EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 1ª VARA
CÍVEL DA COMARCA DE IÇARA SC
Processo: 5002635-38.2020.8.24.0028 Exequente: ISABELE HORR DE SOUZA e outro Executado: EDUARDO DE SOUZA
A PARTE EXEQUENTE, já qualificado(a) na AÇÃO, vem, mui,
respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, com o devido respeito e acatamento, por seu advogado que esta subscreve apresentar IMPUGNAÇÃO À JUSTIFICATIVA, pelos motivos de fato e de direito que doravante expões:
Inicialmente, pela simples leitura da justificativa do executado, o
mesmo nega direito da exequente de receber a prestação alimentícia fixada em 45% do salário mínimo acordado em sentença, uma vez que não vem cumprindo integralmente com a obrigação. Nesse passo, é notório o efeito meramente protelatório da sua justificativa, momento em que não merece ser acolhida, pelos termos que se passara a expor. O acordo foi proferido em audiência no dia 12/03/2020 (processo nº 0303479-29.2017.8.24.0020), em que ficou decidido pelo qual a executada pagaria, a título de pensão alimentícia, a importância correspondente a 45% de um salário mínimo, a ser depositado diretamente em conta. Ocorre que, o Executado não vem cumprindo com as suas obrigações desde a data (07/06/2018), despacho que fixou os alimentos provisórios. Nestes autos executam-se valores de fevereiro de 2020 em diante. Os valores referentes aos meses de junho de 2018 até janeiro de 2020 estão sendo executados na ação de n.º 5002636-23.2020.8.24.0028. O executado alega que cumpriu parcialmente a execução. Realmente o Executado cumpriu a obrigação, só que parcialmente e por mera comodidade e liberalidade, sendo que o acordado na sentença dos autos principais foi determinado o pagamento de 45% sobre o salário mínimo vigente. Além disso, foi determinado o pagamento todo dia 10, sendo que os pagamentos são sempre realizados com atraso. Enfatiza-se que, cumprir parcialmente não é cumprir integralmente. Aduz ainda que, vinha cumprindo a obrigação parcialmente e auxiliava espontaneamente a filha com o que ela necessitava. Porém, tal informação não condiz com a realidade, uma vez que o executado não ajudava e nem ajuda a exequente em nada. O cálculo juntado no evento 65 foi realizado pela contadoria e, esta não tem como saber quais valores foram pagos no decorrer do processo. No entanto, refaz-se a memória de cálculo que segue anexa a fim de abater os valores já pagos de acordo com os comprovantes juntados pelo executado no evento 70 e pela exequente que seguem também anexos. Com isso, apura-se o R$16.825,63 (dezesseis mil oitocentos e sessenta e três reais e sessenta e três centavos) devidos pelo executado. Declara o executado que nunca se negou a contribuir com o sustento da filha, mas precisou a genitora da exequente ajuizar ação e posteriormente cumprimento de sentença para receber valores que lhe são devidos. Salienta-se mais uma vez que, o autor não contribui com roupa, calçado ou celular como alega na sua defesa. Além disso, importante deixar claro que, foi acordado o pagamento de 45% sobre o salário mínimo sem nenhuma condição. Ainda que fosse verdade, toda e qualquer auxílio diferente do acordado teria que ser caracterizado com presente. Alegar que deposita rigorosamente é um tanto exagerado, já que além de não cumprir totalmente a obrigação, sempre depositado com atraso. No caso em tela, vê-se que a dívida alimentar é líquida, certa e exigível, e que a justificativa do executado, ora devedor mostrou-se rigorosamente inconsistente, motivo pelo qual é cabível a imposição da prisão civil caso não seja realisado o pagamento. Consoante lição de AMÍLCAR DE CASTRO, comentários ao Código de Processo Civil, vol. III, página 379, citando Bellot: "a prisão civil é meio de experimentar a solvalidade, ou de vencer a má vontade daquele que procura ocultar o que possui.". Ora, Excelência, o executado está usando de todos os artifícios para se desvencilhar da sua obrigação. A exequente não está cobrando nada além do que lhe é devido. Nem mais e nem menos. E para corroborar a sua manifestação intenção de boa-fé, junta nos autos comprovantes que sequer foram juntados pelo executado para contestar os cálculos. O executado não realizou o pagamento de R$300,00 desde o ajuizamento do cumprimento de sentença, uma vez que ficou sem realizar o pagamento de quaisquer valores por 6 (seis) meses no ano de 2020. E dois meses no ano de 2021. Caso tenha os comprovantes do pagamento deste período, deverá juntar nos autos para que seja abatido. (planilha em anexo). Ainda, não há que se falar em falta de intimação para comprovar os pagamentos do processo, eis que o executado foi citado no dia 19/08/2020 tendo ciência deste, conforme certidão de evento 16. Tinha conhecimento do processo e mesmo assim não o fez. Descabe questionar aqui a boa-fé da exequente, uma vez que busca apenas o que lhe é devido, diante do não cumprimento integral da obrigação pelo executado. Excelência, a fim de dar um basta no referente pleito, por mera faculdade, informa que o executado poderá apresentar proposta de acordo nos autos ou para a advogada da exequente no número (048) 99964-1914 ligação ou whatsapp ou no e-mail bruunacastro@gmail.com, para análise no prazo estabelecido para o pagamento do débito. Ante ao exposto, diante de tudo que foi sopesado na presente impugnação à justificativa apresentada, requer-se o afastamento da presente justificativa, bem como a intimação do executado para pagamento do valor recalculado de R$16.825,63 (dezesseis mil oitocentos e sessenta e três reais e sessenta e três centavos) sob pena de incidência de multa e honorários advocatícios de 10%, Não satisfeita à obrigação alimentar na sua integralidade no prazo previsto em lei, requer-se a expedição de mandado de prisão, exceto se novamente intimado realize a quitação total do débito. Requer ainda, seja dado o cumprimento dos itens d e da petição inicial evento 1.