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03 Nocoes de Direito Constitucional
03 Nocoes de Direito Constitucional
Conceito de Constituição
Por não haver na doutrina um consenso sobre o conceito de Constituição, faz-se importante o estudo
das diversas concepções que o englobam. Então vejamos:
• Constituição Sociológica
Idealizada por Ferdinand Lassalle, em 1862, é aquela que deve traduzir a soma dos fatores reais de
poder que rege determinada nação, sob pena de se tornar mera folha de papel escrita, que não corres-
ponde à Constituição real.
• Constituição Política
Desenvolvida por Carl Schmitt, em 1928, é aquela que decorre de uma decisão política fundamental
e se traduz na estrutura do Estado e dos Poderes e na presença de um rol de direitos fundamentais. As
normas que não traduzirem a decisão política fundamental não serão Constituição propriamente dita,
mas meras leis constitucionais.
• Constituição Jurídica
Fundada nas lições de Hans Kelsen, em 1934, é aquela que se constitui em norma hipotética funda-
mental pura, que traz fundamento transcendental para sua própria existência (sentido lógico-jurídico), e
que, por se constituir no conjunto de normas com mais alto grau de validade, deve servir de pressuposto
para a criação das demais normas que compõem o ordenamento jurídico (sentido jurídico-positivo).
Ou seja, as leis e os atos infralegais são hierarquicamente inferiores à Constituição e, por isso, so-
mente serão válidos se não contrariarem as suas normas.
Pirâmide Normativa
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Como Normas Infralegais entendem-se os Decretos, Portarias, Instruções Normativas, Resoluções,
etc.
Constitucionalismo
Canotilho define o constitucionalismo como uma teoria (ou ideologia) que ergue o princípio do governo
limitado indispensável à garantia dos direitos em dimensão estruturante da organização político-social de
uma comunidade.
O conceito de constitucionalismo transporta, assim, um claro juízo de valor. É, no fundo, uma teoria
normativa da política, tal como a teoria da democracia ou a teoria do liberalismo.
Partindo, então, da ideia de que o Estado deva possuir uma Constituição, avança-se no sentido de
que os textos constitucionais contêm regras de limitação ao poder autoritário e de prevalência dos direi-
tos fundamentais, afastando-se a visão autoritária do antigo regime.
Canotilho afirma que o poder constituinte tem suas raízes em uma força geral da Nação. Assim, tal
força geral da Nação atribui ao povo o poder de dirigir a organização do Estado, o que se convencionou
chamar de poder constituinte.
Munido do poder constituinte, o povo atribui parcela deste a órgãos estatais especializados, que pas-
sam a ser denominados de Poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário).
Portanto, o poder constituinte é de titularidade do povo, mas é o Estado, por meio de seus órgãos
especializados, que o exerce.
É aquele que cria a Constituição de um novo Estado, organizando e estabelecendo os poderes desti-
nados a reger os interesses de uma sociedade. Não deriva de nenhum outro poder, não sofre qualquer
limitação na órbita jurídica e não se subordina a nenhuma condição, por tudo isso é considerado um
poder de fato ou poder político.
Também é chamado de Poder instituído, de segundo grau ou constituído, porque deriva do Poder
Constituinte originário, encontrando na própria Constituição as limitações para o seu exercício, por isso,
possui natureza jurídica de um poder jurídico.
É a capacidade dos Estados, Distrito Federal e unidades da Federação elaborarem as suas próprias
Constituições (Lei Orgânica), no intuito de se auto-organizarem. O exercente deste Poder são as Assem-
bleias Legislativas dos Estados e a Câmara Legislativa do Distrito Federal.
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• Mutação da Constituição
A hermenêutica constitucional tem por objeto o estudo e a sistematização dos processos aplicáveis
para determinar o sentido e o alcance das normas constitucionais. É a ciência que fornece a técnica e os
princípios segundo os quais o operador do Direito poderá apreender o sentido social e jurídico da norma
constitucional em exame, ao passo que a interpretação consiste em desvendar o real significado da nor-
ma. É, enfim, a ciência da interpretação das normas constitucionais.
Também chamado de método jurídico, desenvolvido por Ernest Forsthoff, considera a Constituição
como uma lei em sentido amplo, logo, a arte de interpretá-la deverá ser realizada tal qual a de uma lei,
utilizando-se os métodos de interpretação clássicos, como, por exemplo, o literal, o lógico-sistemático, o
histórico e o teleológico.
→ Histórico: busca-se no momento da produção normativa o verdadeiro sentido da lei a ser interpre-
tada;
→ Teleológico: examina o fim social que a norma jurídica pretendeu atingir. Possui como pressuposto
a intenção do legislador ao criar a norma.
• Método Tópico-Problemático
Este método valoriza o problema, o caso concreto. Foi idealizado por Theodor Viehweg. Ele interpreta
a Constituição tentando adaptar o problema concreto (o fato social) a uma norma constitucional. Busca-
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-se, assim, solucionar o problema “encaixando” em uma norma prevista no texto constitucional.
• Método Hermenêutico-Concretizador
Seu principal mentor foi Konrad Hesse. Concretizar é aplicar a norma abstrata ao caso concreto.
Este método reconhece a relevância da pré-compreensão do intérprete acerca dos elementos envolvi-
dos no texto constitucional a ser desvendado.
• Método Científico-Espiritual
Desenvolvido por Rudolf Smend. Baseia-se no pressuposto de que o intérprete deve buscar o espírito
da Constituição, ou seja, os valores subjacentes ao texto constitucional.
• Método Normativo-Estruturante
Pensado por Friedrich Muller, parte da premissa de que não há uma identidade entre a norma jurídico-
-constitucional e o texto normativo. A norma constitucional é mais ampla, uma vez que alcança a realida-
de social subjacente ao texto normativo.
Assim, compete ao intérprete identificar o conteúdo da norma constitucional para além do texto norma-
tivo. Daí concluir-se que a norma jurídica só surge após a interpretação do texto normativo.
O texto constitucional deve ser interpretado de forma a evitar contradições internas (antinomias), so-
bretudo entre os princípios constitucionais estabelecidos. O intérprete deve considerar a Constituição na
sua totalidade, harmonizando suas aparentes contradições.
Traduz a ideia de que na resolução dos problemas jurídico-constitucionais deve-se dar primazia aos
critérios que favoreçam a unidade político-social, uma vez que a Constituição é um elemento do processo
de integração comunitária.
Também chamado de princípio da eficiência, ou princípio da interpretação efetiva, reza que a interpre-
tação constitucional deve atribuir o sentido que dê maior efetividade à norma constitucional para que ela
cumpra sua função social.
É hoje um princípio aplicado a todas as normas constitucionais, sendo, sobretudo, aplicado na inter-
pretação dos direitos fundamentais.
• Princípio da Justeza
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Também chamado de princípio da conformidade funcional, estabelece que os órgãos encarregados da
interpretação constitucional não devem chegar a um resultado que subverta o esquema organizatório e
funcional traçado pelo legislador constituinte.
Ou seja, não pode o intérprete alterar a repartição de funções estabelecida pelos Poderes Constituin-
tes originário e derivado.
• Princípio da Harmonização
Este princípio também é conhecido como princípio da concordância prática, e determina que, em caso
de conflito aparente entre normas constitucionais, o intérprete deve buscar a coordenação e a combina-
ção dos bens jurídicos em conflito, de modo a evitar o sacrifício total de uns em relação aos outros.
Neste princípio o interprete deve buscar a solução hermenêutica que possibilita a atualização normati-
va do texto constitucional, concretizando sua eficácia e permanência ao longo do tempo.
Este princípio determina que, em se tratando de atos normativos primários que admitem mais de uma
interpretação (normas polissêmicas ou plurissignificativas), deve-se dar preferência à interpretação legal
que lhe dê um sentido conforme a Constituição.
• Princípio da Supremacia
Nele, tem-se que a Constituição Federal é a norma suprema, haja vista ser fruto do exercício do Poder
Constituinte originário. Essa supremacia será pressuposto para toda interpretação jurídico-constitucional
e para o exercício do controle de constitucionalidade.
Segundo ele, presumem-se constitucionais as leis e atos normativos primários até que o Poder Judi-
ciário os declare inconstitucionais. Ou seja, gozam de presunção relativa.
• Princípio da Simetria
Deste princípio extrai-se que, as Constituições Estaduais, a Lei Orgânica do Distrito Federal e as Leis
Orgânicas Municipais devem seguir o modelo estatuído na Constituição Federal.
Segundo a teoria dos poderes implícitos, para cada dever outorgado pela Constituição Federal a um
determinado órgão, são implicitamente conferidos amplos poderes para o cumprimento dos objetivos
constitucionais.
• Quanto à Origem
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posteriormente submetida à aprovação popular por plebiscito ou referendo.
• Quanto ao Conteúdo
b) Material: composta por regras que exteriorizam a forma de Estado, organizações dos Poderes e
direitos fundamentais, podendo ser escritas ou costumeiras.
• Quanto à Forma
a.i) Escrita Legal – formada por um texto oriundo de documentos esparsos ou fragmentados;
b) Não Escrita: identificada a partir dos costumes, da jurisprudência predominante e até mesmo por
documentos escritos.
c) Rígida: o processo para a alteração de suas normas é mais difícil do que o utilizado para criar
leis;
d) Flexível: o processo para sua alteração é igual ao utilizado para criar leis;
• Quanto à Extensão
b) Analítica: vai além dos princípios básicos e dos direitos fundamentais, detalhando também outros
assuntos, como de ordem econômica e social.
• Quanto à Finalidade
b) Histórica: de elaboração lenta, pois se materializa a partir dos costumes, que se modificam ao
longo do tempo.
• Quanto à Ideologia
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b) Nominal: sem valor jurídico, apenas social;
c) Semântica: tem importância jurídica, mas não valoração legítima, pois é criada apenas para justifi-
car o exercício de um Poder não democrático.
– Normas Constitucionais de Eficácia Absoluta: Não podem ser abolidas nem mesmo por emen-
da à Constituição Federal.
→ Impedem que sejam produzidas normas ulteriores que contrariem os programas por ela estabeleci-
dos. Serve, assim, como parâmetro para o controle de constitucionalidade;
→ Obrigam a atuação do Estado no sentido de conferir eficácia aos programas estatuídos no texto
constitucional.
Primeira Constituição brasileira, a Constituição Política do Império do Brasil foi outorgada por Dom
Pedro I, em 25 de março de 1824. Instalava-se um governo monárquico, hereditário, constitucional e
representativo.
Além dos três Poderes, Legislativo, Judiciário e Executivo, havia ainda o Poder Moderador. O Poder
Legislativo era exercido pela Assembleia Geral, composta de duas câmaras: a dos senadores, cujos
membros eram vitalícios e nomeados pelo Imperador dentre integrantes de uma lista tríplice enviada pela
Província, e a dos deputados, eletiva e temporária.
1 https://www2.camara.leg.br/a-camara/visiteacamara/cultura-na-camara/copy_of_museu/publicacoes/
arquivos-pdf/Constituicoes%20Brasileiras-PDF.pdf
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Nesta Constituição destacaram-se: o fortalecimento da figura do Imperador com a criação do Poder
Moderador acima dos outros Poderes; a indicação pelo Imperador dos presidentes que governariam as
províncias; o sistema eletivo indireto e censitário, com o voto restrito aos homens livres e proprietários e
subordinado a seu nível de renda.
Em 1834 foi promulgado o Ato Adicional, que criava as Assembleias Legislativas provinciais e suprimia
o Poder Moderador, só restaurado em 1840, com a Emenda Interpretativa do Ato Adicional.
Foi promulgada pelo Congresso Constitucional, o mesmo que elegeu Deodoro da Fonseca como Pre-
sidente. Tinha caráter liberal e federalista, inspirado na tradição republicana dos Estados Unidos.
Instituiu o presidencialismo, concedeu grande autonomia aos estados da federação e garantiu a liber-
dade partidária.
Estabeleceu eleições diretas para a Câmara, o Senado e a Presidência da República, com mandato
de quatro anos. Estabeleceu o voto universal e não-secreto para homens acima de 21 anos e vetava o
mesmo a mulheres, analfabetos, soldados e religiosos; determinou a separação oficial entre o Estado e a
Igreja Católica; instituiu o casamento civil e o habeas corpus; aboliu a pena de morte e extinguiu o Poder
Moderador.
Também nesta Constituição ficou estabelecida, em seu artigo terceiro, uma zona de 14.400 Km² no
Planalto Central, para a futura Capital Federal.
• Constituição de 1934
Foi promulgada pela Assembleia Constituinte no primeiro governo do Presidente Getúlio Vargas e pre-
servou a essência do modelo liberal da Constituição anterior.
Garantiu maior poder ao governo federal; instituiu o voto obrigatório e secreto a partir dos 18 anos e o
voto feminino, já instituídos pelo Código Eleitoral de 1932; fixou um salário mínimo; introduziu a organiza-
ção sindical mantida pelo Estado.
Criou o mandado de segurança. Sob a rubrica “Da Ordem Econômica e Social”, explicitava que deve-
ria possibilitar “a todos existência digna” e sob a rubrica “Da família, da Educação e da Cultura” procla-
mava a educação “direito de todos”.
Mudou também o enfoque da democracia individualista para a democracia social. Estabeleceu os cri-
térios acerca da criação da Justiça do Trabalho e da Justiça Eleitoral. O Poder Legislativo seria exercido
pela Câmara dos Deputados com colaboração do Senado, sendo aquela constituída por representantes
eleitos pela população e por organizações de caráter profissional e trabalhista.
No início de novembro de 1937, tropas da polícia militar do Distrito Federal cercaram o Congresso e
impediram a entrada dos parlamentares. No mesmo dia, Vargas apresentou uma nova fase política e a
entrada em vigor de nova Carta Constitucional. Começava oficialmente o “Estado Novo”. Deu-se a su-
pressão dos partidos políticos e a concentração de poder nas mãos do chefe supremo.
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A Carta de 1937 possuía clara inspiração nos modelos fascistas europeus, institucionalizando o re-
gime ditatorial do Estado Novo. Ficaria conhecida como “Polaca”, devido a certas semelhanças com a
Constituição Polonesa de 1935.
Promulgada durante o governo do presidente Eurico Gaspar Dutra, foi elaborada sob os auspícios da
derrota dos regimes totalitários na Europa ao término da Segunda Guerra Mundial, refletia a redemocra-
tização do Estado brasileiro.
Em 1961 sofreu importante reforma com a adoção do parlamentarismo. Foi posteriormente anulada
pelo plebiscito de 1963, que restaurava o regime presidencialista.
Oficializava e institucionalizava a ditadura do Regime Militar de 1964. Foi por muitos denominada de
“Super Polaca”.
Conservou o bipartidarismo criado pelo Ato Adicional n° 2. Estabeleceu eleições indiretas, por meio do
Colégio Eleitoral, para a presidência da República, com quatro anos de mandato.
Foram incorporadas nas suas Disposições Transitórias os dispositivos do Ato Institucional n° 5 (AI-5),
de 1968, dando permissão ao presidente para, dentre outros, fechar o Congresso, cassar mandatos e
suspender direitos políticos. Permitiu aos governos militares total liberdade de legislar em matéria políti-
ca, eleitoral, econômica e tributária.
Desta forma, o Executivo acabou por substituir, na prática, o Legislativo e o Judiciário. Sofreu algumas
reformas como a emenda Constitucional nº 1, de 1969, outorgada pela Junta Militar. Tal emenda se apre-
senta como um “complemento” às leis e regulamentações da Constituição de 1967.
Embora seja denominada por alguns como Constituição, já que promulgou um texto reformulado a
partir da Constituição de 1967, muitos são os que não a veem como tal. A verdade é que, a partir desta
emenda, ficam mais claras as características políticas da ditadura militar. Continuava em vigor o Ato Insti-
tucional nº 5 e os demais atos institucionais anteriormente baixados.
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A Constituição de 1967 vigorou por 21 anos.
• Constituição de 1988
Atualmente em vigor, a Constituição de 1988 foi promulgada no governo de José Sarney. Foi elabora-
da por uma Assembleia Constituinte, legalmente convocada e eleita e a primeira a permitir a incorpora-
ção de emendas populares.
Seus pontos principais são a República representativa, federativa e presidencialista. Os direitos indi-
viduais e as liberdades públicas são ampliados e fortalecidos. É garantida a inviolabilidade do direito à
vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade.
O Poder Executivo mantém sua forte influência, permitindo a edição de medidas provisórias com força
de lei (vigorantes por um mês, passíveis de serem reeditadas enquanto não forem aprovadas ou rejeita-
das pelo Congresso).
Também são abordados temas como o dever da defesa do meio ambiente e de preservação de docu-
mentos, obras e outros bens de valor histórico, artístico e cultural, bem como os sítios arqueológicos.
Reformas constitucionais começaram a ser votadas pelo Congresso Nacional a partir de 1992. Algu-
mas das principais medidas abrem para a iniciativa privada atividades antes restritas à esfera de ação do
Estado, esvaziando, de certa forma, o poder e a influência estatais em determinados setores.
A iniciativa privada, nacional ou internacional, recebe autorização para explorar a pesquisa, a lavra e a
distribuição dos derivados de petróleo, as telecomunicações e o gás encanado. As empresas estrangei-
ras adquirem o direito de exploração dos recursos minerais e hídricos.
Na esfera política ocorrem mudanças na organização e regras referentes ao sistema eleitoral; o man-
dato do presidente da República é reduzido de cinco para quatro anos e, em 1997, é aprovada a emenda
que permite a reeleição do presidente da República, de governadores e prefeitos. Os candidatos proces-
sados por crime comum não podem ser eleitos, e os parlamentares submetidos a processo que possa
levar à perda de mandato e à inelegibilidade não podem renunciar para impedir a punição.
CONSTITUIÇÕES BRASILEIRAS
OUTORGADAS PROMULGADAS
1824 – CONSTITUIÇÃO DO BRASIL-IMPÉRIO 1891 – 1ª CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA
1937 – IMPOSTA POR GETÚLIO VARGAS 1934 – INFLUENCIADA PELA CONSTITUI-
ÇÃO DE WEIMAR (ALEMANHA – 1919). EVI-
DENCIOU OS DIREITOS FUNDAMENTAIS DE
2ª GERAÇÃO
1967 – IMPOSTA APÓS O GOLPE MILITAR 1946 – REDEMOCRATIZAÇÃO DO BRASIL
DE 1964 APÓS A ERA VARGAS
* EC Nº1/1969 – IMPOSTA PELA DITADURA 1988 – ATUAL CARTA POLÍTICA
Referências Bibliográficas:
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vo. Coleção Tribunais e MPU. Salvador: Editora JusPODIVM.
DUTRA, Luciano. Direito Constitucional Essencial. Série Provas e Concursos. 2ª edição – Rio de Ja-
neiro: Elsevier.
LENZA, Pedro. Direito Constitucional Esquematizado. 11 edição – São Paulo: Editora Método.
A criação de uma norma constitucional não lhe dá eficácia e aplicabilidade automática. Portanto, as
normas constitucionais podem ser: de eficácia plena, de eficácia contida e de eficácia limitada.
As normas constitucionais de eficácia plena e aplicabilidade direta, imediata e integral e são aque-
las normas da Constituição que, no momento entram em vigor, estão aptas a produzir todos os seus
efeitos, independentemente de norma integrativa infraconstitucional.
Por sua vez, as normas constitucionais de eficácia limitada são aquelas normas que, de imediato,
não têm o poder e a força de produzir todos os seus efeitos, precisando de norma regulamentadora in-
fraconstitucional a ser editada pelo poder, órgão ou autoridade competente, ou até mesmo de integração
por meio de emenda constitucional. São, portanto, consideradas normas de aplicabilidade indireta, me-
diata e reduzida, ou ainda, diferida.
— Normas programáticas
As normas programáticas são verdadeiras metas a serem atingidas pelo Estado e seus programas de
governo na realização de seus fins sociais, trazem princípios para serem cumpridos em longo prazo. A
Constituição de 1988 é programática, pois traça metas e objetivos futuros.
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Direitos e garantias fundamentais. Direitos e deveres individuais e coletivos, direitos
sociais, direitos de nacionalidade, direitos políticos
Os direitos e deveres individuais e coletivos são todos aqueles previstos nos incisos do art. 5º da
Constituição Federal, que trazem alguns dos direitos e garantias fundamentais.
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos
brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à
igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
I - homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos termos desta Constituição;
Como o próprio nome diz, o princípio prega a igualdade de direitos e deveres entre homens e mulhe-
res.
II - ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei;
Como ser livre, todo ser humano só está obrigado a fazer ou não fazer algo que esteja previsto em
lei.
É vedada a prática de tortura física e moral, e qualquer tipo de tratamento desumano, degradante ou
contrário à dignidade humana, por qualquer autoridade e também entre os próprios cidadãos. A vedação
à tortura é uma cláusula pétrea de nossa Constituição e ainda crime inafiançável na legislação penal
brasileira.
A Constituição Federal pôs fim à censura, tornando livre a manifestação do pensamento. Esta liber-
dade, entretanto, não é absoluta não podendo ser abusiva ou prejudicial aos direitos de outrem. Daí, a
vedação do anonimato, de forma a coibir práticas prejudiciais sem identificação de autoria, o que não
impede, contudo, a apuração de crimes de denúncia anônima.
V - é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da indenização por dano mate-
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rial, moral ou à imagem;
O direito de resposta é um meio de defesa assegurado à pessoa física ou jurídica ofendida em sua
honra, e reputação, conceito, nome, marca ou imagem, sem prejuízo do direito de indenização por dano
moral ou material.
VI - é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos
religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias;
VII - é assegurada, nos termos da lei, a prestação de assistência religiosa nas entidades civis e milita-
res de internação coletiva;
VIII - ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de convicção filosófica ou
política, salvo se as invocar para eximir-se de obrigação legal a todos imposta e recusar-se a cumprir
prestação alternativa, fixada em lei;
O Brasil é um Estado laico, que não possui uma religião oficial, mas que adota a liberdade de crença
e de pensamento, assegurada a variedade de cultos, a proteção dos locais religiosos e a não privação de
direitos em razão da crença pessoal.
A escusa de consciência é o direito que toda pessoa possui de se recusar a cumprir determina-
da obrigação ou a praticar determinado ato comum, por ser ele contrário às suas crenças religio-
sas ou à sua convicção filosófica ou política, devendo então cumprir uma prestação alternativa,
fixada em lei.
Aqui, temos uma vez mais consubstanciada a liberdade de expressão e a vedação da censura.
X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito
a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação;
Com intuito da proteção, a Constituição Federal tornou inviolável a imagem, a honra e a intimidade
pessoa humana, assegurando o direito à reparação material ou moral em caso de violação.
XI - a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem consentimento do
morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou, durante o dia, por
determinação judicial; (Vide Lei nº 13.105, de 2015) (Vigência).
XII - é inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações telegráficas, de dados e das comuni-
cações telefônicas, salvo, no último caso, por ordem judicial, nas hipóteses e na forma que a lei estabele-
cer para fins de investigação criminal ou instrução processual penal; (Vide Lei nº 9.296, de 1996).
A Constituição Federal protege o domicílio e o sigilo das comunicações, por isso, a invasão de domicí-
lio e a quebra de sigilo telefônico só pode se dar por ordem judicial.
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Liberdade de profissão:
XIII - é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as qualificações profissio-
nais que a lei estabelecer;
É livre o exercício de qualquer trabalho ou profissão. Essa liberdade, entretanto, não é absolu-
ta, pois se limita às qualificações profissionais que a lei estabelece.
Acesso à informação:
XIV - é assegurado a todos o acesso à informação e resguardado o sigilo da fonte, quando necessário
ao exercício profissional;
XV - é livre a locomoção no território nacional em tempo de paz, podendo qualquer pessoa, nos ter-
mos da lei, nele entrar, permanecer ou dele sair com seus bens;
Todos são livres para entrar, circular, permanecer ou sair do território nacional em tempos de paz.
Direito de reunião:
XVI - todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais abertos ao público, independente-
mente de autorização, desde que não frustrem outra reunião anteriormente convocada para o mesmo
local, sendo apenas exigido prévio aviso à autoridade competente;
Os cidadãos podem se reunir livremente em praças e locais de uso comum do povo, desde que não
venham a interferir ou atrapalhar outra reunião designada anteriormente para o mesmo local.
Liberdade de associação:
XVII - é plena a liberdade de associação para fins lícitos, vedada a de caráter paramilitar;
XIX - as associações só poderão ser compulsoriamente dissolvidas ou ter suas atividades suspensas
por decisão judicial, exigindo-se, no primeiro caso, o trânsito em julgado;
XXI - as entidades associativas, quando expressamente autorizadas, têm legitimidade para represen-
tar seus filiados judicial ou extrajudicialmente;
Além da ideia de pertencimento, toda propriedade ainda que privada deve atender a interesses coleti-
vos, não sendo nociva ou causando prejuízo aos demais.
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Intervenção do Estado na propriedade:
XXIV - a lei estabelecerá o procedimento para desapropriação por necessidade ou utilidade pública,
ou por interesse social, mediante justa e prévia indenização em dinheiro, ressalvados os casos previstos
nesta Constituição;
XXV - no caso de iminente perigo público, a autoridade competente poderá usar de propriedade parti-
cular, assegurada ao proprietário indenização ulterior, se houver dano;
O direito de propriedade não é absoluto. Dada a supremacia do interesse público sobre o particular,
nas hipóteses legais é permitida a intervenção do Estado na propriedade.
XXVI - a pequena propriedade rural, assim definida em lei, desde que trabalhada pela família, não
será objeto de penhora para pagamento de débitos decorrentes de sua atividade produtiva, dispondo a
lei sobre os meios de financiar o seu desenvolvimento;
A pequena propriedade rural é impenhorável e não responde por dívidas decorrentes de sua atividade
produtiva.
Direitos autorais:
XXVII - aos autores pertence o direito exclusivo de utilização, publicação ou reprodução de suas
obras, transmissível aos herdeiros pelo tempo que a lei fixar;
b) o direito de fiscalização do aproveitamento econômico das obras que criarem ou de que participa-
rem aos criadores, aos intérpretes e às respectivas representações sindicais e associativas;
XXIX - a lei assegurará aos autores de inventos industriais privilégio temporário para sua utilização,
bem como proteção às criações industriais, à propriedade das marcas, aos nomes de empresas e a ou-
tros signos distintivos, tendo em vista o interesse social e o desenvolvimento tecnológico e econômico do
País;
Além da Lei de Direitos Autorais, a Constituição prevê uma ampla proteção às obras intelectuais: cria-
ção artística, científica, musical, literária etc. O Direito Autoral protege obras literárias (escritas ou orais),
musicais, artísticas, científicas, obras de escultura, pintura e fotografia, bem como o direito das empresas
de rádio fusão e cinematográficas. A Constituição Federal protege ainda a propriedade industrial, esta
difere da propriedade intelectual e não é objeto de proteção da Lei de Direitos Autorais, mas sim da Lei
da Propriedade Industrial. Enquanto a proteção ao direito autoral busca reprimir o plágio, a proteção à
propriedade industrial busca conter a concorrência desleal.
Direito de herança:
XXXI - a sucessão de bens de estrangeiros situados no País será regulada pela lei brasileira em be-
nefício do cônjuge ou dos filhos brasileiros, sempre que não lhes seja mais favorável a lei pessoal do “de
cujus”;
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O direito de herança ou direito sucessório é ramo específico do Direito Civil que visa regular as re-
lações jurídicas decorrentes do falecimento do indivíduo, o de cujus, e a transferência de seus bens e
direitos aos seus sucessores.
Direito do consumidor:
O Direito do Consumidor é o ramo do direito que disciplina as relações entre fornecedores e presta-
dores de bens e serviços e o consumidor final, parte hipossuficiente econômica da relação jurídica. As
relações de consumo, além do amparo constitucional, encontram proteção no Código de Defesa do Con-
sumidor e na legislação civil e no Procon, órgão do Ministério Público de cada estado, responsável por
coordenar a política dos órgãos e entidades que atuam na proteção do consumidor.
XXXIII - todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu interesse particular, ou de
interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalva-
das aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado; (Regulamento) (Vide
Lei nº 12.527, de 2011).
a) o direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de direitos ou contra ilegalidade ou abuso de
poder;
Todo cidadão, independentemente de pagamento de taxa, tem direito à obtenção de informações, pro-
tocolo de petição e obtenção de certidões junto aos órgãos públicos, de acordo com suas necessidades,
salvo necessidade de sigilo.
XXXV - a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito;
Por este princípio o, Poder Judiciário não pode deixar de apreciar as causas de lesão ou ameaça a
direito que chegam até ele.
Segurança jurídica:
XXXVI - a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada;
Direito adquirido é aquele incorporado ao patrimônio jurídico de seu titular e cujo exercício não pode
mais ser retirado ou tolhido.
Ato jurídico perfeito é a situação ou direito consumado e definitivamente exercido, sem nulidades
perante a lei vigente.
Coisa julgada é a matéria submetida a julgamento, cuja sentença transitou em julgado e não cabe
mais recurso, não podendo, portanto, ser modificada.
Tribunal de exceção:
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O juízo ou tribunal de exceção seria aquele criado exclusivamente para o julgamento de um fato espe-
cífico já acontecido, onde os julgadores são escolhidos arbitrariamente. A Constituição veda tal prática,
pois todos os casos devem se submeter a julgamento dos juízos e tribunais já existentes, conforme suas
competências pré-fixadas.
Tribunal do Júri:
XXXVIII - é reconhecida a instituição do júri, com a organização que lhe der a lei, assegurados:
a) a plenitude de defesa;
XXXIX - não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal;
Para ser crime, tem que estar expressamente previsto na lei penal. Se a conduta não está prescrita
no Código Penal, não é crime e não há pena. Uma nova lei penal não retroage, não se aplica a condu-
tas praticadas antes de sua entrada em vigor, mas se a lei nova for mais benéfica, esta sim poderá ser
aplicada para beneficiar o réu.
XLI - a lei punirá qualquer discriminação atentatória dos direitos e liberdades fundamentais;
XLII - a prática do racismo constitui crime inafiançável e imprescritível, sujeito à pena de reclusão, nos
termos da lei;
XLIII - a lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou anistia a prática da tortura,
o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o terrorismo e os definidos como crimes hediondos, por
eles respondendo os mandantes, os executores e os que, podendo evitá-los, se omitirem; (Regulamen-
to).
XLIV - constitui crime inafiançável e imprescritível a ação de grupos armados, civis ou militares, contra
a ordem constitucional e o Estado Democrático.
• Crimes inafiançáveis e imprescritíveis: Racismo e ação de grupos armados contra a ordem consti-
tucional e o Estado Democrático;
Os crimes inafiançáveis são aqueles que não admitem fiança, ou seja, que não dão ao acusado
o direito de responder seu processo em liberdade até a sentença condenatória, mediante paga-
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mento de determinada quantia pecuniária ou cumprimento de determinadas obrigações;
Crimes imprescritíveis são aqueles que não prescrevem e podem ser julgados e punidos em qualquer
tempo, independentemente da data em que foram cometidos;
Crimes insuscetíveis de graça e anistia são aqueles que não permitem a exclusão do crime com a
rescisão da condenação e extinção total da punibilidade (anistia), nem a extinção da punibilidade, ainda
que parcial (graça).
XLV – nenhuma pena passará da pessoa do condenado, podendo a obrigação de reparar o dano e a
decretação do perdimento de bens ser, nos termos da lei, estendidas aos sucessores e contra eles exe-
cutadas, até o limite do valor do patrimônio transferido;
A aplicação da pena deve ser sempre pessoal e não pode ser cumprida por pessoa diversa da pessoa
do condenado.
Individualização da pena:
b) perda de bens;
c) multa;
Pela individualização da pena, é garantida a fixação das penas, observado o histórico pessoal a
atuação individual, de modo que cada indivíduo possa receber apenas a punição que lhe é devida.
Proibição de penas:
a) de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos termos do art. 84, XIX;
b) de caráter perpétuo;
c) de trabalhos forçados;
d) de banimento;
e) cruéis.
Como afirmativa dos direitos humanos e da dignidade da pessoa humana, a Constituição Federal de
1988 veda a pena de morte, pena perpétua, de banimento e de trabalhos forçados e cruéis.
XLVIII – a pena será cumprida em estabelecimentos distintos, de acordo com a natureza do delito, a
idade e o sexo do apenado;
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Direito de permanência e amamentação dos filhos pela presidiária mulher:
L – às presidiárias serão asseguradas condições para que possam permanecer com seus filhos duran-
te o período de amamentação;
Também em atenção à dignidade da pessoa humana, a Constituição Federal de 1988 determina que
as penas sejam cumpridas em diferentes tipos de estabelecimento de acordo com a gravidade e natureza
do delito, a idade e o sexo do apenado, respeitando-se sua integridade física e moral, garantindo ainda à
apenada mulher, o direito de permanecer com os filhos e ter condições dignas de amamenta-los.
Extradição:
LI – nenhum brasileiro será extraditado, salvo o naturalizado, em caso de crime comum, praticado an-
tes da naturalização, ou de comprovado envolvimento em tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins,
na forma da lei;
LII – não será concedida extradição de estrangeiro por crime político ou de opinião;
A extradição é um ato oficial de cooperação internacional que consiste na entrega de uma pessoa – o
extraditando, acusado ou condenada pela prática de um ou mais crimes em território estrangeiro, ao país
que o reclama. A Constituição determina que não haverá extradição de brasileiro nato em nenhuma hipó-
tese, e o naturalizado somente nas exceções previstas.
LIII – ninguém será processado nem sentenciado senão pela autoridade competente;
LIV – ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal;
LV – aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados
o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes;
Ninguém poderá ser punido ou condenado sem o devido processo legal, onde deverá ser assegurado,
sob pena de nulidade absoluta, o direito de resposta e ampla defesa, com sentença transitada em julga-
do (que não cabe mais recurso) prolatada pelo juízo ou autoridade judiciária competente.
Provas ilícitas:
Provas ilícitas são aquelas obtidas por meio ilegal ou fraudulento, ou que infrinja as normas e princí-
pios básicos de direito, motivo pelo qual não são aceitas no processo judicial.
Presunção de inocência:
LVII – ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória;
Todo cidadão é considerado inocente até que se prove o contrário, com o trânsito em julgado da sen-
tença condenatória.
Identificação criminal:
LVIII – o civilmente identificado não será submetido a identificação criminal, salvo nas hipóteses pre-
vistas em lei; (Regulamento).
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A identificação criminal será feita diante de fundada suspeita da validade e veracidade dos documen-
tos cíveis apresentados ou quando já se tem notícias reputadas a pessoa civilmente identificada sobre
uso de diversos nomes e fraude em registros policiais.
LIX – será admitida ação privada nos crimes de ação pública, se esta não for intentada no prazo legal;
A ação penal privada subsidiária da pública é admitida nos casos em que a lei não prevê a ação como
privada, mas sim como pública (condicionada ou incondicionada). Entretanto, o Ministério Público, titular
da ação penal, permanece inerte e não apresenta a denúncia no prazo legal, abrindo-se a possibilidade
para que o ofendido, seu representante legal ou seus sucessores ingressem com a ação penal privada
subsidiária da pública.
LX – a lei só poderá restringir a publicidade dos atos processuais quando a defesa da intimidade ou o
interesse social o exigirem;
Em regra, todos os atos processuais são públicos, salvo o segredo de justiça, que pode ser determi-
nado de ofício pelo juiz da causa, para segurança jurídica das partes, proteção dos interesses de menor,
interesse social ou demanda de grande repercussão etc., ou a requerimento justificado das partes do
processo.
Legalidade da prisão:
LXI – ninguém será preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e fundamentada de autorida-
de judiciária competente, salvo nos casos de transgressão militar ou crime propriamente militar, definidos
em lei;
Salvo flagrante delito, o cidadão só pode ser levado preso por autoridade policial, mediante ordem
judicial escrita e devidamente fundamentada.
Comunicabilidade da prisão:
LXII – a prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontre serão comunicados imediatamente ao
juiz competente e à família do preso ou à pessoa por ele indicada;
Informação ao preso:
LXIII – o preso será informado de seus direitos, entre os quais o de permanecer calado, sendo-lhe
assegurada a assistência da família e de advogado;
LXIV – o preso tem direito à identificação dos responsáveis por sua prisão ou por seu interrogatório
policial;
Na ocasião de prisão, são direitos do preso a comunicação de sua prisão e o local onde se encontra
à sua família e ao juízo competente, bem como conhecer as autoridades policiais responsáveis por sua
prisão e interrogatório.
O relaxamento da prisão consiste em que o acusado seja posto em liberdade, pela incidência de algu-
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ma ilegalidade no ato de sua prisão.
LXVI – ninguém será levado à prisão ou nela mantido, quando a lei admitir a liberdade provisória, com
ou sem fiança;
A liberdade provisória é o instituto processual que garante ao acusado o direito de aguardar em liber-
dade o transcorrer do processo criminal até o trânsito em julgado de sua sentença penal condenatória,
mediante o estabelecimento ou não de determinadas condições e a colaboração com as investiga-
ções.
Prisão civil:
LXVII – não haverá prisão civil por dívida, salvo a do responsável pelo inadimplemento voluntário e
inescusável de obrigação alimentícia e a do depositário infiel;
A Constituição Federal de 1988 extinguiu, em regra, a prisão civil por dívidas, salvo a do alimentante
inadimplente (pensão alimentícia). E, a Súmula Vinculante 25, STF tornou ilícita a prisão civil de deposi-
tário infiel, qualquer que seja a modalidade do depósito.
Habeas corpus:
LXVIII – conceder-se-á habeas corpus sempre que alguém sofrer ou se achar ameaçado de sofrer
violência ou coação em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder;
Mandado de Segurança:
LXIX – conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e certo, não amparado por
habeas corpus ou habeas data, quando o responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade
pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do Poder Público;
Mandado de Injunção:
LXXI – conceder-se-á mandado de injunção sempre que a falta de norma regulamentadora torne inviá-
vel o exercício dos direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à
soberania e à cidadania;
Habeas data:
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a) para assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa do impetrante, constantes de
registros ou bancos de dados de entidades governamentais ou de caráter público;
b) para a retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo por processo sigiloso, judicial ou adminis-
trativo;
Ação Popular:
LXXIII – qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise a anular ato lesivo ao
patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade administrativa, ao meio am-
biente e ao patrimônio histórico e cultural, ficando o autor, salvo comprovada má-fé, isento de custas
judiciais e do ônus da sucumbência;
A Ação Popular é o instrumento constitucional adequado, por meio do qual qualquer cidadão pode vir
a questionar a validade de atos que considera lesivos ao patrimônio público, à moralidade administrativa,
ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural.
Assistência Judiciária:
LXXIV – o Estado prestará assistência jurídica integral e gratuita aos que comprovarem insuficiência
de recursos;
Todos aqueles que não podem arcar com as custas judiciárias sem prejuízo de seu sustento pessoal e
de sua família, para se ter o acesso à justiça, têm direito à assistência judiciária gratuita.
LXXV – o Estado indenizará o condenado por erro judiciário, assim como o que ficar preso além do
tempo fixado na sentença;
LXXVI – são gratuitos para os reconhecidamente pobres, na forma da lei: (Vide Lei nº 7.844, de 1989)
b) a certidão de óbito;
LXXVII – são gratuitas as ações de habeas corpus e habeas data, e, na forma da lei, os atos necessá-
rios ao exercício da cidadania (Regulamento).
A Constituição Federal traz como direito fundamental a gratuidade de serviços públicos – registro civil,
a obtenção de certidão de óbito, as ações de Habeas corpus e Habeas data aos economicamente hipos-
suficientes.
LXXVIII – a todos, no âmbito judicial e administrativo, são assegurados a razoável duração do proces-
so e os meios que garantam a celeridade de sua tramitação. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45,
de 2004).
É fundamental a garantia da razoável duração do processo, de forma a evitar que direitos se percam
no transcorrer processual pela demora do Judiciário.
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Assim, todas as normas relativas aos direitos e garantias fundamentais são autoaplicáveis.
Rol é exemplificativo:
§ 2º Os direitos e garantias expressos nesta Constituição não excluem outros decorrentes do regime e
dos princípios por ela adotados, ou dos tratados internacionais em que a República Federativa do Brasil
seja parte.
O rol dos direitos elencados no art. 5º da CF/88 não é taxativo, mas sim exemplificativo. Os direitos e
garantias ali expressos não excluem outros de caráter constitucional, decorrentes de princípios constitu-
cionais, do regime democrático, ou de tratados internacionais. Assim, os direitos fundamentais podem ser
esparsos, consubstanciados em toda legislação nacional, inclusive infraconstitucional.
§ 3º Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que forem aprovados, em cada
Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos respectivos membros, serão
equivalentes às emendas constitucionais. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) (Atos
aprovados na forma deste parágrafo: DLG nº 186, de 2008, DEC 6.949, de 2009, DLG 261, de 2015,
DEC 9.522, de 2018).
§ 4º O Brasil se submete à jurisdição de Tribunal Penal Internacional a cuja criação tenha manifestado
adesão. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004).
— Direitos sociais
Os chamados Direitos Sociais são aqueles que visam garantir qualidade de vida, a melhoria de suas
condições e o desenvolvimento da personalidade. São meios de se atender ao princípio basilar da digni-
dade humana e estão previstos no art. 6º, CF.
Art. 6º São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o trans-
porte, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistên-
cia aos desamparados, na forma desta Constituição (Redação dada pela Emenda Constitucional nº
90, de 2015).
Do direito ao trabalho
Os direitos individuais dos trabalhadores são aqueles destinados a proteger a relação de trabalho
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contra uma profunda desigualdade, de modo a compatibilizar a função laboral com a dignidade e o bem-
-estar do trabalhador que é a parte hipossuficiente da relação trabalhista.
Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de
sua condição social:
I – relação de emprego protegida contra despedida arbitrária ou sem justa causa, nos termos de lei
complementar, que preverá indenização compensatória, dentre outros direitos;
Os contratos de trabalho são, em regra, por prazo indeterminado e a legislação protege a continuidade
das relações laborais contra dispensa imotivada.
Seguro-Desemprego:
O seguro desemprego é o direito de todo trabalhador à assistência financeira temporária, que tenha
prestado serviços laborais a empregador e sido dispensado sem justa causa, por mais de seis meses.
Nos termos do art. 4º da Lei do seguro desemprego, o benefício será concedido ao trabalhador desem-
pregado, por período máximo variável de 3 (três) a 5 (cinco) meses, de forma contínua ou alternada, a
cada período aquisitivo, contados da data de dispensa que deu origem à última habilitação, nos seguin-
tes critérios:
SEGURO DESEMPREGO
1ª SOLICITAÇÃO:
PARCELAS TEMPO DE TRABALHO
4 (quatro) 12 a 23 meses
5 (cinco) 24 meses ou mais
2ª SOLICITAÇÃO:
PARCELAS TEMPO DE TRABALHO
3 (três) 9 a 11 meses
4 (quatro) 12 a 23 meses
5 (cinco) 24 meses ou mais
3ª SOLICITAÇÃO:
PARCELAS TEMPO DE TRABALHO
3 (três) 6 a 11 meses
4 (quatro) 12 a 23 meses
5 (cinco) 24 meses ou mais
Pode-se dizer que o FGTS é uma espécie de conta poupança compulsória do trabalhador, gerida pela
Caixa Econômica Federal e regida pela Lei 8.036/1990. Mensalmente, o os empregador deve depositar
nas contas vinculadas de seus funcionários o valor correspondente a 8% (oito por cento) do salário de
cada trabalhador.
Salário mínimo:
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IV – salário mínimo, fixado em lei, nacionalmente unificado, capaz de atender a suas necessidades
vitais básicas e às de sua família com moradia, alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário, higiene,
transporte e previdência social, com reajustes periódicos que lhe preservem o poder aquisitivo, sendo
vedada sua vinculação para qualquer fim;
O salário mínimo é o estabelecido para jornada padrão de 44 horas semanais, podendo ser proporcio-
nal, em caso de jornada inferior.
Piso salarial:
O piso salarial corresponde ao menor salário que determinada categoria profissional pode receber
pela sua jornada de trabalho, considerando a extensão e complexidade do trabalho desenvolvido e de-
vendo ser sempre superior ao salário-mínimo nacional.
Irredutibilidadade do salário:
A irredutibilidade salarial garante que o empregado não venha a ter o seu salário reduzido arbitraria-
mente pelo empregador, durante todo o período do contrato de trabalho. É uma garantia à estabilidade
econômica do trabalhador.
VII – garantia de salário, nunca inferior ao mínimo, para os que percebem remuneração variável;
Os empregados que recebem salários com valores variáveis, como comissões sobre vendas etc, nun-
ca devem receber salário inferior ao mínimo. Como o salário mínimo mensal estipulado em lei correspon-
de a uma jornada laboral mensal de 220 horas, a garantia mínima aqui estipulada terá como parâmetro o
salário mínimo-hora.
VIII – décimo terceiro salário com base na remuneração integral ou no valor da aposentadoria;
O 13º salário é a garantia do recebimento de um salário integral (ou proporcional ao período trabalha-
do, se for o caso) por ocasião das comemorações de final de ano a todos os trabalhadores, aposentados
e pensionistas do INSS.
Uma vez que a a redução do sono regular pode comprometer a saúde, o trabalho noturno tem remu-
neração superior em 20% a mais sobre a hora diurna trabalhada para os trabalhadores urbanos e 25%,
para os trabalhadores rurais.
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X – proteção do salário na forma da lei, constituindo crime sua retenção dolosa;
É vedada a retenção salarial dolosa, sendo permitidos apenas os descontos salariais autorizados em
Lei.
A Participação nos Lucros e Resultados da empresa corresponde a uma recompensa pelo reconhe-
cimento do bom desempenho e produtividade, pago a todos os funcionários de determinada empresa
sobre o lucro excedente de determinado período de suas atividades.
Salário-família:
XII – salário-família pago em razão do dependente do trabalhador de baixa renda nos termos da lei;
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998).
Jornada de Trabalho:
XIII – duração do trabalho normal não superior a oito horas diárias e quarenta e quatro semanais,
facultada a compensação de horários e a redução da jornada, mediante acordo ou convenção coletiva de
trabalho; (Vide Decreto-Lei nº 5.452, de 1943).
A Constituição Federal garante ao trabalhador jornada de trabalho não superior a oito horas diárias ou
quarenta e quatro horas semanais, facultada a compensação e a redução.
XIV – jornada de seis horas para o trabalho realizado em turnos ininterruptos de revezamento, salvo
negociação coletiva;
O trabalho em turno ininterrupto de revezamento é aquele prestado por trabalhadores que se revezam
nos postos de trabalho nos horários diurno e noturno. É bastante comum em empresas que funcionam
em tempo integral, sem pausas. A jornada do trabalhador de turnos ininterruptos deve ser de seis horas
diárias.
XVI – remuneração do serviço extraordinário superior, no mínimo, em cinqüenta por cento à do nor-
mal; (Vide Del 5.452, art. 59 § 1º).
O pagamento de horas extras caracteriza-se pela remuneração superior em, no mínimo, 50% das
horas trabalhadas, além da jornada diária, lembrando que a legislação trabalhista permite o excedente
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em apenas 2 horas extraordinárias diárias, totalizando 10 horas diárias trabalhadas, salvo condições ex-
cepcionais. É licita também a compensação de jornada (banco de horas), quando ao invés de receber o
acréscimo salarial que lhe é devido, o trabalhador passa a ter direito a usufruir a compensação das horas
excedentes em períodos de folga para descanso e lazer, mediante o cumprimento de alguns requisitos
legais pela empregadora.
Férias remuneradas:
XVII – gozo de férias anuais remuneradas com, pelo menos, um terço a mais do que o salário normal;
Após um ano de trabalho efetivo (período aquisitivo), todo trabalhador passa a ter direito a um período
de até 30 dias para descanso e lazer, com percebimento de salário integral, acrescido de 1/3 constitucio-
nal. As férias são concedidas a critério do empregador, que após o término do período aquisitivo, tem até
um ano para concedê-las (período concessivo).
Licença à gestante:
XVIII – licença à gestante, sem prejuízo do emprego e do salário, com a duração de cento e vinte dias;
Também chamada de Licença maternidade, corresponde ao período em que a mulher está prestes a
ter um filho, acabou de ganhar um bebê ou adotou uma criança. Nesses contextos, a mulher tem direito
a permanecer afastada do seu trabalho e receber o salário maternidade, benefício previdenciário pago
à pessoa nessas condições. Em regra, a licença maternidade é de 120 dias, podendo ser ampliado para
180 dias, nos casos em que a empregadora for aderente ao Programa Empresa Cidadã.
Licença-paternidade:
A Licença-paternidade é período de 5 dias, que se inicia no primeiro dia útil após o nascimento da
criança em que o pai tem direito a afastar-se de suas atividades laborais, sem prejuízo de seu salário.
Nos casos em que a empresa esteja cadastrada no programa Empresa Cidadã, o prazo poderá ser es-
tendido por mais 15 dias, totalizando 20 dias.
XX – proteção do mercado de trabalho da mulher, mediante incentivos específicos, nos termos da lei;
A proteção ao trabalho da mulher é questão de ordem pública, com vias a garantir a isonomia de
condições laborais. Assim, são vedadas diferenciações arbitrárias, salvo quando a natureza da atividade,
pública ou notoriamente o exigir. São vedadas as diferenciações em razão do gênero para fins de remu-
neração, formação profissional e possibilidades de ascensão. A proteção à gravidez, proibição de revis-
tas íntimas ou práticas que venham a ferir a dignidade feminina são alguns dos exemplos de medidas de
proteção do mercado de trabalho da mulher.
Aviso Prévio:
XXI – aviso prévio proporcional ao tempo de serviço, sendo no mínimo de trinta dias, nos termos da
lei;
Nas relações de emprego, o aviso prévio consiste na comunicação da rescisão do contrato de traba-
lho por uma das partes, empregador ou empregado, que decide extingui-lo, com a antecedência mínima
de 30 dias. O aviso prévio pode ser trabalhado ou indenizado, quando concedido por qualquer uma das
partes.
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Redução dos riscos do trabalho:
XXII – redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de saúde, higiene e segurança;
É dever da empregadora a redução dos riscos inerentes às atividades desempenhadas por seus cola-
boradores, através do cumprimento de todas as normas regulamentadoras de saúde, higiene e seguran-
ça, bem como do fornecimento de equipamentos de proteção individual e da exigência da execução de
todas as normas da empresa por seus funcionários, sob pena de justa causa.
O trabalho penoso é aquele considerado extremamente desgastante para a pessoa humana, em que
o trabalhador depreende um esforço além do normal para o desempenho de suas atividades. Não há
regulamentação de um adicional.
- 40% (quarenta por cento) em grau máximo de exposição, calculado sob o salário mínimo, nos termos
da lei.
São exemplos de atividades insalubres as exercidas por profissionais da saúde, radiologistas, minera-
dores, entre outros.
E, por fim, o trabalho perigoso é aquele que envolve constante risco à integridade física do traba-
lhador. Como exemplos, temos as atividades profissionais com inflamáveis, explosivos, energia elétrica,
segurança pessoal ou patrimonial, com o uso de motocicleta, entre outros. O adicional de periculosidade
é correspondente a 30% (trinta por cento) sobre o salário-base.
Aposentadoria:
XXIV – aposentadoria;
XXV – assistência gratuita aos filhos e dependentes desde o nascimento até 5 (cinco) anos de idade
em creches e pré-escolas; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 53, de 2006).
A Constituição Federal, com vistas a proteção do trabalho dos genitores de filhos e dependentes pe-
quenos, garante assistência gratuita a seus filhos e dependentes, entretanto, tal dispositivo, ainda depen-
de de regulamentação para o seu pleno exercício.
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Reconhecimento das convenções e acordos coletivos de trabalho:
Por este inciso, a Constituição Federal reconheceu as convenções e acordos coletivos como instru-
mentos com força de lei entre as partes, desde que conformes com o texto constitucional.
XXVIII – seguro contra acidentes de trabalho, a cargo do empregador, sem excluir a indenização a que
este está obrigado, quando incorrer em dolo ou culpa;
XXIX – ação, quanto aos créditos resultantes das relações de trabalho, com prazo prescricional de
cinco anos para os trabalhadores urbanos e rurais, até o limite de dois anos após a extinção do contrato
de trabalho; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 28, de 2000).
A todo trabalhador é garantido o direito de propor Reclamatória (ou Reclamação) Trabalhista, dentro
dos prazos processuais legais. O prazo prescricional de uma reclamação trabalhista é de 02 anos, a
partir da rescisão do contrato de trabalho! Esse é o prazo para que o trabalhador possa ingressar com a
Ação Trabalhista. O prazo prescricional de 05 anos, previsto no mesmo inciso da Constituição, refere-se
ao período cujos direitos podem ser questionados, ou seja, o funcionário pode reclamar apenas dos direi-
tos correspondentes aos últimos 05 (cinco) anos trabalhados.
Não discriminação:
XXX – proibição de diferença de salários, de exercício de funções e de critério de admissão por motivo
de sexo, idade, cor ou estado civil;
XXXII – proibição de distinção entre trabalho manual, técnico e intelectual ou entre os profissionais
respectivos;
Trabalho do menor:
XXXIII – proibição de trabalho noturno, perigoso ou insalubre a menores de dezoito e de qualquer tra-
balho a menores de dezesseis anos, salvo na condição de aprendiz, a partir de quatorze anos; (Redação
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dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998).
XXXIV - igualdade de direitos entre o trabalhador com vínculo empregatício permanente e o trabalha-
dor avulso.
O trabalhador avulso é aquele que presta serviços a uma empresa de maneira eventual e que, ape-
sar de não possuir vínculo empregatício, possui os mesmos direitos que os trabalhadores com vínculo
e a sua prestação de serviços deve obrigatoriamente ser intermediada por um sindicato de sua catego-
ria.
Empregados domésticos:
Parágrafo único. São assegurados à categoria dos trabalhadores domésticos os direitos previstos nos
incisos IV, VI, VII, VIII, X, XIII, XV, XVI, XVII, XVIII, XIX, XXI, XXII, XXIV, XXVI, XXX, XXXI e XXXIII e,
atendidas as condições estabelecidas em lei e observada a simplificação do cumprimento das obrigações
tributárias, principais e acessórias, decorrentes da relação de trabalho e suas peculiaridades, os previs-
tos nos incisos I, II, III, IX, XII, XXV e XXVIII, bem como a sua integração à previdência social (Redação
dada pela Emenda Constitucional nº 72, de 2013).
Os Direitos Coletivos dos Trabalhadores “são aqueles exercidos pelos trabalhadores, coletivamente
ou no interesse de uma coletividade” (LENZA, 2019, p. 2038) e compreendem:
Liberdade de Associação Profissional Sindical: prerrogativa dos trabalhadores para defesa de seus
interesses profissionais e econômicos.
Direito de Greve: direito de abstenção coletiva e simultânea do trabalho, de modo organizado para
defesa de interesses dos trabalhadores. Importante mencionar que serviços considerados essenciais e
inadiáveis à sociedade não podem ser paralisados totalmente para o exercício do direito de greve. Ade-
mais, o STF (2017) entende que servidores que atuam diretamente na área de segurança pública não
podem entrar em greve em nenhuma hipótese.
Direito de Participação Laboral: assegura a participação dos trabalhadores e empregadores nos co-
legiados dos órgãos públicos em que interesses profissionais ou previdenciários sejam objeto de discus-
são.
Direito de Representação na Empresa: Nos termos do art. 11, CF: nas empresas de mais de du-
zentos empregados, é assegurada a eleição de um representante destes com a finalidade exclusiva de
promover-lhes o entendimento direto com os empregadores.
— Direitos de nacionalidade
A nacionalidade é a condição de sujeito natural do Estado, que pode participar dos atos pertinentes à
nação. A atribuição da nacionalidade se dá por dois critérios:
Jus sanguinis: será brasileiro todo filho de nacional, mesmo nascido no exterior.
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O Brasil adota, em regra, o critério do jus solis, mitigado por critérios do jus sanguinis. O art. 12 da
Constituição Federal elenca os direitos da nacionalidade, dividindo os brasileiros em dois grandes gru-
pos: os brasileiros natos e os naturalizados.
Art. 12 São brasileiros:
I - natos:
a) os nascidos na República Federativa do Brasil, ainda que de pais estrangeiros, desde que estes
não estejam a serviço de seu país;
b) os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe brasileira, desde que qualquer deles esteja a
serviço da República Federativa do Brasil;
c) os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou de mãe brasileira, desde que sejam registrados em
repartição brasileira competente ou venham a residir na República Federativa do Brasil e optem, em
qualquer tempo, depois de atingida a maioridade, pela nacionalidade brasileira; (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 54, de 2007).
II - naturalizados:
a) os que, na forma da lei, adquiram a nacionalidade brasileira, exigidas aos originários de países de
língua portuguesa apenas residência por um ano ininterrupto e idoneidade moral;
V - da carreira diplomática;
VII - de Ministro de Estado da Defesa (Incluído pela Emenda Constitucional nº 23, de 1999).
Naturalização
Também chamado de heimatlos, o apátrida é aquele que não possui nenhuma nacionalidade, já o poli-
pátrida é aquele que tem mais de uma nacionalidade.
A Lei nº 13.445/2017, que institui a Lei de Migração trata de diversas questões acerca da nacionali-
dade e do processo de naturalização, sendo vedada a diferenciação arbitrária entre brasileiros natos e
naturalizados.
§ 2º A lei não poderá estabelecer distinção entre brasileiros natos e naturalizados, salvo nos
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casos previstos nesta Constituição.
Portugueses:
Aos portugueses com residência permanente no país serão atribuídos os mesmos direitos dos brasilei-
ros, desde que haja reciprocidade.
Art. 12
§ 1º Aos portugueses com residência permanente no País, se houver reciprocidade em favor de bra-
sileiros, serão atribuídos os direitos inerentes ao brasileiro, salvo os casos previstos nesta Constituição
(Redação dada pela Emenda Constitucional de Revisão nº 3, de 1994).
Perda da Nacionalidade:
I - tiver cancelada sua naturalização, por sentença judicial, em virtude de atividade nociva ao interesse
nacional;
II - adquirir outra nacionalidade, salvo nos casos:(Redação dada pela Emenda Constitucional de Revi-
são nº 3, de 1994).
a) de reconhecimento de nacionalidade originária pela lei estrangeira; (Incluído pela Emenda Constitu-
cional de Revisão nº 3, de 1994).
A extradição, repatriação, deportação e expulsão são medidas do Estado soberano para enviar uma
pessoa que se encontra refugiada em seu território a outro Estado estrangeiro.
Segundo o Ministério da Justiça (2021), a extradição é um ato de cooperação internacional que con-
siste na entrega de uma pessoa, acusada ou condenada por um ou mais crimes, ao país que a reclama.
Não haverá extradição de brasileiro nato. Também não será concedida extradição de estrangeiro por
crime político ou de opinião.
A deportação será aplicada nas hipóteses de entrada ou estada irregular de estrangeiros no território
nacional e a repatriação ocorre quando o clandestino é impedido de ingressar em território nacional pela
fiscalização fronteiriça e aeroportuária brasileira.
O banimento, que é a entrega de um brasileiro para julgamento no exterior, prática comum na época
da ditadura militar, é vedado pela Constituição.
— Direitos políticos
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Os Direitos Políticos visam assegurar a participação do cidadão na vida política e estrutural de seu
Estado, garantindo-lhe o acesso à condução da coisa pública. Abrangem o poder que qualquer cidadão
tem na condução dos destinos de sua coletividade, de uma forma direta ou indireta, ou seja, sendo eleito
ou elegendo representantes junto aos poderes públicos.
Cidadania e nacionalidade são conceitos distintos, logo nacional é diferente de cidadão. A condição
de nacional é um pressuposto para a de cidadão. A cidadania em sentido estrito é o status de nacional
acrescido dos direitos políticos, isto é, o poder participar do processo governamental, sobretudo pelo
voto.
Nos termos do art. 14 da Constituição Federal a soberania popular é exercida pelo sufrágio (voto)
universal, direto e secreto, com valor igual para todos. Ademais, estabelece também os instrumentos de
participação semidireta pelo povo.
Plebiscito: manifestação popular do eleitorado que decide acerca de uma determinada questão. As-
sim, em termos práticos, é feita uma pergunta à qual responde o eleitor. É uma consulta prévia à elabora-
ção da lei.
Referendo: manifestação popular, em que o eleitor aprova ou rejeita uma atitude governamental, nor-
malmente uma lei ou projeto de lei já existente.
Iniciativa Popular: é o direito de uma parcela da população (1% do eleitorado) apresentar ao Poder
Legislativo um projeto de lei que deverá ser examinado e votado. Os eleitores também podem usar deste
instrumento em nível estadual e municipal.
São inalistáveis os estrangeiros e os conscritos durante serviço militar obrigatório, ou seja, aqueles
que se alistaram no exército e foram convocados a prestar serviço militar.
Os direitos políticos passivos consistem na possibilidade de ser votado, ou seja, na elegibilidade que é
a capacidade eleitoral passiva consistente na possibilidade de o cidadão pleitear determinados mandatos
políticos, mediante eleição popular, desde que preenchidos os devidos requisitos.
I - a nacionalidade brasileira;
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b) 30 para Governador e Vice-Governador de Estado e do Distrito Federal;
c) 21 anos para Deputado Federal, Deputado Estadual ou Distrital, Prefeito, Vice-Prefeito e juiz de
paz;
Inelegibilidades:
A Constituição não menciona exaustivamente todas hipóteses de inelegibilidade, apenas fixa algumas.
Em regra:
II - se contar mais de dez anos de serviço, será agregado pela autoridade superior e, se eleito, passa-
rá automaticamente, no ato da diplomação, para a inatividade.
§ 10 O mandato eletivo poderá ser impugnado ante a Justiça Eleitoral no prazo de quinze dias
contados da diplomação, instruída a ação com provas de abuso do poder econômico, corrupção
ou fraude;
A perda e a suspensão dos direitos políticos podem-se dar, respectivamente, de forma definitiva ou
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temporária. Ocorrerá a perda quando houver cancelamento da naturalização por sentença transitada em
julgado, no caso de recusa em cumprir obrigação a todos imposta ou prestação alternativa (é o caso do
serviço militar obrigatório). Por sua vez, a suspensão dos direitos políticos se dá enquanto persistirem os
motivos desta, ou seja, enquanto não retoma a capacidade civil, o indivíduo terá seus direitos políticos
suspensos; readquirindo-a, alcançará, novamente o status de cidadão. Também são passíveis de sus-
pensão os condenados criminalmente (com sentença transitado em julgado). Cumprida a pena, readqui-
rem os direitos políticos; no caso de improbidade administrativa, a suspensão será, da mesma forma,
temporária.
Art. 15. É vedada a cassação de direitos políticos, cuja perda ou suspensão só se dará nos ca-
sos de:
IV - recusa de cumprir obrigação a todos imposta ou prestação alternativa, nos termos do art. 5º, VIII
— Partidos Políticos
Partidos políticos são associações de pessoas de ideologia e interesses comuns, com a finalidade de
exercer o poder a partir da vontade popular, determinando o governo e a orientação política nacional. Ju-
ridicamente, são verdadeiras instituições, pessoas jurídicas de direito privado, constituídas na forma da
lei civil, perante o Registro Civil de Pessoas Jurídicas e que gozam de imunidade e autonomia para gerir
sua organização interna.
No Brasil, o pluralismo político é um dos fundamentos da República, e diferente de outras nações aqui
não foi instituído o dualismo. (direita e esquerda ou democratas e republicanos). Os partidos políticos
têm liberdade de organização partidária, sendo livres a criação, fusão, incorporação e a sua extinção,
observados o caráter nacional, a proibição de subordinação e recebimento de recursos financeiros de
entidades ou governo estrangeiros, a vedação da utilização de organização paramilitar, além do dever de
prestar contas à Justiça Eleitoral e do funcionamento parlamentar de acordo com a lei.
Os partidos políticos, uma vez devidamente constituídos e registrados no TSE, têm direito a recursos
do fundo partidário e acesso gratuito ao rádio e à televisão para fins de propaganda eleitoral.
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Organização político-administrativa do Estado. Estado federal brasileiro, União, esta-
dos, Distrito Federal, municípios e territórios
São elementos do Estado a soberania, a finalidade, o povo e o território. Assim, Dalmo de Abreu Dal-
lari (apud Lenza, 2019, p. 719) define Estado como “a ordem jurídica soberana que tem por fim o bem
comum de um povo situado em determinado território”.
Soberania é o poder político supremo e independente que o Estado detém consistente na capacidade
para editar e reger suas próprias normas e seu ordenamento jurídico.
A finalidade consiste no objetivo maior do Estado que é o bem comum, conjunto de condições para o
desenvolvimento integral da pessoa humana.
Povo é o conjunto de indivíduos, em regra, com um objetivo comum, ligados a um determinado territó-
rio pelo vínculo da nacionalidade.
Território é o espaço físico dentro do qual o Estado exerce seu poder e sua soberania. Onde o povo
se estabelece e se organiza com ânimo de permanência.
O federalismo é a forma de Estado marcado essencialmente pela união indissolúvel dos entes federa-
tivos, ou seja, pela impossibilidade de secessão, separação. São entes da federação brasileira: a União;
os Estados-Membros; o Distrito Federal e os Municípios. Brasília é a capital federal e o Estado brasileiro
é considerado laico, mantendo uma posição de neutralidade em matéria religiosa, admitindo o culto de
todas as religiões, sem qualquer intervenção.
- soberania;
- cidadania;
- pluralismo político.
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Objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil
- promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras
formas de discriminação.
O art. 4.º, CF/88 dispõe que a República Federativa do Brasil é regida nas suas relações internacio-
nais pelos seguintes princípios:
- independência nacional;
- não intervenção;
- defesa da paz;
Competências
Competência é o poder, normalmente legal, de uma autoridade pública para a prática de atos adminis-
trativos e tomada de decisões. As competências dos entes federativos podem ser:
Exclusiva, que é aquela conferida exclusivamente a um dos entes federativos (União, Estados, Distri-
to Federal e Municípios), com exclusão dos demais.
Privativa, que é aquela enumerada como própria de um ente, com possibilidade, entretanto, de dele-
gação para outro.
Na complementar, o ente federativo tem competência naquilo que a norma federal (superior) lhe dê
condição de atuar e na suplementar, por sua vez, o ente federativo supre a competência federal não
exercida, porém, se esta o exercer, o ato aditado com base na competência suplementar perde a eficá-
cia, naquilo que lhe for contrário.
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Sempre que falarmos em competência comum ou exclusiva, devemos excluir a ideia de “legislar”.
Sempre que falarmos em legislar, estaremos tratando necessariamente de uma competência privativa ou
concorrente.
Entes Federativos
União
A União é o ente federativo com dupla personalidade. Internamente, é uma pessoa jurídica de direito
público interno, com autonomia financeira, administrativa e política e capacidade de auto-organização,
autogoverno, autolegislação e autoadministração. Internacionalmente, a União é soberana e representa a
República Federativa do Brasil a quem cabe exercer as prerrogativas da soberania do Estado brasileiro.
Os bens da União são todos aqueles elencados, no art. 20, CF.
II - as terras devolutas indispensáveis à defesa das fronteiras, das fortificações e construções milita-
res, das vias federais de comunicação e à preservação ambiental, definidas em lei;
III - os lagos, rios e quaisquer correntes de água em terrenos de seu domínio, ou que banhem mais de
um Estado, sirvam de limites com outros países, ou se estendam a território estrangeiro ou dele prove-
nham, bem como os terrenos marginais e as praias fluviais;
IV as ilhas fluviais e lacustres nas zonas limítrofes com outros países; as praias marítimas; as ilhas
oceânicas e as costeiras, excluídas, destas, as que contenham a sede de Municípios, exceto aquelas
áreas afetadas ao serviço público e a unidade ambiental federal, e as referidas no art. 26, II; Redação
dada pela Emenda Constitucional nº 46, de 2005).
VI - o mar territorial;
Como ente federativo, a União possui competências administrativas que lhe são exclusivas (art. 21,
CF), competências legislativas privativas (art. 22, CF), competências administrativas comuns com Esta-
dos, Distrito Federal e Municípios (art. 23, CF) e competências legislativas concorrentes com Estados,
Distrito Federal e Municípios (art. 24, CF).
COMPETÊNCIAS ADMINIS-
Comuns e Exclusivas Arts. 21 e 23, CF
TRATIVAS
COMPETÊNCIAS LEGISLA- Privativas e Concorren-
Arts. 22 e 24, CF
TIVAS tes
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Competência administrativa exclusiva da União: art. 21, CF
IV - permitir, nos casos previstos em lei complementar, que forças estrangeiras transitem pelo território
nacional ou nele permaneçam temporariamente;
VIII - administrar as reservas cambiais do País e fiscalizar as operações de natureza financeira, espe-
cialmente as de crédito, câmbio e capitalização, bem como as de seguros e de previdência privada;
a) os serviços de radiodifusão sonora, e de sons e imagens; (Redação dada pela Emenda Constitucio-
nal nº 8, de 15/08/95)
XIII - organizar e manter o Poder Judiciário, o Ministério Público do Distrito Federal e dos Territórios e
a Defensoria Pública dos Territórios; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 69, de 2012) (Produ-
ção de efeito)
XIV - organizar e manter a polícia civil, a polícia penal, a polícia militar e o corpo de bombeiros militar
do Distrito Federal, bem como prestar assistência financeira ao Distrito Federal para a execução de servi-
ços públicos, por meio de fundo próprio; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 104, de 2019)
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XVI - exercer a classificação, para efeito indicativo, de diversões públicas e de programas de rádio e
televisão;
XIX - instituir sistema nacional de gerenciamento de recursos hídricos e definir critérios de outorga de
direitos de seu uso; (Regulamento)
XXII - executar os serviços de polícia marítima, aeroportuária e de fronteiras; (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
XXIII - explorar os serviços e instalações nucleares de qualquer natureza e exercer monopólio estatal
sobre a pesquisa, a lavra, o enriquecimento e reprocessamento, a industrialização e o comércio de miné-
rios nucleares e seus derivados, atendidos os seguintes princípios e condições:
a) toda atividade nuclear em território nacional somente será admitida para fins pacíficos e mediante
aprovação do Congresso Nacional;
d) a responsabilidade civil por danos nucleares independe da existência de culpa; (Incluída pela
Emenda Constitucional nº 49, de 2006)
XXVI - organizar e fiscalizar a proteção e o tratamento de dados pessoais, nos termos da lei.
Competências administrativas comuns da União, Estados, Distrito Federal e Municípios: art. 23,
CF:
Art. 23. É competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios:
I - zelar pela guarda da Constituição, das leis e das instituições democráticas e conservar o patrimônio
público;
II - cuidar da saúde e assistência pública, da proteção e garantia das pessoas portadoras de deficiên-
cia; (Vide ADPF 672)
III - proteger os documentos, as obras e outros bens de valor histórico, artístico e cultural, os monu-
mentos, as paisagens naturais notáveis e os sítios arqueológicos;
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histórico, artístico ou cultural;
Parágrafo único. Leis complementares fixarão normas para a cooperação entre a União e os Estados,
o Distrito Federal e os Municípios, tendo em vista o equilíbrio do desenvolvimento e do bem-estar em âm-
bito nacional. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 53, de 2006)
I - direito civil, comercial, penal, processual, eleitoral, agrário, marítimo, aeronáutico, espacial e do
trabalho;
II - desapropriação;
V - serviço postal;
XI - trânsito e transporte;
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XVII - organização judiciária, do Ministério Público do Distrito Federal e dos Territórios e da Defensoria
Pública dos Territórios, bem como organização administrativa destes; (Redação dada pela Emenda Cons-
titucional nº 69, de 2012)
XXI - normas gerais de organização, efetivos, material bélico, garantias, convocação, mobilização,
inatividades e pensões das polícias militares e dos corpos de bombeiros militares; (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
XXVIII - defesa territorial, defesa aeroespacial, defesa marítima, defesa civil e mobilização nacional;
XXX - proteção e tratamento de dados pessoais. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 115, de
2022)
Parágrafo único. Lei complementar poderá autorizar os Estados a legislar sobre questões específicas
das matérias relacionadas neste artigo.
Competência Legislativa concorrente da União, Estados e Distrito Federal: art. 24, CF:
Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre:
I - direito tributário, financeiro, penitenciário, econômico e urbanístico; (Vide Lei nº 13.874, de 2019)
II - orçamento;
V - produção e consumo;
VI - florestas, caça, pesca, fauna, conservação da natureza, defesa do solo e dos recursos naturais,
proteção do meio ambiente e controle da poluição;
VIII - responsabilidade por dano ao meio ambiente, ao consumidor, a bens e direitos de valor artístico,
estético, histórico, turístico e paisagístico;
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IX - educação, cultura, ensino, desporto, ciência, tecnologia, pesquisa, desenvolvimento e inovação;
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 85, de 2015)
§ 2º A competência da União para legislar sobre normas gerais não exclui a competência suplementar
dos Estados. (Vide Lei nº 13.874, de 2019)
§ 3º Inexistindo lei federal sobre normas gerais, os Estados exercerão a competência legislativa plena,
para atender a suas peculiaridades. (Vide Lei nº 13.874, de 2019)
§ 4º A superveniência de lei federal sobre normas gerais suspende a eficácia da lei estadual, no que
lhe for contrário. (Vide Lei nº 13.874, de 2019).
Estados
O Brasil é composto de estados federados que gozam de uma autonomia, consubstanciada na capaci-
dade de auto-organização, auto legislação, autogoverno e autoadministração.
Os Estados podem se formar a partir de incorporação, subdivisão ou desmembramento, que por sua
vez, pode se dar por anexação ou formação. A incorporação ou fusão é a junção de dois ou mais Estados
para formação de um único Estado novo. A cisão ou subdivisão é a separação de um Estado em dois ou
mais Estados autônomos e independentes. E, o desmembramento consiste na separação de parte de um
Estado para formação de um novo Estado (formação) ou anexação a outro Estado já existente.
As competências estaduais estão previstas no art. 25, CF e os bens dos Estados estão elenca-
dos no art. 26, CF:
Art. 25. Os Estados organizam-se e regem-se pelas Constituições e leis que adotarem, observa-
dos os princípios desta Constituição.
§ 1º São reservadas aos Estados as competências que não lhes sejam vedadas por esta Constituição.
§ 2º Cabe aos Estados explorar diretamente, ou mediante concessão, os serviços locais de gás canali-
zado, na forma da lei, vedada a edição de medida provisória para a sua regulamentação. (Redação dada
pela Emenda Constitucional nº 5, de 1995).
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Art. 26. Incluem-se entre os bens dos Estados:
II - as áreas, nas ilhas oceânicas e costeiras, que estiverem no seu domínio, excluídas aquelas sob
domínio da União, Municípios ou terceiros;
Municípios
O Município, que também é um ente federado que possui autonomia administrativa (autoadministra-
ção) e política (auto-organização, autogoverno e capacidade normativa própria). E, vinculado ao Estado
onde se localiza, depende na sua criação, incorporação, fusão ou desmembramento, de lei estadual den-
tro do período determinado por lei complementar federal, além da realização de plebiscito.
III - instituir e arrecadar os tributos de sua competência, bem como aplicar suas rendas, sem prejuízo
da obrigatoriedade de prestar contas e publicar balancetes nos prazos fixados em lei;
VII - prestar, com a cooperação técnica e financeira da União e do Estado, serviços de atendimento à
saúde da população;
VIII - promover, no que couber, adequado ordenamento territorial, mediante planejamento e controle
do uso, do parcelamento e da ocupação do solo urbano;
A fiscalização financeira e orçamentária dos Municípios se dá sob duas modalidades: controle exter-
no, exercido pela Câmara Municipal e o controle interno, exercido pelo próprio executivo municipal, nos
termos do art. 31, CF.
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Distrito Federal e Territórios
O Distrito Federal é reconhecido como ente integrante da Federação e goza de autonomia política,
embora não se enquadre nem como estado-membro ou município. Sua principal função é servir como
sede do Governo Federal e não pode haver divisões em municípios. O Distrito Federal não possui consti-
tuição, mas lei orgânica própria, que define os princípios básicos de sua organização, suas competências
e a organização de seus poderes governamentais, nos termos do art. 32, CF.
Art. 32. O Distrito Federal, vedada sua divisão em Municípios, reger-se-á por lei orgânica, vo-
tada em dois turnos com interstício mínimo de dez dias, e aprovada por dois terços da Câmara
Legislativa, que a promulgará, atendidos os princípios estabelecidos nesta Constituição.
§ 1º Ao Distrito Federal são atribuídas as competências legislativas reservadas aos Estados e Municí-
pios.
§ 4º Lei federal disporá sobre a utilização, pelo Governo do Distrito Federal, da polícia civil, da polícia
penal, da polícia militar e do corpo de bombeiros militar (Redação dada pela Emenda Constitucional nº
104, de 2019).
Atualmente, não existe no Brasil nenhum Território. Com a CF/88, os territórios de Roraima e Amapá
foram transformados em Estados e Fernando de Noronha foi incorporado ao Estado de Pernambuco.
— Disposições gerais
Por sua vez, a administração indireta é a descentralizada, composta por entidades personalizadas de
prestação de serviço ou exploração de atividades econômicas, mas vinculadas aos Poderes Executivos
da entidade pública. Ex.: Autarquias: Agência Nacional de Aviação Civil – ANAC, Instituto Nacional de
Colonização e Reforma Agrária – INCRA e outras agências reguladoras, Universidade Federal de Alfenas
– UNIFAL-MG e outras universidades federais, Centros e Institutos Federais de Educação Tecnológica,
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Banco Central do Brasil – BACEN; Conselho Federal de Medicina e outros Conselhos Profissionais etc;
Empresas Públicas: BNDES, Caixa Econômica Federal, Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos
etc; Sociedades de economia mista: Petrobrás, Banco do Brasil etc; Fundações públicas: Funai, Funasa,
IBGE etc.
Impessoalidade: todos atos e provimentos administrativos não são imputáveis ao agente político que
o realiza, mas sim ao órgão ou entidade pública em nome da qual atuou.
Moralidade: impõe a obediência à lei, não só no que ela tem de formal, mas como na sua teleologia.
Não bastará ao administrador o estrito cumprimento da legalidade, devendo ele, no exercício de sua fun-
ção pública, respeitar os princípios éticos de razoabilidade e justiça.
Publicidade: todos os atos administrativos devem ser públicos, vedado o sigilo e o segredo, salvo em
hipóteses restritas que envolvam a segurança nacional.
Eficiência: trazido pela Emenda Constitucional nº 19, este princípio estabelece que os atos adminis-
trativos devem cumprir os seus propósitos de forma eficaz.
Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Esta-
dos, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade,
moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte (Redação dada pela Emenda Constitu-
cional nº 19, de 1998):
I - os cargos, empregos e funções públicas são acessíveis aos brasileiros que preencham os requi-
sitos estabelecidos em lei, assim como aos estrangeiros, na forma da lei; (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 19, de 1998);
— Servidores públicos
Concurso Público:
A investidura em cargo ou emprego público só se pode dar por meio de concurso público. Enquanto
não há a posse, os aprovados têm apenas uma expectativa de direito. Não há direito adquirido em rela-
ção ao cargo pela simples aprovação em concurso público.
Art. 37.
III - o prazo de validade do concurso público será de até dois anos, prorrogável uma vez, por igual
período;
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mínimos previstos em lei, destinam-se apenas às atribuições de direção, chefia e assessoramento (Reda-
ção dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998);
VII - o direito de greve será exercido nos termos e nos limites definidos em lei específica (Redação
dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998);
VIII - a lei reservará percentual dos cargos e empregos públicos para as pessoas portadoras de defi-
ciência e definirá os critérios de sua admissão;
IX - a lei estabelecerá os casos de contratação por tempo determinado para atender a necessidade
temporária de excepcional interesse público;
O art. 37 da Constituição Federal estabelece ainda as regras quanto a valores, limitações e formas de
recebimento de remuneração e subsídios dos servidores públicos, bem como condições sobre acúmulo
de cargos e funções:
Art. 37.
X - a remuneração dos servidores públicos e o subsídio de que trata o § 4º do art. 39 somente pode-
rão ser fixados ou alterados por lei específica, observada a iniciativa privativa em cada caso, assegurada
revisão geral anual, sempre na mesma data e sem distinção de índices (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 19, de 1998) (Regulamento);
XII - os vencimentos dos cargos do Poder Legislativo e do Poder Judiciário não poderão ser superio-
res aos pagos pelo Poder Executivo;
XIV - os acréscimos pecuniários percebidos por servidor público não serão computados nem acumula-
dos para fins de concessão de acréscimos ulteriores; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19,
de 1998);
XVI - é vedada a acumulação remunerada de cargos públicos, exceto, quando houver compatibilidade
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de horários, observado em qualquer caso o disposto no inciso XI (Redação dada pela Emenda Constitu-
cional nº 19, de 1998):
a) a de dois cargos de professor; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998);
b) a de um cargo de professor com outro técnico ou científico (Redação dada pela Emenda Constitu-
cional nº 19, de 1998);
Art. 37.
XIX - somente por lei específica poderá ser criada autarquia e autorizada a instituição de empresa
pública, de sociedade de economia mista e de fundação, cabendo à lei complementar, neste último caso,
definir as áreas de sua atuação (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998);
XX - depende de autorização legislativa, em cada caso, a criação de subsidiárias das entidades men-
cionadas no inciso anterior, assim como a participação de qualquer delas em empresa privada;
Todas as obras, serviços e compras da Administração, nos termos do que preceitua o art. 37 da Cons-
tituição, deverão ser contratadas por meio de licitação pública.
Art. 37.
XXI - ressalvados os casos especificados na legislação, as obras, serviços, compras e alienações se-
rão contratados mediante processo de licitação pública que assegure igualdade de condições a todos os
concorrentes, com cláusulas que estabeleçam obrigações de pagamento, mantidas as condições efetivas
da proposta, nos termos da lei, o qual somente permitirá as exigências de qualificação técnica e econô-
mica indispensáveis à garantia do cumprimento das obrigações (Regulamento).
XXII - as administrações tributárias da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, ativi-
dades essenciais ao funcionamento do Estado, exercidas por servidores de carreiras específicas, terão
recursos prioritários para a realização de suas atividades e atuarão de forma integrada, inclusive com
o compartilhamento de cadastros e de informações fiscais, na forma da lei ou convênio (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003);
§ 1º A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos deverá ter
caráter educativo, informativo ou de orientação social, dela não podendo constar nomes, símbolos ou
imagens que caracterizem promoção pessoal de autoridades ou servidores públicos.
§ 2º A não observância do disposto nos incisos II e III implicará a nulidade do ato e a punição da auto-
ridade responsável, nos termos da lei.
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§ 3º A lei disciplinará as formas de participação do usuário na administração pública direta e indireta,
regulando especialmente (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998):
II - o acesso dos usuários a registros administrativos e a informações sobre atos de governo, obser-
vado o disposto no art. 5º, X e XXXIII; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) (Vide Lei nº
12.527, de 2011);
III - a disciplina da representação contra o exercício negligente ou abusivo de cargo, emprego ou fun-
ção na administração pública. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998).
Improbidade Administrativa
A improbidade administrativa é espécie de ilegalidade praticada pelo servidor, qualificada pela finalida-
de de atribuir situação de vantagem a si ou a outrem. A Lei nº 8.429/92, chamada de Lei de Improbidade
Administrativa, disciplina este dispositivo constitucional, previsto no art. 37, §4º.
Art. 37.
§ 5º A lei estabelecerá os prazos de prescrição para ilícitos praticados por qualquer agente, servidor
ou não, que causem prejuízos ao erário, ressalvadas as respectivas ações de ressarcimento.
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arts. 42 e 142 com a remuneração de cargo, emprego ou função pública, ressalvados os cargos acumulá-
veis na forma desta Constituição, os cargos eletivos e os cargos em comissão declarados em lei de livre
nomeação e exoneração. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998) (Vide Emenda Constitu-
cional nº 20, de 1998);
§ 11. Não serão computadas, para efeito dos limites remuneratórios de que trata o inciso XI do caput
deste artigo, as parcelas de caráter indenizatório previstas em lei (Incluído pela Emenda Constitucional
nº 47, de 2005).
§ 12. Para os fins do disposto no inciso XI do caput deste artigo, fica facultado aos Estados e ao Dis-
trito Federal fixar, em seu âmbito, mediante emenda às respectivas Constituições e Lei Orgânica, como li-
mite único, o subsídio mensal dos Desembargadores do respectivo Tribunal de Justiça, limitado a noven-
ta inteiros e vinte e cinco centésimos por cento do subsídio mensal dos Ministros do Supremo Tribunal
Federal, não se aplicando o disposto neste parágrafo aos subsídios dos Deputados Estaduais e Distritais
e dos Vereadores (Incluído pela Emenda Constitucional nº 47, de 2005).
§ 13. O servidor público titular de cargo efetivo poderá ser readaptado para exercício de cargo cujas
atribuições e responsabilidades sejam compatíveis com a limitação que tenha sofrido em sua capacida-
de física ou mental, enquanto permanecer nesta condição, desde que possua a habilitação e o nível de
escolaridade exigidos para o cargo de destino, mantida a remuneração do cargo de origem (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 103, de 2019).
O regime jurídico dos servidores públicos é o conjunto de princípios e regras destinadas à regulação
das relações funcionais da administração pública e seus agentes. Pode ser geral, aplicável a todos os
servidores de uma determinada pessoa política (da Administração Pública Federal, Estadual, Municipal,
por exemplo) ou específico, como é o caso de algumas carreiras, como a Magistratura, Ministério Público
etc.
O Regime Jurídico dos Servidores Públicos da União é estatutário e regido pela Lei nº 8.112 de 1990.
Nas esferas distrital, estaduais e municipais podem ser adotados estatutos próprios, desde compatíveis
com os preceitos da Constituição Federal e da Lei 8.112/90.
A Constituição Federal prevê todo o regime jurídico dos Servidores Públicos, com sistema remunerató-
rio, regime previdenciário e regra geral de aposentadoria, nos termos do art. 40, CF.
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desvinculado do serviço público arbitrariamente, a não ser por sentença transitada em julgado ou decisão
administrativa em que lhe foi dado amplo direito de defesa, aposentadoria compulsória, exoneração a
pedido ou morte:
Art. 41. São estáveis após três anos de efetivo exercício os servidores nomeados para cargo de
provimento efetivo em virtude de concurso público (Redação dada pela Emenda Constitucional nº
19, de 1998).
§ 1º O servidor público estável só perderá o cargo (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19,
de 1998):
I - em virtude de sentença judicial transitada em julgado (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19,
de 1998);
II - mediante processo administrativo em que lhe seja assegurada ampla defesa (Incluído pela Emen-
da Constitucional nº 19, de 1998);
§ 2º Invalidada por sentença judicial a demissão do servidor estável, será ele reintegrado, e o eventual
ocupante da vaga, se estável, reconduzido ao cargo de origem, sem direito a indenização, aproveitado
em outro cargo ou posto em disponibilidade com remuneração proporcional ao tempo de serviço (Reda-
ção dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998);
São militares dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios, os membros das polícias militares e
corpos de bombeiros militares, instituições organizadas com base na hierarquia e disciplina, nos termos
do art. 42, CF. Aos militares são proibidas a sindicalização e a greve, em face das funções por eles de-
sempenhadas.
Art. 42. Os membros das Polícias Militares e Corpos de Bombeiros Militares, instituições orga-
nizadas com base na hierarquia e disciplina, são militares dos Estados, do Distrito Federal e dos
Territórios (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 18, de 1998).
§ 1º Aplicam-se aos militares dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios, além do que vier a ser
fixado em lei, as disposições do art. 14, § 8º; do art. 40, § 9º; e do art. 142, §§ 2º e 3º, cabendo a lei esta-
dual específica dispor sobre as matérias do art. 142, § 3º, inciso X, sendo as patentes dos oficiais confe-
ridas pelos respectivos governadores (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 15/12/98).
§ 2º Aos pensionistas dos militares dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios aplica-se o que
for fixado em lei específica do respectivo ente estatal (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 41,
19.12.2003).
§ 3º Aplica-se aos militares dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios o disposto no art. 37,
inciso XVI, com prevalência da atividade militar (Incluído pela Emenda Constitucional nº 101, de 2019).
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Processo legislativo. Processo legislativo estadual, distrital e municipal: normas consti-
tucionais federais aplicáveis. Fiscalização contábil, financeira e orçamentária
— Estrutura
O Poder Legislativo no Brasil é bicameral, ou seja, composto por duas casas: a Câmara dos Deputa-
dos e o Senado Federal, a primeira constituída por representantes do povo e a segunda, por represen-
tantes dos Estados-Membros e do Distrito Federal (LENZA, 2019). Câmara e Senado formam o Congres-
so Nacional.
Já o Poder Legislativo em âmbito estadual, municipal, distrital e dos Territórios Federais, é do tipo
unicameral, composto por uma única casa legislativa, sendo a Assembleia Legislativa, composta pelos
Deputados Estaduais, em âmbito estadual, e a Câmara Municipal, composta pelos Vereadores em âmbito
municipal.
As casas Legislativas são geralmente formadas por três instâncias: mesa diretora, comissões e plená-
rio.
A mesa diretora tem funções administrativas sobre o funcionamento da Casa, e o presidente da mesa
é o responsável pelo processo legislativo. É ele quem organiza a pauta das reuniões e, portanto, decide
quais assuntos serão examinados pelo plenário. Tem o poder de obstruir as decisões do Executivo ou os
projetos de lei dos parlamentares se não os colocar em votação. A mesa do Congresso Nacional é presi-
dida pelo presidente do Senado.
As comissões podem ser permanentes, definidas pelos respectivos regimentos internos, com o poder
para discutir e votar alguns projetos de lei sem passar pelo plenário, e temporárias, criadas para tratar de
assuntos específicos. As comissões também podem realizar audiências públicas com entidades da socie-
dade civil, convocar autoridades e cidadãos para prestar informações.
O Plenário é a instância máxima e soberana no Legislativo para qualquer decisão. Nas votações, a de-
cisão de cada um dos parlamentares é influenciada por vários fatores, dentre eles o programa do partido
político ao qual cada parlamentar é filiado e os compromissos assumidos com as chamadas bases eleito-
rais.
— Funcionamento e atribuições
A maioria das pessoas se preocupa muito com as eleições para os cargos do Executivo, dando menos
importância aos Deputados Federais, Estaduais, Senadores e Vereadores municipais, entretanto, a esses
representantes competem uma função típica tão importante quanto a de governar e administrar: a legis-
latura. São eles os responsáveis por pensarem e fazerem as leis que regem todo o país e são aplicadas
pelo Poder Judiciário.
Compete ao Congresso Nacional, com a sanção do Presidente da República, nos termos do art. 48,
CF, dispor sobre todas as matérias de competência da União, especialmente sobre:
— Plano plurianual, diretrizes orçamentárias, orçamento anual, operações de crédito, dívida pública e
emissões de curso forçado;
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— Fixação e modificação do efetivo das Forças Armadas;
— Concessão de anistia;
— Telecomunicações e radiodifusão;
— Fixação do subsídio dos Ministros do STF, observado o que dispõem os arts. 39, § 4º; 150, II; 153,
III; e 153, § 2.º, I (LENZA, 2019, p. 886).
Também compete exclusivamente ao Congresso Nacional, nos termos do art. 49, CF:
— Resolver definitivamente sobre tratados, acordos ou atos internacionais que acarretem encargos ou
compromissos gravosos ao patrimônio nacional;
— Autorizar o Presidente da República a declarar guerra, a celebrar a paz, a permitir que forças es-
trangeiras transitem pelo território nacional ou nele permaneçam temporariamente, ressalvados os casos
previstos em lei complementar (cf. LC n. 90/97, com as alterações introduzidas pela LC n. 149/2015);
— Aprovar o estado de defesa e a intervenção federal, autorizar o estado de sítio, ou suspender qual-
quer uma dessas medidas;
— Sustar os atos normativos do Poder Executivo que exorbitem do poder regulamentar ou dos limites
de delegação legislativa;
— Fixar idêntico subsídio para os Deputados Federais e os Senadores, observado o que dispõem os
arts. 37, XI, 39, § 4.º, 150, II, 153, III, e 153, § 2.º, I;
— Julgar anualmente as contas prestadas pelo Presidente da República e apreciar os relatórios sobre
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a execução dos planos de governo;
— Fiscalizar e controlar, diretamente, ou por qualquer de suas Casas, os atos do Poder Executivo,
incluídos os da administração indireta;
— Zelar pela preservação de sua competência legislativa em face da atribuição normativa dos outros
Poderes;
— Aprovar, previamente, a alienação ou concessão de terras públicas com área superior a dois mil e
quinhentos hectares (LENZA, 2019, p. 887).
As matérias de competência privativa dos Deputados Federais não dependerão de sanção presiden-
cial, nos termos do art. 48, caput, CF e estão previstas no art. 51, CF. Tais atribuições, geram espécies
normativas materializadas por meio de resoluções.
I - autorizar, por dois terços de seus membros, a instauração de processo contra o Presidente e o Vi-
ce-Presidente da República e os Ministros de Estado;
IV – dispor sobre sua organização, funcionamento, polícia, criação, transformação ou extinção dos
cargos, empregos e funções de seus serviços, e a iniciativa de lei para fixação da respectiva remune-
ração, observados os parâmetros estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias; (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 19, de 1998).
O Senado Federal compõe-se de representantes dos Estados e do Distrito Federal e tem a mesma
relevância e força dada à Câmara dos Deputados.
Segundo Lenza (2019) cada Estado e o Distrito Federal elegerão 3 Senadores, sendo que cada Se-
nador será eleito com 2 suplentes para o mandato de 8 anos, portanto, duas legislaturas. São requisitos
para a candidatura dos Senadores: ser brasileiro nato ou naturalizado, maior de 35 anos, estar em ple-
no exercício dos direitos políticos; ter domicílio eleitoral na circunscrição; alistamento eleitoral e filiação
partidária.
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Art. 52. Compete privativamente ao Senado Federal:
III - aprovar previamente, por voto secreto, após arguição pública, a escolha de:
c) Governador de Território;
e) Procurador-Geral da República;
IV - aprovar previamente, por voto secreto, após arguição em sessão secreta, a escolha dos chefes de
missão diplomática de caráter permanente;
V - autorizar operações externas de natureza financeira, de interesse da União, dos Estados, do Distri-
to Federal, dos Territórios e dos Municípios;
VI - fixar, por proposta do Presidente da República, limites globais para o montante da dívida consoli-
dada da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios;
VII - dispor sobre limites globais e condições para as operações de crédito externo e interno da União,
dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, de suas autarquias e demais entidades controladas
pelo Poder Público federal;
VIII - dispor sobre limites e condições para a concessão de garantia da União em operações de crédito
externo e interno;
IX - estabelecer limites globais e condições para o montante da dívida mobiliária dos Estados, do Dis-
trito Federal e dos Municípios;
X - suspender a execução, no todo ou em parte, de lei declarada inconstitucional por decisão definitiva
do Supremo Tribunal Federal;
XI - aprovar, por maioria absoluta e por voto secreto, a exoneração, de ofício, do Procurador-Geral da
República antes do término de seu mandato;
XIII - dispor sobre sua organização, funcionamento, polícia, criação, transformação ou extinção dos
cargos, empregos e funções de seus serviços, e a iniciativa de lei para fixação da respectiva remune-
ração, observados os parâmetros estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 19, de 1998);
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XIV - eleger membros do Conselho da República, nos termos do art. 89, VII.
Parágrafo único. Nos casos previstos nos incisos I e II, funcionará como Presidente o do Supremo
Tribunal Federal, limitando-se a condenação, que somente será proferida por dois terços dos votos do
Senado Federal, à perda do cargo, com inabilitação, por oito anos, para o exercício de função pública,
sem prejuízo das demais sanções judiciais cabíveis.
— Processo legislativo
O processo legislativo é o conjunto de regras constitucionalmente previstas para elaboração das nor-
mas e leis previstas no art. 59, CF, pelo Poder Legislativo.
I - emendas à Constituição;
II - leis complementares;
IV - leis delegadas;
V - medidas provisórias;
VI - decretos legislativos;
VII - resoluções.
Parágrafo único. Lei complementar disporá sobre a elaboração, redação, alteração e consolidação das
leis.
O processo legislativo brasileiro é o indireto ou representativo, pelo qual o povo escolhe seus man-
datários (parlamentares), que receberão de forma autônoma poderes para decidir sobre os assuntos
de sua competência constitucional. Há quatro espécies de processos ou procedimentos legislativos, o
comum ou ordinário, o sumário, os especiais e os especialíssimos.
O processo legislativo ordinário se destina à elaboração das leis ordinárias, caracterizando-se pela
sua maior extensão. O processo legislativo sumário, difere-se do ordinário apenas pela existência de
prazo para que o Congresso Nacional delibere sobre determinado assunto. Os processos legislativos
especiais são estabelecidos para a elaboração das emendas à Constituição, leis complementares, leis
delegadas, medidas provisórias, decretos-legislativos e resoluções. E, o especialíssimo é previsto para
leis financeiras e orçamentárias.
São basicamente três as etapas ou fases do processo legislativo brasileiro, havendo divergências
doutrinárias: a iniciativa, a constitutiva, que compreende a deliberação parlamentar, com a discussão
e votação, e a deliberação executiva, através da sanção ou veto, e a complementar, que compreende a
promulgação e a publicação.
As hipóteses da iniciativa são: geral, concorrente, privativa, popular, conjunta, do art. 67 e a parlamen-
tar ou extraparlamentar. De maneira ampla, a CF atribui competência às seguintes pessoas e aos órgãos,
conforme prevê o art. 61, caput (iniciativa geral): qualquer Deputado Federal ou Senador da República;
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Comissão da Câmara dos Deputados, do Senado Federal ou do Congresso Nacional; Presidente da
República; Supremo Tribunal Federal; Tribunais Superiores; Procurador-Geral da República e cidadãos
(LENZA, 2019).
Ainda segundo Lenza (2019), terminada a fase de discussão e votação, aprovado o projeto de lei, de-
verá ele ser encaminhado para a apreciação do Chefe do Executivo para sanção, concordância, ou veto,
discordância total ou parcial. A sanção poderá ser expressa ou tácita e representa o momento em que
o projeto de lei se transforma em lei, para promulgação. Em caso de discordância, poderá o Presidente
da República vetar o projeto de lei, total ou parcialmente, no prazo de 15 dias úteis, contados da data do
recebimento. O veto deverá ser sempre expresso e justificado, podendo ser considerado inconstitucio-
nal (veto jurídico), ou contrário ao interesse público (veto político). O veto é irretratável, porém, relativo,
podendo ser derrubado em sessão conjunta da Câmara e do Senado, dentro de 30 dias a contar de seu
recebimento, pelo voto da maioria absoluta dos Deputados e Senadores.
A fiscalização contábil, financeira e orçamentária dos órgãos da União e da Administração Pública são
de competência interna do sistema de controle de cada Poder e externo, do Congresso Nacional, com
auxílio do Tribunal de Contas.
Parágrafo único. Prestará contas qualquer pessoa física ou jurídica, pública ou privada, que utilize,
arrecade, guarde, gerencie ou administre dinheiros, bens e valores públicos ou pelos quais a União res-
ponda, ou que, em nome desta, assuma obrigações de natureza pecuniária (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 19, de 1998).
O Tribunal de Contas da União é o órgão auxiliar e de orientação do Poder Legislativo, embora autô-
nomo e a ele não subordinado, praticando atos de natureza administrativa, concernentes, basicamente, à
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fiscalização. Deve, portanto, examinar rotineiramente as contas públicas, nos termos do art. 71 e seguin-
tes da Constituição Federal:
Art. 71. O controle externo, a cargo do Congresso Nacional, será exercido com o auxílio do Tri-
bunal de Contas da União, ao qual compete:
I - apreciar as contas prestadas anualmente pelo Presidente da República, mediante parecer prévio
que deverá ser elaborado em sessenta dias a contar de seu recebimento;
II - julgar as contas dos administradores e demais responsáveis por dinheiros, bens e valores públicos
da administração direta e indireta, incluídas as fundações e sociedades instituídas e mantidas pelo Poder
Público federal, e as contas daqueles que derem causa a perda, extravio ou outra irregularidade de que
resulte prejuízo ao erário público;
III - apreciar, para fins de registro, a legalidade dos atos de admissão de pessoal, a qualquer título, na
administração direta e indireta, incluídas as fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público, exce-
tuadas as nomeações para cargo de provimento em comissão, bem como a das concessões de aposen-
tadorias, reformas e pensões, ressalvadas as melhorias posteriores que não alterem o fundamento legal
do ato concessório;
IV - realizar, por iniciativa própria, da Câmara dos Deputados, do Senado Federal, de Comissão téc-
nica ou de inquérito, inspeções e auditorias de natureza contábil, financeira, orçamentária, operacional
e patrimonial, nas unidades administrativas dos Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário, e demais
entidades referidas no inciso II;
V - fiscalizar as contas nacionais das empresas supranacionais de cujo capital social a União participe,
de forma direta ou indireta, nos termos do tratado constitutivo;
VI - fiscalizar a aplicação de quaisquer recursos repassados pela União mediante convênio, acordo,
ajuste ou outros instrumentos congêneres, a Estado, ao Distrito Federal ou a Município;
VII - prestar as informações solicitadas pelo Congresso Nacional, por qualquer de suas Casas, ou por
qualquer das respectivas Comissões, sobre a fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional
e patrimonial e sobre resultados de auditorias e inspeções realizadas;
IX - assinar prazo para que o órgão ou entidade adote as providências necessárias ao exato cumpri-
mento da lei, se verificada ilegalidade;
X - sustar, se não atendido, a execução do ato impugnado, comunicando a decisão à Câmara dos De-
putados e ao Senado Federal;
§ 1º No caso de contrato, o ato de sustação será adotado diretamente pelo Congresso Nacional, que
solicitará, de imediato, ao Poder Executivo as medidas cabíveis.
§ 2º Se o Congresso Nacional ou o Poder Executivo, no prazo de noventa dias, não efetivar as medi-
das previstas no parágrafo anterior, o Tribunal decidirá a respeito.
§ 3º As decisões do Tribunal de que resulte imputação de débito ou multa terão eficácia de título exe-
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cutivo.
Art. 72. A Comissão mista permanente a que se refere o art. 166, §1º, diante de indícios de des-
pesas não autorizadas, ainda que sob a forma de investimentos não programados ou de subsídios
não aprovados, poderá solicitar à autoridade governamental responsável que, no prazo de cinco
dias, preste os esclarecimentos necessários.
§ 2º Entendendo o Tribunal irregular a despesa, a Comissão, se julgar que o gasto possa causar dano
irreparável ou grave lesão à economia pública, proporá ao Congresso Nacional sua sustação.
Art. 73. O Tribunal de Contas da União, integrado por nove Ministros, tem sede no Distrito Fede-
ral, quadro próprio de pessoal e jurisdição em todo o território nacional, exercendo, no que cou-
ber, as atribuições previstas no art. 96.
§ 1º Os Ministros do Tribunal de Contas da União serão nomeados dentre brasileiros que satisfaçam
os seguintes requisitos:
IV - mais de dez anos de exercício de função ou de efetiva atividade profissional que exija os conheci-
mentos mencionados no inciso anterior.
I - um terço pelo Presidente da República, com aprovação do Senado Federal, sendo dois alternada-
mente dentre auditores e membros do Ministério Público junto ao Tribunal, indicados em lista tríplice pelo
Tribunal, segundo os critérios de antiguidade e merecimento;
Art. 74. Os Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário manterão, de forma integrada, sistema
de controle interno com a finalidade de:
I - avaliar o cumprimento das metas previstas no plano plurianual, a execução dos programas de go-
verno e dos orçamentos da União;
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tária, financeira e patrimonial nos órgãos e entidades da administração federal, bem como da aplicação
de recursos públicos por entidades de direito privado;
III - exercer o controle das operações de crédito, avais e garantias, bem como dos direitos e haveres
da União;
§ 2º Qualquer cidadão, partido político, associação ou sindicato é parte legítima para, na forma da lei,
denunciar irregularidades ou ilegalidades perante o Tribunal de Contas da União.
Embora tenha o nome de Tribunal, é órgão administrativo que não exerce função judicial. Entretanto,
apesar de não ser órgão judicial, o cumprimento de suas decisões é obrigatório. O Tribunal de Contas
pode responsabilizar entidades e agentes por débitos irregulares e aplicar multas, nos termos da lei,
decisões, essas, que têm eficácia de título executivo. Pode determinar também que se adotem as provi-
dências necessárias ao exato cumprimento da lei.
A aprovação de contas pelo Tribunal de Contas não afasta o seu exame pelo Legislativo ou pelo Judi-
ciário.
O modelo federal deverá ser seguido pelos Estados-membros, Distrito Federal e Municípios, inclusive
em relação à composição e modo de investidura dos respectivos conselheiros, respeitando-se as propor-
cionalidades de escolha entre o Poder Executivo e o Poder Legislativo, nos mesmos moldes da Constitui-
ção Federal.
Art. 75. As normas estabelecidas nesta seção aplicam-se, no que couber, à organização, com-
posição e fiscalização dos Tribunais de Contas dos Estados e do Distrito Federal, bem como dos
Tribunais e Conselhos de Contas dos Municípios.
Parágrafo único. As Constituições estaduais disporão sobre os Tribunais de Contas respectivos, que
serão integrados por sete Conselheiros.
De modo geral, as comissões parlamentares são organismos instituídos em cada Câmara, para uma
determinada finalidade, como estudar e examinar as proposições legislativas e apresentar pareceres.
As CPIs são comissões investigativas temporárias, destinadas a averiguação e apuração de fato certo
e determinado e estão disciplinadas no art. 58, § 3.º, da CF/88, na Lei n. 1.579/52 (alterada pelas Leis
10.679/2003 e 13.367/2016), na Lei n. 10.001/2000, na LC n. 105/2001 e nos Regimentos Internos das
Casas Legislativas.
As CPIs serão criadas pela Câmara dos Deputados e pelo Senado Federal, em conjunto ou separa-
damente, mediante requerimento de 1/3 da totalidade de seus membros, com indicação precisa do fato
a ser apurado na investigação parlamentar e do prazo certo para o desenvolvimento e conclusão dos
trabalhos.
Além de ouvir testemunhas e investigados as CPIs podem determinar quebra do sigilo fiscal, bancário
e de dados, inclusive telefônicos.
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Ordem econômica e financeira
O art. 170 da Constituição da República Federativa do Brasil promulgada em 1988 dispõe que a ordem
econômica é fundada em dois postulados básicos: a valorização do trabalho humano e a livre iniciati-
va2.
Tomando por base essa premissa, pode-se entender que qualquer particular que atue explorando ativi-
dade econômica deverá respeitar esses preceitos e que as condutas praticadas que possam restringi-los
ou afetá-los serão tidas por ilegais e sujeitas à repressão estatal.
De fato, é nisso que se baseia a possibilidade de intervenção estatal. Em outras palavras, o ente
público deverá agir sempre que entender que os atores do cenário econômico estejam agindo de forma a
prejudicar qualquer de seus pilares de sustentação.
Os valores sociais do trabalho estão definidos no art. 1º, IV da Lei Maior como um dos fundamentos
da República, o que demonstra, claramente, a preocupação do Constituinte em conciliar os fatores de
capital e trabalho como forma de atender aos preceitos da justiça social.
Partindo desta premissa, o texto constitucional não tolera comportamentos que coloquem em risco a
vida ou a saúde dos trabalhadores ou que os reduza à condição análoga de escravo.
Em verdade, a Carta Magna de 1988 tem um forte papel de intervenção nas relações de emprego,
traçando garantias inafastáveis aos trabalhadores, com a intenção de evitar a exploração da mão de obra
pelo empresário.
Com efeito, o art. 7º, entre outros dispositivos do texto constitucional detalha prerrogativas dos empre-
gados como forma de se atingir a justiça social.
• Liberdade de iniciativa
A livre iniciativa é postulada do regime capitalista e se resume na possibilidade dada a todos de in-
gressar no mercado de produção de bens e serviços por sua conta e risco, explorando atividade econô-
mica com a finalidade de obtenção de lucro, sem que, para isso, precise concorrer com o Estado.
Este postulado fica evidente ao se verificar que o art. 170, parágrafo único da Constituição Federal,
estabelece que a todos é assegurado o livre exercício de qualquer atividade econômica, sem necessida-
de de autorização de órgãos públicos, à exceção dos casos previstos em lei.
No entanto, a intervenção estatal tem limites. O Supremo Tribunal Federal inclusive já se manifestou,
2 http://professor.pucgoias.edu.br/SiteDocente/admin/arquivosUpload/7771/material/CAPITULO%20IN-
TERVEN%C3%87%C3%83O%20DO%20ESTADO%20NO%20DOM%C3%8DNIO%20ECONOMICO%20
-%20MATHEUS%20CARVALHO.pdf
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em diversas situações, estipulando que a atuação estatal na economia deve respeitar os limites da livre
iniciativa e que os prejuízos decorrentes desta intervenção serão indenizados nos moldes do art. 37, §6º
da Constituição Federal.
Além dos fundamentos elencados, a Constituição Federal contemplou alguns princípios que devem
nortear o sistema da ordem econômica no país, a seguir indicados:
a) soberania nacional: a ordem econômica não pode desenvolver-se de modo a colocar em risco a
soberania nacional em face dos interesses externos.
c) livre concorrência: devendo o Estado permitir a atuação livre dos cidadãos no cenário econômi-
co e, ao mesmo tempo, reprimir qualquer abuso que possa causar prejuízos aos menos favorecidos em
razão do abuso do poder econômico.
d) defesa do consumidor: atrelado diretamente à vedação do abuso por parte do fornecedor de bens
e serviços que detém os meios de produção.
e) defesa do meio ambiente: o que traz a noção de desenvolvimento sustentável, não se admitindo a
destruição do meio ambiente como forma de reduzir custos na produção de bens e mercadorias.
Enfim, esses princípios devem ser analisados de forma a se perceber que o tratamento dado pelo
constituinte à ordem econômica está ligado diretamente à garantia de justiça social, o que justifica toda a
atuação estatal dentro deste setor.
A despeito da existência de algumas controvérsias acerca do tema, pode-se estabelecer que o Estado
atua de duas formas na ordem econômica.
– Estado regulador: a primeira forma de atuação do ente público no domínio econômico se dá por
meio da regulação das atividades exercidas pelos particulares. Neste contexto, atua definindo normas de
atuação, reprimindo o abuso do poder econômico e fiscalizando as atividades exercidas pelos particula-
res com finalidade lucrativa, como forma de evitar distorções do sistema.
– Estado executor: trata-se da segunda forma de atuação do Estado que, em casos excepcionais,
pode explorar diretamente atividades econômicas. Com efeito, o ente estatal deixa a posição de controla-
dor da atividade dos particulares para se inserir no mercado como executor direto da atividade do segun-
do setor.
Insta salientar que o art. 173 da Carta Magna dispõe que esta exploração direta de atividade econômi-
ca pelo Estado se dá como forma de atingir o interesse da coletividade ou de garantir a segurança nacio-
nal, não se dando com finalidade lucrativa.
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• Estado regulador
Conforme previamente explicitado, o ente público tem o dever de atuar regulando a atividade econômi-
ca de forma a evitar atuações abusivas do poder econômico e proteger a sociedade da busca desenfrea-
da pelo lucro.
Assim, Estado Regulador é aquele que, através de regime interventivo, se incumbe de estabelecer as
regras disciplinadoras da ordem econômica com o objetivo de ajustá-la aos ditames da justiça social.
O art. 174 da Carta Magna dispõe que Como agente normativo e regulador da atividade econômica, o
Estado exercerá, na forma da lei, as funções de fiscalização, incentivo e planejamento, sendo este deter-
minante para o setor público e indicativo para o setor privado.
É possível destacar do texto do dispositivo transcrito que o ente público pode se manifestar de três
formas diversas na regulação da atividade econômica, quais sejam, a fiscalização, o incentivo e o plane-
jamento.
A fiscalização se manifesta por meio da verificação dos setores econômicos com a intenção de evitar
comportamentos abusivos dos particulares, valendo-se do seu poder econômico, causando prejuízos a
empregados, consumidores, pequenas empresas, entre outros hipossuficientes.
O incentivo ou fomento pode ser ilustrado por medidas como isenções fiscais, subsídios, aumentos
de tributos de importação de determinados produtos, assistência tecnológica e incentivos creditícios do
poder público que visam a auxiliar no desenvolvimento econômico e social do país.
O planejamento, por seu turno, se apresenta por meio da estipulação de metas a serem alcançadas
pelo governo no ramo da economia.
É possível, então, verificar que estas atividades pautam a intervenção direta do Estado no domínio
econômico.
A União pode ser enxergada, dentro do sistema de partilha constitucional de atribuições ora vigente, a
principal responsável pelas medidas de regulação do Estado na atividade econômica.
e) o aproveitamento energético dos cursos d’água e os serviços de transportes, entre outros. (inciso
XII, b, c, d, e).
Da mesma forma, ao tratar da competência para a edição de leis acerca dos temas relacionados a
esta atuação, o art. 22 da Carta Magna atribui à União Federal, privativamente, legislar sobre:
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b) os sistemas de poupança, captação e garantia da poupança popular (inciso XIX);
Em verdade, pode-se perceber que há, dentro das disposições constitucionais, uma supremacia da
União como representante do Estado-Regulador da ordem econômica. Todavia, cumpre informar que o
parágrafo único do art. 22, ora mencionado, determina que Lei Complementar poderá autorizar os Esta-
dos a legislar sobre questões especificas relacionadas às matérias hoje reservadas à União.
Outrossim, ao Estado e ao Distrito Federal foram atribuídas algumas funções supletivas definidas pelo
art. 24 da Carta Magna que trata da competência legislativa concorrente entre os entes federativos para
tratar acerca de direito econômico e financeiro, produção e consumo e proteção do meio ambiente.
Como sói acontecer, nestas situações, a União fica responsável pela edição de normas gerais sobre
os temas, deixando aos demais entes federativos a legitimidade para a expedição de normas suplemen-
tares.
Por fim, o art. 23 da Constituição Federal, ao tratar da competência administrativa comum, também
aponta atividades relacionadas à intervenção estatal no domínio econômico. Desta forma, compete a
todas as entidades políticas, concorrentemente, proteger o meio ambiente, fomentar a produção agrope-
cuária e organizar o abastecimento alimentar, combater as causas da pobreza e promover a integração
social dos segmentos hipossuficientes.
• Estado executor
Além da regulação da atividade econômica, por meio do tabelamento de preços, controle e sanciona-
mento dos atos contrários à livre concorrência, entre outras medidas, o ente público também atua direta-
mente na execução da atividade econômica ao lado dos particulares.
Por óbvio, as atividades primordiais do Estado são apresentadas por meio da prestação de serviços
públicos, execução de obras e aplicação de normas de polícia. Todavia, excepcionalmente, admite-se a
exploração direta de atividade econômica, desde que respeitados os limites travados na própria Consti-
tuição Federal.
É claro que o exercício estatal dessas atividades não pode constituir-se em regra geral.
Neste sentido, o Estado pode criar pessoas jurídicas a ele vinculadas, destinadas mais apropriada-
mente à execução de atividades econômicas. De fato, a Carta Magna, em seu art. 37, XIX, prevê a pos-
sibilidade de criação, mediante autorização legislativa, de empresas públicas e sociedades de economia
mista que podem atuar explorando atividade de mercado, desde que na busca do interesse público.
Pode-se, portanto, definir que o Estado executa atividade econômica por meio de entidades da Admi-
nistração Indireta, integrante da estrutura da organização administrativa, vinculada aos entes federativos
por meio de controle ministerial. Trata-se de exploração direta de atividade econômica pelo Estado.
A regra relativa à exploração direta de atividades econômicas pelo Estado se encontra no art. 173 da
Constituição Federal, a qual dispõe que, ressalvados os casos previstos nesta Constituição, a explora-
ção direta de atividade econômica pelo Estado só será permitida quando necessária aos imperativos da
segurança nacional ou a relevante interesse coletivo, conforme definidos em lei.
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Verifica-se, de uma leitura conjunta deste dispositivo e do art. 170, IV da Carta Magna, que compete,
primordialmente, a iniciativa privada a exploração de atividades econômicas, com a finalidade de obten-
ção de lucro, razão pela qual, a possibilidade de atuação do Estado executando atividades mercantis
deve ser interpretada restritivamente, por se caracterizar norma de exceção.
Ademais, a atuação do Estado no domínio econômico, mediante a exploração de atividades, não pode
se dar com finalidade lucrativa, ou seja, as empresas estatais não devem ser criadas após a análise do
cenário econômico mais favorável à obtenção de lucro pelo ente público e sim com o intuito de atender a
necessidades coletivas.
Com efeito, ainda que sejam criadas para fins de exploração de atividades econômicas, a finalidade
destas empresas estatais deve ser o interesse público, não sendo possível a criação de entidade com a
finalidade de obtenção de lucro.
É possível que o lucro seja consequência de uma determinada atividade, como ocorre em casos de
exploração e venda de derivados do petróleo, ou na atividade financeira, mas não pode ser o mote de
criação da entidade, nem pode condicionar seus atos.
Dois são os pressupostos que justificam esta intervenção direta do Estado, atuando na exploração da
atividade de mercado. Vejamos:
→ Segurança nacional: Trata-se de pressuposto político. O texto constitucional deixa claro que
se a ordem econômica conduzida pelos particulares estiver causando algum risco à soberania do
país, fica o estado autorizado a intervir no domínio econômico, direta ou indiretamente, para resta-
belecer a ordem.
→ Relevante interesse coletivo: Compete à lei definir o que pode ser tratado como situação de
interesse coletivo relevante, haja vista se tratar de conceito jurídico indeterminado. Em algumas
situações, a própria Constituição Federal pode permitir a exploração de atividade econômica dire-
ta, por considerar que se trata de caso no qual o interesse coletivo demanda atuação estatal.
O art. 173, § 1º, da Constituição Federal, com redação dada pela EC n. 19/1988 (Reforma Administra-
tiva do Estado) dispõe que a lei deverá estabelecer o estatuto jurídico da empresa pública, da sociedade
de economia mista e de suas subsidiárias que explorem atividade econômica de produção ou comerciali-
zação de bens ou de prestação de serviço.
Diante da ausência de legislação específica, a atividade estatal de explorar atividade econômica vem
sendo regulada por outros diplomas legais, como a lei 8.666/93, a lei 10.520/02, que tratam das regras
referentes às contratações destas entidades, entre outros.
Enfim, as empresas públicas e sociedades de economia mista poderão ser criadas, mediante a autori-
zação de lei específica, dotadas de personalidade jurídica de direito privado, com o intuito de prestação
de serviços por delegação do ente federativo ou para fins de exploração de atividade econômica.
Em ambos os casos, a doutrina é pacífica no sentido de conferir a estas entidades um regime misto,
ou híbrido, no qual o direito privado é derrogado por princípios inerentes à atuação do Estado.
Monopólio estatal
Conforme dispõe a ciência econômica, o Monopólio configura situação na qual existe apenas um
fornecedor de determinado bem ou serviço, não havendo preço de mercado, haja vista a imposição do
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preço pelo monopolista.
O monopólio privado é vedado pela Constituição, uma vez que permite a dominação do mercado e a
eliminação da concorrência, o que pode ser considerado danoso à ordem econômica, denotando abuso
de poder.
O monopólio estatal, por seu turno, não tem finalidade lucrativa, sendo regulamentado no próprio texto
constitucional, em situações nas quais o poder público busca proteger o interesse público.
Com efeito, em razão da finalidade protetiva, o monopólio do Estado em determinadas atividades eco-
nômica encontra guarida no texto da Constituição da República.
Enfim, pode-se considerar que o monopólio estatal tem a natureza de intervenção do Estado no do-
mínio econômico, afastando a atuação dos particulares naquela específica atividade, como forma de se
garantir o interesse da coletividade.
Atividades monopolizadas
a) a pesquisa e a lavra das jazidas de petróleo e gás natural e outros hidrocarbonetos fluidos
c) a importação e exportação dos produtos e derivados básicos resultantes das atividades previstas
nos incisos anteriores;
Por fim, cumpre ressaltar que existem atividades que se sujeitam a monopólio implícito do poder públi-
co.
Nestes casos, o art. 21 da Carta Constitucional estabelece que somente o ente público poderá exercer
atividades como a emissão de moedas, o serviço postal; a exploração de serviços de telecomunicação; e
a exploração de serviços de radiodifusão sonora e de sons e imagens; de serviços de energia Elétrica e
de aproveitamento dos cursos d´água; da navegação aérea, aeroespacial e a infraestrutura aeroportuá-
ria; de serviços de transporte ferroviário e aquaviário entre portos brasileiros e fronteiras nacionais, ou
que transponham os limites de Estado ou território; de serviços de transporte rodoviário interestadual e
internacional de passageiros; de portos marítimos, fluviais e lacustres.
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TÍTULO VII
DA ORDEM ECONÔMICA E FINANCEIRA
CAPÍTULO I
DOS PRINCÍPIOS GERAIS DA ATIVIDADE ECONÔMICA
Art. 170. A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano e na livre iniciativa, tem por
fim assegurar a todos existência digna, conforme os ditames da justiça social, observados os seguintes
princípios:
I - soberania nacional;
II - propriedade privada;
IV - livre concorrência;
V - defesa do consumidor;
VI - defesa do meio ambiente, inclusive mediante tratamento diferenciado conforme o impacto ambien-
tal dos produtos e serviços e de seus processos de elaboração e prestação;
IX - tratamento favorecido para as empresas de pequeno porte constituídas sob as leis brasileiras e
que tenham sua sede e administração no País.
Parágrafo único. É assegurado a todos o livre exercício de qualquer atividade econômica, independen-
temente de autorização de órgãos públicos, salvo nos casos previstos em lei.
Art. 172. A lei disciplinará, com base no interesse nacional, os investimentos de capital estrangeiro,
incentivará os reinvestimentos e regulará a remessa de lucros.
Art. 173. Ressalvados os casos previstos nesta Constituição, a exploração direta de atividade eco-
nômica pelo Estado só será permitida quando necessária aos imperativos da segurança nacional ou a
relevante interesse coletivo, conforme definidos em lei.
II - a sujeição ao regime jurídico próprio das empresas privadas, inclusive quanto aos direitos e obriga-
ções civis, comerciais, trabalhistas e tributários;
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§ 2º As empresas públicas e as sociedades de economia mista não poderão gozar de privilégios fis-
cais não extensivos às do setor privado.
§ 4º - lei reprimirá o abuso do poder econômico que vise à dominação dos mercados, à eliminação da
concorrência e ao aumento arbitrário dos lucros.
§ 5º A lei, sem prejuízo da responsabilidade individual dos dirigentes da pessoa jurídica, estabelecerá
a responsabilidade desta, sujeitando-a às punições compatíveis com sua natureza, nos atos praticados
contra a ordem econômica e financeira e contra a economia popular.
Art. 174. Como agente normativo e regulador da atividade econômica, o Estado exercerá, na forma da
lei, as funções de fiscalização, incentivo e planejamento, sendo este determinante para o setor público e
indicativo para o setor privado.
Art. 175. Incumbe ao Poder Público, na forma da lei, diretamente ou sob regime de concessão ou per-
missão, sempre através de licitação, a prestação de serviços públicos.
Art. 176. As jazidas, em lavra ou não, e demais recursos minerais e os potenciais de energia hidráulica
constituem propriedade distinta da do solo, para efeito de exploração ou aproveitamento, e pertencem à
União, garantida ao concessionário a propriedade do produto da lavra.
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§ 3º A autorização de pesquisa será sempre por prazo determinado, e as autorizações e concessões
previstas neste artigo não poderão ser cedidas ou transferidas, total ou parcialmente, sem prévia anuên-
cia do poder concedente.
I - a pesquisa e a lavra das jazidas de petróleo e gás natural e outros hidrocarbonetos fluidos;
III - a importação e exportação dos produtos e derivados básicos resultantes das atividades previstas
nos incisos anteriores;
§ 1º A União poderá contratar com empresas estatais ou privadas a realização das atividades previs-
tas nos incisos I a IV deste artigo observadas as condições estabelecidas em lei.
II - as condições de contratação;
b) reduzida e restabelecida por ato do Poder Executivo, não se lhe aplicando o disposto no art. 150,
III, b;
a) ao pagamento de subsídios a preços ou transporte de álcool combustível, gás natural e seus deri-
vados e derivados de petróleo;
Art. 178. A lei disporá sobre a ordenação dos transportes aéreo, aquático e terrestre, devendo, quanto
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à ordenação do transporte internacional, observar os acordos firmados pela União, atendido o princípio
da reciprocidade.
Art. 180. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios promoverão e incentivarão o turismo
como fator de desenvolvimento social e econômico.
Art. 181. O atendimento de requisição de documento ou informação de natureza comercial, feita por
autoridade administrativa ou judiciária estrangeira, a pessoa física ou jurídica residente ou domiciliada no
País dependerá de autorização do Poder competente.
Política Urbana
A execução da atividade urbanística, ora compreendida como a intervenção estatal voltada à ordena-
ção dos espaços habitáveis, é uma típica função pública, a ser desempenhada pela União, Estados, Dis-
trito Federal e Municípios em suas correspectivas esferas de competência, mediante a necessária parti-
cipação da sociedade civil, em cooperação com a iniciativa privada e demais setores da sociedade e em
condições isonômicas com os agentes privados na promoção de empreendimentos e atividades relativos
ao processo de urbanização.
O protagonismo dos Municípios nesta seara é inegável, uma vez que cabe ao Poder Público Munici-
pal, por expressa determinação constitucional, a execução da política de desenvolvimento urbano, con-
forme as diretrizes gerais fixadas por meio de lei federal (CF, art. 182, caput).
Entre os diplomas normativos voltados ao estabelecimento das diretrizes gerais da Política Urbana
destacam-se o Estatuto da Cidade, editado em 2001 na forma da Lei Federal 10.257, e o Estatuto da
Metrópole, editado em 2015 na forma da Lei Federal 13.089.
Incumbe aos Municípios fixar, por meio dos seus respectivos Planos Diretores – editados por meio de
lei municipal e obrigatórios para cidades com população superior a vinte mil habitantes – as exigências
fundamentais de ordenação da cidade (CF, art. 182, § 2º) bem como delimitar as áreas em que o Poder
Público municipal poderá exigir, mediante lei específica, nos termos da lei federal, o adequado aprovei-
tamento do solo urbano não edificado, não utilizado ou subutilizado, por meio da aplicação sucessiva
dos instrumentos enumerados no art. 182, § 4º, da Constituição, a saber: notificação para parcelamento,
edificação ou utilização compulsórios, imposto predial e territorial progressivo no tempo e desapropria-
3 https://enciclopediajuridica.pucsp.br/verbete/76/edicao-1/principios-e-instrumentos-de-politica-urbana
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ção-sanção.
Ambos os objetivos guardam íntima relação com a concretização dos direitos sociais enunciados
no art. 6º da Constituição da República, em especial com os direitos sociais ao trabalho, à moradia, ao
transporte e ao lazer os quais, na classificação proposta pela Carta de Atenas, correspondem às quatro
funções essenciais da cidade.
A menção à garantia do bem-estar dos habitantes da cidade remete, ainda, ao caput do art. 225 da
Constituição, que enuncia o direito de todos ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso
comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo ao Poder Público e à coletividade o de-
ver de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações.
A conjugação entre os arts. 182 e 225 da Constituição da República permite afirmar que o modelo de
desenvolvimento a ser promovido pela Política Urbana Brasileira é o do desenvolvimento urbano susten-
tável, pautado pelo equilíbrio entre crescimento econômico, inclusão social e preservação ambiental e
pela solidariedade intergeracional.
Esta opção constitucional implícita pelo modelo de desenvolvimento urbano sustentável é confirmada
pela enunciação explícita da garantia do direito às cidades sustentáveis como diretriz geral da política
urbana brasileira feita pelo art. 2º, inciso I, do Estatuto da Cidade.
CF, CAPÍTULO II
DA POLÍTICA URBANA
Art. 182. A política de desenvolvimento urbano, executada pelo Poder Público municipal, conforme
diretrizes gerais fixadas em lei, tem por objetivo ordenar o pleno desenvolvimento das funções sociais da
cidade e garantir o bem-estar de seus habitantes.
§ 1º O plano diretor, aprovado pela Câmara Municipal, obrigatório para cidades com mais de vinte mil
habitantes, é o instrumento básico da política de desenvolvimento e de expansão urbana.
§ 2º A propriedade urbana cumpre sua função social quando atende às exigências fundamentais de
ordenação da cidade expressas no plano diretor.
§ 3º As desapropriações de imóveis urbanos serão feitas com prévia e justa indenização em dinheiro.
§ 4º É facultado ao Poder Público municipal, mediante lei específica para área incluída no plano di-
retor, exigir, nos termos da lei federal, do proprietário do solo urbano não edificado, subutilizado ou não
utilizado, que promova seu adequado aproveitamento, sob pena, sucessivamente, de:
III - desapropriação com pagamento mediante títulos da dívida pública de emissão previamente apro-
vada pelo Senado Federal, com prazo de resgate de até dez anos, em parcelas anuais, iguais e sucessi-
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vas, assegurados o valor real da indenização e os juros legais.
Art. 183. Aquele que possuir como sua área urbana de até duzentos e cinquenta metros quadrados,
por cinco anos, ininterruptamente e sem oposição, utilizando-a para sua moradia ou de sua família, ad-
quirir-lhe-á o domínio, desde que não seja proprietário de outro imóvel urbano ou rural.
§ 2º Esse direito não será reconhecido ao mesmo possuidor mais de uma vez.
As políticas governamentais de acesso à terra no Brasil não conseguem promover um pacto político
de sustentação para um projeto de redistribuição de terras, apesar de possuir um dos mais belos diplo-
mas sobre a questão agrária (Lei nº. 4.504/64)4.
Reforma agrária não consiste apenas na entrega da terra a quem não a tem e a quer, precisa-se de
uma reforma acoplada à política agrícola, que responda aos anseios do homem sem-terra.
Na definição dos instrumentos legais para a regularização fundiária deve-se adotar a negociação
como forma de relação entre planejadores, executores e ocupantes, evitando imposições e incentivando
a discussão de princípios e práticas que favoreçam a melhoria da qualidade de vida e fortalecimento da
cidadania.
A reforma agrária não é contra a propriedade privada no campo. Ao contrário, descentraliza-a demo-
craticamente, favorecendo as massas e beneficiando o conjunto da nacionalidade. É um imperativo da
realidade social atual, devendo atender a função social da propriedade, evitando-se assim, as tensões
sociais e conflitos no campo.
Uma reforma agrária no País, moderada e sábia, será uma das causas principais do progresso nacio-
nal.
Art. 184. Compete à União desapropriar por interesse social, para fins de reforma agrária, o imóvel ru-
ral que não esteja cumprindo sua função social, mediante prévia e justa indenização em títulos da dívida
agrária, com cláusula de preservação do valor real, resgatáveis no prazo de até vinte anos, a partir do
segundo ano de sua emissão, e cuja utilização será definida em lei.
§ 2º O decreto que declarar o imóvel como de interesse social, para fins de reforma agrária, autoriza a
União a propor a ação de desapropriação.
§ 3º Cabe à lei complementar estabelecer procedimento contraditório especial, de rito sumário, para o
processo judicial de desapropriação.
§ 4º O orçamento fixará anualmente o volume total de títulos da dívida agrária, assim como o montan-
4 https://carollinasalle.jusbrasil.com.br/artigos/155438652/politica-agricola-e-fundiaria-e-reforma-agra-
ria
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te de recursos para atender ao programa de reforma agrária no exercício.
I - a pequena e média propriedade rural, assim definida em lei, desde que seu proprietário não possua
outra;
II - a propriedade produtiva.
Parágrafo único. A lei garantirá tratamento especial à propriedade produtiva e fixará normas para o
cumprimento dos requisitos relativos a sua função social.
Art. 186. A função social é cumprida quando a propriedade rural atende, simultaneamente, segundo
critérios e graus de exigência estabelecidos em lei, aos seguintes requisitos:
Art. 187. A política agrícola será planejada e executada na forma da lei, com a participação efetiva do
setor de produção, envolvendo produtores e trabalhadores rurais, bem como dos setores de comerciali-
zação, de armazenamento e de transportes, levando em conta, especialmente:
V - o seguro agrícola;
VI - o cooperativismo;
Art. 188. A destinação de terras públicas e devolutas será compatibilizada com a política agrícola e
com o plano nacional de reforma agrária.
§ 1º A alienação ou a concessão, a qualquer título, de terras públicas com área superior a dois mil e
quinhentos hectares a pessoa física ou jurídica, ainda que por interposta pessoa, dependerá de prévia
aprovação do Congresso Nacional.
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Art. 189. Os beneficiários da distribuição de imóveis rurais pela reforma agrária receberão títulos de
domínio ou de concessão de uso, inegociáveis pelo prazo de dez anos.
Parágrafo único. O título de domínio e a concessão de uso serão conferidos ao homem ou à mulher,
ou a ambos, independentemente do estado civil, nos termos e condições previstos em lei.
Art. 190. A lei regulará e limitará a aquisição ou o arrendamento de propriedade rural por pessoa física
ou jurídica estrangeira e estabelecerá os casos que dependerão de autorização do Congresso Nacional.
Art. 191. Aquele que, não sendo proprietário de imóvel rural ou urbano, possua como seu, por cinco
anos ininterruptos, sem oposição, área de terra, em zona rural, não superior a cinquenta hectares, tor-
nando-a produtiva por seu trabalho ou de sua família, tendo nela sua moradia, adquirir-lhe-á a proprieda-
de.
Conforme doutrina, a Constituição de 1988 regula dois sistemas financeiros. O primeiro é o sistema
financeiro público, que envolve as finanças públicas e o orçamento público, e que estão disciplinados do
art. 163 ao art. 169.
O segundo é o sistema financeiro para público, ou simplesmente sistema financeiro nacional, trazido
pelo art. 192, cujos incisos e parágrafos foram desconstitucionalizados5.
O Banco Central do Brasil, apesar de autarquia federal, é também uma instituição financeira e integra
o sistema financeiro nacional, tendo a supervisão deste sistema como uma de suas funções. A doutrina
considera o Bacen um elo entre o sistema financeiro nacional e o sistema financeiro público.
Conforme art. 192 da Constituição Federal, com redação dada pela Emenda Constitucional nº
40/2003, o sistema financeiro nacional deve ser estruturado de forma a promover o desenvolvimento
equilibrado do País e a servir aos interesses da coletividade, em todas as partes que o compõem, abran-
gendo as cooperativas de crédito.
Além disso, esse sistema será regulado por leis complementares que disporão, inclusive, sobre a par-
ticipação do capital estrangeiro nas instituições que o integram.
A EC nº 40/2003 também revogou todos os incisos e parágrafos do art. 192, que traziam inúmeras
regras constitucionais sobre o sistema financeiro nacional.
5 https://direitoconstitucional.blog.br/sistema-financeiro-nacional/
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CF, CAPÍTULO IV
Art. 192. O sistema financeiro nacional, estruturado de forma a promover o desenvolvimento equilibra-
do do País e a servir aos interesses da coletividade, em todas as partes que o compõem, abrangendo as
cooperativas de crédito, será regulado por leis complementares que disporão, inclusive, sobre a partici-
pação do capital estrangeiro nas instituições que o integram. (Redação dada pela Emenda Constitucional
nº 40, de 2003)
Finanças públicas
• Orçamento
O outro instituto que, ao lado da tributação, permite que o Estado possa cumprir seu papel constitu-
cional, é o Orçamento Público, inserido no capítulo que trata da Atividade financeira do estado (cap. II do
título VI da CF).
Trata-se de uma peça contábil que além de prever despesas a serem realizadas pelo Estado, também
o autoriza a cobrar tributos que julgar necessário à estabilização de suas finanças.
Segundo a Constituição Federal, art. 165, as leis orçamentárias serão de iniciativa do poder executivo
e estabelecerão o Plano Plurianual, as Diretrizes Orçamentárias e os Orçamentos Anuais.
O Plano Plurianual tem a sua previsão no art. 165, §1º da Constituição Federal, e estabelece, de
forma regionalizada, diretrizes, objetivos e metas da administração pública para as despesas de capital
e outras decorrentes e para as relativas aos programas de duração continuada. No PPA estão evidencia-
das as necessidades regionais ou setoriais, os níveis de prioridade, as fontes de recursos disponíveis ou
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potenciais e os programas das ações de longo prazo, visam à continuidade das administrações que se
sucedem, para evitar que a população seja prejudicada com a paralisação de obras e serviços iniciados
pelo governante anterior.
A Lei de Diretrizes Orçamentárias, conforme o art. 165, §2º, da CF, compreenderá as metas e priori-
dades da administração pública federal, estabelecerá as diretrizes de política fiscal e respectivas metas,
em consonância com trajetória sustentável da dívida pública, orientará a elaboração da lei orçamentária
anual, disporá sobre as alterações na legislação tributária e estabelecerá a política de aplicação das
agências financeiras oficiais de fomento. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 109, de 2021)
A Lei Orçamentária Anual, válida apenas para um exercício financeiro, compreenderá o orçamento
fiscal, o orçamento de investimento e orçamento da seguridade social. Nela são programadas ações a
serem executadas a fim de viabilizar a realização do que foi planejado no Plano Plurianual e traçado na
Lei de Diretrizes Orçamentárias.
Por fim, é imprescindível ressaltar que a Lei de Diretrizes Orçamentárias é iniciativa do Poder Executi-
vo, que apresenta o projeto de lei ao Legislativo.
I - finanças públicas;
II - dívida pública externa e interna, incluída a das autarquias, fundações e demais entidades controla-
das pelo Poder Público;
V - fiscalização financeira da administração pública direta e indireta; (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 40, de 2003)
VI - operações de câmbio realizadas por órgãos e entidades da União, dos Estados, do Distrito Fede-
ral e dos Municípios;
VII - compatibilização das funções das instituições oficiais de crédito da União, resguardadas as carac-
terísticas e condições operacionais plenas das voltadas ao desenvolvimento regional.
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a) indicadores de sua apuração; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 109, de 2021)
b) níveis de compatibilidade dos resultados fiscais com a trajetória da dívida; (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 109, de 2021)
e) planejamento de alienação de ativos com vistas à redução do montante da dívida. (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 109, de 2021)
Parágrafo único. A lei complementar de que trata o inciso VIII do caput deste artigo pode autorizar a
aplicação das vedações previstas no art. 167-A desta Constituição. (Incluído pela Emenda Constitucional
nº 109, de 2021)
Art. 163-A. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios disponibilizarão suas informações e
dados contábeis, orçamentários e fiscais, conforme periodicidade, formato e sistema estabelecidos pelo
órgão central de contabilidade da União, de forma a garantir a rastreabilidade, a comparabilidade e a
publicidade dos dados coletados, os quais deverão ser divulgados em meio eletrônico de amplo acesso
público. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 108, de 2020)
Art. 164. A competência da União para emitir moeda será exercida exclusivamente pelo banco cen-
tral.
§ 2º O banco central poderá comprar e vender títulos de emissão do Tesouro Nacional, com o objetivo
de regular a oferta de moeda ou a taxa de juros.
Art. 164-A. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios devem conduzir suas políticas
fiscais de forma a manter a dívida pública em níveis sustentáveis, na forma da lei complementar referida
no inciso VIII do caput do art. 163 desta Constituição. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 109, de
2021)
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Seção II
DOS ORÇAMENTOS
I - o plano plurianual;
II - as diretrizes orçamentárias;
§ 1º A lei que instituir o plano plurianual estabelecerá, de forma regionalizada, as diretrizes, objetivos e
metas da administração pública federal para as despesas de capital e outras delas decorrentes e para as
relativas aos programas de duração continuada.
§ 3º O Poder Executivo publicará, até trinta dias após o encerramento de cada bimestre, relatório re-
sumido da execução orçamentária. (Vide Emenda constitucional nº 106, de 2020)
§ 4º Os planos e programas nacionais, regionais e setoriais previstos nesta Constituição serão elabo-
rados em consonância com o plano plurianual e apreciados pelo Congresso Nacional.
I - o orçamento fiscal referente aos Poderes da União, seus fundos, órgãos e entidades da administra-
ção direta e indireta, inclusive fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público;
III - o orçamento da seguridade social, abrangendo todas as entidades e órgãos a ela vinculados, da
administração direta ou indireta, bem como os fundos e fundações instituídos e mantidos pelo Poder
Público.
§ 7º Os orçamentos previstos no § 5º, I e II, deste artigo, compatibilizados com o plano plurianual,
terão entre suas funções a de reduzir desigualdades inter-regionais, segundo critério populacional.
§ 8º A lei orçamentária anual não conterá dispositivo estranho à previsão da receita e à fixação da
despesa, não se incluindo na proibição a autorização para abertura de créditos suplementares e contra-
tação de operações de crédito, ainda que por antecipação de receita, nos termos da lei.
II - estabelecer normas de gestão financeira e patrimonial da administração direta e indireta bem como
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condições para a instituição e funcionamento de fundos.
III - dispor sobre critérios para a execução equitativa, além de procedimentos que serão adotados
quando houver impedimentos legais e técnicos, cumprimento de restos a pagar e limitação das progra-
mações de caráter obrigatório, para a realização do disposto nos §§ 11 e 12 do art. 166. (Redação dada
pela Emenda Constitucional nº 100, de 2019) (Produção de efeito)
§ 11. O disposto no § 10 deste artigo, nos termos da lei de diretrizes orçamentárias: (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 102, de 2019) (Produção de efeito)
§ 12. Integrará a lei de diretrizes orçamentárias, para o exercício a que se refere e, pelo menos, para
os 2 (dois) exercícios subsequentes, anexo com previsão de agregados fiscais e a proporção dos recur-
sos para investimentos que serão alocados na lei orçamentária anual para a continuidade daqueles em
andamento. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 102, de 2019) (Produção de efeito)
§ 13. O disposto no inciso III do § 9º e nos §§ 10, 11 e 12 deste artigo aplica-se exclusivamente aos
orçamentos fiscal e da seguridade social da União. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 102, de
2019) (Produção de efeito)
§ 14. A lei orçamentária anual poderá conter previsões de despesas para exercícios seguintes, com a
especificação dos investimentos plurianuais e daqueles em andamento. (Incluído pela Emenda Constitu-
cional nº 102, de 2019) (Produção de efeito)
§ 15. A União organizará e manterá registro centralizado de projetos de investimento contendo, por
Estado ou Distrito Federal, pelo menos, análises de viabilidade, estimativas de custos e informações so-
bre a execução física e financeira. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 102, de 2019) (Produção de
efeito)
§ 16. As leis de que trata este artigo devem observar, no que couber, os resultados do monitoramen-
to e da avaliação das políticas públicas previstos no § 16 do art. 37 desta Constituição. (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 109, de 2021)
Art. 166. Os projetos de lei relativos ao plano plurianual, às diretrizes orçamentárias, ao orçamento
anual e aos créditos adicionais serão apreciados pelas duas Casas do Congresso Nacional, na forma do
regimento comum.
I - examinar e emitir parecer sobre os projetos referidos neste artigo e sobre as contas apresentadas
anualmente pelo Presidente da República;
II - examinar e emitir parecer sobre os planos e programas nacionais, regionais e setoriais previstos
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nesta Constituição e exercer o acompanhamento e a fiscalização orçamentária, sem prejuízo da atuação
das demais comissões do Congresso Nacional e de suas Casas, criadas de acordo com o art. 58.
§ 2º As emendas serão apresentadas na Comissão mista, que sobre elas emitirá parecer, e aprecia-
das, na forma regimental, pelo Plenário das duas Casas do Congresso Nacional.
§ 3º As emendas ao projeto de lei do orçamento anual ou aos projetos que o modifiquem somente
podem ser aprovadas caso:
b) serviço da dívida;
§ 4º As emendas ao projeto de lei de diretrizes orçamentárias não poderão ser aprovadas quando
incompatíveis com o plano plurianual.
§ 5º O Presidente da República poderá enviar mensagem ao Congresso Nacional para propor modifi-
cação nos projetos a que se refere este artigo enquanto não iniciada a votação, na Comissão mista, da
parte cuja alteração é proposta.
§ 6º Os projetos de lei do plano plurianual, das diretrizes orçamentárias e do orçamento anual serão
enviados pelo Presidente da República ao Congresso Nacional, nos termos da lei complementar a que se
refere o art. 165, § 9º.
§ 7º Aplicam-se aos projetos mencionados neste artigo, no que não contrariar o disposto nesta seção,
as demais normas relativas ao processo legislativo.
§ 9º As emendas individuais ao projeto de lei orçamentária serão aprovadas no limite de 1,2% (um
inteiro e dois décimos por cento) da receita corrente líquida prevista no projeto encaminhado pelo Poder
Executivo, sendo que a metade deste percentual será destinada a ações e serviços públicos de saúde.
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 86, de 2015)
§ 10. A execução do montante destinado a ações e serviços públicos de saúde previsto no § 9º, inclu-
sive custeio, será computada para fins do cumprimento do inciso I do § 2º do art. 198, vedada a desti-
nação para pagamento de pessoal ou encargos sociais. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 86, de
2015)
§ 11. É obrigatória a execução orçamentária e financeira das programações a que se refere o § 9º des-
te artigo, em montante correspondente a 1,2% (um inteiro e dois décimos por cento) da receita corrente
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líquida realizada no exercício anterior, conforme os critérios para a execução equitativa da programação
definidos na lei complementar prevista no § 9º do art. 165. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 86,
de 2015)
§ 12. A garantia de execução de que trata o § 11 deste artigo aplica-se também às programações
incluídas por todas as emendas de iniciativa de bancada de parlamentares de Estado ou do Distrito Fe-
deral, no montante de até 1% (um por cento) da receita corrente líquida realizada no exercício anterior.
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 100, de 2019) (Produção de efeito) (Vide) (Vide)
§ 13. As programações orçamentárias previstas nos §§ 11 e 12 deste artigo não serão de execução
obrigatória nos casos dos impedimentos de ordem técnica. (Redação dada pela Emenda Constitucional
nº 100, de 2019) (Produção de efeito)
§ 14. Para fins de cumprimento do disposto nos §§ 11 e 12 deste artigo, os órgãos de execução de-
verão observar, nos termos da lei de diretrizes orçamentárias, cronograma para análise e verificação de
eventuais impedimentos das programações e demais procedimentos necessários à viabilização da exe-
cução dos respectivos montantes. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 100, de 2019) (Produ-
ção de efeito)
I - (revogado); (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 100, de 2019) (Produção de efeito)
II - (revogado); (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 100, de 2019) (Produção de efeito)
III - (revogado); (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 100, de 2019) (Produção de efeito)
IV - (revogado). (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 100, de 2019) (Produção de efeito)
§ 15. (Revogado) (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 100, de 2019) (Produção de efei-
to)
§ 16. Quando a transferência obrigatória da União para a execução da programação prevista nos §§
11 e 12 deste artigo for destinada a Estados, ao Distrito Federal e a Municípios, independerá da adim-
plência do ente federativo destinatário e não integrará a base de cálculo da receita corrente líquida para
fins de aplicação dos limites de despesa de pessoal de que trata o caput do art. 169. (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 100, de 2019) (Produção de efeito)
§ 17. Os restos a pagar provenientes das programações orçamentárias previstas nos §§ 11 e 12 pode-
rão ser considerados para fins de cumprimento da execução financeira até o limite de 0,6% (seis décimos
por cento) da receita corrente líquida realizada no exercício anterior, para as programações das emendas
individuais, e até o limite de 0,5% (cinco décimos por cento), para as programações das emendas de
iniciativa de bancada de parlamentares de Estado ou do Distrito Federal. (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 100, de 2019) (Produção de efeito)
§ 18. Se for verificado que a reestimativa da receita e da despesa poderá resultar no não cumprimento
da meta de resultado fiscal estabelecida na lei de diretrizes orçamentárias, os montantes previstos nos
§§ 11 e 12 deste artigo poderão ser reduzidos em até a mesma proporção da limitação incidente sobre
o conjunto das demais despesas discricionárias. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 100, de
2019) (Produção de efeito)
§ 19. Considera-se equitativa a execução das programações de caráter obrigatório que observe cri-
térios objetivos e imparciais e que atenda de forma igualitária e impessoal às emendas apresentadas,
independentemente da autoria. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 100, de 2019) (Produção de
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efeito)
§ 20. As programações de que trata o § 12 deste artigo, quando versarem sobre o início de inves-
timentos com duração de mais de 1 (um) exercício financeiro ou cuja execução já tenha sido iniciada,
deverão ser objeto de emenda pela mesma bancada estadual, a cada exercício, até a conclusão da obra
ou do empreendimento. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 100, de 2019) (Produção de efeito)
Art. 166-A. As emendas individuais impositivas apresentadas ao projeto de lei orçamentária anual po-
derão alocar recursos a Estados, ao Distrito Federal e a Municípios por meio de: (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 105, de 2019)
II - transferência com finalidade definida. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 105, de 2019)
§ 1º Os recursos transferidos na forma do caput deste artigo não integrarão a receita do Estado, do
Distrito Federal e dos Municípios para fins de repartição e para o cálculo dos limites da despesa com
pessoal ativo e inativo, nos termos do § 16 do art. 166, e de endividamento do ente federado, vedada, em
qualquer caso, a aplicação dos recursos a que se refere o caput deste artigo no pagamento de: (Incluído
pela Emenda Constitucional nº 105, de 2019)
I - despesas com pessoal e encargos sociais relativas a ativos e inativos, e com pensionistas; e (In-
cluído pela Emenda Constitucional nº 105, de 2019)
II - encargos referentes ao serviço da dívida. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 105, de 2019)
§ 2º Na transferência especial a que se refere o inciso I do caput deste artigo, os recursos: (Incluído
pela Emenda Constitucional nº 105, de 2019)
II - pertencerão ao ente federado no ato da efetiva transferência financeira; e (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 105, de 2019)
III - serão aplicadas em programações finalísticas das áreas de competência do Poder Executivo do
ente federado beneficiado, observado o disposto no § 5º deste artigo. (Incluído pela Emenda Constitucio-
nal nº 105, de 2019)
§ 3º O ente federado beneficiado da transferência especial a que se refere o inciso I do caput deste
artigo poderá firmar contratos de cooperação técnica para fins de subsidiar o acompanhamento da exe-
cução orçamentária na aplicação dos recursos. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 105, de 2019)
§ 4º Na transferência com finalidade definida a que se refere o inciso II do caput deste artigo, os recur-
sos serão: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 105, de 2019)
II - aplicados nas áreas de competência constitucional da União. (Incluído pela Emenda Constitucional
nº 105, de 2019)
§ 5º Pelo menos 70% (setenta por cento) das transferências especiais de que trata o inciso I do caput
deste artigo deverão ser aplicadas em despesas de capital, observada a restrição a que se refere o inci-
so II do § 1º deste artigo. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 105, de 2019)
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Art. 167. São vedados:
III - a realização de operações de créditos que excedam o montante das despesas de capital, ressal-
vadas as autorizadas mediante créditos suplementares ou especiais com finalidade precisa, aprovados
pelo Poder Legislativo por maioria absoluta; (Vide Emenda constitucional nº 106, de 2020)
V - a abertura de crédito suplementar ou especial sem prévia autorização legislativa e sem indicação
dos recursos correspondentes;
VIII - a utilização, sem autorização legislativa específica, de recursos dos orçamentos fiscal e da se-
guridade social para suprir necessidade ou cobrir déficit de empresas, fundações e fundos, inclusive dos
mencionados no art. 165, § 5º;
XI - a utilização dos recursos provenientes das contribuições sociais de que trata o art. 195, I, a, e
II, para a realização de despesas distintas do pagamento de benefícios do regime geral de previdência
social de que trata o art. 201. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)
XII - na forma estabelecida na lei complementar de que trata o § 22 do art. 40, a utilização de recur-
sos de regime próprio de previdência social, incluídos os valores integrantes dos fundos previstos no art.
249, para a realização de despesas distintas do pagamento dos benefícios previdenciários do respectivo
fundo vinculado àquele regime e das despesas necessárias à sua organização e ao seu funcionamento;
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
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XIV - a criação de fundo público, quando seus objetivos puderem ser alcançados mediante a vincula-
ção de receitas orçamentárias específicas ou mediante a execução direta por programação orçamentária
e financeira de órgão ou entidade da administração pública. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 109,
de 2021)
§ 1º Nenhum investimento cuja execução ultrapasse um exercício financeiro poderá ser iniciado sem
prévia inclusão no plano plurianual, ou sem lei que autorize a inclusão, sob pena de crime de responsabi-
lidade.
§ 2º Os créditos especiais e extraordinários terão vigência no exercício financeiro em que forem auto-
rizados, salvo se o ato de autorização for promulgado nos últimos quatro meses daquele exercício, caso
em que, reabertos nos limites de seus saldos, serão incorporados ao orçamento do exercício financeiro
subseqüente.
§ 3º A abertura de crédito extraordinário somente será admitida para atender a despesas imprevisíveis
e urgentes, como as decorrentes de guerra, comoção interna ou calamidade pública, observado o dispos-
to no art. 62.
§ 4º É permitida a vinculação das receitas a que se referem os arts. 155, 156, 157, 158 e as alíneas
“a”, “b”, “d” e “e” do inciso I e o inciso II do caput do art. 159 desta Constituição para pagamento de débi-
tos com a União e para prestar-lhe garantia ou contragarantia. (Redação dada pela Emenda Constitucio-
nal nº 109, de 2021)
§ 6º Para fins da apuração ao término do exercício financeiro do cumprimento do limite de que trata o
inciso III do caput deste artigo, as receitas das operações de crédito efetuadas no contexto da gestão da
dívida pública mobiliária federal somente serão consideradas no exercício financeiro em que for realizada
a respectiva despesa. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 109, de 2021)
Art. 167-A. Apurado que, no período de 12 (doze) meses, a relação entre despesas correntes e recei-
tas correntes supera 95% (noventa e cinco por cento), no âmbito dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios, é facultado aos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, ao Ministério Público, ao Tribunal
de Contas e à Defensoria Pública do ente, enquanto permanecer a situação, aplicar o mecanismo de
ajuste fiscal de vedação da: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 109, de 2021)
II - criação de cargo, emprego ou função que implique aumento de despesa; (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 109, de 2021)
III - alteração de estrutura de carreira que implique aumento de despesa; (Incluído pela Emenda Cons-
titucional nº 109, de 2021)
IV - admissão ou contratação de pessoal, a qualquer título, ressalvadas: (Incluído pela Emenda Cons-
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titucional nº 109, de 2021)
a) as reposições de cargos de chefia e de direção que não acarretem aumento de despesa; (Incluído
pela Emenda Constitucional nº 109, de 2021)
c) as contratações temporárias de que trata o inciso IX do caput do art. 37 desta Constituição; e (In-
cluído pela Emenda Constitucional nº 109, de 2021)
V - realização de concurso público, exceto para as reposições de vacâncias previstas no inciso IV des-
te caput; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 109, de 2021)
VII - criação de despesa obrigatória; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 109, de 2021)
VIII - adoção de medida que implique reajuste de despesa obrigatória acima da variação da inflação,
observada a preservação do poder aquisitivo referida no inciso IV do caput do art. 7º desta Constituição;
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 109, de 2021)
§ 1º Apurado que a despesa corrente supera 85% (oitenta e cinco por cento) da receita corrente, sem
exceder o percentual mencionado no caput deste artigo, as medidas nele indicadas podem ser, no todo
ou em parte, implementadas por atos do Chefe do Poder Executivo com vigência imediata, facultado aos
demais Poderes e órgãos autônomos implementá-las em seus respectivos âmbitos. (Incluído pela Emen-
da Constitucional nº 109, de 2021)
§ 2º O ato de que trata o § 1º deste artigo deve ser submetido, em regime de urgência, à apreciação
do Poder Legislativo. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 109, de 2021)
§ 3º O ato perde a eficácia, reconhecida a validade dos atos praticados na sua vigência, quando: (In-
cluído pela Emenda Constitucional nº 109, de 2021)
I - rejeitado pelo Poder Legislativo; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 109, de 2021)
II - transcorrido o prazo de 180 (cento e oitenta) dias sem que se ultime a sua apreciação; ou (Incluído
pela Emenda Constitucional nº 109, de 2021)
III - apurado que não mais se verifica a hipótese prevista no § 1º deste artigo, mesmo após a sua apro-
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vação pelo Poder Legislativo. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 109, de 2021)
§ 4º A apuração referida neste artigo deve ser realizada bimestralmente. (Incluído pela Emenda Cons-
titucional nº 109, de 2021)
§ 5º As disposições de que trata este artigo: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 109, de 2021)
I - não constituem obrigação de pagamento futuro pelo ente da Federação ou direitos de outrem sobre
o erário; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 109, de 2021)
§ 6º Ocorrendo a hipótese de que trata o caput deste artigo, até que todas as medidas nele previstas
tenham sido adotadas por todos os Poderes e órgãos nele mencionados, de acordo com declaração do
respectivo Tribunal de Contas, é vedada: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 109, de 2021)
I - a concessão, por qualquer outro ente da Federação, de garantias ao ente envolvido; (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 109, de 2021)
II - a tomada de operação de crédito por parte do ente envolvido com outro ente da Federação, direta-
mente ou por intermédio de seus fundos, autarquias, fundações ou empresas estatais dependentes, ain-
da que sob a forma de novação, refinanciamento ou postergação de dívida contraída anteriormente, res-
salvados os financiamentos destinados a projetos específicos celebrados na forma de operações típicas
das agências financeiras oficiais de fomento. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 109, de 2021)
Art. 167-B. Durante a vigência de estado de calamidade pública de âmbito nacional, decretado pelo
Congresso Nacional por iniciativa privativa do Presidente da República, a União deve adotar regime
extraordinário fiscal, financeiro e de contratações para atender às necessidades dele decorrentes, so-
mente naquilo em que a urgência for incompatível com o regime regular, nos termos definidos nos arts.
167-C, 167-D, 167-E, 167-F e 167-G desta Constituição. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 109, de
2021)
Art. 167-C. Com o propósito exclusivo de enfrentamento da calamidade pública e de seus efeitos so-
ciais e econômicos, no seu período de duração, o Poder Executivo federal pode adotar processos simpli-
ficados de contratação de pessoal, em caráter temporário e emergencial, e de obras, serviços e compras
que assegurem, quando possível, competição e igualdade de condições a todos os concorrentes, dispen-
sada a observância do § 1º do art. 169 na contratação de que trata o inciso IX do caput do art. 37 desta
Constituição, limitada a dispensa às situações de que trata o referido inciso, sem prejuízo do controle dos
órgãos competentes. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 109, de 2021)
Art. 167-D. As proposições legislativas e os atos do Poder Executivo com propósito exclusivo de
enfrentar a calamidade e suas consequências sociais e econômicas, com vigência e efeitos restritos à
sua duração, desde que não impliquem despesa obrigatória de caráter continuado, ficam dispensados da
observância das limitações legais quanto à criação, à expansão ou ao aperfeiçoamento de ação gover-
namental que acarrete aumento de despesa e à concessão ou à ampliação de incentivo ou benefício de
natureza tributária da qual decorra renúncia de receita. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 109, de
2021)
Parágrafo único. Durante a vigência da calamidade pública de âmbito nacional de que trata o art. 167-
B, não se aplica o disposto no § 3º do art. 195 desta Constituição. (Incluído pela Emenda Constitucional
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nº 109, de 2021)
Art. 167-E. Fica dispensada, durante a integralidade do exercício financeiro em que vigore a calamida-
de pública de âmbito nacional, a observância do inciso III do caput do art. 167 desta Constituição. (Incluí-
do pela Emenda Constitucional nº 109, de 2021)
Art. 167-F. Durante a vigência da calamidade pública de âmbito nacional de que trata o art. 167-B des-
ta Constituição: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 109, de 2021)
I - são dispensados, durante a integralidade do exercício financeiro em que vigore a calamidade públi-
ca, os limites, as condições e demais restrições aplicáveis à União para a contratação de operações de
crédito, bem como sua verificação; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 109, de 2021)
§ 1º Lei complementar pode definir outras suspensões, dispensas e afastamentos aplicáveis durante
a vigência do estado de calamidade pública de âmbito nacional. (Incluído pela Emenda Constitucional nº
109, de 2021)
§ 2º O disposto no inciso II do caput deste artigo não se aplica às fontes de recursos: (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 109, de 2021)
II - decorrentes das vinculações estabelecidas pelos arts. 195, 198, 201, 212, 212-A e 239 desta Cons-
tituição; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 109, de 2021)
Art. 167-G. Na hipótese de que trata o art. 167-B, aplicam-se à União, até o término da calamidade
pública, as vedações previstas no art. 167-A desta Constituição. (Incluído pela Emenda Constitucional nº
109, de 2021)
§ 1º Na hipótese de medidas de combate à calamidade pública cuja vigência e efeitos não ultrapas-
sem a sua duração, não se aplicam as vedações referidas nos incisos II, IV, VII, IX e X do caput do art.
167-A desta Constituição. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 109, de 2021)
§ 2º Na hipótese de que trata o art. 167-B, não se aplica a alínea “c” do inciso I do caput do art. 159
desta Constituição, devendo a transferência a que se refere aquele dispositivo ser efetuada nos mesmos
montantes transferidos no exercício anterior à decretação da calamidade. (Incluído pela Emenda Consti-
tucional nº 109, de 2021)
§ 3º É facultada aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios a aplicação das vedações referidas
no caput, nos termos deste artigo, e, até que as tenham adotado na integralidade, estarão submetidos
às restrições do § 6º do art. 167-A desta Constituição, enquanto perdurarem seus efeitos para a União.
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 109, de 2021)
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Art. 168. Os recursos correspondentes às dotações orçamentárias, compreendidos os créditos suple-
mentares e especiais, destinados aos órgãos dos Poderes Legislativo e Judiciário, do Ministério Público
e da Defensoria Pública, ser-lhes-ão entregues até o dia 20 de cada mês, em duodécimos, na forma da
lei complementar a que se refere o art. 165, § 9º. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de
2004)
§ 2º O saldo financeiro decorrente dos recursos entregues na forma do caput deste artigo deve ser
restituído ao caixa único do Tesouro do ente federativo, ou terá seu valor deduzido das primeiras parce-
las duodecimais do exercício seguinte. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 109, de 2021)
Art. 169. A despesa com pessoal ativo e inativo e pensionistas da União, dos Estados, do Distrito Fe-
deral e dos Municípios não pode exceder os limites estabelecidos em lei complementar. (Redação dada
pela Emenda Constitucional nº 109, de 2021)
I - se houver prévia dotação orçamentária suficiente para atender às projeções de despesa de pessoal
e aos acréscimos dela decorrentes; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
§ 2º Decorrido o prazo estabelecido na lei complementar referida neste artigo para a adaptação aos
parâmetros ali previstos, serão imediatamente suspensos todos os repasses de verbas federais ou esta-
duais aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios que não observarem os referidos limites. (Incluí-
do pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
§ 3º Para o cumprimento dos limites estabelecidos com base neste artigo, durante o prazo fixado na
lei complementar referida no caput, a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios adotarão as
seguintes providências: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
I - redução em pelo menos vinte por cento das despesas com cargos em comissão e funções de con-
fiança; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
II - exoneração dos servidores não estáveis. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
(Vide Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
§ 4º Se as medidas adotadas com base no parágrafo anterior não forem suficientes para assegurar o
cumprimento da determinação da lei complementar referida neste artigo, o servidor estável poderá perder
o cargo, desde que ato normativo motivado de cada um dos Poderes especifique a atividade funcional, o
órgão ou unidade administrativa objeto da redução de pessoal. (Incluído pela Emenda Constitucional nº
19, de 1998)
§ 5º O servidor que perder o cargo na forma do parágrafo anterior fará jus a indenização correspon-
dente a um mês de remuneração por ano de serviço. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de
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1998)
§ 6º O cargo objeto da redução prevista nos parágrafos anteriores será considerado extinto, vedada
a criação de cargo, emprego ou função com atribuições iguais ou assemelhadas pelo prazo de quatro
anos. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
§ 7º Lei federal disporá sobre as normas gerais a serem obedecidas na efetivação do disposto no § 4º.
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
Exercícios
1. (PC/AM - Delegado de Polícia – FGV/2022) Em um período no qual a região norte do País estava
sendo atingida por uma calamidade de grandes proporções da natureza, um grupo de vinte Senadores
subscreveu uma proposta de emenda constitucional, visando a alterar a sistemática afeta à estruturação
dos órgãos de segurança pública. Acresça-se que proposta idêntica fora apresentada e rejeitada pelo
Senado Federal na mesma legislatura, mais especificamente no ano anterior.
(B) Originário.
I. O texto constitucional, ao dispor sobre a limitação do poder e ao atribuir uma série de direitos e ga-
rantias fundamentais, estabeleceu dispositivos dotados de eficácia jurídica. Mas em razão da incomple-
tude da Constituição, que não tem como disciplinar todos os interesses e relações da vida, essa eficácia
não produz igual grau de efeitos entre as normas constitucionais, que algumas vezes irão requerer a
ulterior atividade legislativa para a plena produção de efeitos.
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II. Existem normas constitucionais que, por possuírem plena normatividade, desde a sua entrada em
vigor, produzirão a integralidade de seus efeitos, o que fez com que a doutrina brasileira estabeleces-
se uma classificação analisando a eficácia e aplicabilidade das normas constitucionais, em normas de
eficácia plena e aplicabilidade direta e imediata e integral; normas de eficácia contida, com aplicabilidade
direta e imediata, mas com abrangência reduzível; e normas de eficácia limitada.
III. Quanto aos direitos e garantias fundamentais, tem-se que o melhor entendimento é o que defende,
independentemente da completude normativa dos dispositivos que consagram tais direitos, a presunção
da aplicabilidade imediata desses direitos. Estão corretas as afirmativas:
(A) I, II e III.
4. (OMNI – 2021) As normas constitucionais de eficácia plena, são aquelas que no momento em que
entra em vigor, passa a produzir todos os efeitos, independendo de norma integrativa infraconstitucional,
sendo assim é CORRETO afirmar que qual dos artigos da Constituição Federal, citados a seguir é norma
constitucional de eficácia plena.
(A) Art. 2º São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o
Judiciário.
(B) Art. 131. A Advocacia-Geral da União é a instituição que, diretamente ou através de órgão vincula-
do, representa a União, judicial e extrajudicialmente, cabendo-lhe, nos termos da lei complementar que
dispuser sobre sua organização e funcionamento, as atividades de consultoria e assessoramento jurídico
do Poder Executivo.
(C) Art. 218. O Estado promoverá e incentivará o desenvolvimento científico, a pesquisa, a capacita-
ção científica e tecnológica e a inovação.
(D) Art. 215. O Estado garantirá a todos o pleno exercício dos direitos culturais e acesso às fontes da
cultura nacional, e apoiará e incentivará a valorização e a difusão das manifestações culturais.
(A) Os princípios programáticos declaratórios instituídos pelas normas constitucionais de eficácia ple-
na e aplicabilidade imediata são consideradas normas autoaplicáveis desde a sua publicação.
(B) As normas constitucionais de eficácia contida se assemelham às de eficácia limitada à medida que
dependem diretamente da produção de regulamentação infraconstitucional para produzirem efeitos.
(C) As normas de eficácia contida poderão sofrer restrição da sua eficácia tanto pela própria constitui-
ção como por leis infraconstitucionais.
(D) As normas constitucionais de eficácia plena, aplicabilidade direta e imediata são integradas por
normas de mesmo status e hierarquias para produzirem efeitos.
(E) Destituídas de efeitos mínimos, as normas constitucionais de eficácia limitada são de aplicabilida-
de indireta e reduzida, somente produzindo qualquer tipo de efeito após a edição de norma regulamenta-
dora.
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6. (OBJETIVA – 2021) De acordo com a Constituição Federal, todos são iguais perante a lei, sem dis-
tinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a invio-
labilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos seguintes termos,
entre outros:
II. É assegurado a todos o acesso à informação e resguardado o sigilo da fonte, quando necessário ao
exercício profissional.
Está(ão) CORRETO(S):
(B) É assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da indenização por dano mate-
rial, moral ou à imagem.
(C) É livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, independentemente das qualificações
profissionais que a lei estabelecer.
(D) É assegurada, nos termos da lei, a prestação de assistência religiosa nas entidades civis e milita-
res de internação coletiva.
(E) É plena a liberdade de associação para fins lícitos, vedada a de caráter paramilitar.
8. (FGV – 2021) Conforme disposto na Constituição Federal é direito dos trabalhadores urbanos e
rurais o décimo terceiro salário, que será baseado:
(D) no maior salário mínimo do país ou conforme for estipulado no estatuto da empresa.
(E) no salário completo ou no valor pago de imposto sobre a renda retido na fonte.
9. (IDIB – 2021) Com base nas disposições constitucionais sobre a organização político-administrati-
va, assinale a alternativa correta.
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(A) É vedada a criação de Territórios Federais, mas estes podem ser reintegrados ao Estado de ori-
gem.
(B) A Constituição Federal proíbe que os Estados se desmembrem para formarem novos Estados.
(D) Os Territórios Federais integram a União e a transformação em Estados será regulada em lei com-
plementar.
(B) A criação, a incorporação, a fusão e o desmembramento de Municípios far-se-ão por lei federal,
dentro do período determinado por Lei Complementar Federal.
(C) Os Estados não podem se incorporarem entre si, subdividirem-se ou se desmembrarem para se
anexarem a outros.
(D) É permitido aos Estados e aos Municípios recusar fé aos documentos públicos.
(E) Em regra, é legítimo à União estabelecer cultos religiosos, mantendo com seus representantes
relações de aliança.
11. (FUNDATEC – 2021) Em relação aos princípios constitucionais que regem a administração públi-
ca(conforme artigo 37 da Constituição Federal vigente), analise as assertivas a seguir:
• O Princípio da __________ exige que a atividade administrativa seja desenvolvida de modo leal e
que assegure a toda a comunidade a obtenção de vantagens justas.
• As ações do administrador público são plenamente vinculadas ao que estabelecem as normas vigen-
tes, ou seja, ele somente pode fazer o que a lei autoriza ou determina. Diferente do gestor privado, que
pode fazer tudo o que a lei não proíbe. Esse é o Princípio da __________.
• O Princípio da __________ exige que os atos estatais sejam levados ao conhecimento de todos,
ressalvadas hipóteses em que se justificar o sigilo.
Assinale a alternativa que preenche, correta e respectivamente, as lacunas dos trechos acima.
12. (UFPel-CES – 2021) De acordo com o art. 41 da Constituição Federal, são estáveis após três anos
de exercício, os servidores nomeados para cargo de provimento efetivo em virtude de concurso público,
sendo
(A) condição para a aquisição da estabilidade a avaliação especial de desempenho por comissão insti-
tuída para essa finalidade.
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(B) vedada a invalidação da demissão de servidor estável por sentença judicial, pois não pode o Poder
Judiciário intervir em ato da administração pública.
(E) o processo administrativo meio inviável para proceder a demissão de servidor público estável.
13. (SES/RS - Assessor Jurídico – FAURGS/2022) Assinale a alternativa que apresenta corretamente
em ordem crescente as seis etapas ou fases do Processo Legislativo Brasileiro.
(A) 1ª) iniciativa, 2ª) discussão, 3ª) deliberação (ou votação), 4ª) sanção ou veto, 5ª) promulgação e
6ª) publicação.
(B) 1ª) discussão, 2ª) iniciativa, 3ª) deliberação (ou votação), 4ª) promulgação, 5ª) sanção ou veto e
6ª) publicação.
(C) 1ª) discussão, 2ª) iniciativa, 3ª) deliberação (ou votação), 4ª) sanção ou veto, 5ª) promulgação e
6ª) publicação.
(D) 1ª) iniciativa, 2ª) discussão, 3ª) sanção ou veto, 4ª) deliberação (ou votação), 5ª) publicação e 6ª)
promulgação.
(E) 1ª) iniciativa, 2ª) discussão, 3ª) deliberação (ou votação), 4ª) sanção ou veto, 5ª) publicação e 6ª)
promulgação.
(A) Cabe ao chefe do Poder Executivo Federal a iniciativa de projetos de lei referentes à criação, ex-
tinção e remuneração dos cargos dos membros e serviços auxiliares dos Tribunais de Contas.
(B) A Constituição Federal veda expressamente emendas parlamentares em projetos de lei de iniciati-
va exclusiva do Presidente da República.
(C) Lei que foi aprovada por projeto que continha vício de iniciativa pode ser convalidada pela sanção
regulamentar e tempestiva do Presidente da República.
(D) A iniciativa popular de projetos de lei pode ser utilizada para deflagrar processo legislativo de ma-
téria reservada, exceto se for de iniciativa exclusiva do Presidente da República.
(E) Leis de matéria tributária, com o objetivo de instituir, modificar ou revogar tributos da União, podem
ser propostas por qualquer parlamentar federal.
15. (FADESP – 2021) De acordo com a Constituição Federal do Brasil de 1988, em seu Art. 70, a
fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial da União e das entidades da
administração direta e indireta, será exercida pelo Congresso Nacional, mediante controle externo, e pelo
sistema de controle interno de cada Poder. O controle externo será exercido com o auxílio do Tribunal de
Contas, que possui diversas competências. Portanto, não consiste em uma das competências do Tribunal
de Contas:
(A) a fiscalização das contas contábeis das empresas nacionais de cujo capital social a União partici-
pe, de forma direta, nos termos do tratado constitutivo.
(B) a apreciação das contas prestadas anualmente pelo Presidente da República, mediante parecer
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prévio que deverá ser elaborado em sessenta dias a contar de seu recebimento.
(C) a fiscalização da aplicação de quaisquer recursos repassados pela União mediante convênio,
acordo, ajuste ou outros instrumentos congêneres, a Estado, ao Distrito Federal ou a Município.
(E) a prestação das informações solicitadas pelo Congresso Nacional, por qualquer de suas Casas, ou
por qualquer das respectivas Comissões, sobre a fiscalização contábil, financeira, orçamentária, opera-
cional e patrimonial e sobre resultados de auditorias e inspeções realizadas.
I. Embora a lei orçamentária anual seja de iniciativa privativa do Poder Executivo, a lei de diretrizes
orçamentárias e o plano plurianual são de iniciativa concorrente entre o Poder Executivo e o Poder Legis-
lativo.
II. A lei orçamentária anual não conterá dispositivo estranho à previsão da receita e à fixação da des-
pesa, sendo nela vedada igualmente a previsão de contratação de operações de crédito, ainda que por
antecipação de receita.
III. É permitida a vinculação das receitas auferidas com o Imposto Estadual sobre a Circulação de
Mercadorias (ICMS) para pagamento de débitos com a União e para prestar-lhe garantia ou contra garan-
tia.
(C) I, II e III.
III- Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao
Distrito Federal e aos Municípios exigir ou aumentar tributo sem lei que o estabeleça.
IV - Ao sistema único de saúde compete, além de outras atribuições, nos termos da lei, colaborar na
proteção do meio ambiente, nele compreendido o do trabalho.
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Quais estão corretas?
(A) As operações de transferência de imóveis desapropriados para fins de reforma agrária são isentas
de impostos federais, estaduais e municipais.
(B) Na desapropriação por interesse público, para fins de reforma agrária, as benfeitorias sempre se-
rão indenizadas em dinheiro.
(C) Os imóveis rurais distribuídos por meio da reforma agrária serão gravados com cláusula perpétua
de inalienabilidade.
(D) A pequena e a média propriedade não poderão ser objeto de desapropriação para fins de reforma
agrária.
(E) A utilização adequada dos recursos naturais disponíveis e preservação do meio ambiente é o re-
quisito preponderante para que o imóvel rural atinja a sua função social.
(A) A abertura de crédito suplementar ou especial sem prévia autorização do Presidente da Repúbli-
ca.
(B) A realização de operações de créditos que excedam o montante das despesas de capital, inclusi-
ve as autorizadas mediante créditos suplementares ou especiais com finalidade precisa, aprovados pelo
Poder Legislativo por maioria absoluta.
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(B) Lei delegada.
GABARITO
1 E
2 B
3 A
4 A
5 C
6 B
7 C
8 A
9 D
10 A
11 E
12 A
13 A
14 E
15 A
16 E
17 E
18 A
19 C
20 E
96
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