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Disciplina:

ESTRATÉGIAS DE INTERVENÇÃO PARA


GERENCIAR A DISFUNÇÃO NA INTEGRAÇÃO
SENSORIAL NO TEA

Professor: Tiago Ribeiro


Terapeuta Ocupacional
tiagoribeiro.to
CID - 11
NÍVEL III
EQUILÍBRIO SENSORIAL

Para o corpo funcionar,


INTEGRAÇÃO DOS SENTIDOS
tem que estar organizada.
• Integração Sensorial (IS) é a
organização das sensações para
uso no dia-dia. O nosso cérebro
INTEGRAÇÃO nos dá constantemente
informações sobre as condições
SENSORIAL do nosso corpo e sobre o
ambiente a nossa volta. Quando
essas informações estão bem
organizadas, somos capazes de
usá-las para nossa percepção,
comportamento e aprendizado.
• A Integração Sensorial é um processo
neurobiológico que promove a
capacidade de processar, organizar,
interpretar sensações e responder de
maneira apropriada ao ambiente.
REGISTRO: DETECTAR UM
ESTÍMULO EM RECEPTOR E SNC;

PROCESSAMENTO Modulação: regular a intensidade


SENSORIAL na informação sensorial;

Discriminação: distinguir entre os


tipos de estímulos, assim como
também nas características
temporais e espaciais;
neural pelo SNC

Percepção do
Processamento
corpo e do
de receptores
mundo

Sensação de
Reconhecimento
estímulos
Memória
internos e Compreensão
ambientais

Planejamento
Seleção Execução
Movimento,
Comportamento.
OS SISTEMAS SENSORIAIS

•Os sistemas sensoriais existentes são classificados como:

• ambientais: visão, olfato, audição e paladar


• corporais: tato, vestibular, propriocepção interocepção.

• exteroceptivos: relacionados a estímulos produzidos fora do organismo.


• interoceptivos: se referindo à estímulos produzidos dentro do organismo.

• → Esses sistemas captam os estímulos do ambiente (externo/interno) e os transmitem


até o cérebro.
O DESENVOLVIMENTO DOS SENTIDOS

• Sistemas Externos:
Tato
Audição
Visão
Olfato
Paladar
O DESENVOLVIMENTO DOS SENTIDOS

• Sistemas Internos:
Vestibular
Proprioceptivo
Interoceptivo
DISFUNÇÃO DE
INTEGRAÇÃO SENSORIAL

• Disfunção de Integração Sensorial é


uma alteração na qual a
informação sensorial não é
integrada ou organizada
adequadamente no cérebro. E
pode produzir vários graus de
problemas no desenvolvimento, no
processamento da informação, no
comportamento e na aprendizagem
tanto motora quanto conceitual.
DISCRIMINA

MODULA
PROBLEMAS
NÃO DISCRIMINA MOTORES
REGISTRO
ENTRADA NÃO MODULA
SENSORIAL NÃO REGISTRA (HIPER-RESPOSTA)

(HIPO-
RESPONSIVO)
• As causas dos distúrbios de aprendizagem e
alterações de comportamento nem sempre
são evidentes;
• Tais problemas geralmente estão
relacionados à disfunção da integração,
Disfunção do
causando dificuldades e interferindo na
Processamento funcionalidade e no desempenho das AVDs.
Sensorial • Eles podem ter dificuldades em interpretar
imagens, sons, sensações táteis e de
movimento sendo possível que se irritem
com luzes fortes, barulho, ou quando
tocados inesperadamente
Disfunção no
Processamento Sensorial

• A Disfunção do Processamento Sensorial não está descrito como


diagnótico no DSM- V, no entanto está relacionada com um grande
número de condições diagnósticas do mesmo como → TEA, TDAH e distúrbios de
aprendizagem, entre outros.

• Cabe lembrar que a Teoria de Integração Sensorial vem explicar


problemas de aprendizagem e comportamento, em especial, problemas
associados à incoordenação motora e pobre modulação sensorial que não
podem ser justificados por anormalidades ou danos no SNC.
DIS
SÓ SERÁ UMA DISFUNÇÃO SE AFETAR A FUNCIONALIDADE!
1. DISFUNÇÃO NA MODULAÇÃO SENSORIAL

• Neuromodulação é um processo no
qual o SNC adapta suas referências a
mudanças internas e externas
contínuas, possibilitando a
regulação de respostas
comportamentais aos estímulos
sensoriais.
• Modulação sensorial: a habilidade do
sistema nervoso central de gerar
respostas que são graduadas em
relação à intensidade das sensações e
o contexto situacional.
HIPO-RESPONSIVIDADE E HIPER-RESPONSIVIDADE
HIPER-
RESPONSIVIDADE
E HIPO-
RESPONSIVIDADE
PROCESSAMENTO SENSORIAL TEA

McCormick e cols. (2016) descreveram três padrões


sensoriais comuns no TEA :
1 hiperresponsividade, que envolve reações exageradas ao
ambiente sensorial, como cobrir os ouvidos em resposta a
sons, sentir desconforto em atividades de higiene;

2 hiporresponsividade, que são as sub-reações, respostas


tardias ou mesmo falta de resposta a estímulos sensoriais,
como não se orientar a sons, baixa percepção de dor;

3 busca sensorial que se caracteriza por desejo ou fascínio


por estímulos sensoriais que pode ser de maneira intensa e
repetitiva, como olhar luzes ou objetos de maneira prolongada
ou tocar objetos, colocá-los na boca frequentemente.
CONHECIMENTO DE ESTUDOS DE
INTERVENÇÃO COM TEA

• Em relação a comportamento observável,


frequentemente hiporresponsivos à propriocepção
(busca intensa de estímulos proprioceptivos – pular,
empurrar).
• Ayres & Tickle (1980): As p e s s o a s com autismo
que melhor respondem ao tratamento com IS
tendem a ser inicialmente mais hiperresponsivas ao
toque e ao movimento.
PROCESSAMENTO SENSORIAL TEA
PROCESSAMENTO SENSORIAL TEA
MANIFESTAÇÃO SENSORIAL MISTA

• Hiporresponsividade e
hiperresponsividade podem
acontecer em um mesmo indivíduo,
especialmente nas populações
clínicas: a flutuação entre hipo e
hiperresponsividade pode ocorrer em
um sistema sensorial específico ou a
pessoa pode apresentar
hiporresponsividade em alguns
sistemas e hiperresponsividade em
outros.
2.ALTERAÇÕES NA DISCRIMINAÇÃO SENSORIAL

• Discriminação refere-se à
capacidade de distinguir
diferentes estímulos .
• Os estímulos podem ser
discriminados com base em sua
qualidade, timing ou posição no
espaço.
DISCRIMINAÇÃO SENSORIAL

• Capacidade para interpretar a


informação de forma eficaz;
• Perceber adequadamente o que
vemos, ouvimos, sentimos,
provamos, cheiramos, velocidade e
direção do movimento ou da
amplitude e força que qualquer parte
do corpo faz;
• Significado correto das qualidades
específicas do estímulo.
SINAIS E COMPORTAMENTOS SUGESTIVOS
DE ALTERAÇÕES NA DISCRIMINAÇÃO
/PERCEPÇÃO SENSORIAL

• Abotoar a blusa ou manusear objetos sem monitoramento visual.


• Identificar sem olhar, formas geométricas ou objetos familiares
colocados em sua mão.
• Guardar a quantidade de força (ex.: escreve fraco demais, apaga com
força e rasga o papel).
Desregulação
AspectosSócio-emocionais
sensorial
ESTRATÉGIAS
SENSORIAIS e
TERAPÊUTICAS
Integração Sensorial® (SI, Ayres,
1989) é uma teoria e prática que tem
INTEGRAÇÃO como alvo a capacidade de uma
pessoa de processar e integrar
SENSORIAL internamente informações sensoriais
de seu corpo e ambiente, incluindo
informações visuais, auditivas, táteis,
proprioceptivas e vestibulares.
INTEGRAÇÃO SENSORIAL
O IS usa atividades personalizadas que
desafiam o processamento sensorial e o
planejamento motor, incentivam o
movimento e a organização própria no
tempo e no espaço, utilizam os desafios
“na medida” e incorporam o equipamento
clínico em atividades intencionais e
divertidas para melhorar o comportamento
adaptativo. O IS é implementado por
Terapeutas Ocupacionais treinados e
ocorre principalmente em contextos
clínicos.
INTEGRAÇÃO SENSORIAL DE AYRES

Tem como foco os sistemas sensoriais proximais:


• Tato
• Vestibular
• Propriocepção

• O desenvolvimento precoce dos sentidos centrados no corpo


(tato, vestibular e proprioceptivo) promove uma base para a
maturidade posterior dos sistemas visuais e auditivos.
• O impacto desses três sistemas são mais prejudiciais.
• A integração desses três sistemas são fundamentais
para as habilidades motoras e para auto-regulação.
INTEGRAÇÃO SENSORIAL X ESTIMULAÇÃO SENSORIAL

🠜🠜Um motivador interno, que quando proporcionado o nível


de desafio adequado, o sistema nervoso procurará as
oportunidades para o desenvolvimento dos neurônios
através da resposta adaptativa.

🠜🠜O ser humano não é um receptor passivo de sensações,


mas é aquele que faz a integração da sensação, a
organização dessa informação, para um futuro plano de
ação, reação ou comportamento; e a monitorização desse
plano quando executado.
RECOMENDAÇÕES ESPECÍfiCAS

• Tratar as dificuldades de modulação antes das dificuldades de


discriminação.
• Utilizar estímulos inibitórios quando necessário.
• Utilizar propriocepção.
• Começar com estímulos auto-aplicados.
• Proporcionar atividades que melhorem o tônus muscular, co-
contração e padrões de estabilidade
• Melhorar o processamento tátil e cinestésico geral, através de
atividades que otimizem a discriminação tátil.
• Otimizar o desenvolvimento do esquema corporal.
ESTRATÉGIAS BÁSICAS DE INTERVENÇÃO

• Se a excitação estiver baixa, utilize estímulos sensoriais para


aumentá-la (e.x., sensações táteis leves com movimento,
sensações vestibulares irregulares ou intensas, sabores ou aromas
fortes)

• Permita que a e x p l o r a ç ã o c om grandes quantidades de


estímulos sensoriais, desde que haja uma organização
do comportamento indicando que está sub- excitada e utilizando
os estímulos para aumentar sua discriminação sensorial.

• Se ocorrer a hiper-excitada e desorganização, introduza


estímulos calmantes (e.x., toque com pressão profunda,
movimentos lentos e rítmicos).
CONCEITOS CENTRAIS DA INTERVENÇÃO DE IS PARA
QUESTÕES DE MODULAÇÃO SENSORIAL

• Combinar experiências sensoriais “problemáticas” graduais a estímulos sensoriais


inibitórios para desencadear respostas do sistema nervoso parassimpático

• Estabelecer vínculo

• Não imponha estímulos sensoriais; permita que ocorra o controle das experiências
sensoriais

• Respeite o espaço pessoal durante a exploração dos estímulos

• Tenha um comportamento calmo, consistente, para auxiliar na co-regulação

• Utilize interações para tirar a atenção da experiência sensorial


MODIFICAÇÕES AMBIENTAIS SENSORIAIS

• Alterações na iluminação;
• Isolamento acústico;
• Alterações nas características sensoriais de móveis ou objetos;
• Diminuir o material visual exposto na parede, no chão e no teto;
• Selecionar previamente os materiais a serem utilizados em uma atividade e
eliminar os demais estímulos desnecessários;
• Diferenciar painéis ou paredes de acordo com o material exposto (parede branca
para letras e parede colorida para números, por exemplo);
• Destacar o material a ser utilizado com uso de contraste (azul e amarelo,
amarelo e preto ou preto e branco);
RECURSOS PROPRIOCETIVOS

• Ajustar e orientar sobre a postura e toque


do corpo todo na cadeira, chão..
• Utilizar toques com pressão para
diminuir os estados de alerta e
favorecer a manutenção da atenção.
FILMES E SÉRIES
REFERÊNCIAS:
• Angell, A. (2010). Selec<ve Eaters and Tac<le Sensi<vity: A Review of Classifica<on and
Treatment Methods That Address Anxiety and Support a Child's Need for a Sense of
Control. ICAN: Infant, Child, & Adolescent Nutri<on, 2(5), 299–303.
• Keen, D.V. (2008). Childhood auLsm, feeding problems and failure to thrive in early
infancy. European Child and Adolescent Psychiatry
• Nadon G, Feldman DE, Dunn W, Gisel E. AssociaLon of sensory processing and eaLng
problems in children with auLsm spectrum disorders. Au<sm Res Treat.
2011;2011:541926. doi:10.1155/2011/541926
• MORRIS, Natalie et al. Feeding disorders. Child and Adolescent Psychiatric Clinics.
• MORRIS,Pre-feeding skills – second ediLon. Morris, S. E.; Klein, M. D. 2000.
• VOLKERT, Valerie M.; PIAZZA, Cathleen C. Pediatric feeding disorders. Handbook of
evidence-based pracDce in clinical psychology, v. 1, 2012.
• Twatchtman-Reilly, J., Amaral, S.C. and Zebrowski, P.P. (2008). Addressing Feeding
Disorders in Children on the AuLsm Spectrum in School-Based SeÅngs: Physiological
and Behavioral Issues. Language, Speech and Hearing Services in Schools.

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