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22/04/2022

TERAPIA
NUTRICIONAL TERAPIA DE SUPLEMENTAÇÃO
Profa. Dra. Sandra Cristina Genaro
ORAL

Terapia de Suplementação Oral


Terapia de Suplementação Oral
• Benefícios do uso de suplementos orais existem e são
apontados em diversos estudos clínicos; Suplementos Nutricionais Orais podem
causar impacto positivo na qualidade de
• Para produzir um efeito ótimo a curto e longo prazos: vida do paciente por meio da melhora do
estado nutricional, redução de
determinar o tipo, volume/quantidade, palatabilidade e complicações e mortalidade
frequência de consumo necessários;

• Possibilidade de Receitas Culinárias.

Terapia de Suplementação Oral Existe Terapia Nutricional IDEAL?...


Uso:
• Hospital, Domicílio;
• Patologias diversas (câncer, fibrose cística, doenças
gastrintestinais, hepáticas, pulmonares, diabetes, etc.);
• Estados nutricionais diversos;
• Diferentes faixas etárias.

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Terapia Nutricional IDEAL INTRODUÇÃO – Terapia Nutricional Ideal


• Precisamos definir objetivos e seguir algumas etapas! Objetivos:
• Estabilizar ou aumentar o peso do paciente e melhorar o seu estado
nutricional;

• Garantir que a ingestão total de nutrientes forneça energia, proteínas,


micronutrientes e fluido suficientes para atender às necessidades
individuais do paciente;

• Manter as funções imunológicas e prevenir complicações


metabólicas.

1. Definir as metas nutricionais do 1. Definir as Metas Nutricionais do Paciente


paciente;
2. Definir as necessidades nutricionais do
Etapas paciente; • Estabilização do peso corporal
da
TN 3. Definir o suporte nutricional e • Aumento do peso corporal
Ideal implementar um plano de terapia
nutricional;

4. Definir a(s) via(s) de nutrição.

2. Definir as necessidades nutricionais do Fluidos*


paciente
• Acrescentar (mais água além do padrão) fluidos SE um
• Calcular: paciente não atingir suas necessidades adequadas;

✓Necessidades energéticas (H&B, Fórmula de Bolso)


• A Nutrição Enteral (NE) ou Nutrição Parenteral (NP) também
deve ser incluída nos cálculos;
✓Ingestão de proteína (diretrizes)

✓Ingestão de fluidos* Quantidade de Fluídos Adicionais = Necessidades Totais – Ingestão

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Quantidade de Fluídos Adicionais = Necessidades Totais – Ingestão Fluidos*


Ex. Aumento das necessidades:
Homem, 80 kg (x 30 mL/kg), necessita de 2400 mL de fluidos. • Febre: 2 a 2,5 mL/kg/P/dia a cada 1°C acima de 37°C
Ingere um total de 1550 mL de líquidos (água, leite, suco)
• Vômito, diarreia, queimaduras graves, sudorese intensa, drenagem,
Qual será a quantidade de Fluídos Adicionais? fístulas ou doenças com perdas de líquidos;

Quantidade de Fluídos Adicionais = 2400 – 1550 = 850 mL para repor


Restrição de Fluídos:
De que maneira?
• Edemas (cardíaco, hepatogênico, patogênese renal), ascite, DRC
Via oral ou via endovenosa (oligúria, anúria), diálise.

3. Definir suporte nutricional e implementar


Quando a Suplementação é Necessária?
um plano de terapia nutricional
• Avaliar a ingestão nutricional do paciente e comparar com as • 100% das necessidades atendidas → não é necessário suplementar
recomendações (Guidelines, Diretrizes)
• Atingindo 75% das necessidades: lacuna de 25% → aumentar alimentos
Revelará lacunas energéticas e proteicas do paciente calóricos e proteicos (adequação da dieta) ou módulos nutricionais orais
(PTN, TCM, CARBO, etc.)
Informará necessidades de suplemento necessárias para
preenchê-las
• Atingindo 50% das necessidades → suplementos nutricionais orais
Se houver desnutrição relacionada à doença:
• Atingindo menos de 50% das necessidades → dieta hipercalórica e
1. Fortificação alimentar, hiperproteica + suplemento VO ou nutrição enteral suplementar ou total
2. Uso de nutrição enteral ou parenteral

4. Definir a(s) via(s) de nutrição


• A regra de ouro é: “se o intestino funciona, use-o”!

Desnutrição
Intra Hospitalar
*SE as necessidades nutricionais não puderem ser atendidas
VO ou Enteral → aí sim! → indicado Nutrição Parenteral
Parcial (acesso periférico) ou Total (acesso central)

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Desnutrição: Prevalência de desnutrição hospitalar no Brasil


12,60%
Eutrófico
Fator negativo para a evolução clínica Moderada
35,50% 51,90% Grave

4.000 PACIENTES

IBRANUTRI em 1996: 48,1% dos pacientes internados na rede pública


de nosso País apresentam algum grau de desnutrição
(Rev. Bras.Nut. Clin; 13(1): 30-40, jan-mar, 1998)

Desnutrição Hospitalar Efeitos da Desnutrição


• A piora do estado nutricional é observada durante
a hospitalização; • > infecção;
• 30% a 40% dos pacientes que internam→ • < cicatrização;
Desnutrição Intra-hospitalar; • < força tênsil de suturas;
• < motilidade intestinal;
• Principal causa: despreparo das equipes médicas • Fraqueza muscular;
para reconhecer e atuar;
• Hipoproteinemia → edema;
• Em pacientes críticos, pode-se ter perda de 1,5 kg
de massa muscular por dia; • > tempo de hospitalização;
• > morbidade;
COMO RECONHECER A DESNUTRIÇÃO? • > mortalidade;
Triagem e Avaliação Nutricional!
• Custos elevados.

Vamos pensar sobre o que aprendemos até


agora!! Imunonutrição
Se você estivesse trabalhando em um hospital, o
que você faria para reduzir a
Desnutrição Intra-Hospitalar?

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↓ENERGIA
Sistema Imunológico
INGESTÃO
INADEQUADA ↓ MACRONUTRIENTES

Influenciado pelo estado nutricional ↓ MICRONUTRIENTES


do organismo e pelos nutrientes
ingeridos na alimentação
REDUÇÃO DO AUMENTA RISCO DE
SISTEMA IMUNE INFECÇÕES

Imunonutrição Imunonutrição
Nutrientes Farmacológicos
Pacientes que se beneficiam: Imunomoduladores:
• Prevenir e/ou corrigir deficiências
nutricionais • cirúrgicos, • Glutamina
• oncológicos, • Arginina
• Produzir efeitos farmacológicos
• com trauma, • Ácidos Nucleicos
• com infecções,
Recomendações Diárias • Ácidos Graxos Essenciais (n-3)
• desnutridos,
• Minerais (Zn, Se)
≠ Usuais • etc.
• Vitaminas (A, C, E)

Glutamina Arginina
• Aminoácido não essencial → pode se tornar essencial em • Aminoácido não essencial → pode se tornar essencial em
condições de estresse; condições de estresse;

• Cautela: pacientes renais ou hepáticos; • Importante para resposta imunológica


• Cautela: pacientes renais ou hepáticos;
• Importante para resposta imunológica;
• NÃO UTILIZAR EM PACIENTES SÉPTICOS → precursora do
• Principal fonte energética dos enterócitos óxido nítrico → POTENTE VASODILATADOR!!!

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Melhora Estimula a
Integridade da secreção de
insulina Modula Óxido nítrico
Barreira
Resposta • Vasodilatador;
Intestinal
Imunológica

 Síntese de • Previne aderência e agregação plaquetária;


 Resposta
Colágeno ARGININA
imune
• Regula a permeabilidade do endotélio;

 Produção das Melhora • Diminui o risco de oclusão vascular após cirurgias vasculares;
células T, Natural Cicatrização
Killer, citocinas
• Participa do processo de reparação de vasos lesados
Precursora do óxido nítrico

Lipídeos IMUNOSSURPESSÃO ANTIPLAQUETÁRIO


• A composição de AG da membrana celular é afetada pela composição de
AG na dieta (n-3 e n-6)

AG n-3 “ANTI” INFLAMATÓRIO


AG n-6 INFLAMAÇÃO
Dose recomendada para pacientes
críticos: n6/n3 → 2:1 a 4:1
VASODILATADOR
VASOCONSTRIÇÃO

Zinco
Todos os sistemas do
organismo são afetados pela
deficiência de Zn Zinco → componente essencial • Vitamina A
• Vitamina C
Principalmente as células em • Vital para sobrevivência dos • Vitamina E
acelerado processo de divisão, animais • Zinco
crescimento ou síntese • Selênio
• Integridade do sistema
imunológico

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• Paciente I.R.P., sexo feminino, 70 anos, procurou o nutricionista após


ser submetida a cirurgia para ressecção de câncer gástrico.
• Refere baixa ingestão alimentar.
• Sintomas apresentados: fraqueza, dificuldade para andar, má
ESTUDO digestão, fadiga e indisposição para atividades de vida diária.
• Relatou perda de peso recente, não intencional, de aproximadamente
DE 30 Kg (peso habitual há 6 meses: 78 Kg).
CASO • Dados antropométricos:
- Peso Atual: 48,5Kg,
- Altura: 1,54m,
- IMC Atual: 20,5 Kg/m2,
- Circunferência da panturrilha: 29cm

1.Triagem nutricional: identificar risco nutricional Recordatório alimentar da paciente:


- Aplicar a Mini Avaliação Nutricional (MAN)
- Verificar a % de Perda de Peso

2. Diagnóstico nutricional: realizar avaliação antropométrica, de força


muscular e de exames laboratoriais

3. Avaliação do comportamento alimentar: utilizar inquéritos


alimentares (por ex.: recordatório alimentar de 24h), identificar lacunas
entre o ideal e o comportamento atual do paciente e os fatores que
podem influenciar a aceitação alimentar (por ex.: presença de disfagia,
mucosite, medicamentos em uso)

4. Plano dietoterápico: determinar o objetivo da terapia nutricional, as 5. Acompanhamento: monitorar evolução do paciente e recuperação do seu
necessidades de calorias e nutrientes de acordo com o estado estado nutricional
nutricional e patologia de base do paciente, a via de administração, Periodicamente, pode-se realizar o cálculo da ingestão alimentar da paciente, para
consistência, textura e frequência das refeições. monitorar ingestão calórica e proteica, bem como reavaliação antropométrica, para
monitorar a recuperação do estado nutricional. O suplemento oral deve ser
utilizado por, no mínimo, três meses.
5. Acompanhamento: monitorar evolução do paciente e recuperação do
seu estado nutricional

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