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Faculdade Sensu

Psicologia 2° período
Desenvolvimento humano I
Docente: Anna Carolina Gonçalves Souza
Discentes: Emanuelle do Vale Gonçalves Souza
Graziele das Graças Alves
Marcelo se Sousa Santos
Nagylla Oliveira Silva
Nathany Gabriela Silva Lima
Suzelaine Vaz Alves

RESUMO DOS TEXTOS 1 E 2 – DESENVOLVIMENTO HUMANO I

ESTUDANDO O CICLO DE VIDA


Os cientistas do desenvolvimento reconhecem que o desenvolvimento
humano é um processo que dura a vida toda – um conceito conhecido como
desenvolvimento do ciclo de vida. Eles estudam como as pessoas mudam e se
desenvolvem desde a concepção até a morte, incluindo mudanças físicas,
cognitivas e psicossociais. O estudo do ciclo de vida ajuda as pessoas a
entender e lidar com as transições da vida, como mudanças de carreira, perda
de entes queridos e enfrentamento de doenças terminais.
DESENVOLVIMENTO HUMANO
O desenvolvimento humano é uma área científica que se dedica a
entender como as pessoas crescem, amadurecem e aprendem ao longo de
suas vidas. Os objetivos principais são descrever os padrões de
desenvolvimento, explicar como e por que esses padrões ocorrem, prever o
comportamento futuro com base nas observações e, quando necessário,
intervir para oferecer suporte e ajuda. Essa disciplina é altamente
interdisciplinar, pois envolve a contribuição de diversas áreas, como psicologia,
sociologia, biologia, genética, educação, entre outras. Com o avanço da
tecnologia, novos métodos de pesquisa, como o uso de instrumentos sensíveis
para medir expressões faciais e a análise do funcionamento biológico, estão
proporcionando insights valiosos sobre o desenvolvimento humano.
DOMÍNIOS DO DESENVOLVIMENTO
Os cientistas do desenvolvimento estudam três áreas principais: física,
cognitiva e psicossocial. O desenvolvimento físico aborda o crescimento do
corpo e saúde. O desenvolvimento cognitivo trata de aprendizado, memória e
pensamento. O desenvolvimento psicossocial lida com emoções e
relacionamentos. Esses aspectos estão interligados, e cada um afeta os outros.
Por exemplo, a saúde física influência o desenvolvimento cognitivo e
emocional. Embora sejam tratados separadamente, eles são parte de um
processo unificado de desenvolvimento humano.
PERÍODOS DO CICLO DE VIDA
A divisão do ciclo de vida em períodos é uma construção social um
conceito, pois os seres humanos nascem, crescem, tornaram se adultos,
envelhecem, não há nenhum momento objetivamente definível em que uma
criança se torna adulto ou jovem torna se velho, o próprio conceito de infância
pode ser visto como umas construções social.
HEREDITARIEDADE, AMBIENTE E MATURAÇÃO
Algumas influências sobre o desenvolvimento têm origem principalmente
na hereditariedade, outras influências vêm do ambiente. Atualmente, os
cientistas encontraram meios de medir com mais precisão, numa determinada
população, o papel da hereditariedade e do ambiente no de traços específicos.
Embora a inteligência seja fortemente influenciada por amigos e outras
variações também afetam. Muitas mudanças típicas da primeira e segunda
infância, como q capacidade de andar e falar, estão vinculados a maturação do
corpo e do cérebro. Durante a vida toda a maturação continua influenciando
certos processos biológicos como, o desenvolvimento do cérebro.
CONTEXTOS DO DESENVOLVIMENTO
Seres humanos são seres sociais. Desde o começo desenvolve-se
dentro de um contexto social e histórico. Pode-se dividir em:
•Família nuclear é uma unidade que compreende pai e mãe, ou apenas um
deles, e seus filhos, sejam eles biológicos, adotados ou enteado. Hoje, no
entanto, a família nuclear é diferente do que costumava ser.
• Família extensa é uma rede multigeracional que inclui avós, pai e mãe, tios,
primos e outros parentes.
• Nível socioeconômico e vizinhança baseia-se na tenda da família e nos níveis
educacional e ocupacional dos adultos da casa. A pobreza, especialmente se
durar muito tempo, pode ser prejudicial para o bem-estar físico, cognitivo e
psicossocial das crianças e das famílias. A composição da vizinhança também
pode afetar as crianças. Para quem vive numa vizinhança pobre, com grande
número de desemprego, é menos provável encontrar suporte social adequado
disponível.
• Cultura e raça refere-se ao modo de vida global de uma sociedade ou grupo,
que inclui costumes, tradições, leis, conhecimentos, crenças, valores,
linguagem e produtos materiais de ferramentas e trabalhos artísticos, a cultura
está em constante mudança, geralmente mediante contexto com outras
culturas.
• Grupo étnico consiste em pessoas unidas por determinada cultura,
ancestralidade, religião, língua ou origem nacional, tudo isso contribuindo para
formar um senso de identidade, atitudes, etc.
INFLUÊNCIAS NORMATIVAS E NÃO NORMATIVAS
Para entender semelhanças e diferenças no desenvolvimento precisa-se
saber os dois tipos de influência.
• Normativa são eventos biólogos ou ambientais que afetam muitas pessoas,
ou a maioria delas, em uma sociedade é evento que atingem apenas certos
indivíduos. Influência normativas reguladas pela história são eventos
significativos (tais como a grande Depressão e a Segunda Guerra Mundial) que
moldam o comportamento e as atitudes de uma geração histórica.
• Não normativas são eventos incomuns que causam impacto na vida dos
indivíduos por perturbarem a sequência esperada do ciclo de vida. E podem
ser eventos atípicos da vida (como a morte de um dos pais quando a criança é
pequena)
CRONOLOGIA DAS INFLUÊNCIAS: PERÍODOS CRÍTICOS OU SENSÍVEIS
Período crítico é um intervalo de tempo específico em que um
determinado evento, ou a sua ausência, causa um impacto específico sobre o
desenvolvimento. Serem humanos passam por períodos críticos, se uma
mulher é submetida a raio X, medicamentos ou contrai doenças se estiver
grávida, o feto poderá ser prejudicado. No entanto, o conceito de períodos nos
serem humanos é polêmico. Quando uma pessoa em desenvolvimento é
especialmente receptiva a certos tipos de experiências. O desenvolvimento
infantil possui períodos sensíveis que são intervalos de tempo em que a
criança está mais apta a receber determinado estímulo de que outro. Assim, a
criança se desenvolve mais rapidamente e com naturalidade quando ocorre o
estímulo adequado para cada período de tempo.
ABORDAGEM DE BALTES AO DESENVOLVIMENTO DO CICLO DE VIDA
Baldes e seus colegas identificaram sete princípios básicos na
abordagem do desenvolvimento do ciclo de vida.
 O desenvolvimento é vitalício: cada período é afetado pelo que
aconteceu antes e afetará o que está por vir;
 O desenvolvimento é multidimensional: ocorre ao longo de múltiplas
dimensões, que interagem biológica psicológica e socialmente podendo
se desenvolver em ritmos diferentes;
 O desenvolvimento é multidirecional enquanto as pessoas ganham em
uma área, podem perder em outra, as vezes ao mesmo tempo, alguns
aspectos de nós mesmos podem crescer e outros podem diminuir;
 Influências relativas de mudanças biológicas, culturais, o processo de
desenvolvimento e influenciado tanto pela biologia quanto pela cultura.
 O desenvolvimento envolve mudança na alocação de recursos: os
indivíduos escolhem como investir seus recursos de tempo, energia,
talento, dinheiro e apoio social de várias maneiras.
 O desenvolvimento revela plasticidade muitas capacidades, como a
memória, a força física e a resistência, podem ser aperfeiçoadas com o
treinamento e a prática.
 O desenvolvimento é influenciado pelo contexto histórico e cultural. Os
seres humanos não apenas influenciam, mas também são influenciados
pelo contexto histórico cultural.
Baldes foi o fundador da perspectiva de desenvolvimento do ciclo de vida,
que dizia que as pessoas se desenvolvem em todos os momentos de suas
vidas, não apenas na infância e na adolescência.

O DESENVOLVIMENTO É ATIVO OU REATIVO?


As pessoas são ativas ou reativas em seu próprio desenvolvimento?
Essa controvérsia remonta ao século XVIII. O filósofo inglês John Locke
sustentava que uma criança pequena é uma tabula rasa – uma “tela em
branco” – onde a sociedade “se inscreve”. Por outro lado, o filósofo francês
Jean Jacques Rousseau acreditava que as crianças nascem como “bons
selvagens” que se desenvolvem de acordo com suas próprias tendências
naturais positivas, se não forem corrompidas pela sociedade.
Modelo mecanicista - O debate em torno das filosofias de Locke e de
Rousseau levou a dois modelos, ou imagens, contrastantes do
desenvolvimento: o mecanicista e o organicista. A visão de Locke foi
precursora do modelo mecanicista. Nesse modelo, as pessoas são como
máquinas que reagem a estímulos ambientais. Uma máquina é a soma de suas
partes. Para entender podemos desmontá-la em seus menores componentes e
depois montá-la novamente. Máquinas não funcionam sozinhas; reagem
automaticamente a forças ou a entrada de dados. Encha o tanque do carro
com gasolina, ligue a chave de ignição, pressione o acelerador e o carro irá se
movimentar. Na visão mecanicista, o comportamento humano é a mesma
coisa: resulta da operação de partes biológicas em resposta a estímulos
externos ou internos. Pesquisadores mecanicistas procuram identificar os
fatores que fazem os indivíduos se comportarem do modo como se comportam.
Por exemplo, ao tentar explicar por que alguns estudantes universitários
ingerem tanta bebida alcoólica, um teórico mecanicista poderá identificar
influências ambientais, como a propaganda, e se os amigos do estudante
bebem muito.
Modelo organicista - realça o carácter adaptativo do processo de
desenvolvimento dado a considerar que, ao progredir na sequência dos
estádios, o organismo dispõe de mecanismos psicológicos diferentes e
qualitativamente superiores de intervenção no meio. Essas intervenções, por
sua vez, contribuem para reorganizar os mecanismos psicológicos, fazendo
com que o indivíduo fique melhor apetrechado para ajustar adequadamente os
comportamentos às exigências do meio.
O DESENVOLVIMENTO É CONTÍNUO OU DESCONTÍNUO?
Os modelos mecanicista e organicista também diferem na segunda
questão: o desenvolvimento é contínuo, isto é, gradual e cumulativo, ou
descontínuo, isto é, abrupto ou irregular? Para os teóricos mecanicistas, o
desenvolvimento é contínuo, como andar e escalar uma rampa. Nos modelos
mecanicistas, o desenvolvimento sempre é governado pelos mesmos
processos, permitindo a previsão de comportamentos posteriores a partir dos
anteriores. Os teóricos mecanicistas tratam da mudança quantitativa mudanças
de número ou de quantidade, como altura, peso, tamanho do vocabulário ou
frequência da comunicação. Os teóricos organicistas enfatizam a mudança
qualitativa mudanças de tipo, estrutura ou organização. A mudança qualitativa
é descontínua: é marcada pela emergência de novos fenômenos que não
podem ser previstos com facilidade com base no funcionamento anterior. A
mudança de uma criança não verbal para uma criança que entende palavras e
pode se comunicar verbalmente é uma mudança qualitativa. Os teóricos
organicistas veem o desenvolvimento como algo que ocorre numa série de
estágios distintos como os de graus de uma escada.

PERSPECTIVA 1: PSICANALÍTICA
Sigmund Freud (1856-1939), médico vienense, foi o criador da
perspectiva psicanalítica, segundo a qual o desenvolvimento é moldado por
forças inconscientes que motivam o comportamento humano. A psicanálise, o
método terapêutico desenvolvido por Freud, procura favorecer nos pacientes a
compreensão sobre seus conflitos emocionais inconscientes, fazendo-lhes
perguntas destinadas a evocar lembranças há muito esquecidas.
Sigmund Freud: desenvolvimento psicossexual
Freud acreditava que as pessoas nascem com impulsos biológicos que
devem ser redirecionados para tornar possível a vida em sociedade. Ele dividiu
a personalidade em três componentes hipotéticos: id, ego e superego. Os
recém-nascidos são governados pelo id, que opera sob o princípio do prazer –
o impulso que busca satisfação imediata de suas necessidades e desejos.
Quando a gratificação é adiada, como acontece quando os bebês precisam
esperar para serem alimentados, eles começam a ver a si próprios como
separados do mundo externo. O ego, que representa a razão, desenvolve-se
gradualmente durante o primeiro ano de vida e opera sob o princípio da
realidade. O objetivo do ego é encontrar maneiras realistas de gratificar o id
que sejam aceitáveis para o superego¸ o qual se desenvolve por volta dos 5 ou
6 anos. O superego inclui a consciência e incorpora ao sistema de valores da
criança “deveres” e “proibições” socialmente aprovados. O superego é
altamente exigente; se os seus padrões não forem satisfeitos, a criança pode
sentir-se culpada e ansiosa. O ego intermedia os impulsos do id e as
demandas do superego. Para Freud, a personalidade forma-se através dos
conflitos inconscientes da infância entre os impulsos e das exigências da
sociedade. Esses conflitos ocorrem em uma sequência invariável de cinco
fases de desenvolvimento psicossexual baseadas na maturação em que o
prazer se desloca de uma zona corporal para outra – da boca para o ânus e
depois para os genitais. Em cada fase, o comportamento, que é a principal
fonte de gratificação (ou frustração), muda da alimentação para a eliminação e
posteriormente para a atividade sexual.
Freud considerava as três primeiras fases – aquelas relativas aos
primeiros cinco anos de vida cruciais para o desenvolvimento da
personalidade. Segundo ele, se as crianças receberem pouca ou muita
gratificação em qualquer uma dessas fases correrão o risco de desenvolverem
fixação, uma interrupção no desenvolvimento que pode aparecer na
personalidade adulta. Bebês cujas necessidades não são satisfeitas durante a
fase oral, quando a alimentação é a principal fonte de prazer sensual, poderão,
na idade adulta, ter o hábito de roer as unhas, fumar ou desenvolver
personalidades agressivamente críticas. A criança que, na primeira infância,
teve um treinamento higiênico muito rígido, pode fixar-se na fase anal, quando
a principal fonte de prazer era o movimento dos intestinos. Essa pessoa poderá
ter obsessão por limpeza, ser rigidamente ligada a horários e rotinas ou mesmo
se tornar provocadoramente desleixada. De acordo com Freud, um evento
fundamental do desenvolvimento psicossexual ocorre na fase fálica da
segunda infância. Os meninos desenvolvem apegos sexuais às mães e as
meninas aos pais, ao mesmo tempo em que apresentam impulsos agressivos
pelo genitor do mesmo sexo, a quem eles consideram como um rival. Esses
eventos foram denominados de Complexo de Édipo e Complexo de Electra.
Com o tempo, as crianças resolvem a ansiedade sobre os seus sentimentos se
identificando com o genitor do mesmo sexo e passando para a fase de latência
na terceira infância, um período de relativa tranquilidade emocional e
exploração intelectual e social. Elas redirecionam sua energia sexual para
outros fins, como a escola, os relacionamentos e os hobbies. A fase genital, a
última, se estende por toda a vida adulta. Os impulsos sexuais reprimidos
durante a latência agora ressurgem para fluir em canais socialmente aceitos,
que Freud definiu como relações heterossexuais com pessoas de fora da
família de origem. A teoria de Freud trouxe contribuições históricas e inspirou
toda uma geração de seguidores, alguns dos quais levaram a teoria
psicanalítica para novas direções.
PERSPECTIVA 2: APRENDIZAGEM
Dentro da perspectiva da aprendizagem, o desenvolvimento humano
resulta de experiências e adaptação ao ambiente em que o ser humano se
encontra. Com precisão e foco em comportamentos que podem ser
observados, os teóricos tornam o estudo do desenvolvimento mais científico. O
behaviorismo e a teoria da aprendizagem social são as mais importantes
teorias dessa perspectiva.
Estudiosos do behaviorismo sustentam a idéia de que o ser humano, como
qualquer outro organismo, reage aos aspectos e condições do meio ambiente
de acordo com o que acham agradável, doloroso ou ameaçador. Como
consequência acabam por adquirir conhecimento e aprendem sobre o mundo.
Logo, pode-se dizer que a aprendizagem é associativa, que é quando o vínculo
mental é formado entre dois eventos. Essa aprendizagem pode ser um
condicionamento clássico e/ou condicionamento operante.
O condicionamento clássico é que uma forma de aprendizagem em que há
uma associação entre estímulo e resposta. Experimentos feitos pelo fisiologista
Ivan Pavlov e pelo behaviorista John B. Watson mostraram que um estímulo
evocado por repetição pode desencadear um estímulo resposta. Esse
condicionamento ocorre a vida toda e é responsável por preferências e
aversões em certas ocasiões, como na escolha de certos alimentos e também
por respostas de medo ou coragem diante de uma situação específica. Já no
condicionamento operante, a aprendizagem ocorre com a associação do
comportamento às consequências geradas e envolve um comportamento
voluntário. Esses comportamentos podem gerar um reforço ou uma punição de
acordo com a consequência desejável, onde o reforço é a ação que possibilita
que o comportamento seja repetido enquanto a punição enfraquece o
comportamento, diminuindo a probabilidade de repetição do mesmo. A
modificação do comportamento (terapia comportamental) é uma forma muito
utilizada para eliminar o comportamento indesejável.
A teoria da aprendizagem social trás a ideia do determinismo recíproco
proposto pelo psicólogo Albert Bandura que consiste na idéia de a pessoa agir
sobre o mundo de acordo com a medida em que o mundo age sobre a pessoa.
Dentro dessa perspectiva, tem-se também o processo de aprendizagem
observacional, onde a aprendizagem surge da observação e imitação de
modelos –pais, professores, ídolos, entre outros – isto é, uma pessoa se
espelham em outras pessoas na qual prestigiam. Na teoria social cognitiva,
versão mais atualizada de Bandura, o comportamento é a junção de
fragmentos de comportamentos de outras pessoas e que contribuem na
formação de padrão do mesmo, de acordo com o que tal pessoa precisa para
ser bem-sucedida.

PERSPECTIVA 3: COGNITIVA

Com foco em processos de pensamentos e comportamentos, a perspectiva


cognitiva abrange teorias mecanicistas e organicistas, os estágios cognitivos de
Piaget e a teoria sociocultural do desenvolvimento de Vygotsky.
A teoria dos estágios cognitivos de Piaget é considerada a percussora da
atual revolução cognitiva. Para ele, o desenvolvimento é o produto dos
esforços das crianças para entender o mundo e seu método clínico combinava
observação e indagação flexível e, esse crescimento cognitivo ocorre através
de três processos inter-relacionados: a organização, a adaptação e
equilibração. Ao criar estruturas cognitivas mais complexas, ou esquemas –
modos de organizar informações sobre o mundo - o indivíduo tende a criar
categorias, isto é, a organização com base em características específicas;
Adaptação é o termo usado por Piaget se tratando do modo como as crianças
lidam com novas informações. Esse processo pode ocorrer por meio de
assimilação, que é absorver informação nova e incorporá-la às estruturas
cognitivas existentes e pela acomodação, que é ajustar as próprias estruturas
cognitivas para encaixar a informação nova; já a equilibração estabelece a
passagem da assimilação para a acomodação, ou seja, a busca por equilíbrio
na organização de novos padrões mentais e comportamentos que integram as
novas experiências. Logo, assimilação e acomodação operam juntas para
produzir o equilíbrio. E pode se dizer que é a busca por equilíbrio a força
motivadora do ser humano atrás do crescimento cognitivo. A teoria de Piaget
estabelece referencias aproximadas de como crianças de diferentes faixas
etárias agem e o que se pode esperar delas. Entender esses referenciais pode
ser extremamente crucial para pais e professores ensiná-las.
Enquanto Piaget descrevia o processo de aprendizagem como algo ativo da
criança em seu ambiente, Vygotsky via o crescimento com um processo
colaborativo. Dentro de sua teoria sociocultural, é por meio de interação social
com outras pessoas que o indivíduo adquire habilidades cognitivas e é através
de atividades compartilhadas que a criança se integra a sociedade. Adultos e
crianças mais desenvolvidas podem ajudar as crianças a atravessarem a ZPD
(o que a criança pode fazer sozinha e o que consegue fazer com ajuda). Em
sua teoria, o andaime é usado para exemplificar o suporte temporário que
adultos dão a até que a criança possa finalmente desenvolver uma atividade
sozinha.
Processos como atenção, memoria, tomadas de decisão são exemplos de
abordagem do processamento de informação (estudo do desenvolvimento
cognitivo que observa e analisa os processos mentais envolvidos na percepção
e no tratamento da informação). Comprado com um computador, os teóricos se
interessam pelo que acontece no meio, em como o cérebro utiliza sensações e
percepções. Já nas teorias neopiagetianas, em vez de descrever um único
sistema operações mentais mais lógicas, neopiagetianos concentram-se em
conceitos, estratégias e habilidades específicos. Eles sugerem que a criança
desenvolve a cognição tornando-se mais eficiente no processamento de
informação.

PERSPECTIVA 4: CONTEXTUAL

Apenas em seu contexto social, o desenvolvimento com base na perspectiva


contextual pode ser entendido. Nela, o indivíduo é parte integrativa do
ambiente e interage com o mesmo. Parte da teoria de Vygotsky pode ser
classificada também como contextual. Na teoria bioecológica de Urie
Bronfenbrenner, existem cinco níveis de influência ambientais, do mais íntimo
ao mais amplo: Microssistema é o ambiente do dia a dia no lar, na escola, no
trabalho ou na vizinhança, incluindo relacionamentos. Está ligado a forma como
esses ambientes e relacionamentos influenciam o desenvolvimento;
Mesossistema é o entrelaçamento de vários microssistemas. Como uma
pessoa que teve um mal dia no trabalho pode influenciar a convivência no lar;
Exossistema consiste em vínculos entre um microssistema e sistemas de
instituições externas que afetam a pessoa indiretamente; Macrossistema
consiste em padrões culturais abrangentes, como as crenças e sistemas
econômicos e políticos, ou seja, a influência de uma sociedade socialista na
vida econômica de um indivíduo; Cronossistema adiciona a dimensão do
tempo, a mudança ou constância na pessoa e no ambiente.
Logo, segundo Bronfenbrenner, características biológicas e psicológicas,
talentos, habilidades, deficiências e temperamento é o que resulta o
desenvolvimento de uma pessoa. E a perspectiva aqui apresentada mostra
como determinada cultura influencia no desenvolvimento das pessoas em
sociedades.

PERSPECTIVA 5: EVOLUCIONISTA / SOCIOBIOLÓGICA

Segundo Darwin, as espécies desenvolveram através dos processos de


sobrevivência dos mais adaptados e seleção natural. E a perspectiva proposta
por E.O. Wilson baseia-se em sua teoria da evolução. Ele busca também
referências em descobertas da antropologia, ecologia, genética, etologia e
psicologia evolucionista para explicar o valor adaptativo, ou de sobrevivência,
do comportamento para um indivíduo ou uma espécie. Os mecanismos
evolutivos contribuem para uma melhor adaptação de um indivíduo em
determinado ambiente, além de evoluir de acordo com mudanças nas
condições ambientais. A etologia sugere que certos comportamentos são
respostas evoluídas para aumentar a chance de sobrevivência no ambiente
habitado e que alguns desses comportamentos são específicos de uma
espécie enquanto outros são universais. Dentro da psicologia evolucionista,
que se baseia nos princípios de Darwin, argumentos de psicólogos mostram
que assim como o corpo, a mente tem várias partes e cada qual, várias
funções. Entretanto, a teoria não reduz o comportamento humano a somente
perpetuar os genes e lutar pela sobrevivência, mais também aborda o
desenvolvimento humano como resultado de um processo dinâmico de
interação ser humano e ambiente. Por fim, psicólogos evolucionistas aplicam
os princípios ao desenvolvimento humano. Eles da antropologia, ecologia,
genética, etologia e psicologia evolucionista para explicar o valor adaptativo, ou
de sobrevivência, do comportamento para um indivíduo ou uma espécie.

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