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PORTUGAL DO AUTORITARISMO À DEMOCRACIA

UNIDADE 2.1. IMOBILISMO POLÍTICO E CRESCIMENTO ECONÓMICO • Salazar – aproximou-se da ING e dos EUA e
DO PÓS-GUERRA A 1974 acentuou o anticomunismo (OECE)
• Adesão à Nato em 1949 – aceitação do regime
por parte das potências do Bloco Ocidental
Notas • MUD – Movimento de Unidade
Democrática
UNIDADE 2.1.1. CRESCIMENTO ECONÓMICO DO PÓS-
GUERRA A 1974: A ESTAGNAÇÃO DO MUNDO RURAL

O I Plano de Fomento: reconhecimento das limitações


“o setor agrícola é incapaz de enfrentar as
urgências crescentes do consumo interno e das
General Norton de Matos exportações”
Grande apoio, pretendia instaurar um regime • Dificuldade de adaptação aos novos hábitos
democrático, contudo, não obteve garantias de que a alimentares (carne, leite ovos) o que levou ao
eleição seria livre então retirou a sua candidatura. Isto aumento da importação
levou à reeleição de Óscar Carmona no dia 13 de • Secundarizada no processo de desenvolvimento,
fevereiro de 1949. Este acontecimento acentuou a a agricultura não só não se modernizou como se
divisão ideológica. tornaria um travão à evolução da economia, com
Nova eleição presidencial em 1951 com a morte de Óscar taxas de crescimento de 7,8% e 3,9%, nas décadas
Carmona. Candidatos: de 50 e 60, respetivamente.
• Ruy Luís Gomes – PCP, candidatura recusada pelo Emigração
Supremo Tribunal da Justiça As causas para a emigração foram inúmeras, entre elas
• Quintão Meireles – Republicanos moderados estavam as más condições de vida devido ao facto
• General Craveiro Lopes – União Nacional, eleito do setor agrícola se encontrar estagnado e com
presidente rendimentos mínimos, ao setor industrial pouco
Imobilismo Político do Estado Novo devido ao: desenvolvido que não conseguia empregar toda a
• Queda das ditaduras na EU -> não têm impacto em mão de obra que havia disponível, às boas condições
Portugal, logo as alterações prometidas eram de vida que os países industrializados apresentavam
meramente aparentes o que levou à manutenção e com a necessidade de acolherem mão de obra, à
do Regime com um caráter repressivo política repressiva do Estado Novo e à eclosão da
• Processo eleitoral repleto de fraudes e não havia guerra colonial em África.
garantia de igualdade no acesso à campanha nem A partir do fim dos anos 50 até 70, deu-se o aumento da
na liberdade de reunião e opinião emigração clandestina (a “salto”) devido ao deflagrar
• Regime do Estado Novo é conveniente para as potências da guerra colonial. Uma vez que o direito à
Ocidentais -> manutenção do Estado Novo e das emigração era regulado e limitado muitas pessoas
suas práticas antidemocráticas para impedir a fugiram para não irem para a guerra. A política
entrada de comunismo no país restritiva da emigração era contraditória uma vez
que esta era limitada, mas incentivava o envio de
remessas dos emigrantes para Portugal (aumento do
PIB e equilíbrio da balança de
pagamentos o que permitiu
dinamizar o mercado
interno do país). O Estado
assinou ainda acordos com
os países de destino para
facilitar as transferências de
dinheiro e obteve ainda a
cooperação internacional
para os direitos e condições
dos emigrantes. Deste
modo, o mercado de
trabalho ajustou-se e
ocorreu um alívio da pressão
social devido à diminuição do
desemprego.
A emigração revelou-se ainda crucial para a mudança • Dinamizar a economia através da diminuição de
de mentalidades e hábitos. importações e do incremento de produtos
No entanto, este fenómeno foi negativo na medida em nacionais
que suscitou a saída de muitos jovens o que provocou • Anos 60 – Portugal aderiu ao BIRD, FMI, GATT
um envelhecimento na população, o que teve custos • Abandono das políticas de autarcia e
sociais e humanos e acentuou o despovoamento em condicionamento industrial
certas regiões do país. Plano Intercalar
Em suma, a emigração teve efeitos duradouros e • Plano i98
estruturais na economia e na sociedade portuguesa. • Transição do Salazarismo para o Marcelismo
UNIDADE 2.1.2. CRESCIMENTO ECONÓMICO DO PÓS- GUERRA A • Crescimento económica – repartição mais justa
1974: SURTO INDUSTRIAL E URBANO da riqueza
Objetivos económicos – 1945 com a promulgação da • Projetar a atividade económica nos mercados
Lei de Fomento e reorganização industrial, para externos e diminuir as importações
dinamizar a economia • Criação de infraestruturas para o aumento da
Função do Governo – definir a política a ser seguida produção e garantir a estabilidade financeiras
economicamente após a 2ª Guerra com as seguintes • Desenvolver as industrias-base – fundamental
orientações: para o aumento de capital e criação de riqueza
• diminuir as importações • Promoção das exportações
• dinamizar o mercado interno (novas indústrias, • III Plano
reestruturação de outras) • Seguiu os objetivos do plano anterior
• relançar a economia • A economia portuguesa deve submeter-se à
• definir a política económica e médio e longo prazo concorrência externa e diversificar a exportação.
– devido à adesão à OECE (1948) em consequência da • Promoção do apoio às empresas exportadoras
aceitação de ajuda financeira do Plano Marshall. • Industrialização- deve atender às necessidades
• Planos de Fomento – linhas orientadoras da internas. Valorização da iniciativa privada e o
economia portuguesa a partir de 1953 investimento estrangeiro
I Plano • Criação do polo industrial de Sines e acordo com
• Construção de infraestruturas (ponte sobre o tejo) a CEE – aprofundar os laços económicos com a EU
elétricas, transportes e comunicações Oriental
• Desenvolver unidades produtivas e capacidade IV Plano
técnica dos setores a dinamizar. • Maior modernização e maior abertura ao exterior,
• 1954 – Siderurgia nacional (não era prioridade) com o desenvolvimento da iniciativa privada
II Plano (apoio do Estado e incentivo ao investimento
• Aumento do PIB e da produtividade – melhores estrangeiro)
condições de vida Entre 1953 e 1973 deu-se o + PIB, modernização da
• Novos postos de trabalho e equilíbrio da balança indústria. – IMP. , + exp. Abertura da economia ao
comercial estrangeiro, crescimento dos setores (2 e 3) ->
• Desenvolvimento industrial (prioridade)- modernização da economia (os Planos de Fomento não
modernização e crescimento económico o que eliminaram a pobreza nem corrigiram as
levou à subordinação da agricultura desigualdades sociais e regionais)
Surto Urbano 12 DE março DE 1959 -> “Golpe de Sé”
• Nos anos 60 e 70 assistiu-se ao aumento da ações contra o E.N. (iniciativas à contestação dentro
população urbana, da expansão das cidades e do do Regime) Tentativa falhada de militares e católicos
aparecimento das periferias de derrubar o regime
• Êxodo Rural – escapar às dificuldades do mundo 22 de janeiro de 1961 -> Paquete de luxo de Santa Maria
rural tomado de assalto para desviar o navio em direção a
• Litoral – despovoamento do interior Luanda. Foi considerado um ato de pirataria pelo
• Periferias – aumento dos bairros de lata sem Estado Português que teve repercussões
condições, surgimento dos “bairros dormitórios” internacionais (EUA não entregou os revoltosos a
• Mudanças Sociais- aumento da população ativa Portugal e possibilito o seu exílio para o Brasil-
alfabetizada nos serviços e na indústria , novos isolamento por parte das potências a que a política
comportamentos menos conservadores e do E.N. ia sendo votada)
tradicionalistas próximos do modelo de vida Abril 1961 ->“abrilada”
europeu. Liderada por Botelho Moniz( ministro da defesa).
UNIDADE 2.1.3. O FOMENTO ECONÓMICO DAS COLÓNIAS Para afastar Salazar do poder – apoio militar.
Foi um fracasso devido a uma fuga
de informação e os oficiais foram
substituídos.
10 de novembro de 1961 -> Desvio de um
avião da TAP
Liderado por Hermínio da Palma
Inácio. Este pretendia iniciar uma
insurreição militar, lançou panfletos
Notas: no ar para apelar a uma revolta
EEP – Espaço popular. Foi para Tânger e pediu
Económico exilio ao Brasil
Português 24 de março de 1962 – crise académica
Adriano Moreira –
Contestação estudantil ao regime
Ministro do Ultramar
quando o E.N. proibiu o dia do
U 2.1.4. RADICALIZAÇÃO DAS OPOSIÇÕES E SOBRESSALTO DE 58
Estudante. Greve às aulas, manifestações e
1958 - Nova eleição presidencial -> Reorganização das
oposições ocupação da cantina da cidade universitária. A
General Humberto Delgado (independente) – rutura com polícia agiu de modo repressivo (prisão e
a política do Regime, conhecido como o “General sem espancamento). No dia 27 de março a situação
Medo” voltou à normalidade com o fim do luto académico,
Pretendia uma reforma política, era contra o com a libertação dos estudantes e com a reabertura
totalitarismo, queria uma reforma política ultramarina da cantina, contudo, a contestação continuou
com a manutenção da integridade territorial do 17 de maio de 1967 - > assalto à dependência do Banco de
Portugal na Figueira da Foz. A 19 de junho foi criado o
Império e manter a unidade nacional.
Queria a restauração das Liberdades fundamentais e a LUAR que reivindicou o assalto
organização de um sistema político de acordo com o A partir de 1958, com a candidatura de H.D., as ações
sistema democrático. Numa das suas entrevistas disse de protesto multiplicaram-se. Isto constituiu um
“obviamente demito-o” quando lhe perguntaram se
processo de desgaste do regime que se acentuou
ganhasse a presidência o que faria com Salazar com o deflagrar da guerra colonial.
Foi alvo de ameaças por parte do governo. Quando o UNIDADE 2.1.5. A QUESTÃO COLONIAL – SOLUÇÕES
seu adversário ganhou, este foi demitido do cargo da PRECONIZADAS, LUTA ARMADA, ISOLAMENTO INTERNACIONAL
força aérea e pediu exílio para o Brasil em 1959. Após a 2ª Guerra, nos anos 50 e 60, ocorreu uma
Arlindo Vicente (PCP)- desistiu devido à forte alteração na política colonial portuguesa devido à
mobilização a favor de Humberto Delgado pressão internacional e à 1ª vaga de descolonização
Américo Tomás (Regime)- Ganhou as eleições com no sudoeste asiático. Assim, o regime encontrava-se
cerca de 75%. dividido em relação à política colonial : modelo
integracionista e modelo federalista
Devido à atuação de H.D., pela 1ª vez o regime sentiu-
O primeiro (Salazar), defendia que Portugal levou a
se ameaçado e por isso alterou a constituição->
civilização e o conceito de pátria, a língua
sufrágio direto (a eleição é feita através de um colégio
portuguesa e a paz aos indígenas, criou o
eleitoral controlado pelo regime)
desenvolvimento económico e social e integrou os
13 De julho De 1958 ->“Bispo Do Porto”
D. António Ferreira Gomes escreveu a Salazar a criticar povos numa sociedade plurirracial, rejeita a
o regime e a miséria do Porto (forçado a 10 anos de existência de racismo
exílio).
Reclama o direito histórico da presença dos que fez com que o isolacionismo português se
portugueses e não aceita qualquer forma de solução agravasse especialmente quando Kennedy retirou o
que ponha em causa a unidade nacional apoio a Portugal no quadro da ONU por este não obedecer.
O segundo (Marcelo), defendia que a Constituição Neste seguimento, os países aliados da NATO
devia ser mudada para criar um Estado Federal, condenaram a posição de Portugal o que levou
Defendia a consagração de vários estatutos políticos Portugal a isolar-se devido à sua política colonialista
para os diversos territórios das províncias portuguesas e que era condenada.
a criação de órgãos próprios. Defende formas próprias Deste modo, desagregou-se e a guerra exigiu um
de governo em Angola e Moçambique e de poderes esforço financeiro e humano que levou ao desgaste
legislativos do regime -> + oposição e queda do E.N.
Integracionismo Federalista UNIDADE 2.1.6. A “PRIMAVERA MARCELISTA”: REFORMISMO
Estado português era Transformação progressiva POLÍTICO NÃO SUSTENTADO. O IMPACTO DA GUERRA COLONIAL
unitário, indivisível e das províncias Marcelo Caetano Escolhido para
pluricontinental “do Minho ultramarinas em Estados 1968 substituir Salazar
a Timor”, pretendia a independentes sem deixar • Liberal -> apoio da força armada, políticos
subordinação das colónias de ter em conta os
moderados e grandes grupos económicos
à metrópole interesses nacionais
  • Procurou conciliar os moderados com os
Revisão do ato colonial em 1945 conservadores, mas manteve as linhas
 orientadoras da política salazarista com reformas
Revogado na Revisão Constitucional de 1951 na 1ª vaga (“Renovação na continuidade”)
de descolonização • A Primavera Marcelista foi o período de
A Colónia passou a chamar-se Província Ultramarina e o esperança que teve a implantação de medidas
Império colonial português passou a chamar-se ultramar mais liberais e reformistas:
português 1) Autorização do regresso a Portugal dos exilados

políticos (Mário Soares)
Imposição do modelo Integracionista
2) PIDE passou a chamar-se DGS (Direção Geral de
A Luta Armada
Segurança)
Intransigência do Regime -> conflito armado, a Guerra
colonial 3) A censura passou a denominar-se exame prévio e
Quais foram os fatores? passou a ter uma atuação mais moderada
• Pressão internacional para descolonizar -> Portugal 4) A União Nacional foi reformada e passou a
ofereceu resistência o que levou ao aparecimento chamar-se ANP (Ação Nacional Popular) e contou
de movimentos independentistas nas colónias com a presença de elementos mais liberais
portuguesas a partir dos anos 50: A partir Intensificação e radicalização
• Angola -> MPLA, UNITA de 1968 contra o regime: Nova Crise
Académica.
• Moçambique -> FRELIMO
Ocorreu devido ao regime e à guerra colonial e
• Guiné -> PAICG
estendeu-se à Universidade de Coimbra em 69 e a
• Imobilismo do Estado Novo em relação à questão
outros setores de atividade (bancos, têxteis) através
colonial
de greves e manifestações. Em resposta a toda esta
• Falta de diálogo entre o Estado Novo e os
rebeldia, Marcelo endureceu a sua posição e
movimentos de libertação
acentuou o conservadorismo com:
• Apoio das forças internacionais aos movimentos
1) Fim das associações de estudantes
independentistas
2) Destituição de direções sindicais que eram
Ataques nas colónias
consideradas indisciplinadas
• Angola, 15 de março de 1961 sofreu ataques no
3) Retomou as prisões dos oposicionistas (Mário
Norte. O governo enviou tropas
Soares teve de voltar para o exílio)
• Guiné, 1963. Frente mais dura e difícil
4) Reprimiu as manifestações com as forças policiais
• Moçambique, 1964
26 outubro 1969 Eleições legislativas com
Esta guerra durou 13 anos e fez milhares de mortos e
a UN, CEUD, CDE e CEM
feridos
O Isolamento Internacional A campanha permitiu à oposição uma Maior
A ONU tomou a posição de que não tinha liberdade de ação e de expressão e teve acesso aos
1955 “territórios não autónomos” e a comunidade cadernos eleitorais e à fiscalização das mesas de voto
internacional via o ultramar como colónias A União Nacional ganhou com elementos mais liberais
que vieram a integrar na Assembleia Nacional -> Ala
Liberal
1960 A ONU condenou o colonialismo e opôs-se à
Devido Às contestações e à resposta Marcelista às
intervenção armada.
mesmas, houve definitivamente uma interrupção da
Deste modo, condenou a ação portuguesa e apelou
via liberalizadora e reformista -> abandono dos
à autodeterminação dos povos do domínio português, o
deputados da Ala Liberal da Assembleia Nacional e Externa: Interna
reeleição por sufrágio indireto, em 1971 do Presidente ->Política colonial condenada ->Ações contra o
Américo Tomás. pela ONU regime
As forças da repressão sobrepuseram-se às forças da ->Papa recebeu os dirigentes dos ->Cardeal patriarca
renovação, deste modo, a transição tornou-se movimentos independentistas de Lisboa condena a
impossível. (apoio da igreja) falta de direitos
O Impacto da Guerra Colonial ->Visita de Marcelo em 1973 a cívicos e defesa do
Marcelo Caetano decidiu optar pela manutenção da Londres -> protestos e pluralismo político e o
guerra colonial -> exigiu a adquirição de material bélico manifestações sufrágio livre
mais sofisticado o que levou ao enfraquecimento da ->setembro 1973 -> ONU deu ->Ataque a alvos
independência unilateral à Guiné- militares ou ligados à
ação militar portuguesa.
Bissau NATO
Isto ocorreu devido ao aumento da contestação
externa e interna.
A Rutura dos Militares com o E. N. ocorreu devido ao:
1) Mal estar no exército
2) Prolongamento da Guerra Colonial
3) Consciencialização de que a guerra estava
perdida
4) Em 1974, Spínola lançou o livro “Portugal e o
futuro” na qual defendia que a solução do
ultramar é política e não militar -> aproximação do
fim do regime
D

DA REVOLUÇÃO À ESTABILIZAÇÃO DA DEMOCRACIA


UNIDADE 2.2.1. O MOVIMENTO DAS FORÇAS ARMADAS E A UNIDADE 2.2.2. O DESMANTELAMENTO DAS ESTRUTURAS
ECLOSÃO DA REVOLUÇÃO DO SUPORTE DO ESTADO NOVO

O MFA encarregou Otelo Saraiva de Carvalho de


planear o golpe 25 de abril de 1974 -> Operação
fim-regime que tinha como base ocupar pontos
estratégicos em Lisboa (rádio, televisão, quartel-
general, aeroporto, ministérios no terreiro do
paço).
Toda a operação ocorreu de forma tranquila
exceto no Terreiro do Paço uma vez que houve UNIDADE 2.2.3. TENSÕES POLITICO-IDEOLÓGICAS NA
uma oposição por parte do regime de cavalaria 7. O SOCIEDADE E NO INTERIOR DO MOVIMENTO
capitão Salgueiro Maia dissuadiu as forças fiéis ao regime REVOLUCIONÁRIO
e seguiram então até ao quartel do Carmo, em Comemorar em liberdade o dia do
conjunto com uma multidão que se havia juntado, 1 maio 1974
Trabalhador após o 25 de abril ->
onde estava Marcelo Caetano que se rendeu para o tensão na sociedade:
“poder não cair na rua” e operação terminou. Houve • Greves, tensões conflitos laborais, reivindicações
apenas 4 mortos uma vez que um grupo de populares de aumento salariais, boicote ao envio de
foi até à DGS. O Regime terminou e ficou sobre a soldados para o Ultramar, radicalização de
alçada das FA que pretendia o fim da guerra colonial e grupos políticos
a restituição das liberdades dos cidadãos Falta de consenso em relação ao modelo social e
UNIIDADE 2.2.2. DESMANTELAMENTO DAS ESTRUTURAS DO SUPORTE DO político – económico e ultramar gerou tensão
ESTADO NOVO
MFA + esquerda Spínola + conservadores político participado, construir uma organização
Democracia popular Democracia liberal social.
Descolonização de Federalismo para o Agosto 1975 -> fim do III Governo Provisório
imediato ultramar Vasco Gonçalves, liderado pelo
A instabilidade e a divisão política aumentaram o V Governo Prov.
PCD MDP/CDE
afastamento de Spínola e levou à queda do I Governo Entre V e VI Governo -> Verão Quente (ação violenta,
Provisório
política e Social)
II Governo Prov. Formado por Socialistas e
Documento dos nove -> rejeição do socialismo da Eu
Vasco Gonçalves comunistas, o que levou ao
oriental e do social-democrata da EU Ocidental,
isolamento de Spínola ->
projeto nacional de transição para o socialismo,
Manifestação de apoio por conservadores – “Maioria
inseparável da democracia política pluralista, das
Silenciosa” – desmobilizada e proibida pelo MFA. O que
liberdades, direitos e garantias fundamentais. Isto
levou à demissão de Spínola e foi nomeado Francisco da
levou ao enfraquecimento da posição política de
Costa Gomes para presidente da JSN
Vasco Gonçalves devido a conflitos político-sociais
III Governo Prov. Ideologia PCP e nacionalizações
1) Assalto a sedes de esquerda, saneamentos
11 de março de 1975 Spínola fez um
políticos, ocupação de latifúndios (unidades
golpe militar para contrariar a via política, mas foi um
coletivas de produção), formação de comissões
fracasso e ele foi obrigado a exilar-se em Espanha.
de moradores e trabalhadores
Nessa noite a MFA tomou algumas medidas:
2) Substituição de Vasco Gonçalves -> Fim do
• Fim da JSN e do Conselho de Estado
“gonçalvismo”
• Criação do Conselho da Revolução que era
Pinheiro Azevedo. CR remodelada
composto só por militares -> centro de poder, VI Governo Prov.
com elementos moderadores “virar
institucionalizar o programa do MFA à direita”
Pendia para a esquerda, era • Clima de tensão (bombas, ocupações,
IV Governo Prov.
Vasco Gonçalves
socialista através do PREC manifestações e atividades separatistas nas ilhas)
(Processo Revolucionário em – cerco à Assembleia de S. Bento por
Curso) trabalhadores na Construção Civil
11 abril 1975 -> Pacto MFA/ Partidos que pretendia manter:
FA -> insurreição entre moderados e revolucionários,
• A constituição do IV Governo Provisório em luta aberta pelo poder
• A tutela do MFA sobre os órgãos eleitos 25 novembro 1975 -> COPCON tomou pontos
• Garantir que o parlamento fosse constituído pela estratégicos em Lisboa e bases aéreas (guerra civil)
A.L. e pela A.MFA -> cabe-lhes a eleição do P. Ramalho Eanes -> neutralizou as forças do COPCON e
República pôs fim ao PREC
• C.R. ratifica as decisões do governo e da Vasco Lourenço -> substitui Otelo no comando da
Assembleia (soberano) Região Militar de Lisboa – Nova fase no processo de
25 abril 1975 -> eleições para a Assembleia Constituinte democratização
• Sufrágio direto, universal e secreto – PS ganha UNIDADE 2.2.4. POLÍTICA ECONÓMICA ANTIMONOPOLISTA E
(eleitores votaram em forças políticas mais moderadas INTERVENÇÃO DO ESTADO NO DOMÍNIO ECONÓMICO E FINANCEIRO
e não apoia as forças radicais e de
esquerdas revolucionárias)
Tensão politico-ideológica e agitação
Social
• Saneamentos, ataques a sedes e
casas de militares de partidos,
ocupação de casas e de terras,
comissões de moradores e de
trabalhadores, movimentações
de operários para assumir o
controlo da produção -> poder
popular
Designa a forma direta do exercício
de poder, em que se assiste à
transferência de competências do
governo para a comunidade, que se organiza em Abril 1975 -> vários setores passaram a ser controlados
conselhos locais ou em assembleias populares eleitas. pelo Estado, assim através da nacionalização o
Fundamenta-se nos princípios do socialismo Estado passou a controlar os setores + importantes da
revolucionário, visando, através de um modelo economia. Esta era uma forma de alcançar a
economia socialista que atuou sobre o “capital
monopolista” (responsável pela má situação • Liberdade política, direitos, liberdades e garantias
económica” dos cidadãos e dos trabalhadores
• Sistema de governo semipresidencialista
• Autonomia e governo próprio das regiões dos
Açores e da Madeira
• Objetivo político e económico -> encaminhar a
sociedade para a via do socialismo (legitima
expropriações e nacionalizações)
• Democracia -> eleições legislativas (Mário Soares)e
eleições presidenciais (Ramalho Eanes)
UNIDADE 2.2.6. O RECONHECIMENTO DOS MOVIMENTOS
Estado -> implementou medidas no direito do Trabalho
NACIONALISTA E O PROCESSO DE DESCOLONIZAÇÃO
para proteger e proporcionar
melhores condições de vida aos
mais desfavorecidos.
• Estabelecimento do salário
mínimo
• Fim do despedimento sem
causa justa
• Tabelamento dos preços dos
produtos para controlar a
inflação
• Fim do condicionamento
industrial
UNIDADE 2.2.5. A OPÇÃO
CONSTITUCIONAL DE 1976
25 abril 1975 -> Assembleia Constituinte foi eleita e coube- UNIDADE 2.2.7. A REVISÃO CONSTITUCIONAL DE 1982 E O
lhe a elaboração e aprovação da Constituição que só FUNCIONAMENTO DAS INSTITUIÇÕES DEMOCRÁTICAS
entrou em vigor em 1976 Constituição de 1976 -> Estabilidade Política, MAS para o
Constituição -> reflete o contexto revolucionário, socialismo e o modelo económico (crítica e alteração
princípios ideológicos de diferentes quadrantes políticos para a adesão à CEE
Pacto MFA/Partidos -> princípios predeterminados a incluir 1981/1982 -> Revisão e alterações
na constituição para garantir as conquistas da • Aperfeiçoamento e reforço dos direitos
revolução fundamentais
A Constituição definiu os princípios de um estado de • Criação do Tribunal Constitucional
direito democrático: • Equilíbrio entre os órgãos de soberania
• Democracia representativa, pluripartidária, • Supressão e alteração das referências à via
soberania popular e separação dos poderes socialista
• PÁGINA 157

O SIGNIFICADO INTERNACIONAL DA REVOLUÇÃO PORTUGUESA


A Revolução de Abril foi seguida internacionalmente devido à
• Posição estratégica de Portugal enquanto membro da Nato
• Fim do isolamento internacional
• Inserção na comunidade internacional através de contactos e compromissos
A Revolução portuguesa influenciou ainda a Grécia e a Espanha que a tomaram como modelo e a descolonização
teve um grande impacto nos regimes de minoria branca
Assim, os movimentos independentistas e nacionalistas precederam à descolonização e à abolição de regimes
racistas

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