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Critica

Sociológica Édipo-Rei de Sófocles

ALUNAS: Alice Fernanda Soares Silva, Júlia Milena Severo Monteiro, Mylenna Ricardo
Cavalcanti, Renata Oliveira Alves, Yasmin Tenório de Albuquerque.
Resumo da trageédia
"Edipo-Rei" de Sofocles
Conceito de Critica Sociologica
Crítica sociológica é aquela que procura ver o fenômeno da
literatura como parte de um contexto maior: uma sociedade, uma
cultura (Silva, 2009, p. 177).
Candido (1985) entende que a arte tanto é influenciada pela sociedade quanto a
influencia. A influência da sociedade na obra aparece tanto na superfície do texto
(descrição de casas, roupas, hábitos etc.) quanto na caracterização das personagens (sua
psicologia, seus preconceitos, ambições etc.) e na estrutura profunda do texto.
Contexto Social da Gréecia Antiga
(ATENAS)

01 03
Política Divisão de Classes
• Cidadãos/eupátridas
02 04
• Democracia X tirania
• Metecos
• Escravos

Rei Tirano Religião


• Édipo
• Politeísta
• Poder e saber
• Oráculo
• Cegueira do poder, não dá importância
• Profeta Tirésias
às leis e as substitui por suas vontades
• Ódio, desprezo e temor
Contexto Social da Grecia Antiga
(ATENAS)

06
Crenças que moldaram
05 a compreensão
• Do destino e Moralidade 07
cultura normas sociais
• Artes plásticas • Literatura
• Política • Honra
• Filosofia
• Música • Coragem
• Esporte
• Teatro • Respeito aos deuses
Em “Edipo Rei”
✦ A estrutura familiar é um microcosmo que reflete as
dinâmicas sociais da Grécia antiga.

✦ A monarquia de Tebas estabelece uma clara hierarquia,


com Édipo assumindo a posição de rei, simbolizando poder
e prestígio.
✦ As relações de poder são tensionadas pela profecia trágica que revela
segredos obscuros e desafia as expectativas coletivas.

✦ A busca de Édipo por sua identidade desafia não apenas a estrutura


monárquica, mas também as normas sociais mais amplas, expondo as
tensões entre a autonomia individual e as expectativas coletivas.
✦ Jocasta e Édipo são unidos não apenas pelo afeto, mas também
por laços políticos e sociais, revelando a complexa interseção
entre a esfera privada e pública na Grécia Antiga.

✦ A crítica sociológica destaca como o casamento, além de uma


expressão de amor, era um dispositivo para preservar a
linhagem, manter alianças e consolidar o poder.
✦ A relação incestuosa entre Édipo e Jocasta, quando
descoberta, expõe uma transgressão das normas sociais
estabelecidas, desafiando a ordem familiar e social.

✦ A crítica sociológica destaca como essa revelação não é


apenas uma tragédia individual, mas um espelho das
contradições e limitações da sociedade grega antiga.
✦ A crítica sociológica de "Édipo Rei" oferece uma compreensão
mais profunda das relações familiares na Grécia Antiga, destacando
como as normas sociais, estruturas de poder e contextos culturais
moldavam as interações familiares e influenciavam os destinos
individuais.
Consequencia das Acoeês de Edipo
na cidade de Tebas

✦ Na tentativa de ajudar a cidade a se livrar da situação que a atinge, Édipo


manda consultar o oráculo que diz que a cidade está naquela situação devido
ao assassinato não resolvido de Laio o rei anterior, porém, Édipo acaba
descobrindo que é o responsável pelo mal que afeta Tebas, pois ele mesmo
matou Laio e ele era o seu pai, como também casou-se com sua mãe.
Relacao entre a sociedade grega
e a obra Édipo Rei

✦ A obra literária não é criada apenas a partir da


vontade e da "inspiração" do artista. Ela é criada
dentro de um contexto; numa determinada língua,
dentro de um determinado país e em uma determinada
época, onde se pensa de uma certa maneira; portanto,
ela carrega em si, as marcas desse contexto.”
Relacao entre a sociedade grega
e a obra Édipo Rei

✦ Os gregos antigos acreditavam em lugares especiais,


chamados oráculos, onde pessoas recebiam mensagens
divinas. As pessoas iam até esses oráculos para pedir
orientação sobre coisas importantes e confiavam nessas
mensagens como se fossem conselhos dos deuses.
As relacoes de culpa
Matar o próprio pai ou abster-se de matá-lo não é, realmente, a coisa
decisiva. Em ambos os casos, todos estão fadados a sentir culpa,
porque o sentimento de culpa é expressão tanto do conflito devido à
ambivalência quanto da eterna luta entre Eros e o instinto de
destruição ou de morte.
(Freud, 1930/2010, p. 135)

✦ A a ser imperfeito e por ser imperfeito.


✦ A culpa existe antes da atitude que torna o sujeito culpado e
influência em sua realização.
✦ Assim, a dor da culpa é a dor de existir.
✦ A culpa, portanto, pode surgir pelo sentimento de
indignidade, passando pelo de poder e tendo como
consequência a morte, ou pela sensação de poder que, em seu
íntimo, traz o incômodo da indignidade, levando também à
morte.

✦ Morte aqui percebida como destino, como consequência


inevitável. Assim, a infelicidade é fruto da sensação de
indignidade que nada mais é do que a culpa de ser o que se é.
Laio e a Culpa Inicial
✦ Profecia: Laio tenta evitar uma profecia, mas suas decisões, como abandonar Édipo,
contribuem para o destino trágico.

Édipo e a Culpa Herdada


✦ Busca pela Verdade: Édipo, sem conhecer seu passado, busca a verdade sobre a peste
em Tebas, descobrindo sua culpa ao acreditar erroneamente que matou seu pai e casou
com sua mãe.

A Influência do Oráculo e dos Deuses


✦ A dinâmica de poder entre os reis e os deuses é crucial. A culpa é frequentemente
atribuída à desobediência aos desígnios divinos, destacando como as figuras de poder
estão submetidas às forças superiores.
Manipulação Psicológica e Culpa:
✦ Revelações: Jocasta tenta aliviar a culpa de Édipo revelando detalhes manipulados
de seu passado, criando uma atmosfera de confusão e desespero.
✦ A manipulação psicológica amplifica a culpa ao fazer Édipo confrontar uma versão
distorcida de sua história.

Ciclo de Culpa e Destino Trágico:


✦ O ciclo de culpa é perpetuado ao longo da narrativa, mostrando como as figuras de
poder estão presas em um destino trágico. A tragédia resulta não apenas das ações
individuais, mas da interação complexa entre poder e destino.
“Tal distinção pode ser exemplificada em Édipo Rei: por mais
terrível que seja o destino de Édipo, o leitor ou espectador é
conduzido a sentir que esse destino já estava marcado, que
precisava acontecer, porque havia sido determinado por forças
muito superiores às humanas, pelo Fado ao qual os próprios deuses
do Olimpo se submetem - e que, portanto, estaria fora das mãos de
qualquer humano impedir a história. Isso fica bem claro pelos
esforços de Laio, abandonando o menino às feras, e do próprio
Édipo, fugindo da casa de seus pais adotivos. Esses esforços
pretendiam impedir o cumprimento da profecia, mas apenas
serviram para precipitá-lo.”

LUCKÀCS (1963)
Edipo-ReI: e mundo contemporaneo
Complexo de identidade de Édipo até o
homem contemporâneo:
Conhece-te a ti mesmo um antídoto à tragédia.

ROMe Destino e livre arbítrio


Não controlamos nossos pensamentos, mas somos capazes de controlar
nossas ações. Não é o destino que nos aflige e que conduz nossas
vidas, são nossas ações.

Cegueira MORAL e Ignorância VOLUNTÁRIA:


Olhos abertos, mas cego pela mentira e ignorância
Referências
Silva, Marisa Corrêa. Crítica sociológica. In: Bonnici, Thomas; Zolin, Lúcia Osana (org.). Teoria Literária: abordagens históricas e tendências
contemporâneas. 3. ed. rev. e amp. Maringá: Eduem, 2009, p. 177-188.

Lins, Tânia de Sousa. Atualização ideológica do mito na tragédia Édipo Rei, de Sófocles. Monografia (Licenciatura Plena em Letras) - Centro
de Formação de Professores, Universidade Federal de Campina Grande. Cajazeiras, 2015, p. 42.

Oliveira, Alex Feitosa de. et al. Édipo Rei: uma análise jusfilosófica. Ceará: Themis, 2007, p. 62-91.

Bezerra, Juliana. Grécia Antiga: sociedade, política, cultura e economia. Toda matéria. Disponível em:
<https://www.todamateria.com.br/grecia-antiga/>. Acesso em: 13 fev. 2024.

Sófocles. Rei Édipo. Tradução de J.B. de Mello e Souza. (Clássicos Jackson, Vol. XXII). São Paulo: Ediouro, 2005.

GONCALVES, Davidson Sepini. O sentimento de culpa em Freud: entre a angústia e o desejo. Psicol. rev. (Belo Horizonte), Belo Horizonte , v.
25, n. 1, p. 278-291, jan. 2019 . Disponível em <http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1677-
11682019000100016&lng=pt&nrm=iso>. acessos em 28 fev. 2024. http://dx.doi.org/10.5752/P.1678-9563.2019v25n1p278-291.

COSTA, F. L.; HOLANDA, S. A. de O. A crítica sociológica e dialética de Antonio Candido: entre o fato social e a expressão. Revista
Jangada, 28-06-2019. Disponível em: https://www.revistajangada.ufv.br/Jangada/article/view/216. Acesso em: 19 fev.2024.

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