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Agorafobia, de acordo com o DSM-5

As síndromes ou transtornos fóbicos caracterizam-se por medos intensos e irracionais,


desproporcionais, desencadeados por situações, objetos ou animais que objetivamente não
oferecem ao indivíduo perigo real e proporcional à intensidade de tal medo. As síndromes fóbicas
mais importantes são apresentadas. Por sua vez, a agorafobia é o medo de espaços amplos e de
aglomerações, como estádios, cinemas, supermercados. Inclui-se na agorafobia o medo de ficar
retido em congestionamentos. Na agorafobia, o medo e a angústia relacionam-se a um
conglomerado de pessoas (em supermercados, shopping centers, congestionamento no trânsito,
entre outros lugares) em espaços amplos ou em locais de onde possa ser difícil escapar ou onde o
auxílio ou a presença de pessoas próximas não seja rapidamente acessível. Os indivíduos com
agorafobia têm frequentemente crises de medo, que chegam ao pânico quando estão fora de
casa, em um congestionamento, em uma ponte ou túnel, em meio a uma multidão, em um
estádio de futebol, em um grande supermercado, no cinema ou no teatro. Têm, com frequência,
medo de viajar de ônibus, automóvel ou avião. Há tendência de evitar tais situações, o que
geralmente leva a estreitamento das possibilidades vivenciais do indivíduo, restringindo-o, às
vezes, a sua casa e a ambientes muito familiares e seguros. No Brasil, estudos epidemiológicos nas
cidades de São Paulo e Rio de
Janeiro revelaram presença de agorafobia, nos últimos 12 meses, em 1,6 a 2,7% da população e,
pelo menos uma vez na vida, em 3,5 a 4,0% (Andrade et al., 2012; Ribeiro et al., 2013).

Sinais e sintomas da agorafobia


Exemplos comuns de situações ou locais que criam medo e ansiedade em pacientes com
agorafobia incluem sair de casa, entrar em filas, sentar no meio de uma longa fila de assentos em
um teatro ou sala de aula e utilizar transporte público, como um ônibus ou um avião. Algumas
pessoas desenvolvem agorafobia em resposta a ataques de pânico que levam a evitar os
potenciais gatilhos do pânico. A agorafobia pode ser relativamente leve, mas também pode se
tornar tão debilitante que a pessoa fica essencialmente confinada em casa.

Critérios Diagnósticos DSM-5, 300.22 (F40.00)


A. Medo ou ansiedade marcantes acerca de duas (ou mais) das cinco situações seguintes:
1. Uso de transporte público (p. ex., automóveis, ônibus, trens, navios, aviões).
2. Permanecer em espaços abertos (p. ex., áreas de estacionamentos, mercados, pontes).
3. Permanecer em locais fechados (p. ex., lojas, teatros, cinemas).
4. Permanecer em uma fila ou ficar em meio a uma multidão.
5. Sair de casa sozinho.
B. O indivíduo tem medo ou evita essas situações devido a pensamentos de que pode ser difícil
escapar ou de que o auxílio pode não estar disponível no caso de desenvolver sintomas do tipo
pânico ou outros sintomas incapacitantes ou constrangedores (p. ex., medo de cair nos idosos;
medo de incontinência).
C. As situações agorafóbicas quase sempre provocam medo ou ansiedade.
D. As situações agorafóbicas são ativamente evitadas, requerem a presença de uma companhia
ou são suportadas com intenso medo ou ansiedade.
E. O medo ou ansiedade é desproporcional ao perigo real apresentado pelas situações
agorafóbicas e ao contexto sociocultural.
F. O medo, ansiedade ou esquiva é persistente, geralmente durando mais de seis meses.
G. O medo, ansiedade ou esquiva causa sofrimento clinicamente significativo ou prejuízo no
funcionamento social, profissional ou em outras áreas importantes da vida do indivíduo.
H. Se outra condição médica (p. ex. doença inflamatória intestinal, doença de Parkinson) está
presente, o medo, ansiedade ou esquiva é claramente excessivo.
I. O medo, ansiedade ou esquiva não é mais bem explicado pelos sintomas de outro transtorno
mental, por exemplo, os sintomas não estão restritos a fobia específica, tipo situacional; não
envolvem apenas situações sociais (como no transtorno de ansiedade social); e não estão
relacionados exclusivamente a obsessões (como no transtorno obsessivo-compulsivo), percepção
de defeitos ou falhas na aparência física (como no transtorno dismórfico corporal) ou medo de
separação (como no transtorno de ansiedade de separação).
Nota: A agorafobia é diagnosticada independentemente da presença de transtorno de pânico. Se
a apresentação de um indivíduo satisfaz os critérios para transtorno de pânico e agorafobia,
ambos os diagnósticos devem ser dados. Características diagnósticas.

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