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Epidemiologia e Indicadores

Epidemiológicos em 2h

Professora Natale Souza


O que é epidemiologia?

Ciência que estuda o PROCESSO SAÚDE–DOENÇA em coletividade


humana, ANALISANDO a distribuição e os fatores determinantes das
enfermidades, danos à saúde e eventos associados à saúde coletiva,
PROPONDO MEDIDAS ESPECÍFICAS DE prevenção, controle e erradicação
de doenças e FORNECENDO INDICADORES QUE SIRVAM DE SUPORTE ao
planejamento, à administração e à avaliação das ações de saúde
(ROUQUAYROL, 2013).
O que é epidemiologia descritiva?

Epidemiologia descritiva é o estudo da distribuição da frequência das


doenças e dos agravos à saúde coletiva, em função de variáveis ligadas ao
tempo, ao espaço e ao indivíduo, possibilitando o detalhamento do perfil
epidemiológico, com vistas à promoção da saúde. (ROUQUAYROL, 2000
apud CORBELLINI, 2014).
O que é epidemiologia analítica?

Os estudos analíticos visam, na maioria das vezes, estabelecer


inferências a respeito de associações entre duas ou mais variáveis,
especialmente associações de exposição e efeito, portanto associações
causais.
02. (CASAN/AOCP/2016) A disciplina que corresponde ao estudo da frequência,
da distribuição e dos determinantes dos estados ou eventos relacionados à saúde
em específicas populações e a aplicação desses estudos no controle dos
problemas de saúde é
a) toxicologia
b) biologia.
c) epidemiologia.
d) antropologia.
e) bioestatística.
Endemia

Qualquer doença especialmente localizada, temporalmente ilimitada,


habitualmente presente entre os membros de uma população e cujo nível
de incidência se situe sistematicamente nos limites de uma faixa endêmica
que foi previamente convencionada para uma população e época
determinada (ROUQUAYROL, 1999).
3. (Pref. de Anápolis-GO/FUNCAB/2016) O Brasil tem vivido momentos
preocupantes com a quantidade de casos de microcefalia em recém-nascidos
ocorridos nos últimos anos. Considerando as características epidemiológicas do
problema, ele é classificado como um(a)
a) endemia.
b) surto.
c) ataque.
d) pandemia.
e) epidemia.
Epidemia

Ocorrência de doença em grande número de pessoas ao mesmo


tempo (Latu sensu). Em sentido restrito, pode ser considerada uma
alteração, espacial e cronológica delimitada, do estado de saúde-doença de
uma população, caracterizada por uma elevação progressiva crescente,
inesperada e descontrolada dos coeficientes de incidência de determinada
doença , ultrapassando e reiterando valores acima do limiar epidêmico
preestabelecido (conceito operativo) (ROUQUAYROL, 1999).
4. (SESAP-RN/FUNCAB/2010) Quando, no Estado, temos um aumento do número
de casos novos de uma doença que ocorre de forma brusca, temporária e acima
do esperado, estamos diante de uma:
a) epidemia.
b) progressão.
c) pandemia.
d) Endemia
e) erradicação.
Pandemia

Nome dado a ocorrência epidêmica caracterizada por larga


distribuição espacial, atingindo várias nações (ROUQUAYROL, 1999).
5. (HOB/CONSULPLAN/2015) “Algumas doenças que ocorrem simultaneamente
em vários continentes adquirem uma denominação do ponto de vista
epidemiológico, geralmente necessitando de ações de intervenções dos sistemas
de saúde e de medidas de vigilâncias.”
A denominação para essas situações, cujas doenças se expandem por vários
continentes, é
a) surto.
b) endemia.
c) epidemia.
d) pandemia.
Surto Epidêmico

Epidemia de proporções reduzidas, atingindo uma pequena


comunidade humana. Muitos restringem o termo para o caso de
instituições fechadas, enquanto outros usam como sinônimo de epidemia (
SCHMID, 1956).
6. (METRÔ-SP/FCC/2019) Durante um plantão noturno em uma unidade de
pronto atendimento foram atendidos 38 pacientes adultos com queixas de dor
abdominal, vômito e diarreia. Foi constatado que todas as pessoas tinham
participado de uma festa de aniversário na empresa onde trabalhavam. Nessa
situação hipotética, esse evento é considerado
a) um risco.
b) uma endemia.
c) uma pandemia.
d) um agravo reemergente.
e) um surto.
Risco

A probabilidade de ocorrência de um resultado desfavorável, um


dano ou um fenômeno indesejado. Desse modo, estima-se o risco ou a
probabilidade de que uma doença exista por meio dos coeficientes de
incidência e prevalência. Considera-se “fator de risco” de um dono toda
característica ou circunstância que acompanha um aumento de
probabilidade de ocorrência do fato indesejado, sem que o dito fator tenha
que intervir necessariamente em sua causalidade (CLAP-OPAS/OMS, 1988).
Incidência

Termo que em epidemiologia traduz a ideia de intensidade com que


acontece a morbidade em uma população (KERR-PONTES &
ROUQUAYROL, 1999).
7. (AGSEP-UEG/UEG/2012) A taxa que expressa a frequência de casos novos de
uma determinada doença ou problema de saúde, durante um período definido,
numa população sob o risco de desenvolver a doença, chama-se
a) coeficiente.
b) epidemia.
c) incidência.
d) prevalência.
Prevalência

Casuística de mortalidade que se destaca por seus valores maiores


que zero sobre os eventos de saúde ou não doença. É termo descritivo da
força com que subsistem as doenças nas coletividades (KERR-PONTES &
ROUQUAYROL, 1999).
Epizootia

Nome que equivale ao de epidemia, porém aplicado a população


animal ( FORATTINI, 1992).
Vetores
Seres vivos que veiculam o agente desde o reservatório até o
hospedeiro potencial (ROUQUAYROL, VERAS & FAÇANHA, 1999).

Vetores biológicos
Vetores que além de funcionar como veiculador do agente infeccioso,
desempenha também a função de abrigo biológico, no qual o agente
cumpre parte necessária de seu ciclo vital (ROUQUAYROL, VERAS &
FAÇANHA, 1999).
Hospedeiro
Pessoa ou animal vivo, inclusive aves e artrópodes, que ofereça, em
condições naturais, subsistência ao alojamento a um agente infeccioso.
Alguns protozoários e helmintos passam fases sucessivas em hospedeiros
alternados de diferentes espécies. O hospedeiro em que o parasito atinge a
maturidade ou passa sua fase sexuada denomina-se hospedeiro primário ou
definitivo, e aquele em que o parasito se encontra em forma larvária ou
assexuada, hospedeiro secundário ou intermediário. O hospedeiro que
serve de veiculação é um portador no qual o micro-organismo permanece
vivo, mas não se desenvolve (OPAS, 1997).
Período de Incubação

Na doenças transmissíveis, é o intervalo de tempo que decorre entre a


exposição inicial a um agente infeccioso e o aparecimento de sinais ou
sintomas da doença respectiva (OPAS, 1997). É extremamente variável de
uma doença para outra, indo desde algumas horas, como ocorre na cólera,
até meses ou anos, a exemplo da hanseníase e da AIDS (ROUQUAYROL,
VERAS & FAÇANHA, 1999).
Período Prodrômico

Lapso de tempo entre os primeiros sintomas da doença e o início dos


sinais ou sintomas com os quais o diagnóstico pode ser estabelecido (CDC,
1988)
Período de Latência

Período compreendido entre a exposição e a manifestação da doença.


É usado com relação às doenças não infecciosas e equivale ao período de
incubação das doenças infecciosas (PEREIRA, 2005).
Caso Suspeito

É a pessoa cuja história clínica, sintomas e possível exposição a uma


fonte de infecção sugerem que o mesmo possa estar ou vir a desenvolver
alguma doença infecciosa. O caso suspeito varia de acordo com cada
doença ou agravo.
8. (Pref. do Rio de Janeiro-RJ/2019) A presença de um conjunto de sinais e
sintomas que induzem o profissional de saúde a desconfiar de determinada
doença e fazer sua notificação é conhecida como caso:
a) índice
b) suspeito
c) autóctone
d) confirmado.
Caso Confirmado
Pessoa de quem foi isolado e identificado o agente etiológico ou de
quem foram obtidas outras evidências laboratoriais da presença do agente
etiológico, como por exemplo, a conversão sorológica em amostras de
sangue coletadas na fase aguda e convalescente (CDC, 1988). A confirmação
do caso está sempre condicionada à observação dos critérios estabelecidos
pela definição de caso, que, por sua vez, está relacionada com o objetivo do
programa de controle da doença e/ ou do sistema de vigilância
(BRASIL,2002). Nos programas de eliminação ou erradicação de doenças,
geralmente adotam-se definições de caso confirmado altamente especificas
(LUNA, ARAÚJO & CAVALCANTI, 2012).
Caso Autóctone

Caso contraído pelo enfermo na zona de sua residência.

Caso Índice
Primeiro entre vários casos de natureza similar e
epidemiologicamente relacionados. O caso índice é muitas vezes
identificado como fonte de contaminação ou infecção.
Caso Importado

Caso contraído fora da zona onde se fez o diagnóstico. O emprego


dessa expressão dá a ideia de que é possível situar, com certeza, a origem
da infecção numa zona conhecida.
Caso Induzido
Caso de uma determinada doença que pode ser atribuído a uma
transfusão de sangue ou a outra forma de inoculação parenteral, porém não
à transmissão natural. A inoculação pode ser acidental ou deliberada e,
neste caso, pode ter objetivos terapêuticos ou de pesquisa.

Caso Introduzido
Na terminologia comum, esse nome é dado aos casos sintomáticos
diretos, quando se pode provar que os mesmos constituem o primeiro elo
da transmissão local após um caso importado conhecido.
Caso Presuntivo
Pessoa com síndrome clínica compatível com a doença, porém sem
confirmação laboratorial do agente etiológico. A classificação como caso
presuntivo está condicionada à definição de caso.

Caso Secundário
Caso novo de uma doença transmissível, surgido a partir do contato
com um caso-índice.
Notificação Compulsória

Comunicação obrigatória à autoridade de saúde, realizada pelos


médicos, profissionais de saúde ou responsáveis pelos estabelecimentos de
saúde, públicos ou privados, sobre a ocorrência de suspeita ou confirmação
de doença, agravo ou evento de saúde pública, podendo ser imediata ou
semanal (BRASIL, 2016).
Notificação Imediata

Notificação compulsória realizada em até 24 (vinte e quatro) horas, a


partir do conhecimento da ocorrência de doença, agravo ou evento de
saúde pública, pelo meio de comunicação mais rápido disponível (BRASIL,
2016).
Notificação Negativa

Comunicação semanal realizada pelo responsável pelo


estabelecimento de saúde à autoridade de saúde, informando que na
semana epidemiológica não foi identificado nenhuma doença, agravo ou
evento de saúde pública constante da Lista de Notificação Compulsória
(BRASIL, 2016).
Patogenicidade

Característica de um agente infeccioso que determina a extensão ou


magnitude com a qual se manifesta uma doença em uma população ou a
capacidade de um agente infeccioso de produzir doença em um hospedeiro
suscetível ( OPAS, 1992, 1997).
Infectividade

Capacidade que tem certos micro-organismos de penetrar e se


desenvolver ou se multiplicar no novo hospedeiro, ocasionando infecção
(ROUQUAYROL, VERAS & FAÇANHA, 1999).
Letalidade

Entende-se como o maior ou menor poder que tem uma doença em


provocar a morte das pessoas. Obtém-se a letalidade calculando-se a
relação entre o número de óbitos resultantes de determinada causa e o
número de pessoas que foram realmente acometidas pela doença, com o
resultado expresso em percentual. A letalidade da escabiose é nula e a da
raiva é de 100%, havendo uma extensa gama de porções intermediárias
entre esses extremos ( KERR-PONTES & ROUQUAYROL, 1999).
9. (Pref. de Ji-Paraná-RO/IBADE/2018) A relação entre o número de óbitos por
determinada causa e o número de pessoas acometidas por tal doença, refere-se
ao conceito de:
a) incidência.
b) mortalidade.
c) prevalência.
d) morbidade.
e) letalidade.
Morbidade

Variável característica das comunidades de seres vivos, refere-se ao


conjunto dos indivíduos que adquiriram doenças em dado intervalo de
tempo. Denota-se morbidade como o comportamento das doenças e dos
agravos à saúde em uma população exposta extremos ( KERR-PONTES &
ROUQUAYROL, 1999).
Controle

Quando aplicado a doenças transmissíveis e algumas não


transmissíveis, significa operações ou programas desenvolvidos com o
objetivo de reduzir sua incidência e/ou prevalência ou eliminá-las
(WALDMAN & GOTLIEB, 1992).
Erradicação

Cessão de todas as transmissões da infecção pela extinção artificial


da espécie do agente em questão, de modo a possibilitar a suspensão de
qualquer medida de prevenção ou controle. A erradicação regional ou
eliminação consiste na cessação da transmissão de determinada infecção
em ampla região geográfica ou jurisdição política (LAST. 1988).
Eliminação

É a redução a zero da incidência de uma doença/agravo, porém com


manutenção indefinidamente no tempo, das medidas de controle.
Principais indicadores
demográficos e de
saúde
Professora Me. Natale Souza
De acordo com a RIPSA (2008), os indicadores são classificados em
seis subconjuntos temáticos:

➢ Demográficos,
➢ Socioeconômicos,
➢ Mortalidade,
➢ Morbidade;
➢ Fatores de risco; e
➢ Recursos e cobertura.
10. (Pref. do Rio de Janeiro-RJ/2019) Dentre os principais indicadores de saúde
utilizados na Saúde Coletiva, aquele que permite conhecer a gravidade de uma
doença, considerando-se seu maior ou menor poder para causar a morte é
denominado:
a) incidência
b) letalidade
c) morbidade
d) mortalidade.
Indicadores mais
utilizados na Saúde
Indicadores de Morbidade

Professora Me. Natale Souza


Indicadores de Morbidade

➢ Analisa o comportamento das doenças e agravos à saúde em uma


população exposta;

➢ Morbidade sempre será referente à uma população predefinida;

Nº de casos de uma doença 10n


Coeficientes de Morbidade =
População
11. (SES-PR/IBFC/2016) Dentre os indicadores de saúde utilizados para avaliar as
condições de saúde populacional, os indicadores que são utilizados para avaliar
as taxas de ocorrência e o comportamento das doenças e seus agravos a uma
população exposta, denominam-se:
a) Indicadores de mortalidade.
b) Indicadores de morbidade.
c) Indicadores de transcendência.
d) Indicadores de severidade.
Coeficiente de prevalência da doença

➢ Representa o número de casos presentes (novos + antigos) em uma


determinada comunidade num período de tempo especificado.

➢ A prevalência é afetada por casos que imigram (entram) na comunidade


e por casos que saem (emigram), por curas e por óbitos.
Coeficiente de prevalência da doença

➢ Dois tipos de coeficientes de prevalência podem ser utilizados:

✓ o coeficiente de prevalência instantânea ou pontual ou momentânea


(em um tempo especificado) e
✓ o coeficiente de prevalência por período ou lápsica (abrange um período
maior de tempo, por exemplo um ano)
Coeficiente de prevalência da doença

Nº de casos conhecidos de uma


dada doença 10n
O Coeficiente de Prevalência =
População
12. (Pref. de Leopoldina-MG/IBAM/2010) Quando o enfermeiro do Programa
de Saúde da Família (PSF) calcula o número de casos conhecidos de tuberculose
de uma população definida, num intervalo de um ano, está utilizando o seguinte
coeficiente:
a) mortalidade
b) morbidade
c) incidência
d) prevalência
Coeficiente de incidência da doença

➢ representa o risco de ocorrência (casos novos) de uma doença na


população.
Nº de casos novos de uma
doença incidente em uma
população durante um intervalo
de tempo 10n
O Coeficiente de incidência =
Nº de pessoas suscetíveis à
doença e expostas ao risco da
doença durante o referido
intervalo de tempo
Coeficiente de Letalidade

➢ Representa a proporção de óbitos entre os casos da doença, sendo um


indicativo da gravidade da doença ou agravo na população.

➢ A Letalidade representa o risco que as pessoas com a doença têm de


morrer por essa mesma doença.

Mortes devido à doença “X” em determinada


Coeficiente de comunidade e tempo x 100
letalidade
casos da doença “X” na mesma área e tempo
Indicadores mais
utilizados na Saúde
Indicadores Demográficos e de Mortalidade

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Coeficiente Geral de Mortalidade (CGM)
Coeficiente geral de mortalidade (CGM): representa o risco de óbito
na comunidade. É expresso por uma razão, e pode ser calculado, como
todos os demais coeficientes, também através de regra de três simples

Número de óbitos em determinada comunidade e


CGM = ano x 1.000

População estimada para 01 de julho do mesmo ano


Coeficiente de Mortalidade Infantil (CMI)
Coeficiente de mortalidade infantil (CMI): é uma estimativa do risco
que as crianças nascidas vivas têm de morrer antes de completar um ano de
idade. É considerado um indicador sensível das condições de vida e saúde
de uma comunidade. Pode ser calculado por regra de três.

Óbitos de menores de 1 ano em determinada comunidade e ano


CMI= x 1.000
Nascidos vivos na mesma comunidade e ano
Conceitos importantes
sobre Mortalidade
Infantil
Professora Me. Natale Souza
Nascido vivo: Óbito fetal: Óbito infantil:
é a expulsão ou é a morte do produto de é a criança que, nascida
extração completa do concepção, antes da viva, morreu em
corpo da mãe, expulsão ou da extração qualquer momento
independentemente da completa do corpo da antes de completar um
duração da gravidez, de mãe, ano de idade
um produto de independentemente da
concepção que, depois duração da gravidez.
da separação, respire ou
apresente qualquer
outro sinal de vida
Coeficiente de Mortalidade Infantil (CMI)
O coeficiente de mortalidade infantil pode ainda ser dividido em:

❖ Coeficiente de mortalidade neonatal (óbitos de 0 a 27 dias inclusive) em


relação ao total de nascidos vivos (por 1000);
❖ Coeficiente de mortalidade pós-neonatal ou infantil tardia (óbitos de 28
dias a 364 dias inclusive) em relação ao total de nascidos vivos (por 1000).
❖ Coeficiente de mortalidade neonatal precoce (0 a 6 dias inclusive) e
❖ Coeficiente de mortalidade neonatal tardia (7 a 27 dias).
13. (TJ-PA/VUNESP/2014) Considerando alguns dos indicadores de saúde
comumente utilizados no Brasil é correto afirmar que
a) a razão de mortalidade proporcional é um bom indicador de saúde, porém
difícil de ser calculado.
b) as curvas de mortalidade proporcional são calculadas pela comparação dos
coeficientes de mortalidade de diferentes países ou regiões.
c) a esperança de vida é um indicador da duração máxima de vida.
d) a mortalidade infantil é terminologia utilizada para designar todos os óbitos de
crianças menores de 1 ano ocorridos em determinada área e período de tempo.
e) o coeficiente de mortalidade geral é um indicador bom para ser utilizado em
comparações da saúde em nível internacional.
Coeficiente de Mortalidade Perinatal
Coeficiente de mortalidade perinatal: segundo a Classificação
Internacional de Doenças em vigor (a CID-10), o período perinatal vai da 22ª
semana de gestação até a primeira semana de vida da criança.

Óbitos fetais a partir da 22ª semana de gestação +


óbitos de menores de 7 dias de vida
CMP = x 1.000
Nascidos vivos + nascidos mortos
na mesma comunidade e ano
Coeficiente de Mortalidade Materna
Coeficiente de mortalidade materna: representa o risco de óbitos
por causas ligadas à gestação, ao parto ou ao puerpério

Óbitos devidos a causas ligadas


a gestação, parto e puerpério
CMM = x 100.000
Nascidos vivos na mesma comunidade e ano
Coeficiente de Mortalidade por Doenças Transmissíveis
Coeficiente de mortalidade por doenças transmissíveis: é uma
estimativa do risco da população morrer por doenças infecciosas e
parasitárias.

Óbitos devido a doenças infecciosas e parasitárias (DIP)


x 100.000
CMDT =
População estimada para o meio do ano na mesma área
Coeficientes de
Natalidade
Professora Me. Natale Souza
Os principais coeficientes que medem a natalidade (nascimentos) de
uma população são o coeficiente de natalidade e o de fecundidade.

Número de nascidos vivos, por mil Número médio de filhos nascidos


habitantes, na população residente vivos, tidos por uma mulher ao
em determinado espaço final do seu período reprodutivo,
geográfico, no ano considerado. na população residente em
determinado espaço geográfico,
no ano considerado.
Nascidos vivos em determinada área e período
Coeficiente de
= x 1.000
natalidade
População da mesma área, no mesmo período

Nascidos vivos em determinada área e período


Coeficiente de
= x 1.000
fecundidade
mulheres de 15 a 49 anos da mesma área,
no mesmo período
Proporções mais
utilizadas
na área de saúde
Professora Me. Natale Souza
As proporções não estimam o risco do evento em uma dada
população, porém são mais fáceis de serem calculadas, pois não
necessitam de denominadores, como o número de habitantes, para o seu
cálculo.
Mortalidade proporcional por idade: é um indicador muito útil e fácil de
se calcular. Com base no total de óbitos, fazemos uma regra de três,
calculando qual a proporção de óbitos na faixa etária desejada.

Mortalidade infantil proporcional (proporção de óbitos de menores de 1


ano em relação ao total de óbitos)

Mortalidade proporcional de 50 anos ou mais, também conhecida como


Indicador de Swaroop e Uemura ou Razão de Mortalidade Proporcional
(proporção de óbitos de pessoas que morreram com 50 anos ou mais de
idade em relação ao total de óbitos).
Mortalidade proporcional por causas de morte: é a proporção que
determinada causa (ou agrupamento de causas) tem no conjunto de todos
os óbitos.
14. (Pref. de Miraí-MG/IDECAN/2016) Com dados de população geral, pode-se
calcular uma série de indicadores de saúde. Entre os itens a seguir, assinale a
alternativa correta aplicando esse dado.
a) Mortalidade geral e infantil.
b) Prevalência e mortalidade geral.
c) Mortalidade geral e infantil tardia.
d) Mortalidade neonatal e incidência.
Indicadores
de saúde
Professora Me. Natale Souza
De acordo com a OMS, indicadores são
parâmetros utilizados com o objetivo de
Avaliar, sob o ponto de vista sanitário, a higidez de agregados humanos;

fornecer subsídios aos planejamentos de saúde, permitindo o


acompanhamento das flutuações e tendências históricas do padrão
sanitário de diferentes coletividades; e

consideradas à mesma época ou da mesma coletividade em diversos


períodos de tempo.
Instrumento de mensuração para o gerenciamento, avaliação e
planejamento das ações em saúde, possibilitando mudanças efetivas nos
processos e nos resultados, através do estabelecimento de metas e ações
prioritárias que garantam a melhoria contínua e gradativa de uma situação
ou agravo, (ANVISA).
15. (CRM-PI/QUDRIX/2016) "São parâmetros utilizados internacionalmente com
o objetivo de avaliar, sob o ponto de vista sanitário, a higidez de agregados
humanos, bem como fornecer subsídios aos planejamentos de saúde, permitindo
o acompanhamento das flutuações e tendências históricas do padrão sanitário de
diferentes coletividades consideradas à mesma época ou da mesma coletividade
em diversos períodos de tempo”.
O excerto acima se refere a:
a) indicadores de saúde.
b) analisadores temporais.
c) estimativas sociais.
d) parâmetros do SUS.
e) analisadores de doenças.
Considerações sobre Indicadores
A utilização de indicadores de saúde permite o estabelecimento de
padrões, bem como o acompanhamento de sua evolução ao longo dos
anos;
Indicadores podem e devem ser utilizados como ferramentas para auxiliar
o gerenciamento da qualidade;

Indicadores devem evidenciar padrões relacionados à estrutura, processo e


resultado desejáveis de um sistema; e

Para cada realidade, é preciso examinar os indicadores mais apropriados


para atender às necessidades daquele serviço.
A qualidade de um indicador depende:
❖ Das propriedades dos componentes utilizados em sua formulação:
✓ Frequência de casos;
✓ Tamanho da população em risco;

❖ E da precisão dos sistemas de informação empregados


✓ Registro;
✓ Coleta;
✓ Transmissão dos dados.
Outros atributos de um indicador são:
Mensurabilidade
(basear-se em dados disponíveis ou fáceis
de conseguir);

Relevância
(responder a prioridades de saúde);

Custo-efetividade
(os resultados justificam o investimento
de tempo e recursos).
16. (MPE-SP/VUNESP/2016) Um dos atributos que definem o grau de excelência
dos indicadores de saúde é a validade que
a) reflete a capacidade do indicador para reproduzir os mesmos resultados
quando aplicado em condições similares.
b) é a qualidade essencial do indicador utilizada para justificar o investimento de
tempo e recursos.
c) é um componente exclusivo dos indicadores qualitativos.
d) corresponde à capacidade do indicador para medir o que se pretende.
e) é o atributo que define o uso exclusivo do indicador para a comparação
temporal de dados.
Referências Bibliográficas
REDE Interagencial de Informação para a Saúde Indicadores básicos para a saúde no Brasil:
conceitos e aplicações / Rede Interagencial de Informação para a Saúde - Ripsa. – 2. ed. –
Brasília: Organização Pan-Americana da Saúde, 2008. 349 p.: il.

ROUQUAYROL, Maria Zélia; SILVA, Marcelo Gurgel Carlos da. Rouquayrol epidemiologia &
saúde. 7. ed. Rio de Janeiro: MedBook, 2013.

Rede Interagencial de Informações para Saúde. Demografia e saúde : contribuição para análise
de situação e tendências / Rede Interagencial de Informações para Saúde. – Brasília :
Organização Pan-Americana da Saúde, 2009. 144 p. : il. – (Série G. Estatística e Informação em
Saúde) (Série Informe de Situação e Tendências).

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