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19º Curso de Licenciatura em Enfermagem

Ano le'vo 2022-2023

Teorias do
Envelhecimento
Biológico

Enfermagem do Idoso

Maria João Sousa Fernandes, PhD in Nursing


Alterações fisionómicas

² rugas na pele;
Envelhecimento biológico

² alteração da pigmentação;

² cabelos brancos;

² perda de massa muscular;

² alteração da postura;

² modificação da textura das unhas;


Alteração da capacidade funcional
Envelhecimento biológico

² Astenia;
² Menor agilidade motora;
² Perda do controlo de esBncter;
Alteração do
funcionamento celular
Envelhecimento biológico

Desequilíbrio homeostáGco:

Ødesequilíbrio dos líquidos e electrólitos;


Øpressão sanguínea;
Øtemperatura;
Øabsorção dos nutrientes alimentares;
Ømaior dificuldade de adaptação ao ambiente e de reação
ao stress (e.g.: + manifestação de frio)
Alteração do
funcionamento celular
Envelhecimento biológico

² O metabolismo básico regride com a curva da idade;


² a venGlação pulmonar não se adapta aos requisitos do
ambiente externo;
² o consumo de oxigénio permanece baixo;
² a própria tremura aparece tardiamente, resultando uma
produção de calor insuficiente (este fenómeno explica o maior
índice de mortalidade nas estações frias)
Alteração do
funcionamento celular
Envelhecimento biológico

A diminuição celular que se faz notar principalmente a parGr


dos 50 anos provoca:

uma redução na massa corporal;


repercuGndo-se em perdas ósseas e cálcicas;
diminuição dos tecidos musculares e dos órgãos, conduzindo
a uma baixa de peso total.

Nota: Com a diminuição da massa magra e de água e o


aumento da gordura e de volume plasmáGco, observa-se a
frequente acumulação de tecido adiposo no abdómen e
ancas.
Alteração do
Envelhecimento biológico

funcionamento celular

Uma desmineralização similar dos ossos em que se


inserem os dentes, conduz à queda dos mesmos
Alterações do sistema
locomotor
Envelhecimento biológico

² menor capacidade de adaptação ao esforço a


parGr dos 40 anos;
² os músculos deixam de receber a quanGdade de
glucose necessária para o aumento de dispêndio
de energia;
² o esforço excessivo no idoso pode mesmo
provocar asfixia;
Alterações do sistema
locomotor
Envelhecimento biológico

Dos 30 aos 70 anos, o peso total dos músculos reduz-se para cerca de metade,
devido à atrofia das suas fibras e ao aumento de tecido gordo no seu interior;
Esta modificação leva a que o indivíduo ao avançar na idade diminua a sua
tonicidade muscular, perda de potência, força, «endurance» e agilidade em
especial nos antebraços, membros inferiores, região dorsal, mandíbula e
lábios;
As arGculações reduzem a sua mobilidade e força, através da calcificação e
ossificação dos seus ligamentos, ficando sujeita a lesões degeneraGvas, como é
o caso da artrose (esta é a explicação, para os sintomas de rigidez ao acordar
ar?culações a estalar e algias, provocados por imobilizações excessivas e por pressão)
Alterações do sistema
locomotor
Envelhecimento biológico

O envelhecimento ósseo é traduzido por subsGtuição progressiva do


tecido ósseo em substância esponjosa, fenómeno denominado
osteoporose (esta modificação torna o osso mais frágil ficando o idoso com maior
susce:bilidade a fraturas)
Alterações na venGlação
Envelhecimento biológico

O centro da gravidade passa a ser controlado pelo idoso quando este


inclina o tronco para a frente. Esta postura favorece a redução da
cavidade torácica, dificultando a amplitude dos movimentos respiratórios
com a consequente redução do espaço desGnado a trocas gasosas, tão
necessárias à normal oxigenação sanguínea.
Alterações da pele
Envelhecimento biológico

² O aspeto do rosto humano revela a idade com uma margem de erro de


cinco anos
² o tempo de renovação da epiderme, passa de 20 dias no jovem adulto
para mais de 30 dias após os 50 anos
² a pele do idoso passa a ser semelhante ao papel de seda, por
consequência da diminuição da textura da derme
² surgem manchas coloridas na epiderme por hipertrofia das células
responsáveis pela pigmentação
² o frequente embranquecimento e palidez são causados pela perda de
capilares e de melanócitos (células responsáveis pela pigmentação)
² as varicosidades, angiomas senis benignas e estrelas venosas são
consequência de insuficiências venosas
Alterações da pele
Envelhecimento biológico

as rugas causadas pela tensão e relaxamento repeGGvo dos músculos,


tornam-se permanentes, quando há perda de elasGcidade da pele e do
tecido subcutâneo
a atrofia da epiderme, da derme e do tecido subcutâneo, presente no
idoso, jusGficam a maior vulnerabilidade da sua saúde
Alteração dos
tegumentos
Envelhecimento biológico

² verifica-se uma involução da distribuição de cabelos e pelos a parGr


dos 40 anos
² A calvice aGnge mais o género masculino e pode manifestar-se a parGr
dos 20 anos
² A descoloração do cabelo, relaciona-se com a diminuição da
quanGdade de melanina (responsável pela coloração do cabelo)
Alterações da acuidade
visual
Envelhecimento biológico

² rápida involução;
² as perdas de visão acentuam-se entre os 40 e os 50 anos;
² redução da visão periférica e lateral;
(levando à perda da visão panorâmica das coisas e por vezes à inexistência de contorno
dos campos)
² redução da visão noturna por incapacidade de adaptação ao escuro;
Alterações da acuidade
visual
Envelhecimento biológico

² o cristalino e o músculo ciliar ao reduzirem o seu funcionamento não


permitem a idenGficação de objetos próximos (presbiopia);
² a diminuição do diâmetro das pupilas pode levar à necessidade de
aumentar a intensidade luminosa para ser efetuada a visualização dos
objetos;
² o olho passa a captar melhor as cores vivas do que as restantes pelo
amarelecimento do cristalino;
Alterações oculares-expressão corporal
Envelhecimento biológico

² os olhos tornam-se baços pela diminuição das secreções das glândulas


lacrimais;
² tornam-se mais afundados por diminuição da gordura que forra as respeGvas
órbitas;
² surge ptose das pálpebras superiores por atrofia e diminuição do tecido
conjunGvo;
² perda de pestanas superiores que conduzem à diminuição do brilho ocular;
² surge pés-de-galinha, papos e inversão da pálpebra inferior por alteração da
distribuição de tecido subcutâneo;
² há um maior lacrimejar por diminuição do tónus muscular palpebral e por falta
de permeabilidade do canal lacrimo-nasal.
Alterações audiGvas
Envelhecimento biológico

² degenerescência da fibra nervosa-cóclea e órgão corG:


² espessamento do bmpano;
² redução na produção de cerúmen;
² aumento da rigidez dos ossículos do ouvido médio (otosclerose);
² atrofia do nervo audiGvo

Nota: Estas alterações conduzem a uma perda da audição, que se tornam


evidentes a parGr dos 50 anos e que se agravam a parGr dos 70, com uma
incidência superior no género masculino
Manifestações audiGvas
Envelhecimento biológico

² Diminuição da capacidade de se ouvir sons agudos (presbiacúsia);


² dificuldade em se dissociar sons próximos da linguagem;
² presencia-se sensações anormais como audição de campainhas,
estalidos, etc., denominados acufenos.
Manifestações táteis
Envelhecimento biológico

redução das perceções táteis resultantes das alterações da pele


Manifestações olfaGvas
Envelhecimento biológico

aumento do número de pelos nas narinas


atrofia dos órgãos olfacGvos
Conclusões
Envelhecimento biológico

envelhecer implica um processo de deterioração do


organismo através do tempo, o qual deixa de ter
capacidade para dar resposta à demanda funcional,
aumentando a probabilidade fisiológica de morte
Teorias

Ø imunitárias;
Envelhecimento biológico

Ø gené9ca;
Ø do erro na síntese proteica;
Ø do desgaste;
Ø neuro-endócrina;
Ø dos radicais livres.
Teoria imunitária

• relaciona o envelhecimento com a


Envelhecimento biológico

disfunção gradual ou falha do sistema


imunitário, em que este passa a
desproteger as células sãs do organismo de
ataques realizados por an9corpos

Células T reguladoras, que apresentam um papel


central na manutenção da homeostasia imunitária
As células T naïve são produzidas na medula óssea a parGr de precursores
linfóides que depois migram para o Gmo para aí sofrerem maturação. Durante
este processo ocorre a seleção de linfócitos T capazes de reconhecer moléculas
pertencentes ao self(das classes MHC I e II), no qual eles adquirem um TCR que
se liga ao MHC. Estas células selecionadas vão sofrer maturação subsequente
nos órgãos linfóides secundários.
As células T naïve têm um primeiro contacto com anGgénios através das células
apresentadoras de anGgénios e aí tornam-se células T aGvadas. A aGvação
destas é caraterizada principalmente pela proliferação e esta úlGma tem sido
considerada como um marcador do potencial imunitário humano.

Gonçalves, 2015
Teoria gené>ca

Ødefende que o envelhecimento é uma


Envelhecimento biológico

consequência da informação gené9ca e que


esta determina e controla a média de vida
nas várias espécies e sexos, daí a explicação
da mulher viver em média, mais dois a sete
anos que o homem, por maior quan9dade
de cromossomas X e filhos cujos pais ou
avós ultrapassaram os 50 anos, viverem em
média, mais 6 anos que os restantes
Mecanismo genéGco:
o encurtamento do telómero, estrutura localizada no final
dos cromossomos das células eucarióGcas, como fator
determinante no desencadeamento do envelhecimento,
uma vez que é responsável pela proteção dos cromossomos
e replicação do DNA cromossoma
(Torres, 2002).
Teoria dos Telómeros
Envelhecimento biológico

Estruturas de proteínas e ADN não codificantes


Formam as extremidades dos cromossomas
Mantêm a estabilidade estrutural do cromossoma
Presentes em células eucarióGcas (e não procarió:cas)
Exceções: bactérias com DNA linear e que possuem telómeros.
À medida que há divisão celular o telómero encurta
(até perda total ou parcial de capacidade de divisão)
Não se regeneram pelo que deixa de haver replicação
Sem divisão celular correta o organismo tende a morrer
Teoria dos Telómeros

Sabe-se que existe uma relação entre os


Envelhecimento biológico

telómeros e a senescência celular…

Mas qual?

Talvez seja esta a resposta a quem pretenda


a superlongevidade!
Teoria do erro da síntese proteica
Envelhecimento biológico

Øhá morte celular por rotura a nível da


cadeia da molécula do ácido
desoxirribonucleico, em que os seus
compostos químicos falseiam a informação
igualmente química, impedindo a produção
de proteínas essenciais à sobrevivência
celular
Um défice mitocondrial desregula a
geração de espécies reaGvas de oxigénio,
provocando danos nessa organismo. Esses
danos aumentam a produção de oxidantes
e induzem às alterações subsequentes.
Teoria do desgaste

Øcompara o comportamento orgânico ao de


Envelhecimento biológico

máquinas, evocando que ambos se


desgastam com o uso e anomalias, no
entanto, esta explicação é contestada pelo
facto do tecido epitelial, a mucosa
gastrointes9nal e os eritrócitos, produzirem
con9nuamente células de subs9tuição,
inibindo os efeitos do envelhecimento por
desgaste
Apoptose
é o mecanismo pelo qual a célula se autodestrói de modo já programado, ou seja,
as células somáGcas normais possuem um relógio biológico, que, mais cedo ou
mais tarde, aGva um programa genéGco de morte celular programado
(Alvarez, 1999).
Fenómeno que pode ser observado em diversos processos, como durante a
embriogénese (nas fases de organogénese e involução), nos processos de
metamorfose (em neoplasias principalmente), em alterações hormonais como a
menopausa, em tumores em proliferação ou regressão e também em doenças
causadas por vírus como a hepaGte viral
(Ayala , 1995; Vasconcelos, 2000).
Teoria neuro-endócrina

Øela explica-nos que o fracasso ou o


Envelhecimento biológico

insuficiente funcionamento endócrino e


neurológico conduzem à interrupção do
crescimento, à diminuição da homeostase
sanguínea, ao metabolismo glucídico, entre
outros, com o consequente ciclo de
retroação nega9va
Teoria dos radicais livres

• sugere-nos que um elevado teor de


Envelhecimento biológico

produtos resultantes de metabolismos


oxidantes, podem reagir com elementos
celulares como proteínas, ácido
desoxirribonucleico e lípidos, interferindo
no funcionamento celular
Hazzard
Conclusões

Ø a capacidade de restauração é diferente de


Envelhecimento biológico

organismo para organismo;


Ø a alteração da normal mul>plicação celular e sua
destruição decorrem singularmente;
Ø não bastará os indivíduos terem hábitos de vida
não saudáveis, para que processos disfuncionais
aconteçam sem atribuir isoladamente a
responsabilidade ao funcionamento do sistema
neuro-endócrino?
Perspe>va de Berger
Envelhecimento biológico

Øo processo de envelhecimento orgânico é


gradual e o seu ritmo é diferente em cada
grupo populacional, em cada pessoa e até
mesmo em cada sistema orgânico de cada
indivíduo.
Envelhecimento diferencial

Ø Gené%cas - ligadas à hereditariedade


Envelhecimento biológico

(e.g.: um filho e/ou neto de pai e/ou avô que tenha ultrapassado os 50 anos, pode
aGngir uma longevidade superior ao que tem pai e/ou avô que tenha morrido antes
dos 50 anos);
Ø Funcionais - relacionam-se com a forma como o indivíduo u'lizou
determinada função ou ap'dão até à maturidade
(e.g.: envelhecimento retardado do sistema músculo-esqueléGco por realização
regular de exercício Bsico);
Ø Risco - associam-se a es'los de vida que agravam a senescência
(e.g.: tabagismo, em que o pulmão diminui mais rapidamente a sua capacidade
funcional por perda precoce da elasGcidade dos seus componentes) ;
Ø Intercorrentes - aceleram a incapacidade de sobrevivência
(e.g.: pneumonia por estase em idades avançadas).
Envelhecimento biológico
Processo de envelhecimento

Conclusões:
- Mudanças graduais irreversíveis na estrutura e
funcionamento de um organismo que ocorrem
como resultado da passagem do tempo.
- O fenó?po do envelhecimento, representado por
marcadores Mpicos: perda de peso, redução de
massa corpórea magra, cabelos grisalhos, pele
enrugada, etc., é o reflexo de um somatório de
alterações somá?cas que, mais rápida ou mais
lentamente, estarão presentes em todos os idosos.

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