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FONTES DO DIREITO DESPORTIVO wassf
FONTES DO DIREITO DESPORTIVO wassf
Joaquim
Arleti Belarmino Terenciano
Bene Jacinto Bene
Mateus Inácio Bichali
Ntumane Macatara Ali Amade
Paisson Feliciano Matete
Piter José Agostinho
Tema:
FONTES DO DIREITO DESPORTIVO
(Licenciatura em Direito)
2024
2
Índice
1.Introdução ...................................................................................................................... 4
1.1.Metodologia ................................................................................................................ 4
2.7.Lei ............................................................................................................................... 8
2.8.Jurisprudência ............................................................................................................. 8
2.9.Costumes .................................................................................................................... 8
3. A Doutrina .................................................................................................................... 9
3.4.Conselho Jurisdicional.............................................................................................. 10
Conclusão ....................................................................................................................... 17
3
1.Introdução
O presente trabalho, tem como tema fontes do Direito Desportivo. Neste caso, iremos
exactamente abordar sobre, o conceito e o contexto histórico ou seja a sua origem do
Direito do Desporto no âmbito da constituição Brasileira, que consagra os direitos
fundamentais dos cidadãos na pratica da actividade desportiva como sendo um direito
social de cada um. Quantos às fontes, vamos falar concretamente das fontes imediatas e
as fontes mediatas Tais fontes podem ser formais (imediatas ou mediatas) ou materiais:
Lei, jurisprudência, Costume e a Doutrina. Entende-se por fontes do direito as origens
do direito, ou seja, o lugar ou a matéria-prima pela qual nasce o direito. Também,
vamos falar da Justiça desportiva, autonomia das entidades desportivas, desporto-
negócio, fundamentação constitucional e legal, e a natureza da justiça desportiva.
Define-se, o Direito Desportivo como conjunto de normas e regras que regem o
desporto e cuja inobservância pode acarretar penalizações, constituindo-se de normas
escritas ou consuetudinárias que regulam a organização e a prática do desporto e, em
geral, de quantas disciplinas e questionamentos jurídicos situam a existência do
desporto como fenómeno da vida social.
Objectivos específicos:
1.1.Metodologia
4
2. FONTES DO DIREITO DESPORTIVO
Foi a Constituição Brasileira de 1934, que trouxe pela primeira vez um tratamento
constitucional para o desporto, qualificando-o como matéria educacional em seu art.5º.
“No período de 1932 a 1945, o Estado encarava o desporto como educação física, com
significado de desenvolvimento da raça”1 (PAVAN, 2019.p.13).
“Direito Desportivo é o ramo do direito que trata exclusivamente das relações advindas
do desporto em todas suas esferas, reunindo diversas normas e princípios sobre o tema
de forma a abarcar uma gama de actividades”,3(ROSIGNOLI, 2017.p.21). Portanto,
1
PAVAN, Lucas Moisés. O Desporto como direito fundamental e seus princípios. ERECHIM. 2019.p.13.
2
SCHMITT, Paulo Marcos. Regime jurídico e princípios do direito desportivo.p.4.
3
ROSIGNOLI, Mariana; RODRIGUES Sérgio Santos. Manual de direito desportivo.2. ed-São Paulo:
LTr, 2017.p.21.
5
podemos definir o Direito Desportivo como o ramo do Direito responsável por regular
as relações desportivas, através de um conjunto de regras e instrumentos jurídicos
sistematizados estabelecidos para cada modalidade, com o objectivo de disciplinar os
comportamentos exigíveis na prática das competições. A partir do referido conceito,
concluímos pela existência de um ordenamento jurídico responsável por essa regulação.
Em suma, consiste “o Direito Desportivo em instrumento fundamental para o
desenvolvimento e manutenção do desporto em suas diversas manifestações e, portanto,
essencial à sua constante evolução para a manutenção do desporto organizado”4.
(PAVAN, 2019.p.12).
A fonte material refere-se ao organismo que tem poderes para sua elaboração e criação.
Essas correspondem ao facto social e ao valor que a lei dará ao fato social. Representam
e são facilmente identificadas pelo poder que têm de elaboração jurídica que
posteriormente serão as chamadas normas, acerca de determinado tema.
4
PAVAN, Lucas Moisés. O Desporto como direito fundamental e seus princípios. ERECHIM. 2019.p.12.
5
FACHADA, Rafael Terreiro. Direito Desportivo Enquanto Uma Disciplina Autónoma. São Paulo.
2016.p.93 e 94.
6
SOUZA, Gustavo Lopes Pires de; RAMALHO, Carlos Santiago da Silva. Direito Desportivo: Primeiras
Linhas, Editora Expert - Belo Horizonte - 2021.p.19.
6
As fontes formais são aquelas pela qual o direito se manifesta, ou seja, tem o condão de
expressarem-se enquanto regra jurídica. As fontes formais podem ser imediatas e
mediatas. As fontes formais imediatas são as normas legais, as leis.
No âmbito Brasileiro, o Direito Desportivo, até mesmo por seu carácter interdisciplinar,
possui diversas fontes formais imediatas, sendo, a principal delas, tratada no artigo 217
da Constituição da República. Ainda, no que concerne às fontes formais imediatas, a Lei
9.615/1998, conhecida como “Lei Pelé” é a norma geral do desporto e principal fonte
infraconstitucional do direito desportivo. Outrossim, tem-se que a Lei nº 10.671/2003
(Estatuto do Torcedor); a Lei nº 11.438/2006 (Lei de Incentivo Fiscal ao Esporte), são
igualmente exemplos de fontes formais imediatas e infraconstitucionais. O Código
Brasileiro de Justiça Desportiva não constitui lei propriamente dita, uma vez que
emanada do Conselho Nacional dos Esportes e não do Poder Legislativo, mas se trata de
fonte que regulamenta as relações esportivas e disciplinares entre associações e atletas.
A Lei 10.671/2003, denominada Estatuto do Torcedor, por seu turno, traz disposições
acerca da protecção do consumidor do esporte, definindo este como qualquer indivíduo
que aprecie, apoie ou seja associado de determinada prática desportiva, além ainda de
acompanhar a modalidade de prática desportiva da respectiva entidade. Insta esclarecer
que o Código Civil (CC), a Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT) e o Código
Tributário Nacional (CTN), apesar de não serem leis específicas do desporto, também
são importantes fontes do Direito Desportivo.
Finalmente, “as fontes formais mediatas são os costumes, os princípios gerais do direito
a jurisprudência e a doutrina”,7(SOUZA; RAMALHO,p.2021.p.20). O artigo10 do CC,
dispõe que, “quando a lei for omissa, o juiz decidirá o caso de acordo com a analogia, os
costumes e os princípios gerais de direito”8. Portanto, em alguns casos, ainda que não
haja lei escrita, aplica-se o direito com amparo em decisões reiteradas dos tribunais
(jurisprudência) ou nos usos e costumes. Conforme exposto, o Direito Desportivo
possui como fontes, normas específicas do desporto, mas, também, outros textos
7
SOUZA, Gustavo Lopes Pires de; RAMALHO, Carlos Santiago da Silva. Direito Desportivo: Primeiras
Linhas, Editora Expert - Belo Horizonte - 2021.p.20.
8
Código Civil, aprovado pelo (Decreto-lei nº 47344, de 25 de Novembro de 1966, e portaria nº.22869, de
4 de Setembro de 1967). Nova edição.2021.
7
normativos. Por estas razões, entende-se o Direito Desportivo como ramo do direito
interdisciplinar, eis que se utiliza de várias disciplinas para sua aplicabilidade.
2.7.Lei
2.8.Jurisprudência
2.9.Costumes
Os costumes configuram-se como outra fonte não estatal do Direito. Dentre as fontes
formais apresentadas mostra-as, ainda, como a única não escrita. Lembramos que as
comunidades primitivas não dominavam a escrita; entretanto, sempre houve a
necessidade da existência de um Direito que regulasse a conduta de seus membros. Com
a evolução natural das sociedades, o direito escrito ganhou singular importância,
sobretudo nos pais Civil Law, ainda assim, reside até hoje a importância de costumes
9
FACHADA, Rafael Terreiro. Direito Desportivo Enquanto Uma Disciplina Autónoma. São Paulo.
2016.p.96.
10
Cfr. 2016.p.97.
8
nos ordenamentos jurídicos. Segundo FACHADA (2016.p.99), são duas condições para
a verificação de validade jurídica de determinando costume11:
i. “Prática constante e geral por longo tempo quanto a casos similares- factor
externo, uso”;
ii. “Convicção dos actores sociais acerca da sua obrigatoriedade, correspondendo a
uma necessidade jurídica- factor interno psicológico”.
3. A Doutrina
Segundo FACHADA (2016.p.102,103) “a doutrina não pode ser, sob nenhum ponto de
vista, minimizada pelos operadores do direito”12. É preciso que os advogados, juízes,
promotores, parlamentares e a todos os demais actores tenham em mente a importância
que o direito científico possui. Efectivamente, as fontes dispõem de função prescritiva,
ou seja, é delas que emanam as normas jurídicas. A doutrina, por outro lado, apresenta-
se como uma função descritiva, tendo assim sob a sua responsabilidade, a análise de
normas pretéritas, podendo influenciar quando estas forem dar forma ao direito. A
doutrina possui uma função própria de análise e produção de conhecimento para
aprimoramento ou preenchimento de lacunas das normas, sem actuação directa nesse
processo.
11
Cfr.p.99
12
FACHADA, Rafael Terreiro. Direito Desportivo Enquanto Uma Disciplina Autónoma. São Paulo.
2016.p.102, 103.
9
conflitos de natureza desportiva e de competência limitada ao processo e julgamento de
infracções disciplinares definidas em códigos desportivos”13(SCHMITT p.10).
3.4.Conselho Jurisdicional
13
SCHMITT, Paulo Marcos. Regime jurídico e princípios do direito desportivo.p.10.
14
Decreto n.º 58/2023 de 18 de Outubro (Regulamento da Lei do Desporto)
15
Decreto n.º 58/2023 de 18 de Outubro (Regulamento da Lei do Desporto)
10
Nos termos do art.193 do (Regulamento da Lei do Desporto), estabelece que, compete
ao Conselho Jurisdicional: julgar, em instância única, os recursos que lhe sejam
interpostos das decisões da direcção ou da assembleia geral, nos termos previstos nos
estatutos da organização desportiva a que pertence; julgar, em primeira instância, os
recursos interpostos das deliberações do conselho de disciplina da associação desportiva
a que pertence; exercer a acção disciplinar sobre os agentes desportivos ligados à
respectiva organização desportiva; e exercer, com as devidas adaptações, as funções
referidas no número um do presente artigo, bem como as que constarem do respectivo
regulamento.
16
Decreto n.º 58/2023 de 18 de Outubro (Regulamento da Lei do Desporto)
11
autofuncionar ou autogerir, com intervenção mínima do Estado (Poderes Públicos em
geral). Este direito imanta no ordenamento jurídico-desportivo brasileiro o sistema jus-
privatista ou não-intervencionista, “onde se caracteriza a intervenção mínima do Estado
na regulação e movimentação da prática desportiva formal, e, em casos pontualíssimos,
na actividade esportiva não-formal”17. Nada obstante, essa sistemática atribui às
associações desportivas, mormente as entidades administrativas (federações), pessoas
jurídicas de direito privado, algumas prerrogativas típicas, assemelhadas aos casos
especiais dos Sindicatos e dos Partidos Políticos. Essa premissa do art.217, I da CF/88,
encarta o princípio da autonomia desportiva, subdivisão sui generis, ramificação
principiológica do tronco fundamental da liberdade de associação (art.5º, XVII a XXI
da CF/88), que similarmente ao princípio da Unidade Sindical (art.8º, II da CF/88), aos
princípios da autonomia e representatividade dos Partidos Políticos (art.14, 1º e 2º da
Lex Legum) exerce a sua autonomia, unidade e representatividade em matéria de
administração desportiva.
Por outro prisma, a noção de lex sportiva vincula-se a uma ordem jurídica desportiva
autónoma, constituída não somente dos regulamentos autónomos das federações
desportivas nacionais, em geral harmonizados com a legislação desportiva estatal onde
têm sua sede, “às regras oriundas das Federações Internacionais, e, ainda às sentenças e
decisões promanadas dos tribunais de justiça desportiva e cortes arbitrais desportivas”18
(Melo Filho Álvaro.p.34).
17
RAMOS, Rafael Teixeira. Direito desportivo e o direito ao desporto na constituição da república
federativa do brasil.p.93 e 94.
18
ÁLVARO, Melo Filho. Da autonomia desportiva no contexto constitucional.p.34.
12
actuação (funcionamento), desde que respeitados os limites da legislação desportiva
nacional e resguardados os parâmetros das entidades desportivas internacionais.
Segundo (Melo Filho Álvaro.p.35), “buscando evitar uma interpretação distorcida e
deformante de autonomia desportiva, repontam-se alguns aspectos que tornam mais
claro o seu sentido e alcance na praxis jurídico-desportiva”19:
3.7.DESPORTO NEGÓCIO
19
Cfr.p.35.
20
Álvaro, Melo Filho. Da autonomia desportiva no contexto constitucional.p.36.
21
MARQUES, Robson de Araújo Ferreira. Justiça desportiva: direitos em análise comparativa. SANTA
RITA-PB 2017.p.24.
13
Segundo LEONCINI (2001.p.28 e 43), apresenta os relacionamentos no mercado
futebolístico, “as organizações vendedoras, clientes e negócios”. 22:
Conjuntos de Clientes/Negócios:
22
LEONCINI, Marvio Pereira. Entendendo o negócio futebol: um estudo sobre a transformação do
modelo de gestão estratégica nos clubes de futebol. São Paulo. 2001.p.28 e 43.
23
Nos termos do art.93 tem como a epígrafe (Cultura física e desporto), que preconiza que: Os cidadãos
têm direito à educação física e ao desporto. O Estado promove, através das instituições desportivas e
escolares, a prática e a difusão da educação física e do desporto.
14
fundamentais acerca da Justiça Desportiva no Brasil. Assim, o artigo 217, em seu
parágrafo primeiro, atendendo ao escopo de limitar a interferência do Poder Judiciário
em matéria específica atinente ao direito desportivo, menciona que acções relativas à
disciplina e às competições desportivas só serão admitidas pelo Poder Judiciário após o
esgotamento das instâncias da Justiça Desportiva.
O tema atinente à natureza da justiça desportiva não é pacífico na seara doutrinária. “As
posições enunciadas situam-se no enquadramento da Justiça Desportiva como
tribunal/instância administrativa ou posicionando-a como de natureza eminentemente
privada”, (COELHO,2020.p.33 e 34)24. De proémio, mostra-se imperioso distanciar e
diferenciar a Justiça Desportiva do Poder Judiciário. Nesse diapasão, a Constituição
Federal é muito clara na conclusão pelo afastamento. No primeiro momento, ao elencar,
em seu artigo 98, os órgãos integrantes do Poder Judiciário, não insere a Justiça
Desportiva dentre os enumerados no referido artigo. Ademais, o próprio artigo 217, em
seu parágrafo primeiro, direcciona, implicitamente, para a separação do Poder Judiciário
e da Justiça Desportiva, uma vez que aquele somente admitirá acções de competência da
Justiça Desportiva quando esta já tiver, nos termos de lei específica, apreciado as
mencionadas acções, esgotando-se as suas instâncias. Portanto, o regramento
constitucional em tela situa a Justiça Desportiva em posição que não se confunde com o
Poder Judiciário, o que é pacificado na doutrina.
24
COELHO, Priscila Firmino. Justiça desportiva no brasil: uma análise sobre a inafastabilidade da
jurisdição do poder judiciário em matéria desportiva. RECIFE, 2020.p.33 e 34.
15
enquadra a natureza da Justiça Desportiva como um tribunal administrativo, visto que
sua actuação é claramente relacionada com “a aplicação de sanções disciplinares, em
observância à normas administrativas e observando ainda alguns elementos e princípios
oriundos do Direito Administrativo”25.
25
COELHO, Priscila Firmino. Justiça desportiva no brasil: uma análise sobre a inafastabilidade da
jurisdição do poder judiciário em matéria desportiva. RECIFE, 2020.p.35.
16
Conclusão
17
Referência Bibliográfica
Legislação:
18
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