 Exemplos em adulto: Uma ou mais doenças moderadas a severas.


Diabetes mal controlada, obesidade mórbida (IMC >40), hepatite ativa,
dependência ou abuso de álcool, marcapasso implantado.

• ASA 4 – Paciente com doenças ou condições clínicas com risco de vida, com
ou sem a intervenção cirúrgica.

– Exemplos em adulto: IAM recente (<3 meses), isquemia cardíaca em


curso, choque, sepse.

• ASA 5 – Pacientes moribundos, indicação cirúrgica de último recurso para


salvar a vida do paciente.

– Exemplos em adulto: rotura de aneurisma abdominal/torácico,


hemorragia intracraniana com efeito de massa.

• ASA 6 – Morte cerebral declarada, doador de órgãos.

Nos procedimentos cirúrgicos de emergência devemos marcar com a letra E a


classificação. Exemplo: ASA IIIE.
Apesar da classificação ASA parecer simples, este é um sistema complexo e
muito importe, porque ele se associa com elementos da condição de saúde do
paciente antes da cirurgia (nas classes ASA 1 a 3) e com elementos de opinião
subjetiva do anestesista que realizou a classificação (classes 4 e 5).

A simplicidade do sistema da ASA pode ser menos relevante na prática médica


atual, porém é extremamente importante que sejam desenvolvidos métodos
modernos e mais aperfeiçoados para termos sempre um aperfeiçoamento nos
protocolos de risco diminuindo assim as imprevisibilidades, emergências,
reações adversas e mortalidade que podemos ter em procedimentos cirúrgicos
que não foram previstos antes do início.

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