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19/08/2019

• Unidade de Ensino: 01

Assistência Nutricional • Competência da Unidade: Conhecer os mecanismos fisiopatológico das


doenças da boca e do esôfago, afim de avaliar, diagnosticar e acompanhar
nas Patologias do Sistema a evolução do estado nutricional dos indivíduos acometidos.
Digestório e Órgãos
Anexos • Resumo: Conhecer e entender sobre: doenças da boca e do esôfago e as
formas propostas de terapia

• P a l avras-chave: Trato gastrointestinal, boca, esôfago.


Aula prática 1 (U1S2)
• Título da Teleaula: Aspectos fisiopatológicos e nutricionais das

Nutrição doenças da boca e esôfago.


Profa.Dra. Naiara Lourenço Mari • Teleaula nº: 01

Objetivos
Objetivos
 Promover o entendimento sobre periodontite e cárie e a dietoterapia
adequada.

 Relacionar os conhecimentos ao tratamento nutricional de umpaciente


disfágico com refluxo gastresofágico e esofagite.

Procedimento Paciente de 35 anos, gênero feminino, com periodontite e algumas cáries.


Mora em um bairro carente e não vai ao dentista há 5 anos.

Altura: 1,64cm
Peso: 54kg
Atividade 1

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CÁRIE
1. Calcular o valor energético total diário da paciente e realize a
distribuição adequada dos macronutrientes e micronutrientes. A cárie dentária é uma doençaoral infecciosana qual
ácidos orgânicos produzidos pelo metabolismo levam
2. Elaborar um plano alimentar com base em 5 refeições diárias.
à desmineralização gradual do esmalte do dente.
3. Orientações para amenizar os sintomas da periodontite e cáries.
https :/ / bit.ly/ 2NV5AW H

PERIODONTITE 1. Calcular o valor energético total diário da paciente.

É a doença periodontal que atinge os tecidos de sustentação dos dentes. IMC: 54/2,68 = 20,14 Kg/m2 - eutrófico

Nessa doença, o osso vai sendo reabsorvido devido à infecção. A gengiva Cálculo do valor energético total pela fórmula de bolso
“descola” dos dentes, formando a chamada bolsa periodontal. 20 – 25 Kcal/Kg – perda de peso
25 – 30 Kcal/Kg – manutenção do peso
> 30 Kcal/Kg ganhar peso

54 kg x 25Kcal = 1,350 Kcal


54 kg x 30 Kcal = 1,620 Kcal
54 kg x 27,5 Kcal = 1,485 Kcal
https :/ / bit.ly/ 2xq3MK2

Distribuição de macronutrientes Distribuição de micronutrientes – DRIS – RDA (Ingestão dietética recomendada)


VET: 1,485 Kcal • Vitamina A – 700 µg/d
• Vitamina C – 75 mg/d
45 – 65% : carboidratos 55% • Vitamina D – 15 µg/d
10 – 35% : proteínas 20% • Tiamina (B1) – 1,1 mg/d
20 – 35 %: lipídios 25% • Riboflavina (B2) - 1,1 mg/d
• Niacina (B3) – 14 mg/d
% Kcal Gramas • Piridoxina (B6) – 1,3 mg/d
CHO 55 816,75 204,18 • Folato (B9) - 400 µg/d
PTN 20 297 74,25 • Cobalamina (B12) – 2,4 µg/d
LIP 25 317,25 41,25

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Relação entre os alimentos e as cáries


2. Elaborar um plano alimentar com base em 5 refeições diárias.
Alimentos CARIOGÊNICOSsão aqueles que contêm carboidratos fermentáveis,
que, quando em contato com microrganismos na boca, podem causar uma
redução no pH salivar para 5,5 ou menos e estimular o processo das cáries.

https :/ / bit.ly/ 2Gf4K0K https :/ / bit.ly/ 2Gg1D8E https :/ / bit.ly/ 30zYZCm

Relação entre os alimentos e as cáries Relação entre os alimentos e as cáries

Alimentos CARIOSTÁTICOS não contribuem paracárie, não são metabolizados Alimentos ANTICARIOGÊNICOS são aqueles que impedem que a placa

por microrganismos na placa e não causam uma redução no pH salivar para reconheça um alimento acidogênico logo que é ingerido. Como por exemplo:

5,5 ou menos em 30 minutos. xilitol.


As bactéria s nã o podem metabolizar
açúcare s de 5 car bonos, este nã o é
quebra do pel a amilase salivar e não está
sujeito à degradação bacteriana.
https :/ / bit.ly/ 2Y0KJVR
https :/ / bit.ly/ 2YeroRf https :/ / bit.ly/ 2SkN n3o

Plano alimentar para cárie ALMOÇO LANCHE DA TARDE


CAFÉ DA MANHÃ LANCHE DA MANHÃ Arroz • Frutas
• Pão integral Feijão/lentilha • Castanhas
• Frutas
• Leite • Castanhas
Legumes • Iogurte
Verduras • Vitamina, ex: abacate.
• Café • Iogurte Carnes (boi, frango, peixe, porco)
• Omelete Azeite de oliva
• Tapioca com queijo/ovos Frutas
• Banana com aveia
• Frutas Higiene Bucal
Higiene Bucal

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JANTAR 3. Orientações para amenizar os sintomas da periodontite e cáries.


Arroz • Alimentação variada, que nos forneça vitaminas, minerais e fibras.
Feijão/lentilha
Legumes
Verduras
• Alimentos gordurosos ajudam a prevenir cáries, pois for mam uma pelí cula
Carnes (boi, frango, peixe, porco)
oleosa nos dentes protegen do -os. Preferir gorduras de boa qualida de, como
Azeite de oliva azeite extra virgem, castanhas e abacate, sempre com moderação pel o seu
Frutas alto valor calórico.
Higiene Bucal
• Frutas e vegetais crus - alimentos “detergentes” cuja
fun ção é elimi nar resíduos de outros ali mentos que
EVITE o consumo de alimentos açucarados ficaram aderidos a superfície dental
entre as refeições !

3. Orientações para amenizar os sintomas da periodontite e cáries.


• Aumentar o consumo de fibras – celulose – higienização. Procedimento
• Aumentar o consumo de água - eq uilibrar o pH da boca e manter o co nstante
fluxo de saliva.


Evitar temperaturas extremas.

Evitar alimentos cariogênicos como, doce s, balas,


Atividade 2
chicletes, re frigerantes, sucos i ndustrializados e
sorvetes entre as refeições.

M.J.S, 46 anos, gênero mas culino, internado há 5 dias, diagnosticado com 1. Elaborar um plano alimentar com base nas patologias (RGE, disfagia
Refluxo Gastresofágico (RGE), com disfagia orofaríngea grau 1 e conse quente grau 1 e esofagite), iniciando a alimentação por via oral.
esofagite. Paciente desidratado devido à aspiração pulmonar e conse quente
2. Orientações para amenizar os sintomas.
pneu monia e com perda de 10% do seu peso inicial. Em Terapia Nutricional
Enteral com previsão de início da dieta via oral.
Peso Atual: 82kg
Altura: 1,85

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REFLUXO GASTRESOFÁGICO E ESOFAGITE Terapia nutricional no refluxo gastroesofágico e esofagite


O refluxo é o retorno para o esôfago do conteú do ácido
péptico gástrico leva à inflama ção da mucosa esofági ca, A dieta para refluxo gastresofágico é útil para evitar o retorno dos
que pode resultar em esofagite. https :/ / bit.ly/ 32x96tt alimentos do estômago para esôfago, evitando a inflamação e a dor no
Isso ocorre em consequência da diminuição na pressão do EEI. esôfago.

Sintoma mais comum:


Pirose (queimação).

https :/ / glo.bo/ 30yDths https :/ / bit.ly/ 2LZ2xdp

Terapia nutricional no refluxo gastroesofágico e esofagite DISFAGIA


• Valor energético t otal: su ficie nte para manter um pes o saudável e deve ser Qualquer dificuldade na condução do alimento
programada a perda de peso, se necessário. da boca até o estômago.
• Lipídeos : hipolipídica (<2 0% do VET). Evitar alimentos e preparações https :/ / bit.ly/ 2XOmG 8o

gordurosas, uma vez que a CCK diminui a pressão do EEI. Podendo levar à desnutrição e à desidratação por inadequação dietética e em
razão da consistência dos alimentos.
• Fracionamento: 6 a 8 refeições de pequenos volumes para evitar o refluxo.

• Líqui dos : entre as refeiçõe s – evitar nas refeições


Paciente altera a consistência dos alimentos e/ou das
principais (almoço e jantar) para diminuir o volume
preparações acrescentando maior quantidade de água,
ingerido.
reduzindo, assim, o valor calórico total.

OROFARÍNGEA ESOFÁGICA Terapia nutricional na disfagia


 A prescrição dietética deve estar de acordo com o estado nutricional e ser
um consenso da Equipe Multidisciplinar, a partir da avaliação do
https :/ / bit.ly/ 2Z2AZI1
fonoaudiólogo.
• Anormalidades que afetam o • Distúrbios que afetam o esôfago.
mecanismo neuromuscular de O grau de disfagia é que determinará a consistência, isto é, a textura dos
controle do movimento do palato, • Dificuldade na transferência do alimentos e a viscosidade dos líquidos.
faringe e esfíncter esofágico bolo alimentar pelo esôfago.
superior.

• Dificuldade em iniciar o ato de


deglutição, na transferência dos
alimentos da boca para o esôfago. https :/ / bit.ly/ 2GdpxSe https :/ / bit.ly/ 2NZj7N3

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Graus da Características da dieta Terapia nutricional na disfagia


Fonte: Sociedade Brasileira de
disfagia Geriatria e Gerontologia. I Consenso
Dieta geral: Inclui todos os alimentos e as texturas. Brasileiro de Nutrição e Disfagia em
Disfagia 4 idosos hospitalizados. LÍQUIDOS exigem maior controle fisiológico
Disfagia 3 Dieta branda: inclui alimentos macios que requerem certa https://sbgg.org.br//wp-
habilidade de mastigação, como carnes cozidas e úmidas, content/uploads/2014/10/Consenso
_Brasileiro_de_Nutricao1.pdf.
(deglutição) do paciente.
verduras e legumes cozidos, pães e frutas macios. Exclui
alimentos de difícil mastigação ou que tendem a se dispersar É a consistência que oferece maior risco de
na cavidade oral, como os secos (farofa), as verduras e os
legumes crus, os grãos etc., bem como as misturas de aspiração e, por isso, muitas vezes é a primeira, ou
consistências (canja de galinha). https://bit.ly/2Y4zDyT
Disfagia 2 Dieta pastosa: a limento s bem coz ido s, em pedaços o u não, até única, a ser modificada.
que requerem pouca habi lida de de mast igação, como arroz
pastoso, carnes e legumes bem cozi dos e p icados, pãe s
macios e sopa s cremosa se/ ou com pedaços de l egumes bem
cozidos.
Disfagia 1 Dieta pastosa homogê nea: alimento s cozido s e batid os,
coados e peneirad os, qua ndo necessár io, formando uma
preparação homogênea e espessa

Espessamento do líquido: Consistência dos líquidos


Consistência Descrição da consistência Exemplos
• Amido (requer aquecimento para aumentar a viscosidade): amido de
Rala Líquidos ralos. Água, gelatina, café,
milho, creme de arroz, etc. chás, sucos,
refrigerante.
• Gomas: goma guar, ágar-ágar. Néctar O líquido escorre da colher Suco de manga ou
formando um fio. pêssego ou iogurte de
• Espessantes industrializados (não requer aquecimento para aumentar a beber.
viscosidade. Mel O líquido mais encorpado Mel
escorre da colher .

Creme O líquido solta-se da colher, Creme de abacate e


caindo em bloco. iogurtes cremosos.

https :/ / bit.ly/ 2Y6bEPU https :/ / bit.ly/ 30ywAg6

Terapia Nutricional Enteral na disfagia Critérios para reintrodução da alimentação via oral

• Na presença de deglutição efetiva e segura.


Indicada quando a ingestão alimentar não atingir as necessidades
nutricionais e houver perda de peso e/ ou presençade doenças/cirurgias que • Quando o paciente atingir ingestão alimentar de aproximadamente 50 a
impossibilitem a alimentação via oral, devendo estar o trato gastrointestinal 75% das necessidades nutricionais.

íntegro ou parcialmente funcionante. É preciso acompanhar por 3 dias consecutivos, suspender a TNE e indicar a
Terapia nutricional oral.

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M.J.S, 46 anos, gênero mas culino, internado há 5 dias, diagnosticado com 1. Elaborar um plano alimentarcombase nas patologias (RGE, disfagia grau
1 e esofagite), iniciando a alimentação por via oral.
Refluxo Gastresofágico (RGE), com disfagia orofaríngea grau 1 e conse quente
esofagite. Paciente desidratado devido à aspiração pulmonar e conse quente
pneu monia e com perda de 10% do seu peso inicial. Em Terapia Nutricional
Dieta pastosa homogênea: alimentos cozidos e
Disfagia grau 1 batidos, coados e peneirados, quando necessário,
Enteral com previsão de início da dieta via oral. formando uma preparação homogênea e espessa.
Peso Atual: 82kg
Altura: 1,85

Plano alimentar para refluxo gastresofágico, esofagite e disfagia orofaríngea.


Dieta pastosa homogênea
CAFÉ DA MANHÃ
Alimentos recomendados: Todo os alimentos que possa m ser transfor ma do s • Mingau de aveia, amido ou arroz
e m purê. Mingaus de a mido de milho , aveia, creme de arroz . Alimentos se m • Iogurte
casca ou pele, moídos , liquidificados e amassados. • Kefir
• Leite utilizar espessante industrial, amido ou goma
Alimentos evitados: Alimentos duros, se cos, croca ntes, • Chá de camomila, erva-doce (observar a tolerância do paciente).
empana das, fritos, cruas, com se mente , casca , pele.
Preparações contendo azeitona , pa ssas, nozes ( outras LANCHE DA MANHÃ
frutas oleaginosas) , co co e bacon. Iogurte co m pedaços • Banana amassada
de fruta s, frutas com polpas, hortaliças folhosas crua s, • Vitaminas
com sementes; biscoitos amanteigados e pastelarias. • Purê de frutas

Plano alimentar para refluxo gastresofágico, esofagite e disfagia orofaríngea. JANTAR


• Arroz papa/ ou
ALMOÇO • Purê batata ou mandioquinha ou cará
• Arroz papa/ ou
• Caldo do feijão.
• Purê batata ou mandioquinha ou cará
• Legumes cozidos e amassados.
• Caldo do feijão
• Carnes magras desfiada ou moída.
• Legumes cozidos e amassados
• Sopa batida no liquidificador ou peneirada.
• Carnes magras desfiada ou moída

LANCHE DA TARDE
• Vitamina
• Frutas amassadas
• Mingau

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Orientações nutricionais para refluxo gastroesofágico e esofagite


2. Orientações para amenizar os sintomas. EXCLUIR

 Alimentos que diminuem a pressão do EEI: café, mate, chá preto, bebidas
alcoólicas.

 Alimentos que irritam a mucosa inflamada: sucos e frutas ácidas, tomate,


temperos e especiarias picantes e irritantes (pimenta, vinagre, etc).

 Alimentos que e stimulam a se creçã o á cida: co m alto


teor de purinas (miúdos, peixe s e frutos d o mar,
bebidas alcoólica s de todos os tipos, caldos de carne e
molhos prontos).

Orientações nutricionais para refluxo gastroesofágico e esofagite Orientações nutricionais para disfagia
• Realizar 5 a 6 refeições ao dia;
• Elevar a cabeceira da cama (15 cm).
• Evitar deitar-se nas duas horas posteriores às refeições. • Manter o paciente sentado no momento e 30 min após a refeição;

• Manter horários regulares para evitar o aumento do volume das refeições. • Oferecer a alimentação ao pa ciente em lo cal tranquilo, para favorecer a
concentração;
• Evitar usar roupas e acessórios apertados.
• Eliminar o tabaco. • Oferecer pequenas quantidades de alimentos de cada vez;

• Redução do peso corporal em obesos. • Esperar o paciente engolir todo o alimento contido na
boca antes que outros sejam oferecidos;

Orientações nutricionais para disfagia


• Respeitar a consistên cia dos alimentos orientada pelo fonoa udiólogo, as
preparações devem ter consistência conforme o grau de disfagia;

• Evitar misturas de consistência na mesma preparação (p.ex.: canjas, sopas com


pedaços etc.);

• Líquidos em geral (leite, chás, água etc.) só devem ser oferecidos ao paciente
com espessantes ou segundo orientações dos profissionais de saúde;

• O cuidador deve sa ber identi ficar os sinais clíni cos


de aspiração/dis fagia e realizar exercícios e
manobras conforme orientação do fonoaudiólogo.

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