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interpretação
O primeiro passo consiste
em familiarizar-se com a
totalidade das respostas do
sujeito, até que se consiga
reter as várias histórias, a
ponto de a interpretação
prancha por prancha estar
sempre vinculada a
totalidade da produção.
A fim de se desenvolver o
raciocínio sintético, pode-se
escrever a impressão geral
causada pelo protocolo, o
qual deverá ser contraposta
à interpretação posterior.
No primeiro momento
deve-se identificar os
dados que mais chamam
a atenção, os padrões
que se repetem com
maior frequência.
A análise posterior esclarecerá as
nuances e desvios destes padrões,
como se revelam e outras possibilidades
de atuação do sujeito.
Exemplo: Sujeito sexo
feminino 33 anos
Prancha 1
“Bom, é... o menino
perdeu a mãe, que
tocava violino, e
agora tá olhando o
violino, recordando a
imagem da mãe
através do violino.
Depois disso alguém
bate na porta para
chamar para brincar
e ele vai.
Prancha 2
“A moça é uma professora e
tá chegando para dar aula
numa escola rural. O homem
tá arando o campo e a moça
tá esperando um filho (...) A
professora, depois de andar
muitos quilômetros de
charrete, chega nesse lugar
onde tem a escola, as
crianças esperando, é de
manhã. (...) A moça grávida
olhando o sol, nem percebeu
a moça chegando. Está tão
concentrada no sol que não
percebe o que está à sua
volta. (...) O cara também
não percebeu, ela passa
como sempre passou,
ninguém percebe.”
Prancha 3
“O que tem aqui?
(...) Parece que ela perdeu
alguma coisa e tava
procurando pela casa essa
coisa que tava perdida e o
que ela achou não sabe o que
é. Sente-se cansada e senta
para descansar. Antes ela
esteve procurando na
cozinha, pelo quarto, só
faltava a sala e na sala era o
lugar que ela menos gosta de
ficar. (...) Parece que isso que
ela achou incomoda muito a
ela, traz uma recordação que
ela não gosta, não sei o que
seja.”
Interpretação:
Observa-se a
insatisfação da
personagem
central.
P1 O clima é de tristeza,
recordações de algo que
foi perdido. O contato com
a tristeza e inevitável
(procura algo que quer e
encontra o que não quer —
P3), é preciso que algo
externo ocorra para
interromper este contato
(alguém que bate à porta
na P1), mas nem sempre
aqueles que a cercam
percebem isso (P2). As
personagens ficam
passivas, não encontram
saídas por si mesmas.
Assim, o que caracteriza
este indivíduo, a partir
desta pequena amostra
de suas histórias, é a
insatisfação no plano
afetivo, a sensação de
perda, sem expectativa
de vir a ser gratificada
neste plano, pois sente
que os outros não lhe
dão atenção.
Análise do conteúdo
O herói normalmente é o
personagem com o qual o
sujeito se identifica e através
do qual projetará suas
necessidades. Os demais
personagens ou elementos do
enredo significam forças do
meio familiar ou social dos
quais o sujeito sofre pressões,
com os quais ele se relaciona
e que lhe possibilitam ou não
satisfação de suas
motivações.
1. Tema
A investigação do tema
inicia-se por um resumo do
conteúdo manifesto, numa
síntese da história
propriamente dita, dando a
ideia principal do enredo
2 – ANÁLISE - a força ou a fragilidade do ego pode ser
analisada em três aspectos:
A introdução de elementos
ausentes na prancha pode indicar
uma necessidade mais urgente
do sujeito, principalmente se isto
se dá com uma certa frequência
no protocolo. Se o sujeito introduz
situações de alimentação pode-se
pensar em necessidade de
gratificação oral; se a figura da
mãe aparece mesmo quando não
há personagens femininos, pode-
se pensar em dependência.
Exemplo:
Racionalização:
evidencia-se pelo uso do
argumento lógico, que
pode ser convincente ou
não, para justificar uma
atitude do herói ou uma
ação por ele sofrida.
• Negação: manifesta-se
através da negação do
conteúdo ansiógeno. Ex.
Pr. 3 RH - “ele não está
triste, não, não pode
estar...”
Anulação: revela-se pela
substituição da história por outra. Ex.
pr. 13 HF
“ele matou sua mulher...não, ele
está cansado, mas precisa ir
trabalhar...”
Isolamento:
apresenta-se sob
forma de atividade
displicente do
indivíduo, ausência
de resposta ou
comentários sobre a
prancha. Ou pode
evidenciar-se pela
ausência de emoção
no relato. Ex pr 18
MF “não me diz
nada...2 mulheres ,
talvez, uma separada
da outra...só”.
Formação reativa: em
todo protocolo,
determinado conteúdo
esperado apresenta-se
sob forma de seu
oposto. Por ex. todas as
pranchas que sugerem
agressividade
apresentam conteúdos
de apoio, ajuda.
Projeção: determinados conteúdos se
apresentam apenas no comportamento das
personagens secundarias e não na do herói. É
frequente a inclusão de personagens que
sirvam de receptáculos a estes conteúdos. Ex
pr. 13 HF “ele está desesperado...chegou em
casa e sua mulher estava morta...alguém a
matou, um ladrão talvez”.
Repressão: é o mais
eficiente dos mecanismos
de defesa. Manifesta-se
justamente pela ausência
de qualquer conteúdo
referente à agressividade,
sexualidade, etc.
Regressão: o comportamento
do herói é inadequado a faixa
etária a ele atribuída ou o
próprio discurso do sujeito
encontra-se infantilizado.
12 . Adequação do
superego
Analisamos aqui a relação
entre a manifestação do
impulso e as consequências
desta manifestação no herói.
Verifica-se, em princípio, se
o castigo é proporcional ao
crime.
Um superego rígido
levará a relatos em que o
herói é punido de forma
drástica e definitiva pelo
menor deslize.
Um superego atuante
leva a uma punição
compatível com a
ofensa.
O superego flexível
permite certos deslizes
sem conseqüências
maiores