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AVALIAÇÃO DE RISCO

CIRÚRGICO ASA

Dra. Thays Vilas Boas

CLINICA CIRÚRGICA I
HISTÓRIA

 ASA é a sigla para American Society of Anesthesiology


 Representa o sistema de pontuação clínica mais utilizado no mundo.
 O sistema de classificação da ASA vem sendo usado há mais de seis décadas ao redor
do mundo
 Em 1940, a ASA pediu a um grupo de médicos que desenvolvesse um sistema para
coleta e tabulação de dados estatísticos referentes à anestesia, o qual pudesse ser
aplicável em qualquer circunstância. Daí surgiu o escore ou classificação da ASA.
 A atenção inicial da ASA eram as comorbidades pré-operatórias do paciente, e não o
procedimento cirúrgico ou em qualquer outro fator que pudesse influenciar o desfecho
da cirurgia.
O QUE É RISCO CIRÚRGICO

 Risco cirúrgico pode ser definido como um cálculo realizado a partir da avaliação
clínica e laboratorial do paciente, a fim de determinar sua condição de saúde e
recomendar, ou não, o procedimento cirúrgico.
PARA QUE SERVE O ASA

 É sistema idealizado com o intuito de acessar e comunicar as comorbidades médicas do


paciente durante o período pré-anestésico. Associado a outros fatores, tipo de cirurgia
por exemplo, pode prever possíveis riscos perioperatórios.
A CLASSIFICAÇÃO PODE SER FEITA POR
QUAL PROFISSIONAL
 Avaliação final é feita pelo Medico anestesista
QUAL O PRÓPOSITO DA AVALIAÇÃO PRÉ-
OPERATORIO E RISCO CIRÚRGICO
 Passar por uma cirurgia sobrecarrega diversos sistemas do organismo, principalmente o
aparelho cardiovascular, esse sistema precisa estar forte para não colapsar durante o
procedimento cirúrgico, resultando em complicações, sequelas, maior tempo para
recuperação ou até em óbito.
 revela se há maior ou menor risco desses eventos.
 Ela também serve para indicar ou contraindicar um procedimento, descartando a
exposição de pacientes a perigos desnecessários ou elevados.
CLASSIFICAÇÃO ASA

 A escala da Sociedade Americana de Anestesiologia é uma das mais bem aceitas para o cálculo
do risco cirúrgico, permitindo uma avaliação simples e eficiente.
 São elas:
• ASA I é utilizado para pessoas saudáveis, sem doenças crônicas ou graves e que não adotam
comportamentos de risco, como fumar e consumir álcool em excesso
• ASA II classifica indivíduos com patologias sistêmicas leves a moderadas
• ASA III revela uma doença sistêmica grave, que envolve limitações, porém não incapacita o
paciente
• ASA IV assinala patologia grave e incapacitante
• ASA V é usado para identificar um paciente que, provavelmente, não sobreviverá por mais de
24 horas sem que a cirurgia seja realizada
• ASA VI indica a operação para uma pessoa que teve morte encefálica, e terá os órgãos retirados
para doação
• Já os procedimentos cirúrgicos de emergência devem ser marcados com a letra E. Por exemplo:
 INDICE DE MORTALIDADE:

 - 0,6% a 0,8% para pacientes ASA I;


 - 0,3% a 5,4% para ASA II;
 - 1,8% a 17,8% para ASA III;
 - 7,8% a 65,4% para ASA IV;
 - 9,4% a 100% para ASA V.
OUTRAS CLASSIFICAÇÕES DE AVALIAÇÕES
DE RISCO CIRÚRGICO
 Índice de Goldman
 Índice de Detsky
 ACP (American College of Physicians)
 Índice cardíaco revisado de Lee
 EMAPO (Estudo Multicêntrico de Avaliação Perioperatória)
 ACC/AHA (American College of Cardiology/American Heart Association)
ÍNDICE DE GOLDMAN

 Esse modelo foi criado na década de 1970, quando Lee Goldman propôs uma
classificação multifatorial.

 Focando no estudo de 1.001 pacientes com mais de 40 anos, o especialista chegou a


nove fatores que podem aumentar o risco cirúrgico, como infarto do miocárdio nos
últimos seis meses e cirurgia de emergência.

 Nessa avaliação, a anamnese e o exame físico são partes fundamentais para


predizer o risco de complicações cardíacas e verificar a necessidade de
exames complementares.
O INDICE DE GOLDMAN AVALIA:
 1.TERCEIRA BULHA CARDIACA PRÉ-OPERATORIA
 2.INFARTO AGUDO DO MIOCARDIO NOS 6 MESES ANTERIORES
 3.MAIS DE 5 CONTRAÇÕES VENTRICULARES PREMATURAS POR MINUTO
DOCUMENTADA A QUALQUER MOMENTO ANTES DA OPERAÇÃO
 4.RITMO DIFERENTE DO SINUSAL
 5.IDADE >70 ANOS
 6.OPERACAO INTRAPERITONEAL, INTRATORACICA OU AORTICA
 7.OPERACAO DE EMERGENCIA
 8.ESTENOSE VALVAR AORTICA IMPORTANTE
 9.E ENTRE OUTRAS CONDIÇÕES CLINICAS GERAIS
 CONDIÇÕES CARDIACAS MAIS  A EXISTENCIA DESSES FATORES
GRAVES SÃO: DETERMINA O NIVEL DO RISCO
- COMO:
Angina em repouso

 menor (nível I)
- Arritmias graves

 intermediário (níveis II e III)


- Insuficiência cardíaca
descompensada
 risco maior (nível IV)
- Doença valvar grave

- Esses achados contraindicam as


cirurgias não cardíaca eletiva.
ÍNDICE DE DETSKY

 Esse sistema é especialmente útil para a avaliação de portadores de marcapasso


definitivo e pacientes com a capacidade funcional comprometida.
 A partir de algumas questões e avaliações, o médico atribui um escore, que pode atingir
30 pontos.
 Pessoas com pontuação acima de 15 têm risco cirúrgico alto, sendo separadas entre as
classes II (de 15 a 30 pontos) e III (30 pontos ou mais).
 Já aqueles que marcaram menos de 15 pontos são reavaliados para a classificação de
risco leve ou moderado.
ÍNDICE CARDIACO REVISADO DE LEE

 Surgiu de uma revisão do índice de


Goldman

 A classificação é feita com base em seis


variáveis:
• Operação intraperitoneal, intratorácica ou
vascular
• Doença arterial coronariana
• Insuficiência cardíaca congestiva
• Doença cerebrovascular
• Diabetes com tratamento por insulina
• Alto nível de creatinina.
Fatores de risco em pacientes

 Capacidade funcional, condicionamento físico, idade, histórico familiar e


comportamentos são fatores de risco em pacientes.
 Pacientes acamados, com insuficiência cardíaca ou renal também apresentam um risco
bastante elevado.
 Além disso, obesidade e hábitos interferem diretamente na possibilidade de sofrer
complicações.
 O consumo crônico de cigarros e bebida alcoólica pode afetar os pulmões, sistema
circulatório e imunológico, reduzindo a resistência a infecções.
Protocolo de Risco Cirúrgico – avaliação pré-
operatória geral

 1. Coleta da história clínica


 2. Exame Físico
 3. Exames Subsidiários
 Eletrocardiograma
 Raio X de Tórax
 Exames laboratoriais para risco cirúrgico
1- A respeito da Classificação internacional de ASA (Sociedade Americana
de Anestesiologia) está correto afirmar, EXCETO.

 A- ASA 2: paciente com doença sistêmica leve, compensada.

 B- ASA 3: paciente com doença sistêmica grave, não incapacitante.

 C- ASA 4: paciente doença sistêmica grave, incapacitante, com ameaça constante à


vida.

 D- ASA 5: paciente moribundo, com morte cerebral. Doador de órgãos.

 E- ASA E: paciente submetido a cirurgia de emergência.


1- A respeito da Classificação internacional de ASA (Sociedade Americana
de Anestesiologia) está correto afirmar, EXCETO.

 A- ASA 2: paciente com doença sistêmica leve, compensada.

 B- ASA 3: paciente com doença sistêmica grave, não incapacitante.

 C- ASA 4: paciente doença sistêmica grave, incapacitante, com ameaça constante à


vida.

 D- ASA 5: paciente moribundo, com morte cerebral. Doador de órgãos.

 E- ASA E: paciente submetido a cirurgia de emergência.


2- A avaliação de risco pré-operatório da American Society of Anesthesiologists é um
importante avaliador das condições pré-operatórias do paciente. Em caso de um
paciente ser avaliado com ASA 4 e ser submetido a uma cirurgia de alto risco, qual é a
sua chance aproximada de mortalidade?

 A- 10%.

 B- 20%.

 C- 30%.

 D- 40%.
2- A avaliação de risco pré-operatório da American Society of Anesthesiologists é um
importante avaliador das condições pré-operatórias do paciente. Em caso de um
paciente ser avaliado com ASA 4 e ser submetido a uma cirurgia de alto risco, qual é a
sua chance aproximada de mortalidade?

 A- 10%.

 B- 20%.

 C- 30%.

 D- 40%.
 3. Paciente 60 anos, hipertensa e diabética sob controle medicamentoso vai ser
submetida a uma colecistectomia por videolaparoscopia. Qual a classificação
segundo o ASA? Justifique.
 RESPOSTA
ASA II, visto que a paciente possui doença sistêmica controlada, sem limitação das
atividades diárias.
 4. Quais são os 5 maiores preditores de risco cardíaco elevado em paciente
cirúrgico?
 Síndromes coronarianas instáveis
 arritmias graves
 ICC descompensada
 Revascularização miocárdica/angioplastia há menos de 6 meses
 valvulopatias graves.
 5. Paciente masculino, 72 anos, com passado de hepatectomia para tratamento de
CHC. Dá entrada para realizar herniorrafia devido à hérnia incisional. Diga o
ASA do paciente e justifique.
 ASA I. ASA I pois o paciente não tem distúrbio orgânico, fisiológico,
bioquímico ou psiquiátrico, não obeso e não fumante.

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