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Construção escalonada da ordem jurídica no contexto da Constituição

de 1988

A necessidade de o Estado deter uma boa estruturação organizacional já foi amplamente


caracterizada pelo filósofo francês Charles Louis Secondat, barão da Brède e de
Montesquieu em sua tripartição do poder (Poder Legislativo, Poder Executivo e Poder
Judiciário), pois somente descentralizando o poder e o subdividindo seria possível um
bom funcionamento de seu ordenamento, pois sem tal ordenamento a sociedade viveria
de maneira primitiva e primaria, o homem então viveria em Estado de Natureza.

Para um Estado fazer bom uso social de sua Soberania é fundamental que se estabeleça
uma estrutura escalonada na ordem jurídica. Dentro da concepção do filósofo suíço
Jean-Jacques Rousseau (1712-1778) em sua obra: Do Contrato Social, 1762, nos mostra
claramente essa necessidade, discordando de Thomas Hobbes, ele endente que é o povo
que deve fazer e aplicar suas leis.

Em nosso Estado temos como ápice da pirâmide hierárquica nossa Constituição Federal
(Promulgada e publicada no Diário Oficial da União nº191-A de 5 de Outubro de 1998),
uma Constituição Kelsiana , pois é a nossa Carta Magna, criada pelo Estado em nome
do povo.

Da Constituição ramificam-se os demais diplomas legais, sempre com principio


transparente e não desrespeitando a superioridade da Constituinte de 1988.

É desse modo que se atende aos constantes anseios sociais, sempre de maneira
hierárquica, pois só assim o Governo vigente manterá sua credibilidade como
administrador público.

II. Compreensão à Teoria Pura do Direito

Hans Kelsen (1881-1973),jurista de origem austríaca (obra principal: Teoria Pura do


Direito,1934), conhecido como jurista da norma, concebia o Direito como sendo
puramente uma norma. Afirmava que Direito era norma jurídica, e nada mais além
disso.
Para kelsen, a Ciência do Direito não deveria se ocupar de questões sociais e
valorativas. Os fatores interferentes na produção da norma, bem como os valores que se
encerram, são rigorosamente estranhos ao objeto das Ciências Jurídicas.

Este enquadramento limitava o Direito à apenas um aspecto formador: a norma. O


enunciado legal se limitava a um enquadramento de um fato jurídico captado na
experiência humana e fixado nas letras do texto legal. Isso importava em dois graves
problemas ao Direito; o primeiro era reduzi-lo a um corpo legal e, o segundo, era de que
a evolução das relações intersubjetivas, ficavam esbarradas na estética da lei.

1. A Estrutura Escalonada da Ordem Jurídica

1.1 A Constituição

A ciência do Direito é a única que possui a particularidade de se auto regulamentar e


instruir provimentos e procedimentos jurídicos correto para demais ciências.

Assim o Direito cria uma espécie de "manual de condutas", onde se constitui a forma
correta de se criar novas normas e as in promulgare.

A produção de uma norma requer uma condição primordial: ela deve ser criada de
acordo com uma norma anterior que aceite a probabilidade de uma nova criação.

Essa relação de normas criadas para regulamentar normas pode ser figurada pela
imagem espacial da supra-infra-ordenação.

Assim também é possível compreender que uma norma superior é capaz de criar suas
ramificações (sempre que a norma compreender essa possibilidade), que são as normas
inferiores. Com base nessas ramificações chegamos as normas fundamentais, que
ajudam a manter a ordem pública, criando uma interconexão entre a norma superior e a
inferior.

A Constitutione é a representatividade mais elevada do Direito, é o "alto escalão", a


Carta Magna, é a lei fundamental que regula os direitos, deveres e garantias dos
cidadãos em relação ao Estado e a organização política de um país. Pois na Constituição
é que esta a coleção de regras superiores que regem o Estado.

Logo, se subentende que nenhuma norma que venha a ser criada poderá se sobrepor a
Constituição, e se mesmo assim ocorrer a criação de uma "norma"que se sobreponha
sobre a Lei Magna a mesma será nula, não terá efeito legal, será in revocare.

As normas encontradas nos artigos da Constituição não poderão ser revogadas através
de leis simples, mas assim através de processo especial e severo, dessa forma o Direito
sempre usará de seu dinamismo particular e muito peculiar para compreender a hora e
forma exata para que seja instaurado um "processo de renovação Constitucional", junto
ao Parlamento legislador da Constituição.

A medida que a Constituição prevê a probabilidade da criação de novas leis, os


legisladores não estão obrigados a tal elaboração, assim não se pode facilmente ligar
uma possível sanção ao não estabelecimento de leis com conteúdo in praescriptu.

1.2 Legislação e Costume

Seguindo a ordem hierárquica do escalão do Ordenamento Jurídico, vemos que a


Legislação e os Costumes estão logo abaixo da Constituição.

Os Estados modernos instituem órgãos legislativos para que as necessidades atuais


sejam supridas. Os legisladores de nosso país não são autocratas, pois são eleitos
diretamente pelo povo criando um Estado democrático, essa "banca legisladora" terá por
ad hora que suprir os anseios da sociedade. Essas leis criadas pelos legisladores são as
normas estatuídas, ou seja, em seu sentido mais subjetivo é...

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