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Ensino Médio

Apostila de aulas

Lucas Tadeu Marchezin

2015
1º Ano
História Geral
Introdução a História
1º Ano
Aula 1: As regras do jogo: A construção coletiva de um contrato pedagógico

Objetivos: propiciar a interação da turma com o professor, a percepção da


importância do grupo e do estabelecimento de regras comuns, assim como
apresentar o curso de história.

Metodologia: Jogos tradicionais e análise de ficha

Estrutura da Aula:
1. Em que lugar estamos.
2. Seqüência de Jogos.
3. A construção de um contrato pedagógico.
4. Apresentação do curso

Planejamento da Aula

1. Em que lugar estamos.


• Fala Inaugural – apresentação (Escola Villare e a construção de um
Ensino Médio)
• Ensino Médio como uma nova etapa – Quais as expectativas deles?
• Apresentação da aula – a escolha dos jogos tradicionais como
estratégia para a construção do grupo e a construção do contrato
pedagógico.

2. Seqüência de Jogos.

Apresentação
• Jogo das mentiras
Objetivos: Proporcionar um primeiro contato entre professor e alunos,
colocar em pauta a questão de uma relação de confiança a ser construída.

Jogos:
• Pega-pega xicara
Objetivos: Perceber o espaço, tomar consciência de si e dos outros.

• Quem iniciou o movimento


Objetivos: Perceber a necessidade de cooperação dentro de um coletivo e
da relevância de certos acordos comuns.
Obs: “Quem iniciou o movimento” é um jogo no qual a participação do
grupo e a percepção do outro é fundamental. Este é um elemento
importante

Avaliação dos Jogos: Qual jogo funcionou? Por quê? Quais deram
errados? O que faltou para eles funcionarem? Regras são importantes para
jogar? Qual a relação do grupo em relação as regras?

3. A construção de um contrato pedagógico.

• Questões para a construção de um contrato pedagógico


- O grupo como coletivo (oposição a perspectiva individualista)
- Coletivo e a existência de opiniões diversas: conflito natural de opiniões
- Como lidar com isso? A necessidade de estabelecer regras comuns de
convivência de acordo com o local (a classe) – existência de regras da
instituição e de acordos de sala (em um primeiro momento apresentadas e
possíveis de serem revistas)
- Os espaços coletivos de discussão: liberdade de falar e necessidade de
ouvir – espaço de troca.
• IMPORTANTE: Contrato pedagógico e autonomia do sujeito (A regra
como construção coletiva e não como imposição e coerção)

• Regras gerais e acordos de sala.

- Estar com os instrumentos de trabalho (caderno, estojo e livro1);


- Participar das aulas (internamente e externamente);
- Respeitar os horários;
- Fazer as tarefas pedidas e cumprir os prazos – salientar a questão da lição
de casa (IMPORTANTE);
- Proibição do uso de celular
- Respeitar o professor e os demais colegas (Momentos de exposição e
momentos de dúvida, respeito a opinião do colega);
- Saída para o banheiro e água (Regra da garrafinha e bom senso);

1
O livro não será usado em todas as aulas, quando for necessário será avisado com uma aula de
antecedência
4. Apresentação do curso
• Concepção do curso: A história como um fazer
• Conteúdo:
- Introdução a História
- Pré História
- Idade Antiga (Oriental e Clássica)
- Idade Média
- Idade Moderna
- História da África
-História da América Indígena
- História do Brasil (período colonial)
• Atividade de Sala – baseadas na análise de documentos
• Tarefas: Estudo Prévio, construção de quadros sínteses e exercícios;
• Plantão de dúvidas (Descoberta e gerenciamento das dúvidas)
• Necessidade de organizar-se (agenda, horário escolar, tarefas)
• Blog e e-mail;
1º Ano
Aula 2: O Ofício do historiador

Objetivos: A partir da leitura da Ficha 1 (texto de Marc Bloch e Bertold Brecht)


os três elementos centrais da disciplina História: Seu objeto, seu método e sua
função social. Trabalhar o processo de leitura e compreensão de textos.

Metodologia: Leitura, fichamento e discussão de texto (Ficha 1: texto de


March Bloch e Bertold Brecht)

Estrutura da Aula:
1. Impressões sobre a História
2. Marc Bloch e a História (Leitura dirigida)
3. Os elementos da história
• O objeto da História
• História-problema
• As fontes históricas

Planejamento da Aula:
1. Impressões sobre a História
• A partir da lição feita pelos alunos tentar definir um quadro com as
respostas apresentadas por eles.

Importante: Este quadro deve ser mantido até o final da aula


para que possamos comparar as respostas iniciais com as idéias
surgidas após o debate.

2. Marc Bloch, Bertold Brecht e a História (Leitura dirigida)

• Contextualização do texto – ressaltar a importância de pensar um


texto dentro do seu contexto histórico (comparação com a
literatura)
- Marc Bloch, o historiador francês
- Apologia a História ou o Ofício do historiador, seu ultimo livro,
redigido durante o tempo de confinamento no campo de
concentração – Um livro incompleto, mas importante para a
reflexão sobre o papel do historiador.
- Bertold Brecht, dramaturgo alemão e poeta, forte ligação com o
pensamento marxista.
• Instruções para a leitura

1) Ler atentamente o texto (selecionar as dúvidas de vocabulário


e conceitos)
2) Identificar os principais argumentos do texto (Isto pode ser
feito em uma segunda leitura, grifando esses trechos)
3) Montar um esquema com as principais idéias do texto (este
fichamento pode ser acompanhado muitas vezes por citações
importantes)
• Coletivização dos fichamentos dos alunos (Quais as idéias
centrais do texto?)

3. Os elementos da história

Análise do texto de March Bloch:

• História-problema
Análise do trecho 1: O Ofício do Historiador

- A relação entre passado e presente no estudo da história –


ponto fundamental no processo de compreensão de outras
realidades históricas.
- A questão da história-problema: O historiador busca
compreender um determinado período histórico, mas o que leva
ele a essa pesquisa (seu problema central) é despertado pelas
questões presentes – O caso da história das mulheres e a
revolução feminista; A história da escravidão e da resistência dos
escravos e o movimento negro.
- Importante: O problema do anacronismo.

• O objeto da História
Análise do trecho 2: A História e os homens
- A História dentro do campo das ciências humanas, pois tem
como objeto os homens (em sociedade)
- Especificidade da história – categoria da duração – estudo das
transformações das sociedades humanas no decorrer do tempo.
- A História e a preocupação em compreender essas
transformações. Elemento importante para se contrapor a
concepção pragmática de ciência.

Análise do texto de Bertold Brecht:


- Quem faz a história? (noção central para a discussão do conceito de sujeito
histórico);
- Crítica da noção de história como a narrativa de grandes eventos (História
como fruto do fazer coletivo – resultado da ação humana);
- Questão importante para o reconhecimento em relação ao objeto da disciplina
(o fato de se ver na história – questão central do poema – o trabalhador que
tem um estranhamento em relação a história);
1º Ano
Aula 3: A “arte” de contar histórias

Objetivos: Debater a importância do registro do fatos passado e da construção


de narrativas históricas. Discutir a relação entre Memória e História e entre
registro oral e registro escrito. Discutir o papel do historiador como construtor
de narrativas e o uso de fontes históricas

Metodologia: Utilização de trechos do filme Narradores de Javé para


desencadear a discussão. (Cap. 2 e 3; Cap. 4; Cap. 5 e 6 e Cap. 9)

Estrutura da Aula:

1. Contando História
2. Memória e História
3. O historiador como narrador

Planejamento da Aula:

1. Contando História
• Quais as impressões iniciais dos alunos sobre o primeiro trecho
do filme (Cap. 2 e 3) – O que acharam do filme?
• Qual a importância da história dentro do enredo do filme.?
• Quem detêm o conhecimento da história de Javé?
• Qual a função de Antonio Biá no filme?

• A diferença entre o registro oral (tradição antiga e fundamental


para muitas sociedades – Griôs africanos por exemplo ) e o
registro escrito (O livro Historia de Herodoto – V a.C.)

• As narrativas históricas e a construção de identidades coletivas –


noção de patrimônio.

2. Memória e História
• Analise dos Cap. 4, 5, 6 e (dependendo do tempo) 9. – Quais as
diferenças entre as versões sobre a fundação de Javé?
• Por que será que existem essas diferenças?
• O papel da memória – a seleção parcial (conforme eles assumem
sentido para as pessoas – memória individual - ou para um grupo –
memória coletiva) dos acontecimentos.
• História como um processo de seleção e ordenação dos fatos históricos
para a construção de uma narrativa. (Questão de método) → Este
processo é feito a partir da análise de fontes (documentos históricos) →
construção de uma memória histórica.
• Biá o historiador – os relatos das pessoas de Javé são a sua fonte
(Refletir sobre as dificuldades desse processo)

3.O historiador como narrador


• Biá ao construir a história de Javé é imparcial?
• É possível construir uma história de modo imparcial?
• O historiador como construtor ativo da narrativa histórica (dentro disso a
seleção de fontes e de recortes). → Mas o processo de construção de
uma narrativa histórica é feito a partir de um método científico de análise
de fontes e embasado em teorias que embasam as interpretações
históricas → Construção de uma verdade parcial
• Os tipos de fontes históricas (documento):
- Fonte escrita;
- Fonte iconográfica;
- Objeto de Cultura Material
- História Oral (Relatos)

Importante: De maneira geral o processo de análise de uma fonte histórica


(documento) está ligado a análise interna (as características e significados
intrínsecos do documento) e a análise externa (o contexto no qual ele foi
produzido). Mas cada tipo de fonte tem um método específico para realizar a
análise interna.
1º Ano
Aula 4: A História e os conceitos históricos

Objetivos: Reconhecer as principais características de uma determinada


sociedade; Explicar os princípios gerais dos conceitos política, economia e
cultura; Classificar as principais características de uma sociedade; Organizar
as principais características de uma sociedade.

Estrutura da Aula:

1. História e a análise das sociedades


2. Os conceitos gerais
3. A sociedade contemporânea e suas características

Planejamento da Aula:

1. História e a análise das sociedades

• A narração como forma tradicional de construção do discurso histórico


→ ato de contar uma história (personagens e suas ações) → até o
século XVIII muito ligado a crônica política dos reinos.
• Século XIX → constituição da história como um campo de conhecimento
científico → construção de um discurso que buscava narrar à história
das grandes civilizações e povos (nação) → Manutenção da crônica
política, mas agora de um coletivo.
• Século XX → Formação de uma perspectiva analítica das sociedades
→ Consolidação da preocupação em não apenas contar os fatos, mas
em entender os mecanismos de funcionamento das sociedades e
civilizações estudadas, assim como dos processos históricos.
• Importante: No Ensino Médio enfatizamos bastante esta perspectiva
analítica da história.

2. Os conceitos gerais
• O que devemos saber para analisar uma sociedade? →necessidade de
definir conceitos que englobem as principais características de uma
determinada sociedade;
• Conceitos gerais para a análise histórica: Cultura, Política e
Economia
• O que significam estes conceitos?

• Análise da ficha 2: Conceitos gerais


- Chamar a atenção para a polissemia de significados
- Construir uma síntese de cada um dos conceitos trabalhados: Cultura
a partir da definição 11; Economia a partir das definições 1 e 2; Política
a partir 1, 2, 5 e 6.
- Pensar em exemplos que se encaixem em cada campo

3. A sociedade contemporânea e suas características


• Atividade: Construção de um quadro síntese da sociedade econômica.
• Elementos a serem discutidos: As diferenças entre os elementos dos
quadros sínteses e os elementos que transitam de um conceito para o
outro.
1º Ano
Aula 5: Arqueologia e Cultura Material

Objetivos: Interpretar objetos de cultura material como fontes históricas;


Classificar as características de um objeto de cultura material; Concluir
características de uma sociedade a partir da interpretação de objetos de cultura
material; Executar os procedimentos de análise de objetos de cultura material;

Metodologia: Oficina de arqueologia e utilização de apresentação de Power-


point com imagens de artefatos pré-históricos.

Estrutura da Aula
1. Arqueologia: O estudo da cultura material
2. A Pré-História e o estudo dos objetos de cultura material

Planejamento da Aula:
1. Arqueologia: O estudo da cultura material

• Principal problema do estudo da Pré-história – a existência de


pouquíssimas fontes históricas sobre o período – inexistência de
fontes escritas (combinação entre arqueologia e a paleontologia) –
Estudo da cultura material, dos fósseis encontrados e das pinturas
rupestres

• Oficina de arqueologia: Arqueologia da leiteira (trabalho prático de


analise de um objeto do cotidiano a partir do método arqueológico)
- Observação dos seguintes elementos: Material (do que é feito),
Forma (quais suas características) e Função (qual o seu uso)
- Como a partir destes elementos podemos extrair informações sobre
a sociedade que o produziu?
- Importante: Discutir a idéia de horizonte de achado e a relação
entre o objeto e a sociedade que o produziu.

• Proposição da atividade de sala: Análise de objetos de cultura material


2. A Pré-História e o estudo dos objetos de cultura material
• Quais são as fontes documentais que permite-nos estudar a pré-
história? (período anterior a invenção da escrita)
- Fósseis (restos materiais preservados de antigos organismos vivos) →
tanto dos ancestrais dos seres humanos, quanto dos alimentos
consumidos por eles
- Objetos de cultura material
- Pinturas rupestres
• Construção de interpretações deste período a partir da análise destas
fontes (método arqueológico)
• Apresentar a cronologia da Pré-História (ver doc. 2 da pág. 35)
• A cronologia da pré-história foi baseada no desenvolvimento das
técnicas utilizadas na construção de objetos pelas sociedades pré-
históricas → Importante: problematizar esta periodização e seu caráter
eurocêntrico.
Pré-História
1º Ano
Aula 6: A Pré-História: O período paleolítico e a dispersão do homem pelo
mundo

Objetivos: Apresentar o processo de evolução da espécie humana, colocando


em questão o lento processo de diferenciação da nossa espécie em relação as
demais espécies de animais. Discutir o processo de evolução humana e as
características sociais das primeiras comunidades humanas, enfatizando o
processo de produção de símbolos culturais a partir da interação com a
natureza e das relações sociais constituídas por essas primeiras sociedades.

Estrutura da Aula:

1. A teoria da evolução das espécies


2. O Homem como produtor de cultura
3. O período Paleolítico
4. A dispersão do homem pelo mundo

Planejamento da Aula:

1. A teoria da evolução das espécies.

• A preocupação em determinar a origem do homem – questão antiga,


presente em muitas culturas na forma dos mitos de criação.
• Descoberta de fósseis humanos e a pergunta sobre nossa origem começa
a ser colocada dentro da perspectiva científica (século XIX)
• A constituição de uma explicação científica no século XIX: Charles Darwin
e a teoria da evolução:” A Origem das Espécies” (1859) e “A Origem do Homem
e a seleção sexual” (1871)
• Seleção natural e evolução humana a partir e um ancestral comum com os
outros primatas (O homem como um animal também, grandes conflito com
os valores religiosos da época)

2. A evolução do Homem e a produção de cultura

• Questão central: Quais as diferenças entre nós e os demais animais?


Quando elas surgiram? Como as surgiram?
a) A evolução humana: Aspectos biológicos e sociais.
• As principais categorias distintivas:
Bipedia/Polegar opositor (auxilio no processo de caça,
desenvolvimento da capacidade de produção de objetos)
Dentição (Capacidade de lacerar e triturar objetos, variação da
alimentação – diversificação dos alimentos)
Desenvolvimento Cerebral (Capacidade intelectual superior,
desenvolvimento da linguagem – produção de objetos e significados)
→ Site: http://www.nhm.ac.uk/nature-online/life/human-origins/hominid-
skulls/index.html

b) Produção de Cultura (produção de objetos e significados)


• A produção de objetos – a produção de símbolos (significados)
• O desenvolvimento da linguagem e a transmissão de conhecimento
• A natureza e a construção da figura do sagrado (a construção das
relações totêmicas – personificação da natureza)

3. O período Paleolítico
• Características gerais do Paleolítico (trecho inicial de Guerra do Fogo –
Capítulos de 1 a 5):
- Pequenos agrupamentos humanos
- Sociedade caçadora e coletora
- Nômade e extremamente dependente as condições naturais
- Sem divisão social do trabalho
- Produção de instrumentos a partir de pedras lascadas
- Grande avanço técnico do período – a produção do Fogo (Alimentação,
aquecimento, proteção)

4. A dispersão do homem pelo mundo


• Paleolítico → Comunidades de caçadores e coletores →Grupos
nômades
• Rotas de migração dos homens → Dispersão dos homens pelo globo
(capacidade de adaptação aos mais diferentes climas) →Material
Moderna Plus (Migrações humanas)
1º Ano
Aula 7: A Pré-História: Do período Paleolítico ao Neolítico

Objetivos: Discutir os impactos do desenvolvimento das técnicas de produção


agrícola e domesticação de animais para os grupos humanos do período
neolítico. Trabalhar o conceito de modo de produção (no sentido de produção
dos elementos necessários para a vida) e de excedente.

Metodologia: Aula expositiva e análise de imagens

Estrutura da Aula:
1. A “Revolução Neolítica”.
2. Do Paleolítico ao Neolítico: os impactos sociais da agricultura.
3. As pinturas rupestres: o olhar sobre o mundo

Planejamento da Aula:

1. A “Revolução Neolítica”.
• ± de 10 mil a.C. – desenvolvimento das técnicas de produção
agrícola
• Observação dos ciclos naturais e a domesticação de
determinadas plantas de rico valor nutritivo (fontes de carboidrato)
e domesticação de animais (fonte de proteínas) → Material
Moderna Plus (Origens da Agricultura)
- Oriente Médio e Região Mediterrânica: Trigo, Cevada, Paniço
(na zona mediterrânica destaca-se a plantação de oliveiras)
- Ásia: Arroz
- América: Milho e tubérculos (como a batata e a mandioca)
• Processo de desenvolvimento desigual dessas técnicas ao redor
do mundo
- Oriente Médio e África: 8 mil a.C.
- Europa: 6.500 mil a.C.
- Ásia (Índia e China): 7 mil a.C.
- América: 4.500 a.C.
• Segundo pesquisas, é provável que a agricultura tenha sido a
princípio uma atividade feminina – Nota: Nas sociedades pré-
históricas as mulheres desempenhavam um papel importante,
sendo muitas vezes associadas a figura divina de uma Deusa.
Isso explica-se devido a relação entre a figura feminina e a
fertilidade.
• O desenvolvimento da agricultura permite ao homem pela
primeira vez sair da condição de subsistência e produzir mais do
que o necessário para sobreviver (excedente agrícola)
• Criação de um laço profundo entre os ciclos naturais e o homem,
agora como cultivador (Analise dos cantos de trabalho)
• Surge a necessidade de contar o tempo e organizar o trabalho
agrícola. Começa-se a se desenvolver os primeiros calendários.

2. Do Paleolítico ao Neolítico: os impactos sociais da agricultura.


• Com o desenvolvimento das técnicas agrícolas se processam
grandes transformações:
- novas tecnologias: cerâmica (armazenamento da produção
agrícola), arado de pedra ou madeira, roda (transporte).
- processo de sedentarização (a produção do próprio alimento
permite a fixação de populações em um território) – formação de
pequenos núcleos urbanos. Importante: O domínio da agricultura
não significa necessariamente a sendentarização, provavelmente
muitas comunidades mantiveram-se como nômades ou semi-
nômades.
- Aumento demográfico (necessidade de reestruturar a relações
sociais e de aumentar a produção agrícola)

Quadro Resumo

Paleolítico Neolítico
Coletores e Caçadores Agricultores e Pastores
Nômades Sedentários
Pequenos grupos Núcleos urbanos
Sem grande divisão social Divisão social do trabalho

3. As pinturas rupestres: o olhar sobre o mundo


a) Etapas da análise de uma imagem
• Descrição (processo de decomposição da imagem)
- Quais são os elementos presentes nela?
- Como eles estão dispostos na imagem?
- Eles estabelecem alguma relação entre si?
- Que cores são utilizadas na composição da imagem?
• Interpretação da imagem (construção de hipóteses)
- A partir dos elementos levantados na descrição, qual o
significado da imagem?
- Qual o objetivo do autor da imagem ao produzi-la?
- Quais características da sociedade que produziu esta imagem
podem ser deduzidas a partir da análise da imagem?
b) A pintura rupestre como reprodução da concepção de mundo pré-
histórica.
1º Ano
Aula 8: A Pré-História: Período Neolítico (O surgimento do Estado)

Objetivos: Apresentar o processo de divisão social do trabalho no interior dos


grupos humanos neolíticos, a constituição de grupos sociais e de hierarquias
no interior dessas comunidades, assim como o processo de constituição do
Estado como instituição organizadora e instrumento de apropriação do
excedente por parte dos grupos sociais no poder.

Metodologia: Aula expositiva

Estrutura da Aula:
1. O surgimento dos grupos sociais.
2. A constituição dos Estados.

Planejamento da Aula:
1. O surgimento dos grupos sociais.
• Aumento demográfico – formação de núcleos urbanos próximo a
áreas favoráveis a agricultura (regiões em que as características
geográficas favoreciam a agricultura) → Material Moderna Plus
(Primeiras Cidades)
• Com o crescimento das aldeias começa a se intensificar a
especialização dentro do universo do trabalho
- camponeses
- artesãos
- comerciantes (a partir do momento que se estabelecem ligações
entre núcleos urbanos)
- guerreiros (proteção do território e a execução da guerra)
- sacerdotes (ligação com o mundo espiritual)

• A divisão social do trabalho se constitui com a separação entre


trabalho manual (a produção do excedente) de trabalho intelectual
– processo ligado à apropriação do excedente por uma classe
dominante (Guerreiros e Sacerdotes)

• As culturas de irrigação: formação de núcleos urbanos nos vales


de grandes rios (processo natural de irrigação das áreas de
várzeas devido ao ciclo de cheias e seca desses rios)
- África: Vale do rio Nilo – 3.200 a.C.
- Mesopotâmia (Oriente Médio): Vale dos rios Tigre e Eufrates –
3.200 a.C.
- Índia: Vale do rio Indo – 2.500 a.C.
- China: Vale do rio Huang (Amarelo) – 2.000 a.C.
• No caso do continente americano temos a formação de grandes
civilizações em áreas com características diferentes, como na
região Andina e na Mesoamérica – por volta de 2.000 a.C.

2. A constituição dos Estados.


• Com a formação de grupos dominantes começa a se constituir um
sistema de controle e coerção (formação de um corpo
administrativo – burocracia – e do monopólio da força – exército)
• O desenvolvimento da escrita – registro da produção e da
arrecadação do Estado (depois utilizada para outros fins)
• Processo de centralização do poder – construção de Estados
centralizados – figura do governante ou do sacerdote (intima
relação entre religião e poder político)
• A formação de grandes impérios – anexação de territórios e
subordinação de outros povos
1º Ano
Aula 09: Pré-História: As sociedades indígenas na América

Objetivos: Discutir, a partir das diversa formas de organização social das populações
nativas da América, as relações estabelecidas entre os homens (formação de relações
sociais) e destes com o meio que os circunda (relações de produção das condições
de vida e de sua reprodução). Nesse processo será apresentada uma dimensão geral
das populações indígenas que ocupavam a América, assim como, a sua diversidade
cultural..

Estrutura da Aula:
1. A Questão Indígena (o olhar sobre o outro)
2. Os povos nativos: diversidade de relações sociais
3. Homem e Natureza: As civilizações Andinas

Planejamento da Aula:

1. A Questão Indígena
• Análise da ficha: Ritos corporais dos Nacirema.
- Quais rituais são descritos?
- Há alguma semelhança entre os Nacirema e nós?
- Apresentação do texto (a importância da compreensão da diferença – o
olhar antropológico)
• A presença Indigena no continente Americano (uma questão que mobiliza
passado e presente)
• Dois exemplos de como esta é uma questão atual: No ano de 2008 podem
ser citados os conflitos na Bolivia e a polêmica sobre a demarcação de
terras da reserva indigena Raposo/Serra do Sol (questão central é a forma
distinta de organização e concepçãod e mundo das populações indigenas e
da civilização ocidental – link com a diferença acerca da posse da terra:
posse comunal da terra vs. Propriedade privada da terra – Indicação de
filme: Terra Vermelha, Marco Bechis – Questão Guarani)
• História do continente – história indígena.

2. Os povos nativos: diversidade de relações sociais


• Conceito Chave: RELAÇÃO HOMEM → HOMEM
• Ocupação de todo o continente – constituição de culturas e formas de
relações sociais bem distintas:
• A Agricultura - possibilidade de sedentarização
- (Domesticação do Milho) → 5.700 a.C na Mesoamérica
- (Domesticação da Batata → 8000 a.C. nos Andes

• ESQUEMA GERAL DE ORGANIZAÇÃO:

→Sociedades organizadas através de Estados (±1000 a.C.) – organizações


a partir de centros urbanos.
→ Sociedades Nômades ou Seminômades. (Como as tribos que ocupavam
o atual território brasileiro)

• A Aldeia, sociedades comunais


→ Laços de parentesco
→ Reciprocidade
→Unidade Básica de produção da vida material e da organização do
trabalho – Os grandes constituíram-se a partir delas, subordinando-as e
mantendo seu poder através dos chefes locais.

• A população na América Indígena:


- Mesoamérica : ± 20 milhões de habitantes (Continente e mar do Caribe)
- Região Andina: ± 12 milhões
- Região Amazônica e Litoral Atlântico ± 6 milhões

• As etnias indígenas no território brasileiro:


- principais grupos étnico-linguistico: Tupi-Guaranis (Costa atlântica); Jê
(Planalto central brasileiro); Caraíbas e Aruaques (Planice Amazônica)
- Comunidades semi-nomades ou nômades (como os Guaranis e ocupação
de toda a região Sul do Brasil, Uruguai e Paraguai)
• A Construção das Grandes Civilizações:
- Os Maias – As Cidades-Estado e os reinos
- Incas e Astecas – formação de Grandes Impérios (NOTA: São Impérios
extremamente recentes – Inca – consolidação do poder imperial entre 1453
a 1532 / Asteca 1325 a 1521)

3. Homem e Natureza: As civilizações Andinas

• Conceito Chave: RELAÇÃO HOMEM → NATUREZA


• Características específicas da Cordilheira dos Andes:
- Variação climáticas devido a altitude – constituição de “arquipélagos”
ecológicos.
• Processo de sendentarização e o desenvolvimento da agricultura em
patamares diferentes
• A Mita – forma de organização do trabalho → Os laços de parentesco e
reciprocidade e a mobilidade de uma aldeia pela montanha
• A apropriação da Mita (forma de organização do Trabalho0 pelo Império
Inca (Transformação em tributação)
História Antiga
Antiguidade Oriental
1º Ano
Aula 10: O Egito Antigo: Sociedade de classes

Obs: Aula para duas entradas

Objetivos: Apresentar as principais características da sociedade egípcia,


tomando-a como exemplo do processo de formação do Estado e constituição
de uma sociedade de classe. Discutir a profunda relação entre homem e
natureza na constituição da agricultura de irrigação e o papel do Estado na
apropriação do excedente (conceito de despotismo oriental) Apresentar a
estrutura social egípcia e seus aspectos culturais.

Metodologia: Aula expositiva, Debate de trecho do documentário “O mundo


se ninguém” e apresentação de Power-point

Estrutura da Aula:
1. Um pouco de Cronologia: A Antiguidade Oriental.
2. Despotismo Oriental e as primeiras civilizações
3. O Egito antigo e o Nilo.
4. O poder faraônico e a sociedade egípcia.
5. O Egito antigo: características sociais e culturais.

Planejamento da Aula:

1. Um pouco de Cronologia: A Antiguidade Oriental.


IMPORTANTE: Construir a linha do tempo da História Antiga
• ±5000 a.C. – desenvolvimento da escrita (indício da formação do
Estado) – marco do início da Idade Antiga.
• Divisão da Idade Antiga em dois blocos (separação baseada em
espaços geográficos distintos)
- Antiguidade Oriental: Região do norte da África e Oriente Médio
(inclui as civilizações do Egito e da Mesopotâmia)
- Antiguidade Clássica: Região Mediterrânica (inclui as civilizações
da Grécia e de Roma)

IMPORTANTE: Utilização do Google Earth para caracterizar cada uma


destas regiões, com especial ênfase na região do Crescente Fértil
• O fascínio que sentimos por essas sociedades antigas baseia-se
sobretudo na monumentalidade de suas edificações.
• Trecho do Documentário: “O mundo sem ninguém” (Parte 3) – a
questão da monumentalidade e longevidade desses monumentos
frente a nossa sociedade do consumo.
• Lição de casa: Utilização do Google Earth e visitação de alguns dos
principais monumentos da antiguidade oriental

2. Despotismo Oriental e as primeiras civilizações.

• Despotismo oriental : Um modelo explicativo criado para caracterizar as


sociedades da Antiguidade Oriental – Origem no termo Modo de produção
asiático.
• Importante: Os modelos explicativos são importantes no estudo de
História, no entanto deve ser visto com cuidado, pois há diversas
especificidades que os modelos não dão conta.
• Características do Despotismo Oriental
Política:
o Poder centralizado
o Estado teocrático

Economia:
o Sociedade agrícola baseada na cultura de irrigação (próximo a
grandes rios)
o Controle do Estado sobre as terras destinadas a agricultura
o Servidão Coletiva

Sociedade:
o Religiões politeísta
o Concepção cíclica de mundo

3. O Egito antigo e o Nilo.


• A ocupação do vale do Rio Nilo - período Neolítico (5.000 .aC.) –
populações nômades provenientes da África e Ásia em busca de
terras férteis em meio ao processo de desertificação do Norte da
África.
• Trecho do documentário: “Construindo um Império” (Parte 1)
• O vale do rio Nilo: região propícia para o desenvolvimento da
agricultura – processo natural de fertilização das margens dos rios –
facilitando assim o desenvolvimento das atividades agrícolas.
• A formação dos nomos – aldeias autônomas localizadas nas
margens do Nilo – estruturada a partir da agricultura de irrigação
(sistemas de diques e canais utilizados para aumentar e controlar as
áreas de inundação do Nilo)
• Unificação dessas aldeias formando dois grandes reinos (ou
confederações) – o Alto Egito (Vale do rio Nilo), e o Baixo Egito
(região do Delta)
• 3.100 – unificação das duas coroas por Namer (Menés) primeiro
governante do Egito a se intitular faraó.

4. O poder faraônico e a sociedade egípcia.


• Estrutura de governo extremamente hierarquizada
Faraó

Sacerdotes Burocracia
(Esfera local)

Nomarcas

• Poder do faraó baseado no controle quase exclusivo sobre a terra


(portanto sobre a agricultura) e na sua dimensão divina (ele era
identificado como divindade, como um Deus – e posteriormente
como filho de um Deus – na terra.) Dimensão teocrática do poder
faraônico. →Análise de imagem ( a figura de Ramsés II)
• Poder sobre a terra garantia o poder sobre a maior parte da
população. Forma principal de trabalho do Egito Antigo era a
servidão coletiva. Os trabalhadores camponeses cultivavam as
terras e, nos períodos de cheia do Nilo executavam obras públicas
(Canais de irrigação, templos, etc.) em nome do faraó. → Análise de
imagem (camponeses egípicios)
• Havia também o trabalho escravo, reservado, sobretudo para
trabalhos extremamente árduos, como por exemplo, a exploração
das minas.
• Papel central da burocracia egípcia na cobrança dos tributos. A
figura do “puxador e corda” e o desenvolvimento dos cálculos de
área.
• O poder dos faraós não foi absoluto durante todo o período do
império egípcio. As lutas internas com os nomarcas (formação de
uma nobreza local) e o crescimento do poder dos sacerdotes (a
reforma de Akhenaton como um exemplo de tentativa de romper
com esse domínio – data)
5. O Egito antigo: características sociais e culturais.
• A construção do panteão egípcio se dá a partir da junção de
divindades locais (dos nomos). Possivelmente essas divindades são
de origem totêmicas daí sua característica antropozoomófica
(representadas como animais, homens fundidos a animais e homens
– forma mais rara)
• A formação de uma concepção cíclica de mundo – a influência dos
ciclos naturais do Nilo. O Faraó e a manutenção das chuvas e da
prosperidade do Egito.
• A mumificação – prática para preservar o corpo em uma outra etapa
da vida (prática a princípio restrita ao faraó, mas depois estendida
aos altos funcionários capazes de custear os custos dos processos)
→ Análise de imagem (O peso da alma)
• Uma produção vasta de conhecimento (Matemática, astronomia,
medicina, etc.) imbuídas de uma profunda concepção mágica do
universo (conhecimento empírico a fórmulas místicas e rituais.)
1º Ano
Aula 11: Os povos da Mesopotâmia

Objetivos: Apresentar e discutir a validade e limites de modelos explicativos


como o do Despotismo Oriental para compreender as civilizações da
Antiguidade Oriental. Localizar e caracterizar as principais civilizações da
Mesopotâmia.

Metodologia: Aula expositiva, análise de trechos do Código de Hamurabi

Estrutura da Aula:
1. A mesopotâmia: região entre rios e as primeiras civilizações
2. O império babilônico e o Código de Hamurabi

Planejamento da aula:

1. A mesopotâmia: região entre rios.


• Mesopotâmia - denominação de um espaço geográfico –as
planícies ao entorno dos rios Tigre e Eufrates.
• Região fértil, porém aberta para a migração de povos (no
entroncamento dos continentes – Europa, África e Ásia)
• Marcada por grandes inundações – necessidade de sociedades
bem organizadas para se aproveitar dos fatores naturais
(construção de diques e canais de irrigação)
• Agricultura → sedentarização → organização do Estado
(cidades-estado)
• As civilizações da Mesopotâmia:
- Os sumérios (±3500 a.c.) – Sul da Mesopotâmia constituição
das primeiras cidades-estado (invenção da escrita cuneiforme,
registro mais antigo de escrita – constituição de cidades-estado
em torno dos zigurates – templos);
- Os acádios (± 2000 a.c.) – Norte da Mesopotâmia;
- Os amoritas (± 2000 a.c.) – criação de cidades-estado – Cidade
da Babilônia;
• Organização similar a do império egípcio (Despotismo oriental) –
diferença em relação a estrutura teocrática → Os reis eram vistos
como representantes da vontade divina e não divindades (ver
Código de Hamurabi)

2. O império babilônico e o Código de Hamurabi


• Formação do império babilônico (1.792 a.C)
• Hamurabi é primeiro rei conhecido do Império Babilônico –
responsável pela criação do Código e Hamurabi – o código de lei
preservado na integra mais antigo.
• A lei como instância da vontade divina, viabilizada pela a ação dos
reis (salientar esta questão)
1º Ano
Aula 12: Fenícios e Hebreus

Objetivos: A partir da análise das características de Hebreus e Fenícios será


analisado os elementos tanto de ordem econômica quanto social, enfatizando
nesse ultimo caso os aspecto da justiça, dos códigos legais, e da religião.

Metodologia: Aula expositiva, material digital Moderna Plus, análise de


documento;

Estrutura da aula:
1. Os fenícios e comércio mediterrânico
2. Os Hebreus e o Monoteísmo.
3. Justiça no Mundo Antigo: Os dez mandamentos

Planejamento da Aula:

3. Os fenícios e o comércio mediterrânico.


• Local: Região onde atualmente está localizado o Líbano
• Características naturais:
- Região pouco propícia para a atividade agrícola.
- Abundância de madeira (comercialização e construção de
embarcações)
• Economia: Comércio como atividade econômica principal.
(elemento que os diferenciava dos demais povos da Antiguidade
Oriental) – Controle o comércio no Mediterrâneo Oriental. (Material
digital da Moderna Plus
• Política: Organizavam-se através cidades-estado (criação de
entrepostos comerciais ao longo da costa do Mediterrâneo –
fundação de Cartago)
• Cultura: Difusão do alfabeto fonético (os egípcios são os primeiros
a criarem um alfabeto fonético) – ligado as necessidades comerciais
dos fenícios

4. Os Hebreus e o Monoteísmo.
• Povo de origem semita – originalmente habitavam a região próximo
a cidade de Ur na Babilônia.
• Local: Região da Palestina (Migração para o Norte. Segundo a
tradição hebraica foram conduzidos pó Abraão)
• Importante: Único povo monoteísta de toda a Antiguidade
→Análise de texto (A 1ª Aliança de Abraão)
- Crença na existência de um único Deus, imaginado como
transcendental
- constituição da auto-imagem de povo escolhido
- construção de uma concepção histórica do mundo (da gênese
até o fim dos tempos – a chegada do messias)

• A construção do Monoteísmo e a sociedade hebraica (o papel


dos profetas)

- Abraão - Constituição do monoteísmo, migração para a região da


Palestina
- Noé - A mitologia do Dilúvio e a metáfora da purificação
- Moisés – Retorno a Palestina, Os dez mandamentos como códigos
de lei.

• O monoteísmo hebreu constitui uma exceção dentro da Idade Antiga (O


que levou a uma relação bastante tensa entre hebreus e as demais
civilizações contemporâneas a eles: dominação babilônica, egípcia e
romana)

• Economia: Atividades agrícolas e de pastoreio


• Organização do(s) Estado(s) hebreu:
- período dos juízes (início do processo de formação do Estado hebreu)
- período dos monarcas (Davi e Salomão)

5. Justiça no Mundo Antigo: Os dez mandamentos

Objetivos: Discutir o conceito de justiça presente nos “dez mandamentos”


salientando os elementos de ordem divina e de ordem social.
• A justiça dentro da sociedade hebraica possuía duas dimensões
- A lei como dimensão sagrada;
- A lei como organização social;
Antiguidade Clássica
1º Ano
Aula 13: A criação da Grécia
Objetivos: Discutir o lugar que a história da Grécia ocupa em nosso imaginário
e no discurso historiográfico sobre as “origens” da civilização Ocidental.
Debater o processo de ocupação da península balcânica e as primeiras formas
de organização social dos gregos durante o período pré-homérico e homérico,
salientando a ligação entre os “gregos” e o mundo “oriental”.

Metodologia da Aula: Aula expositiva, debate coletivo: discussão sobre o


papel da Grécia no nosso imaginário.

Estrutura da aula:
1. A Grécia antiga e o ocidente
2. Uma história dos gregos?
3. A ocupação da península Balcânica

Planejamento da aula:

1. A Grécia antiga e o ocidente.


• Por que estudamos a Grécia antiga? →O que sabemos sobre a
Grécia antiga? – perguntas para chamar atenção para o quanto
valorizamos a história da Grécia (utilizar o livro didático como
exemplo)
• Construção de um discurso historiográfico que valoriza a Grécia
antiga como o berço da civilização ocidental.
• Necessidade de compreender as relações entre a formação dos
gregos e da cultura greco-romana diretamente ligada ao
Mediterrâneo e as relações com outras civilizações (como Egito e
mesopotâmia) → Comparação das esculturas gregas e egípcias
(processo lento de diferenciação e formação de uma cultura
única)

2. Uma história dos gregos?


• Divisão tradicional da história grega:
- Pré-Homérico (XX – XIII a.C.) → Chegada dos Jônios, Eólios e
Aqueus (Dominação Miscênica)
- Homérico (XIII – VIII a.C.) →Formação dos genos / chegada dos
Dórios
- Arcaico (VIII – VI a.C.) →Formação das cidades-estado (poléis)
- Clássico (VI – IV a.C.) → Auge das cidades-estado e eu dclínio
(Guerras Médicas e do Peloponeso)
- Helenístico (IV – II a.C.) → Império de Alexandre o Grande

• Importante: Falamos em história grega, no entanto é preciso lembrar


que nunca houve uma unidade política entre os povos que se
estabeleceram na região. Mesmo do ponto de vista cultural havia
grandes diferenças. Elemento unificador → língua comum.

3. Ocupação da Península Balcânica


- Pré-Homérico: migração de povos indo-europeus como os Aqueus
(séc. XX – XVIII a.C.); Eólios (séc. XVIII – XV a.C.) e Jônios (séc.
XVIII – XV a.C.) → Mapa da Moderna Plus (Migrações Indo-Europeu)
• Domínio cultural e econômico da civilização cretense → civilização
marcadamente influenciada pelas civilizações orientais.
• Características gerais de civilização cretense:
- Estado teocrático (poder centralizado na figura real e legitimado
pela ascendência da casa real de Minos)
- Sociedade palaciana (Economia controlada diretamente pelo
Estado →o papel central do palácio de Cnossos)
- Principal atividade econômica: Comércio (ligado as rotas mercantis
do Mediterrâneo, principalmente ao comércio com o Egito)
- Culto religioso ligado a figura da grande deusa.
• Declínio do poder cretense e ascendência do poder aqueu → O
mito do minotauro como representação desse processo. (ver anexo)
• A chegada dos Dórios – povo indo-europeu e de caráter guerreiro
(séc XVIII) desestrutura as sociedades gregas da época levando a
grandes migrações ( processo conhecido como 1ª diáspora grega)
• Rearticulação das relações culturais e rearticulação das
organizações sociais (temos pouca informação do período qu
precede esses acontecimentos)
• Principais fontes do período Homérico: os poemas épicos da Ilíada e
Odisséia
Textos de apoio

O Mito do Minotauro

Conta o mito que ele nasceu em função de um desrespeito de seu pai


ao deus dos mares, Poseidon. O rei Minos, antes de tornar-se rei de Creta,
havia feito um pedido ao deus para que ele se tornasse o rei. Poseidon
aceita o pedido, porém pede em troca que Minos sacrificasse, em sua
homenagem, um lindo touro branco que sairia do mar. Ao receber o animal,
o rei ficou tão impressionado com sua beleza que resolveu sacrificar um
outro touro em seu lugar, esperando que o deus não percebesse.
Muito bravo com a atitude do rei, Poseidon resolve castigar o
mortal. Faz com que a esposa de Minos, Pasífae, se apaixonasse pelo
touro. Isso não só aconteceu como também ela acabou ficando grávida do
animal. Nasceu desta união o Minotauro. Desesperado e com muito
medo, Minos solicitou a Dédalos que este construísse um labirinto gigante
para prender a criatura. O labirinto foi construído no subsolo do palácio de
Minos, na cidade de Cnossos, em Creta.

Após vencer e dominar, numa guerra, os atenienses , que haviam


matado Androceu (filho de Minos), o rei de Creta ordenou que fossem
enviados todo ano sete rapazes e sete moças de Atenas para serem
devorados pelo Minotauro.

Após o terceiro ano de sacrifícios, o herói grego Teseu resolve apresentar-


se voluntariamente para ir à Creta matar o Minotauro. Ao chegar na ilha,
Ariadne (filha do rei Minos) apaixona-se pelo herói grego e resolve ajudá-
lo, entregando-lhe um novelo de lã para que Teseu pudesse marcar o
caminho na entrada e não se perder no grandioso e perigoso labirinto.
Tomando todo cuidado, Teseu escondeu-se entre as paredes do labirinto e
atacou o monstro de surpresa. Usou uma espada mágica, que havia
ganhado de presente de Ariadne, colocando fim aquela terrível criatura. O
herói ajudou a salvar outros atenienses que ainda estavam vivos dentro
do labirinto. Saíram do local seguindo o caminho deixado pelo novelo de
lã.
1º Ano
Aula 14: A pólis e o mundo grego.

Objetivos: Discutir o processo de constituição da polis grega, das


comunidades aristocráticas patriarcais (os genos), até a organização plena das
cidades-estado. Definir o conceito de cidade-estado e sua dispersão pela
região do Mediterrâneo (Magna Grécia) acompanhado da cultura grega. A
partir da analise de trechos de documentos extraídos das peças de teatro
gregas discutir o conceito de cidadania.

Metodologia da Aula: Aula expositiva, análise de textos historiográficos, uso


do jogo grepólis.

Estrutura da Aula:
1. A constituição dos genos
2. A formação da Polis
3. A Magna Grécia (Dispersão da cultura grega)

Planejamento da Aula:
4. A constituição dos genos.

• Século XIII a.C. – Início do Período Homérico (XIII – VIII a.C.) →Chegada
dos Dórios (ultimo dos quatro povos que formariam a civilização grega)

• Constituição de núcleos urbanos (aldeias) → sociedade organizada ao


redor de famílias patriarcais (lideradas por um chefe guerreiro) e
aristocráticas (sustentadas pelo poder sobre a terra) – os genos

• Esses núcleos devem ser pesados com oikos (casa ou família) → unidade
econômica e social (noção de família estendida, englobando tanto escravos
como servos e estrangeiros residentes nas terras de uma mesma família.

• Convívio dentro dos genos de escravos (mas que ainda não constituíam a
maioria) e homens livres a serviço do chefe guerreiro (demiurgos – artesão
qualificado – e tetas)
• Formação de associações entre diferentes genos – encontro e deliberação
dos chefes guerreiros – aristocracia – e deliberações em conjunto nas
assembléias (o restante da população livre participava desses eventos mas
não deliberava) → A guerra de Tróia como principal exemplo

• A escolha, por mérito militar, de um rei dentro da aristocracia.

5. A formação das polis

• Período Arcaico (Séc. VIII – VI a.C.) → formação das polis (dentro de um


contexto de crise social)
• Aumento demográfico:
→ Escassez de terras acompanhado pelo questionamento do poder da
aristocracia que dominava as principais terras das antigas comunidades
(genos).
→ Alteração das relações sociais: De relações diretas dentro dos genos
(concepção de relações familiares dentro do oikos) para relações indiretas
dentro da nova forma de organização social nas polis

Genos Cidades-estado (Pólis)


(Aumento demográfico)

• Definição: Cidades–estado (Pólis) “Ela pode ser definida como uma


‘comunidade autônoma politicamente’, (...), ainda que estes
conceitos não exprimam perfeitamente todas as suas características,
pois além de sua independência política a polis ideal deveria ser auto-
suficiente no pano econômico.” (Maria Beatriz B. Florenzano, O
Mundo antigo: economia e socieda. São Paulo: Brasiliense, 1982, pp.
24)

• Importante: A concepção de cidade-estado não está ligada


necessariamente a idéia de núcleo urbano, mas sim a reunião da
comunidade dos cidadãos (o coletivo).
• Utilização do jogo Grepolis (simulação do mundo grego – baseado no
conceito de cidade-estado grega e suas características): Jogo e
realidade histórica. → Representação da polis grega e da fragmentação
política (universo político grego)

• “Do ponto de vista material, para que existisse deveria ter


essencialmente um local central onde se situassem os edifícios públicos
e religiosos e onde se realizassem as reuniões dos cidadãos, a ágora.
Uma acrópole (cidade alta) também era necessária como medida
defensiva da comunidade. Afora esses dois itens, cada cidade-estado
se desenvolvia de modo diferente, tinha dimensões diversas, etc.”
(Maria Beatriz B. Florenzano, O Mundo antigo: economia e socieda.
São Paulo: Brasiliense, 1982, pp. 24)

• Análise do espaço da Pólis - Utilização do jogo Grepolis e da planta da


planta da Acrópole de Atenas.

6. Cidade-Estado e o conceito de cidadania

• Consolidação do conceito de cidadania → Uma idéia de igualdade


dentro dos membros de uma comunidade política (polis) → Análise
dos trechos de As Rãs e Édipo Rei (discutir o papel do teatro dentro
da sociedade grega e função do coro dentro do teatro grego)
• Ser cidadão – dentro da concepção grega significava participar da
vida política da polis (Sófocles, por exemplo, exerceu vários cargos
públicos dentro da cidade de Atenas) e ser capaz de se armar e
defender a cidade nos períodos de guerra – o exército de
cidadãos – os hoplitas (Ésquilo lutou em batalhas importantes das
Guerras Médicas – Maratona e Salamina, isso aparece em sua peça
Os Persas – inscrição do seu túmulo “Aqui jaz Ésquilo, filho de
Eufórion. Nascido em Atenas, morreu nas planícies fecundas de
Gela. A aldeia famosa de Maratona e o persa de longa caeleira dirão
se ele foi bravo: eles viram!”)
• IMPORTANTE: A idéia de cidadania era restrita a um grupo bem
definido dentro da polis (homens livres, maiores de idade, filhos de
pais nascidos na cidade). Estavam excluídos da categoria de
cidadãos: Mulheres, crianças, estrangeiros e escravos (eles não
faziam parte da comunidade política ou não eram vistos como
portadores da razão elemento importante para a atuação política.
Texto de Apoio

Coro: Ah! Sofro males sem conta.Todo o meu povo está exposto ao flagelo e
meu pensamento não possui arma que nos permita uma defesa. Os frutos
desta nobre terra não crescem mais à luz e felizes nascimentos (...). E a
cidade perece nessas mortes sem conta. Nenhuma piedade a seus filhos que
jazem no chão: eles também são portadores da morte (...).

Édipo: Ouço as suas preces e a essas preces sou eu que respondo. Saibas
escutar e acolher as minhas palavras. (...) Falo aqui como homem alheio ao
relato que ele acaba de ouvir, alheio ao próprio crime; eu não poderia sozinho
levar adiante minha investigação, a menos que dispusesse de algum indício; e,
como sou de fato um dos últimos inscritos nesta cidade, é a vós, é a todos os
tebanos, que dirijo solenemente meu apelo.
1º Ano
Aula 15: O Período Clássico: Cidadania, Democracia e Escravidão
Objetivos: Construir um quadro comparativo entre os processos históricos que
levaram a constituição das cidades-estado de Atenas e Esparta, analisando as
diferenças políticas, sociais e econômicas nesses dois exemplos de polis
grega. Discutir a relação entre a consolidação do estatuto de cidadão, a
construção da democracia grega (ateniense) e a instituição em massa do
trabalho escravo.

Metodologia: Análise de imagem, análise de trechos das peças teatrais


gregas, aula expositiva.

Estrutura da Aula:

1. A Magna Grécia
2. A cultura grega
3. Esparta e Atenas: dois modelos de polis.
4. Democracia e Escravidão.

Planejamento da Aula:

1. A Magna Grécia (Dispersão da cultura grega)


• Período Clássico
• Processo contínuo de aumento demográfico → escassez de
alimentos para abastecer, insuficiência e terras. →Unidade das
cidades-estado ameaçadas.
• Formação de novas cidades-estado →as colônias (Sul da Itália,
Costa da África e Planalto da Anatólia)
• As colônias não mantinham necessariamente o vinculo com as suas
cidades de origem, porém algumas funcionavam como entrepostos
comerciais, abastecendo as cidades-estado de origem e
desenvolvendo o comércio grego no Mediterrâneo.
• Dispersão da cultura grega no Mediterrâneo (2ª diáspora grega)
2. A cultura grega

• Passagem do Período Arcaico para o Período Clássico:


→ Desenvolvimento das cidades-estado
→Consolidação de uma língua comum
→ Desenvolvimento da chamada cultura grega: desenvolvimento de varias
áreas do saber (de maneira geral a cultura grega – preservada ao longo
dos séculos – é considerada a base na qual se constituiria a cultura
ocidental posteriormente. (Leitura do cap. 5.3)

• Importante: A través da análise de imagens relembrar que a cultura grega,


por sua vez, deve muita a cultura das civilizações consideradas ocidentais)
• Ponto central: desenvolvimento da Filosofia (construção de uma
interpretação racional do mundo
• Antropocentrismo em oposição de uma interpretação mítica de mundo
(O exemplo da comédia As Rãs de Aristófanes – representação caricatural
de Dionísio)

3. Esparta e Atenas: dois modelos de polis.

Esparta:

• Local: Planície do Peloponeso


• Origem: Cidade fundada pelos Dórios
• Estrutura sócio-econômica:
- Economia agrícola – sociedade aristocrática (poder baseado na posse
da terra)
- Produção agrícola baseada no trabalho escravo e na população local
subordinada pelos espartanos
• Estratificação social e características sociais:
- Espartanos (cidadãos)
- Periecos (homens livres sem direitos políticos)
- Hilotas (escravos e população submetida a sevidão)

- Sociedade espartana militarizada (Xonofóbica e lacônica) →Utilização


do trecho inicial de 300 (Ou material on-line da Moderna Plus)
• Estrutura Política

Diarquia Gerusia

Exército Assembléia Popular

Atenas:

• Local: Região litorânea, Ática.


• Origem: Fundada pelos Jônios
• Desenvolvimento socioeconômico

- Desenvolvimento Econômico:

Economia agrícola organizada


Economia Agrícola Para trocas comerciais

(Relações mercantis com


(Concentração de terras nas
outras polis – colônias)
mãos da aristocracia, aumento
da importância dos demiurgos)

• Desenvolvimento Político:
(As mudanças econômicas levaram a disputa política entre a Aristocracia e os
Demiurgos – comerciantes – com o apoio dos Gorgóis – camponeses)

Governo aristocrático (Governo Tirânico Democracia

(Conflito como debate político)

o Para a consolidação do regime democrático foi preciso instituir


diversas mudanças na sociedade ateniense (atuação dos
legisladores):
- 610 a.C. – Dracon institui um código de leis escritas
- 594 a.C. – Sólon reformou as leis de Dracon – entre outras
medidas acaba com a escravidão por dívida (elemento necessário
para separar e definir o estatuto de cidadão e de escravo)
- 510 a.C. – Clistenes implementa a democracia em Atenas

o Cristalização da sociedade grega:


- Atenienses (cidadãos)
- Metecos (estrangeiros)
- Escravos

4. Democracia e Escravidão.

Características gerais da democracia grega:


• Democracia direta (Os cidadãos representavam a si mesmos nas
assembléias)
• Os cargos públicos eram rotativos e escolhidos através de sorteios
(critica a noção de meritocracia, em tese todo cidadão seria capaz de
assumir tais funções)
• O ostracismo como mecanismo para a defesa do sistema (exílio de 10
anos do cidadão considerado uma ameaça, manutenção de suas
propriedades no momento que esse retornasse)
• Pergunta central: o que permitia o cidadão se dedicar a vida política?
→ a introdução em massa de escravos (concepção do ócio produtivo,
desvalorização do trabalho manual)
• As cidades-estado gregas se consolidaram no período clássico como
sociedades escravistas (ou seja, baseadas na mão-de-obra escrava)
• Escravos oriundos de guerras e posteriormente vindos do tráfico de
escravos. (Porém em uma dimensão bem inferior ao império romano)
1º Ano
Aula 16: As guerras do período Clássico e o Império Helenístico.
Objetivos: Discutir os principais confrontos do período clássico (As Guerras
Médicas e do Peloponeso), a construção de uma concepção de unidade grega
baseada na oposição civilização e barbárie e o declínio das cidades-estado.
Apresentar as principais características do Império Helenistico e sua relação
profunda com a cultura Oriental.

Metodologia: Aula expositiva e análise de documento.

Estrutura da Aula:

1. As guerras do período Clássico


2. O Período Helenistico.

Planejamento da Aula:
1. As guerras do período Clássico

a) As Guerras Médicas (490 – 448 a.C.)


• Expansão do Império Persa (fusão de Medos e Persas) → Século VI
a.C. Utilização dos recursos da Moderna Plus (Mapa da expansão
persa)

• Características gerais:
- Sociedade Palaciana
- Poder despótico
- Expansão militar e construção de uma rede de poder através do
pagamento de tributos e manutenção das elites locais no poder

• Início dos conflitos: Expansão territorial em direção ao mar Egeu (ataque


as cidades gregas e invasão da península balcânica)- Utilização dos
recursos da Moderna Plus (Mapa das Guerras Médicas e Trecho dos
300 de Esparta)

Guerras Médicas
Cidades-Estado gregas VS. Império Persa
• Aliança militar entre as polis gregas: Liga de Delos (comandada por
Atenas)

• Episódios da Guerra:
- 300 de Esparta (combate no desfiladeiro das Temóplidas)
- Batalha de Maratona
- Batalha de Salamina (Vitória dos gregos, o que significou a
manutenção da autonomia dessas cidades)

• Heródoto e a narração das guerras Méicas (o discurso da unidade da Hélade


contra os bárbaros) – análise de texto

b) Guerra do Peloponeso (431 – 404 a.C.)

• Fim das guerras médicas – manutenção da Liga de Delos (hegemonia


de Atenas sobre as outras cidades)
• Esparta e a fundação da liga do Peloponeso
• Utilização dos recursos da Moderna Plus (Mapa das Guerras Médicas)

Liga de Delos VS. Liga do Peloponeso

• Vitória de Esparta, mas enfraquecimento das cidades-estado como um


todo.
• Conquista das cidades-estado por Filipe da Macedônia.

2. O Período Helenistico.
• Macedônia – reino situado ao norte das cidades-estado (possuía uma
economia agrícola e uma forte influência da cultura das polis)
• O rei Felipe II da Macedônia conquista em 366 a.C. as cidades-gregas
→ com sua morte assume a coroa seu filho Alexandre
• Alexandre havia sido educado por Aristóteles (um dos maiores filósofos
gregos)
• Alexandre inicia uma das maiores expansões territoriais da história
(Conquista a região da Mesopotâmia, o Egito e marcha até as margens
do rio Indu) - Utilização dos recursos da Moderna Plus (Mapa do Império
de Alexandre Mágno)

• O Helenismo:
- O império de Alexandre foi construído a partir da incorporação de
novos territórios, mas sem alterar as estrutura de poder local (cobrança
de tributos)
- Fusão de elementos da cultura grega e das culturas orientais
• 394 a.C. – Morte de Alexandre – fragmentação do seu império.
1º Ano
Aula 17: Roma: a monarquia e a sociedade romana
Objetivos: Construir um panorama da história de Roma, apontando os
principais tópicos que serão tratados nas aulas. Discutir as características
políticas e sociais da sociedade romana durante a Monarquia.

Estrutura da Aula:

1. A História de Roma: organização cronológica


• Cronologia: processo de organização dos fatos históricos no tempo
→ cronologia de Roma baseada em sua história política (formas de
governo)
• Os períodos da história romana (construir uma linha do tempo):
- Monarquia (750 – 509 a.C.)
- República (509 – 27 a.C.)
- Império (27 a.C. – 476 d.C.)
• A história de Roma e a cronologia da História Geral (utilização dos
marcos cronológicos de Roma como divisão entre a Idade Antiga e
Idade Média – 476 d.C., queda do Império Romano do Ocidente – e
como divisão entre a Idade Média e Idade Moderna – 1453, queda do
Império Romano do Oriente.

2. A fundação da cidade-estado.
a) A península itálica no séc. VIII a.C
• Região ocupada por povos distintos e fragmentada do ponto de vista
político.
- Região Sul (Gregos)
- Região Central (Latinos e Sabinos)
- Região Norte (Etruscos)
b) A fundação de Roma e o mito fundador
• Fundação: pequena aldeia de origem latina na região do Lácio
• Importante: Ocupava uma posição estratégica, pois estava
localizada em um cruzamento das principais rotas comerciais entre
as cidades-estado do Sul e as do Norte
• O mito fundador: construído a posteriori e transcrito por Virgílio
- Gênese de Roma em Enéias, príncipe troiano refugiado na Itália –
seus descendentes teriam fundado a cidade – Gêmeos Rômulo e
Remo (filhos de Réia Silvia e o deus Marte) → papel do mito –
ressignificação da história da cidade, valorização do caráter militar e
do poder de Roma construídos posteriormente.

3. A monarquia: aspectos sociais e políticos.


a) Organização social
• Sociedade agrária e aristocrata: controle social baseado no controle
da terra)
• Grupos sociais:
- Patrícios (composto pelas famílias proprietárias de terras)
- Plebeus (composto por camponeses detentores de pequenas
propriedades)
- Clientes (composto por indivíduos dependentes das famílias
patrícias)
- Escravos (prisioneiros de guerra)
Obs: No período da Monarquia haviam pouquíssimos escravos em
Roma.

b) Organização política:

Rei

Senado

• Senado: Conselho de anciões formado pelos representantes das


principais famílias patrícias. Tinha como função assessorar o Rei e
limitar seu poder.
• Durante o período de Monarquia (750 – 509 a.C.) Roma teve 7
reis. Os três últimos eram de origem etrusca.
• Dominação etrusca:
- Crescimento da cidade;
- Consolidação do domínio da região do Lácio;
- Fortalecimento do poder político dos patrício;
• 509 a.C. → Conflito entre o rei Tarquínio e a elite patrícia leva a
deposição do rei e a extinção do regime monárquico
1º Ano
Aula 18: Roma: a república aristocrática
Objetivos: Discutir a constituição da república romana e sua estrutura
aristocrática. Debater as características do direito romano, sobretudo a
consolidação a concepção de público e privado. Apresentar o processo de
expansão territorial romano e relacioná-lo a consolidação da república
aristocrática.

Estrutura da Aula:
1. A república romana.
2. O direito romano: entre público e o privado
3. A expansão territorial

Planejamento da Aula:
1. A república romana.
• 509 aC – Conflitos entre o rei Tarquínio e os patrícios leva a deposição
do rei e o fim da monarquia.
• República: o termo provém da expressão latina res publicus – governo
da coisa pública.
• Estrutura do governo republicano

Senado (Composto pelos membros das


principais famílias patrícia)

Comício Tribal Comício Centurial

(Patrícios) (Patrícios e plebeus engajados


no exército)

• Magistrados: Encarregados pelas assembléias para exercer o poder executivo


em nome delas. O cargo mais importante dos magistrados era o de Consul.
Eram sempre eleitos em número de 2 e exerciam o cargo por 1 ano.
• Em momentos de crise o Senado poderia conceder o poder total ao cônsul por
um período provisório (6 meses), estes estados de exceção era chamado de
ditadura.
• Importante: A república consolidou o poder da aristocracia rural
(patrícios), os proprietários de terras e escravos.
• As revoltas da plebe (insatisfeita com tal situação a plebe se organizou,
ameaçando constituir uma outra cidade apartada de Roma se não fosse
concedido direitos políticos)
• 494 a.C. – Criação dos tribunos da Plebe (representação dos plebeus no
Senado, direito a veto a determinações que afetassem a plebe) – inicialmente
em número de 2, depois aumentado para 10.
• 450 a.C. - Criação da lei da 12 Tábuas (base do direito romano)
• 445 a.C. – Lei Canuléia (direito a casamento de plebeus e patrícios) – muitas
famílias plebéias tinha enriquecido mas não possuíam direitos políticos.

2. A expansão territorial
• Durante o período da república Roma se consolida como uma potência bélica n
península itálica – formação das legiões romanas (exército formado por
plebeus e comandado pelos patrícios) → Análise dos trechos de filmes sobre o
Exército Romano
• 275 a.C. – consolidação do controle sobre toda a península itálica.
• Avanço sobre as ilhas da Sicília (área estratégica: produtora de trigo e controle
do Mediterrâneo) → área controlada por outra poderosa cidade-estado:
Cartago.
• Guerras Púnicas (264 – 146 a.C.)
Roma VS Cartago
• Vitória sobre Cartago (controle do norte da África e da Península Ibérica),
vitória sobre o reino da Macedônia (controle de toda a parte oriental do
Mediterrâneo)
• Hegemonia de Roma sobre o Mediterrâneo - Utilização de material da Moderna
Plus – Expansão romana séc. II e I a.C.
1º Ano
Aula 19: A crise da República

Objetivos: Discutir o conceito de trabalho como elemento constituinte das


relações humanas, assim como o conceito de luta de classe. Discutir as
contradições geradas pela expansão romana e as lutas sociais que
desencadearam a crise do sistema republicano em Roma.
Obs: Esta é uma aula para duas entradas.

Metodologia: Analise de textos e documentos

Estrutura da Aula:
1. As conseqüências da expansão romana
2. Os elementos da crise da República
3. As ditaduras e a crise da República

Planejamento da Aula:

1. As conseqüências da expansão romana.


• Conseqüência da expansão romana.
- processo de concentração fundiária pelos patrícios – As terras
conquistadas era de propriedade do Estado (Ager publicus), porém
essas terras eram muitas vezes cedidas a quem tivesse condição de
ocupá-las – formação de grandes latifúndios patrícios
- Aumento do número de escravos – as populações vencidas nas
guerras foram escravizadas – aumento significativo do número de
escravos.

Alteração das relações de trabalho

Camponês livre (plebeu) Trabalhador escravo


- Controle do comércio em todo o Mediterrâneo - A unidade política
de Roma vai garantir o crescimento das redes de comércio do
Mediterrâneo. Isso trouxe duas conseqüências diretas:
a) A organização de uma produção agrícola para a comercialização –
baseada em grandes propriedades e no trabalho escravo
b) Formação de um novo grupo social ligado as transações econômicas
– Os cavaleiros, ou noblitas (comerciantes enriquecidos)

2. Os elementos da crise da República

a) A crise agrária
• Com as mudanças nas relações de trabalho a plebe vai sendo cada vez
mais marginalizada dentro da sociedade romana (criação de um
ambiente de instabilidade política – a plebe perde espaço dentro da
sociedade romana, mas ao mesmo tempo continuava sendo importante
para a formação do exército romano)
• Os irmãos Graco: Os tribunos da Plebe Caio e Tibério Graco
propuseram medidas para diminuir as tensões sociais dento da
República.
o Tibério Graco (143 a.C.): Lei Agrária: distribuião do ager
publicus para a plebe.
o Caio Graco: Lei Agrária, Diminuição do preço do trigo,
Expansão da cidadania romana.
→ As propostas dos dois são rejeitadas pela elite patrícia no
Senado e eles são perseguidos e assassinados.

b) Espartacos e as revoltas escravistas.


• Roma durante o período da república transforma-se em uma sociedade
escravista.
• Os escravos tinham as mais variadas procedências (não era uma
questão étnica) e exerciam as mais variadas atividades, tanto nas áreas
agrícolas, quanto urbanas.
• Os escravos eram em sua maior parte provenientes das guerras de
conquista. Mas com o aumento da demanda por escravos cria-se redes
de tráfico de escravos no interior do império romano
• Sociedade escravista organizada a partir da coação e da violência.
- Trechos ilustrativos do romance Espartacus de Howard Fast:
o As minas e trabalho escravo (pag. 61-62)
o Os escravos (pág 65)
o A velha e o general (pag.230 – 231)

• As revoltas de escravos
- Revolta da Sicíia (136 – 133 a.C.)- derrubada do governo local e
estabelecimento de uma monarquia, escravização dos povos
subordinados.
- Revolta de Espartacos (76 – 73 a.C.) – Revolta de gladiadores no sul
da península Itálica, mobilização de outros escravos – formação de um
exército de 60 mil homens – Mobilização das legiões romanas sob o
comando do gen. Crasso
o Análise de Documento: A visão romana sobre
Espartacos – O medo de uma revolta de escravos.

3. A crise da República.
• A crise das instituições da República
- Questionamento dos poderes do Senado (insatisfação política por
parte da plebe - marginalizados dentro da sociedade romana - e dos
cavaleiros – busca de maior espaço político dentro da sociedade
romana) → Constantes acusações de corrupção dentro da República.
- Crescimento do prestígio dos generais romanos e atuação cada vez
mais intensa do exército em questões políticas (manipulação da plebe)
- Tensões sociais → Instabilidade política.
• As ditaduras
- Em meio a instabilidade política Caio Mario (general romano com
grande popularidade entre a plebe) assume o poder como Ditador. (106
– 100 a.C.)
o Implementação de reformas com grande apelo popular
(como, por exemplo, a instituição do soldo no exército
romano)
o Apoio popular e manutenção do poder como Ditador, acima
das ordens do Senado romano
- Com o apoio dos patrícios Cornélio Sila (general romano, antigo
auxiliar de Caio Mario) inicia um guerra contra as forças de Caio Mario.
- Após derrotar Caio Mario, assume – com o apoio patrício – a posição
de ditador (89 – 79 a.C.), por conta da idade avançada, renuncia ao
posto em 79 a.C.

• Os triunviratos

- Para evitar novas disputas internas o Senado cria o chamado


triunvirato, formado pelos três grandes generais da época.
- 1º Triunvirato:
o Crasso
o Pompeu
o Julio César
- Após a morte de Crasso, inicia-se uma guerra entre as forças de Julio
César e Pompeu. César vence-o em 46 a.C. e torna-se ditador vitalício.
- O Senado, inconformado com o processo de centralização do poder
levado a cabo por César arma uma conspiração e o assassina (Brutus,
patrício e filho adotivo de César)
- Após a morte de César forma-se o 2º Triunvirato
o Marco Antônio (general romano e braço direito de César)
o Otávio (Sobrinho de César)
o Lépido (Banqueiro romano e pessoa influente dentro da
sociedade romana)
- Lépido foi em pouco tempo afastado do triunvirato, o que deu início a
disputa entre as forças de Marco Antônio e Otávio.
- Otávio derrotou Marco Antônio em 31 a.C. no Egito. Após a derrota de
Marco Antonio dá início ao processo de centralização do poder.
- Em 27 a.C. declarasse Príncipes (o primeiro dos cidadãos),
Augustos (Divino) e Imperator (Autoridade suprema); colocando fim a
República.
1º Ano
Aula 20: O Império romano

Objetivos: Caracterizar as principais alterações com a instauração do sistema


de governo imperial em Roma por Otávio Augusto. Discutir a consolidação da
concepção de império a partir dos testemunhos romanos. Debater o alcance da
idéia e dos símbolos do império dentro do mundo contemporâneo.
Obs: Aula para duas entradas
Metodologia: Aula expositiva, análise de documentos, análise de imagens,
análise de trechos do filme: “Gladiador”.

Estrutura da Aula:
1. A instauração do Império: mudanças políticas e sociais.
2. A construção da idéia do Império Universal.
3. Os símbolos do Império.

Planejamento da Aula

1. A instauração do Império: mudanças políticas e sociais.


• 27 a.C. – Otávio assume o título de Imperador, iniciando uma
reorganização da estrutura do Estado Romano.
• Reestruturação do exército:
- Profissionalização do exército (fim da obrigação do serviço militar
dos pequenos camponeses, controle do exército pelo imperador).
- Fim das grandes expansões.
- Consolidação das fronteiras. (consolidação do poder sobre toda a
zona ao entorno do Mediterrâneo – chamado de maré nostrum)

• Reestruturação político-administrativa
- Aproximação política com as elites provinciais do Império (abertura
dos principais cargos políticos – Senado e magistraturas - as
grandes famílias provincianas)
- Centralização política do poder nas mãos do Imperador (restrição
dos poderes do Senado e dos magistrados)
- Reestruturação do sistema tributário – instituição de funcionários
pagos pelo Estado para controlar a arrecadação de impostos nas
províncias de todo o império.
- Investimento na construção de um vasto sistema de comunicação
terrestre e da urbanização das províncias.

• As conseqüências da reestruturação do Império.


- Desenvolvimento das manufaturas nas províncias e do comércio
(sobretudo nas províncias orientais do Império)
- Pacificação das tensões sociais internas do Império – contribuíram
para isso a chamada política do Pão e Circo (a distribuição de alimentos
e os combates de gladiadores – comentar o papel desses espetáculos
para o povo romano – a simulação de poder de decisão e superioridade)
- Importante: Todas essas mudanças não alteraram a estrutura social
da sociedade romana. Os patrícios continuaram o grupo social superior,
seus privilégios e o poder sobre a terra foram mantidos. Por isso
apoiaram a constituição do Império, na medida que garantiu a
estabilidade social.

2. A construção da idéia do Império Universal.

• Analise do trecho de Políbio:


- O processo de expansão territorial e a construção de uma idéia de
poder ilimitado
- A conquista das principais civilizações do Mediterrâneo e a idéia de
superioridade natural
- A construção do Império e a idéia de “império universal”
3. Os símbolos do Império.
• Roma como um símbolo de poder e força para a tradição ocidental
• Comparação entre o Império Romano, o Império Napoleônico, a
Alemanha Nazista e os EUA.
1º Ano
Aula 21: O Cristianismo

Objetivos: Discutir a gênese da religião cristã, suas características e


especificidades em relação às demais religiões do mundo antigo. Debater a
expansão do cristianismo dentro do império romano, assim como a
perseguição inicial aos primeiros cristãos. Discutir o processo de
institucionalização do cristianismo, a constituição da Igreja e dos dogmas
cristãos e sua profunda relação com o Estado romano.

Metodologia da Aula: Analise de documentos e aula expositiva.

Estrutura da Aula:

1. Jesus de Nazaré: A gênese do cristianismo.


2. A expansão do cristianismo.
3. A construção da Igreja Cristã.

Planejamento da Aula:

1. Jesus de Nazaré: A gênese do cristianismo.

a) O cristianismo e o judaísmo.

• A principal características do Judaísmo é o Monoteísmo – segundo a


tradição hebraica Deus teria se revelado a Abraão e selado a
primeira aliança. – Deus é considerado como entidade superior e
transcendental (não possui uma representação humana, é intangível
e onipotente e onipresente)
• Importante: O monoteísmo hebreu tem seu pilar na relação
indissociável entre povo e Deus (a concepção de povo escolhido de
Deus)
• O Judaismo como ortopraxis: “Conjunto de normas de origem divina
que regulam toda a conduta (halakah) do crente e que o devoto
judeu deve obedecer para realizar-se e, com isso, realizar um
sistema de justiça no mundo” (Giovanni Filoramo. As religiões da
Salvação. São Paulo, Hedra, 2005, p.36)
• Com Moisés (os 10 mandamentos) temos a consolidação de formas
de proceder e leis que vão ao longo da tradição se consolidando na
doutrina judaica.
• Dentro da doutrina judaica estaria prevista a vinda de um Messias (o
ungido por Deus), o responsável pela libertação dos hebreus e que
os conduziria ao mundo de Deus. – Para os membros mais
ortodoxos – como os fariseus – o Messias seria alguém da linhagem
real de Davi.

b) O novo pacto: Jesus de Nazaré

• Na época em que surge o cristianismo a região da Palestina estava


sobre dominação direta dos romanos. Muitos nesse período se auto-
intitularam o Messias diante da opressão romana.
• Jesus de Nazaré, nascido de família humilde, se apresenta como o
Messias e filho de Deus (Encarnação terrena do poder divino)
• Suas pregações traziam elementos que divergiam profundamente da
doutrina tradicional judaica:
- A universalidade da palavra de Deus
- A Historicidade do Cristianismo (não só é uma religião histórica,
como a vontade de Deus se realiza historicamente rumo a salvação -
Da Gênese ao Apocalipse) – Doutrina da salvação e da redenção
do homem.
- Doutrina baseada na piedade e na igualdade entre os homens
perante Deus.
• Suas pregações foram consideradas deturpações do judaismo e
condenadas pelo governo romano na Palestina - Foi preso,
condenado e executado (A paixão de cristo e a ratificação do carater
sagrado de cristo – um dos elementos centrais do cristianismo)

2. A expansão do cristianismo.
• Após a morte de Jesus de Nazaré suas idéias continuaram a ser
difundidas na Palestina pelos seus discípulos – no entanto, em um
primeiro momento, elas eram vistas muito mais como vertente do
judaimso.
• Pelas suas características – universalidade da palavra de Deus para
com os homens e da possibilidade de redenção destes o cristianismo
se espalha principalmente entre as camadas populares (plebe) e
escravos.
• Formação das primeiras comunidades cristãs (Igreja - do hebraico
qahal - o povo de Deus; denominação das comunidades: ekklesias -
assembléia popular)
• O principal responsavel pela difusão do cristianismo foi Paulo de
Tarso (seu nome original do hebraico pode ser traduzido para Saulo)
– Paulo, de origem hebraica, era a princípio um arduo perseguidor
dos cristãos até se converter ao cristianismo – a partir da conversão
Paulo se empenhou a converter os chamados “gentios”, os povos não
hebreus.
• Com o crescimento do cristianismo o império romano passou a
sistematicamente perseguir os cristãos. Para os romanos o aumento
do cristianismo significava uma ameaça a estrutura do império, devido
a: Igualdade dos homens perante a Deus, a negação da divindade
do imperador, o pacifismo cristão diante da doutrina militar romana.

3. A construção da Igreja Cristã.

• A Crise da estrutura imperial romana a partir do século III faz com que
o cristianismo comece a se difundir cada vez mais dentro do Império
Romano (devido a perspectiva de fim dos tempos)
• Nesse contexto ocorreu a conversão de parte consideravel do
patriciado ao Cristianismo (Formação de uma elite imperial cristã)
• Imperador Constantino, primeiro imperador convertido ao
cristianismo → Édito de Milão (313 d.C.) - Legalização do Cristianismo
• Esse processo de aproximação entre o Estado Romano e o
cristianismo está diretamente ligado a construção da Igreja Cristã:
Organização da estrutura da instituição eclesiástica (a Igreja) e
homogeneização da doutrina cristã . Constantino conclama o
Concílio de Nicéia (325 d.C.) - Organização dos evangelhos
(Mateus, Marcos, João e Lucas)
• Contúdo esse processo é acompanhado por diversas divergências
sobre a doutrina cristã, expressa no processo de combate as heresias
(desvios em relação a ortodoxia da fé cristã)
- Arianismo (séc. IV): Negavam a constubstancialidade de Jesus,
fazendo de Cristo um homem e não um ser divino
- Donatismo (séc IV e V): Para eles os sacramentos só seriam
válidos se quem o ministra-se fosse digno.
• Santo Agostinho (354 - 430 d.C.) e o combate as Heresias (formação
de uma ortodoxia cristã embasada em um debate teológico)
• Imperador Teodósio - promulgação do Édito Tessalônico (391-392
d.C. ) → Cristianismo como religião oficial do Império.

• “ A transformação do cristianismo em religião de Estado teve


como efeito um profundo entrelaçamento entre a igreja Católica e
o poder político(...) caracterizada pela formação de um Estado
crsitão. (Giovanni Filoramo. As religiões da Salvação. São Paulo,
Hedra, 2005, p.73)
Textos de Apoio

09. E Jesus, passando adiante dali, viu assentado na recebedoria um homem,


chamado Mateus, e disse-lhe: Segue-me. E ele, levantando-se, o seguiu.
10. E aconteceu que, estando ele em casa sentado à mesa, chegaram muitos
publicanos e pecadores, e sentaram-se juntamente com Jesus e seus discípulos.
11. E os fariseus, vendo isto, disseram aos seus discípulos: Por que come o vosso
Mestre com os publicanos e pecadores?
12 Jesus, porém, ouvindo, disse-lhes: Não necessitam de médico os sãos, mas, sim,
os doentes.
13. Ide, porém, e aprendei o que significa: Misericórdia quero, e não sacrifício. Porque
eu não vim a chamar os justos, mas os pecadores, ao arrependimento.
(Mateus 9: 09 – 13)

23. E aconteceu que, passando ele num sábado pelas searas, os seus discípulos,
caminhando, começaram a colher espigas.
24. E os fariseus lhe disseram: Vês? Por que fazem no sábado o que não é lícito?
25. Mas ele disse-lhes: Nunca lestes o que fez Davi, quando estava em necessidade e
teve fome, ele e os que com ele estavam?
26. Como entrou na casa de Deus, no tempo de Abiatar, sumo sacerdote, e comeu os
pães da proposição, dos quais não era lícito comer senão aos sacerdotes, dando
também aos que com ele estavam?
27. E disse-lhes: O sábado foi feito por causa do homem, e não o homem por causa
do sábado.
28. Assim o Filho do homem até do sábado é Senhor.
(Marcos 2: 23 – 28)

1. E Jesus, vendo a multidão, subiu a um monte, e, assentando-se, aproximaram-se


dele os seus discípulos;
2. E, abrindo a sua boca, os ensinava, dizendo:
3. Bem-aventurados os pobres de espírito, porque deles é o reino dos céus;
4. Bem-aventurados os que choram, porque eles serão consolados;
5. Bem-aventurados os mansos, porque eles herdarão a terra;
6. Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque eles serão fartos;
7. Bem-aventurados os misericordiosos, porque eles alcançarão misericórdia
8. Bem-aventurados os limpos de coração, porque eles verão a Deus;
9. Bem-aventurados os pacificadores,
10. Bem-aventurados os pacificadores, porque eles serão chamados filhos de Deus;
11. Bem-aventurados os que sofrem perseguição por causa da justiça, porque deles é
o reino dos céus;
(Mateus 5: 1 – 11)

Porque Cristo enviou-me, não para batizar, mas para evangelizar; não em sabedoria
de palavras, para que a cruz de Cristo se não faça vã
(Conritio I, 1: 17)
Idade Média
1º Ano

Aula 23: A Europa na Idade Média

Objetivos: Discutir os impactos das invasões germânicas para a Europa sobre


dominação romana, tanto na parte Ocidental, quanto Oriental. Apresentar as principais
características do Império Bizantino (Império Romano do Oriente) no decorrer da
Idade Média. Discutir os impactos da invasão germânica para a Europa Ocidental após
a queda do Império Romano do Ocidente.

Estrutura da aula:

• A Idade Média e o eurocentrismo


• O Império Romano do Oriente e as invasões germânicas
3. As invasões “bárbaras” e os reinos germânicos

Planejamento da Aula:

• A Idade Média e o eurocentrismo

• 476 d.C. → Deposição de Rômulo Augustos (Considerado o ultimo Imperador


Romano) - marco cronológico da “Queda do Império Romano do Ocidente”.
Considerado também como o marco que divide a Idade Antiga da Idade Média.
• Organização cronológica da Idade Média (séc. V ao séc. XV) – Da queda do
Império Romano do Ocidente a Queda do Império Romano do Oriente (Império
Bizantino)
• Subdivisão da Idade Média: Alta Idade Média (séc. V ao séc. X) – formação da
sociedade medieval – e Baixa Idade Média (séc. X ao séc. XV) – consolidação e
transformações das relações feudais.

• IMPORTANTE: A queda do Império Romano do Ocidente representa o fim da


uma unidade política na parte Ocidental do Império Romano (mais
especificamente na Europa Ocidental), assim como um processo de ruralização
da economia dessa região (acentuado processo de êxodo urbano). Contudo, isso
não se aplica a outras áreas que outrora fizeram parte do Império Romano (Como
o Mediterrâneo Oriental, dominado pelo Império Bizantino e o Norte da África,
conquistado após o século VIII pelos árabes).

• A construção da idéia de Idade Média como parte de uma historiografia


eurocêntrica. Uma História centrada nos acontecimentos dos reinos que se
constituíam na Europa ocidental a partir do século V. Processo de exclusão das
demais regiões.

• O Império Romano do Oriente e as invasões germânicas

a) Aspectos econômicos:
• Controle do Marítimo (assegurava a circulação de mercadorias entre
seus principais portos e as rotas que ligavam o Império ao Mar Negro, Ásia e
Europa)
• Controle estatal sobre a produção artesanal (através da regulação de
corporações de ofício)
• Controle da circulação de mercadorias (controle fiscal e
estabelecimento de monopólios)
• Produção agrícola (mescla de trabalho servil e trabalho livre -
arrendamento de terra).

b) Aspectos políticos:

Principal característica: Poder político centralizado. Fusão de duas tradições


legitimando o poder do imperador sobre todo o Império Romano do Ocidente.
(Romana e Cristã)

• Tradição Romana: Os governantes de Constantinopla se consideravam os


herdeiros diretos do Império e das tradições Romanas . Em princípio, o
imperador era eleito pelo Senado, pelo Exército e pelo Povo de Constantinopla.

• Tradição Cristã
• Título de Basileus – aquela que dispõe de autoridade total sobre os
assuntos espirituais. Considerado como isapóstolos, ou seja, igual aos
apóstolos, portanto o representante de Deus
• Síntese: CÉSAROPAPISMO → fusão entre poder temporal e poder espiritual.

• Estabilidade da Figura do Imperador → Possibilidade de longas dinastias:
Macedônicos, 192 anos (867 -1059); Camnemos, 104 (1081 -1185);
Paleólogos 192 anos (1261 -1453)
• Condições proibitivas para ser Imperador: Eunucos, Cegos, Hereges e
Mulheres (com exceção daquelas que tomaram o poder como imperatriz ou
regente)
• Instabilidade de Imperadores (Disputas pelo poder): 107 Imperadores durante
a História de Bizâncio, 34 de mortes naturais, 8 na guerra e 65 assassinados
ou cegados.

c) Estrutura do Império:

• Herança da estrutura hierárquica ROMANA.


• Forte controle do Estado sobre todas as instâncias da vida cotidiana –
existência de uma vasta BUROCRACIA (cargos não hereditários – os eunucos)
• Unidade Lingüística – GREGO (Irá no decorrer dos séculos substituir o Latim)
• Unidade Religiosa – Igreja Ortodoxa
d) A Igreja Ortodoxa e o Cisma do Oriente

• O poder do Patriarca de Constantinopla: O bispo de Constantinopla vai no


decorrer dos séculos firmando sua importância sobre outras dioceses do
Oriente, como Alexandria, Antioquia e Jerusalém.
• II Concílio Ecumênico – 381 d.C. – declara que o bispo de Constantinopla
receberá as honras a seguir do bispo de Roma.
• Papel das disputas Teológicas: O distanciamento entre as partes Ocidentais
e Orientais do antigo Império Romano vão colocar em disputa tanto seu
legado político (a idéia de Império Universal); quanto o religioso (a quem
deveria caber o controle dos cristãos?) - Oposição entre o Bispo de Roma e do
Patriarca de Constantinopla)
• CISMA DO ORIENTE (1054) – Criação da Igreja Ortodoxa (subordinada ao
Imperador do Império Romano do Ocidente)

• As invasões “bárbaras” e os reinos germânicos

• Século V – invasões germânicas e a queda do Império Romano do Ocidente.

• Intensificação do processo de ruralização das comunidades européias


ocidentais e do isolamento da Europa Ocidental dos principais centros
econômicos do Mediterrâneo.
• Nesse contexto temos a formação dos reinos germânicos e um profundo
processo de reestruturação social.

• Principais transformações:

Políticas
- Fim da unidade política.
- Fragmentação do poder na Europa Ocidental (Constituição dos reinos
germânicos: Reino dos Francos, Reino dos Visigodos, Reino dos Alanos, etc.)
- Declínio da concepção de poder Público e constituição de relações pessoais de
dependência (o comitatus germânico)

Sociais:
- Constituição de novas relações sociais: Mescla de elementos da cultura romana
com elementos da cultura germânica.

Econômicas:
- Transformação das formas de organização econômicas e social: Com o fim da
unidade política, tem início de um lento processo de fragmentação das rotas
comerciais terrestres e, principalmente as rotas do Mar Mediterrâneo.
- Declínio acentuado do comércio em quase toda a Europa Ocidental.
- Início de um processo de ruralização da economia. (êxodo urbano)
1º Ano

Aula 25: O Islã

Objetivos: Apresentar o processo de formação do Islamismo e suas principais


características, articulando a influência das religiões monoteístas e os aspectos
culturais árabes na constituição dessa religião. Relacionar o processo de unificação
religiosa da península arábica e o processo de unificação política, assim como à
expansão árabe. Discutir o processo de cisão dentro do mundo muçulmano e a
fragmentação do mundo islâmico. Debater o olhar contemporâneo sobre o mundo
Islâmico.

Estrutura da Aula:

• A Península arábica.
• A formação do Islã.
• A expansão islâmica.

Planejamento da Aula:

• A Península arábica.

• Ocupação:

4. Norte - Região sobre influência de dois grandes impérios:


• Império Bizantino (Cristão)
• Império Sassânida* (Zoroastrismo)

*Região onde se localizam atualmente Irã e Iraque

• Sul - Região sobre influência de dois reinos:


• Reino de Axum - reino africano (Cristão Copta) - Costa do mar Vermelho
• Iemem - reino no Sul da península.

• Centro:

d) Povos nômades do deserto (Beduínos)


e) Povos sedentários nas regiões de Oásis - agricultores e artesãos organizados
em pequenas aldeias e cidades

• Característica dos povos Árabes:

- Organização Tribal (pautados na lealdade familiar e orgulho dos ancestrais) -


comandados em geral por um chefe guerreiro → Poder estabelecido a partir dos
Oásis.

- Descentralização do poder. (inexistência de uma unidade política.

- Religiões Politeísta - pautado nas religiões de pastores e agricultores


(adoração da Natureza)

- Região marcada por diversas rotas comerciais (rotas de longa distância,


contato com comerciantes indianos e chineses – rotas asiáticas – e com
comerciantes africanos – nos dois casos temos a comercialização de especiarias)

- Meca - principal centro urbano e comercia, local de peregrinação (a rocha negra)

• A formação do Islã.

• O profeta Muhammad (Maomé)

- Data provável de Nascimento - 570 d.C. - aldeia de Meca. – Membro da Tribo dos
Coraixitas (mercadores importantes) . Pertencia a um ramo pobre.

- Casou-se com Cadija - viúva de um comerciante - e assumiu seus negócios


(caravanas comerciais)

- Teve contato nessas viagens com comunidades cristãs e judaicas (religiões


monoteístas)

- Fusão de suas tradições distintas: a tradição judaico-cristão e as tradiões árabes.


- Profecias da vinda de um profeta (corrente tanto nas religiões montesinas -
cristianismo e judaísmo -como entre os adivinhos árabes)

- Muhammad e a revelação no deserto (A existência de um único Deus, Allah e


Muhammad como o escolhido para ser seu profeta)

- Delineamento de uma nova religião monoteista e a figura do Profeta como o


escolhido para ratificar a verdadeira mensagem de Allah (Apropriação da tradição
judaico-cristã)

- Importante: Constituição da idéia de unidade através dos laços de uma


comunidade islâmica
- Confrontos com os mercadores de Meca (Coraixitas - visão desse novo credo ao
poder da cidade como centro de peregrinação)

- 622 d.C. → Muhhamad é obrigado a deixar Meca em direção a Yatrhib (Medina)


- HÉGIRA (início do calendário muçulmano)

- Cresce o número de seguidores do Islã (tanto em Yatrhib com entre o beduínos


do deserto) → Muhhamad retorna a Meca (Aceitação do caráter sagrado da cidade
- haram fundado por Abraão - local de conciliação, de paz)

• A doutrina Islâmica

- O monoteismo:

“Tudo o que existe nos céus e na terra glorifica Allah; e Ele é o Onipotente e
Onisciente.

A Ele pertence o senhorio dos céus e da terra: Ele é o que dá a vida e o que
ordena a morte, Ele tem poder sobre as coisas.

Ele é o primeiro e o Último, o Visível e o Invisível, Ele é o Conhecedor de todas as


coisas.

Ele é O que criou os céus e a terra em seis dias; depois subiu ao Trono. Ele
conhece tudo o que a ele ascende, Ele está convosco onde quer que vós esteja. E
Allah vê tudo o que vós fazeis.

É seu Reino dos céus e da terra, e a Allah todas as coisas voltam.

Ele faz que a noite penetre no dia e que o dia penetre na noite, Ele conhece os
pensamentos dentro de nossos corações.”

(Corão. Sura 57, 1-6.)

- Os cinco pilares do Islã:

• Chahada ou Shahada - é a profisão de fé do islamismo: “Não há outro deus


além de Allah; Muhammad é servo e mensageiro de Allah.”
• Salat ou Salah - refere-se às cinco orações rituais que cada muçulmano deve
realizar diariamente voltado para Meca.
• Zakat ou Zakah - é o tributo religioso impropriamente traduzido como esmola.
Segundo o Islão, toda riqueza provém de Allah, sendo assim aqueles que
tiveram a sorte de beneficiar da sua riqueza devem por sua vez apoiar os
membros mais desfavorecidos da comunidade muçulmana.
• Ramadã - é o nono mês do calendário muçulmano, no qual se pratica o jejum
ritual.
• Hajj ou Hadj - é o nome dado à peregrinação realizada à cidade santa de
Meca pelos muçulmanos. sendo obrigatória pelo menos uma vez na vida para
todo o muçulmano adulto, desde que este disponha dos meios econômicos e
goze de saúde.

• Importante: A unidade religiosa conquistada com a expansão do islamismo


permitiu a unificação política dos povos árabes.

• A expansão islâmica.

• Utilização do material Moderna Plus (Mapa da expansão árabe)


• Liderança de Muhhamad → Unificação da Península Arábica
• Morte do Profeta abre a questão de quem sucederia no comando da
comunidade islâmica
• A escolha do Califa (o líder da comunidade) → recai sobre os homens que
estavam mais próximos do profeta nos anos da HÉGIRA.
• Expansão das áreas dominadas pelos árabes (Império Sassânida e Bizantino)
→ Essa expansão propiciaria em dois séculos a dominação de áreas tanto no
Oeste (Até a Espanha), quanto a Leste (até a Ásia Central)

• A divisão do Islã (Xiitas e Sunitas)

- Crise sucessória após a morte do terceiro Califa (Otman) - Ali ibn Abi Talib, primo
de Muhhamad contra Mu’ awiya ibn Abi Sufyan primo do Califa Otman.

- Estava em jogo a liderança tanto no campo político como religioso - o poder de


Imã, chefe religioso, era reivindicado por Ali, pois era da família do profeta.

- O grupo que passou a apoiar Ali e seus descendentes ficou conhecido como
“Parido de Ali” - Xiitas em árabe.

- Os partidários de Mu’ awiya ibn Abi Sufyan, apoiados em outros escritos


sagrados - com o Suna, o livro da vida e ensinamentos de Muhhamad - Ficaram
conhecidos por Sunitas. (divisão presente no islã até hoje).
1º Ano

Aula 25: A formação da sociedade feudal

Obs: Aula para 2 entradas

Objetivos: Compreender o processo de fusão entre elementos germânicos e romanos


na construção de novas relações sociais, base da sociedade medieval. Expor e
discutir os principais elementos da sociedade medieval (O sistema feudal).

Estrutura da aula:

1. O Feudalismo
2. A sociedade feudal

Planejamento da Aula:

1. O Feudalismo

• Existem algumas características gerais para definira a sociedade medieval. O


conjunto dessas características forma o sistema social chamado de feudalismo.

• Atenção: O feudalismo é um modelo social, nem todas as regiões da Europa


desenvolveram todas essas características, ou exatamente dessa forma.

• Datação: Estas características se constituíram ao longo da Alta Idade Média,


principalmente entre os século VIII e XI.

• Contexto Histórico: Neste período a Europa Ocidental esteve praticamente


isolada das principais rotas de comércio e comunicação (Mar Mediterrâneo)
devido a expansão árabe e as desavenças políticas e religiosas com o Império
Romano do Oriente (Império Bizantino).
• Características principais da sociedade feudal:

I. Sociedade agrária (organizada economicamente e socialmente a partir dos


feudos – grandes extensões de terra sob o poder da nobreza)
II. Sociedade Estamental (dividida entre dois grandes grupos sociais: nobres
(aristocracia rural) e servos (campesinato)
III. Sociedade Teocentrica (uma concepção de mundo profundamente
religiosa e organizada e controlada pela Igreja)
IV. Poder político descentralizado.

• IMPORTANTE: O processo de fragmentação do poder do Estado romano


intensifica a constituição de relações de dependência pessoal, traço
fundamental da sociedade medieval.
2. A sociedade feudal

a) A formação da nobreza
• Origem: fusão de famílias patrícias romanas com os chefes guerreiros
germânicos a partir do século V.
• Definição: A nobreza formava uma aristocracia rural, com o poder baseado na
posse sobre a terra e no poder militar.

• Origem do poder da nobreza na sociedade medieval:


- Europa Ocidental → Economia Agrária, mas não exclusivamente (tendência
a diminuição do papel do comércio)
- Desagregação da Concepção de Poder Público → Transferência das
responsabilidades do Estado para os senhores de Terra
- consolidação do papel da nobreza na sociedade:
- BENEFICIUM: Concessão de Usufruto da Terra (controle sobre ela e sobre
seus produtos)
- IMMUNITAS: Isenção da presença do poder real em suas terras.
- BANNUM: Autoridade total do senhor em suas terras.
• A formação de relações de dependência pessoais entre nobres:
- O comitatus: costume germânico baseado em juramentos de fidelidade entre
guerreiros em tempos de guerra (fidelidade em troca de terras)
- Do comitatus a relação de suserania e vassalagem (uma relação entre iguais,
membros da nobreza)
- A relação de suserania e vassalagem intensifica o processo de fragmentação
e descentralização do poder política (característico do feudalismo)

b) Os feudos

• Origem: As grandes propriedades romana. Com a crise do escravismo no


século III os patrícios passaram a conceder terras para os colonos livres
cultivarem e troca de tributos – formação das Villas.
• Essa estrutura fundiária e forma de organização do trabalho camponês são
mantidas durante Idade Média com algumas transformações.
• A nobreza mantinha sua posição social a partir da exploração dos tributos
feudais.

• Organização fundiária dentro do feudo:


- Manso Senhorial (As terras pertencentes e administrada diretamente
pelos nobres)
- Manso Servil (Terras cultivadas pelo servos, compunha a maior parcela
do feudo junto com as terras comunais)
- Manso Comunal (Terras não cultivadas, pastos comunais, florestas e
lagos)

c) Os servos. (Camponeses)

• Origem: Colonato (instituição romana do século IV) - Estatuto de homem livre,


mas vinculado a terra. (processo hereditário) → Tentativa de solucionar o
problema de escassez de mão-de-obra devido a desagregação do TRABALHO
ESCRAVO (interrupção das rotas de tráfico)
• Definição: Trabalhadores rurais livres, mas presos a terra e a obrigações aos
senhores feudais. A relação de servidão era uma relação desigual e hierárquica
entre senhores e camponeses.
• DESAPARECIMENTO PROGRESSIVO DE PEQUENOS CAMPONESES COM
POSSE DE TERRAS (processo de concentração fundiária da nobreza)
• As obrigações dos servos:
- A Corvéia: trabalho gratuito nas terras do senhor e outros serviços (o tempo
variava de três dias por semana a alguns dias por ano)
- A Talha: Pagamento, em forma de produtos, de parte da produção da terra do
servo ao senhor.
- Banalidades: Pagamento de tributos pelo uso de ferramentas pertencente ao
senhor (fornos, moinhos, etc.
- Censo ou Foro: Pagamento anual em dinheiro pelo uso das terras
- Dízimo: tributo pago a Igreja, entrega da décima parte da produção.
Importante: Os servos aceitavam esses tributos em troca de terras e,
sobretudo, de proteção pelos senhores. O contexto histórico é imporante para
compreender isso
• Constituição dos Alódios (terras sem senhores feudais) e formação dos
Vilões (camponeses livres de obrigações com um senhor feudal)
1º Ano

Aula 26: A criação da Igreja e o mundo medieval

Objetivos: Apresentar o processo de formação da Igreja cristã. Explicar o processo e


expansão do cristianismo na Europa ocidental. Discutir o papel da Igreja Católica
dentro da sociedade medieval e o processo que levou-a a se tornar uma das maiores
senhoras feudais e os embates entre poder espiritual e poder temporal.

Estrutura da aula

1. A construção da Igreja no mundo antigo.


2. A Igreja na sociedade feudal.

Planejamento da aula:

3. A construção da Igreja no mundo antigo.

• A Crise da estrutura imperial romana a partir do século III faz com que o
cristianismo comece a se difundir cada vez mais dentro do Império Romano
(devido a perspectiva de fim dos tempos)
• Nesse contexto ocorreu a conversão de parte considerável do patriciado ao
Cristianismo (Formação de uma elite imperial cristã)
• Imperador Constantino, primeiro imperador convertido ao cristianismo → Édito
de Milão (313 d.C.) - Legalização do Cristianismo
• Esse processo de aproximação entre o Estado Romano e o cristianismo está
diretamente ligado a construção da Igreja Cristã:

- Organização da estrutura da instituição eclesiástica (a Igreja)

- Homogeneização da doutrina cristã .

• Constantino conclama o Concílio de Nicéia (325 d.C.) - Organização dos


evangelhos (Mateus, Marcos, João e Lucas)

• Importante: Esse processo é acompanhado por diversas divergências sobre a


doutrina cristã, expressa no processo de combate as heresias (desvios em
relação a ortodoxia da fé cristã)

- Arianismo (séc. IV): Negavam a constubstancialidade de Jesus, fazendo de


Cristo um homem e não um ser divino
- Donatismo (séc IV e V): Para eles os sacramentos só seriam válidos se quem o
ministrasse fosse digno.

• Santo Agostinho (354 - 430 d.C.) e o combate as Heresias (formação de uma


ortodoxia cristã embasada em um debate teológico)

• Imperador Teodósio - promulgação do Édito Tessalônico (391-392 d.C. ) →


Cristianismo como religião oficial do Império.

• “ A transformação do cristianismo em religião de Estado teve como efeito um


profundo entrelaçamento entre a igreja Católica e o poder político(...)
caracterizada pela formação de um Estado cristão. (Giovanni Filoramo. As
religiões da Salvação. São Paulo, Hedra, 2005, p.73)

4. A Igreja e a sociedade medieval.

a) A cultura Medieval.

• Uma das principais características da sociedade medieval é o fato de ser


considerada uma sociedade teocêntrica – uma sociedade em que a religião
ocupava um papel central na vida cultural.
• Século V – Queda do Império Romano do Ocidente e conversão das
populações de origem germânicas (combate as religiões pagãs)
• A Igreja, dentro da sociedade medieval, foi a única instituição a manter a
unidade. (enquanto ocorria o processo de fragmentação política e o
desaparecimento da concepção de poder público ela se organizava como
instituição) – Conseqüência: controle sobre a vida cultural e a expansão da
sua influência sobre a Europa medieval.

• As bases teológicas: Santo Agostinho (séc V) e a Salvação pela Fé, refutação


da razão greco-latina como elemento de compreensão do mundo. Oposição a
idéia de revelação divina. A falibilidade da compreensão humana dessa
revelação divina leva a necessidade da Fé, como único elemento para a
salvação. Inspiração neoplatonista (A idéia de mundo inteligível e mundo
ininteligível – A cidade de Deus e a cidade dos homens)

• Teocentrismo e a visão de mundo: Analise de Mapas medievais.

• O papel das artes no processo de construção dessa visão teocentrica: a


música (Perotin – séc. XII, in: Hilliard Ensemble) e a iconografia. Em uma
sociedade em que maior parte da população era analfabeta essas estratégias
eram fundamentais.

b) A Igreja como senhora feudal.

• A Igreja como instituição: Processo de organização da hierarquia eclesiástica


(séc. V a XI) – incorporação da estrutura administrativa do império romano.
• Organização hierárquica:

o Fortalecimento da figura do Bispo de Roma (Papa) sobre os outros


bispados. Este processo está ligado tanto a incorporação da idéia de
soberania real (conceito romano de Rex,), quanto a justificativas
teológicas (O bispo de Roma como sucessor de Pedro)
o Incorporação da idéia de Império Universal.
o Divisão entre clero secular (Os bispados) e clero regular (Ordens
religiosas)

• A Igreja como senhora feudal: Ao longo da Alta Idade Média a igreja vai
acumulando um vasto patrimônio: tanto bens materiais, quanto vastas porções
de terras doadas por famílias nobres.
• A Igreja e a ordem feudal: A construção da idéia das três ordens. A inserção
da concepção teocêntrica de mundo a organização estamental da sociedade
feudal.
1º Ano

Aula 27: O Renascimento Comercial e Urbano.

Obs: Aula para 3 entradas

Objetivos: Apresentar as principais transformações sociais e econômicas que


marcaram o início da Baixa Idade Média. Debater os impactos do Renascimento
Urbano e Comercial para a sociedade feudal. Discutir o processo histórico
denominado pelo nome de Cruzadas, assim como o papel da igreja nele e suas
conseqüência. Discutir as principais características do Humanismo e da crise do
século XIV.

Estrutura da Aula:

1. Transformações agrárias na Europa Medieval


2. O Renascimento Urbano e Comercial
3. A Igreja e as Cruzadas
4. O Humanismo e a crise do século XIV

Planejamento da aula:

1. Transformações agrárias na Europa Medieval

• Baixa Idade Média (séc X – XV) – período de grandes transformações das


relações no interior da sociedade feudal
• Principais elementos:
- Interrupção das invasões (período de relativa paz)

- Aumento da Produção – inovações técnicas:

Arado de Ferro
Arroteamento (aumento da área de terras cultiváveis)
Divisão Trinaria das Terras ( 2/3 cultivadas e 1/3 em descanso
- Aumento Demográfico:

Século População (em milhões)

IX 18

X 26

XI 34

• Conseqüência Direta:
– Aumento da produção de excedente.

- Tensões dentro da nobreza (a escassez de terras leva parte da nobreza – destituída


de terra – a saques dentro da Europa)

2. O Renascimento Urbano e Comercial

• Aumento do Excedente → Autonomia das cidades (inversão da relação entre


cidade/campo – cidade como comuna – para a relação campo/cidade)
• Processo de especialização no interior das cidades:
a) Artesanato
b) Comércio
c) Bancos
• Importante: A busca da nobreza pelos produtos das cidades → Gasto com
ostentação/Status (exemplo do vestuário)
• Monetarização das relações de troca – intensificação das relações comerciais,
também denominado de Renascimento Comercial.
• Cruzadas – reabertura das rotas comerciais do Mediterrâneo – intensificação do
comércio e da monetarização das relações de troca. – formação feiras no
entrecruzamento de rotas comerciais e, posteriormente de cidades (burgos)

3. A Igreja e as Cruzadas

• Com intuito de evitar a violência desencadeada pela nobreza a Igreja buscou


regulamentar a conduta dos cavaleiros:
- 1054 – promulgação da A paz de Deus. (distinguia-se entre beligerantes e não-
beligerantes, proibindo-se a destruição de colheitas e exigindo-se o respeito aos
camponeses, aos viajantes e às mulheres) e a Trégua de Deus. (a suspensão
dos combates durante o domingo e nos dias santos)

A Ordem de Cavalaria e as Cruzadas

• A cavalaria, como unidade de combate havia se tornado – desde o império


carolíngio (séc VIII) – a principal arma nas guerras medievais. Uma carga de
cavaleiros bem armados era capaz de romper qualquer linha de infantaria.
• Os custos para manter um cavalo, a armadura e as armas (Lança, maça e
espada) mantinha o posto de cavaleiro como privilégio da nobreza.
• Dentro do contexto da Paz de Deus e da Trégua de Deus forma-se a
concepção do cavaleiro como o soldado de Cristo (milles christis) – Começa a
construção de um ideal de cavalaria para orientar a conduta da nobreza guerreira.
O cavaleiro como protetor dos “indefesos” e da Igreja, como mantenedor da
ordem.
• Ramon Lull e o Libro de la Orden de Caballaria, ( 1275) – normatização da
conduta de um cavaleiro.
• Dois elementos se juntam para formar o conjunto de virtudes dos cavaleiros, a
tradição cristã e a tradição da nobreza. Virtudes Teologais: Fé, Esperaça e
Caridade; Virtudes Cardinais: Justiça, Prudência, Fortaleza e Temperança.

Analise do filme Cruzadas: Capítulos 8 a 11 (Sagração de um cavaleiro, caminhos


para Jerusalem)

• Produção literária inspirada no ideal de cavalaria: As novelas de cavalaria


(Ciclo Arturiano e Ciclo Carolingio) → Dialogo com o Cavaleiro Inexistente de
Ítalo Calvino

As Cruzadas:

• Em 1095 o Papa Urbano II conclama a nobreza a Cruzada.(expedições militares


com o objetivo de recuperar os territórios perdidos para os mulçumanos no
Oriente Médio)

Objetivos iniciais:

Analise do Filme Cruzadas: Capítulos 1 a 5 - Motivações para os cruzados,


elementos da sociedade medieval
o Expansão do cristianismo (controle da Terra Santa – locais importantes para o
cristianismo)
o Conquista de novas terras e perdão divino (objetivo central da nobreza)

As expedições:

o Ao todo, entre os séculos XI e XIII foram realizadas 9 cruzadas reconhecidas


pela Igreja e 2 não reconhecidas (Recurso digital da Moderna Plus)
o Cruzada Popular ou dos Mendigos (1096)
o 1ª Cruzada (1096 – 1099) – A Cruzada dos Nobres → Conquista dos cruzados
da Cidade de Jerusalém – formação de reinos cristãos no Oriente
o 2ª Cruzada (1147 – 1149) – alargamento do território cristão no oriente
Importante: As cruzadas e a formação dos reinos cristãos do oriente
reativam o comércio de produtos entre o ocidente (Europa) e o oriente e
África.

Analise do filme Cruzada: Capítulos 13 a 15 (As relações entre cristão e


muçulmanos e o ideal de cavalaria)

o Perda da cidade de Jerusalém para o sultão Saladino.


o 3ª Cruzada (1189 – 1192) – Cruzada dos Reis – tentativa de retomada de
Jerusalém (Participam Frederico Barbaruiva – SIRG – Luis IV – França –
Ricardo Coração de Leão – Inglaterra) – Ricardo consegue um acordo com
Saladino – peregrinaão dos cristãos a Terra Santa
o 4ª Cruzada (1202 -1204) – Cruzada Comercial – Devido às dividas dos nobres
cruzados com os comerciantes venezianos a quarta cruzada é desviada para
o saque de Constantinopla. Formação do reino latino
o Cruzada das Crianças (1212)
o 5ª Cruzada (1217 -1221)
o 6ª Cruzada (1228 – 1229)
o 7 ªCruzada (1248 – 1250)
o 8ª Cruzada (1270)
o 9ª Cruzada (1271 – 1272)

Conseqüências das Cruzadas:

• Conseqüência 1: Inserção da Europa nos sistemas comerciais do Oriente –


África, Oriente Médio e Império Bizantino – o comércio de especiarias.
(Recurso digital da Moderna Plus)
• Conseqüência 2: Aumento do fluxo comercial na Europa, constituição da
burguesia.
4. O Humanismo e a crise do século XIV

a) O Humanismo:

• A constituição das cidades (burgos) e o conjunto de transformações


socioeconômicas ligadas a esse novo espaço desencadeiam um processo
profundo de transformações culturais.
• Fora a cultura religiosa, patrocinada pelo clero e nobreza, existiu a cultura
laica(não-religiosa), a qual também pode ser entendida como “profana”: Pro(em
frente); fanum(Templo), aquilo que é feito fora da Igreja (poetas, artistas, teatro de
rua, música, circo, etc.).

• A música medieval e o humanismo.


- século XI – O Organum (Canto Gregoriano) – a música como parte da liturgia
cristã (elemento da visão teocêntrica de mundo)

- século XII – A escola de Notre Dame – Perotin e a evolução da música

- século XII e XIII – a música e o espaço profano – o Saltarello e a dança na


corte, os trovadores e as cantigas líricas (constituição da figura do indivíduo (eu
lírico), elemento importante e ligado as mudanças sociais da época)

- A música entre as camadas populares – canção de amigo e a canção de


escárnio (A idéia do grotesco e do cômico)

• A escolástica e relação entre fé e razão.


- Santo Agostinho (354 – 430) teólogo cristão que dá as bases para o pensamento
religioso na Idade Média – coloca a fé como principal elemento (incapacidade da
razão de compreender a revelação de Deus)

- Século XI – recuperação da razão como instrumento para compreender o mundo


– contexto do renascimento urbano (formação de centros de estudo – as
Universidades) – pensamento escolástico!

- Obra de Aristóteles recuperada através de Averróis (séc XIII) – filosofo árabe –


impacto no campo filosófico.
- São Tomás de Aquino (1225 – 1274) – reconciliação entre fé e razão (a
racionalidade da criação divina)

b) A crise do século XIV:

- Transformações das relações feudais

• Nobreza – qual a forma de apropriação do excedente? (apropriação da


produção servil – forma não produtiva)

→ Exploração do campesinato através de novos direitos feudais e da cobrança de


tributos na forma de moedas → Aumento das tensões no campo (revoltas
camponesas) - Jaqueries

→ Exploração das cidades → cobrança de tributos ou cartas de forais (conflitos


com a liga Hanseática)

- Síntese da crise do século XIV:

Terras Esgotadas/ Mini Glaciação (Fome)


Peste Negra
Guerras intermitentes (Guerra dos 100 anos)
Esgotamento das Minas de metais preciosos (crise do commércio)
Idade Moderna
1º Ano

Aula 28: A formação das monarquias européias.

Objetivos: Discutir o processo de centralização do poder político e constituição do


Estado moderno no final da Idade Média e início da Idade Moderna como resultado
das profundas transformações sociais ocorridas e dos conflitos sociais desse período.
Apresentar as características específicas do processo de unificação das monarquias
ibéricas e os elementos que impossibilitaram que isso ocorresse no Sacro Império
Romano Germânico

Estrutura da Aula:

1. A crise das relações feudais.


2. A formação do Estado moderno.
3. As monarquias européias.

Planejamento da aula:

1. A crise das relações feudais.


• Nobreza – qual a forma de apropriação do excedente? (apropriação da
produção servil – forma não produtiva)
• Com o processo de monetarização da economia e os interesses da nobreza
pelos produtos comerciais há uma mudança nas relações feudais:
→ Mudança nas relações de trabalho no campo:

- De uma relação servo → tributo em forma de trabalho / espécie → senhor


feudal

- Para produtor → mercado / moeda → senhor das terras.

→ Aumento das tensões no campo (revoltas camponesas) - Jaqueries


→ Exploração das cidades → cobrança de tributos ou cartas de forais (conflitos
com a liga Hanseática)

• Importante: Incapacidade da nobreza em conter tais distúrbios – ordem


estamental ameaçada

2. A formação do Estado moderno.

• Esse processo de transformação das relações feudais e revoltas camponesas


implica transformações no campo social e político.
• Conseqüência: Processo de transferência de poder:

Rei Nobreza para Rei

(Suserano) (Vassalo) (Soberano)

(Burocracia)

Nobreza

(Súdito)

Nobreza transfere ao Estado o monopólio da força para conter as revoltas


camponesas, em troca mantêm seus privilégios feudais sobre a terra e adentra a
burocracia do Estado.
Apoio da burguesia mercantil em desenvolvimento.

• Organização do estado:
Fixação do território
- Definição de fronteiras (limites territoriais)
- Unificação de pesos e medidas
Organização da Burocracia.
- Organização de um corpo de funcionários ligados diretamente ao Estado.
(funcionários reais
- Organização de um fisco único. (Cobrança de impostos para sustentar o
Estado)
- Organização de um único corpo de leis para todo o reino
Monopólio da Força – os exércitos mercenários

3. As monarquias européias.

a) Processos de centralização política:

• Reinos Ibéricos – reinos formados no decorrer da guerra de reconquista (séc.


XI – XV) – Utilizar material Moderna Plus
o Portugal: hegemonia política e econômica no séc. XV – As grandes
navegações e controle das rotas comerciais da especiarias
africanas e espanholas
o Espanha: centralização política no séc. XV, hegemonia política e
econômica durante o séc. XVI – exploração das colônias
americanas (ouro e prata)

b) Processo de centralização político incompleto:

- Inglaterra: poder político do rei limitado pelo Parlamento, divisões


religiosas internas (anglicanos, puritanos e católicos)

c) Fragmentação política:
- Sacro Império Romano Germânico: não ocorre processo de centralização
política – tensões entre a nobreza e o imperador (desde a idade média) e a
reforma protestante (séc. XVI) levam a fragmentação ainda maior dessa
região.
1º Ano
Aula 28: O Absolutismo
Objetivos: Apresentar os principais autores e discutir as idéias que
embasaram a formação do absolutismo. Apresentar um panorama geral do
processo de centralização política das monarquias européias. Discutir o
processo de centralização política da monarquia francesa.

Estrutura da Aula:
1. Os teóricos do Absolutismo
2. A monarquia francesa

Planejamento da Aula:
1. Os teóricos do Absolutismo
a) Os teóricos do Estado (Construção de uma concepção teórico que
justificasse o poder do Estado e o processo de centralização política)
• Nicolau Maquiavel (1469 – 1527):
- O príncipe: O Estado como instrumento para a construção do
bem maior → Separação entre moral e política (“Os fins justificam
os meios)
• Thomas Hobbes (1588 – 1679).
- O Leviatã: O Estado de Natureza como estado de guerra → A
necessidade da constituição do Estado (abdicação da liberdade
dos homens) forte e que se sobrepõe a todos.

b) Os teóricos da soberania real


• Jean Bodin (1530 – 1596)
O poder divino dos reis
• Jacques Bossuet (1627 – 1704)

2. A monarquia francesa
• Importante: A monarquia francesa pode ser tomada como o principal
exemplo da construção do Absolutismo na Europa.
• Processo de centralização político:
o A guerra dos cem anos (1337 – 1453)
- Causa: disputa pela sucessão da coroa francesa após a
morte de Carlos IV entre o rei inglês (apoiado pelos nobres da
região da Normandia e Borgonha) contra a nobreza francesa
- Resultado: Vitória da nobreza francesa e constituição da
dinastia dos Valois.
- Conseqüências: Início do processo de centralização
política.
a) Criação de um imposto real para sustentar o exercito
(taile) – emancipação fiscal
b) Formação de um exército real – emancipação militar
(restrita)
c) aumento das tensões entre o poder real, nobreza e
burguesia ao longo do século XVI devido a tentativa de
centralização.

o A questão religiosa (séc. XVI)


- Causas: Conflitos internos dentro da frança entre a nobreza
católica e a burguesia calvinista (huguenotes).
- Noite de São Bartolomeu (1572): Massacre de protestantes
na cidade de Paris, reunidos para o casamento de Henrique de
Navarra (nobre protestante) com Margarida de Médici (irmã do rei
Henrique III)
- O édito de Nantes (1598): Henrique de Navarra com a morte
de Henrique III torna-se rei França, mas para isso abdica ao
protestantismo (Paris vale uma missa). Põe fim a guerra entre
católicos e protestantes com o Édito de Nantes garantindo o
catolicismos como religião oficial da França, mas permitindo a
liberdade de culto aos huguenotes.

• O Absolutismo na França
o O Cardeal Richelieu e organização do Estado Frances
- Com o assassinato de Henrique IV por um fanático religioso
assume o trono Luis XIII (seu filho). Como Luis XIII ainda era uma
criança na época da morte do pai, o governo é exercido pelo
regente Cardeal Richelieu.
- Responsável pela aniquilação dos protestantes e por submeter a
nobreza ao poder real.
- Organização da maquina administrativa: criação dos cargos de
intendentes (funcionários reais subordinados diretamente ao rei e
com a função de administrar as províncias) – enfraquecimento do
poder da nobreza local nas questões políticas.
o Luis XIV: O rei sol
- Com a morte de Luis XIII assume o trono seu filho Luis XIV,
considerado o maior exemplo monarca absolutista.
- Luis XIV assume o poder pleno do Estado, centralizando todas
as decisões políticas e econômicas.
- Economia: Através de seu ministro das finanças, Colbert, dá
início a uma série de políticas mercantilistas como incentivo ao
desenvolvimento de manufaturas (principalmente de produtos de
luxo) e atuação incisiva no comercio exterior.
- Política: Controle da nobreza através da criação do Palácio de
Versalhes. (dependência da nobreza em relação ao Rei)
- Cultura: Constituição de todo um aparato simbólico para realçar
a sua figura como Rei Absolutista (A imagem do Rei Sol)

o A sociedade francesa na época do Absolutismo (O Antigo


Regime)
- Sociedade estamental em que a nobreza e o clero gozavam de
privilégios de origem feudal (isenção de impostos) e ocupavam os
principais cargos dentro do Estado Frances.
1º Ano

Aula 30: Renascimento Cultural

Obs: aula para duas entradas

Objetivos: A partir de uma oficina de desenho de observação sensibilizar o olhar para


a decodificação das características e técnicas da pintura renascentista. Através da
análise das obras do período renascentista compreender as principais características
deste movimento artístico. Relacionar o desenvolvimento artístico do renascimento as
transformações socioeconômicas do período.

Estrutura da aula:

1. O exercício do olhar: oficina de desenho de observação.


2. A arte renascentista e seus mestres.
3. Transformações sociais e produção artística na Idade Moderna.

Planejamento da Aula:

1. O exercício do olhar: oficina de desenho de observação.

Objetivos: Sensibilizar através de uma atividade prática o olhar dos alunos para as
técnicas e elementos da pintura e desenho

Dinâmica de trabalho: Será proposto aos alunos uma série de desenhos de


observação.

Atividade 1: A perspectiva – desenho de objetos tridimensionais (sólidos de


revolução) em uma superfície bidimensional

Atividade 2: Luz e sombra e a representação de volume – desenho de um objeto


envolto em pano branco sem a utilização de linhas.
Análise de imagem 1: Comparação entre arte medieval e arte renascentista (quadros
de madonas)

Atividade 3: O corpo humano – desenho do busto humano e de sua anatomia

Análise de Imagem 2: Estudos de anatomia de Leonardo da Vinci

2. A arte renascentista e seus mestres.


• O Renascimento: A palavra deriva do termo em italiano Renascitá – percepção
de se viver em um tempo nova (idéia do moderno) e de recuperação da cultura
greco-romana (negação do período anterior, a Idade Média, considerada pelos
renascentistas de Idade das Trevas).
• Periodização: Itália, século XIV – bases no movimento humanista e nos
elementos greco-romanos preservados nessa região. O renascimento é
datado como um movimento que vai do séc. XIV ao séc. XVI
• Movimento amplo que abarca as mais diversas áreas da arte e filosofia

a) As características gerais do Renascimento:


• Recuperação da cultura valores greco-romano (releitura)
• Antropocentrismo
• Universalismo (uma concepção humana de um mundo em expansão)
• Racionalismo (Valorização da razão humana)
• Individualismo (acentuação do eu e da figura do autor)

b) A evolução técnica da arte (visuais):


• A perspectiva (ponto de fuga e o uso da matemática)
• Simetria das formas (equilíbrio, razão e conceito de belo)
• A representação realista das formas (principalmente do corpo humano)
• A utilização da luz e sombra

3. Transformações sociais e produção artística na Idade Moderna.


• Relação profunda entre o renascimento Urbano e Comercial (tendo como
principais centros econômicos as cidades italianas de Veneza e Genova) e o
Renascimento Cultural
• Burguesia mercantil e o patrocínio dos artistas renascentistas (a figura do
mecenas) → a arte como elemento de status para a burguesia e representação
de seus valores.
• Desenvolvimento do renascimento Cultural na Europa e o comércio na Idade
Moderna (séc. XIV e XV – Itália, séc. XVI – Holanda, Inglaterra, França)
1º Ano
Aula 31: A Reforma Protestante: O Luteranismo

Objetivos: Apresentar os principais elementos da Igreja Católica no início da


Idade Moderna, sua relação com o poder temporal, sua inserção numa
sociedade mercantil e o cerne de uma crise moral. A partir desses elementos
discutir a crise dentro da cristandade ocidental e a reforma luterana, suas
bases teológicas e a relação com as questões políticas dentro do SIRG.

Estrutura da Aula:
1. A Igreja na Idade Moderna
2. Martinho Lutero e a Reforma
3. A Reforma e o SIRG

Planejamento da Aula:
1. A Igreja na Idade Moderna.
a) Aspectos gerais da Idade Moderna (séc. XVI)
- Processo de centralização política (processo heterogêneo: tensões
entre reis e nobreza)
-Constituição de relações econômicas capitalistas
→ Renascimento Comercial (séc. XIII e XIV)
→Renascimento Cultural (séc. XIII – XV)
→ Grandes Navegações (séc. XV e XVI)
→ Mercantilismo – Constituição das relações comerciais coloniais.
b) A Igreja na Idade Moderna.
• O envolvimento da Igreja em questões seculares (políticas)
- disputas pelo controle do SIRG: Papa vs Imperador (controle
sobre o bispado e pelos territórios da Igreja)
• A igreja dentro das relações mercantis
- Gastos com as questões políticas e com obras de arte (mecenato
de artistas renascentista)
- Intensificação de práticas antigas para a acumulação de riquezas
→ Venda de Relíquias
→ Simonia – venda de cargos eclesiático (perda de credibilidade
devido a ações de membros da igreja sem vocação eclesiástica –
caso de Alexandre VI – família Borgia)
→ Venda de Indulgência (derivação da doutrina das boas obras
de São Tomás de Aquino)
• Crise moral da Igreja – questionamento das doutrinas e da
estrutura da Igreja
2. Martinho Lutero e a Reforma
a) Martinho Lutero e o início da Reforma
• Situação política do SIRG: unidade política sem coesão interna
(disputas internas entre o Imperador e parte da nobreza)
• A questão das indulgências: 1517 – o papa Leão X começa a
venda de indulgência e a emissão de certificados.
• Martinho Lutero (1483 – 1546): Monge agostiniano que se opõe
ao representante papal, João Tetzel e a venda de indulgência –
publicação das 95 teses (Análise deste documento com a sala –
qual a posição do autor em relação as indulgências? Que
argumento usa?)
• 1520– Leão X excomunga Lutero → isso o leva a ser julgado em
um tribunal laico (pela nobreza do SIRG)
b) As bases teológicas da reforma
• A salvação pela fé (o homem como pecador)
• Livre interpretação da Bíblia (Lutero e a tradução da Bíblia para o
alemão)
• Supressão do clero regular, fim do celibato e negação da
transubstanciação.

3. A Reforma e o SIRG
• Dieta de Worms (1521) – tribunal convocado pelo Imperar Carlos V
para julgar Lutero – condenado como herege – consegue fugir com
apoio de parte da nobreza do SIRG (oposição ao Imperador e ao
processo de centralização política no SIRG)
• As revoltas Anabatistas e Lutero
- Movimento camponês surgido a partir de interpretação da obra de
Lutero. (1523 – 1525)
- Características milenaristas e a luta por terras (oposição a nobreza)
a partir de uma ótica religiosa.
- Principal líder: Thomas Munzer
- Condenação de Lutero dos anabatistas – massacre dos anabatistas
por parte da nobreza
• Dieta de Spira (1529) – A doutrina protestante é aceita dentro do
Império, mas há a proibição para que mais príncipes aderissem a
reforma (Protesto dos príncipes – origem do termo protestante)
• 1555 – Liga de Samalkade – guerra contra o Imperador – vitória dos
príncipes protestantes e a Paz de Augsburgo ( Cada príncipe uma
religião)
1º Ano
Aula 31: A Reforma Protestante: O Luteranismo

Objetivos: Apresentar os principais elementos da Igreja Católica no início da


Idade Moderna, sua relação com o poder temporal, sua inserção numa
sociedade mercantil e o cerne de uma crise moral. A partir desses elementos
discutir a crise dentro da cristandade ocidental e a reforma luterana, suas
bases teológicas e a relação com as questões políticas dentro do SIRG.

Estrutura da Aula:
1. A Igreja na Idade Moderna
2. Martinho Lutero e a Reforma
3. A Reforma e o SIRG

Planejamento da Aula:
1. A Igreja na Idade Moderna.
a) Aspectos gerais da Idade Moderna (séc. XVI)
- Processo de centralização política (processo heterogêneo: tensões
entre reis e nobreza)
-Constituição de relações econômicas capitalistas
→ Renascimento Comercial (séc. XIII e XIV)
→Renascimento Cultural (séc. XIII – XV)
→ Grandes Navegações (séc. XV e XVI)
→ Mercantilismo – Constituição das relações comerciais coloniais.
b) A Igreja na Idade Moderna.
• O envolvimento da Igreja em questões seculares (políticas)
- disputas pelo controle do SIRG: Papa vs Imperador (controle
sobre o bispado e pelos territórios da Igreja)
• A igreja dentro das relações mercantis
- Gastos com as questões políticas e com obras de arte (mecenato
de artistas renascentista)
- Intensificação de práticas antigas para a acumulação de riquezas
→ Venda de Relíquias
→ Simonia – venda de cargos eclesiático (perda de credibilidade
devido a ações de membros da igreja sem vocação eclesiástica –
caso de Alexandre VI – família Borgia)
→ Venda de Indulgência (derivação da doutrina das boas obras
de São Tomás de Aquino)
• Crise moral da Igreja – questionamento das doutrinas e da
estrutura da Igreja

2. Martinho Lutero e a Reforma


c) Martinho Lutero e o início da Reforma
• Situação política do SIRG: unidade política sem coesão interna
(disputas internas entre o Imperador e parte da nobreza)
• A questão das indulgências: 1517 – o papa Leão X começa a
venda de indulgência e a emissão de certificados.
• Martinho Lutero (1483 – 1546): Monge agostiniano que se opõe
ao representante papal, João Tetzel e a venda de indulgência –
publicação das 95 teses (Análise deste documento com a sala –
qual a posição do autor em relação as indulgências? Que
argumento usa?)
• 1520– Leão X excomunga Lutero → isso o leva a ser julgado em
um tribunal laico (pela nobreza do SIRG)
d) As bases teológicas da reforma
• A salvação pela fé (o homem como pecador)
• Livre interpretação da Bíblia (Lutero e a tradução da Bíblia para o
alemão)
• Supressão do clero regular, fim do celibato e negação da
transubstanciação.

3. A Reforma e o SIRG
• Dieta de Worms (1521) – tribunal convocado pelo Imperar Carlos V
para julgar Lutero – condenado como herege – consegue fugir com
apoio de parte da nobreza do SIRG (oposição ao Imperador e ao
processo de centralização política no SIRG)
• As revoltas Anabatistas e Lutero
- Movimento camponês surgido a partir de interpretação da obra de
Lutero. (1523 – 1525)
- Características milenaristas e a luta por terras (oposição a nobreza)
a partir de uma ótica religiosa.
- Principal líder: Thomas Munzer
- Condenação de Lutero dos anabatistas – massacre dos anabatistas
por parte da nobreza
• Dieta de Spira (1529) – A doutrina protestante é aceita dentro do
Império, mas há a proibição para que mais príncipes aderissem a
reforma (Protesto dos príncipes – origem do termo protestante)
• 1555 – Liga de Samalkade – guerra contra o Imperador – vitória dos
príncipes protestantes e a Paz de Augsburgo ( Cada príncipe uma
religião)
1º Ano
Aula 31: A Reforma Protestante: Calvinismo, Reforma Anglicana e
Contrarreforma
Objetivos: Apresentar as principais características da reforma calvinista e sua
profunda ligação com a constituição de uma ética do trabalho burguesa.
Discutir o processo de reforma dentro do contexto político da Inglaterra e a
formação da Igreja Anglicana. Apresentar a resposta da Igreja Católica ao
movimento reformista através da contra reforma. Apresentar a reação da Igreja
Católica a Reforma Protestante

Estrutura da Aula:

1. A reforma Calvinista
2. A reforma Anglicana
3. A Contrarreforma

Planejamento da Aula:

1. A reforma Calvinista
• Figura central: João Calvino (Fra) – Publicação em 1536 de Instituião da
religião cristã
• Este livro é o ponto de partida para o movimento reformista calvinista
• Principais princípios da reforma calvinista:
- A predestinação de Deus: Os homens nascem predestinados a
serem salvos ou não por Deus. São incapazes de compreender os
desígnios divinos, portanto devem se contentar a servi-lo e glorificá-lo
nas suas atitudes cotidianas.
- A ética do trabalho: Glorificar a Deus significa exercer as funções
designadas por ele através da vocação concedida por Deus aos eleitos
a salvação, expresso nas atividades cotidianas, do trabalho. O sucesso
no mundo do trabalho como indício da predestinação a salvação eterna.
- O ascetismo: A necessidade de uma conduta moral correta, o
moralismo como base da doutrina calvinista. Condenação do lucro pelo
lucro, do esbanjamento.
• Perseguido dentro da França, João Calvino se refugia na Suíça. A partir
daí suas idéias se expandiram por toda a parte norte da Europa (França,
Inglaterra, Holanda)
• Profunda relação entre o calvinismo e a formação de uma ética
burguesa dentro de um mundo cada vez mais mercantilizado –
consolidação da idéia do self made man em oposição a idéia de nobreza
(valorização do trabalho, da moral e do ascetismo expressos no sucesso
material como prova de superioridade religiosa)
2. A reforma Anglicana
• A monarquia inglesa: processo incompleto de centralização política
da monarquia– força da nobreza inglesa através do Parlamento
Inglês (órgão de origem medieval e que limitava o poder do Rei)
• Henrique VIII – rei inglês casado com Catarina de Aragão (Tia de
Carlos V – Imperador do SIRG e Rei da Espanha – principal figura
política da época e católico)
• A falta de herdeiros homens o leva a pedir a anulação do casamento
ao Papa – pedido negado
• 1534 – Ato de Supremacia – Henrique VIII rompe com a igreja
católica e cria a Igreja Anglicana (na qual o rei era a figura máxima
da hierarquia religiosa) – do ponto de vista teológico era semelhante
ao catolicismo.
• Separa-se de Catarina de Aragão e casa-se com sua amante Ana
Bolena (da qual terá uma filha – Elizabth, futura rainha da Inglaterra)
• Questão Central: Com os atos de supremacia o rei se torna a
autoridade máxima dentro da Igreja e, portanto, senhor de todas as
suas posses (terras). Henrique VIII da início ao processo de venda
de terras para a burguesia inglesa na tentativa de arrecadar recursos
e centralizar o poder.
3. A Contrarreforma
• Reação da Igreja Católica
- 1534 –Criação da Companhia de Jesus (Inácio de Loyola – Esp.) –
formação de uma ordem religiosa que se colocava como os soldados de
cristo – missão de combater a reforma e expandir o cristianismo
- 1545 – Concílio de Trento
o Reforma interna da Igreja: Condenação das indulgência e instituição
dos seminários;
o Reativação do tribunal do santo ofício;
o Criação do Index (primeiro livro da proibido: A bíblia de Lutero);
1º Ano

Aula 33

Obs: Aula para duas entradas

Título: Grandes Navegações: a expansão do mundo.

Objetivos: Apresentar o contexto histórico no qual se dá a expansão marítima


européia inserindo-a no processo de ruptura da concepção de mundo que marca o
início da idade moderna. Discutir a alteração das relações sociais internas dos reinos
africanos com a formação das rotas atlânticas do tráfico de escravos, a partir do
contato com os europeus. Apresentar e debater a alteração das relações sociais
internas dos reinos africanos com a formação das rotas atlânticas do tráfico de
escravos, a partir do contato com os europeus.

Estrutura da Aula:

1. Grandes Navegações: ruptura das representações do espaço.


2. Antecedentes: O Mediterrâneo e as rotas das especiarias.
3. Os Reinos Ibéricos e a Expansão Marítima
4. São Jorge da Mina e o sistema de feitorias
5. As Ilhas do Atlântico: sistema açucareiro e tráfico.

Planejamento da Aula:

1. Grandes Navegações: ruptura das representações do espaço

a) Os limites do mundo (Europa Ocidental – início do século XIV)


o Visão de mundo medieval:
- Oceano: espaço goegrafico visto como limite do mundo (a representação
dessa idéia através do abismo e dos monstros marinhos)

- Os limites do mundo conhecido pela Europa Ocidental


o Ao Sul → Cabo do Bojador (África)
o A Leste → Império Bizantino
o A Oeste → Oceano Atlântico.
- A dimensão mítica/religiosa das terras além do “mundo” conhecido -
Restrições técnicas → Navegação de Cabotagem (inexistência de
embarcações e instrumentos de localização e orientação que
possibilitassem o afastamento da costa)

• Análise da música “Quinto Império” – Antonio Nóbrega

b) Grandes Navegações como ruptura.


• Os mapas medievais: Mapas que representavam a concepções
teológicas de mundo (não possuíam a função de localização e
orientação no espaço, representações do imaginário social)
• Baixa Idade Média (séc. XIII e XIV) – O aumento das relações
comerciais entre Europa e a África e Ásia via rotas comerciais do
mediterrâneo desencadeiam uma maior preocupação com a
representação do espaço conhecido (Mas esses mapas ainda guardam
dimensões simbólicas com o imaginário social muito fortes)
• Importante: As Grandes Navegações podem ser consideradas como
um dos elementos que produziram (como o Renascimento Cultural)
uma ruptura na concepção de mundo medieval.
• Século XV – Portugal dá início as Grandes Navegações em 1415 –
processo ligado a todo um desenvolvimento técnico: desenvolvimento
de instrumentos de orientação e localização como a bússola e o
astrolábio, da produção de embarcações (absorção da tecnologia
árabe) e de mapas para novas finalidades (registro de novos territórios
e rotas comerciais) – este conhecimento se desenvolveu a partir de
experiências praticas, sistematizadas pouco a pouco pelos navegadores
portugueses.
• Os portulanos: Mapas destinados a registrar as novas rotas comerciais.
(Utilização de elementos geométricos e trigonometria ara traçar essas
rotas no espaço)
• Os mapas mundi: Mapas destinados a representar o espaço com o
máximo de fidelidade. Incorporação dos novos territórios descobertas.
2. Antecedentes: O Mediterrâneo e as rotas das especiarias

• Análise da lição de casa: Debate sobre os locais de origem das


especiarias e sobre seu valor (a noção de produtos com grande valor e de
locais distintos e distantes) → A noção de especiarias e seu papel no
mundo ocidental (sabor do desconhecido e conservação dos produtos –
construção de um imaginário)

• Mediterrâneo como a principal área de encontro de diversas rotas


comerciais continentais desde a Idade Antiga.
• Alta Idade Média – interrupção do acesso europeu ao circuito mediterrânico
• Cruzadas (século XI) – reintegração dos continentes em um circuito
mediterrânico → África (O trigo do Egito - as rotas traansaarianas) – Ásia (a
rota da seda/China – as especiarias indianas – os produtos do oriente
próximo) – Europa (rotas comerciais com os reinos do Mar do Norte)
• Predomínio das cidades italianas (Genova e Veneza)
• 1453 – Queda de Constantinopla (Capital do Império Bizantino – Cristão
Ortodoxo) para os Turcos Otomanos – diminuição dos fluxos mercantis.
• Utilização

3. Os Reinos Ibéricos e a Expansão Marítima


a) As Monarquias Ibéricas e a Expansão Marítima.
• Constituição prematura do Aparato de Estado (formação em meio a
Guerra de Reconquista) – rei como chefe Militar e responsável pela
concessão de Títulos de Nobreza
• Nobreza recente - no decorrer das batalhas ou como mercadores
enriquecidos.
• Entrepostos comerciais (parada entre os mercados do Mediterrâneo e
do Mar do Norte) com capacidade técnica e científica para a
navegação. (Absorção e aperfeiçoamento de técnicas de construção de
embarcações e de orientação e localização)
• PORTUGAL, 1415 – Tomada de Ceuta – Continuação da Reconquista e
Início da Expansão (Questões envolvidas: expansão do cristianismo –
pilhagem da nobreza militar – conquista de uma região estratégica da rota
comercial transaariana)

b) A expansão ultramarina

• Passagem do Cabo do Bojador (1434) – abertura da navegação do


Atlântico – Contato com as populações do Golfo da Guiné – primeiras preações
de escravos, confrontos com as populações nativas (Gil Eanes Zurara –
Crônicas da Guiné)

Importante: O objetivo (sentido) das grandes navegações era ter acesso


direto aos mercados produtores de especiarias.(África e Ásia)- quebra do
monopólio desse comércio pelo sistema Mediterrânico (Árabes/Cidades
Italianas)

• Africa: Interesse no deslocamento das rotas do Saara para a costa


Atlântica – Ouro e Escravos (Avanço das áreas conhecidas pelos portugueses
– os degredados e os primeiros contatos com as populações nativas)

• Formação das primeiras relações de trocas de mercadorias – estendida


posteriormente para a Índia e restante da Ásia.

c) O sistema de feitorias e o forte de São Jorge da Mina.

• Relação entre os portugueses (e os demais povos europeus) com as


sociedades africanas – relação de estranhamento e de acordos de trocas – não
há penetração no continente africano – A coesão dos reinos africanos e a
densidade populacional impedem qualquer tentativa de dominação – os
europeus tem de negociar sua permanência em território africano.
• Deslocamento das rotas para o Atlântico – interesse dos reinos africanos na
obtenção de Cavalos, armas e outros produtos de origem européia – reafirmação
de seu poder – Preação de grupos inimigos nas zonas fronteiriças.
• A cristianização do reino do Congo – relações diplomáticas e interesses no
comércio Atlântico.
• As Feitorias – (Praças comerciais militarizadas) – Forte de São Jorge da Mina
(1482) – sistema que vai predominar no trato com a África Continental
• Expedição de Bartolomeu Dias (Cabo da Boa Esperança) 1488 e de Vasco da
Gama a Índia (1498) leva a constituição de feitorias nas zonas asiáticas
produtoras de especiarias (Goa – Índia, Macau – China) – Carreira das Índias
• Concorrência com o Império Espanhol (1492 – Expedição de Cristovão
Colombo – descoberta da América) – Definição de áreas de poder – 1493 –
Bula Inter Coetera (100-léguas da ilha de Cabo Verde) – 1494 – Tratado de
Tordesilhas (300 léguas de Cabo Verde)

d) As Ilhas do Atlântico , sistema açucareiro e tráfico.

• Expansão Marítima e a descoberta de Ilhas no Atlântico (Madeira, Açores,


Cabo Verde, São Tomé dos Príncipes)
• Áreas estratégicas para a navegação – necessidade de ocupar essas terras
(disputa com a Espanha)

Importante: Para ocupar estes territórios era necessário inseri-los no sentido


mercantil da empresa expansionista lusitana. Portanto colonizar significava
essas transformar essas ilhas em áreas produtoras de alguma especiaria – O
AÇUCAR

• Histórico do açúcar – A cana-de-açucar é originária da Índia – pelos persas


passou a ser produzida no Oriente Médio – através dos árabes no
Mediterrâneo – daí para a Península Ibérica
• Século XIV grande interesse pelos principais mercados europeus (Bugres –
Bélgica) e no XV (Flanders, SIRG e Inglaterra)
Montagem do Sistema de Produção Açucareiro:

• Organização Administrativa:
- Organização do sistema de Capitânias Hereditárias – Concessão de poder e
terras a membros da pequena nobreza integrante da Coroa portuguesa –
Capitães Donatários

- Carta de Doação: Estabelecia a posse da terra sem que a Coroa abrisse mão
do seu domínio.

- Carta de Foral: Estabelecimento dos direitos e deveres dos Capitães Donatários


em relação a Coroa e sobre suas terras.

- Sistema de fisco da Coroa como forma de arrecadação da riqueza produzida

• Organização da Produção açucareira (características gerais)


- Regime de Terras: Grandes propriedades (latifúndios)

- Monocultura voltada para a exportação

- Utilização da Mão-de-obra escrava na produção de açúcar – criação de uma


demanda que será abastecida pelo tráfico de escravos do continente.

Anexo

MAR PORTUGUÊS

Ó mar salgado, quanto do teu sal


São lágrimas de Portugal!
Por te cruzarmos, quantas mães choraram,
Quantos filhos em vão rezaram!

Quantas noivas ficaram por casar


Para que fosses nosso, ó mar!
Valeu a pena? Tudo vale a pena
Se a alma não é pequena.

Quem quere passar além do Bojador


Tem que passar além da dor.
Deus ao mar o perigo e o abismo deu,
Mas nele é que espelhou o céu.

(Fernando Pessoa)
Ensino Médio

1º Ano

Aula 33: O Mercantilismo e os Impérios Coloniais

Objetivos: Discutir o processo de formação dos impérios coloniais ibéricos e seus


limites geográficos. Relacionar a constituição desses impérios a política econômica
que orientou as ações das monarquias européias na Idade Moderna, o Mercantilismo.
Apresentar os principais pontos de conflito entre as monarquias européias dentro do
cenário da constituição dos impérios coloniais.

Estrutura da Aula:

1. A Idade Moderna e o capitalismo comercial


2. O mercantilismo
3. As disputas coloniais (séc. XV – XVII)

Planejamento da Aula:

1. A Idade Moderna e o capitalismo comercial


• Baixa Idade Média: Renascimento Comercial → Formação de novas relações
econômicas e sociais
• Idade Moderna (séc. XV ao séc. XVIII):
- Transformações políticas: Formação das Monarquias Européias

- Transformações Econômicas: Consolidação das relações comerciais →


Capitalismo Comercial

• Ligação entre processos históricos: IDADE MODERNA (Europa e a expansão e


consolidação da economia mercantil) → EXPANSÃO MARÍTIMA → OS
IMPÉRIOS IBÉRICOS ULTRAMARINOS → COLONIZAÇÀO DA AMÉRICA.
• “A colonização européia moderna aparece, assim, em primeiro lugar como um
desdobramento da expansão puramente comercial(...)” (Fernando Novais,
Portugal e Brasil na Crise do Antigo Sistema Colonial, p.67)

2. O mercantilismo
• Definição:
- O mercantilismo era um conjunto de políticas econômicas adotadas
pelas monarquias européias.
- Sua base estava na intervenção do Estado nas atividades econômicas.
- Seu objetivo principal era garantir aumento das rendas dos Estados
Monárquicos.
• Importante: Apesar de existirem características gerais, cada monarquia
adotou suas próprias políticas econômicas de caráter mercantilista.

• Características Gerais do Mercantilismo


- Metalismo: acumulo de metais preciosos como ouro e prata.
- Balança Comercial Favorável: estimulo a exportação de bens
manufaturados e desestimulo as importações, garantido assim o acumulo
de metais preciosos.
o Protecionismo: Criação de barreiras alfandegárias para dificultar a
entrada de manufaturas estrangeiras e facilitar a entrada de matérias-
primas.
o Incentivo a Manufatura: para a exportação e incentivada pelo Estado
através da concessão de monopólios impedindo a concorrência.
- Sistema colonial: Constituição de colônias (principalmente na América)
que tinham como objetivo contribuir para a auto-suficiência da metrópole a
partir de relações econômicas exclusivas
o Exclusivismo colonial: Garantia de uma relação comercial desigual
entre metrópole e colônia.
o Legislação colonial: Conjunto de leis que garantiam a exclusividade
comercial entre metrópole e colônia.

3. As disputas coloniais (séc. XV – XVII)


• O Império português
- Séculos XV e XVI
→ Controle das rotas comerciais de especiarias na África e na Ásia através
do sistema de feitorias (Carreira das Índias)
→ Colonização das possessões territoriais a América (Brasil) e montagem
do sistema açucareiro. Importante: Esse processo só é possível com a
ajuda financeira das grandes casas bancárias holandesas, eles também
controlavam o transporte, refinamento do açúcar e comércio com a Europa.

• O Império espanhol
- Século XVI
→ Colonização das possessões territoriais a América, exploração da minas
de ouro e prata no México e na Região andina. Nas demais áreas copiou o
modelo português de exploração colonial a partir da montagem de sistemas
de produção de especiarias para a exportação

• Século XVII: a concorrência inglesa, holandesa e francesa


- a partir desse século a Inglaterra, a França e a Holanda começam a
disputar com as nações Ibéricas o controle das rotas comerciais marítimas
e os territórios coloniais na América.
- As rotas de especiarias: Criação da Companhia das Índias Orientais
(Hol.) e da Criação da Companhia das Índias Orientais (Ing.) e a perda do
monopólio português sobre o comércio de especiarias.
- Colônias Caribenhas e na América do Norte: Conquista e colonização
de colônias francesas (Ilha de Hispaniola, Guiana Francesa e América do
Norte – Região do Missipi e de Quebec), inglesa (Jamaica, Guiana,
América do Norte) e Holandesa (Curaçao e Suriname)
1º Ano
História do Brasil
1º Ano

Aula 34: O Brasil como problema histórico

Objetivos: Debater a relevância do estudo da história nacional, assim como as


principais implicações deste estudo. Refletir o tipo de abordagem necessários para
compreender a História do Brasil e o modelo de História vigente. Apresentar uma
abordagem da História do Brasil que parte da premissa de um encontro das três
matrizes culturais formadoras do povo brasileiro, mas dentro de um contexto marcado
por diversos conflitos e tensões.

Estrutura da aula:

1. Como se deve escrever a História do Brasil?


2. Multiplicidade e complexidade da sociedade brasileira
3. Uma história de encontros, desencontros e esquecimentos.

Planejamento da Aula:

1. Como se deve escrever a História do Brasil?


• Qual o objeto de estudo da História do Brasil? (pergunta que traz em si uma
grande questão):
- História de alguma coisa (objeto de estudo) → História de um país
(Estado nacional)

- Duas perspectivas de abordagens contidas nessa concepção: estudo do


Estado; estudo da história de um povo.

2. Multiplicidade e complexidade da sociedade brasileira


• Análise de música: Viagem Maravilhosa
- Questão chave: Qual a temática da música? Que elementos ela traz para
pensarmos a história do Brasil?
– A complexidade de compreender a História do Brasil (Multiplicidade de
Povos)
- A noção das matrizes culturais: concepção das três matrizes culturai
formadoras
o 1838 – IHGB lança um concurso com a seguinte questão: “Como se
deve escrever a História do Brasil?” → Questão implícita: modelo de
história nacional. (nesta é uma questão em aberto até hoje!)
o Reformulação na década de 1930: Gilberto Freire, a mestiçagem
como fator positivo e o mito da democracia racial

3. Uma história de encontros, desencontros e esquecimentos.

• Análise de música: O canto das três raças


- Questão chave: Qual a temática da música? Que elementos ela traz para
pensarmos a história do Brasil?

- O que valorizamos e o que não é retratado na narrativa histórica tradicional


sobre o Brasil?

- Valorização de uma história etnocêntrica (branca), eurocêntrica (ocidental) e


elitista (vista de cima, da perspectiva empática da burguesia com as classes
dominantes do passado)

• Novas abordagens da História do Brasil a partir da década de 1960 –


perspectiva critica, necessidade de romper esses paradigmas. – Necessidade
de uma história do Brasil “Vista de Baixo” (um novo anglo, mais plural)
1º Ano
Aula 36: América Indígena

Objetivos: Discutir, a partir das diversa formas de organização social das populações
nativas da América, as relações estabelecidas entre os homens (formação de relações
sociais) e destes com o meio que os circunda (relações de produção das condições
de vida e de sua reprodução). Nesse processo será apresentada uma dimensão geral
das populações indígenas que ocupavam a América, assim como, a sua diversidade
cultural..

Estrutura da Aula:
1. A Questão Indigena
2. Os povos nativos: diversidade de relações sociais
3. Homem e Natureza: As civilizações Andinas

Planejamento da Aula:

1. A Questão Indigena
• A presença Indígena no continente Americano (uma questão que mobiliza
passado e presente)
• Qual a visão que nós temos dos indígenas – Entrevista de Daniel
Munduruku

• Dois exemplos de como esta é uma questão atual: No ano de 2008 podem
ser citados o conflito e a polêmica sobre a demarcação de terras da reserva
indígena Raposo/Serra do Sol, 2011 a questão dos índios Guaranis
Kaiowas (questão central é a forma distinta de organização e concepção de
mundo das populações indigenas e da civilização ocidental – link com a
diferença acerca da posse da terra: posse comunal da terra vs. Propriedade
privada da terra – Indicação de filme: Terra Vermelha, Marco Bechis –
Questão Guarani)
• História do continente – história indígena.

2. Os povos nativos: diversidade de relações sociais


• Conceito Chave: RELAÇÃO HOMEM → HOMEM
• Ocupação de todo o continente – constituição de culturas e formas de
relações sociais bem distintas:
• A Agricultura - possibilidade de sedentarização
- (Domesticação do Milho) → 5.700 a.C na Mesoamérica
- (Domesticação da Batata → 8000 a.C. nos Andes

• ESQUEMA GERAL DE ORGANIZAÇÃO:

→Sociedades organizadas através de Estados (±1000 a.C.) – organizações


a partir de centros urbanos.
→ Sociedades Nômades ou Seminômades. (Como as tribos que ocupavam
o atual território brasileiro)

• A Aldeia, sociedades comunais


→ Laços de parentesco
→ Reciprocidade
→Unidade Básica de produção da vida material e da organização do
trabalho – Os grandes constituíram-se a partir delas, subordinando-as e
mantendo seu poder através dos chefes locais.

• A população na América Indígena:


- Mesoamérica : ± 20 milhões de habitantes (Continente e mar do Caribe)
- Região Andina: ± 12 milhões
- Região Amazônica e Litoral Atlântico ± 6 milhões

• As etnias indígenas no território brasileiro:


- principais grupos étnico-linguistico: Tupi-Guaranis (Costa atlântica); Jê
(Planalto central brasileiro); Caraíbas e Aruaques (Planice Amazônica)
- Comunidades semi-nomades ou nômades (como os Guaranis e ocupação
de toda a região Sul do Brasil, Uruguai e Paraguai)
• A Construção das Grandes Civilizações:
- Os Maias – As Cidades-Estado e os reinos
- Incas e Astecas – formação de Grandes Impérios (NOTA: São Impérios
extremamente recentes – Inca – consolidação do poder imperial entre 1453
a 1532 / Asteca 1325 a 1521)

3. Homem e Natureza: As civilizações Andinas


• Conceito Chave: RELAÇÃO HOMEM → NATUREZA
• Características específicas da Cordilheira dos Andes:
- Variação climáticas devido a altitude – constituição de “arquipélagos”
ecológicos.
• Processo de sendentarização e o desenvolvimento da agricultura em
patamares diferentes
• A Mita – forma de organização do trabalho → Os laços de parentesco e
reciprocidade e a mobilidade de uma aldeia pela montanha
• A apropriação da Mita (forma de organização do Trabalho0 pelo Império
Inca (Transformação em tributação)

TEXTOS DE APOIO

Texto 1: Educação e sociedades comunais

“Durante quase toda a história social da humanidade a prática pedagógica existiu


sempre, mas imersas em outras práticas sociais anteriores. Imersa no trabalho:
durante as atividades de caça, pesca e coleta, depois na agricultura e no pastoreio
(...)Ali os mais velhos fazem e ensinam e os mais moços observam, repetem e
aprendem. Imersa no ritual (...)num rito de iniciação, ou em outra qualquer celebração
coletiva, as pessoas cantam, dançam e representam, e tudo o que fazem não apenas
celebra, mas ensina. (...)Imersa nos diferentes trabalhos do viver o cotidiano da
cultura(...)”

(Brandão, Carlos Rodrigues. O que é educação Popular. São Paulo, Editora Brasiliense, 2006,
PP. 23)

Texto 2: Estado e as aldeias

“O Kuraqa (chefe) Vilca Xagua queria construir um canal para irrigar seus campos.
Mas dois enormes rochedos barravam a passagem (...) O senhor convocou os
melhores feiticeiros(...) e ordenou que encontrassem um meio para a água pudesse
achar um caminho entre as pedras. Prometeu recompensar aqueles que
conseguissem e ameaçou os incapazes (...) Aqueles que ajudaram distribuiu terras e
esposas, a todos os outros reservou o pior dos castigo, e foram degolados na hora (...)
‘Aquele que tudo vê’, temível executante do Inca, viera fazer o censo de todos os
chupachos com seu costumeiro rigor. Da longínqua capital, Cuzco, o Umbigo do
Mundo, O Filho do Sol fazia questão de zelar por tudo sem deixar escapar a menor
espiga de milho nem o mais humilde tributário, pois nada deveria ser subtraído dos
celeiros do estado (...) Tupac Inca desconfiava dos senhores locais e sua justiça
castigava de forma exemplar quando tais abusos eram descobertos (...)”

(Carmem Bernardo e Serge Gruzinsk, História do Novo Mundo, pp. 34)

Raposa abre série de julgamentos importantes no STF


em 2009
Julgamento será retomado em fevereiro; tendência é que seja confirmada a decisão
pela saída dos arrozeiros
(Estado de São Paulo, 05/01/09)

BRASÍLIA - A pauta de julgamentos prevista para 2009 no Supremo Tribunal Federal


(STF) indica que a Corte continuará sob os holofotes ao ter que analisar questões de
grande repercussão social. Em fevereiro, na volta do recesso judiciário, será retomado
o julgamento da constitucionalidade da demarcação da reserva indígena Raposa Serra
do Sol, em Roraima, iniciado e interrompido duas vezes em 2008.
A tendência é que seja confirmada uma decisão pela saída de todos os produtores de
arroz e famílias de agricultores brancos que se recusam deixar a área de 1,7 milhão
de hectares, por discordarem da indenização oferecida pela Fundação Nacional do
Índio (Funai).
Já foram oito votos a favor da demarcação contínua até o novo pedido de vista, do
ministro Marco Aurélio Mello. Apesar de improvável, tecnicamente, entretanto, ainda é
possível um decisão favorável à permanência dos não-índios dentro da reserva, pois
os votos dados até agora podem ser mudados em função da posição daqueles
ministros que ainda não se manifestaram.
1º Ano

Aula 37: África: Entre a lança e a enxada

Objetivos: Discutir a importância da História da África no contexto sócio-cultural


brasileiro, levando em conta as dimensões políticas desse tema. Desconstruir a visão
tradicional construída pela perspectiva colonialista de um continente selvagem e
exótico. Nesse sentido será explorado a dimensão política dos reinos africanos
anteriores ao processo de colonização (século XIX), as profundas relações
econômicas estabelecida entre eles, e a variedade cultural que continham.

Estrutura da Aula:

1. Visões sobre a África


2. As sociedades africanas
3. As rotas de comércio africanas (encontros culturais)

Planejamento de Aula:

1. Visões sobre a África


• Lei 10.639/03 de 2003 cria a obrigatoriedade do ensino de História da África e dos
afro-descendentes. → Qual o sentido dessa Lei? Pressão do movimento Negro
para o ensino desse conteúdo nas escolas. Consciência da dimensão política da
História como elemento construtor de de memória e identidade.
• A visão tradicional sobre a África: pré-conceitos sobre a História da África e suas
sociedades → uma visão a partir do olhar externo – a do colonizador europeu – a
África selvagem, primitiva, bárbara e sem História.
• Mudança de perspectiva: novos estudos africanistas (décadas de 50 -70) →
Contexto da descolonização dos países africanos
• Metodologia empregada: História das tradições orais (A figura do Griot e a
diferença da sociedade Ocidental) e a utilização do métodos arqueológicos.
2. As sociedades africanas
• Perspectiva continental VS. Diversidade regional → A dimensão da África como
um bloco único foi construída a partir de uma visão em que prevalece a descrição
geográfica e busca homoginzar e simplificar as relações sociais dos povos
africanos.
• Região mais antiga de ocupação humana: Surgimento do Homo Sapiens (± 190 mil
anos a.C. – Período Peleolítico) → África Oriental (Região do Sahel)
• ±10 mil a.C. – Período Neolítico – desenvolvimento das técnicas de metalurgia e
agricultura → Constituição dos primeiros agrupamentos humanos sedentários e
formação de sociedades mais complexas.
• Importante: Nem todos os grupos humanos passaram pelo processo de
sedentarização (Ex: os povos do Saara e das regiões das florestas tropicais)
• Organização básica das sociedades africanas: Os laços de parentesco (concepção
de família estendida, incluindo agregados e dependentes) e as relações de
fidelidade em relação à figura do chefe de família.
• Constituição dos primeiros núcleos urbanos: Aldeias (estruturados a partir da união
das famílias, subordinadas a um chefe) → Base para formas mais complexas de
organização políticas
• Formação de formas mais complexas de organização:
• Impérios
- Egito antigo (Região do Nilo → séc. XXX – X a.C.)

- Mali (Região do Sudão → séc. V – X)

• Reinos
- Iorubá (Região do Níger– séc. XV – XVIII)

- Congo (Região da África Central – séc. XIV – XVIII)

- Cidades-Estados (Constituição de confederações – como, por exemplo,


as cidades Hauçás - Região do Sudão – e as cidades de Monomopata –
Região do Rio Zimbábue)

• Diversidade Religiosa:
- Cristianismo – Norte da África – cristãos coptas – Egito e Etiópia
(Expansão do império Romano – sec.II a.C.)
- Islamismo – Norte da África, deserto do Saara e região do Sahel
(Expansão Árabe – séc. VIII e trocas comerciais)

- Religiões Animistas (África subsaariana e central) → Culto aos


ancestrais e as forças da natureza (profunda relação com a tradição/
história e com a natureza)

• A diversidade cultural e o papel da música e da dança nestas sociedades


(espaços de comunhão entre os membros da comunidade e destes com os
antepassados)
• Elementos centrais: reverência à ancestralidade espiritualizada, a sacralidade
dos tambores e o poder atribuído à fala de mobilizar forças vitais
• Audição de manifestações musicais de origem africana (Candomblé Queto:
Canto pra Oxum; Candomblé Angola: Zuela para Matulembê; Tambor de Mina:
Doutrina para Ogum; Jongo de Cunha) → Fonte:
http://www.cachuera.org.br/cachuerav02/index.php?option=com_content&view=arti
cle&id=297:diasporasmusicaisafricanasnobrasil&catid=80:escritos&Itemid=89

3. As rotas de comércio africanas (encontros culturais)

a) Um universo de trocas comerciais:


• As rotais regionais: Trocas do excedente agrícola das aldeiais e cidades
(complementação da dieta alimentar e produtos manufaturados – feito
principalmente pelas mulheres nos espaços destinados a isso – mercados)
• As grades rotas mercantis: Ligado a troca de especiarias africanas como
sal, marfim, noz de cola, ouro e escravos. (Feito em geral por homens
através das caravanas que cruzavam a África e as feitorias no litoral do
oriental (Oceano Índico) e ocidental (Oceano Atlântico)

- As rotas de comércio transaarianas (Com os reinos muçulmanos do Norte


da África – papel central das populações nômades do Saara)
- O comércio com as rotas do Oceano Índico (Com mercadores árabes e
indianos)

- O comércio Atlântico (a partir do século XV com os portugueses e demais


europeus)

b) A escravidão na África

• O que é ser escravo? (Caracterização)


- Escravidão como forma de exploração do trabalho

- Transformação em propriedade – processo de desumanização

-Transformação em um estrangeiro e alienado dos direitos de uma sociedade.

- Baseado na Coerção e no cerceamento da liberdade

• Origens – conflitos entre pequenas comunidades e linhagens


• A Guerra como instrumento de transformação de um indivíduo livre em escravo
(seja conflitos entre grupos, seja conflito para gerar escravos – os raptos)
• Outras possibilidades: Escravidão como castigo penal – escravidão por
processo de marginalização
• A Escravidão se transforma e acompanha as mudanças das organizações
políticas (formação de Estados e Reinos em algumas regiões como o do Congo) e
econômica – A escravidão se integra plenamente a estrutura social dessa regiões
(como modo de produção)
• Qual o papel do escravo nessas sociedades?
- Aumento da produção (mão de obra mobilizada para produção agrícola e
artesanal)

- Integração ao aparato de Estado (Funcionários e soldados_ - provável influencia


dos povos islâmicos do Norte da África e da Arábia

- O escravo como riqueza e status (fator de produção e sinônimo de poder)

• A condição de escravo e a possibilidade de assimilação (debate sobre as


matizas dessa integração e da hereditariedade)
Importante: A constituição de um mercado ligado ao tráfico de escravos
transformou a escravidão na África (Tanto no que diz respeito ao tráfico para o
Norte da África, quanto o tráfico para as colônias europeias). Imposição de uma
lógica mercantil no processo de escravização.
Textos de Apoio

Texto 1: Lei 10.639. FONTE: http://www.planalto.gov.br/

“O presidente da República. Faço saber que o Congresso Nacional decreta e


eu sanciono a seguinte Lei:

Art. 1o A Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996, passa a vigorar


acrescida dos seguintes arts. 26-A, 79-A e 79-B:

"Art. 26-A. Nos estabelecimentos de ensino fundamental e médio, oficiais e


particulares, torna-se obrigatório o ensino sobre História e Cultura Afro-
Brasileira.

§ 1o O conteúdo programático a que se refere o caput deste artigo incluirá o


estudo da História da África e dos Africanos, a luta dos negros no Brasil, a
cultura negra brasileira e o negro na formação da sociedade nacional,
resgatando a contribuição do povo negro nas áreas social, econômica e política
pertinentes à História do Brasil.

§ 2o Os conteúdos referentes à História e Cultura Afro-Brasileira serão


ministrados no âmbito de todo o currículo escolar, em especial nas áreas de
Educação Artística e de Literatura e História Brasileiras.

Texto 2: Eduardo Mondlane e seus Ideais. Dilma de Melo da Silva e Nilce da Silva,
Jornal da USP, 03 a 09/03/08

“As comunidades de origem africana nas Américas, sobretudo na América


Latina, sofrem, até hoje, de lacunas nas referência histórica que dificultam a
construção de uma auto-imagem digna de respeito e estima. A ancestralidade
africana milenar nos é ocultada em sala de aula, nos livros didáticos e no dia-a-
dia de nossas vidas. Nada conhecemos sobre a África e o pouco que nos
contam é sempre motivo de deboche.”
Texto 3: O mito de criação Yorubá. FONTE: http://www.orixas.com.br

“Olódùmarè o ser superior dos yorubas, que vive num universo paralelo
aonosso, conhecido como Orún, por isso Ele é também conhecido como Àjàlórú
e Olórun "Senhor ou Rei do Òrún", que através dos Orixá por Ele criado, resolve
incumbir um dos Òrixá (do branco), Òrínsànlá, (o grande Òrìsà) o primeiro a ser
criado, também chamado de Obàtálá, de criar e governar o futuro Àiyé: a Terra, do
nosso universo conhecido. Ele lhe entrega o Àpò-Iwá (a sacola da existência) o qual
contém todas as coisas necessárias para a criação, e é aclamado como Aláàbáláàse,
"Senhor que tem o poder de sugerir e realizar". Como a tradição mandava, para
todos, antes de iniciar a viagem ele foi consultar o oráculo de Ifá com Orúnmìlà, outro
Orìxà, e este lhe orientou a fazer alguns sacrifícios a divindade Èxù, mas se ele já era
orgulhoso e prepotente, mais ainda ficou, se recusou e nada fez, mas foi avisado que
infortúnios poderiam ocorrer.(...)

Olódùmarè delega a Odùduwà o poder de criar o Àiyé e por punição incumbe a


Òrìsànlá de somente criar e modelar os corpos dos seres humanos no Òrún, sob sua
supervisão e o proíbe terminantemente de nunca mais beber o emu. Odùduwà, então,
cumpre a tradição e faz as obrigações, para se tornar o progenitor dos Yorubas, do
Mundo : Olófin Odùduwà, o futuro Àjàlàiyé.”

Texto 4: A escravidão na África, uma história de suas transformações. Paul l. Lovejoy.


Rio de Janeiro. Civilização Brasileira, 2002, pp. 55

“É incorreto pensar que os africanos escravizassem seus irmãos – embora isso


algumas vezes acontecesse. Na verdade, os africanos escravizavam os seus inimigos”
1º Ano

Aula 34: A Colonização da América Portuguesa: O Sistema Administrativo

Objetivos: Debater a relevância do estudo da história nacional, assim como as


principais implicações deste estudo. Apresentar o processo de montagem do aparato
administrativo que permitiu a colonização e o controle da Coroa portuguesa sobre
seus territórios na América. Estabelecer a relação entre esse sistema administrativo e
os interesses mercantis portugueses, dentro da lógica de uma economia mercantil.
Discutir as relações de poder no interior desse sistema administrativo ligando-o a
questão da concentração fundiária.

Estrutura da Aula:

1. Sentido da Colonização e a estrutura administrativa da América Portuguesa.


2. Os senhores da Terra

Planejamento da Aula:

1. Sentido da Colonização e o sistema administrativo da América Portuguesa.

• Colonização da América Portuguesa (Brasil) → processo inserido no


contexto do capitalismo mercantil e dentro dos interesses
econômicos da monarquia portuguesa.
• Construção de um sistema administrativo → criado para garantir o
controle do território e assegurar os interesses econômicos da
Coroa
a) 1500 – 1530: O Sistema de Feitorias
• Primeira atividade econômica: Exploração do Pau-Brasil atravéz do
escambo com as populações indígenas (inexistência de vestígios de
metais preciosos ou de produtos para o comércio)
• Durante esses 30 anos a preocupação de Portugal estava no
controle da Rota de Especiarias da Índia (Declínio dessa rota tem
início a partir do século XVI)
• Concorrência da França (Rio de Janeiro – França Antárdida –
Maranhão) → Ameaça de perda do novo território e mudança da
política Real em relação aos territórios na América

b) 1530 – 1548: As Capitânias Hereditárias


• Expedição de Martín Afonso de Souza (1530) → Implementação do
Modelo das Ilhas do Atlântico

Medidas administrativas:
• Patrulhamento da costa
• Criação de centros urbanos (Vila – como a de São Vicente)
• Criação das 15 Capitânias Hereditárias – Pequena nobreza
integrante do Estado lusitano - (ordem proferida por D. João III)
• Importante: relembrar as Cartas de Doação e as de Foral
(Sobretudo a questão das Sesmarias, poder de doação de terras
pelos capitães a quem tivesse condição de produzir)

Medidas econômicas:
• Implementação do sistema de produção açucareiro (primeiro no
sudeste e depois – onde se desenvolve plenamente – no nordeste –
Bahia e Pernambuco)
• Organização da produção através do sistema de plantation
(Grande Propriedade, Monocultura para a Exportação, Regime de
Trabalho Escravo)
• Capital para a montagem desse sistema produtor de açúcar será de
origem Holandesa (Principalmente após a expulsão dos judeus de
Portugal) – Assim como a comércio com a Europa e o refino final do
açúcar para a comercialização (Importante: Chamar a atenção para
esse papel desempenhado pelos holandeses)
c) 1548 – 1808: O Governo Geral
• Fracasso do sistema administrativo das capitânias hereditárias (questão
da dimensão das térreas e do controle régio sobre esse território)
• Viagem de Tomé de Souza (1548) → Reestruturação administrativa –
Criação do Governo Geral (objetivos: centralizar e organizar o processo
de colonização – retomada sistemática das capitânias hereditárias –
processo concluído no século XVIII)

• Estrutura Administrativa do Governo Geral:

Rei

Governador Geral

Capitão-mor Provedor-mor Ouvidor-mor

(Defesa do Território) (Controle das Finanças) (Manutenção dos Códices Reais )

2. Os senhores da Terra: Relações de poder na administração colonial

• Constituição de uma sociedade baseada na produção agro-exportador – nesse


sentido a terra é uma elemento importante (não como propriedade privada mas
como elemento produtivo)
• O Sistema de Sesmarias – processo de organização da terra em grandes
propriedades (concentração fundiária e centro da vida colonial) – relação entre
a posse da terra e o poder político (organização e comando da população
escrava e subordinação da população livre.
• Hierarquia entre os senhores de Terra (Senhores de Engenho e lavradores)
• As Câmaras Municipais – a administração da Vila – expressão regional do
poder dos latifundiários.
1º Ano

Aula 35: A Colonização da América Portuguesa: A montagem do sistema açucareiro.

Objetivos: Apresentar o processo histórico que levou a constituição do sistema de


produção açucareiro. Discutir suas principais características (grande propriedade e
trabalho escravo) dentro da lógica da sociedade colonial e das relações comerciais da
época moderna. Apresentar as relações sociais engendradas no interior da sociedade
açucareira.

Estrutura da Aula:

1. A produção de açúcar na América Portuguesa.


2. Casa Grande & Senzala: o cotidiano da produção açucareira.
3. O Comércio colonial: O tráfico de escravos e produção açucareira

Planejamento da Aula:

1. A produção de açúcar na América Portuguesa.

• Início da produção: Capitânia de São Vicente – Engenho dos Erasmos (1532)

• Transferência da produção para as capitânias do nordeste – Maior


disponibilidades de terras, clima adequado para a lavoura de cana e solo fértil
(massapé)

• Características gerais da produção açucareira


- Grandes propriedades
- Trabalho escravo (predominantemente de origem africana)
- Monocultura voltada para a exportação
- Capital e transporte de origem holandesa (judeus portugueses)

• IMPORTANTE: O desenvolvimento da produção de açúcar leva a constituição de


uma sociedade agrícola (diferente das colônias hispanoamericas que tem sua
organização social baseada nos centros urbanos) → Essa característica só é
alterada no século XVIII com a Mineração.
• Produções secundárias a produção de açúcar: Tabaco (utilizado no comércio de
escravos como produto de troca) e da Pecuária (Gado de corte e indústria do
couro)

2. Casa Grande & Senzala: o cotidiano da produção açucareira.


• A produção açucareira – combinação de atividades agrícolas e industriais (Ritmos
diferentes de trabalho)
• Características da produção açucareira (Tomando como base os engenhos da
Bahia):
o Etapas da produção: Colheita – Moagem – Purificação – Purgação.
o Trabalho agrícola: 2 meses para o plantio + 9 meses de safra
o Trabalho nos engenhos: Entre os períodos de safra os engenhos
funcionavam cerca de 18 a 20 horas por dia.

• Organização Espacial dos Engenhos de Açúcar: → Racionalização do espaço


produtivo. (Análise do Croqui)

o A Casa Grande : Morada do senhor de Engenho, centro administrativo (muitas


construções possuíam em anexo a casa grande uma capela e uma senzala
em seus porões – também conhecida como senzala doméstica, possuíam
também uma capela)
o A Senzala
o O fábrica de açúcar. (complexo de produção manufaturada)

• Os trabalhadores livres dentro da produção açucareira: trabalhadores


especializados nas atividades relacionadas a produção de açúcar (Mestre de
açúcar, purgador, caldeiro), em atividades secundárias (carpinteiros,barqueiros,
condutores de carros de boi) ou em atividades ligadas a administração do
engenho (Feitor, Escrivão,Caixeiro da cidade)

• IMPORTANTE: No decorrer do processo de implantação da produção de açúcar


muitos trabalhadores livres vão ser substituídos por escravos na função de
produção do açúcar.

• Cotidiano extremamente hierarquizado e pautado na violência – expressão de


uma sociedade escravista (o trabalho nos engenhos entre livres e escravos, a
utilização de privilégios como forma de controle, os feitores, etc.)

• Nem todos os senhores de terra eram senhores de engenho (devido aos custos
da montagem de um engenho). Ao entorno de um engenho existiam diversas
propriedades que apenas plantavam cana (lavradores de cana) → Estes
utilizavam o engenho para manufaturar a cana e produzir açúcar.

3. O Comércio colonial: O tráfico de escravos e produção açucareira.

• A produção de açúcar fazia parte de um sistema de comércio articulado entre


Europa, África e América dentro da ordem colonial e das políticas
mercantilista. (Açúcar, escravos e produtos manufaturados) →Utilização de
recurso digital da Moderna Plus (As rotas africanas)

• A instituição do tráfico negreiro sobre o tráfico de indígenas (rede de comércio


já existente e altamente lucrativa)
• O tráfico de escravos e a constituição da diáspora negra – constituição de laços
comerciais entre os dois continentes (Análise das principais rotas a partir do
mapa) : tráfico do Atlântico Sul – Costa da Mina↔Salvador e Rio de Janeiro ↔
Congo/Angola – os grandes traficantes luso-brasileiros e Africanos (As
embaixadas negras no vice-reino do Brasil)

• Este comércio propiciava grandes lucros para os comerciantes portugueses


(Compra do açúcar e venda de produtos manufaturados e escravos), assim
como riqueza para a Coroa Portuguesa.
1º Ano

Obs: aula para 2 entradas

Aula 36: A sociedade colonial


Objetivos: Apresentar as principais características da sociedade colonial, as
relações de poder que a constituíram, seus códigos sociais e tensões. Será
dado especial atenção para presença negra na América Portuguesa, suas
formas de resistência e integração na ordem colonial, assim como as
hierarquias e relações sociais entre os estratos livres da sociedade colonial.

Estrutura da Aula:
1. A sociedade colonial
2. Entre a África e o Brasil: os escravos na colônia
3. Homens livres na sociedade colonial
4. A igreja no contexto da colonização

Planejamento da Aula:

• Música: O Canto das Três Raças – Histórica e representação dos


agentes históricos na história. (A importância do que é ou não
representado na nossa história, construção de uma memória coletiva)

1. A sociedade colonial
• Elementos constituintes da sociedade colonial:
a) Recorte entre livres e escravos (dimensão étnica dessa divisão)
b) Sociedade do Antigo Regime (a dimensão nobiliárquica em uma
sociedade mercantil) → A compra de um título como elemento de ascensão
social na colônia.

2. Homens livres na sociedade colonial

• Sociedade estamental do Antigo Regime – a identidade de


pertencimento ao Império Portuguesa – reafirmação desses laços – as
festas como reafirmação dessa dimensão
• Os títulos nobiliárquico (o poder dos símbolos da nobreza) – inserção
como funcionário da Coroa Portuguesa.
• Os homens livres pobres – população marginalizada nessa ordem
colonial – o pouco espaço para a figura do artesão
• Os capitães do mato e os roceiros – marginalização dentro da sociedade
colonial

3. Entre a África e o Brasil: os escravos na colônia.


a) Os africanos na sociedade escravista
• Jogo do pega-rabo
Instruções: Os alunos devem estar dispostos em círculo na aula.
Participam dois jogadores por vez. Cada jogador deve ter ao entorno da
cintura uma corda amarrada (rabo). O objetivo do jogo é agarrar o rabo do
adversário sem que ele faça o mesmo. Os jogadores devem sempre ter 3
apoios no chão ao se movimentar.

Objetivos: Simular a movimentação do jogo de capoeira em nível baixo,


desenvolvendo a noção espacial da roda e a dimensão de jogo de defesa e
ataque, simulação e esquiva.

• O corpo como documento histórico e a capoeira enquanto registro da


história dos negros no Brasil →Reflexão sobre movimento: nível, tipo de
movimentação, significado do movimento.

• Relação entre áfrica e Brasil: Laços culturais - A manutenção de


tradições africanas na América Portuguesa – forma de manutenção de
uma identidade e resistência a condição de escravidão

b) A diáspora negra e a cultura afro-brasileira


• O trafico de escravos e a constituição de uma diáspora negra
(análise dos dados sobre a escravidão)
• Além da força de trabalho, o que mais trouxeram esses escravos
africanos? (tradições culturais africanas e formação de uma cultura
diaspórica – cultura afro-brasileira)
• O que conhecemos da cultura afro-brasileira? É necessário conhecer
esta cultura? (A questão do preconceito racial e a lei 10.639)
• O candomblé e a visão cosmográfica dos povos africanos na
América → Conto: “Poderes pra todos”, in:Contos e lendas afro-
brasileiros: A criação do Mundo. Reginaldo Prandi. São Paulo:
Companhia das Letras, pp. 99 – 113.
c) Resistência negra e escravidão

As formas mais comum de resistência a escravidão:


• Sabotagem a produção e o banzo
• Revoltas de escravos (como no documento analisado)
• A fuga e formação de Mocambos e Quilombos
• Quilombo dos Palmares (1605 – 1694) – Alagoas (Serra da
Barriga)
- Estimativa de uma população de 20.000 habitantes (formado por
escravos africanos e brasileiros fugidos dos engenhos da região,
populações indígenas e alguns brancos livres pobres)
- Organização política e social diretamente influenciada pela
tradição africana – Reino formado pela congregação de diversos
povoados
- economia agrária e grande troca de produtos com as vilas e
fazendas da região.
- 1692 – 1694 → Depois de diversas expedições fracassadas o
governo geral contrata Domingos Jorge Velho (bandeirante
paulista) para acabar com o quilombo
- Ganga Zumba e Zumbi dos Palmares – Importância dessas
personagens históricas para o movimento negro

4. A Igreja no contexto da colonização

• A Igreja → Integração entre Estado Português e a Igreja (o padroado) –


agente da empresa colonial
• A construção da Igreja na América (Clero Secular e Clero Regular)

a) A igreja na sociedade Colonial

• A Igreja como elemento de manutenção da ordem cristã – dimensão da


moral e controle das poucas escolas no período colonial
• Controle das praticas religiosas, combate aos hereges (Tribunal da
Santa Inquisição e das praticas sincréticas)
• Constituição da Igreja como instituição economicamente e politicamente
importante:

-Estrutura interna: Bispado e Paróquia


- Aquisição de bens ( a mão morta) – bens em espécie e em terras
- Participação na economia colonial (aquisição de engenhos e
minas)
- Participação nas principais instanciais políticas
b) A Igreja e a catequização
• A missão catequizadora das igrejas – contexto da Reforma Protestante
na Europa e da busca por novos fiéis
• Na América portuguesa e hispânica prevaleceram a atuação das
ordens religiosas no processo de catequização das populações
indígenas.
- As ordens mais atuantes:
Franciscanos
Dominicanos
Agostinianos
Jesuítas (criados por Inácio de Loyola em 1540)
• O papel das Ordens Religiosas no Novo Mundo: A conversão dos
Índios
• Ordens nas fronteiras da colonização (processo de catequização)
-As artes e a língua como ferramentas de contato ( a transculturação e
a formação de um sincretismo, embate de perspectivas de mundo
diversas.)
- As Reduções : tentativa de construção de um homem “civilizado” para
depois de um cristão (reduções como reserva de mão-de-obra e de
contingente militar, caso Brasileiro)
2º Ano
História Geral
2º Ano
Aula 1: As regras do jogo: A construção coletiva de um contrato pedagógico

Objetivos: Discutir as concepções educacionais da Escola Villare e os


pressupostos que constituem o projeto do Ensino Médio. Retomar os acordos
de sala e a perspectiva de um contrato pedagógico construído coletivamente
ao longo do curso. Apresentar o curso de História do 2º Ano.

Estrutura da Aula:
1. Em que lugar estamos.
2. O contrato pedagógico
3. Apresentação do curso.

Planejamento da Aula

1. Em que lugar estamos.


• Apresentação e discussão do curta: Escola Democrática
• Análise do filme:
- Impressões gerais. (Qual a imagem de escola expressa no vídeo?
Vocês concordam com esta concepção de escola apresentada no
vídeo?)
- Existe relação entre esta concepção de escola e a Villare?
- Trecho 1: A relação dos alunos com o conhecimento (oposição a
perspectiva conteudista do conhecimento)
- Trecho 2: O trabalho do professor e a relação com aluno (respeito
e dialogo)
- Trecho 3: A construção do conhecimento (oposição a uma
perspectiva conteudista, busca por uma formação acadêmica forte –
demanda interna e externa)

• Fala Inaugural – 2º Ano – dificuldades e perspectivas em relação a


Escola Villare → Que elementos são importantes para a construção
de uma proposta pedagógica como esta? (importância dos acordos
de sala) →levantamento junto aos alunos de que elementos são
importantes para a construção de um contrato de sala (pedir para
alguém anotar e mandar por e-mail)

2. O contrato pedagógico

• Questões para a construção de um contrato pedagógico


- O grupo como coletivo (oposição a perspectiva individualista)
- Coletivo e a existência de opiniões diversas: conflito natural de opiniões
- Como lidar com isso? A necessidade de estabelecer regras comuns de
convivência de acordo com o local (a classe) – existência de regras da
instituição e de acordos de sala (em um primeiro momento apresentadas
e possíveis de serem revistas)
- Os espaços coletivos de discussão: liberdade de falar e necessidade
de ouvir – espaço de troca.
• IMPORTANTE: Contrato pedagógico e autonomia do sujeito (A
regra como construção coletiva e não como imposição e coerção)

• Regras gerais e acordos de sala.

- Estar com os instrumentos de trabalho (caderno, estojo e livro2);


- Participar das aulas (internamente e externamente);
- Respeitar os horários;
- Fazer as tarefas pedidas e cumprir os prazos – salientar a questão da lição
de casa (IMPORTANTE);
- Proibição do uso de celular;
- Respeitar o professor e os demais colegas (Momentos de exposição e
momentos de dúvida, respeito a opinião do colega);
- Participação na sala de aula (Gerenciamento das dúvidas – o que deve ser
perguntado em sala e o que deve ser reservado para o plantão)
- Saída para o banheiro e água (Regra da garrafinha e bom senso);

3. Apresentação do curso
• Concepção do curso: A história como uma investigação científica
(Pesquisa)

• Conteúdo:
História Geral
- Idade Moderna (Séculos XVII e XVIII)
- Idade Contemporânea (Século XIX e início do XX)
História do Brasil e América Hispânica
- Idade Moderna (Período Colonial)
- Idade Contemporânea (Século XIX)

• Atividade de Sala (análise textos historiográficos);


- 1º Bimestre: análise individual de textos historiográficos;
- 2º Bimestre: comparação e relação entre textos historiográficos;

2
O livro não será usado em todas as aulas, quando for necessário será avisado com uma aula de
antecedência
- 3º Bimestre: produção de texto (artigo científico) a partir da análise
de textos historiográficos e fonte documental (em etapas)
- 4º Bimestre: produção de texto (artigo científico) a partir da análise
de textos historiográficos e fonte documental;
• Tarefas: Estudo Prévio, exercícios e compreensão de conceitos-
chaves;
• Plantão de dúvidas (Descoberta e gerenciamento das dúvidas)
• Necessidade de organizar-se (agenda, horário escolar, tarefas)
• Blog e e-mail
2º Ano
Aula 2: O Antigo Regime

Objetivos: Rever e sistematizar com os alunos as principais características da


sociedade européia na Idade Moderna, também denominada pela
nomenclatura de Antigo Regime. Desenvolver a capacidade de coleta de
informação e produção de resumo.

Importante: 2 entradas

Estrutura da Aula:

1. A Europa na Idade Moderna (séc. XV – séc. XVII)


2. Os Estados Absolutistas
3. Uma economia mercantil
4. A sociedade européia no Antigo Regime

Planejamento da Aula:

1. A Europa na Idade Moderna (séc. XV – séc. XVII)


• Idade Moderna como um período que congrega elementos da
sociedade feudal da Idade Média e da nascente sociedade
capitalista, característica da Idade Contemporânea.
• Principais eventos entre o século XV e XVII:
- Cul.: Renascimento Artístico e Reforma Protestante;
- Pol.: Centralização do poder monárquico e constituição das
monarquias absolutistas;
- Econ.: Mercantilismo e economia colonial;

2. Os Estados Absolutistas
• Século XIV – Crise da sociedade feudal
- Resultado das transformações sociais da Baixa Idade Média –
Renascimento Comercial e Urbano
- Revoltas camponesas – dificuldade da nobreza em manter o controle
social

• Centralização política
- transferência do poder político entre a nobreza e o rei
Rei Nobreza para Rei

(Suserano) (Vassalo) (Soberano)

(Burocracia)

(Poder Pol.)
Nobreza

(Súdito)

- Apoio da burguesia comercial, vantagens econômicas decorrentes da


centralização do poder, unificação territorial e de pesos e medidas.
- IMORTANTE: Processo heterogêneo de centralização do poder
político na Europa.

• O absolutismo
- Teóricos do absolutismo
o Nicolau Maquiavel e Thomas Hobbes (teóricos do Estado) →
Análise da imagem do livro Leviatã de Hobbes
o Jacques Bossuet e Jean Bodin (teóricos do poder real) →
Análise do texto de Jean Bodin

IMPORTANTE: A formação de monarquias absolutistas foi decorrência do


processo de centralização política, levado as ultimas conseqüências pelos Rei.
Entretanto, nem todas as monarquias chegaram a se consolidar como
monarquias absolutistas. O grande exemplo de monarquia absolutista foi a
França de Luis XIV.

3. Uma economia mercantil


• Renascimento Comercial (Séc. XI e XIV) – reestruturação da antigas
rotas comerciais européias e da Europa com a África e o Oriente
(reabertura das rotas comerciais do Mediterrâneo)
• Expansão Marítima (séc. XV)
- Acesso direto as áreas produtoras de especiarias (África e Ásia)
- Controle das rotas comerciais por portugueses e espanhóis (séc.
XV e XVI)
- Formação de feitorias (praças de comércio fortificadas) na África e na
Ásia e de colônias produtoras de especiarias na América.
• Mercantilismo (políticas econômicas)
o Definição:
- O mercantilismo era um conjunto de políticas econômicas
adotadas pelas monarquias européias.
- Sua base estava na intervenção do Estado nas atividades
econômicas.
- Seu objetivo principal era garantir aumento das rendas dos
Estados Monárquicos.

o Características Gerais do Mercantilismo


- Metalismo: acumulo de metais preciosos como ouro e prata.
- Balança Comercial Favorável: estimulo a exportação de bens
manufaturados e desestimulo as importações, garantido assim o
acumulo de metais preciosos.
o Protecionismo: Criação de barreiras alfandegárias para dificultar
a entrada de manufaturas estrangeiras e facilitar a entrada de
matérias-primas.
o Incentivo a Manufatura: para a exportação e incentivada pelo
Estado através da concessão de monopólios impedindo a
concorrência.
- Sistema colonial: Constituição de colônias (principalmente na
América) que tinham como objetivo contribuir para a auto-suficiência
da metrópole a partir de relações econômicas exclusivas
o Exclusivismo colonial: Garantia de uma relação comercial
desigual entre metrópole e colônia.
o Legislação colonial: Conjunto de leis que garantiam a
exclusividade comercial entre metrópole e colônia.

4. A sociedade européia no Antigo Regime.


• Uma sociedade agrária (A maior parte da população vivia no campo, as
maiores cidades do período eram Londres – 1 milhão de habitantes no
séc. XVIII – e Paris – algo em torno de meio milhão de habitantes no
mesmo período)
• Contradições da sociedade do Antigo Regime: congregação de
elementos antigos (sociedade feudal) como elementos novos (sociedade
capitalista)
• Estrutura social estamental (do ponto de vista jurídico) – manutenção
dos privilégios feudais da nobreza e do clero, tais como isenção fiscal.
• Relações sociais capitalistas – Sociedade cada vez mais baseada nas
relações capitalistas (baseadas nas trocas mercantis e monetárias),
como por exemplo a venda de títulos de nobreza, de terras, o
surgimento do trabalho livre assalariado.
Lição de casa: Instruções para a leitura da ficha 1
• 1ª Leitura: Dúvidas de vocabulários;
• 2ª Leitura: Grifo dos trechos mais importantes (conceitos e informações
mais relevantes)
• Resolução das questões propostas (elementos para a compreensão do
texto e resumo)
2º Ano
Aula 3: Revoluções Inglesas: As causas da Revolução

Objetivo: A partir da análise das principais transformações pelas quais passou


a Inglaterra no início da Idade Moderna (séc. XV – XVII) identificar as principais
causas que desencadearam a Revolução Puritana.

Estrutura da Aula:
1. O conceito de burguesia
2. A monarquia inglesa na Idade Moderna
3. As transformações sociais
a)A terra como propriedade privada
b)Novas idéias e novos valores

Planejamento da Aula:

1. O conceito de burguesia

• Burguesia: Termo que tem seu significado alterado no decorrer da


história;
• Idade Média: Categoria jurídica do direito feudal → definido pelo local
de nascimento (burgo)
• Idade Moderna: Referente a atividade econômica: mercador →
ligação direta com consolidação do capitalismo mercantil
• Idade Contemporânea: Conceito sociológico: definição de uma
classe específica dentro do sistema capitalista (origem na teoria
marxista)
2. A monarquia inglesa na Idade Moderna
• Poder limitado da monarquia inglesa no início da Idade Moderna
- O Parlamento: Tinha como função limitar o poder real (criação de
novos impostos e convocação do exército), era dividido entre Câmara
dos Nobres e Câmara dos Comuns

Origem: Em 1215 os nobres ingleses impõem ao rei João Sem-Terra a


Magna Carta (documento que estabelecia limites ao poder real) e o
Grande Conselho (composto pelos nobres ingleses. Em 1265, novo
confronto entre o rei (Henrique III) e os nobres (apoiados pela crescente
burguesia mercantil) leva a imposição das Provisões e estatutos de
Oxford e a ampliação do Grande Conselho em 1295, chamado de
Parlamento (contendo as duas casas e incorporando a burguesia
mercantil na Câmara do Comuns)
- Common Law: Direito consuetudinário
Origem: Costumes que regulamentavam as relações feudais (essa
idéia de um direito comum a todos e fruto de uma antiga tradição é
importantíssimo para os eventos que desencadearam a Rev. Inglesa)

• A Dinastia Tudor
- Henrique VIII (1509 – 1547)
o Reforma Anglicana: questões dinásticas (divórcio) levam o rei a
romper com o papado. Criação da Igreja Anglicana (O rei como
chefe supremo da Igreja)
Conseqüências: 1ª Aquisição das terras da Igreja na Inglaterra
2ª Divisão religiosa dentro da Inglaterra
(católicos, anglicanos e puritanos)
o Perda da influência no continente europeu: Sucessivos
confrontos com os Habsburgos – Espanha e SIRG – e com os Valois
– França. As derrotas levam ao endividamento da Coroa.
o Crise dinástica: A morte de Henrique VIII leva a um situação de
tensão entre os herdeiros e uma disputa interna na Inglaterra.
Assumem o trono Eduardo VI (1547 – 1553), Maria Tudor (1553 –
1558) e finalmente Elisabeth I que se consolida no poder (1558 –
1603).
-Elisabeth I (1558 – 1603):

Análise de filme: Cap. 1, 2 e 3 do DVD Elizabeth e a era de ouro

o Política interna visando buscar um equilíbrio entre as forças


atuantes tanto no campo político, quanto no campo religioso.
o Política externa defensiva (consolidação da Inglaterra como ilha) –
apoio a independência das Províncias Unidas (Holanda) do SIRG e
ocupação da Irlanda (para evitar um possível ataque da Espanha) →
o Incentivo ao desenvolvimento da manufatura inglesa (indústria
têxtil)
o Construção de uma vasta marinha mercantil e militar – buscava
consolidar a hegemonia mar do norte e ocupação da América.
o Consolidação da Inglaterra como potência marítima: 1588 –
Vitória sobre a Invencível Armada. → Cap. 17 e 18 do DVD
Elizabeth e a era de ouro

3. As transformações sociais
a)A terra como propriedade privada
o Reforma Anglicana e venda de terras eclesiástica: Henrique VIII
para sustentar seu governo e guerras iniciou um processo de venda
das terras da Igreja
Importante: As terras desde a Idade Média eram consideradas
posse da nobreza e não mercadoria, a venda de terras dá inicio ao
processo de desestruturação dessa antiga relação entre nobreza e
o controle das terras, possibilitando o acesso da terra a outros
grupos sociais.
o Relações capitalistas no campo: A transformação da terra em
mercadoria (valor monetário e possível de alienação) e a
consolidação de uma produção agrícola voltada para o mercado
(desenvolvimento das manufaturas começa a determinar o sentido
da produção agrícola) transforma as relações de produção no
campo.
o A sociedade inglesa no séc. XVI e XVII
- Os Pares (Nobreza aristocrata e tradicional – lento processo de
desmilitarização e de poder político)
- A Gentry (Nobreza de status – através da compra de títulos – e
proprietária de terras → diretamente responsável pelas transformações
da produção agrícola inglesa, em geral tinha sua fortuna originária de
outras atividades econômicas)
- Os Yolmens: Camponeses proprietários de pequenas e médias
propriedades ou arrendatários enobrecidos.

b) Novas idéias e novos valores


o O Puritanismo: Profundamente influenciado pelo calvinismo o
puritanismo buscava uma retidão moral e simplificação da Igreja. A
doutrina da predestinação, assim como a crítica a estrutura da
Igreja Anglicana e da Corte consideradas corrompias, assim como a
idéia de Reforma destas instituições forneceram uma importante
força as idéia radicais que desembocam na Revolução Inglesa.
o O direito consuetudinário: O uso da lei baseada em uma suposta
tradição de direitos que suplantavam o poder real e embasavam
ideais de liberdade.
o Ceticismo: O desenvolvimento de uma corrente de pensamento
que questionava as estruturas de interpretação da realidade
(Francis Bacon) serve como substrato para o questionamento
político na medida que se difunde na sociedade inglesa.
2º Ano
Aula 4: Revoluções Inglesas: A Revolução Puritana e a Revolução Gloriosa.

Objetivo: Apresentar e debater os principais eventos que marcaram o embate


entre a realeza britânica e o Parlamento durante a Revolução Puritana,a
República de Cromwell e da Revolução Gloriosa. Analisar tais eventos a partir
da perspectiva da luta de classe e a consolidação ao longo do processo da
ideologia burguesa na Inglaterra.

Estrutura da Aula:

1. Os reis Stuart
a)Jaime I e a crise de confiança
b)Carlos I e Parlamento

1. A Revolução Puritana.
a) Carlos I e a Revolução Puritana
b) New Model Arm

Planejamento da Aula:

1. Os reis Stuart

a)Jaime I e a crise de confiança


o 1602 – A morte de Elisabeth I sem deixar herdeiros abre uma
crise dinástica.
o Assume o trono seu primo Jaime (rei das Escócia) como Jaime I
(1603 – 1625)
o Situação da monarquia inglesa: A monarquia não possuía um
exército, dependia dos nobres e do Parlamento; não tinha
autonomia financeira e nem uma burocracia estruturada.
o Crise de confiança: O fato do monarca ser escocês, as
extravagâncias da corte e da Igreja Anglicana levam a uma perda
de confiança em relação ao poder Real
o Tentativa de imposição de uma monarquia absolutista:
Aumento da perseguição aos protestantes (o rei buscava fortalecer
a Igreja Anglicana), aumento forçado dos impostos e dissolução do
Parlamento em 1610 até 1621 (Jaime I impôs a prerrogativa do
poder real baseado na teoria do direito divino dos reis)

b) Carlos I e Parlamento
o Carlos I (1625 – 1642) assume o trono e da continuidade a
tentativa de implantação de uma política absolutista.
o 1628 – O Parlamento em reação a política de Carlos I tenta
impor o Bill of Right (Petição de direitos) – subordinação do rei a
aprovação do Parlamento para questões como criação de
impostos, aumento de impostos e convocação do exército)
o Carlos I dissolve o Parlamento e impõe uma política absolutista
(de 1629 até 1640)
o Política do reino de Carlos I foi dirigida pelo arcebispo Willian
Laud (responsável por uma política religiosa que restringia a
liberdade de culto e buscava ampliar o poder da Igreja Anglicana) e
o Conde de Strafford (responsável pela articulação política dentro
da corte de Carlos I, instaurou uma forte repressão a oposição ao
rei, responsável também pela criação de novos impostos como o
ship Money)
o Aumento de impostos e criação de novos impostos
o Controle dos cercamentos (tentativa de evitar mobilidades sociais
– aumento do descontentamento da gentry)
o Colonização violenta da Irlanda.
o Resultado destas políticas: Aumento da tensão entre o Rei e o
Parlamento, organização da oposição.

2. A Revolução Puritana.

a) Carlos I e a Revolução Puritana


• Disparadores da Revolução Puritana
- 1638 - Tentativa de expansão do anglicaismo para a
Escócia. Revolta da nobreza escocesa (em sua grande
maioria presbiteriana) e invasão da Inglaterra em 1639. → A
invasão escocesa só é contida com o auxílio da Gentry e da
burguesia mercantil (o que deixa claro a fragilidade da
monarquia inglesa e a dependência desse grupo social.
- 1640 - Revolta irlandesa contra a dominação inglesa → sem
recursos próprios e com os pedidos de empréstimos negados
pela burguesia inglesa Carlos I é obrigado a convocar o
Parlamento novamente.
- Pressão da Câmara dos Comuns (Gentry) para que o
rei aceitasse o Bill of Right. Carlos I sede a pressão do
Parlamento e aceita parte de suas reivindicações, entre elas a
condenação a morte do Conde de Strafford e o fim de impostos
como o ship Money.
- 1642 – O Parlamento se nega a permitir o controle de um
exército permanente pelo Rei; em represália Carlos I ordena a
prisão e execução de cinco membros do Parlamento. Início da
Revolução Puritana

b) New Model Army e a Revolução Puritana

• Revolução Puritana (1642 – 1648)

Exército Real VS. Exército Parlamentar

Composição: Nobreza/Pares Composição: Parte da Gentry e Yolmens

(Cavaleiros) (Cabeças Redondas)

• Nas primeiras batalhas ficou evidente a força do exército real,


liderado pela nobreza, experiente militarmente.
• A situação começa a mudar quando assume o comando
militar das tropas do Parlamento Oliver Cromwell (membro da
Gentry puritana e do Parlamento)
• Formação do New Model Army (Novo Modelo de Exército) →
institui a promoção por mérito e incentiva a liberdade de
discussão no interior das tropas, estabelecendo a tolerância
política e religiosa (engajamento dos soldados por uma causa e
capacidade tática do alto comando).
• 1648 – vitória das forças do Parlamento sobre o exército real
– prisão de Carlos I
2º Ano
Aula 5: Revoluções Inglesas: A República de Cromwell e a Revolução
Gloriosa.

Objetivos: Reconhecer as principais características da República de Cromwell.


Explicar as principais medidas políticas adotadas por Cromwell e suas
repercuções. Comparar os processos revolucionários da Revolução Puritana
com a da Revolução Gloriosa.
Estrutura da Aula:

1. A República de Cromwell.
2. A Restauração e a Revolução Gloriosa.

Planejamento da Aula:

1. A República de Cromwell. (1649 -1658)


• 1649 – julgamento de Carlos I e execução do rei. Importante:
Pensar no significado da execução de um rei dentro do contexto
europeu da época – idéia de ruptura. → com a execução de
Carlos I é instaurada uma República tendo Oliver Cromwell
como chefe do executivo.

• Organização dos setores populares em torno de uma idéia de


uma República mais igualitária (pensamento radical)
- Os Levellers (Niveladores) – formado pelos setores populares
do exército Parlamentar pretendiam:
o Formar, no exército, um Conselho Central, integrados
por indivíduos eleitos pelos regimentos
o Exigir a proteção da pequena propriedade e restrição
das grandes propriedades
o Separação entre o Estado e a Igreja
o República com o direito de voto estendido a todos
acesso ao Parlamento a qualquer cidadão.
- Diggers (Escavadores) – de origem camponesa, seguindo o
pensamento radical do Niveladores, reivindicavam o fim da
propriedade da terra e distribuição dela entre os cidadãos
(similar a idéia de Reforma Agrária)
• Ambos os movimentos foram reprimidos violentamente por
Oliver Cromwell, garantindo a manutenção da ordem social
vigente e os interesse da Gentry e da Burguesia mercantil e
manufatureira.
• 1650 – Criação a Comunidade Britânica (Commonwelalth) –
resolução dos conflitos com Escócia, Irlanda e País de Gales.
• 1651 – Atos de Navegação – monopólio do transporte de
produtos para a Inglaterra e exportados por ela de navios ingleses
→ guerra com os países baixos (Holanda). Vitória da Inglaterra
garante a supremacia britânica sobre o comércio europeu.
• 1653 – Cromwell dissolve o parlamento e assume como Lorde
Protetor da Inglaterra.

• Atividade: Exercício da pág. 354

• 1658 – Oliver Cromwell morre e seu filho, Richard, assume


seu posto, porém sem o apoio do exército e da burguesia e
Gentry inglesa é deposto em 1660.

2. A Restauração e a Revolução Gloriosa.


• A realeza e a dinastia Stuart são restaurada, o Parlamento é
restaurado também
• Assume o trono Carlos II (1660 – 1685), filho de Carlos I →
Educado na França absolutista de Luis XIV ele reinicia a política
centralizadora do pai, mas tentando atender os interesses da
Gentry e da burguesia inglesa .
• Parlamento dividido em dois grupos nesse período:
- Tories (conservadores a favor da monarquia)
- Whigs (Liberais)
• Com a morte de Carlos II, assume seu irmão com o nome de
Jaime II → Sua insistência na constituição de uma monarquia
absolutista e a aproximação dos católicos leva a união do
Parlamento contra o rei e sua deposição em 1688
• 1688 – Revolução Gloriosa – para evitar nova guerra civil o
Parlamento eleva ao trono Guilherme de Orange (princioe de
origem holandesa) e o obriga a assinnar o Bill of Right e a se
subordinar ao parlamento.
2º Ano
Aula 6: Iluminismo

Objetivo: Discutir as principais características do Iluminismo, assim como suas


principais críticas ao Antigo Regime. Determinar quais foram suas bases e
seus principais pensadores, assim como as principais idéias.
Estrutura da Aula:
1. Uma definição sobre o Iluminismo
2. Antigo Regime e o pensamento escolástico
3. O século XVII: As bases do Iluminismo
4. O século das luzes

Planejamento da Aula:
1. Uma definição sobre o Iluminismo

a) Análise da Ficha 2:

I. Definição de esclarecimento: Utilização da razão → instrumento para


conhecer a realidade (Ousar saber) – 1° Parágrafo

II. questão central:


o Oposição aos dogmas (verdade impostas) – 2° e 3° Parágrafos
o Liberdade de pensar – 4° Parágrafo

b) Definições sobre o Iluminismo


• Metáfora da luz (razão) e das trevas (ignorância) → recuperada da
perspectiva renascentista. Mas como oposição a sociedade e
pensamento do ANTIGO REGIME.

• Iluminismo: Constituição de novos paradigmas de conhecimento,


ruptura com os valores e estruturas filosóficas existentes → Ousar
saber

• Século XVIII ficou conhecido pelo nome de século das luzes devido ao
surgimento de um conjunto de pensadores e doutrinas filosóficas
chamadas de Iluminismo.

• Caráter pedagógico do Iluminismo → Produção literária como


forma de expansão do esclarecimento.

2. Antigo Regime e o pensamento escolástico


• Cultura na Idade Moderna (Filosofia): Controle da Igreja sobre a
forma de pensar (Apesar do chamado Renascimento Cultural, resultado
da Contrarreforma e das guerras de religião – séc. XVI)
• As universidades → Instituições educacionais controladas pela
Igreja
• Hegemonia do pensamento escolástico dentro dessas instituições.
• Escolástica:
- Definição: pensamento filosófico desenvolvido no final da Idade Média
por São Tomás de Aquino (sec. XIII) e que tentava conciliar fé e razão
dentro de um sistema de pensamento → Profundamente influenciado
pela filosofia aristotélica.
- Características gerais:
o Princípio de legitimidade: A verdade revelada nas escrituras e nas
obras filosóficas.
o Analise racional dos textos: razão e investigação intelectual como
forma de analise dos textos e compreensão do mundo.

3. O século XVII: As bases do Iluminismo


• Constituição no século XVII de duas correntes de pensamento
importantes para o desenvolvimento o Iluminismo: Racionalismo e o
Empirismo → ambas as correntes são fruto da discussão sobre o
processo de formação da razão humana e se opunham a escolática

• René Descartes (FRA, 1596 – 1650) – “O discurso do método” – 1637


→ tentativa de construção de uma ciência universal e um método
verdadeiro → utilização da dúvida para alcançar o princípio de um
pensamento verdadeiro – desconstrução a verdade pelos sentidos,
desconstrução da verdade matemática, desconstrução da própria
realidade e: “(...) Mas, logo em seguida, adverti que enquanto eu queria assim
pensar que tudo era falso, cumpria necessariamente que eu, que pensava, fosse
alguma coisa. E, notando que esta verdade: Eu Penso, Logo Existo, era tão firme
e tão certa que todas as mais extravagantes suposições dos céticos não
poderiam abalar, julguei que podia aceitá-la, sem escrúpulos como o primeiro
principio da Filosofia que procurava (...)”

• Racionalismo: corrente de pensamento baseada na utilização da


razão e do método dedutivo (do geral para o particular), baseado
em idéias inatas

• Isaac Newton (ING, 1642 – 1727) → “Princípios Matemáticos da


Filosofia Natural" – 1687
• Superação do paradoxo de Zenon – questionamento dos limites da
observação de fenômenos como forma de compreendê-los →Newton
desenvolve instrumentos matemáticos para resolvê-lo (conceito de
limite e desenvolvimento do calculo de integral e derivada)

• Construção de leis universais da mecânica – racionalidade do


mundo natural, relações universais sem a necessidade de
mediações.

1ª Lei: Todo corpo continua em seu estado de repouso ou de movimento


uniforme em uma linha reta, a menos que seja forçado a mudar aquele
estado por forças imprimidas sobre ele.
2ª Lei: A mudança de movimento é proporcional à força motora
imprimida, e é produzida na direção da linha reta na qual aquela força é
imprimida.
3ª Lei: A toda ação há sempre oposta uma reação igual, ou, as ações
mútuas de dois corpos um sobre o outro são sempre iguais e dirigidas a
partes opostas.

(Energia/alma) (Matéria/ corpo)

F = m.a (movimento)

• John Locke (ING, 1632 – 1704) → “Ensaio acerca do entendimento


humano” – 1690 - refutação da idéia de princípios inatos, concepção
de um método indutivo (do particular para o geral) como processo de
formação da razão humana de um indivíduo, valorização de suas
experiências como forma de aprendizado.

• Empirismos: corrente de pensamento baseada na utilização da


experiência e do método indutivo (do particular para o geral).

4. O século das luzes.

Os filósofos e suas obras

• Voltaire (François-Marie Arouet, FRA, 1694 - 1778) → Filósofo e


polemista, em seus diversos livros e panfletos fez crítica a sociedade
do Antigo Regime, sobretudo ao Estado e a Igreja → Critico do
pensamento escolástico e defensor das liberdades individuais: “Posso
não concordar com nenhuma das palavras que você disser, mas defenderei até
a morte o direito de você dizê-las.”
• “Candido, o otimista” (1758) – critica a partir das aventuras de Candido
(protagonista) da perspectiva escolástica sobre o mundo.

• A Enciclopédia (1750 – 1772) – organizada por dois autores iluministas:


Diderot e D’ Alambert, contou com a participação dos principais
pensadores da época como Voltaire, Montesquieu e Rosseau - síntese
da concepção iluminista do saber (organização em verbetes, forma
racional para consulta, caráter pedagógico do livro) → pode ser
considerada também um dos primeiros empreendimentos editoriais em
larga escala
2º Ano
Aula 7: Iluminismo: A questão do Estado

Objetivo: Apresentar as principais correntes do liberalismo econômico e sua


crítica ao mercantilismo. Contextualizar esta doutrina econômica no contexto
do desenvolvimento do Iluminismo. Apresentar e debater as principais teorias
políticas desenvolvidas no período sobre o Estado e a legitimidade do poder
político.

Estrutura da aula:

1. O pensamento político: O contrato social


2. O poder do Estado e a questão da política.

Planejamento da aula:

1. O pensamento político: O contrato social


• Objetivo: Discussão a partir dos trechos das obras de Hobbes, Locke e
Rosseau sobre as origens do Estado e a questão do contrato social,
formulada pelo primeiro e retrabalhada pelos outros dois pensadores.
• Importante: Contextualizar o pensamento de cada um deles em relação
ao momento histórico em que escreveram.
• Thomas Hobbes (1588 – 1679): Criação da idéia de Estado de
Natureza, de leis naturais (como a liberdade) e da formulação de um
contrato social (abdicação da liberdade individual para conseguir
coesão social.IMPORTANTE: Hobbes escreve seu livro Leviatã dentro
do contexto da Revolução Puritana (1642 – 1648).
• John Locke (1632 – 1704): Definição do Estado de Natureza como
origem de leis naturais (Vida, liberdade e propriedade) invioláveis.
Constituição de livre acordo de um contrato social para
constituição do estado (arbitro de disputas), mas subordinação do
Estado as leis naturais. IMPORTANTE: A obra de Locke, Segundo
tratado sobre o governo civil (1689) é escrita no contexto da Revolução
Gloriosa (1688) e da constituição de uma monarquia parlamentar.
• Jean-Jacque Rosseau (1712 – 1778): Defesa da liberdade natural do
homem perante as imposições sociais e desigualdades
constituídas socialmente. Concebe o Estado como representação
da vontade popular. IMPORTANTE: A obra de Rosseau, Do contrato
social (1762) foi escrita dentro do contexto da monarquia absolutista
francesa e seu governo arbitrário.

2. O poder do Estado e a questão da política.


• A crítica ao Estado absolutista engendrou a formulação de
novos modelos políticos, derivados do pensamento iluminista
• Barão de Montesquieu (1689 - 1755): Jurista e historiador da
antiguidade clássica formulou em seu livro “O espírito da leis” (1748)
o princípio da subordinação do Estado a Lei
(Constitucionalismo) e a idéia de tripartição do poder.
• Voltaire: Seus escritos políticos deram base para a idéia do
Despotismo Esclarecido (junção do poder despótico com o
pensamento iluminista – administração racional do Estado)
• Jean-Jacque Rosseau: Defesa de um governo democrático
baseado na vontade popular
2º Ano
Aula 8: A colonização Inglesa e a Independência dos EUA

Objetivos: Apresentar os principais aspectos da colonização inglesa no


continente americano. Destacar as especificidades desta empresa colonizadora
e a variedade de posturas adotadas pela coroa inglesa no decorrer do tempo,
variando também conforme o espaço.

ATENÇÃO: 2 ENTRADAS

Estrutura de Aula:

1. A formação das colônias inglesa na América do Norte


2. Os conceitos de república e federalismo
3. Independência das treze colônias (EUA)

Planejamento de Aula

1. A formação das colônias inglesas na América do Norte

a) Presença Inglesa no Caribe

• América: domínio espanhol e português


• Sistema de Porto Único Espanhol → centralização das exportações de
minério e especiarias
• Pirataria e a guerra de Corso: primeira tentativa inglesa de inserção no
Sistema Colonial → Séc. XVI: dinastia Tudor
• Presença Inglesa no Caribe: Jamaica e outras ilhas (séc XVII e
XVIII)

b) A constituição das colônias inglesas

• 1584 – primeira tentativa, colonização no reinado de Elizabeth


(Virginia) – região Sul, 117 homens e fracasso devido as condições –
Historia da Pocahontas e John Smith (Dia de Ação de Graça)
• 1590 – Nova tentativa e formação dos primeiros núcleos urbanos
na região da Virgínia
• Séc XVII – Jaime I cria em 1607 a Companhia de Londres para a
colonização da Virginia – Cidade de Jamestown – consolidação da
colonização na América Inglesa.
• 1620 – Colonização de Massachutts – Companhia Plymouth e a
ocupação das áreas mais ao norte – Constituição das colônias de
puritanos emigrados devido aos conflitos religiosos na Inglaterra -
Mayflower e os puritanos → Mito de fundação norte americano. (os
pais puritanos e idéia da terra prometida)
• Material da Moderna Plus (A formação dos Estados Unidos)
- Massachusetts
- New Hámpshire
- Rhode Island
- Connecticut

Outras colonias:
-New York
- Pensilvania
- New Jersey
- Delawere
- Maryland
- Virgínia
- Carolina do Sul
- Carolina do Norte
- Geórgia

IMPORANTE: Ao longo do processo de colonização se consolida uma


profunda diferença entre as colônias do Sul e do Norte.

• Utilização de quadro síntese para comparação

• Colônias do Sul: Clima tropical e produção de algodão para abastecer


as manufaturas inglesas. Produção dentro das características da
plantation (grandes propriedades, monocultura e trabalho escravo)
• Colônias do Norte: Clima temperado, formação de pequenas
propriedades, geralmente voltadas para o abastecimento do mercado
interno. Formação de manufaturas nos centros urbanos e de um forte
sistema de comércio com áreas da América Hispânica (comércio
triangular de Run , Escravos e Melaço) →possivel graças liberdade do
mercatilismo inglês para essa região (situação relativamente periférica
até o século XVIII)

2. Os conceitos de República e Federalismo


a) O conceito de República
• Leitura inicial e dúvidas de vocabulário
• Identificação dos principais argumentos (2ª leitura)
• Questões-chave:
- Qual o significado do conceito?
- Qual a definição de República na Antiguidade?
- Compare a definição antiga e moderna de República.

b) O conceito de Federalismo

• Leitura inicial e dúvidas de vocabulário


• Identificação dos principais argumentos (2ª leitura)
• Questões-chave:
- Quais os dois significados do termo federalismo?
- Sobre quais princípios e como se organiza um Estado federal?
- Qual a diferença entre Estado soberano e Estado federal?

3. Independência das treze colônias (EUA)

a) A independência das treze colônias como mudança de paradigma


• Mudança e a colocação de novas perspectivas (o que, por quê,
como)
• Processo de Independência como mudança – questões colocadas
pela independência da primeira colônia de sua metrópole: o que é
independência/dependência? O que é liberdade? Quem é livre? O que
somos, ou o questionamento entre identidade nacional e identidade com
a Coroa européia)

b) O processo de independência

• Contexto europeu:
- Inglaterra e a Revolução Industrial (busca pela expansão do
mercado consumidor e de produtores de matéria prima)
- Disputa entre potencias rivais (França)

• As causas da independêcia

I. Guerra dos Sete Anos (1756 – 1763)


Inglaterra vs. França

- Participação dos colonos (tomada de consciência de sua força)


- Paz de Paris (1763 – França perde varias possessões para
Inglaterra, Inclusive o vale do Mississipi)
- Conseqüência da guerra: Endurecimento do Pacto Colonial (para
cobrir as dividas de guerra)

II. Leis Inglesas (Intolerantes)


- 1764, Lei do Açúcar (taxação do melaço importado das colônias
espanholas)
- 1765, Lei do Selo (Tentativa de conter a difusão da Literatura
Iluminista)
- Imposto sobre o Chá (episódio da Noite do chá de Boston) – Leis
Intolerantes – reação inglesa ao ataque dos colonos.

III. Guerra de Independência (1776 – 1781)

• 1º Congresso da Filadélfia – 1774 - (recusa das Leis Intolerantes) –


carta ao Parlamento Inglesa pedindo a revogação das Leis Intolerantes.
Não há ainda a idéia de independência – primeira reunião das coloônias
• 2º Congresso da Filadélfia – 1776 - (Proclamação da Independência) –
devido a recusa do Parlamento de atender as reivindicações dos colonos.
• George Washington e Thomas Jefferson – proclamação da
independência – 4 de julho de 1776 (colocação do que é liberdade)

• IMPORTANTE: Comparação com as idéias de liberdades expressas por


John Locke e Rousseau e base do liberalismo político.

• Em 1776 tem início os conflitos envolvendo o exército dos colonos


(liderados por George Washington) e o exército inglês → Guerra de
independência (1776 – 1781)
• A união dos colonos, a distancia entre o campo de batalha e a Inglaterra,
assim como o apoio de Espanha e França a luta dos colonos faz com que a
Inglaterra seja derrotada e aceite a independência das suas colônias em
1781
• As colônias formam uma República organizada como Federação e
regida por uma mesma Constituição.
Idade Contemporânea
Século XIX
2º Ano
Aula 09: Revoluções Industrial: A Inglaterra no séc. XVIII

Objetivo: Debater o significado da expressão Revolução Industrial e suas


implicações. Contextualizar os alunos acerca das condições econômicas e
sociais da Inglaterra o século XVIII, sobretudo em relação as transformações
no mundo do trabalho, tanto no que diz respeito ao trabalho artesanal, quanto
no campo.

Estrutura da Aula:

1. A Revolução Industrial como Revolução


2. A Inglaterra no séc. XVIII (aspectos econômicos)
3. Trabalho camponês e trabalho artesanal

Planejamento da Aula:

1. A Revolução Industrial como Revolução


• Local: Inglaterra
• Marco cronológico:
- 1750 - Periodização tradicional (invenção das primeiras máquinas
movidas a vapor – principalmente na industria textil e na mineração)
- 1790 – Consolidação da Revolução Industrial na Inglaterra

Importante: Cada uma destas datas tem por traz uma visão diferente sobre a
Revolução Industrial: a 1ª valoriza os aspectos técnicos, já a 2ª os aspectos
sociais.

• Questão central: O processo de industrialização na Inglaterra foi


realmente uma Revolução?

Aspectos Técnicos Aspectos Sociais

(Evolução técnica) (Transformação das relações sociais)

• Importante: A questão das transformações das relações sociais serão o


enfoque das aulas sobre a Revolução Industrial.

2. A Inglaterra no séc. XVIII (aspectos econômicos)


• Pergunta chave: Por que a Revolução Industrial aconteceu na
Inglaterra e não em outro país? (conjunto de fatores bastante
específicos)

1) Sistema político liberal – monarquia parlamentar (resultado das


Revoluções Inglesas – séc. XVII)
2) Capital primitivo acumulado (decorrentes do comércio de
manufaturas)
3) Extensa marinha comercial e militar
4) Produção agrícola capitalista (propriedade privada da terra e produção
para o mercado
5) Exército de mão-de-obra de reserva (população expulsa do campo
pelos cercamentos)
6) Extensas jazidas de carvão e ferro (Matriz energética e matéria prima
para a Rev. Industrial)
7) Fontes de matéria-prima (sobretudo as colônias produtoras de
algodão)

3. Trabalho camponês e trabalho artesanal


• Importante: Para compreender o impacto social da revolução é
preciso compreender as formas tradicionais de trabalho na
Inglaterra e suas transformações no decorrer do século XVIII.

a) O trabalho camponês

• Relações tradicionais de produção agrícola (Predominante até o


século XVI)

- A terra como posse da nobreza – subordinação da população


camponesa e cobrança de tributos.
- Trabalho servil e arrendamento de terra por parte da nobreza –
estabelecimento de obrigações entre nobres e camponeses.
- Produção voltada para o abastecimento local – principal local de
venda (circulação das mercadorias): os mercados das cidades.

• Transformações na relação de produção e circulação de produtos


agrícolas (séc XVI - séc. XVIII):
- Propriedade privada da terra (cercamentos): Processo lento em que
a terra é transformada em mercadoria, tem início com a Reforma
Anglicana e a venda das terras da igreja. Tem início o processo de
cercamento das terras comunais.
IMPORTANTE: O processo de cercamentos teve como efeito também a
expulsão de parte considerável da população camponesa (expropriação
dos meios de produção). Isso leva a sua migração para os principais
cidades em busca de trabalho.

- Consolidação da pratica de arrendamento de terras e do trabalho


assalariado no campo: Desestruturação das antigas relações entre
senhores e servos. Introdução de novas relações de trabalho como o
trabalho assalariado (por jornada de trabalho semanal e sua maioria
- Produção voltada para o mercado: Organização da produção
segundo as demandas do mercado, tanto para o abastecimento das
manufaturas (como a criação de ovelhas – lã – ou algodão nas colônias),
quanto da produção de alimentos (trigo,cevada, etc.). Surgimento da
figura do atravessador, especulação dos preços dentro do mercado
inglês e europeu (compras antecipadas de grão, estocagem de produtos
para forçar aumento de preço, exportação de produtos para mercados
com preços mais atraentes)

• Os motins da fome: Reação popular as transformações no


campo.
- A economia moral: Concepção das relações de troca de
mercadorias baseadas no bem-estar da comunidade,em trocas
diretas entre produtores e consumidores, pautado por uma idéia de
equidade e de justiça moral.

- Os levantes populares:
o Século XVIII – período marcado por sucessivas más colheitas
e crises de abastecimento, assim como pela inflação dos
produtos agrícolas.
o Levantes populares registrados em: 1709, 1740, 1756/57,
1766/67, 1773, 1782, 1795, 1801.
o Caracterizado pela ação direta e organização da multidão em
torno da questão dos preços dos alimentos – sobretudo nas
aldeias e centros urbanos regionais.
o Buscavam fixar os preços de alimentos a preços
populares nos mercados – legitimavam as suas ações na
suposta ilegalidade da prática de venda antecipada de cereais
e demais produtos e na especulação do preço dos alimentos
(por parte de agricultores, moleiros e padeiros) – essa
concepção era em parte pela legislação sobre os tempos de
escassez do tempo de Elizabeth I e Carlos I (Book of Orders,
1630)
o Apoio durante boa parte desse período das autoridades locais
– existência de relações paternalistas entre a gentry e
autoridades locais e a população urbana e camponesa
o Final do século XVIII essa noção de legitimidade de uma
economia moral é superada pela noção de economia
política (liberalismo) → Impacto dos acontecimentos da Rev.
Francesa (medo de qualquer tipo de levante popular) e da
ideologia de mercado sobre a elite agrária inglesa (noção de
livre comércio)

b) O trabalho artesanal
Definição: Trabalho onde o trabalhador possui o domínio de todo o
processo de produção pelo trabalhador.
Principais características:
• Domínio da técnica necessária para a produção de todas etapas do
produto manufaturado (saber/fazer)
• Propriedade das ferramentas para produzir e controle do processo de
produção (controle dos meios de produção)
• Controle da venda dos produtos produzidos (circulação)
• Controle do tempo e da rotina de trabalho.
• Não havia uma separação nítida entre local de trabalho e moradia
(oficina e casa eram muitas vezes uma mesma habitação)
• O aprendizado do ofício estava ligado a relação entre mestre e
aprendiz .

Transformações nas relações de trabalho artesanal (Devido ao


desenvolvimento da manufatura na Inglaterra):
• Sistema Puting-out:
- Racionalização da produção
- Separação entre produção e circulação (surgimento da figura do
atravessador – controle do preço da mercadoria)

Produção artesanal Atravessador Mercado

(Artesão) (Grande comerciante) (Consumidor)


2º Ano
Aula 10: Revoluções Industrial: O surgimento das fábricas

Objetivo: Apresentar os fatores que, combinados, permitiram o


desenvolvimento da revolução industrial na Inglaterra. Discutir as
transformações no universo do trabalho decorrentes do surgimento das
fábricas. Apresentar e debater as implicações da implantação do sistema fabril
e do trabalho assalariado em larga escala para a consolidação do sistema
capitalista. Para tanto será desenvolvido os conceitos de valor de uso/valor de
troca, força de trabalho e mais-valia.

Estrutura da Aula:

1. O surgimento das fábricas e das máquinas.


2. Trabalho assalariado, lucro e mais-valia.

Planejamento da Aula:

1. O surgimento das fábricas e das máquinas.

• Revolução industrial:
- Relações de trabalho: Representou a desestruturação do
trabalho artesanal, substituído pelo trabalho assalariado.
- Relações de produção: Alteração da forma tradicional do
trabalho artesanal e do espaço de trabalho → surgimento da
fábrica e introdução das máquinas.
• O surgimento das fábricas.
LEMBRETE: Colocar novamente na lousa as principais
características do trabalho artesanal
- Início do processo: difusão do sistema puting-out (séc. XVII e
XVIII)
IMPORTANTE: Perda do controle da venda dos seus produtos por
parte do artesão. (CIRCULAÇÃO)

I. As fábricas:
o Os lucros resultantes do comércio de manufaturas levam
grandes comerciantes e mestres artesãos enriquecidos a
investirem na produção de manufaturas e em formas de
produção mais rentáveis.
o Montagem de um sistema produtivo que combina a força
de trabalho. (Fábrica)
o Utilização de trabalho assalariado em larga escala. (Força
de trabalho disponível nas cidades → camponeses que
migraram devido aos cercamentos)

IMPORTANTE: O trabalho assalariado significou a perda do


controle sobre as ferramentas de trabalho (MEIOS DE
PRODUÇÃO) e do produto final do trabalho, já que ambos
pertenciam agora ao dono da fábrica.

II. As máquinas: A necessidade de aumentar o número de


produtos produzidos em menos tempo leva a introdução
paulatina de inovações técnicas. Os novos mecanismos de
produção buscavam imitar o trabalho humano, mas em um ritmo e
escala de produção maior. Esse processo ocorre primeiro na
industria têxtil:

o 1764 - James Hargreaves, na Grã-Bretanha, inventa a


fiadora "spinning Jenny", uma máquina de fiar rotativa
que permitia a um único artesão fiar oito fios de uma
só vez.
o 1765 - James Watt, na Grã-Bretanha, introduz o
condensador na máquina de Newcomen, componente
que aumenta consideravelmente a eficiência do motor a
vapor.
o 1780 - Edmund Cartwright, Grã-Bretanha, patenteia o
primeiro tear a vapor.

IMPORTANTE: A introdução das máquinas nas fábricas


permitiu a contratação de mão-de-obra cada vez menos
especializadas já que os trabalhadores passaram apenas a
operar as máquinas que produziam os produtos (SABER/FAZER)

III. O Trabalho assalariado

• A industrialização leva a generalização do trabalho assalariado

IMPORTANTE: Desestruturação do trabalho artesanal (com o


sistema fabril) criaram um enorme exército de reserva de mão-de-obra
(trabalhadores que possuíam apenas a sua força de trabalho)

• Questão chave: Quais as principais características do trabalho


assalariado?

a) A diferença entre força de trabalho (capacidade humana de


produzir algo) e trabalho (resultado do trabalho humano,
natureza transformada)
b) Trabalho assalariado: trabalho em troca de dinheiro → venda da
força de trabalho (transformação da capacidade de produzir em
mercadoria). Conseqüentemente o trabalhador perde o controle
do que produz (o resultado do emprego da sua força de trabalho
é apropriado pelo empregador)

• Questão chave: O que determina o valor da força de trabalho


(salário)?

c) O que determina o valor da força de trabalho (salário) é o valor


dos artigos necessários para a produção e reprodução da
força de trabalho (comida, moradia, educação, transporte, etc.
do trabalhador e de sua família)

IV. O espaço fabril e a disciplinarização do corpo.


o A máquina e alienação do trabalhador – repetição do
movimento – o tempo determinado pela máquina e não pelo
trabalhador.
o A disciplina dentro da fábrica – tempo mecânico se
sobrepondo ao tempo biológico → Supressão da tradição
camponesa e artesã (Fim da segunda-feira santa)
o A arquitetura da fábrica e o condicionamento do corpo (o
processo de disciplinarização do trabalhador) → Organização
do espaço e da rotina como forma de controlar o trabalhador.
o Trabalho de campo: Observação do espaço da escola e
comparação com o espaço da fábrica – século XVIII e a
consolidaçãod e formas de controle sobre os homens.
o A criação de espaços e instrumentos de disciplinarização:
A fábrica, a escola e o hospital.

2. Valor, mais-valia e lucro.

• Questão chave: Para a burguesia a industrialização representou


um aumento da sua riqueza?

• Para responder a essa questão precisamos determinar se a


industrialização aumentou o lucro dessa classe. Portanto
devemos nos perguntar de onde vem o lucro em uma sociedade
industrializada?

I. O valor

a) A relação de oferta e procura, observada a longo prazo, não


leva a alteração de um valor geral de uma dada mercadoria.
b) Para determinar a origem do lucro é preciso antes compreender
o que confere a uma determinada mercadoria seu valor geral.
c) Um determinado produto possui dois tipos de valor: valor de
uso (determinado pelas características do produto) e valor de
troca (valor expresso na relação de troca das mercadorias).
- Questão chave 1: O que permite a troca de produtos com
características diferentes (valores de uso diferentes)?
- Necessidade de um elemento comum para possibilitar essa
troca.
- Questão chave 2: Qual o elemento comum expresso no
valor de troca?

d) Elemento comum de todas as mercadorias: São produtos do


trabalho humano, portanto o que confere valor aos produtos é o
trabalho humano.
- Questão chave: Como quantificar isso?
- Através da quantidade de tempo socialmente necessário de
produção.
- Síntese: VALOR = QUANTIDADE DE TEMPO TRABALHO
(Socialmente necessário)

II. A mais-valia e a origem do lucro

a) Tendo discutido a questão da origem do valor das mercadorias,


voltemos para a questão do lucro
b) Elementos que compõem a produção industrial
- Meios de produção: Máquinas, galpão da fábrica, energia,
matéria prima (por serem gastos constates chamaremos de
Capital Constante) – IMPORTANTE: Todos estes elementos são
resultados de trabalhos humanos a anterior (trabalho morto)
e portanto possuem valor (custo para o dono da fábrica) e vão
agregar valor a mercadoria produzida.
- Salários: determinado, como vimos pelo valor dos bens
necessários para produção e reprodução da força de
trabalho. (Como esse valor pode variar por conta de uma série de
fatores econômicos e políticos, denominamos de Capital
Variável)
c) Ao vender sua força de trabalho ao longo da sua jornada de
trabalho, o trabalhador produz valor que é apropriado pelo
empregador. Nele estão compensados os custos da
produção, o valor dos salários e o lucro.
Ex: Um trabalhador tem uma jornada de trabalho de 12 horas.
Recebe por dia 2 reais (valor de sua força de trabalho), os custos
para a produção são de 4 reais por dia. Ele produz por hora 2
reais. Em três horas ele paga, através do emprego da sua força
de trabalho, os custos do salário (CV) os custos da produção
(CC), mas ainda trabalha mais 9 horas, produzindo mais 18 reais
apropriados pelo empregador (trabalho não remunerado ou mais-
valia)
d) Valor de uma mercadoria = Capital Constante + Capital
Variavel + Lucro (Mais-valia)
2º Ano
Aula 11: Revoluçãos Industrial: O movimento operário

Objetivo: Debater a implantação de uma disciplina de trabalho dentro do


ambiente fabril através da coerção do corpo, do tempo e do espaço. Debater a
constituição de uma sociedade do controle, comparando com ouros espaços
surgidos nesse período: a escola, a fábrica e o hospital.

Estrutura da Aula:

1. O conceito de classe
2. As cidades industriais inglesas.
3. As condições de trabalho na Inglaterra industrial.
4. A formação do movimento operário.

Planejamento da Aula:

1. O conceito de classe
• Qual a origem do conceito de classe → origem romana
(classificação por propriedade)
• Idade Média e Idade Antiga → construção de uma sociedade
estamental (utilização de outros termos como ordem, Estado, grau,
etc.)
• Transformações históricas → Revolução Industrial, Independência
dos EUA e Revolução Francesa →Desestruturação da ordem
estamental, necessidade de utilizar um novo conceito: Classe
• Classe: grupo social determinado por aspectos
socioeconômicos.

2. As cidades industriais inglesas.


• Passagem do século XVIII para o século XIX → Migração para os
centros industriais (como Liverpool e Manchester) e para Londres
da população camponesa (cercamentos) e de pequenas cidades do
interior (desestruturação do trabalho artesanal)
• Rápido aumento demográfico nos centros urbanos (Análise dos
gráficos) e adensamento populacional (maior número de pessoa
em um mesmo espaço) → MUDANÇA DA PAISAGEM URBANA
• Questão central: Onde viviam os trabalhadores e em que
condições?
• A formação dos bairros operários → Precariedade das habitações,
inexistência de redes de saneamento, pauperização das condições
de vida dos trabalhadores. (Análise das imagens)
• Constituição de uma segregação sócioespacial no interior da
cidade (Relação de classe construindo o espaço da cidade)
• A formação da multidão – idéia da modernidade e do anonimato
(interessante pensar a dupla visão que isso causa para os
observadores da época – a idéia de mudança e de uma
decadência da sociedade)

3. As condições de trabalho na Inglaterra industrial.


• Questão central: Quais eram as condições de trabalho durante a
Revolução Industrial?
• Utilização dos filmes Daens e Germinal e de textos de época para
caracterizar as condições de trabalho no início da Revolução
Industrial.
• Características gerais das condições da classe trabalhadora na
Inglaterra:

o Extensas jornadas de trabalho


o Baixos Salários
o Exploração do trabalho feminino e infantil
o Inexistência de descanso remunerado e de direitos
trabalhistas
o Péssimas condições de trabalho e constantes multas

4. A formação do movimento operário.

• As tradições de organização, reivindicação e pensamento


radical dos trabalhadores inglesas:
- O pensamento radical protestante
- A idéia de direito do cidadão inglês (Common Law)
- Os motins da fome (ação direta e organizada)
• O Movimento Ludista
- Movimento organizado dos artesãos em oposição as
transformações causadas pela introdução do sistema fabril e
pauperização das condições de vida.
- Características gerais: Organização coletiva e acão direta dos
trabalhadores.
• A formação dos sindicatos
- Origem: Organização de caixas de mútua-ajuda → ajuda aos
operários acidentados ou doentes para se transformar em fundo de
greve.
- Formação dos sindicatos: Organização de trabalhadores para
reivindicar melhores condições de trabalho.
- Forma de atuação: GREVE - Interrupção da produção como forma de
pressionar os empregadores
IMPORTANTE: Os sindicatos representam a formação de uma
consciência de classe entre os trabalhadores.
- The Peterloo (1819): Exército inglês que estavam na França foram
trazidos para a Inglaterra para conter as greves em Manchester.
Massacre dos trabalhadores ingleses na praça St Peter.
• O Movimento Cartista (1ª metade do século XIX)
- Movimento social dos trabalhadores ingleses reivindicando reformas
sociais (Carta ao Parlamento):
o Sufrágio universal masculino(o direito de todos os homens
ao voto);
o Voto secreto através da cédula;
o Eleição anual;
o Igualdade entre os direitos eleitorais;
o Participação de representantes da classe operária no
parlamento;
o E que os parlamentos fossem remunerados.
2º Ano
Aula 12: Revolução Francesa: O Antigo regime na França

Objetivos: Apresentar as contradições e tensões sociais da sociedade


francesa no final do século XVIII, discutir os elementos que levaram a crise da
monarquia francesa nas décadas de 1770 e 1780, apresenta os fatos que
culminaram na convocação dos Estados Gerais e desencadearam a Revolução
Francesa.

Estrutura da Aula:
1. O Antigo Regime na França
2. A crise da monarquia francesa (1770 – 1780)
3. A convocação dos Estados Gerais

Planejamento da Aula:
1. O Antigo Regime na França

Importante: Contradições da sociedade francesa: Do ponto de vista


jurídico e político estava organizada de maneira estamental, do ponto de
vista social e econômico através de relações capitalistas (mercantil).

a) A sociedade francesa
• Juridicamente e politicamente estava dividida em três Estados
(organização social derivada da Idade Média): 1º Estado (o Clero);
2º Estado (Nobreza); 3º Estado (A plebe, ou o povo Frances)
• O 1º e 2º Estado possuíam diversos privilégios feudais (taxas e
tributos) assim como poder político e acesso a corte real.
• Importante: Estavam isentos também dos impostos do Estado.
Correspondiam a aproximadamente a 3% da sociedade francesa
da época.
• 1º Estado: O Clero (sustentado pelos impostos eclesiáticos como o
dízimo e dos rendimentos da Igreja)
- Alto Clero (origem nobre, possuíam o domínio político da Igreja)
- Baixo Clero (formado por integrantes das camadas populares,
ocupavam as paróquias no interior e em algumas cidades)
• 2º Estado: A Nobreza (sustentada pelos direitos feudais sobre o
campesinato livre e por pensões do Estado)
- Nobreza de Espada (Famílias de linhagens antigas, podia ser tanto
provincial como membro da corte)
- Nobreza Togada (Formada por membros da burguesia que haviam
adquirido títulos de nobreza, parte do Estado frances como
funcionários reais)
• 3º Estado: O povo francês (correspondia a 97% da população
francesa)
• Importante: O 3º Estado era formado por grupos muito distintos
socialmente.
- Burguesia
o Alta burguesia (formada pelos grandes comerciantes ligados
principalmente exportação de produtos manufaturados e
banqueiros)
o Pequena burguesia (formada principalmente por comerciantes,
profissionais liberais, artesãos e funcionários públicos)
- Trabalhadores urbanos assalariados (Chamados também de Sans
Coulottes)
- Camponeses (pequenos proprietários ou arrendatários)

Analise das Gravuras: Discutir a relação entre os Estados franceses e


a percepção do 3º Estado sobre tal situação. Pergunta chave:

• Síntese: Grande descompasso entre a estrutura socioeconômica


francesa (relações de classe e capitalistas) e a ordem estamental
do Antigo Regime. Fortalecimento do sentimento de exploração por
parte do chamado 3º Estado em relação a monarquia e o 1º e 2º Estado.

b) A economia francesa
• Economia organizada através de uma forte política mercantilista
controlada por um Estado centralizador (monarquia absolutista)
• Economia ainda majoritariamente rural. Possuia um campesinato
livre, na maior parte das vezes donos das terras, mas subordinadas
aos direitos feudais.
• Desenvolvimento no século XVIII de uma forte indústria manufatureira
(produtos de luxo)
• As principais cidades possuíam grandes centros manufatureiros (Paris,
Toulon, Marselha)
• Séc. XVIII – Disputa com a Inglaterra pelo controle do comércio
internacional.

2. A crise da monarquia francesa (1770 – 1780)


• Décadas de 1770 e 1780: crise da economia francesa e aumento
das tensões sociais.
• Elementos da crise:
A questão fiscal (descompasso da balança comercial francesa e
endividamento do Estado)
- Gastos excessivos para sustentar o 1º e o 2º Estado (Corte),
agravado pela isenção destes Estados dos impostos reais.
- Balança comercial deficitária.
- Aumento dos impostos e tributos feudais (reação da nobreza
diante da crise, aumento da exploração do campesinato)
Desastre da política externa francesa: Dívidas contraídas pelo
Estado francês em guerras como a Guerra dos 7 anos (1756 – 1763)
e da Guerra de Independência dos EUA (1776 – 1781)
Declínio da produção de alimentos (década de 1780 devido a
alteração das condições climáticas.)
Consequencias:
- Escassez de alimentos
- Alta dos preços
- Fome

3. A convocação dos Estados Gerais


• Reinado de Luis XVI (1774-1791) → Tentativas para conter os
problemas financeiros fracassam sucessivamente.
• 1774 – Luis XVI nomeia para o cargo de ministro das finanças Anne
Robert Jacques Turgot →inspirado nos pressupostos teóricos do
iluminismo e do liberalismo econômico, Turgot propõe uma série de
reformas econômicas, inclusive do ponto de vista fiscal. Pressão da
nobreza e do clero levam o rei a demiti-lo em 1776.
• 1776 – Jacque Necker é nomeado ministro das finanças por Luis
XVI → Necker, embora menos radical que Turgot, também propõe
reformas na estrutura fiscal francesa. Em 1781 é demitido pelo rei,
também por pressão do clero e da nobreza.
• 1781 – 1788 – “Ciranda dos Ministros” – sucessão de ministros das
finanças sem conseguir resolver os problemas econômicos da França.

• Questão Central: Para solucionar a crise econômica francesa era


preciso acabar com os privilégios do 1º e 2º Estado, algo que o Rei não
ousava e nem tinha intenção de fazer (lembrete: estes grupos sociais
sustentavam o estado absolutista)

• 1788 – Necker é nomeado novamente ministro das finanças – para


resolver esse impasse propõe ao rei a convocação dos Estados
Gerais (assembléia de origem feudal e que tinha a função de aconselhar
o rei – ultima convocação fora em 1614)
2º Ano
Aula 13: Revolução Francesa: A Assembléia Nacional

Objetivos: Apresentar os principais eventos que marcaram a primeira fase da


Revolução Francesa. Discutir as transformações desencadeadas pela
Revolução Francesa dentro da sociedade francesa, assim como os grupos
políticos ativos dentro desse período.

Estrutura da Aula:

1. As fases da Revolução Francesa


2. O Conceito de Revolução
3. Os Estados Gerais e a Revolução
4. A Assembléia Nacional

Planejamento da Aula:
1. As fases da Revolução Francesa
• Os períodos da Revolução Francesa:
- Assembléia Nacional (1789 – 1792)
- Convenção Nacional (1792 – 1795)
- Diretório (1795 – 1799)

2. O Conceito de Revolução
• O termo refere-se à tomada ilegal, usualmente violenta, do poder que
produz uma mudança fundamental nas instituições de governo.
• Revolução vista como um processo, construído a partir de uma
série de eventos que culminam na transformação do regime político
(revolução política) ou, quando mais profunda, culminam em
transformações das relações sociais (revoluções sociais)
• Revolução Francesa como paradigma para o conceito
contemporâneo de revolução (superação do sentido de revolução
como ciclo)

3. Os Estados Gerais e a Revolução


• 1788/89 – Convocação dos Estados Gerais – eleição para os
representantes de cada Estado mobilizam a França (processo de
mobilização política dentro do 3º Estado)
• Importante: As votações dentro dos Estados Gerais era
realizadas através do voto por Estado
• Análise do texto: O que é o terceiro Estado[
• Mobilização política dos integrantes do 3º Estado
• Pressão para o aumento do número de representantes do 3º
Estado (elevado para o número de 600 representantes)
• Maio de 1789 – Abertura dos Estado Gerais → Reivindicação dos
3º Estado para a implantação do sistema de votação por cabeça.
• Recusa do Rei Luis XVI as reivindicações do 3º Estado
• Junho de 1789 – em resposta ao rei realiza-se o Juramento da
Sala de Pela – reunião do 3º Estado e de membros simpatizantes
dos outros dois estados e o comprometimento em criar uma Carta
Constitucional para a França
• Luis XVI determina o fechamento dos Estados Gerais, mobiliza
as tropas e ordena a prisão dos membros do 3º Estado.
• Reação popular as medidas tomadas pelo Rei:
• Análise das imagens: O despertar do 3º Estado

- Cidade: levante dos sans coulottes (trabalhadores urbanos


assalariados) em Paris, apoio aos representantes do 3º Estado → 14 de
julho de 1789 – tomada da Bastilha (depósito de armas e símbolo do
poder absolutista)
• Análise das imagens: Os Sans-Coulotes e A Queda da Bastilha

- Campo: Grande Medo - Levante camponês contra a nobreza e a


Igreja nas provinciais.
• Análise do Texto: A queima dos senhorios eclesiásticos

Importante: O apoio popular aos representantes do 3º Estado e suas


reivindicações permite confrontar as forças reais. O 3º Estado se auto-
proclama Assembléia Nacional e assume o poder político da França,
assim como a incumbência de construir uma Constituição para o país. O
Rei é obrigado a ceder devido a pressão popular.

4. A Assembléia Nacional (1789 -1792)


• As primeiras medidas revolucionárias:
1789:
- Abolição dos direitos feudais (medida implementada para
conter os levantes camponeses)
- Declaração dos direitos do Homem e do Cidadão
Elementos para a análise de documento:
o Caráter ecumênico e universal expresso no documento.
o A questão da nação: elemento novo dentro do cenário
político – quebra da idéia de identidade em relação ao
monarca – dimensão do poder como expressão
popular.
o Os direitos naturais e a questão da liberdade, da
igualdade jurídica e da preservação da propriedade.
1790: Constituição Civil do Clero – processo de laicização
do estado francês e subordinação da Igreja ao Estado

• Os grupos políticos dentro da Assembléia Nacional

(Esquerda) (Direita)

Jacobinos Girondinos
(Centro)
(Pequena burguesia) (Grande burguesia)
Planície
Programa Político Programa Político
Radicais Conservadores
República Monarquia Constitucional

• Importante: No decorrer dos anos de 1789 e 1791 a Assembléia


Nacional foi controlada pelos Girondinos.
• 1791 – 1ª Constituição francesa (Influência direta do programa
político Girondino): Instituição da Monarquia Constitucional.
Estabelecimento do voto censitário.
2º Ano
Aula 14: Revolução Francesa: A Convenção Nacional e o Diretório

Objetivos: Apresentar os principais eventos que marcaram a segunda e


terceira fase da Revolução Francesa. Discutir os efeitos das guerras contra a
Coligação das monarquias absolutistas e as transformações desencadeadas
pela ascensão ao poder dos Jacobinos durante o período.

Estrutura da Aula:

1. A contra-revolução e a queda da Assembléia Nacional


2. A Convenção Nacional (1792-1795)
3. O Diretório (1795 – 1799)

Planejamento da Aula:

1. A contra-revolução e a queda da Assembléia Nacional


• Emigração da nobreza → Medo das conseqüências da Revolução
Francesa.
• Organização de movimentos contra-revolucionário.
- Interno: Revolta da Vendéia (revolta camponesa organizada pela
nobreza provincial e do clero)
- Externo: Coligação das monarquias absolutistas (nobreza emigrada
+ monarquias absolutistas européias) – invasão do território francês e
derrotas seguidas dos exércitos revolucionários.
• Situação agravada pela tentativa de fuga de Luis XVI – aumento das
tensões dentro da Assembléia Nacional – perda do controle político
por parte dos Girondinos.

2. A Convenção Nacional (1792-1795)


• Declaração da “Pátria em perigo” – mobilização total da população
francesa em nome da Revolução (alistamento em massa, confisco de
cereais para abastecer as tropas)
• Início da hegemonia política dos jacobinos e radicalização da
Revolução Francesa → Amplo apoio dos sans-coulottes (absorção
dos anseios políticos deste grupo pelos jacobinos)
• Instituição da política do Terror: perseguição, prisão e execução dos
contra-revolucionários e inimigos políticos. (A guilhotina)
• Dissolução da Assembléia Nacional e criação da Convenção
Nacional (elaboração de uma nova Constituição)

• Organização política:
- Executivo organizado a partir de comitês eleitos: Comitê de
Salvação Pública e Comitê de Segurança Pública (Controlado pelas
lideranças jacobinas: Danton, Robespierre , Marat e Saint-Just)
- 1793 – Nova Constituição – República popular e sufrágio
masculino (inspirada em Rosseau)
• Principais medidas dos jacobinos:
- Julgamento e execução pública de Luis XVI e da família real
- Organização do exército revolucionário (Guarda Nacional → o
povo em armas – exército baseado na meritocracia) →A Marselhesa
(análise da letra) e vitória na Batalha de Valmy – a partir daí inversão da
situação da guerra.
• Análise da Música: A marselhesa
- Reforma agrária → Confisco das terras da Igreja e da nobreza
emigrada
- Lei do Máximus – congelamento dos preços e dos salários.

• Análise de Texto: A Lei do Máximo

- Criação de um novo sistema de medidas (racionalização do espaço


– sistema métrico) e um novo calendário (laicização do tempo)
• Processo de radicalização da revolução e de centralização do poder
nas mãos dos Jacobinos (Figura política de Robespierre) →
Perseguição a membros da Gironda e moderados entre os Jacobinos –
isolamento de Robespierre.
• Importante: O limite da ação radical dos jacobinos era a
propriedade privada. Isso leva a perda do apoio dos Sans-Coulottes
que pressionavam por medidas mais radicais na busca da igualdade
econômica.

• 1794 – Queda de Robespierre, julgamento e execução pública

3. O Diretório (1795 – 1799)


• Formação de um governo de orientação liberal e sem nenhum
apoio político significativo (formado pelos remanescentes da
Gironda e membros mais conservadores entre os Jacobinos)
• 1795 - 3ª Constituição Francesa
- Voto censitário (retomada da divisão entre cidadãos ativos e
passivos)
- Parlamento bicameral
- Poder executivo governado por um conselho de 5 diretores
eleitos
• Crise econômica crônica (processo inflacionário)
• Crise Institucional: constantes insurreições contra o Diretório
- 1796 – Conjura dos Iguais (Graco Babeuf)
- Insurreições monarquistas
• A única instituição que contava com prestígio e apoio popular era o
exército revolucionário – destaque para um jovem general francês
– Napoleão Bonaparte.
• Articulação de um golpe de Estado por parte da burguesia:
necessidade de estabilidade econômica e política (paz) → golpe de
18 de Brumário de Napoleão Bonaparte derruba o Diretório.
2º Ano
Aula 15: O período napoleônico e o Congresso de Viena (1799 – 1815)

Obs: Aula para duas entradas

Objetivos: Discutir o processo político que levou a ascensão de Napoleâo


Bonaparte ao poder. Debater as principais reformas políticas realizadas
durante seu governo e a construção da sua imagem, primeiro como herói da
Revolução e depois como Imperador. Discutir os impactos geopolíticos das
guerras napoleônicas, assim como suas conseqüências para a Europa após a
sua queda. Apresentar as principais diretrizes do Congresso de Viena e da
restauração.

Estrutura da Aula:

1. Napoleão Bonaparte e a carreira aberta ao talento


2. O 18 de Brumário e o período do Consulado
3. O império
4. As guerras napoleônicas
5. O Congresso de Viena e a Restauração

Planejamento da Aula:

1. Napoleão Bonaparte e a carreira aberta ao talento.

• Séc. XIX e o mito de Napoleão Bonaparte → personificação da


idéia de self made man (a carreira aberta ao trabalho) – ideal liberal
de ascensão social devido ao mérito e ao trabalho.
• Napoleão Bonaparte como um homem da Revolução: ascensão
social ligada as guerras travadas pelo exército revolucionário
Frances (mérito e coragem em batalha) – de oficial de artilharia foi
promovido a general aos 24 ano (Durante a República Jacobina) →
Destaca-se na Campanha da Itália e do Egito.
• Análise das imagens de Napoleão como herói da Revolução.
(imagens 1 e 2)
• Importante: A construção da imagem de Napoleão Bonaparte
como herói da revolução e como líder – utilização e mobilização
da opinião pública – elementos fundamentais para compreender o
processo de centralização do poder empreendido por ele.
2. O período do Consulado (1799 – 1804)

• Constituição de 1799 – início de um processo de centralização do


poder político nas mãos de Napoleão Bonaparte
• Instauração do Consulado no lugar do poder executivo (a princípio
formado por três cônsules)
• Processo de centralização política: consulado trino → consulado
uno (Napoleão Bonaparte: controle do poder executivo e das forças
armadas)
• 1802 – O Senado transforma Napoleão Bonaparte em cônsul
vitalício
• Reformas administrativas:
- Reestruturação da administração pública francesa (divisão do
território em 82 departamentos) → administradores escolhidos
diretamente pelo poder central
- Organização das finanças públicas (controle da inflação):
o Criação do Banco da França e do Franco (controle monetário)
o Reorganização e centralização da cobrança de impostos
o Incentivo ao desenvolvimento industrial (Apoio da burguesia
francesa)
- Criação do ensino público para formar mão-de-obra especializada
(Liceu de Artes e Escola Politécnica)
- Elaboração do Código Civil (Napoleônico) – consolidação das
reformas implantadas pela Revolução Francesa (como a reforma
agrária – apoio da população camponesa)

3. O império

• 1804 – Através de um plebiscito Napoleão é aclamado Imperador →


A cerimônia de auto-coroação (poder concedido por ele mesmo – quebra
da tradição e subordinação a Igreja)

• Análise das imagens 3 e 4 e comparação das imagens de Napoleão


Bonaparte.

• Organização de uma coligação anti-francesa:


- Monarquias Absolutistas européias: temor que os ideais
revolucionários se espalhassem e levassem a derrubada dos regimes
absolutistas.
- Inglaterra: Destruição de um possível rival econômico.
4. As guerras napoleônicas (1804 – 1815)
• Diante da ameaça estrangeira o exército Frances assume uma
posição ofensiva → Campanha da Prússia e da Itália – conquista
de novos territórios baseados em campanhas rápidas. (ataque e
saque)
• Apoio de parte da população local as tropas napoleônicas
(insatisfação com as monarquias absolutistas) – reestruturação
administrativa dessas regiões e implantação dos valores e
reformas sociais da Revolução Francesa nos territórios
dominados.
• 1805 – Batalha de Trafalgar (marítima) – derrota da marinha
francesa inviabiliza os planos de Napoleão de invadir a Inglaterra
(seu principal rival).

• Análise de mapa 2 da imagem 5.

• 1806 – Instituição do Bloqueio Continental (imposição de um


embargo econômico a Inglaterra)
• Objetivos: Isolar a Inglaterra economicamente e enfraquecê-la
para poder invadi-la (baseado no controle militar que a França tinha
do continente)
• 1808 – Invasão da Península Ibérica (as tropas napoleônicas
derrubam as monarquias portuguesa e espanhola – o trono de
ambas é passado ao irmão de Napoleão, José Bonaparte)
• Insurreição espanhola – primeiras derrotas das tropas
napoleônicas.
Importante: A França não consegue suprir as necessidades de
produtos industriais da Europa, o que leva muitos países a desafiar o
Bloqueio Continental

• 1812 – A Rússia quebra o bloqueio continental – país


eminentemente agrícola e dependente da produção industrial inglesa
→ Resposta francesa, invasão da Rússia com um exército de 600
mil homens
• As tropas russas utilizaram-se da tática de guerrilha, forçando a
entrada do exército frances em seu território (destruição dos campo e
plantações para enfraquecer o exército invasor)
• 1813 – Após tomar Moscou, Napoleão é obrigado a recuar
(devido a chegada do inverno russo e da falta de mantimentos)
→Ataque dos exércitos russo e duras perdas no exército
napoleônico (Napoleão perde mais de 500 mil homens.
• 1814 – O exército russo invade a França em perseguição a
Napoleão e toma a cidade de Paris (Napoleão é exilado na ilha de
Alba – Mediterrâneo.)
• 1815 – Napoleão foge da ilha e retorna a França, assumindo o
poder novamente (governo dos 100 dias) – formação de uma nova
coligação anti-francesa e derrota de Napoleão na Batalha de
Walterloo – ele é exilado mais uma vez, na Ilha de Santa Helena
(atlântico)

5. O Congresso de Viena e a Restauração

• 1815 – A derrota de Napoleão Bonaparte encerra o período das guerras


napoleônicas. Na França a monarquia é restaurada (Luis XVIII – irmão
de Luis XVI)

• Importante: As guerras napoleônicas tinham alterado


profundamente o mapa europeu, destituído monarquias, reorganizado
administrativamente e juridicamente e abolido os direitos feudais em tais
regiões.

• Realização do Congresso de Viena (1815): Reunião dos países


vencedores para definir o destino da França e do restante da Europa
(Inglaterra, Rússia, França, Áustria e Prússia)

• Princípios das decisões do Congresso de Viena

- Restauração: restauração das monarquias absolutistas e das


fronteiras anteriores a Revolução Francesa

- Princípio de legitimidade: garantia de legitimidade dos reis sobre


seus reinos – defesa incondicional do absolutismo

• Análise do mapa 3.

- Concerto europeu: manutenção do equilíbrio europeu

o Acordo mútuo entre os países participantes para evitar um


novo conflito de ordem continental

o Manutenção das fronteiras francesa, nova constituição


francesa de caráter absolutista e pequenas indenizações
de guerra

Formação da Santa Aliança (Aliança militar entre Prússia, Rússia, Inglaterra e


Austria) – oposição aos ideiais nacionalistas e liberais – devido a esses
pressupostos a
2º Ano
Aula 16: O liberalismo e as Revoluções Liberais (1820 – 1830)
Obs: Aula para 2 entradas

Objetivos: Recuperar as bases históricas do pensamento liberal e suas


principais características, tanto na sua vertente política, quanto econômica.
Estabelecer a relação entre esta corrente de pensamento e o contexto histórico
em que ela se constitui. Comparar o pensamento liberal do século XIX com a
emergência do pensamento neoliberal do século XX. Debater a atuação da
burguesia, enquanto classe revolucionária, nos levantes de 1820 e 1830, assim
como a utilização do pensamento liberal para justificar tal atuação.

Estrutura da Aula:
1. As bases históricas do liberalismo
a) O liberalismo econômico
b) O liberalismo político
2. As Revoluções Liberais (1820 – 1830)
a) Os levantes de 1820
b) Os levantes de 1830

Planejamento da Aula:
1. As bases históricas do liberalismo
• Liberalismo:Corrente do pensamento desenvolvida no século XVIII –
dentro do contexto iluminista – e que se opunha as características
do Antigo Regime, tanto do ponto de vista econômico
(mercantilismo), quanto político (absolutismo).
• Possuí, portanto, duas vertentes:
- liberalismo econômico;
-liberalismo político;
• Origem do pensamento liberal: Inglaterra, século XVII
John Locke (1632 – 1704)
→ Concepção da sociedade como reunião de indivíduos livremente
associados (contrato social)
→ O Estado como resultado do contrato social, tendo como dever
assegurar os direitos naturais do homem (direito a vida, a liberdade
e a propriedade)
→Desenvolvimento da idéia do trabalho (individual) como elemento
criador da propriedade privada, considerada por ele como origem da
riqueza e direito inalienável do homem.

a) O liberalismo econômico
• Contexto histórico: Desenvolvimento comercial inglês (séc. XVII e
XVIII) e Revolução Industrial (séc. XVIII e XIX)
• Escola fisiocrata francesa (séc. XVIII): Defendia que a riqueza de
uma nação se originava da produção agrícola e que somente o livre
comércio poderia gerar riquezas para a nação. Oposição as
intervenções do Estado na economia (pratica mercantilista) – “Lassez
faire, lassez passer”
• Adam Smith (ING, 1723 – 1790) – “A riqueza das nações” (1776) –
desenvolvimento da economia como ciência – tentativa de
compreensão de “leis econômicas” → Defesa da lei de oferta e
procura como reguladora do comércio e responsável pelo
desenvolvimento da nação – via a atuação individual como parte de
um sistema econômico mais amplo. Defendia a não intervenção do
Estado em assuntos econômicos.
• Thomas Malthus (ING, 1766 – 1823) – “Ensaio sobre a população”
(1803) - Tinha como princípio fundamental a hipótese de que as
populações humanas crescem em progressão geométrica, enquanto
os meios de subsistência tenderiam a crescer apenas em
progressão aritmética. Malthus estudou possibilidades de restringir
esse crescimento populacional.
• David Ricardo (ING, 1772 – 1823) – “Princípio da Economia Política e
tributação” (1817) – responsável pelo desenvolvimento da idéia de
valor-trabalho e defesa do trabalho assalariado e do salário de
subsistência como regulador social e econômico (questão da mais
valia) → ponto fundamental para a economia moderna e para o
desenvolvimento industrial.

b) O liberalismo político
• Jeremy Betham (ING, 1748 – 1832) - Princípios de Moral e de
Legislação (1789) – defesa do utilitarismo como critério para a
existência das instituições (mas a dimensão da utilidade dentro da
concepção individualista de sociedade)
• John Stuart Mill ( ING, 1806 – 1873) – “Princípios da Economia Política”
(1848) – defesa incondicional do individualismo e da liberdade
individual.
• Decorrências do liberalismo político: crítica as monarquias
absolutistas.

IMPORTANTE: Lição de casa comparando liberalismo e neoliberalismo

2. As Revoluções Liberais (1820 – 1830)


• Revolução Francesa – Modelo de ação revolucionária para a
burguesia (liberal) e para as camadas populares
• Formação de organizações secretas revolucionárias (idéia de
fomentar levantes insurrecionais e tomada do poder através da
mobilização popular)
• Objetivo comum de todos os dissidentes: fim das monarquias
absolutistas.
a) Os levantes de 1820
• Movimentos insurrecionais entre 1820 – 1822:
- Espanha, Portugal, França (tentativa de instituição de
monarquias constitucionais);
- Itália, Rússia e Grécia (levantes de caráter nacionalista contra a
dominação territorial de um império supra-nacional)
• Destaque para a Revolução Liberal do Porto (POR) e a luta de
independência da Grécia contra o Império Turco Otomano.
b) Os levantes de 1830
• Movimentos insurrecionais entre 1829 – 1834 (o epicentro foi
novamente a França)
• A Revolução de 1830 na França:
- 1815 – 1830: A dinastia dos Bourbons foi restaurada na França
(Luis XVIII – 1815 até 1824 – e Carlos X – 1824 até 1830)
- Durante o reinado de Carlos X há uma tentativa de reviver as
práticas absolutistas dos reis Bourbons. Criação de um
antagonismo entre o Rei e a burguesia liberal – isso culmina nas
Ordenações de Julho (1830) – censura a imprensa, dissolução
da Câmara, governo através de decretos reais
- Julho de 1830: reação popular e da burguesia liberal radical
(republicanos) contra as medidas de Carlos X – formação de
barricadas pelas ruas de Paris.
- A Dinastia dos Bourbons é derrubada – medo de uma
radicalização do processo leva a alta burguesia (liberal
conservadora) a levar ao poder Luis Felipe de Orleans (primo de
Carlos X). Luis Felipe, rei pelo apoio da alta burguesia passa a
ser conhecida como Rei Burguês – Instituição de uma monaqruia
parlamentar liberal
- Importante 1: A revolução de 1830 marca a separação entre
liberais conservadores (alta burguesia) e liberais radicais
(pequena burguesia, republicana e fortemente influenciada pelas
idéias jacobinas.)
- Importante 2: Na revolução de 1830 temos, pela primeira vez, a
atuação do movimento operário de maneira organizada e
consciente de sua força.
• Movimentos revolucionários de caráter liberal radical em outras
partes da Europa: Belgica, Polônia (emancipação de impérios), Estados
Alemães e Italianos (unificação)
2º Ano
Aula17: O romantismo e o socialismo utópico
Objetivos: Discutir o impacto das transformações ocorridas nas primeiras
décadas do século XIX para o imaginário europeu. Analisar e debater a
expressão, no campo das artes, deste novo imaginário através do movimento
romântico. Compreender o processo de formação das chamadas utopias
românticas e sua relação com os autores denominados socialistas utópicos.

Estrutura da aula:

1. A dupla revolução a as imagens do instável


2. Romantismo e as utopias românticas
3. O socialismo utópico

Planejamento da aula:

1. A dupla revolução a as imagens do instável


• 1789 – 1848 → Período de profundas transformações sociais,
políticas e econômicas na Europa. (Impacto da dupla revolução)
• Crise das estruturas sociais do antigo regime – desestruturação das
relações sociais (quebra de paradigmas – Ruína do mundo existente)
• Sensação de viver em um mundo instável – representava tanto a
perda de referências sólidas, quanto de que esse era um momento
em que tudo parecia possível.
• Revolução Industrial: Análise da ficha 8: Frankestein, Mary Shelley, 1831
- Revolução industrial e progresso técnico → a questão do
potencial de criação humana (razão iluminista presente na descrição
da ciência e no anseio de Frankstein de dar vida a um corpo inanimado)
- A crítica aos impactos do progresso técnico e a razão humana →
O horror de Frankestein diante de sua criatura, a falibilidade da razão
humana.
• A era das revoluções (1789 – 1848): Análise das obras de Goya e de
Delacroix
- A liberdade guia o povo (1830) → O quadro de Delacroix como
síntese do movimento revolucionário. A liberdade representada
como uma mulher do povo (uma deusa desnuda como as entidades
gregas, mas parte do povo Frances). O pedestal de cadáveres
(elemento da luta), a presença das diversas classes sociais. A multidão
de fundo, o elemento popular na revolução.
- Desastre de la guerra (1810 -1815): Goya e a descrição diante do
horror das invasões napoleônicas (os impactos da guerra). Torções e
feições dos espanhóis em agonia contra a impessoalidade e anonimato
dos soldados napoleônicos.
2. Romantismo e as utopias românticas

• Importante: As artes como linguagens (assim como as línguas e a


matemática, as artes são linguagens: um conjuntos de signos
constituídos historicamente que servem para nomear o mundo,
conferindo significado a ele, e servindo como suporte para os
homens se expressarem) → Arte como meio pelo qual se
expressão as representações sociais
• Dentro desse contexto histórico marcado por profundas transformações
forma-se uma nova concepção de arte: O Romantismo (Como
expressar essa sensação de instabilidade que pairava no ar?)
• Romantismo e a oposição ao racionalismo e universalismo do
Iluminismo → O papel da imaginação (idealização), do subjetivismo
(processo de interiorização e a força das emoções) e do
individualismo (a idéia do gênio criador)
• Análise da música romântica: Ludwig van Beethoven (1770 – 1827) e
a 9ª Sinfonia
• As utopias românticas: O sentimento de se viver em um mundo em
transformação (forças históricas), assim como a valorização do poder
da imaginação (dos indivíduos) leva a criação das utopias românticas
(busca pela resolução das questões do mundo)
- Utopias do povo-nação (o nacionalismo messiânico)
- Utopias sociais (os socialistas utópicos e seus projetos alternativos
de sociedade)

3. O socialismo utópico
• Socialismo: no século XIX esse termo englobava uma série de idéias
que tinham em comum a crítica a sociedade capitalista e burguesa.

• Socialismo utópico: Termo pejorativo criado por Karl Marx para


denominar alguns pensadores socialistas.

• Importante: Foram os primeiros a construir uma crítica e uma ação


prática contra a sociedade capitalista industrial (construção de
alternativas para essa sociedade, profundamente inspirados pela a
idéia das utopias românticas)

• Conde de Saint-Simon (FRA,1760 – 1825)

- Primeiro pensador a estabelecer uma crítica sociedade industrial

- Partindo de um modelo iluminista de pensamento formulou um


modelo de sociedade baseado no mérito e não no capital
• Charles Fourier (FRA, 1772 – 1837)

- Percepção da divisão social do trabalho, inerente do processo de


industrialização, e do poder da organização da força de trabalho
(elemento associativo)

- Busca em equilibrar a busca pela felicidade humana e progresso


técnico

- Proposta de criação dos Falanstérios: sociedade alternativa, coletiva e


autônoma (complexo agro-industrial)

• Robert Owen (ING, 1771 – 1858)

- Rico industrial inglês e crítico do modelo de industrialização


empregado na Inglaterra (sobretudo no que diz respeito as condições de
trabalho dos assalariados)

- Organização de um sistema cooperativado de produção industrial


(Experiências na fábrica de New Lenark – ING – e na fazenda New
Harmony – EUA)

- Essas duas experiências a princípio funcionaram, mas os fracassos


posteriores são resultado tanto do boicote externo, quanto da
dificuldade em transformar as relações de trabalho.

Importante: O limite das idéias utópicas está na construção de


sociedades alternativas sem transformar a sociedade como um todo.
2º Ano
Aula 18: O Anarquismo
Objetivos: Através da análise e discussão de textos anarquistas definir os
aspectos gerais do pensamento anarquista e dos dois principais teóricos e
revolucionári0os da primeira metade do século XIX, Proudhon e Bakunin.

Estrutura da Aula:

1. O Anarquismo e a recusa do Estado


2. O pensamento de Jean- Pierre Proudhon
3. O pensamento de Mikhail Bakunin

Planejamento da Aula:

1. O Anarquismo e a recusa do Estado


Análise do texto 1:
• Sentido morfológico: an = sem; archon = governo
• Senso comum: bagunça, desordem
• Sentido político: sem necessidade de governo
• Dentro do anarquismo há uma diversidade de propostas e formas de
pensar a organização da sociedade. Importante: O elemento comum
entre os anarquistas é a noção de que qualquer forma de Estado é
nociva e desnecessária .

2. O pensamento de Jean- Pierre Proudhon

• Dados biográficos: Frances, viveu a infância no campo e tornou-se


posteriormente artesão (tipografia). Pensador autodidata. Esta experiência
é fundamental para sua concepção de liberdade baseada no pequeno
produtor.

Análise do texto 2:
• Crítica da propriedade dos meios de produção (impossibilidade de
igualdade em uma sociedade baseada na produção) – idéia da autonomia
dos produtores.
• Para Proudhon só é possível liberdade em uma sociedade igualitária –
para ele a propriedade dos meios de produção é um roubo (uma
apropriação ilegal de um direto de todos os homens)

Propostas de organização social:


“Do princípio federativo”(1863):
• Os indivíduos deveriam fazer acordos entre si em base de igualdade.
• Sociedade composta por grupos cooperativos de indivíduos livres.
• Composta de artesãos, pequenos proprietários e pequenos comerciantes,
profissionais liberais.
• Forma de organização econômica: Banco do povo (micro-crédito)

3. O pensamento de Mikhail Bakunin


• Dados biográficos: Filho da aristocracia russa, na juventude recebeu
treinamento militar. Devido a oposição ao regime czarista russo vai estudar
na Alemanha (universidade de Berlim). Contato com a filosofia alemã
(Hegel) e o pensamento radical alemão (esquerda hegueliana). Atuação a
partir de 1848 em diversas revoltas e levantes.

Análise do texto 3:
• Crítica radical ao Estado das formas de autoridades impostas
socialmente.
• Proposição da ação direta como forma de atuação política
• Coletivismo: A Sociedade só poderá ser reconstruída quando a CLASSE
OPERÁRIA tiver tomado o CONTROLE DA ECONOMIA por meio de uma
REVOLUÇÃO SOCIAL, tiver DESTRUÍDO OS APARELHOS DE ESTADO
e reorganizado a produção com base na propriedade coletiva controlada
pela ASSOCIAÇÃO DE TRABALHADORES.
2º Ano
Aula 19: O Marxismo (Socialismo Científico)
Objetivos: Discutir as bases do materialismo histórico dialético desenvolvido
por Karl Marx e Frederich Engels. Destacar o papel central do conceito de
práxis e luta de classe dentro das idéias dos autores. Inserir o desenvolvimento
do materialismo histórico dialético no contexto histórico do século XIX e na
biografia dos dois autores.

Estrutura da Aula:

1. Karl Marx e Frederich Engels


2. As bases teóricas
3. O materialismo histórico dialético

Planejamento da Aula:

1. Karl Marx e Frederich Engels


• O marxismo (ou socialismo científico) é uma corrente de pensamento
dentro das idéias socialistas do século XIX diretamente ligada as obras
de de Karl Marx e Frederich Engels

Karl Marx (1818 – 1883)

- Ascendência judaica (cultura marginalizada dentro dos Estados alemães).

- Sua família valorizava a educação como forma de ascensão social.


(funcionário do estado - Pai converteu-se ao cristianismo para poder assumir o
cargo de Juiz.)

- Marx foi mandado ao atingir a maioridade para Universidade de Bohn. (Vida


boêmia: participava do Clube da Taverna e do Clubes de Duelo - Filhos da
burguesia contra filhos da Aristocracia)

- Devido ao seu modo de vida seu pai transferiu-o para a Universidade de


Berlim → Nesta universidade toma contato com a Filosofia de Hegel e com a
juventude radical (Heguelianos de esquerda) – Ao se formar tenta ingressar
na carreira acadêmica

- Suas posições políticas o atrapalham e levam-no a desistir dessa


profissão e passa atuar como jornalista (década de 1840) – Gazeta Renana
(contato com questões materiais e reflexão sobre as transformações pela
qual passava a Europa) → Contato com Frederich Engels (futuro parceiro)

Frederich Engels (1820 – 1895)

- Filho de um grande empresário do Ferro alemão.


- Mandado pelo pai a Inglaterra para conhecer o processo de
industrialização. Observação direta da classe operária.

- Escreve a partir dessa experiência dois livros:

• Crítica à Economia Política (1844)

• Situação da Classe operária na Inglaterra. (1845)

Marx e Engles e o socialismo científico: Desenvolvem a crítica mais bem


elaborada da sociedade capitalista pensando seu processo de formação e
suas contradições, assim como a possibilidade de transformação desta
sociedade pelos trabalhadores. Para tanto desenvolvem um método de
análise conhecido como materialismo histórico dialético.

• Principal obra de Marx: O capital (Obra inacabada em 3 vol. – primeiro


volume editado em 1862)

2. As bases teóricas

Importante: O materialismo histórico dialético é desenvolvido a partir da


crítica radical (na raiz) de uma série de teorias e movimentos políticos no
qual estavam inseridos tanto Marx como Engels. (contexto histórico)

a) O socialismo (movimentos políticos e teorias críticas a sociedade


capitalista)

-O socialismo utópico
- Movimento operário inglês (a experiência de formação dos sindicatos)
- O movimento socialista: Louis-Auguste Blanqui e as tentativas
revolucionárias de construção da ditadura do proletariado

b) A economia política

- Liberalismo econômico (Adam Smith, Ricardo, Malthus)


- Liberalismo Político (Bethan e Stuart Mill)

c) A filosofia alemã (dialética)


• Na universidade de Berlim Marx tomou contato coma filosofia de Hegel
(Dialética)
• Hegel e a tentativa de compreensão da história da filosofia →
construção de uma filosofia da história (reflexão de como a história
se desenvolve):
• Característica da Filosofia da História de Hegel:
- História é composta de conflitos e contradições.
- O desenvolvimento da história é o desenvolvimento da Razão.
- História dos Povos = História do Espírito dos povos.
- Espírito absoluto = Estado da Liberdade = Fim da História.
• Desenvolvimento de um método filosófico: A dialética (uma nova
lógica para compreender o desenvolvimento da história)

Visão Comum e Lógica Formal:


– princípio de identidade: as coisas são.

Lógica dialética de Hegel:


– princípio da contradição: as coisas são no Tempo, as coisas
tornam-se.
– Relação entre tese, antítese, síntese: Semente é negação da
árvore.

Síntese: Uma lógica baseada no movimento (tempo) e na contradição

• A dialética de Marx (O conceito de práxis)

Conceito de práxis (análise das teses sobre Feuerbach - 1845):

- Novas relações materiais: Introdução das relações capitalistas na


Europa

- Crítica a divisão do trabalho: manual / intelectual

- Trabalho: práxis humana (processo criador e transformador)

3. O materialismo histórico dialético

• Definição: Método para compreensão da sociedade desenvolvido no


decorrer das obras de Marx e Engels.

- Materialismo: Baseado na compreensão das relações sociais dos


seres humanos.

- Histórico: Tais relações sociais se desenvolvem dentro de um


processo histórico.

- Dialético: Este processo histórico se dá dentro de uma lógica


dialética (mas dentro da concepção de dialética de Marx)

Conceito de Luta de Classe (Análise do Manifesto Comunista - 1848) –


Elemento que constitui como motor da história (as contradições
2º Ano
Aula 20: A Primavera dos Povos e Napoleão III

Objetivos: Apresentar os eventos que formaram em seu conjunto a Primavera


dos Povos. Discutir as conseqüências do fracasso dos movimentos
revolucionários na Europa, enfatizando a expansão do capitalismo após 1848 e
a radicalização da luta de classe entre burguesia e proletário. Debater a
ascensão ao poder de Napoleão III na França e a constituição do 2º Império,
ressaltando a utilização da política de massa como instrumento político por
parte de Luis Bonaparte.

Estrutura da Aula:
1. A Primavera dos Povos.
2. A República Francesa.
3. Napoleão III e o 2º Império.

Planejamento da Aula:
1. A Primavera dos Povos.
• Situação instável na Europa após os levantes de1830
Causas:
- Expansão das áreas industrializadas na Europa Ocidental (central):
formação de uma classe operária e formação das primeiras associações
de trabalhadores (principalmente na França) inspiradas na experiência dos
trabalhadores ingleses e nas idéias socialistas (influencia das idéias de
Proudhon, Owen e Blanqui)
- Organização da pequena burguesia radical (republicana) contra as
monarquias européias (oposição as monarquias absolutistas da Europa
central e defesa do sufrágio universal – principalmente na França)
- Formação de movimentos nacionalistas na Europa Central (organizados
principalmente pela pequena burguesia radical – republicana)
• Primavera dos Povos (1848): Tendo como epicentro novamente a
França, explode em questões de meses diversas revoltas na Europa central.
Todos os movimentos tem vitórias rápidas e monarquias absolutistas são
destronadas, repúblicas proclamadas e Estados nacionais são
proclamados.
• Resultados: Em menos de 1 ano (com exceção das França) estes
movimentos revolucionários são facilmente vencidos e a ordem política é
restabelecida na Europa (manutenção das fronteiras e dos impérios)
Causas:
- A maior parte desses movimentos não contou com o apoio da população
camponesa (maioria da população).
- Os operários ainda constituíam uma pequena parcela da população na
maior parte da Europa, não estavam ainda organizados e nem possuíam um
conjunto de propostas políticas claras.
- Importante: A burguesia diante da radicalização dos movimentos
revolucionários preferiu abandonar as reivindicações políticas e apoiar
as monarquias para manter a ordem social →desde que as monarquias se
comprometessem a defender uma política liberal do ponto de vista
econômico e protegesse seus interesses. (medo do movimento operário e
das idéias socialistas)

2. A República Francesa.
• Insurreição popular na França (Fevereiro de 1848) → Formação de
barricadas nas ruas de Paris e deposição de Luis Felipe I – O rei burguês
• Instalação de um governo provisório (formado por republicanos e
socialistas) – instituição de sufrágio universal e criação de uma
Assembléia Constituinte (dominada pelo partido da Ordem → aliança
entre conservadores e membros da classe média)
• Levante popular em Julho de 1848 em Paris (Socialistas e
republicanos radicais) → Violenta repressão do General Cavaignac.
(1.500 mortos)
• Após as revoltas é promulgada a Constituição francesa (em grande
parte cópia da Constituição dos EUA) e criada a 2ª República francesa.
• Eleições presidenciais: Candidato dos republicanos moderados, dos
socialistas, dos católicos (General Cavaignac) e Luis Napoleão
• Vitória de Luis Napoleão (Uso da propaganda política – utilização da
figura do tio - e apoio maciço do campesinato – 5.500.000 votos)

3. Napoleão III e o 2º Império.


• Presidência de Luis Bonaparte – medidas populares, como pensões
(para as massas) e incentivo ao desenvolvimento da burguesia
(processo de industrialização) como forma de angariar o apoio popular.
• 1851 – Luis Napoleão através da organização de um plebiscito
consegue o direito de construir uma nova Constituição (a qual conferia
amplos poderes ao presidente e extensão de mandato para 10 anos)
• 1852 – através de novo plebiscito é aclamado imperador (Napoleão III)
• 2º Império Frances (1852 – 1870)
- Incapacidade de estabilizar a economia francesa
- Política externa agressiva: envolvimento na Guerra da Criméia (1854),
intervenção na Itália (1858), intervenção no México (1862) – indicação do
Arquiduque Maximilan para o trono de imperador mexicano (acaba
fuzilado)
- Endividamento da França e perda do prestigio de Napoleão.
2º Ano
Aula 21: A expansão da Revolução Industrial

Objetivos: Apresentar as principais mudanças no campo econômico que


marcaram o período de 1870 a 1914.

Estrutura da Aula:

1. O capitalismo monopolista
2. As novas áreas industrializadas

Planejamento da Aula:

1. O capitalismo monopolista

• 1848 – 1870 → Expansão das áreas industrializadas

• Conseqüências:
- Fim da hegemonia britânica sobre a produção industrial mundial.
- Aumento da concorrência entre as indústrias (Disputa por acesso
a matérias-primas e mercado consumidor)
- Processo de concentração de capital (grandes empresas).
Formação de:
o Trustes (fusão de empresas do mesmo setor),
o Cartéis (Associação de empresas do mesmo setor com
objetivo de controlar o mercado)
o Holdings (empresas envolvidas no mesmo ramo de produção
e controladas por uma empresa do mercado financeiro -
SA)
- Associação entre o Estado e burguesia → Apoio dos governos
nacionais ao processo de industrialização → Ação política visando
garantir os elementos necessários para o desenvolvimento
industrial:

o Disputa por mercados como questão nacional


o Expansão do mercado consumidor e das fontes de matéria-
prima)
2. As novas áreas industrializadas
• Europa: França (2º Império); Prússia (Reinos germânicos); Piemonte-
Sardenha (Reinos italianos); Bélgica.
• Estados Unidos (após 1865 – Guerra de Secessão)
• Japão (Era Meiji – processo de centralização política do Império e
modernização acelerada)

• Consequências:

- Disputa em escala mundial por mercados consumidores e fontes


de matéria-prima;

- 1870 – 1814 → Processo de expansão violenta das áreas ligadas a


produção capitalista (abertura e conquista de mercados) →
Denominado de Neocolonialismo ou Imperialismo
2º Ano

Aula 22: História da América – A expansão dos EUA e a Guerra de Secessão

Objetivos: Em primeiro lugar apresentar o processo de consolidação do Estado-


Nacional estadunidense, assim como a expansão do seu território. Em segundo lugar,
demonstrar o aguçamento das tenções entre a região sul e norte que desembocaram
na eclosão da Guerra de Secessão. Analisar os resultados deste embate e sua
importância na consolidação dos EUA.

Estrutura da Aula:

1. Os EUA após a independência


2. Expansão para o Oeste
3. Guerra de Secessão

Planejamento de Aula:

1. Os EUA após a independência

• 1776 – 1783 - Guerra de Independência dos EUA (As treze colônias3, mais
território anexados pelas lutas pós-independência)
• 1787 - Criação de uma Constituição republicana e federalista4 → Cada
Estado da Federação tinha a permissão de ter sua própria Constituição, desde
que estivesse de acordo com a Carta Constitucional dos EUA

3
13 colônias: Vermont, New Hampshire, Massachusetts, Rhode Island, Connecticut, Nova Iorque,
Pensilvânia, Delaware, Maryland, Virginia, Carolina do Norte, Carolina do Sul, Georgia.
4
Federalismo: forma de governo em que um conjunto de estados independentes se unificam em torno
de um governo, sem perderem sua autonomia.
• Formação de duas tendências partidárias: defensores de uma autonomia
maior dos Estados (origem do Partido Democrata) e defensores de um
governo central forte (origem do Partido Republicano)
• Afirmação da independência dos EUA (início do séc. XIX): 1823 – Doutrina
Monroe (Consolidação dos territórios independentes e contexto das
independência dos EUA)

2. Expansão dos EUA

a) Transformações sociais (séc. XIX)

• Desenvolvimento da economia norte americana (1776 – 1880):


Desenvolvimento do comércio e de pequenas industrias nos Estados do
Norte. Aumento da produção de algodão nos Estados do Sul.
• Aumento demográfico: Imigração européia (irlandeses, italianos, alemães,
etc.) → Em 1790 a pop. era de 4 milhões, em 1860 ela já era de 31 milhões.
• Discurso ideológico: Construção da idéia do Destino Manifesto
(Legitimação da expansão e conquista territorial, formado a partir de uma
lógica religiosa protestante e com elementos nacionalistas) → Analise da
frase de Sullivan e do quadro progresso americano (aproximação com o
imperialismo Europeu)

• Consequências: A junção desses elementos levam ao processo de expansão


territorial.

b) A marcha para o Oeste


Importante: Utilização do material digital Moderna Plus

• 1803 – Território da Lousiana é comprados da França (Louisiana)


• 1819 – O território da Florida é comprado da Espanha
• 1845 -1848 - Guerra contra o México e anexação de toda a parte Norte
deste país.
• 1846 – Anexação do Oregon (comprado da Inglaterra)
• Marcha para o Oeste: febre do Ouro e em 1862 o Homestead Act (160
acres de terra para quem ocupasse por 5 anos)

3. Guerra de Secessão
a) As diferenças entre Sul e Norte dos EUA

Norte Sul

Industrial Agrícola

Produção voltada para o mercado Monocultura ligada ao mercado


interno externo (britânico)

Mão-de-obra livre e assalariada Mão-de-obra escrava

Pequena propriedade e policultura Grande propriedade

• Pontos de conflitos entre os estados do Sul e do Norte


- Tarifas Alfandegárias (Os estados do norte queriam tarifas alfandegárias altas para
proteger sua produção industrial e garantir o mercado interno)

- Escravidão (A abolição da escravidão era defendida por grande parte dos Estados
do norte →questões humanitárias e interesses econômicos como liberação de capital)

• Aumento das tensões entre os Estados do Sul e do Norte → Questões


relativas a abolição e a taxas alfandegárias movimentaram a corrida presidencial no
final da década de 1860. → Análise do discurso de Abraham Lincon sobre a Casa
Dividida, 16 de Junho de 1958 (Lincon era candidato pelo partido republicano, o qual
apoiava a abolição da escravidão e o aumento das taxas alfandegária.

b) Guerra de secessão (1861-1865)


• 1860 – Abraham Lincoln é eleito presidente dos EUA (primeiro presidente do
Norte)
• Dezembro de 1860 – Secessão da Carolina do Sul, acompanhada no ano
seguinte por mais 9 estados: Alabama, Geórgia, Florida, Mississipi, Louisiana,
Texas, Virgínia, Arkansas e Carolina do Norte (formação dos Estados
Confederados, presidente Jefferson Davis, capital em Richmond, Virgínia)
• 1861 – Início da Guerra de Secessão
União vs Confederados

(Generais Grant e Sherman) (General Lee)

• Janeiro de 1863 – entra em vigor a Proclamação de Emancipação (fim da


escravidão nos Estados do Sul – intenção de estruturar a economia sulista)
• A supremacia industrial do Norte leva a derrota dos Estados Confederados
em Abril de 1865

c) Conseqüências
• 600.000 mortes (primeiro conflito a usar as tecnologias da Revolução industrial
na guerra)
• Reunificação territorial
• Desenvolvimento Industrial – prevalece o modelo de desenvolvimento do
Norte apoiado na industrialização e na proteção do mercado interno
• Abolição da escravidão em toda a União →Entretanto isso não significou a
inserção do negro na sociedade americana (Leis de segregação racial no
Sul, racismo e perseguição aos negros – Klu Kux Klan)
2º Ano
Aula 23: Unificação Alemã e Italiana

Objetivos: Debater o processo de consolidação do capitalismo no continente


Europeu e sua relação profunda com o processo de unificação da Alemanha e
da Itália, assim como o desenvolvimento do nacionalismo como discurso
legitimador desse processo de unificação.

Estrutura da Aula:
1. A unificação alemã
2. A unificação italiana
3. A Comuna de Paris

Planejamento da aula:

1. A unificação alemã
• Antecedentes:
- Situação política: A região do antigo Sacro Império Romano →
profunda fragmentação política e área sobre a influência do Império
austro-húngaro
- Situação econômica: A principal potência regional era o Reino da
Prússia
→ Processo acelerado de industrialização (Estado como fomentador
do desenvolvimento industrial – investimentos, principalmente no setor
bélico – Via prussiana)
→ Necessidade de mercado consumidor para os produtos
prussianos (motor do processo de unificação)
• A unificação:
- 1834 – Formação da Zollverein (união alfandegária) – esforços da
diplomacia prussiana em busca de mercados consumidores
- O Império Austro-húngaro (excluído originalmente da Zollveirein)
força a sua entrada através da ameaça de guerra (medo de que a
Prússia se tornasse uma potência regional e ameaçasse a sua
hegemonia sobre a região)
- Desenvolvimento industrial e militar da Prússia (1830 – 1860) →
Política orquestrada pelo chanceler Otto Von Bismarck
- Discurso nacionalista: Junção do povo germânico em um único
Estado.
- 1864 – Guerra dos 2 ducados (Contra a Dinamarca) – anexação de
províncias germânicas no Norte.
- 1866 – Guerra das 7 semanas (contra o Império Austro Hungaro) –
unificação de quase toda a Alemanha (resistiram apenas os Estados
germânicos do Sul)
- 1870 – Guerra Franco-Prussiana (origem na disputa sobre o trono
espanhol) – vitória esmagadora da Prússia sobre o exército Frances.
- Unificação da Alemanha.

2. A unificação italiana
• Antecedentes:
- Situação política: Fragmentação política da Itália → Principais
empecilhos a unificação: Norte (sobre influência do Império Austro
Húngaro) e Centro (Estado Papais)
- Vertentes do nacionalismo italiano (perspectivas de unificação):
Republicanos (Revolucionários como Garibaldi e Mazini) e
Monarquista (Perspectiva defendida pelo Conde de Cavour –
unificação sob a hegemonia do reino de Piemonte-Sardenha →reino
em franco processo de industrialização)

• A unificação:
- Década de 1860 – início das lutas pela unificação
→ Desembarque de Garibaldi e seus homens no Sul da Itália
(Conquista de Parma, Módena, Sicilia e parte dos Estados Papais)
→ Pressão da burguesia industrial (Norte) pela unificação (Jornal
Rissurgimento)
→ As forças de Garibaldi e de Pimeonte-Sardenha se juntam em
prol da unificação
→ Luta contra os austríacos pela unificação do Norte (apoio de
Napoleão III e do exército Frances)
→ Luta contra os Estados Papais e contra os franceses (em 1870
Napoleão III retira suas tropas da Itália por causa da Guerra Franco-
Prussiana)
- 1871 – Unificação da Itália.

3. A comuna de Paris

• 1870 - Derrota dos franceses na Batalha de Sedan: Prisão de parte do


exército Frances e de Napoleão III → Invasão do exército prussiano
(cerco a Paris)
• 1871 – armistício entre a França e Alemanha: Acordo humilhante para
a França - pesadas indenizações de guerra, anexação pela Alemanha
da Alsacia e Lorena, desmobilização do exército Frances (com
exceção da Guarda Nacional de Paris)
• A questão do desarmamento da Guarda Nacional faz explodir a
Comuna de Paris (Episódio da tentativa de roubo dos canhões de
Montmartre)
• A comuna de Paris dura ao todo 72 dias – principal questão dos
comunnards: como articular as funções de Estado, com uma
perspectiva de governo descentralizado e popular em um contexto de
guerra? (cerco prussiano e guerra contra o governo de Versalhes)
• Organização do governo através de eleições de delegados distritais
(autogestão do governo pelos trabalhadores)
• Principais decretos da Comuna:
- Extinção do exército (cidadão em armas)
- Equiparação salarial de todos os cargos públicos ao dos trabalhadores.
- Todas as funções organizativas elegíveis e revogáveis – inclusive os Juizes.
- Mudança na educação: Proposta integral formação técnica, política e cultural.
- Abolição das dívidas
- Autogestão das fábricas abandonadas

• A derrota da Comuna: Enquanto a Comuna se estruturava politicamente o


governo de Versalhes reorganiza o exército, com apoio do governo
prussiano e inicia guerra contra a Comuna → ataque a Paris (21 de
maio); em 10 dias o exército Frances toma cidade de Paris, 20 mil
comunnards são fuziladas e outros milhares presos e deportados.
• Importante: A Comuna como grande mudança dentro da concepção
de Revolução. A questão de uma revolução proletária e da construção
de uma nova forma de governo e de sociedade a partir da ação
revolucionária do proletariado. Superação dos paradigmas da Revolução
Francesa como movimento político.
2º Ano
Aula 24: O Neocolonialismo
Objetivos: Apresentar as principais mudanças no campo econômico que
marcaram o período de 1870 a 1914. Relacionar tais mudanças a política
expansionista dos países europeus, dos EUA e do Japão em relação ao
continente africano e asiático. Discutir os pressupostos ideológicos construídos
pelos europeus para sustentar tal dominação e os conflitos gerados por essas
disputas (a paz armada)

Estrutura da Aula:

3. O Neocolonialismo
4. A partilha da África e da Ásia
5. A paz armada

Planejamento da Aula:

3. O Neocolonialismo

• 1870 – 1814 → Processo de expansão violenta das áreas ligadas a


produção capitalista (abertura e conquista de mercados)
→Denominado de Neocolonialismo ou Imperialismo

a) Objetivos:
- Conquista do monopólio de mercados consumidores;
- Domínio de áreas produtoras de matéria prima;

b) Mecanismos utilizados:
- Aplicação do capital financeiro (empresas estrangeiras);
- Política da Canhoneira (utilização da força bélica para forçar para
subordinar áreas não integradas ao mercado internacional)
- Domínio colonial sobre regiões na África e na Ásia pelas potências
européias.

• Importante: Prevalecem nas disputas por colônias os interesses de


Inglaterra e França. Alemanha e Itália (devido a unificação tardia) se
vêem prejudicadas nesse processo.

c) O discurso ideológico
• Objetivo: Legitimar a dominação das nações industrializadas sobre
as colônias.
• O discurso do progresso: Construção de uma idéia superioridade das
nações industrializada baseada em aspectos tecnológicos. A
colonização vista como instrumento civilizador. (imposição dos valores
ocidentais)
• O discurso racista: Construção de uma idéia de superioridade das
nações européias baseada no conceito de raça (fenótipo) e da
apropriação de elementos da teoria da evolução.
• Construção da idéia do Fardo do Homem Branco

• Análise da ficha : Diferenciação entre colonialismo (capitalismo


mercantil) e neocolonialismo (capitalismo industrial)

4. A partilha da África e da Ásia

a) A Partilha da África
• Presença européia na África (séc. XV – XVIII): Limitava-se as regiões
costeiras e se dava, sobretudo, através de acordos com os reinos
africanos.
• Século XIX: O desenvolvimento das armas de fogo permite aos
europeus subordinar os reinos africanos. → primeiro passo se dá
com a conquista do Congo Belga em 1876.
• Disputas entre as nações européias por possessões na África levam a
realização da do Congresso de Berlim (1885) – Criação de
protetorados e fronteiras artificiais (pautadas nos interesses
europeus e não nas relações culturais dos povos africanos)
• Imposição da cultura ocidental sobre os povos africanos (análise da
charge)

b) A partilha da Ásia
• Índia: a jóia do império britânico
- séc. XV – XVIII → Comércio feito através de feitorias entre a
Europa e os estados indianos.
- 1763 → Início da dominação inglesa através da Companhia das
Índias Orientais (séc. XIX – controle inglês sobre toda a região)
- Proibição a manufatura local (imposição para forçar a importação de
produtos ingleses) e produção de ópio (para a exportação)
- 1857 – Revolta dos Cipaios → levante contra a dominação inglesa,
acaba sendo contido e a Índia passa a ser administrada diretamente
pela Coroa inglesa (Protetorado).

• A China
- Império Chinês: região isolada do comércio internacional até o
século XIX (visto pelas nações industrializadas como um mercado
consumidor em potencial)
- Companhia das Índias Orientais: a introdução e comercialização do
ópio para a China (primeiro passo para a abertura do mercado chinês)
- 1842 – Guerra do Ópio →Reação a presença dos ingleses e do comércio
de ópio – revolta esmagada pela marinha inglesa (os chineses são
obrigados a abrir seu mercado aos produtos estrangeiros e Hong Kong
é cedida aos ingleses)
- Importante: A partir da guerra do Ópio o mercado chinês passa a ser
disputa de maneira acirrada pelas principais nações industrializadas.
- 1900 – Guerra dos Boxers (Sociedade dos Punhos Unidos) – levante
contra a presença estrangeira na China – esmagado pelos exércitos
ingleses, russos, japoneses, alemães, franceses e americanos.

5. A Europa e a paz armada

• Europa (1870 – 1914): Período de relativa estabilidade dentro do


continente europeu → Denominado também pelo nome de Belle Epoque
• Esta estabilidade deve ser entendida como uma paz armada → aumento
das tensões entre as potências européias devido as disputas
coloniais.
• Características da paz armada:
- Corrida armamentista (preparação para um eventual conflito)
- Acordos de mútua proteção em caso de guerra (Utilização do material
da Moderna Plus)

• 1882 – Formação da Triplice Aliança (Alemanha, Imp. Áustro-Hungaro e


Itália – depois acrescida pela entrada do Imp. Turco)
• 1904 – Formação da Entente Cordial (Inglaterra e França – acrescida
posteriormente pela Rússia)

• Principais conflitos e zonas de tensão:


- Questão Marroquina (1904): Disputa pelo Marrocos envolvendo de um
lado ING e FRA e do outro a ALE.
- Questão Balcânica: Região dominada parte pelo Império Austro-
Hungaro e parte pelo Império Turco. Tensões ligadas a movimentos
separatistas (pan-eslavistas) apoiados pelo Império Russo.
2º Ano
História do Brasil
2º Ano
Aula 25: União Ibérica e Invasões Hoandesas
Objetivos: Discutir os principais eventos políticos que marcaram a Europa
entre os séculos XVI e XVII, o advento da União Ibérica dentro do contexto
gera a casa dos Habsburgo e os resultados desse processo para a América
Portuguesa com a invasão holandesa. Por fim, apontar as conseqüências da
restauração portuguesa e da presença holandesa na colônia.

Estrutura da Aula:

1. O contexto europeu e a União Ibérica


2. A invasão holandesa
3. Os resultados da guerra contra a Holanda

Planejamento da Aula:
1. O contexto europeu e a União Ibérica
• A casa dos Habsburgos: Dinastia mais poderosa na Europa do século
XVI e XVII → Reis de Espanha, Sacro Império Germânico e casas reais
na Europa Central →Reis profundamente católicos e aliados do Papa
- Carlos V (1500 – 1556)
- Felipe II (1556 – 1598)
• Reforma Protestante – guerras religiosas entre protestantes e católicos
• Confronto entre a casa dos Habsburgo e Flandres (Holanda)
- motivos religiosos (Flandres era uma região predominantemente
calvinista)
- motivos econômico (tentativa de controle pelos Habsburgo do principal
centro econômico europeu no século XVI e XVII)
- Resultado desses conflitos: Separação de Flandres (Holanda) dos
domínios dos Habsburgo.
• União Ibérica ( 1580 – 1640)
- D. Sebastião – monarca português profundamente católico –
decide promover uma cruzada contra os reinos muçulmanos do
Norte da África
- 1578 – Batalha de Alcácer Quibir – desaparecimento de D.
Sebastião – crise dinástica em Portugal (D. Sebastião não possuía
herdeiros)
- 1580 – Invasão de Portugal por Felipe II da Espanha e união das
Coroas Ibéricas (1580 até 1640)
- 1640 – Movimento da nobreza lusitana, apoiada pela burguesia e
liderado pelo duque de Bragança restabelece a autonomia da
monarquia portuguesa – Início da dinastia de Bragança com D.
João IV.

2. A invasão holandesa
a) A invasão
• IMPORTANTE: Os conflitos entre Espanha (Habsburgo) e Flandres
(Holanda) levam a restrição da participação dos holandeses no
comércio de açúcar na América Portuguesa após a União Ibérica
• Sentido-se prejudicado por essa conjuntura política os holandeses
atacam em 1595 feitorias portuguesas na África e saqueiam
Salvador (Bahia) em 1604.
• 1605 – O rei espanhol proíbe qualquer participação holandesa nos
negócios açucareiros.
• 1624 – Criação da Companhia das Índias Ocidentais (sociedade
anônima bancada pelos comerciantes holandeses ligados ao comércio
do açúcar)
- Criada para executar atividades militares - ocupar a área produtora
de açúcar.
- 1624 – Ataque frustrado a Salvador (rechaçado pelas tropas
portuguesas)
- 1630 – Ataque a Olinda (Pernabuco) – conquista da área
açucareira em Pernambuco e outras áreas do nordeste.
- Ataque a feitorias africanas na África (controle do tráfico de
escravos)
• A resistência portuguesa a invasão holandesa foi montada a partir da
capitania da Bahia e mobilizou as demais capitânias
b) Ocupação holandesa
• Governo de Mauricio de Nassau (1637 – 1644)
- Nobre holandês mandado para administrar as possessões holandesas
na América Portuguesa
- Aliança com os senhores de engenho – ponto essencial para a
dominação holandesa (concessão de créditos para a expansão da
produção de açúcar)
- Reestruturação da cidade de Recife (sede do governo holandês em
Pernambuco)
- Os altos custos do governo de Mauricio de Nassau (principalmente
a concessão de créditos) levam a Companhia das Índias Ocidentais a
mudar a sua política em relação à zona açucareira ocupada.
- 1644 – Retorno de Mauricio de Nassau a Holanda
• As guerras brasílicas
- 1640 – fim da União Ibérica e intensificação das tropas
portuguesas para expulsar os holandeses
- Perda do apoio dos senhores de engenho a dominação holandesa
(resultado da política de cobrança dos créditos por parte da Companhia
das Índias Ocidentais)
- 1654 – Expulsão dos holandeses - fragilidade as tropas holandesas
devido aos conflitos europeus no qual a Holanda estava envolvida na
época.

3. Os resultados da guerra contra a Holanda


• Fim das relações comerciais entre Holanda e Portugal
• Perda do controle português das rotas de especiarias da Ásia
(Domínio inglês e holandês a partr o séc. XVII)
• Concorrência holandesa e de outros países europeus no comércio do
açúcar (produção nas ilhas do caribe) e queda do preço do açúcar
• Intensificação do controle metropolitano (tentativa de reaver os
custos da restauração portuguesa e das guerras holandesas)
- Guerras dos Mascates (1709) – conflito que exemplifica o aumento
do controle metropolitano sobre a colônia.
- Causa: Emancipação da Vila de Recife em relação a Olinda.

Recife VS Olinda
(Centro do poder mercantil (Sede do poder da aristocracia
português) açucareira)
- Resultado: Intervenção da metrópole a favor de Recife, alçada a
categoria de Vila.
2º Ano
Aula 26: Expansão territorial e atividades econômicas
Objetivos: Debater o processo de constituição do chamado “território
brasileiro”, problematizando e diferenciando a construção de fronteiras legais
entre as monarquias ibéricas e a ocupação de fato da áreas que constituíram a
América Portuguesa. Para isso será dado enfoque as atividades econômicas
que propiciaram a expansão das áreas ocupadas pelos portugueses na
América.

Estrutura da Aula:

1. O conceito de território e a ocupação da América Portuguesa


2. As drogas do sertão e a Região Norte
3. A pecuária
4. O mito das bandeiras e a mineração
5. Os tratados e fronteiras legais

Planejamento da Aula:

1. O conceito de território e a ocupação da América Portuguesa (séc. XVI ao


XVIII)
• Território: Apropriação real ou abstrata do espaço através do
trabalho humano
• “O espaço é a prisão original, o território é a prisão que os homens
constroem para si” (Claude Raffestin, Por uma geografia do poder)
• Comparação entre as áreas ocupadas pelos portugueses no século XVI
e XVIII
• Importante: A expansão das áreas ocupadas pela colonização
portuguesa se deve a apropriação do espaço através de
determinadas atividades econômicas (processo de interiorização)

2. As drogas do sertão e a Região Norte


• A ocupação da região norte deve-se a dois fatores:
- As missões religiosas das ordens católicas (processo de
catequização indígena)
- A exploração das drogas do sertão: Produtos extraídos da floresta
(Baunilha, salsaparrilha, castanha do Pará, etc.) Amazônica pelas
populações indígenas e exportados para a Europa (relação com os
colonos baseada no escambo e altamente condenada pelos jesuítas)
• Criação de núcleos urbanos para garantir exploração das drogas do
sertão – 1616 – fundação de Belém do Pará
• Para garantir a defesa organização administrativa da parte norte da
sua colônia Portugal cria o Estado de Grão Pará e Maranhão com
governo-geral próprio – unificado ao Estado do Brasil somente em
1774.
• Maranhão - A ocupação do Maranhão se deve a uma outra atividade
econômica – o algodão. Características semelhantes a da produção de
açúcar (Plantation)
• Conflitos coloniais: Revolta de Beckman (1684)
- Contexto Histórico: Restauração portuguesa (1640) e o fim da
invasão holandesa (1654) – aumento da exploração da metrópole
sobre a colônia.
- Causa: Insatisfação dos colonos com a Companhia do Grão-Pará
e Maranhão e o preço dos produtos (companhia criada pelo governo
português e que monopolizava a compra do algodão e venda de
produtos metropolitanos – inclusive de escravos)
- Movimento liderado por dois irmãos: Manuel e Tomás Backman.
Forte repressão da Coroa e prisão dos principais líderes. Mas em
contrapartida, para acalmar os ânimos na região, a Coroa portuguesa
extinguiu a companhia.

3. A pecuária
a) O sertão nordestino
• Criação de gado para abastecer as áreas produtoras de açúcar.
(Gado de corte e leiteiro industrias do charque e do couro)
• Expansão da zona criadora de gado ao longo do sertão
nordestino e vale do rio São Francisco.
• Mescla de trabalho livre e trabalho escravo
b) A fronteira Sul
• Expansão da pecuária a partir da capitânia de São Paulo – rápida
adaptação do gado bovino a região dos pampas (extensas planícies
recobertas de gramíneas)
• Interesses da Coroa portuguesa na ocupação da fronteira Sul:
Área de litígio entre as coroas Ibéricas. Disputa pela foz do Rio da
Prata.
• Constituição da pecuária e da indústria do charque (exportação
para as minas do altiplano boloviano)
• Criação da Colônia de Sacramento na foz do Rio da Prata

4. O mito das bandeiras e a mineração


• A vila de São Paulo de Piratininga
– criação do povoado em 1554 (povoamento realizado por padres
jesuítas – Padre Antonio Nóbrega e Padre Anchieta)
- 1561 – São Paulo ganha o status de vila
- Área periférica da América Portuguesa
- Economia de subsistência e produção de trigo (serviu como
centro de abastecimento para as tropas portuguesas nas guerras
holandesas)
- forte presença de elementos indígenas. (incorporação e conflitos
na relação entre colonos, população indígena e missionários) →
Cultura híbrida.

• As bandeiras paulistas
- Definição: Expedições militares voltadas para a exploração do
interior da colônia, formada por colonos portugueses de São Paulo,
mestiços e populações indígenas aliadas.
- Fator Geográfico: A rede hidrográfica de São Paulo facilitava o
processo de exploração do interior da colônia.
- Importante: As bandeiras correspondiam a atividades econômicas
marginais dentro do cotidiano da vila de São Paulo de Piratininga
Bandeira de apresamento: Captura de índios para o trabalho escravo,
sobretudo para abastecer a economia paulista (confronto com as
missões jesuíticas)
Bandeira de prospecção: Busca de minas de metais e pedras
preciosas
- O sonho do Eldorado (comparação com a América Espanhola)
- 1693 – Antônio Rodrigues Arzão: descoberta do ouro de aluvião
na região de Minas Gerais
- 1718 – Pascoal Moreira Cabral: descoberta de ouro na região de
Goiás e Mato Grosso
Bandeiras como expedições mercenárias: Domingos Jorge Velho e a
destruição do Quilombo dos Palmares
- Importante: As Bandeiras constituíram a abertura de rotas para o
interior da colônia, mas não foi responsável pela ocupação desse
território.
5. Os tratados e fronteiras legais
• Século XVIII e XIX: tentativa de estabelecer novos limites das
colônias ibéricas
- 1750 – Tratado de Madri (Anexação da região Norte e Centro Oeste)
- 1777 – Tratado de Santo Idelfonso
- 1801 – Tratado de Badajoz (Definição da foz do Rio da Prata)
2º Ano
Aula 27: A mineração na América Portuguesa (Aspectos econômicos e
políticos)

Objetivos: Discutir o papel das bandeiras paulistas na ocupação do interior da


colônia portuguesa e sua relação com a descoberta das jazidas de metais e
pedras preciosas. Debater o impacto da exploração destas jazidas para a
colônia e para a metrópole. Apresentar as principais características políticas e
econômicas da sociedade mineradora, assim como as conseqüências da
atividade mineradora para a dinâmica social da colônia.

Estrutura da Aula:

1. A descoberta do Ouro
2. A Coroa e a exploração das minas
3. As relações sociais nas Minas Gerais

Planejamento da Aula:

1. A descoberta do Ouro

• Final do século XVII – Bandeira de Fernão Dias (1674) descobre


a rota para a região de Minas Gerais
• 1693 – descoberta de ouro de aluvião na região de Minas Gerais
– bandeira de Antonio Rodriguez Arzão → início do fluxo de
paulistas para a região (mineração nos ribeirões)
• 1898 – Antônio Dias de Oliveira descobre jazidas de ouro na
região onde será fundada posteriormente Ouro Preto
• Início do séc. XVIII → A descoberta das minas de ouro
desencadeiam uma onda de migração (Bahia, Rio de Janeiro e
outras províncias) e de imigração (principalmente de Portugal):
cerca de 10 mil pessoas por ano.
• Este fluxo de pessoas leva a formação de núcleos urbanos, mas
ainda sem o controle da Coroa.
• 1708 – Guerra dos emboabas
Origem: Conflito pelo controle da região das minas ente paulistas
(pioneiros na exploração da área e que queriam manter o controle
exclusivo da região) e os chamados emboabas (migrantes
estabelecidos na área e grandes comerciantes ligados ao
abastecimento das minas)
Resultado: Os paulistas derrotados abandonaram a região em
busca de outras jazidas, descobrindo-as na região de Goiás e Mato
Grosso (processo de ocupação da região Centro-Oeste)
Conseqüências: Em resposta a Guerra dos Emboabas a Coroa
decidiu criar instituições administrativas para controlar a região.

2. A Coroa e a exploração das minas


• Criação de instituições administrativas: processo de centralização
do poder e controle da extração do ouro pela Coroa.
• Principais medidas:
- Separação da capitania do Rio de Janeiro da região formada por
Minas Gerais/São Paulo (capitânia independente)
- Criação de núcleo urbanos com status de vila (normatização e
controle da população mineradora)
- Constituição do aparelho administrativo fiscal (mecanismo de
controle da produção mineradora e da arrecadação do ouro por parte da
Coroa)
o Regimento de terras (organização das áreas mineradoras) –
privilégios de acesso a concessões das minas pela quantidade de
escravos.
o Impostos reais (arrecadação da quinta parte, ou quinto real)
- Cobrança por batéia (cobrado pelo número de escravos) –
suspenso devido a diversas revoltas
- Criação das casas de fundição (Arrecadação de todo o ouro
extraído e retirada de 20% para a Coroa, o restante era fundido
em barras com selo real)
Objetivo: Evitar o contrabando e garantir a arrecadação da
Coroa.
• 1720 - Revolta de Vila Rica (ou Revolta de Felipe do Santos)
- Motivos: Oposição a criação da casa de fundição na vila de Vila
Rica (Apoio de grandes comerciantes, mineradores e de setores
populares)
- Reação da Coroa: Conde de Assumar comandando 1500 homens
acaba com o motim – Filipe dos Santos (líder popular do levante) é
preso e executado.
• Conseqüências: Aumento do controle real sobre a região
- Criação da capitânia de Minas Gerais
- Estipulação de uma arrecadação anual para cada cidade como
quinto real – 100 arrobas (1500 kg) →pago normalmente até 1762 (nos
anos seguintes a Coroa iria impor a cobrança violenta da cota as
cidades – Derrama)
- 1763 – Transferência da sede do vice-reino para o Rio de Janeiro

3. As relações sociais nas Minas Gerais


• Conseqüências da mineração: Processo de interiorização da
colonização e interligação da economia colonial → redes de
abastecimento das áreas mineradoras:
- São Paulo (produção de alimentos – trigo)
- Bahia/Pernambuco (produção de alimentos – pecuária – e escravos)
- Rio de Janeiro (produtos manufaturados e escravos)
• Região marcada pela opulência (luxo) e pela miséria → riqueza
concentrada nas mãos de uma minoria (atravessadores de gêneros
alimentícios, grandes mineradores e funcionários reais)
• Alto custo de subsistência: grande número de trabalhadores livres
e miseráveis (inflação dos preços na área)
• Utilização de mão-de-obra escrava nas minas (os escravos
compunham mais da metade da população das áreas mineradoras)
• Formação de grandes centros urbanos: Vila Rica (Ouro Preto),
Mariana, Sabará, São João del Rei, etc.
• Sociedade urbana → Cultura hibrida (mescla de elementos
portugueses e africanos, erudito e popular, sacro e profano) – traço
comum não só na região das minas, mas em toda a colônia.
2º Ano
Aula 28: A Crise do Antigo Sistema Colonial

Objetivos: Apresentar os processos históricos que levaram a desestruturação


do Antigo Regime e seus impactos na relação entre Portugal e o Brasil, assim
como a eclosão dos primeiros movimentos separatistas.

Estrutura da Aula:
1. A crise do Antigo Sistema Colonial
2. O Iluminismo e a Reforma Pombalina
3. Inconfidência Mineira e Conjuração Baiana

Planejamento da Aula:
1. A crise do Antigo Sistema Colonial
• Questão Central: O século XVIII é marcado pela Crise do Antigo
Sistema Colonial.
• Impacto das grandes transformações sociais que marcaram esse
período (Iluminismo, Revolução Industrial e Revolução Francesa)
• O declínio do império português
o Período de redefinição do equilíbrio de forças no plano
internacional
- séc. XV e XVI – supremacia de Portugal e Espanha
- séc. XVII e VIII – supremacia de Holanda, Inglaterra e França
o A situação de Portugal nesse contexto:
- Diplomacia de neutralidade (salvaguardar as colônias)
- Estreitamento das relações com a Inglaterra (Tratado de
Methuen - 1703)
o Acordos comerciais (exportação de vinho e importação de
tecidos)
o Acordos políticos e militares (Proteção em relação a França
e Espanha – dinastia do Boubons)
Consequencia: Aumento da dependência portuguesa em relação a
Inglaterra (devido ao processo de industrialização e o descompasso da
balança comercial portuguesa)
2. O Iluminismo e a Reforma Pombalina
• Sec. XVIII: Constituição de uma percepção dentro de Portugal de uma
situação de decadência e atraso em relação aos demais países
europeus. (Perda de possessões coloniais e crise econômica)
• 1750 - Coroação de D. José I – nomeação do Marquês de Pombal
como ministro real.
• Marquês de Pombal: Fortemente influenciado pelas idéias
iluministas (racionalização da máquina administrativa e despotismo
esclarecido)
• Reformas Pombalinas:
Objetivos: Reorganizar a administração portuguesa sobre
princípios racionais
- Criação de Companhias de Comércio (Grão Pará e Maranhão,
Pernambuco)
- Desenvolvimento de manufaturas e da produção agrícola
- Consolidação das fronteiras coloniais
- 1750 – expulsão dos Jesuítas de confiscos dos bens da ordem em
território português
- Reforma da educação – criação de escolas laicas
• 1777 – Com a morte de D. José I assume o trono sua esposa D.
Maria. → Pombal é deposto parte de suas reformas interrompidas.

4. Inconfidência Mineira e Conjuração Baiana


• Contexto político: Movimento Iluminista, Independência dos EUA
Revolução Francesa – Crise do Antigo Regime.
• Conseqüências na América Portuguesa: Formação de movimentos
separatistas na colônia.

a) A inconfidência mineira (1789)


• Região das minas, segunda metade do séc. XVIII: Declínio da
extração de ouro. Dificuldade em pagar o quinto real.
• Ameaça de realização da derrama por parte das autoridades
portuguesa (Ameaça que recaia principalmente sobre a elite
colonial das regiões mineradores - maiores devedores)
• Influencia das idéias iluministas e contestação do antigo regime
→ A maior parte dos inconfidentes havia estudado na Europa e
tiveram acesso a estas obras.
• 1788 - Formação de planos de insurgência contra a Coroa (a ser
deflagrado quando começasse a derrama)
• Programa dos inconfidentes:
- Independência da capitânia de Minas Gerais
- Proclamação de uma república (modelo dos EUA)
• 1789 – Delação de Silvério dos Reis – prisão de todos os
envolvidos na Inconfidência.
• Os lideres são degredados (como Tomáz Antonio Gonzaga),
com exceção do alferes José Joaquim da Silva dos Reis,
conhecido pelo nome de Tiradentes. (Construção posterior de
sua imagem como herói da nação – final do séc. XIX e início do
XX)

b) Conjuração baiana (1798)


• Bahia, séc. XVIII: Declínio da produção de açúcar e do poder
político da elite regional (acentuado após a mudança da sede do
governo-geral para o RJ)
• Movimento fortemente inspirado na Revolução Francesa
(República Jacobina) e de caráter popular (ampla participação
de escravos negros e libertos)
• Programa dos conjurados:
- Independência da capitânia da Bahia
- Proclamação de uma República
- Abolição da escravidão
• 1789 – Lançamento de um panfleto conclamando o povo a
revolta. Os líderes do movimento foram preso, quatro
enforcados e os demais degredados.
2º Ano
Aula 29: A Crise do Antigo Sistema Colonial

Objetivos: Apresentar os processos históricos que levaram a desestruturação


do Antigo Regime e seus impactos na relação entre Portugal e o Brasil, assim
como a eclosão dos primeiros movimentos separatistas.

Estrutura da Aula:
1. A crise do Antigo Sistema Colonial
2. O Iluminismo e a Reforma Pombalina
3. Inconfidência Mineira e Conjuração Baiana

Planejamento da Aula:
1. A crise do Antigo Sistema Colonial
• Questão Central: O século XVIII é marcado pela Crise do Antigo
Sistema Colonial.
• Impacto das grandes transformações sociais que marcaram esse
período (Iluminismo, Revolução Industrial e Revolução Francesa)
• O declínio do império português
o Período de redefinição do equilíbrio de forças no plano
internacional
- séc. XV e XVI – supremacia de Portugal e Espanha
- séc. XVII e VIII – supremacia de Holanda, Inglaterra e França
o A situação de Portugal nesse contexto:
- Diplomacia de neutralidade (salvaguardar as colônias)
- Estreitamento das relações com a Inglaterra (Tratado de
Methuen - 1703)
o Acordos comerciais (exportação de vinho e importação de
tecidos)
o Acordos políticos e militares (Proteção em relação a França
e Espanha – dinastia do Boubons)
Consequencia: Aumento da dependência portuguesa em relação a
Inglaterra (devido ao processo de industrialização e o descompasso da
balança comercial portuguesa)
2. O Iluminismo e a Reforma Pombalina
• Sec. XVIII: Constituição de uma percepção dentro de Portugal de uma
situação de decadência e atraso em relação aos demais países
europeus. (Perda de possessões coloniais e crise econômica)
• 1750 - Coroação de D. José I – nomeação do Marquês de Pombal
como ministro real.
• Marquês de Pombal: Fortemente influenciado pelas idéias
iluministas (racionalização da máquina administrativa e despotismo
esclarecido)
• Reformas Pombalinas:
Objetivos: Reorganizar a administração portuguesa sobre
princípios racionais
- Criação de Companhias de Comércio (Grão Pará e Maranhão,
Pernambuco)
- Desenvolvimento de manufaturas e da produção agrícola
- Consolidação das fronteiras coloniais
- 1750 – expulsão dos Jesuítas de confiscos dos bens da ordem em
território português
- Reforma da educação – criação de escolas laicas
• 1777 – Com a morte de D. José I assume o trono sua esposa D.
Maria. → Pombal é deposto parte de suas reformas interrompidas.

4. Inconfidência Mineira e Conjuração Baiana


• Contexto político: Movimento Iluminista, Independência dos EUA
Revolução Francesa – Crise do Antigo Regime.
• Conseqüências na América Portuguesa: Formação de movimentos
separatistas na colônia.

c) A inconfidência mineira (1789)


• Região das minas, segunda metade do séc. XVIII: Declínio da
extração de ouro. Dificuldade em pagar o quinto real.
• Ameaça de realização da derrama por parte das autoridades
portuguesa (Ameaça que recaia principalmente sobre a elite
colonial das regiões mineradores - maiores devedores)
• Influencia das idéias iluministas e contestação do antigo regime
→ A maior parte dos inconfidentes havia estudado na Europa e
tiveram acesso a estas obras.
• 1788 - Formação de planos de insurgência contra a Coroa (a ser
deflagrado quando começasse a derrama)
• Programa dos inconfidentes:
- Independência da capitânia de Minas Gerais
- Proclamação de uma república (modelo dos EUA)
• 1789 – Delação de Silvério dos Reis – prisão de todos os
envolvidos na Inconfidência.
• Os lideres são degredados (como Tomáz Antonio Gonzaga),
com exceção do alferes José Joaquim da Silva dos Reis,
conhecido pelo nome de Tiradentes. (Construção posterior de
sua imagem como herói da nação – final do séc. XIX e início do
XX)

d) Conjuração baiana (1798)


• Bahia, séc. XVIII: Declínio da produção de açúcar e do poder
político da elite regional (acentuado após a mudança da sede do
governo-geral para o RJ)
• Movimento fortemente inspirado na Revolução Francesa
(República Jacobina) e de caráter popular (ampla participação
de escravos negros e libertos)
• Programa dos conjurados:
- Independência da capitânia da Bahia
- Proclamação de uma República
- Abolição da escravidão
• 1789 – Lançamento de um panfleto conclamando o povo a
revolta. Os líderes do movimento foram preso, quatro
enforcados e os demais degredados.
2º Ano

Aula 30: O Período Joanino (1808 – 1820)

Objetivos: Narrar os episódios que propiciaram a vinda da família real portuguesa


para o Brasil dentro do contexto das guerras napoleônicas. Discutir as transformações
e os impactos da transferência do estado lusitano para a colônia. Apontar os
elementos que levaram ao retorno de D. João VI a Portugal e a deflagração da
independência do Brasil.

Estrutura da Aula:

1. A vinda da família real


2. A interiorização da metrópole
3. A revolução dos Portos e o fim do período Joanino

Planejamento da Aula:

1. A vinda da família real


• 1806 – Bloqueio Continental (contexto das guerras napoleônicas)
• 1808 – Invasão napoleônica – fuga da família real portuguesa e da corte
para a colônia americana (com a proteção da Inglaterra)
• Período Joanino – presença da corte portuguesa na colônia (1808 – 1821)
• O fim do Pacto colonial
- 1808 – Abertura dos Portos (As nações amigas) – medida que atende aos
interesses ingleses.
5. Necessidade de pensar esse tratado como um momento de Ruptura –
Fim do pacto colonial e superação da condição de colônia
(liberdade de comércio para as elites coloniais)
- 1810 – Tratados com a Inglaterra
• Tratado de Aliança e Comércio (24% as nações estrangeiras, 16% a
produtos portugueses e 15% a produtos ingleses)
• Tratado de Aliança e Amizade (Privilégios aos ingleses e restrição
do tráfico de escravos)
• Fim das restrições as colônias a produção manufatureira.

2. A interiorização da metrópole
• A transferência do estado português para a colônia
• Constituição no Rio de Janeiro das instituições do Estado português
• Criação do banco do Brasil (para regular o tesouro real e as finanças
portuguesas)
• Transferência de toda a burocracia metropolitana
- Exército
- Estado Maior português
- Suprema Corte
• 1815 – Com a derrota de Napoleão Bonaparte e a realização do Congresso de
Viena o Brasil é elevado à condição de Reino Unido a Portugal e Algarves
• A política externa Joanina
• Intervenção na Guiana Francesa (retaliação a França)
• Intervenção na região do Rio da Prata (1811 e em 1816) – antiga ambição
portuguesa
• 1821 – Anexação da província cisplatina (Uruguai)

• A Revolução Pernambucana (1817)


• Causas:
- Insatisfação em relação a transferência do eixo político para o sudeste
(RJ);
- Declínio da produção açucareira e os altos custos da manutenção da
corte e de suas campanhas militares;
• Início da revolta em Pernambuco e expansão para Alagoas, Paraíba e Rio
Grande do Norte
• Com o apoio popular nessas províncias os revoltosos proclamaram uma
República
• Intervenção das tropas reais dissolve os revoltosos em 2 meses

3. A revolução dos Portos e o fim do período Joanino


• 1820 – Revolução dos Portos (Portugal) – de caráter liberal e
antiabsolutista – liderada pela burguesia portuguesa;
• Formação das Cortes (assembléia constitucional) para a constituição de
uma monarquia constitucionalista.
Exigência do retorno de D. João VI – diante da pressão ele retorna em 1821,
deixando seu filho, D. Pedro, como príncipe regente doBrasil.
2º Ano

Aula 31: O processo de independência e o primeiro reinado (1822 – 1831)

Nota: Aula para duas entradas

Objetivos: Discutir as principais questões relativas ao processo de emancipação e da


construção do Estado nacional. Neste sentido ressaltar as discussões e tensões entre
os poderes locais o poder central, entre as perspectivas acerca da forma de governo e
os primeiros passos na constituição de uma identidade nacional.

Estrutura da Aula:

1. A independência do Brasil (1822)


2. A constituição do Estado brasileiro
3. A confederação do Equador
4. O conceito de nação e as representações da independência
5. A abdicação de D. Pedro I

Planejamento da aula:

1. A independência do Brasil (1822)


• 1821 - Volta de D. João VI para Portugal
- Cortes de Lisboa → Perspectiva de restituição das estruturas coloniais
(exclusivismo colonial)
- Os representantes da colônia deixam em protesto as cortes de Lisboa
- Pressão para a volta do príncipe regente D. Pedro I

Análise da carta de José Bonifácio

• 1822 – Proclamação da Independência


- Apoio da elite aristocrata e escravista
- Defesa das estruturas monárquicas (diferença das independências da
América Hispânica)
• Guerra de Independência
- Resistência de regiões ligadas ao comércio com Portugal (Salvador – BA e
no Pará)

- Formação de um exército mercenário e manutenção da unidade territorial.

• Homologação da Independência
- 1824 (EUA): Contexto da doutrina Monroe

- 1824 (POR): Pagamento de uma quantia de 2 milhões de libras (empréstimos


em bancos ingleses) e garantia de que nenhuma outra colônia se juntaria ao
Brasil (questão de Benguela)

- 1826 (ING): Renovação dos acordos de 1810

2. A constituição do Estado brasileiro


• Principais questões em discussão (formato de governo)
- Estado liberal vs. Estado absolutista

- Federalismo vs. Centralismo

• 1823 – Formação da Assembléia Constituinte


Constituição da Mandioca (Projeto de Constituição) – proposta dos irmãos
Andrada.

Síntese do projeto:

- Soberania do poder legislativo (o Imperador não poderia dissolver o


legislativos)

- Limitação do poder executivo: Não possuía poder de veto sobre as decisões do


legislativo
- Sistema de voto censitário e indireto

Eleitor Alqueire de Mandioca5

Eleitor de 1º Nivel 150

Eleitor de 2º Nivel 250

Deputado 500

Senador 1.000

• 1824 – Dissolução da Assembléia e outorgação da Constituição por D.


Pedro I

• Divisão em quatro poderes:


- Judiciário

- Legislativo

- Executivo (Imperador)

- Moderador (De posse do Imperador, permitia a intervenção nos demais


poderes)

• Instituição de uma nobreza (instituída pelo governo e não hereditária)


• Catolicismo – religião oficial do Estado
• Voto indireto e censitário
• Criação do conselho de Estado

3. A Confederação do Equador (1824) – a questão da unidade territorial


• Perspectiva “antilusitana” e federalista →Oposição ao texto centralizador
da Constituição
• Principais líderes: Cipriano Barata e Frei Caneca

5
1 alqueire equivale a 24.200 m quadrados.
• Formação de uma junta governamental (apoio de outras províncias do
nordeste)
• Forte repressão do governo do RJ.

4. O conceito de nação e as representações da independência


• Definição do conceito de nação de Benedict Anderson
- Comunidade política (coletivo pautado em relações políticas) imaginada
(pois não é uma relação pessoal), soberana (pois possui seu próprio governo –
Estado) e limitada (possui um território com fronteiras definidas)
• Diferenciação entre Estado nacional e Monarquias da Idade Moderna →
relação entre povo soberano e seu Estado ao invés de súditos de um
monarca.
• Discurso político para legitimar essa ideia → nacionalismo (construção de
uma identidade nacional)
• Processo de independência como marco de fundação para ex-colônias
• Análise dos quadros da independência do Brasil e da figura de D. Pedro I

5. A abdicação de D. Pedro I
Fatores internos:

• Instabilidade política: Conflito entre partidários da independência (brasileiros)


e da reunificação (portugueses) →Importante lembrar que D. Pedro I era
herdeiro do trono português
• Crise da Cisplatina (1825 – 1828): Pesados gastos públicos
• Crise Econômica (1828): Instalação da falência do Banco do Brasil
Fatores externos:

• 1826 – Morte de D. João VI → Crise sucessória do trono português


(envolvimento de D. Pedro nesta discussão)
• 1831 – Devido a pressão de D. Pedro I é obrigado a abdicar em favor de
seu filho (Na época era de menor de idade)
2º Ano

Aula 32: Colonização espanhola

Objetivos: Demonstrar as especificidades da colonização da América Hispânica e


suas principais características; dando ênfase nos aspectos econômicos (tanto a
produção colonial, quanto às formas de trabalho compulsório empregado)

Estrutura de Aula:

1. Economia Colonial
2. Administração Colonial

Planejamento da Aula:

1. Economia Colonial
a) Mineração (bullion, bullionismo)

• Produção de ouro e prata na América Hispânica (1503 – 1660)


- 186 mil quilos de ouro

- 16 milhões de quilos de prata

- Espiral de preços (inflação na Europa)

• Urbanização e mineração (ocupação de zonas interiores)

• 1545 - Minas de Potosi (Bolívia) – descoberta das minas e inicio da ocupação

• 1573 a vila de Potosi conta com uma população de 120 mil habitantes

b) Lavoura Tropical

• Região das Antilhas (Ilhas) e parte da América do Sul


• Principais Produtos:
- Açúcar
- Tabaco
- Anil
- Cacau
c) Formas de trabalho compulsório

• Escravidão (Indígena, mas principalmente Negra) - Trabalho nas lavouras


(Principalmente Antilhas e Venezuela)
• Encomienda (instituição de origem Ibérica) - Posse das populações
indígenas (direito de usufruto de seu trabalho, argumento religioso)
• Mita (instituição de origem Pré-Colombiana) - Tributo Sazonal em forma de
Trabalho (arregimentação do trabalho)

2. Administração Colonial
a) Divisão administrativa (Recurso digital da Moderna plus)
• Vice-Reinos
- Nova Espanha

- Peru

- Nova Granada

- Rio da Prata (1776)

• Capitanias
- Cuba

- Guatemala

- Venezuela

- Chile

b) Principais órgãos administrativos

Órgãos responsáveis pela política Colonial

• 1503 – Casa de contratação de Sevilha (organização do fluxo comercial)


• 1524 – Conselho Real e Supremo das Índias (idealizador da política
colonial)
Órgãos Coloniais

• Vice-Reinos e Capitanias (órgãos administrativos)


• Audiências (órgão judicial)
• Cabildo (órgão político regional, câmara municipal)

Hierarquia da administração colonial espanhola

• Chapetones ou Peninsulares: Homens nascidos na Espanha e mandados


pelo Rei para assumir os principais cargos da administração colonial.
• Criollos: Elite colonial nascida na colônia (poder local), proibida de
assumir os principais cargos administrativos da colônia.

Características da política colonial Hispânica.

• Forte domínio Metropolitano (rígida legislação colonila)


• Sistema de Porto Único:
- Portos Americanos: Vera Cruz (México) ;Tierra Firme (Panamá);
- Porto Belo (Istmo) Porto na Espanha (Cadiz/Sevilha)
2º Ano

Aula 33: A independência da América Hispânica (América do Sul)

Objetivos: Discutir o processo de independência das colônias hispânicas, tendo como


ênfase a independência das Colônias da América do Sul. Debater o processo de
formação dos Estados Nacionais, suas especificidades e a questão das identidades
nacionais desencadeadas pelas guerras de independência.

Estrutura da aula:

1. As colônias espanholas na Crise do Antigo Regime.


2. As Guerras de Independência

Planejamento da aula:

1. As colônias espanholas na Crise do Antigo Regime.


• Situação periférica da Espanha em relação as principais monarquias
européias (Inglaterra e França) – Monarquia Absolutista e com uma economia
agrária
• Dinastia Bourbon – Carlos III e a Reforma administrativa (baseado nas idéias
Iluministas e na preocupação de racionalizar as estruturas econômicas do Império)
– arrecadação de tributos e controle da administração
• Tensões internas – descontentamento da elite Criolla ( em relação aos
chapetones e a Coroa) e da população pobre (a questão da terras e dos tributos
para as populações indigenas e questão da liberdade para os escravos negros)
• Independência dos EUA (1776)
• Levantes criollos e populares (Levante de Tupac Amaru – Peru – 1780/1781)

2. As Guerras de Independência
a) O contexto histórico
• 1808 - Invasão Napoleônica a Península Ibérica e deposição do rei
espanhol (José Bonaparte é declarado rei de Espanha) – Crise de
legitimidade.
• 1810 - Formação da junta governamental de Cadiz (ESP) → Reação nas
colônias e formação de juntas governamentais nos principais cabildos
(elite Criolla).

b) Independência de Nova Granada (Colômbia, Panamá, Venezuela e Equador)


• 1811 – Lutas pela Independência da Venezuela por Franscisco Miranda
• 1812 – Forte repressão espanhola e um terremoto abalam o movimento
(uso político por parte da Igreja) → com a deportação de Miranda, o jovem
Simón Bolívar assume o comando das tropas.
• 1813 – Devido a pressão das tropas realistas Simon Bolívar é obrigado a
fugir da Venezuela e se exila no Haiti. (retomada da luta por independência)
• Análise de documento: Carta da Jamaica, Simón Bolívar (1815)
• Retorno à Venezuela - Independência em 1819

c) Independência do Rio da Prata


• 1806-1807 – Tentativa de invasão inglesa a Buenos Aires (Os invasores
são rechaçados por tropas criollas)
• 1810 – Formação da junta governamental de Buenos Aires (1811
consolidação da Independência do Vice Reino do Prata – Paraguai consolida a
junta governamental sob as ordens de Gaspar Rodriguez Francia, inicio do
fechamento)
• 1812 – Chile proclama independência (em 1814 as tropas realistas vindas do
Peru retomam o controle)
• 1815 – O Uruguai torna-se independente sob a liderança de José Gervasio
Artigas
• 1816 – (Argentina) – Congresso de Tacumán e o rompimento definitivo
com a Espanha (exercito de San Martin)
• 1817 – Exercito de San Martin atravessa os Andes e liberta o Chile, quem
assume o poder é Bernardo O´Higgis - (1817 – 1820) Preparação para a
campanha do Peru

d) O Vice reino do Peru


• Centro do Poder Espanhol na América do Sul
• 1820 – Ataques de Bolívar e de San Martin
• 1821- A capital Lima é tomada
• 1822 – Em Guaiquil San Martin entrega suas tropas a Bolívar e exila-se
na Europa (Fim das guerras de Independência na América do Sul)
2º Ano

Aula 34: História da América – A formação dos Estados Nacionais na América Latina.

Objetivos: Apresentar um panorama da situação da América Latina pós-


independencia, expor os projetos unitaristas e a fragmentação da América hispânica,
tendo como objetivo principal demonstrar o processo de formação dos Estados
nacionais.

Estrutura de Aula:

1. Projetos Unitaristas
a) Bolívar e a Grã-Colombia

b) Buenos Aires e as Províncias Unidas do Prata

2. Caudilhismo e fragmentação da América hispânica


3. Representação social e os libertadores da América

Planejamento de Aula:

1. Projetos Unitaristas
Panorama político pós independência:

• Herança das estruturas coloniais (Exército, Igreja) e do reformismo dos


Reis Bourbons.
• Necessidade de se estruturar politicamente os Estados independentes.
• Embate político pós-independência influenciado pelas idéias e modelos
Europeus → Monarquia constitucional inglesa (sobretudo para os setores
mais conservadores) ou República derivada do modelo da Revolução
Francesa e da estrutura federalista dos EUA (setores liberais).
• Prevalece Estados com sistemas de governo republicanos.
• A questão central passa a ser: A manutenção da unidade territorial e poder
político centralizado (Centralismo – posição defendida por Bolívar) vs.
Fragmentação territorial e descentralização do poder político
(Federalismo)

a) Bolívar e a Grã-Colombia
- 1819 – Independência de Nova Granada (Colômbia, Venezuela e Equador) →
Bolivar e o projeto unitarista

- 1826 – Congresso do Panamá (Bolívar apresenta a sua tese de uma grande


América)

- 1830 – Morte de Bolívar e desmembramento da Grã-Colombia

b) Buenos Aires e as Províncias Unidas do Prata

- 1811 – com a independência do vice-reinado do Prata há a divisão e perda


de controle de Buenos Aires do Paraguai (Rodriguez Francia), Uruguai
(Artigas) , e do Auto Peru (Bolívia, Peru, Chile)

2. Situação da América latina no pós-independência


• Questão central: Por que os projetos unitaristas não deram certo?
• Resposta está nas transformações econômicas e políticas advindas das
guerras de independência.
a) Política
• Desarticulação das estruturas políticas coloniais
• Questão da legitimidade dos governos (de onde provem o poder do
Estado?)
• Principais correntes políticas (1810 – 1860): Conservadores (Centralismo)
vs. Liberais (Federalismo)
• Um novo grupo proveniente das guerras de independência: os Caudilhos
→ provenientes do movimento de militarização e do campo e ruralizarão
da sociedade;
• Surgimento de lideres regionais com rede de poder estabelecido nas
alianças pessoais.

b) Economia
• Destruição e desestruturação das zonas de produção econômicas em
decorrência das guerras de independência.
• Entrada dos produtos ingleses nos mercados dos Estados latino-
americanos (1809) Rio da Prata, (1817) Cuba e Porto Rico, (1818) Chile,
(1821) Peru e Chile.
• Endividamento destes países devido a aquisição de créditos no
estrangeiro

3. Representação social e os libertadores da América


• O conceito de representação social
- Representação: Apresentar de novo;

- Representação social: Formas (ideias, conceitos) socialmente


construídas (resultado das relações sociais) utilizadas pelos indivíduos
para compreender o mundo que o cerca.

- Representação social e história: caráter histórico das representações


sociais (constituído nas relações sociais) → rearticulação da narrativa
histórica e construção de novas representações sociais.

• Análise dos quadros do “Libertadores da América” →Construção do caráter


heroico de Bolivar e San Martin quando os problemas internos dos Estados
Nacionais da América Hispânica tinham se resolvidos
• Hugo Chaves e a reapropriação da imagem de Bolívar (Como herói, como
Revolucionário e parte da retórica anti-imperialista)
2º Ano
Aula 35: História do Brasil – A regência (1831 – 1840)
Obs: Aula para 3 entradas

Objetivos: Debater os principais eventos do período regencial, tendo como


ponto de partida os conflitos ligados a construção de uma unidade política
baseada no conceito de Estado-nação. Investigar os principais atores e forças
políticas ligadas a esse processo, assim como os diversos projetos de Estado
ligado a esses grupos. Nesse sentido daremos ênfase primeiro a
caracterização das forças políticas e sua atuação no governo regencial. Após
isso, trabalharemos com os movimentos e insurreições que colocaram em
questão (total ou parcial) o projeto de unidade política do estado brasileiro.
Encerraremos com a restituição do Imperador e o golpe da maioridade.

Estrutura da Aula:
1. A instituição da regência e os grupos políticos
2. O avanço liberal
3. As revoltas regenciais
4. Consolidação da unidade imperial
5. A construção da nação

Planejamento da aula:

1. A instituição da regência e os grupos políticos.


• 1831 – D. Pedro I abdica em nome de seu filho para assumir o trono
Português (Por ser menor de idade - 5 anos – D. Pedro II não poderia
assumir o trono até completar 18 anos)
• Formação de um governo regencial até a maioridade do imperador
(O governo regencial assumia a função de poder executivo em nome
do imperador, o poder moderador ficava a cargo do legislativo)
• Primeiro período do governo regencial: Regência Trina (1831 –
1835) - Regência provisória (1831): Franscisco da Silva, Nicolau
campos Vergueiro e Carneiro de Campos - Regência trina (1831 –
1835): Franscisco da Silva,Bráulio Muniz, Costa Carvalho
• Estrutura de classe das elites políticas
a) Elite da corte: formado principalmente pelos funcionários do Estado
(remanescentes da corte de D. João VI e parte da comunidade
lusitana que havia permanecido no Brasil)
• denominados de restauradores: Defendiam a reunificação do
Brasil ao reino de Portugal por D. Pedro I. Perdem a força após a
morte de D. Pedro I em 1834 e se unem ao grupo dos
conservadores
b) Grandes proprietários de terra e escravistas: grupo formado
principalmente pela elite nordestina e ligados em grande parte aos
comerciantes internacionais. (exportação de açúcar e tráfico de
escravos)
• Denominados de conservadores: Buscavam a manutenção das
estruturas sociais de poder (tanto política,quanto econômica),
durante a regência passam a defender um governo cada vez mais
centralizado.
c) Elite agrária do Rio de Janeiro e São Paulo (grupo social em
ascensão, formado por tropeiros e produtores agrícolas para o
mercado interno, assim como os primeiros cafeicultores) +
Camadas médias urbanas (profissionais liberais) e forças milicianas
locais
• Denominados de liberais: Um grupo bastante heterogêneo que
possuía como elemento comum, no campo político, a defesa de
uma maior autonomia das províncias, pautada em órgãos locais
de poder e sustentados pela tributação provincial.
• Síntese do período de 1831 – 1834: Período de intensa disputa
entre os grupos políticos devido a projetos diferentes para o
Estado brasileiro. Aos poucos os liberais vão impondo
mudanças na estrutura de governo.

2. O avanço liberal
a) Antecedentes:
• 1831: Criação da Guarda Nacional – milícias locais sob o comando das
elites regionais (formação do coronelato e regionalização da força
pública)
• 1832: Código de Processo Criminal: Aos juízes de paz (escolhidos
pelas elites locais) era entregue o controle do aparelho policial
b) O ato adicional (1834)
• É instituída a regência una
• Autonomia das províncias (criação das Assembléias Provinciais)
• Eliminação do Conselho de Estado
• Suspensão do Poder Moderador

3. As revoltas regenciais
Aspectos gerais:
• São processos heterogêneos, mas que em seu conjunto demonstram
que a unidade territorial foi constituída através de violentos
embates entre forças locais e governo imperial.
• Muitas delas tiveram como início como levantes das elites locais e
tornaram-se movimentos populares → em todos os casos em que
isso acontece temos o afastamento das elites locais das lutas.
• Análise a partir do quadro síntese

a) Revolta dos Malês (Bahia, 1835)


• Cidade de Salvador e Recôncavo Baiano – região tradicionalmente
ligada a produção de açúcar, população formada majoritariamente
por escravos e negros libertos. (Mais de 80% da população)
• Malês →escravos sudaneses (muçulmanos, letrados e com fortes
laços comunitários apesar da escravidão)
• 1834/35 – organização de uma conspiração para organizar um
levante dos escravos malês e tomar a cidade de Salvador (estavam
excluídos todos os escravos e negros não muçulmanos)
• O movimento explode no dia 25 de Janeiro de 1835 (forte repressão
por parte das autoridades – medo de um novo Haiti)
b) Cabanagem (Pará, 1835 – 1840)
• A região constituía, desde a independência, um foco de resistência
ao governo central →Oposição das elites locais aos presidentes de
província impostos pela regência
• Com o ato adicional (1834) e a truculência do presidente da província
Bernardo Lobo e Souza a elite regional apoiada pelas camadas
populares (cabanos – população ribeirinha) depõem o governo.
• A radicalização do processo, devido a participação popular, levam a
uma divisão do movimento e o afastamento das elites locais –
Eduardo Angelim (jornalista radical) assume a liderança dos cabanos
e proclama a independência do Pará.
• Aliança entre as tropas enviadas pela regência e as elites locais
(Guarda Nacional) levam a derrota a Cabanagem, assim como a
prisão e execução dos envolvidos.

c) Balaiada (Maranhão, 1838 – 1841)


• Movimento heterogêneo – inicia-se como uma disputa de líderes
locais pelo poder da província
• O envolvimento das camadas populares (Como o líder Manoel
Francisco dos anjos, artesão de cestos) leva a um afastamento das
elites locais e a radicalização do movimento – busca de melhores
condições de vida
• A falta de um movimento unificado e a forte repressão do poder
central levaram ao controle do movimento e pacificação da província.

d) Sabinada (Bahia 1837 – 1838)


• Situação de Salvador na Regência: perda da importância política no
cenário nacional.
• 1837 – A insatisfação em relação ao governo regencial
(principalmente ligado ao recrutamento para a Guerra dos Farrapos)
leva a um levante urbano da população de Salvador
• Movimento liderado por Franscisco Sabino da Rocha Vieira (médico-
cirurgião) → Proclamação da República Baiana (até a maioridade do
imperador – caráter legitimista)
• Movimento reprimido pelas

e) Guerra dos Farrapos (Rio Grande do Sul e Santa Catarina, 1835 – 1845)
• Características da ocupação da região Sul (área fronteiriça)
- Economia: Pecuária e produção de charque – controlada por
grandes proprietários de terras e criadores de gado no Rio Grande
do Sul e Uruguai (estancieiros)
- Político: Interesses do governo brasileiro em manter a influência
sobre a Região do Prata (Uruguai), consolidada pela defesa da
fronteira pelos estancieiros gaúchos (comandantes de milícias locais)
• Origem da Guerra dos Farrapos: movimento organizado e liderado
pelos grandes estancieiros
• Motivos:
- Maior autonomia em relação ao poder central (RJ)
-Proteção a importação do charque argentino
- Extinção da taxa cobrada sobre o gado proveniente das fazendas
no Uruguai.
• A Revolta:
- Liderados por Bento Gonçalves os estancieiros do rio Grande do Sul
tomam a cidade de Porto Alegre e proclamam a República de Piratini
(Participação de Giusepe Garibaldi)
- O movimentos se expande para Santa Catariana e em 1839 é
proclamada a República Juliana.
- Importante: A força dos farrapos estava justamente nas miliciais
controladas pelos estancieiros gaúchos
• Fim dos Conflitos (1845):
- Mobilização de forças da guarda nacional de outras regiões e
recrutamento em todo o Brasil – Vitórias militares.
- Acordo de Paz e concessões aos líderes farrapos
o Perdão imperial aos líderes farrapos.
o Incorporação dos exército farrapo ao exército nacional.
o Medidas protecionistas a importação do charque.

4. Consolidação da unidade imperial


• (1835 – 1840) – Período da Regência Una → caracterizado pelo
enfraquecimento dos liberais no governo regencial (entre 1835 e 1837 a
regência é ocupada pelo Padre Feijó. A incapacidade de conter as
revoltas regências leva-o a renuncia em 1837)
• (1837 – 1840) – Política do regresso (conservador e centralizador) –
regência de Pedro Araujo Lima.
• 1840 – Lei de interpretação do Ato Adicional (Limitação da autonomia
das Províncias, restabelecimento do Conselho de Estado)
• 1840 – Golpe da Maioridade (elevação ao trono de D. Pedro II e
restabelecimento do poder moderador) → curiosamente o golpe da
maioridade foi uma articulação liberal a tentativa de retomar seu prestígio
político.
• 1841 – Reforma do Código de Processo Criminal e da Guarda Nacional
• Síntese do período: Processo de centralização do poder político em
torno da monarquia, fortalecimento do Estado e manutenção da
unidade territorial.

5. A construção da nação
• Questão central: O que é a nação brasileira? (questão de identidade)
• Poder do Estado →Representação da Nação
(Questão de legitimidade)
• Importante: Nação como comunidade política imagina (criação histórica
e não algo natural)
• Principais problemas (século XIX)
- Parte da população era formada por escravo e não era considerada como
parte da nação brasileira (mais de 50%)
- A população de origem indígena não se via como integrante da nação
brasileira e nem possuía este estatuto perante ao Estado (outra relação de
identidade e concepção de território)
- Parte considerável da população livre era excluída da ação política devido
ao caráter censitário do voto.
• Tentativas de construção de uma identidade.
- Criação do IHGB (1838) → Produção intelectual com o objetivo de definir a
geografia e a história nacional.
- Em 1840 o IHGB promove um concurso sobre um plano para a construção
da História nacional →vencido pelo naturalista alemão Carl Von Martius
- Von Martius e a construção de uma idéia de história baseada nos
pressupostos românticos (a historio do povo), a formação da concepção das
três matrizes étnicas brasileiras e a defesa da monarquia (questão da
civilização e da instituição política)
- O Romantismo brasileiro e a construção de uma identidade em prosa e
verso – Gonçalves Dias, José de Alencar, etc. (o movimento indigeanista)
- Franscisco Adolfo Varnhagen: autor de História Geral do Brasil (1854 –
1857) – construção da cronologia política da história nacional e da idéia das
bases nacionais no período colonial (ancestralidade da nação)
2º Ano

História do Brasil

Aula 36: O Segundo Reinado (1840 – 1889): A política no 2º Império e o Café.

Objetivos: Discutir o panorama político que caracterizou o 2º Reinado, denominado


tradicionalmente pelo termo Parlamentarismo as avessas, ressaltando o processo de
centralização política levado a cabo pelo imperador D. Pedro II. Apresentar a
constituição da produção cafeeira, suas etapas e principais características tanto na
região do Vale do Paraíba, quanto do Oeste Paulista.

Estrutura da Aula:

1. A política no 2º Império
2. O Café e a economia brasileira
a) A cafeicultura no Vale do Paríba
b) O Oeste paulista
Planejamento da Aula:

1. A política no 2º Império.
• 1840 – Golpe da Maioridade (restituição da figura do Imperador) e “Política do
Regresso” (Processo de centralização política)
- Restabelecimento do Conselho de Estado
- Modificação do Código de Processo Criminal (1841) → o aparelho
administrativo/judiciário volta ser controlado pelo poder central
- Modificação da Guarda Nacional (O oficialato passa a ser indicado pelo
poder central) → responsável apenas pela manutenção da ordem e defesa
interna → passa a ser do Exército a responsabilidade de proteger as fronteiras
e atuação em questões internacionais.
• Reorganização das elites e do poder político (reação ao processo de
centralização iniciado por D. Pedro II)
- 1842 → Levantes Liberais (Elite agrária de SP, MG e RJ)
- 1848 → Revolução Praiera (Encabeçado pelo Jornal liberal Diário Novo
localizado na R. da Praia em Recife) – Movimento de caráter
predominantemente liberal e urbano (Mas com traços do socialismo
oweanista e proudhonista)
o Caráter antilusitano (controle do comércio)
o Defensores do federalismo e da abolição do poder Moderador
o Defesa do Sufrágio Universal
• A estrutura política (“Parlamentarismo as avessas”)
- Formação do Partido conservador (Elites do Norte, Nordeste e burocracia
da Corte) e do Partido Liberal (Elites de SP, MG e RS)
- 1847 → Criação do Conselho de Ministros (escolhido pelo Poder
Executivo, seria presidido pelo presidente do Conselho e deveria contar com o
apoio do Imperador e da Câmara)
- Importante: O Imperador tinha, através do Poder Moderador, a
possibilidade de dissolver o Conselho de Ministros sempre que desejasse.
Por isso esse sistema de governo foi chamado de parlamentarismo as
avessas.
- Conselho de Ministros → Espaço de disputa entre Liberais e
Conservadores ao longo do 2º Império. Uso por parte do Imperador do
Conselho de ministro para manipular os dois partidos. Foram 36 gabinetes
em 50 anos. (média de 1 ano e três meses)

2. O Café e economia brasileira


• 1727 – introdução das primeiras mudas de Café no Pará (Francisco de Melo
Palheta) – inicialmente o Café foi plantado como planta ornamental ou em
pequena escala.
• 1760 – Primeiras fazendas de Café para a exportação ao entorno do Rio de
Janeiro (Toda a área ao entorno da capital é transformada em plantações de
Café)
a) A cafeicultura no Vale do Paraíba.
• O café se torna no decorrer do século XIX o principal produto de exportação
do país (principais compradores: EUA e Europa)
• A produção cafeeira necessitava de investimentos significativos( agricultura
perene/quatro anos para a primeira colheita) e de terras em abundancia (plantio
intinerante)
• Expansão da produção cafeeira para a Região do Vale do Paraíba fluminense
(principal centro: Vassouras) e posteriormente paulista (principal centro: Bananal)
• Produção cafeeira dentro da estrutura de plantation
- Grandes propriedades
- Mão-de-obra escrava
- Monocultura voltada para a exportação (produção escoada pelo porto do Rio
de Janeiro e depois pelo porto de Santos) →comissários: figura central que
atuava como mediador entre o produtor de café e as empresas de exportação de
café (controladas pelo capital estrangeiro)
• Constituição de uma poderosa elite cafeicultora na região do Vale do Paraíba,
com transito na corte imperial (poder político) e possuidora de títulos de
nobreza (Os Barões do Café)

b) O Oeste Paulista.
• Expansão das áreas ocupadas pelas plantações de café a partir de 1850
(Região Oeste do Estado de São Paulo → Campinas, Rio Claro, Araraquara,
Catanduva, Piraçununga, Riberão Preto)
• Importante: A expansão da produção do café no Oeste paulista se dá dentro
de novos parâmetros econômicos, já dentro da lógica capitalista.
• Disponibilidade de terras para a expansão cafeeira (Características
geográficas favoráveis → Planalto paulista e a Terra Roxa)
• Disponibilidade de Capitais (capital liberado como fim do tráfico de escravos)
• Introdução de novas tecnologias na produção do café (arado e despolpadora) e
no transporte (construção da malha ferroviária)
• Introdução de mão-de-obra livre imigrante.
2º Ano

História do Brasil

Aula 37: O Segundo Reinado (1840 – 1889): O fim do tráfico de escravos e a Lei de
Terras

Objetivos: Apresentar o processo que levou ao fim do tráfico de escravo, as


implicações desta medida, assim como sua profunda ligação com a Lei de Terras,
promulgada no mesmo ano. Debater a questão da transferência do trabalho escravo
para o trabalho livre dentro do contexto do cativeiro da terra. Relacionar toda essa
conjuntura ao processo de imigração.

Estrutura da Aula:

1. O café e a cultura afro-caipira


2. O fim do tráfico de escravos
3. A Lei de Terras
4. Trabalho livre e imigração

Planejamento da Aula:
1. O Café e a cultura afro-caipira
• Século XVIII e XIX → Importante fluxo de escravos para a região sudeste: séc.
XVIII (região das Minas Gerais) e séc. XIX (plantações de café do Vale do
Paraíba fluminense e paulista)
• Escravos provindos de uma mesma região: África centro-meridional
(Angola, Congo e Moçambique) e pertencentes a um mesmo grande grupo
étnico (Banto: mas com grande diversidade interna)
• Constituição de manifestações culturais banto na região de Minas Gerais,
Rio de Janeiro e São Paulo → Como estas manifestações se desenvolveram
predominantemente nas áreas rurais (principalmente nas regiões de
produção de café) podemos denominá-las de manifestações afro-caipiras.
• Duas dimensões destas manifestações: uma intra-comunitário (de terreiro,
ex: jongo, batuque, candombe) e outra para a execução pública (de cortejo.
Ex: Reisados, congadas, etc.)
• Observação do vídeo do grupo Cachuera! (link:
http://www.cachuera.org.br/cachuerav02/index.php?option=com_content&view=arti
cle&id=129:ingomasbatuquesdeterreiro-&catid=78:osfiosdatrama&Itemid=59)

• Características gerais destas manifestações: reverência à ancestralidade


espiritualizada, a sacralidade dos tambores e o poder atribuído à fala de
mobilizar forças vitais.

• Análise de letra de Jongo, prática do Jongo. (procurar letra e música)

2. O fim do tráfico de escravos


Importante: O trabalho escravo era a base da economia brasileira desde o período
colonial. O tráfico de escravos com as colônias portuguesas na África era fundamental
para manter o mercado brasileiro abastecido de mão-de-obra escrava.

a) A Inglaterra e o tráfico de escravos


• Séc. XVIII → A Inglaterra desempenhou papel central no tráfico de
escravos, controlando diversas rotas de comércio e abastecendo
principalmente as colônias espanholas e suas colônias na América do Norte.
• Séc. XIX → Torna-se a principal nação a se opor ao tráfico de escravos
(contrária ao comércio de escravos e não a escravidão de maneira geral)
Motivos:
- Interesses coloniais britânicos na África (O tráfico de escravos afetava as
atividades comerciais locais)
- Interesse em liberar o capital preso no tráfico de escravos para o consumo
de seus produtos industrializados (Contexto da Revolução Industrial)
• Pressão inglesa no século XIX para o fim do tráfico de escravos para o
Brasil (Sistema Atlântico Sul) → Tal pressão aparece em diversos tratados
comerciais entre Brasil e Inglaterra neste período
- 1810 – Tratado de Comércio e Amizade (Assinado por D. João VI)
- 1831 – Acordo para ratificar a independência do Brasil em troca da
extinção do tráfico de escravos em 15 anos (Assinado por D. Pedro I e sem
eficácia – lei para inglês ver)
• 1845 – Parlamento inglês decreta o ato Bill Alberdeen (Autorização do
governo inglês para autuar e afundar qualquer navio negreiro encontrado)
b) A questão da mão-de-obra e a lei Eusébio de Queiróz
• Conseqüências da pressão inglesa pelo fim do tráfico de escravos:
- Aumento do número de escravos traficados na década de 1840
(possibilidade do fim do tráfico e expansão da economia cafeeira.
- Aumento dos preços dos escravos (1843 – 1847 um escravo custava
550$000 já em 1850 – 1857 ele passa a custar 1:177$000)
• 1850 – O governo brasileiro aprova a lei Eusébio de Queiroz (Fim do tráfico
de escravos)
• Conseqüências da Lei Eusébio de Queiroz:
- Liberação do capital aplicado no tráfico de escravos (principalmente a partir
de 1870)
Importante: O escravo era considerado como mercadoria na ordem
colonial, ou seja, como renda capitalizada (nº de escravos como indicativo da
riqueza de um senhor)
- Crise de mão-de-obra (A expansão da lavoura cafeeira criou uma demanda
por mão-de-obra. O fim do tráfico de escravos coloca em xeque o modelo
escravista e, a longo prazo, condena a própria escravidão) → Soluções
paliativas: Tráfico interprovincial (Das províncias do Norte e Nordeste para o
Sul) e criação de fazendas de procriação.
• Como resolver a questão da falta de mão-de-obra para a lavoura cafeeira em
expansão? →Introdução do trabalho livre.
• Questão chave: “Enquanto o trabalho escravo se baseava na vontade do
senhor, o trabalho livre teria que se basear na vontade do trabalhador” (José
de Souza Martins. O cativeiro da terra. pp. 18)
• Síntese:
- Para o ex-escravo a liberdade era não trabalhar (para alguém)
- Para o trabalhador livre, seu trabalho é condição de liberdade (ideal da
carreira aberta ao trabalho e a possibilidade de ascensão social através do
trabalho)
• Resolução da questão da mão-de-obra: Imigração européia (Espanhóis,
Portugueses, Italianos, Alemães, etc.)

3. A Lei de Terras
• Antecedentes da Lei de Terras
- Período Colonial: Aquisição de terras a partir da doação da Coroa (Sistema de
Semarias) → modelo fundiário baseado na grande propriedade
Importante: Diferenciar posse de propriedade privada (a terra não possuía valor
enquanto mercadoria)
- Período pós-independência (1822 – 1850): A inexistência de uma legislação
específica levou ao processo de aquisição de terras através de quatro formas:
Doação, herança, compra e ocupação (principalmente por trabalhadores livres
pobres)
• 1850 - Aprovação da Lei de Terras (instituição da propriedade privada da
terra) → Homologação das sesmarias como títulos de propriedade.
• Análise do Documento
a) Preambulo → Qual o objetivo da Lei? (legislação sobre as terras devolutas,
pertencentes ao império)
b) Artigo 1º → O que diz? Como se dava a aquisição de terras antes? Como se
dá a aquisição d aterra a partir dessa lei (Instituição da propriedade privada da
terra)
c) Artigo 2º → O que determina esse artigo? Quais as medidas punitivas?
(Proteção da propriedade privada – a partir da lei só seria considerado
proprietário da terra quem tivesse a escritura da terra – documento de compra
– construção de um instrumento legal contra diversos posseiros – este artigo
dá margem ao processo de grilagem de terras ligado a falsificação de
documentos)
d) Artigo 15º → Com relação a aquisição de novas terras, o que diz? (Instrumento
que facilitava o processo de concentração fundiária.)
• Objetivos da Lei de Terras:
- Impedir o acesso a terra de ex-escravos, homens livres e imigrantes.
- Manutenção do poder dos grandes fazendeiros sobre a terra e, portanto,
sobre a mão-de-obra (Cativeiro da terra)

4. Trabalho livre e imigração


• 1846 - 1º experiência com trabalhadores livres imigrantes → 364 famílias
suíças e alemãs trazidas pela Vergueiro & Cia
• Implantação do sistema de parceria: A viagem do colono e sua família eram
pagas pelo proprietário da fazenda e era concedido a eles uma parcela das
terras para cultivar mudas de café. Em troca deveriam dar uma parcela da
produção (metade da 1ª colheita), mais a divida contraída pela viagem e
estadia (corrigida em geral com 6% de juros)
• Nas fazendas em que se implantaram o sistema de parceria coabitaram
trabalhadores imigrantes e escravos.
• 1856 – Sublevação dos colonos da fazenda - processo seguido em outras
regiões (insatisfação dos colonos em relação as condições de trabalho, ao
tratamento dado a eles pelos cafeicultores, e as dívidas contraídas)
• Década de 1870 – intensificação do problema da falta de mão-de-obra para
a produção cafeeira (avanço da campanha abolicionista)
• Atuação do governo imperial e incentivo a imigração (Imigração
subvencionada pelo governo)
• Introdução do sistema de colonato:
- Pagamento fixo pelo trato do café (salário)
- Pagamento adicional proporcional a quantidade de café colhido
- Produção direta de alimentos como meio de vida e possibilidade de
comercializar o excedente agrícola pelos próprios trabalhadores (Parte do
processo de plantio do café)

Imigração européia e o discurso eugenista do branqueamento da população


(Contexto do século XIX)
2º Ano

História do Brasil

Aula 38: O Segundo Reinado (1840 – 1889): A crise da Monarquia

Objetivos: Debater as principais transformações sociais e políticas nas ultimas


décadas do século XIX. Apresentar os principais conflitos nos quais o governo imperial
se viu envolvido. Destacar a formação de novas forças políticas na sociedade
brasileira, assim como apontar os principais fatores que levaram a crise da monarquia
e a proclamação da República.

Estrutura da Aula

1. Capitalismo e Modernização
2. A Guerra do Paraguai e o exército
3. Movimento Republicano e abolicionista

Planejamento da Aula:
1. Capitalismo e Modernização
• 1844 – Tarifa Alves Branco: elevação das tarifas alfandegária a produtos
importados, 30% a produtos sem similares e 60% a produtos similares aos
nacionais (retaliação a preção inglesa contra o tráfico, abolida em 1860 por
pressão dos cafeicultores)
• (1850 – 1875) Desenvolvimento de setores industriais ligados a produção
cafeeira e no setor de serviços e infra-estrutura. → Surto industrial
• Abundância de capital disponível no mercado:
- Capital liberado pelo fim do tráfico de escravos
- Capital estrangeiro (sobretudo inglês)
• Montagem da malha ferroviária (ligada a expansão da produção de café)
Importante: 1852: Decreto de privilégio de zona (concessão de terras marginais
as ferrovias) e garantias de juros (concessão de créditos)

- Ferrovia Santos/Jundiaí (1868) – Companhia São Paulo Railway (capital


estrangeiro)
- Companhia Paulista de Estradas de Ferro / Companhia Sorocabana/
Companhia Mogiana,etc. (capital cafeeiro)
• Barão de Maua e o surto industrial → Irineu Evangelista de Souza,
trabalhava em uma empresa importadora inglesa da qual tornou-se
posteriormente sócio → a partir de empréstimos ingleses montou diversas
empresas como uma fundição de ferro, uma empresa de navios a vapor,
serviço de iluminação a gás, ferrovias e bancos. →Com a perda do apoio do
governo imperial e a crise finaceira de 1875 pede falência.

2. A Guerra do Paraguai e o exército


a) Antecedentes:
• O Paraguai no séc. XIX:
- Separação da região da República Unida do Prata → movimento liderado por
Gaspar Francia e apoiado pelas elites rurais regionais (caudilhos) → Contexto
da fragmentação política da América Latina.
- Economia: Estatização da economia baseada na produção agrícola de
erva mate (fazendas do Estado controladas pela elite aristocrata regional)
- Política: Ditadura personalista (Formalmente uma república): Gaspar
Francia → Carlos Lopes (responsável pelo início da modernização do
Paraguai) e Solano Lopes
• Os conflitos políticos na América do Sul
- década de 1850: fim dos atritos entre o Império Brasileiro e a República
argentina
- Disputa de fronteiras entre Brasil e Paraguai (Fronteira do Mato Grosso e
acesso ao rio Paraguai)
- Impasse político entre Paraguai e Argentina (Navegação pelo Rio da
Prata e cobrança de tarifas alfandegárias)

b) A guerra (1864 – 1870):


• 1864 – Ataque paraguaio ao território brasileiro (início da Guerra do
Paraguai)
• 1865 – Formação da Tríplice Aliança (Brasil, Argentina e Uruguai) →
Comando exercido inicialmente pela Argentina e depois passado para o Brasil.
• Organização de um exército regular no Brasil (formação de um grupo de
oficiais e modernização dos equipamentos) → a necessidade de mais
homens no front leva ao recrutamento forçado nas cidades e de escravos
(com a promessa de alforria ao final da guerra)
• 1870 – Vitória da Tríplice Aliança e destruição do Paraguai (pop. paraguaia
em 1864: 406 mil hab.; pop. Paraguai em 1870: 231 mil hab.)
• Importante: Entre as principais consequências da Guerra do Paraguai para o
Brasil podemos destacar a crise econômica devido ao custo da guerra e a
formação de um corpo de oficiais do exército profundamente influenciados
pelo positivismo e republicanismo.

3. Movimento Republicano e abolicionista


a) O Republicanismo
• Movimento republicano (séc XIX) → Restrito basicamente ao ambiente
urbano e restrito ao grupo social dos profissionais liberais e camadas
médias.
• 1873 → Fundação do Partido Republicano Paulista (PRP): Partido formado
basicamente pela elite cafeicultora do Oeste paulista
- insatisfação por não ter poder político dentro da estrutura imperial.
- Perspectiva política liberal e federalista.
- Discurso modernizador

b) A abolição da escravidão
• Processo gradual – tem início com o fim do tráfico negreiro e se intensifica
nas ultimas décadas do século XIX.
• Pressão da opinião pública para o fim da escravidão
• 1871 – Lei do Ventre Livre (escravos nascidos a partir dessa data seriam
considerados livres, entretanto, como indenização ao senhor deveriam
trabalhar até os 21 anos ou pagar uma taxa.)
• Década de 1880: organização do movimento abolicionista e aumento da
pressão pelo fim da escravidão. (compra de alforrias, organização de fugas
em massa de escravos)
• 1884 – Lei do Sexagenário
• 1888 – Abolição da Escravidão

Síntese do período (1840 – 1888): Processo gradual de isolamento da monarquia


brasileira. Fortalecimento da oposição republicana através da formação do PRP (elite
econômica) e da organização do Exército (após a guerra do Paraguai). A abolição da
escravidão faz com que o imperador perca o apoio das elites escravocratas do
Nordeste e do Vale do Paraíba.
• 1889 – Proclamação da República
3º Ano
História Geral
Idade Contemporânea
Século XX

3º ano

História Geral
Aula 01: O fim da Belle Époque

Objetivos: Apresentar um panorama da sociedade européia na passagem do


século XIX para o XX. Estabelecer a relação entre os conflitos gerados pela
política imperialista do século XIX e a constituição da Paz armada. Apresentar
os principais fatos que marcaram a 1ª Guerra Mundial, assim como discutir os
principais impactos do fim da 1ª Guerra Mundial e dos acordos de paz.

Estrutura da Aula:
1. A Europa e a paz armada
2. A 1ª Guerra Mundial e a crise da civilização europeia
3. O fim da guerra e os acordos de paz
Planejamento da Aula:

6. A Europa e a paz armada

• Europa (1870 – 1914):


o Unificação alemã e italiana → acirramento das disputas por
mercados consumidores e fontes de matéria prima (Contexto do
capitalismo monopolista)
o Belle Époque → Período de relativa estabilidade dentro do
continente europeu

• Imperialismo e a paz armada

o Imperialismo → Disputas por possessões coloniais (Partilha da África e


Ásia) → ampliação dos mercados consumidores e fontes de matéria
prima.
o Europa: aumento da tensão entre as potências europeias → disputas
coloniais → paz armada
o Características da paz armada:
- Corrida armamentista (preparação para um eventual conflito)
- Acordos de mútua proteção em caso de guerra (Utilização do material
da Moderna Plus)

• Principais conflitos e zonas de tensão:


- Questão Marroquina (1904): Disputa pelo Marrocos envolvendo de um
lado ING e FRA e do outro a ALE.
- Questão Balcânica: Região dominada parte pelo Império Austro-
Hungaro e parte pelo Império Turco. Tensões ligadas a movimentos
separatistas (pan-eslavistas) apoiados pelo Império Russo.

7. A 1ª Guerra Mundial e a crise da civilização européia


• Estopim da Guerra: Assassinato do Arquiduque Ferdinand em Sarajevo
(Bósnia), herdeiro do Império austro-hungaro por separatistas pan-
eslavistas (1914) – (Vídeo do material da Moderna Plus) → Pressão
austríaca para a punição dos envolvidos leva a invasão da Sérvia.
Reação russa dá início a 1ª Guerra Mundial.
a) 1ª Fase: Guerra de movimento (1914)
b) 2ª Fase : Guerra de Trincheiras (1915 – 1918)
• Utilização das novas tecnologias bélicas (metralhadoras, canhões e
armas químicas) e impasse de forças entre as nações envolvidas
(formação das trincheiras)
• Números altíssimos de baixas em ambas as frentes sem que houvesse
qualquer avanço →Elemento importante para a crise dos idéias de
progresso e civilização da burguesia européia.
• Revolução Russa (1917) e fim do frente oriental. A Itália rompe com a
ALE e o Império austro-húngaro
• 1918 – Entrada dos EUA na guerra ao lado da Entente Cordial (FRA e
ING) permite a vitória sobre a Tríplice Aliança.
8. O fim da guerra e os acordos de Paz
• 1818 – A paz de Versalhes
- Proposta conciliadora dos EUA para os acordos de paz é rejeitada pela
França e Inglaterra (14 ponto de Wilson)
- Alemanha é considerada culpada pela guerra e é imposto um severo
tratado de paz:
o Pagamento de uma grande indenização (endividamento alemão);
o Perdas territoriais (Alsácia e Lorena são reintegradas a França);
o Proibição de recompor as forças armadas;
Importante: Os acordos de paz criaram um forte sentimento de
ressentimento em relação aos vencedores, tanto na Alemanha, quanto
na Itália.

• Conseqüências da 1ª Guerra Mundial


- Fim dos impérios multinacionais (Russo, turco e austro-húngaro).
- Criação de um órgão supra-nacional para mediar futuros conflitos: A
Liga das Nações.
3º ano

História Geral

Aula 03: Revolução Russa


Obs: Aula para duas entradas

Objetivos: Discutir o processo que levou a eclosão da Revolução Russa,


analisar o papel desempenhado pelos grupos políticos de esquerda nesse
processo, em especial o Partido Bolchevique. Apontar os principais fatos
e acontecimentos que levaram a formação e consolidação da URSS
(União das Repúblicas Socialistas Soviéticas), assim como apresentar um
panorama das conseqüências desse processo na URSS e no mundo.

Estrutura da Aula:

1. A Rússia czarista
2. A Revolução Russa
3. A URSS

Planejamento da Aula:

1. A Rússia czarista
• Organização política (séc. XIX e XX):
- Regime Absolutista (Dinastia Romanov)
- Apoio dos Boiardos (nobreza russa que detinha o monopólio da terra e
controle sobre a população camponesa)
- Apoio da Igreja Cristã Ortodoxa
• Processo de modernização russa (Final do século XIX, iniciado pelo
Czar Alexandre )
- 1861 – Estatuto de Emancipação (fim legal da servidão)
- Processo de industrialização (a partir da entrada do capital estrangeiro)
– circunscrito a algumas cidades apenas (como São Petersburgo, nova
capital do império)
• Oposição dos movimentos de contestação ao absolutismo russo
- Os niilistas: movimento baseado na ação direta e no terrorismo
(assassinato do czar Alexandre II em 1881);
- Os liberais: Composto por setores médios da população, defendiam a
implantação de um governo liberal (dentro do modelo europeu de
monarquia parlamentar ou república liberal) e o desenvolvimento russo a
partir da industrialização;
- O Partido social-democrata russo: Formado por exilados russos,
expulsos por se oporem ao regime czaristas. Inspiração nos ideais
socialista e no modelo de partido social-democrata alemão (partido de
massas)
Importante: Em 1903 há um racha dentro do partido social-democrata
russo devido a questão de como realizar a revolução na Russia.
Formaram-se dois grupos:
- Bolcheviques: Liderados por Vladimir Lenin, defendiam um processo
revolucionário que conduzisse diretamente a uma sociedade socialista
- Mencheviques: Liderados por Martov e Plekhanov, defendiam um
processo por etapas para da Revolução, passando pela instituição de
um governo liberal e burguês, para só depois realizar uma Revolução
Socialista.

• Antecedentes da revolução: Guerra Russo-Japonesa e a


Revolução de 1905
- 1905 - Disputa pelo controle da Manchúria (China) e Coréia →
Contexto da política imperialista e da luta por recursos naturais →
Guerra Russo-Japonesa
- Derrota russa e situação de miséria da população →
Manifestação pacífica liderada por membros da Igreja Ortodoxa
→ Repressão violenta do czar Nicolau II (Blody Sunday) (trecho
do filme Encouraçado Potenkin de Serguei Eisenstein)
- Revolução de 1905 – Revolta de membros do exército e
formação do soviete de São Petesburgo (grande conselho
operário)
- Consequências:
o Movimento controlado pelo governo czarista.
o São feitas algumas concessões aos liberais como a criação
da Duma (assembléia) → Com o passar dos anos o regime
czarista retoma sua política centralizadora e vai endurecendo
novamente sua posição política.

2. A Revolução Russa (1917)


• Conseqüências da participação da Rússia na 1ª Guerra Mundial:
- Desgaste do governo czarista

- Crise econômica

- Precariedade do exército russo na frente oriental (grande


número de baixas, falta de recursos e armas, deserções em massa)

- Aumento da insatisfação popular em relação ao regime

• Revolução de Fevereiro de 1917


- Derrubada do governo czarista

- Formação de um governo de Kerensky: caráter liberal e com


apoio de certos setores de esquerda (os mencheviques por
exemplo)

- Manutenção da Rússia na guerra e oposição a qualquer


reforma social até o final do conflito.

• Revolução de Outubro de 1917


- Oposição do partido bolchevique a política do governo de
Kerensky

- Retorno de Vladimir Lenin a Rússia e organização do partido


para uma revolução socialista (Publicação das teses de Abril e o
programa bolchevique de paz, terra e pão)

- Os bolcheviques começam a ganhar o apoio da população e


passam a comandar o processo revolucionário.

- Organização dos conselhos dos comissários do povo


(sovietes) tanto nas cidades como no campo – participação ativa
dos bolcheviques nestes conslehos.
- 7 de novembro de 1917 – tomada do Palácio de Inverno
(derrubada do governo de Kerensky e instituição de um governo
socialista) – (Trecho do filme Outubro de Serguei Eisenstein)

3. A URSS (União das Repúblicas Socialistas Soviéticas)


• 1917 – Acordo de paz entre Alemanha e o governo socialista
russo (fim da frente oriental e perda territorial da Rússia)
• 1918 – Formação da União das Repúblicas Socialistas
Soviéticas (URSS) – Governo de Lenin

• Guerra Civil (1917 – 1921)


Exército Vermelho

(organizado a partir da guarda vermelha e liderado por Leon Trtsky)

Vs.

Exército Branco

(Exército formado pelos grupos conservadores (união de czaristas e


liberais – apoiado pelas potências européias)

• Política adotada durante o período: Comunismo de Guerra


(Mobilização total da população e controle estatal de todos os setores da
economia)
• 1921 – Necessidade de reconstrução da economia Russa após o fim
da guerra →Introdução da NEP (Nova Política Econômica):
manutenção de alguns elementos capitalistas para o desenvolvimento
do país (recuo estratégico segundo Lenin)
- Liberdade de comércio interno,

- Liberdade de salário aos trabalhadores,


- Autorização para o funcionamento de empresas particulares

- Permissão de entrada de capitais estrangeiros para a


reconstrução do país.

• Fundação da III associação Internacional do Trabalho (Comunista e


em oposição a II internacional social-democrata)
• 1924 – Morte de Vladimir Lenin (resultado de um AVC em 1921) →
Questão central: Sucessão da direção do partido comunista russo e da
URSS.
• Disputa política:

Stalin

Secretário geral do partido

(Defesa da consolidação da Revolução)

Vs.

Leon Trotsky

Comandante do exército vermelho

(Defesa da revolução permanente)

• Vitória de Stalin e programa de consolidação da revolução em um único


Estado:
- Coletivização das terras

- Planos qüinqüenais e metas para a industrialização acelerada

- Governo totalitário e perseguição a oposição dentro do partido


3º ano

História Geral

Aula 04: Os loucos anos 20 e a Crise de 1929

Objetivos: Apresentar os impactos causados pela 1ª Guerra Mundial e pela


Revolução Russa , assim como a crise da civilização burguesa. Debater o
surgimento de novos valores, tanto estéticos quanto de sociedade a partir das
vanguardas artísticas. Apresentar os elementos que desencadearam a crise de
1929 e suas conseqüências para a economia norte-americana e mundial.

Estrutura da Aula:

1. A crise da sociedade burguesa e as vanguardas artísticas


2. As causas da crise de 1929
3. O grande recessão e o New Deal

Planejamento da Aula:

1. A crise da sociedade burguesa e as vanguardas artísticas


• Os impactos da 1ª Guerra Mundial – a questão do declínio da
experiência diante da guerra – crise do ideal burguês de progresso. (Análise
do texto de Walter Benjamin)
• As vanguardas modernas → expressão de um ideal de ruptura com os
valores estética burguesa do século XIX
- Picasso: A quebra da forma (O cubismo e a forma tridimensional)
- Duchamp: A quebra do conceito de arte (Ready Made e arte como
conceito)
- Dali: A quebra do racionalismo e do ideal de progresso técnico

2. As causas da crise de 1929


• A economia norte-americana no século XX
- política imperialista (consolidação da sua hegemonia política e
econômica sobre a América Central – exemplo da ação da United Fruit
Company) → Big Stick: slogan usado pelo presidente Theodore
Roosevelt para descrever o estilo de diplomacia empregada como
corolário da Doutrina Monroe, Roosevelt tomou o termo emprestado de
um provérbio africano, "fale com suavidade e tenha à mão um grande
porrete”, usou pela primeira vez em 1901 (Fonte: wikepedia)
- desenvolvimento industrial acelerado pós 1918 →conseqüências da
1ª Guerra Mundial (EUA eram neste momento responsáveis por 42% da
produção mundial e maior credor internacional – 11 bilhões de dólares)
• Desenvolvimento econômico dos EUA na década de 1920
- Aumento da demanda de produtos industrializados norte-
americanos (Devido a destruição causada pela 1ª Guerra Mundial e a
desestruturação temporária dos parques industriais europeus)
- Expansão de crédito (Mercado interno dinâmico – aumento do preço
das ações na bolsa de valores e capitação de créditos devido a
perspectiva de crescimento e lucro imediato)
- Boom industrial

• Crises da economia capitalista e política liberal


- Crises cíclicas do capitalismo (1873, 1895, 1920 – 1921) →
Consolidação da idéia de que tais crises eram momentâneas e
passageiras
- Governos republicanos de forte influência liberal →Crença no livre
mercado e sua auto-regulação (Postura ferrenha de não intervenção na
economia – liberalismo ortodoxo)

• Fatores da crise de 1929:


- Externos: recuperação dos mercados europeus
- Internos: desigualdade na distribuição da renda (estabilidade
salarial)
• Análise do gráfico 1
• Síntese: A junção destes fatores levaram a um processo de
superprodução (estimulado pela especulação financeira)
acompanhado por um longo período de subconsumo (devido a
diminuição da demanda externa e a diminuição do poder de compra do
mercado interno, devido a má distribuição de renda).

• Ano de 1929: O prolongamento desta situação leva a diversas


empresas a decretarem falência → O medo da crise se espalha e leva
ao crash da bolsa de Nova York (queda drástica das ações) →Análise
do gráfico 2 e 3

3. O grande recessão e o New Deal

• Crash da bolsa de Nova York →efeito dominó em toda economia


mundial (década de 1930 – recessão mundial) → (análise do gráfico 3)
• Economia dos EUA – desemprego em massa, falência de empregos,
crise da produção agrícola.
• 1933 – eleição do presidente Roosevelt →Concessão por parte do
Congresso de autonomia total para conter a crise
• Implementação de um plano de contenção da crise (inspirado na idéia
de Estado de Bem Estar Social de John M. Kaynes) – New Deal
- Repatriação de Capital (cobrança dos empréstimos)
- Diminuição das importações
- Investimentos públicos (obras de grande porte com o intuito de
estimluar as industriais e criar empregos)
- Estado de bem estar social
3º ano

História Geral

Aula 04: O Nazifascismo

Objetivos: Debater a crise do modelo político liberal e os elementos que


possibilitaram a ascensão de regimes totalitários na Europa, sobretudo o
fascismo italiano e o nazismo alemão. Apresentar o panorama que precedeu a
eclosão da 2ª Guerra Mundial, em especial o conflito político-militar conhecido
por Guerra Civil Espanhola. Apresentar os principais episódios da 2ª Guerra
Mundial e suas conseqüências para a reorganização mundial pós 1945.

Estrutura da aula:

1. Os Regimes totalitários europeus

Planejamento da Aula:
1. Os Regimes totalitários europeus
a) Itália
• Situação pós-guerra (1918)
- Crise econômica (impacto da guerra)
- Situação política instável (governo fraco de coalizão entre Partido
Socialista Italiano e Partido Popular)
- Sentimento de humilhação devido aos resultados da 1ª Guerra
Mundial
• 1919 – Criação do Partido Fascista (criado por Benito Mussolini, ex-
anarquista) → exploração dos elementos citados para mobilizar
quadros para o partido: formação de brigadas armadas (os
esquadrões de camisas negras). (Análise do símbolo fascista)
• Características gerais:
- Totalitarismo (Estado como síntese da nação)
- Autoritarismo (autoridade inviolável do líder da nação)
- Corporativismo (O Estado como intermediário dos conflitos de
classe)
- Nacionalismo (Exaltação extremada dos ideais da nação) →
baseado no ideal romântico de nação (exaltação da fé e do auto-
sacrifício)
- Anticomunismo e Antiliberalismo (Fascismo como única via política)
- Militarismo (Exaltação da guerra como forma de construir uma nação
forte)
• 1921 – Eleição italiana (Fascistas conseguem diversas cadeiras no
parlamento)
• 1922 – Marcha sobre Roma (Mobilização em massa dos quadros do
partido, pressão política sobre o Rei Vitor Emanuel) →Benito Mussolini
se torna chanceler da Itália (formação de um gabinete fascista)
• 1924 – eleições fraudadas deram maioria aos fascistas no
parlamento italiano (processo de aparelhamento do Estado e
perseguição a oposição pelos camisas negras – assassinato do
deputado Matteoti)
• 1925 – Benito Mussolini se auto-proclama Duce
- Tentativa de reanimar a indústria italiana e construir uma máquina
de guerra.
b) Alemanha
• Situação pós-guerra
- Crise financeira
o Dívida de guerra → em 1923 sem poder saudar as dívidas a
Alemanha foi invadida pela França (posteriormente a divida foi
suspensa)
o Impacto da crise de 1929 → processo inflacionário (em 1932 a
inflação chegou a 400% ao mês)
- Situação política instável (governo fraco e sem apoio popular da
República de Weimar)
• Fundação do Partido Nazista (Partido nacional socialistas dos
trabalhadores alemães) → Formação de uma brigada armada do
partido: a AS (sessão de assalto)
• 1923 – Putsh de Munique (tentativa fracassada de tomada de poder –
inspiração na Marcha de Roma)
- Na prisão Hitler escreve o Mein Kampf (Análise de trechos)
o Doutrina arianista (concepção racista e pensamento anti-
semista)
o Defesa do Espaço Vital Alemão (defesa da expansão territorial
alemã e da anexação dos povos germânicos)

• 1929 – Crise econômica mundial e reflexo na economia alemã →


ascensão do partido nazista dentro do Parlamento alemão.
• 1932 – Hitler força o presidente Hildenburg a torná-lo chanceler da
Alemanha (pressão das brigadas do partido para nomeação de Hitler)
→ Processo de tomada do poder pelos nazistas.
• 1933 - Incêndio do Reichstag (Parlamento alemão) → Nazistas
culpabilizam a esquerda alemã
- Criação da Gestapo (política política) e da SS (sessão de
segurança – brigada do partido fiel a Hitler e utilizada para
estabelecer controle direto do partido e da Alemanha)
- Hitler anuncia a criação do 3º Reich
• 1934 – Morte de Hildenburg, Hitler se declara o Fuher
- Reestruturação econômica da Alemanha a partir da intervenção do
Estado e do rearmamento da alemão (construção da máquina de
guerra alemã)
- Mobilização da população alemã através da utilização dos meios
de comunicação e de eventos públicos (Análise dos discursos de
Hitler)
3º ano

História Geral

Aula 05: A 2ª Guerra Mundial

Objetivos: Apresentar o panorama que precedeu a eclosão da 2ª Guerra


Mundial, em especial o conflito político-militar conhecido por Guerra Civil
Espanhola. Apresentar os principais episódios da 2ª Guerra Mundial e suas
conseqüências para a reorganização mundial pós 1945.

Estrutura da aula:

2. Guerra Civil Espanhola e o prelúdio da 2ª Guerra


3. A 2ª Guerra Mundial (1939 – 1945)

Planejamento da Aula:
2. Guerra Civil Espanhola e o prelúdio da 2ª Guerra
a) A guerra civil Espanhola
• 1931 – Fim da monarquia espanhola e instituição do regime
republicano
• 1936 – Frente única de esquerda ganha a disputa presidencial
(polarização social da Espanha entre setores republicanos e
conservadores →Gen. Franco)
Governo Republicano vs. Falange
(Conflito militar entre 1936 à 1939)
• Formação de brigadas internacionais para apoiar a República
Espanhola → Com o apoio das forças soviéticas é organizado o
exército republicano (em 1939 os soviéticos abandonaram a luta
devido a um acordo com a Alemanha)
• Apoio das forças alemãs e italianas a Falange Espanhola
• Ensaio da 2ª Guerra Mundial → Material Moderna Plus (discurso de
Hindenburg) e Análise do quadro Guernica
• Vitória das forças do General Franco → instituição de um regime
fascista

b) O Avanço do nazifacismo (década de 1930)


• 1936 - Formação do Eixo (aliança entre Itália e Alemanha e,
posteriormente do Japão)
• Início de um processo de anexações territoriais (Utilização dos
recursos da Moderna Plus – Mapa das anexações)
-Alemanha:
o 1936 – Áustria e Renânia
o 1938 – Tchecoslováquia
o 1939 – Polônia
- Itália
• 1935 – Etiópia

• 1939 – Pacto germânico-soviético de não agressão

3. A 2ª Guerra Mundial (1939 – 1945)

a) O avanço do Eixo (1939 – 1941)


• Avanço das tropas do Eixo sobre as nações européias e norte da África
→ Utilização da tática da guerra relâmpago (Blitzkriger) –
combinação de bombardeios (Luftwaffe) acompanhado pelo avanço da
divisão de lindados (Panzers) - (Utilização dos recursos da Moderna
Plus – Mapa das anexações)
• Inglaterra – combate aéreo entre RAF e Luftwaffe
• Avanço nazista sobre as colônias africanas (Etiópia, Líbia e Egito)
• Expansão dos japoneses sobre o Pacífico → Material Moderna Plus
• Hitler dá início a solução final (extermínio em massa dos judeus)

b) Reação dos aliados (1941 – 1945)


• 1941 - Rompimento do acordo de não agressão entre Alemanha e
URSS → Avanço alemão sobre três frentes: Moscou, Leningrado e
Stalingrado (Trecho do filme Círculo de Fogo) → Os russos contêm o
avanço alemão e contra atacam após o inverno (formação da primeira
frente contra o Eixo)
• 1941 – Ataque japonês a Pear Habor (disputa do Pacífico) → Entrada
dos EUA na guerra (apoio aos aliados na Europa e combate no Pacífico)
- Material Moderna Plus – Reação norte-americana)
• 1943 – Conferência de Teerã (organização da ofensiva dos aliados)
→ Ataque em três frentes: Russa - Leste (1ª frente a entrar em
Moscou), Itália - Sul (após a retomada da África), Normandia – Norte
(Desembarque do dia D – Trecho do Resgate do soldado Rayan)
• 1945 – Capitulação da Itália e, posteriormente, derrota dos alemães
(invasão russa a Berlim e suicídio do Estado Maior Alemão)
• 1945 – EUA lança as duas bombas nucleares sobre Hiroshima e
Nagasaki (Japão) – Fim da 2ª Guerra Mundial. (Material Moderna
Plus – Destruição de Hiroshima)
3º ano

História Geral

Aula 06: A Guerra Fria na Europa


Objetivos: Apresentar a reconfiguração das forças políticas após o término
da 2ª Guerra Mundial. Discutir o processo de reorganização política
através da construção de uma ordem mundial bipolar. Apresentar as
diversas facetas que a Guerra Fria assumiu durante o período de 1945 á
1989.

Estrutura da aula:

1. A construção da ordem bipolar


2. A reestruturação das fronteiras e os blocos de poder
3. A Guerra fria e seus múltiplos aspectos

Planejamento da Aula:

1. A construção da ordem bipolar


• 1939 – 1945 – 2ª Guerra Mundial → Diante do Eixo (aliança nazifacista)
há a formação dos Aliados (formado por ING, FRA, EUA e URSS)
• Importante: As diferenças ideológicas entre a URSS socialista e as
demais potências capitalistas são deixadas de lado temporariamente
devido ao inimigo comum.
• 1945 – Rendição da Itália e da Alemanha (Vitória praticamente
assegurada na campanha do Pacífico pelos EUA contra o Japão)
• As conferências de 1945
- A conferência de Yalta (4 a 11 de fevereiro) → definição das áreas de
influência e busca por um equilíbrio no pós-guerra (Prevalece a
perspectiva soviética – fruto do poder militar soviético e seu papel na 2ª
GM)
- A conferência de Potsdan (17 de julho a 2 de Agosto) → A Alemanha e
a questão de Berlin (divisão da capital em duas áreas de influência,
apesar de estar localizada na parte Oriental sobre influência soviética)
→EUA e a posse da bomba nuclear (tecnologia que redefine o equilíbrio
de forças – lançamento das bombas de Hiroshima e Nagasaki como
demonstração do poder bélico)
• Síntese: Essas duas conferências devem ser consideradas como o
ponto de partida para a construção de uma ordem política bipolar,
controlada por duas grandes forças políticas: URSS e EUA.

2. A reestruturação das fronteiras e os blocos de poder


• 1945 – realinhamento das forças políticas no mundo →1945 – Criação
da Organização das Nações Unidas (organismo supranacional), com o
intuito de manter a paz mundial → As estruturas da ONU, no entanto
reafirmavam a ordem bipolar →conselho de segurança (EUA, ING, FRA,
URSS e CHI)

a) A reconstrução do bloco capitalista e a hegemonia dos EUA


• 1944 – Conferência de Bretton Woods → Criação de organismos e
normas supranacionais para reestruturar e administrar a economia
capitalista mundial:
- Fundo Monetário Internacional (FMI)

- Banco Mundial – originalmente formado apenas pelo BIRD (Banco


Internacional para a Reconstrução e Desenvolvimento)

• Importante: A conferência de Bretton Woods marca o início da


hegemonia dos EUA no bloco capitalista e o início da dolarização
da economia mundial. Com exceção da ING, todos os países adotam o
dólar como lastro da sua moeda.
• A reconstrução do bloco capitalista (esforço dos EUA para fortalecer
o capitalismo em áreas estratégicas e deter o avanço da influência
soviética)
- Plano Marshall (1948 – 1952): Reconstrução da economia européia e
consolidação do capitalismo sob influência norte americana (13 bilhões
de dólares) → Constituição do modelo do Estado de bem estar social
(Economia de mercado mesclada a ação do Estado na busca da justiça
social e bem estar da população)
- Plano Colombo (iniciado em 1951) – equivalente do plano Marshall
para o Sudeste Asiático (especialmente para o Japão)

• 1949 – Criação da OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte) –


Aliança militar comandada pelos EUA na Europa.

b) A consolidação do bloco socialista


• 1949 – A URSS anuncia o desenvolvimento da bomba atômica.
• Consolidação do seu poder sobre o Leste Europeu – criação de
partidos comunistas e regimes socialistas subordinados ao Partido
Comunista Russo. (Com exceção da Iugoslávia). → Instituição da
“Cortina de Ferro”
• Instituição do modelo de economia planificada nos países
socialistas.
• 1955 – Criação do Pacto de Varsóvia para se opor a OTAN
• 1961 – Construção do “Muro de Berlin” – símbolo da guerra fria

3. A Guerra fria e seus múltiplos aspectos


• O termo Guerra Fria: O termo foi criado pela imprensa internacional
para denominar a crescente rivalidade entre a URSS e os EUA.
Rivalidade que, devido ao arsenal nuclear dos dois países, nunca levou
a uma guerra direta.
• A corrida armamentista: Para consolidar o seu poder em escala
mundial as duas superpotências buscaram desenvolver novas
tecnologias bélicas e ampliar seu arsenal para superar sua rival
(principalmente no que diz respeito as armas nucleares)
• A corrida espacial: Disputa entre URSS e EUA pelo desenvolvimento
de tecnologia para alcançar o espaço de 1957 a 1975 (questão
ideológica e política – questão do espaço aéreo e os satélites de
espionagem)
• A disputa ideológica: Construção de todo um aparato de propaganda
para exaltar a suposta superioridade do modelo capitalista (no caso dos
EUA o American Way of Life) ou do modelo socialista (No caso da
URSS) → Esta disputa alcançou todas as dimensões da vida cotidiana
dos cidadãos nestes países e áreas de influência (exemplos do cinema
e dos jogos olímpicos)
3º ano

História Geral

Aula 07: A descolonização da África e da Ásia

Objetivos: Contextualizar os movimentos de emancipação das colônias


européias na Ásia e na África dentro do período da Guerra Fria. Apresentar
alguns dos principais movimentos de independência deste período como a
independência da India e das colônias portuguesas na África.

Estrutura da Aula:

1. O processo de descolonização e o surgimento do 3º Mundo.


2. A emancipação da Índia.
3. As guerras de independência na África.

Planejamento da Aula:

1. O processo de descolonização e o surgimento do 3º Mundo.


• Formação de movimentos de independência nas colônias européias na
África e na Ásia – caráter nacionalista (Final do século XIX e início do
século XX)
• Período entre guerras (1918 – 1939) → enfraquecimento do poder das
nações européias sobre suas possessões coloniais.
• 1945 – Fim da 2ª Guerra Mundial:
- Crise dos impérios coloniais e início dos movimentos de
independência tanto na Ásia e na África
- Consolidação da ordem bipolar (construção da idéia de 1º e 2º
Mundo)
• 1955 – Conferência de Bandung (Indonésia) →reunião de 29 nações
africanas e asiáticas
o Declaração de apoio das lutas anti-coloniais
o Combate ao racismo
o Política de não alinhamento (concepção do 3º Mundo)

2. A emancipação da Índia.
• Domínio colonial da Inglaterra desde o século XVIII → forte controle
político,econômico e cultural inglês (proibição das práticas econômicas e
do modo de vida indiano)
• Divisão religiosa da população indiana: Hindus (sistema de casta) e
muçulmanos)
• Formação de movimentos organizados anti-coloniais:
- 1885 – Partido do Congresso (Hindú)
- 1906 – Liga Muçulmana
• Década de 1920 – ganha destaque o advogado indiano Mahatma Gandi
na luta contra a dominação colonial (transformou-se em líder desse
processo)
• Análise do vídeo.
- Projeto de ação baseado na não violência e na desobediência civil
(boicote dos produtos e das leis inglesas) → resultou em um movimento
em massa e na prisão de diversas pessoas pelas autoridades ingesas.
• 1945 – após o fim da 2ª Guerra Mundial os ingleses não tinham
condições de manter seu poder sobre os seus territórios coloniais
• 1947 – Independência da Índia → fragmentação política devido as
diferenças religiosas (Índia – maioria hindu – e Paquistão – maioria
muçulmana)

3. As guerras de independência na África.


• 1885 – Congresso de Berlim (partilha da África) – definição das áreas
de dominação européia sobre a África (análise do mapa 1)
• Construção de uma dominação européia a partir da exploração das
diferenças étnicas entre as comunidades africanas
• 1945 – Enfraquecimento do poder europeu sobre as colônias
africanas. (Início de movimentos pela emancipação) →Inserção destes
movimentos no contexto da Guerra Fria.
• A África Portuguesa →Luta pela emancipação após o fim do regime
salazarista (Revolução dos Cravos – 1974)
• A independência das antigas colônias não significou paz – Embates
entre grupos políticos e étnicos levam a Guerra Civis. (observação das
fronteiras)
• Análise do texto de Mia Couto e dos mapas.
3º ano

História Geral

Aula 08: Revolução e contra revolução no 3º mundo

Objetivos: Retratar os processo revolucionários na China e em Cuba, levando


em conta a conjuntura nacional e internacional no qual estes países estavam
envolvidos.. Discorrer sobre a China e Cuba socialista inseridas na lógica da
Guerra Fria. Relacionar os sucessivos golpes militares e formação de governos
ditatoriais na América Latina ao contexto da Guerra Fria.

Estrutura da Aula:
1. A Revolução Chinesa
2. Revolução Cubana
3. As ditaduras na América Latina

Planejamento das Aula:

1. A revolução chinesa
• Século XIX – subordinação indireta do império chinês aos
interesses das nações imperialistas.
• Constituição de um regime democrático alinhado ao Ocidente
(Governo do Kuomintang – partido nacionalista)
• 1921 – Fundação do Partido Comunista Chinês (Mao Tsé-tung)
→ mobilização da população camponesa e oposição ao governo
republicano (Formação das bases vermelhas e do Exército
Vermelho)
• 2ª Guerra Mundial – Ocupação japonesa (resistência a partir do
campo e aumento da influência comunista)
• 1949 – Mobilização da população camponesa pelo Partido
Comunista e derrubada do governo republicano do Kuomintang
(partido nacionalista) – Fuga de Chian Kai-shek para Tawian
• Instituição de um regime socialista (Modelo de partido único e
centralização do poder na figura de Mao Tsé-tung)

2. Revolução Cubana
a) O contexto nacional
• 1898 - Independência de Cuba (interferência dos EUA)
• 1902 – Emenda Platt (emenda a Constituição cubana que permitia a
intervenção dos EUA)
• Dependência cubana aos EUA (na década de 50, 40% da produção
destinava-se aos EUA)
• Governos ditatoriais alinhados aos EUA
(1925 – 1933) Geraldo Machado
(1934 – 1944) Fulgêcio Batista
(1952– 1959) Fulgêcio Batista

b) A Revolução
• 26 de Julho de 1953 – Ataque ao quartel de Moncada (Fidel Castro –
Partido Ortodoxo – legalista) – Derrotado e preso, solto em 1955 vai
para o México
• 1958 – Fidel, Raul Castro, Ernesto “Che” Guevara (Argentino) Camilo
“Cien Fuego” organizam o movimento “26 de julho”
• Desembarque em Cuba e combate com as forças de Fulgêncio Bbatista
– Fuga para Sierra Maestra – Tática de guerrilha (foco guerrilheiro)
e apoio dos camponeses e setores urbanos
• 1959 – Marcha para Havana (fim do regime de Fulgêncio Batista)
• Medidas reformistas:
– Nacionalização das empresas
- Reforma agrária
- Política de industrialização
- rompimento diplomático com os EUA

• 1961 – Desembarque da Bahia dos Porcos (Alinhamento de Cuba


com a URSS)
• 1962 – Crise dos Mísseis (Contexto da Guerra Fria)

3. As ditaduras na América Latina


• A consolidação de regimes ditatórias na América Latina (Utilização
de material digital da Moderna Plus) →Reação a Revolução Cubana
(mobilização dos setores de direita e apoio dos EUA)

a) Chile
• 1970 – Eleito Salvador Allende por uma Frente Popular (Ação
Popular Unificada)
• Processo legalista de implantação de um regime socialismo
- Nacionalização das minas de cobre
-Estatização dos bancos privados e comércio exterior
• 1973 – Golpe Militar organizado por Augusto Pinochet, apoiado
pelos setores prejudicados pelas reformas e pela CIA. –
consolidação de um dos regimes mais violentos da História.
• Governo de Augusto Pinochet e a implantação da política
neoliberal no Chile.
3º ano

História Geral

Aula 09: O colapso do bloco socialista

Objetivos: Apresentar as principais características do bloco socialista do ponto


de vista de sua estrutura política e econômica. Debater as principais
características dos movimentos sociais que abalaram o mundo na década de
1960, em especial a Primavera de Praga e a reafirmação da Cortina de Ferro,
assim como as suas consequências para o pensamento socialista. Descrever e
explicar a crise econômica e política que levou a queda do bloco socialista.

Estrutura da Aula:
1. Stalin e a consolidação do Bloco Socialista.
2. 1968: Revolução, contracultura e a crise do pensamento socialista.
3. O colapso do bloco socialista.

Planejamento da Aula:
1. Stalin e a consolidação do Bloco Socialista.
• 1924 – Joseph Stalin assume o poder na URSS
• Prevalece a perspectiva do socialismo em um só país (abandono da
concepção de revolução permanente) → implantação do “socialismo
real”
• Estrutura política:
- Centralização do poder
- Construção do culto ao líder
- Perseguição a oposição interna
• Estrutura econômica:
- Modelo de economia planificada e planejada (Controle estatal da
produção).
- A coletivização da terra → Abolição da propriedade provada da
terra e estatização da produção agrícola (fazendas cooperativas e
fazendas estatais).
- Processo de industrialização acelerada → Planos quinquenais
(planejamento econômico estatal que determinava as prioridades da
produção no período de 5 anos).
- Áreas de investimentos prioritárias: indústria de base e setor
bélico-científico.

2. 1968: Revolução, contracultura e a crise do pensamento socialista.


• 1956 – Relatório Khrushchev ao XX Congresso do PCUS → Crítica do
culto ao líder e aos crimes de Stalin (Perspectiva de fortalecimento
do Partido Comunista)
• Crise do pensamento socialista (Europa Ocidental e bloco capitalista)
→ crítica ao centralismo stalinista;
• Década de 1960: Emergência de novas demandas sociais.
- O Movimento negro nos EUA: Martin Luther King, Malcom X e os
panteras negras (A questão racial como um problema político)
- O Movimento feminista: A questão de gênero como problema político
- O Movimento ambientalista (principalmente a partir de 1970)
- A formação da contracultura e do movimento hippie.
• 1968 – Emergência de uma série de manifestações no mundo todo
contra os sistemas vigentes – Primavera de Praga (Tchecoslováquia) –
mobilização popular a favor da instauração de um regime
socialista democrático – Intervenção da URSS.
3. O colapso do Bloco Socialista.
• Estagnação do bloco soviético – A partir da década de 1970
• Causas:
- Convivência com o bloco capitalista (necessidade de competição
em termos de produção e qualidade de vida)
- Aumento da burocratização e da corrupção dentro dos quadros do
Partido;
- Gastos excessivos com o setor bélico (resultado da corrida
armamentista)
- Estrutura altamente centralizada e rígida das empresas →
estagnação da produção (problemas de escassez) e déficit em
relação à introdução de novas tecnologias (perda de produtividade).
- Dependência cada vez maior de importação de alimentos e bens
de consumo dos países capitalistas.
• 1985 - Assume o cargo de secretário geral do partido Mikhail
Gorbachev (perspectiva reformista)
- Perestroika (Reestruturação): Reestruturação econômica a partir
da concessão mais autonomia para as empresas estatais e estímulo
abertura de pequenas empresas privadas (cooperativas) e negócios
familiares;
- Glasnost (Transparência): Abertura política e garantia de
liberdade política e direitos individuais
• 1985 – 1991 – URSS abandona a política externa intervencionista no
Bloco Socialista – fragmentação do bloco socialista.
• 1991 – Fim da URSS
3º Ano
História do Brasil
Brasil República

3º Ano
História do Brasil
Aula 10 A República da Espada

Objetivos: Debater o processo de proclamação da República e a influencia do


exército nesse processo. Apresentar a estrutura administrativa do Estado
republicano e as questões referentes a questão da cidadania.

Estrutura da Aula:
1. A Crise do Império.
2. A proclamação da República.
3. A organização do Estado republicano.
4. A República da Espada (1889 – 1894).

Planejamento da Aula:

1. A Crise do Império.

o Décadas de 1870 e 1880:


- Formação de novos grupos políticos republicanos: cafeicultores
paulistas (PRP) e alto comando do exército;
- Fortalecimento do movimento abolicionista

o Desgastes políticos da monarquia: desavenças entre o Império e a


Igreja (questão da soberania papal) e entre o Império e o Exército
(punições a oficiais do exército por questões políticas)

2. A proclamação da República.
• Aproximação dos setores civis (elite paulista e mineira) dos oficiais
do exército para a articulação de um golpe para derrubar a
monarquia.
• Processo de isolamento do governo imperial (consolidado após a
abolição da escravidão em 1888)
• Golpe de estado encabeçado pelo exército em 1889 e liderado por
Deodoro da Fonseca – Proclamação da República.
• Importante: Não houve participação popular.

3. A organização do Estado republicano.


• As forças políticas em disputa:
- Liberais: grupo formado principalmente pelas elites paulistas, mineira e
gaucha, defendiam um sistema de governo republicano federalista com
ampla liberdade as provinciais.

- Conservadores: Formado principalmente por oficiais do exército,


defendiam um modelo de república centralizado, com um poder executivo
forte. Modelo de uma ditadura republicana.

• A constituição de 1891 (Baseada no modelo norte-americano)


Principais características:

o Divisão tripartite do poder (Executivo, Legislativo e Judiciário)


o Regime presidencialista
o Eleições através do sufrágio masculino (estavam, por lei,
menores de 21 anos, analfabetos e mendigos – apesar de não
constar uma clausula específica, também as mulheres)
→Importante: Este sistema eleitoral era profundamente
excludente.
o Autonomia dos Estados
- Fiscal (controle dos impostos sobre exportação e liberdade de
conseguir empréstimos no exterior) → Importante: Mecanismos
importantes para as elites cafeicultoras
- Judicial (Tribunais estaduais)
- Militar (construção de forças públicas estaduais)
o Atribuições da União
- Fiscal (controle das importações)
- Monetário
- Militar (possibilidade de intervenção nos Estados para manter a
unidade nacional)

Síntese: Criação de uma Carta Constitucional pautada nos pressupostos


liberais (federalismo)

4. A República da Espada (1889 – 1894)


• Governo provisório (1889 – 1891) → Deodoro da Fonseca assume a
chefia do poder executivo até a elaboração da Constituição.
• Política Econômica e o Encilhamento (1890) → Rui Barbosa (Min. da
Fazenda)
o Objetivos: aumentar o número de moeda circulante e
desenvolver a indústria nacional
o Medidas:
-Emissão de papel moeda por bancos privados
- Concessão de créditos para sociedades anônimas
o Consequências: Criação de empresas fantasmas e especulação
financeira →Aumento da Inflação, desvalorização da moeda
brasileira e quebra do Banco do Brasil.

• Governo de Deodoro da Fonseca (1891)

- O Marechal Deodoro da Fonseca é eleito indiretamente pelo


Congresso (Vice-Presidente: Floriano Peixoto)

- Perspectiva de um Estado forte e centralizado → Embates


políticos com o PRP (elite cafeeira) e aproximação com os grupos
monarquistas.

- 1891 – Fechamento do Congresso – alegação de que era necessário


fortalecer o Estado.

- Não conseguiu apoio do exército (oposição de Floriano Peixoto)


→ obrigado a renunciar (manutenção do regime republicano)

• Governo Floriano Peixoto (1891- 1894)

- Perspectiva de governo centralizadora (choques iniciais com o PRP)

- O medo de revoltas que pudessem ameaçar a unidade da república


levam a um acordo entre Floriano Peixoto e a elite econômica do
país (PRP)

- Revolta da Armada (1893) → revolta levada a cabo pelos oficiais da


Marinha (corpo das forças armadas dominada por monarquistas)

- Revolta Federalista, (1893- 1895, Rio Grande do Sul) → Confronto


político entre o Partido Federalista (estancieiros) e o Partido Repúblicano
Riograndense (pop. do litoral e serra, principalmente imigrantes) –
Resolução do conflito com o apoio de Floriano Peixoto e do Estado de
São Paulo ao PRR.
3º Ano
História do Brasil
Aula 11: A República Oligárquica: Organização econômica e política

Objetivos: Apresentar as principais características econômicas e políticas do


período, dando especial atenção ao papel das elites agrárias, sobretudo
paulista, no processo de constituição dos aparatos republicanos.

Estrutura da Aula:

1. A constituição da “República Oligárquica”


2. As bases econômicas da República
3. A estrutura política

Planejamento da Aula:

1. A constituição da “República Oligárquica”


• 1894 – Fim do mandato de Floriano Peixoto
• Eleições presidenciais – eleição do paulista Prudente de Moraes
(civil)
• Início do período denominado República Oligárquica (devido a
hegemonia políticas das elites regionais, sobretudo paulistas e
mineiras)

2. As bases econômicas da República


• Brasil: país predominantemente agrário no início do século XX → em
1920 69,7% da população dedicavam-se a agricultura e viviam na zona
rural
• Principal produto de exportação do país: Café (Produção concentrada
basicamente em SP e, em menor escala, em MG)
• Profunda dependência da produção de café do valor deste produto no
mercado internacional → queda de preço decorrentes da super-produção
e da valorização da moeda nacional
• 1906 – Convênio de Taubaté (decorrente da pressão dos cafeicultores
paulistas): Política de valorização do café através da compra de sacas
do produto e estocagem → levada a cabo pelos Estados (SP) através
de empréstimos internacionais (validados pelo governo da União)
→processo de endividamento do Estado brasileiro
• Surto da Borracha (1898 – 1910): Crescimento da extração de
borracha na região amazônica → economia ligada ao desenvolvimento
da Industria Automobilística (principalmente dos EUA) → A
concorrência da produção de borracha das colônias holandesas e
inglesas na Ásia leva a decadência da produção de borracha no
Brasil.
• Imigração (1887 – 1930): entrada total de aproximadamente 3,8 milhões
de imigrante. →Entrada maciça até 1914.
- Italianos, espanhóis e japoneses (estabeleceram-se prioritariamente na
zona rural)
- Sírio-Libaneses e judeus (estabeleceram-se prioritariamente nas
cidades, desempenhando papel importante no setor de comércio)

• Situação financeira: grave endividamento do Estado brasileiro ao


longo do período da República Oligárquica → herança das dívidas da
Monarquia e do Encilhamento
• 1898 – Renegociação da dívida (empréstimo junto a Casa Rostchild e
reestruturação administrativa): Adoção de um programa de controle
fiscal e monetário (choque com os interesses dos cafeicultores
paulistas)

3. A estrutura política
• Os coronéis: Elite local com o poder baseado na propriedade da
terra e no controle político de uma determinada região.
• O clientelismo: Prática política baseada na troca de favores e relações
de dependência
• As oligarquias e o sistema eleitoral: Controle das eleições regionais
pelos coronéis através do voto de cabresto (imposição aos eleitores de
candidatos escolhidos por eles)

Política Regional

(Coronéis)

Política Estadual

(Oligarquias estaduais)

Política Nacional
• A política dos governadores: Política estabelecida entre as elites
estaduais (oligarquias) e a União para manter a governabilidade e
as relações de poder dentro dos Estados.

União
(Presidente)

(Governabilidade) (Apoio)

Estados
(Oligarquias)

• Política do café com leite: Hegemonia política paulista (PRP) e


mineira (PRM) neste período e alternância de candidatos na
presidência

- Importante: Este acordo não vigorou por todo o período da República


Oligárquica, existe momentos de desavenças entre paulistas e
mineiros.

- 1910 – Desavenças entre paulistas e mineiros leva a eleição de Hermes


da Fonseca (RS) com o apoio dos mineiros (PRM) contra o candidato
paulista, Rui Barbosa

- 1919 – A morte do presidente recém eleito Rodrigues Alves leva a


eleição de Epitácio Pessoa (Paraibano)

• Importante: Fortalecimento durante o período de oligarquias de


outros Estados, como a gaucha (PRR)
3º Ano
História do Brasil
Aula 12: A República Oligárquica: Aspectos sociais

Objetivos: Apresentar e discutir as principais transformações sociais do


período em questão, assim como os conflitos sociais que marcaram. Assim
como a reação das autoridades em relação as ações populares e suas
organizações.

Estrutura da Aula:

1. As transformações socam da República Velha.


2. Os movimentos sociais rurais.
3. Os movimentos sociais urbanos.

Planejamento da Aula:

1. As transformações sociais da República Velha


• Processo de industrialização
- Desenvolvimento de uma indústria ligada a produção de café e de
bens de consumo (alimentos, roupas e utensílios) → Concentrada
principalmente na cidade de São Paulo e, em menor escala, no Rio de
Janeiro
- Investimento proveniente da produção de café e capital estrangeiro
(imigrantes – caso dos Matarrazzo)
- Primeiro grande surto industrial: 1914 – 1918 (substituição de
produtos industrializados durante a 1ª Guerra Mundial)

• Processo de Urbanização
- Crescimento das principais cidades do Sudeste (Rio de Janeiro e São
Paulo) → migração interna (ex-escravos e sitiantes) e imigração.

2. Os movimentos sociais rurais


a) A guerra de Canudos (1893 – 1897)
• Sertão da Bahia (Região marcada pela seca e pelo domínio dos
coronéis sobre as terras e sobre a população sertaneja)
• Antonio Conselheiro: Beato de inspiração messiânica
- Pregava a criação do Reino de Deus na terra (mescla de questões
sociais com religiosas)
- Ao longo de suas pregações reuniu um contingente grande de
sertanejos e fundou o arraial de Belo Monte (Canudos) → Segundo
estimativas o arraial chegou a ter mais de 50 mil habitantes.
- Comunidade religiosa organizada através de uma rígida conduta
cristã, com uma produção comunitária.
• A comunidade de Canudos era um povoado a margem do Estado
Republicano e da Igreja
- Enfrentamento entre as autoridades públicas e eclesiásticas
contra a comunidade de Canudos
- De um conflito local a um conflito nacional (envio de 4 expedições
militares contra o povoado – a última com 8 mil soldados)

b) Contestado (1912-1916)
• Região do Contestado: fronteira entre os Estados do Paraná e Santa
Catarina
• Questões relativas a terra e trabalho
- Construção da ferrovia São Paulo – Rio Grande do Sul pela empresa
Brasil Railway (concessão do governo para a exploração da madeira em
uma faixa de 15 quilômetros nas margens da ferrovia)
- Desalojamento das famílias de posseiros dessa região
- Demissão dos empregados das obras da ferrovia ao final da
construção.
• “Monge” José Maria: Beato de inspiração messiânica
- Volta de D. Sebastião e construção do reino de Deus na Terra
- Organização político-religiosa da população local contra os
detentores da terra.
- Repressão das forças públicas contra a população local (Morte do
Monge José Maria em 1912 nos primeiros confrontos) → A revolta
continua por anos até ser esmagada por forças federais e estaduais.
c) Cangaço (1900 – 1940)
• Sertão nordestino:
- Região em que a ocupação está ligada historicamente a pecuária
- Controlada politicamente pelos coronéis
- Região atingida sistematicamente por períodos de seca (coberta
pela caatinga)
• Os grupos de cangaceiros:
- Formação de bandos armados: Histórico de conflitos armados e de
disputas familiares
-Formação dos grupos de Cangaceiros: grupos de bandoleiros que
estavam a margem do controle dos coronéis (insubordinação da
ordem vigente)
- O grupo de Lampião (Capitão Virgulino) e o a fama do cangaço →
Memória popular e a questão historiográfica (trabalho do 3º ano com
coletânea de texto)

3. Os movimentos sociais urbanos


a) Os distúrbios urbanos

• Revolta da Vacina (1904, RJ)

- Processo de urbanização (SP e RJ) e a constituição de uma


segregação sócio-espacial (especulação imobiliária e falta de habitações
para acolher a população migrante e imigrante) → formação dos cortiços
(sec. XIX para o XX) → o olhar da esfera pública sobre os setores
populares, a necessidade de conter e controlar as massas →
concepção expressa em O cortiço

- Prefeito Pereira Passos (1902 – 1906): Reformas urbanas no Rio de


Janeiro (principais ações: modernização do porto, reforma urbana e
saneamento da cidade.)

- Concepção do poder público: ordenamento urbano, higienização e


controle social;

- Campanha de vacinação contra a febre amarela (1904) – liderada


pelo médico sanitarista Oswaldo Cruz → vacinação forçada e uso da
violência desencadeia um levante popular na cidade do Rio de
Janeiro (controlado somente a através da intervenção das forças
públicas)
• Revolta da Chibata (1910)

- Levante dos marinheiros dos navios da Marinha atracados na baia


da Guanabara contra os castigos físicos (chibatadas) → Movimento
liderado pelo marinheiro João Candido;

- Sob a ameaça dos marinheiros bombardearam a capital do país o


governo sede a anistia aos envolvidos na revolta e muda o
regimento da marinha proibindo os castigos físicos.

- Ao se entregarem os marinheiros são presos e acusados de


incitarem a revolta dos fuzileiros navais → os lideres são presos.

b) O Movimento Operário

• O anarco-sindicalismo

- Processo de industrialização → formação de uma classe operária


(formada principalmente por imigrantes italianos e espanhóis)

- Inexistência de direitos trabalhistas → organização de sindicatos


e do movimento operário

- Inspiração anarco-sindicalista.

- Organizado a partir de conselhos de fábricas.

- Greve geral como instrumento de luta e para a revolução.

- 1906 – fundação da Confederação Operária Brasileira

- Greve de 1917 – greve geral em São Paulo organizada pelos


sindicatos anarco-sindicalistas

- Para conter o movimento grevista o exército teve que ser


acionado e cercou a cidade (paz negociada por um grupo de
jornalistas)

• O PCB (Partido Comunista Brasileiro)

- 1922 - Fundado a partir de ex-integrantes do movimento anarco-


sindicalista.

- Forte adesão da classe operária (impacto da Revolução Russa)

- Proposta baseada nas diretrizes da 3 ª Internacional Comunista →


centralização política e organização sindical.
- O PCB passou a maior parte do período na ilegalidade (menos em
1922 e 1927)

• A reação do Estado

- 1921 - Lei Adolfo Gordo → repressão ao movimento e organizações


anarquista com a prisão das lideranças;

- 1921 - Decreto de lei nº 247 → deportação dos presos de origem


estrangeira;

- 1924 – Criação do DEOPS (Departamento de Ordem e Política Social)


→ órgão de vigilância e repressão

- 1927 – Lei Celerada →Consolidação dos instrumentos de repressão


3º Ano
História do Brasil
Aula 13: A crise da república e o golpe de 1930

Objetivos: Apresentar os principais elementos que levaram a crise da ordem


oligárquica no decorrer da década de 20 até a eclosão do movimento político
de 1930 que culminou com o Golpe de 1930.

Estrutura da Aula:

1. Os movimentos de contestação
2. 1929 e a crise do café
3. O golpe de 1930

Planejamento da aula:

1. Os movimentos de contestação

a) A semana de arte moderna (São Paulo)

• 1922 – São Paulo – Movimento artístico liderado por uma série de


artistas de vanguarda (Mario de Andrade, Oswald de Andrade, Manuel
Bandeira, Heitor Villa-Lobos, etc.)
• Análises: Poesia “Os sapos” e Cartaz da Semana de 22
• Construção de uma arte como ruptura e ao mesmo tempo
constituída a partir de elementos considerados pertencentes a
“cultura popular brasileira” (inspiração nos movimentos de vanguarda
da Europa)
• Análises: Trecho de “Macunaíma” e quadros modernistas (Tarsila do
Amaral e Candido Portinari.
• Importância da semana de 1922 – construção a posteriori –
discurso de modernidade.

b) O Tenentismo (1922-1927)

• Levante dos oficiais de nível intermediário do Exército →


Descontentamento com as instituições republicanas (perspectiva de
um governo mais centralizado)
• Início: Levante do Forte de Copacabana (1922) → Apoio dos oficiais
em São Paulo (repressão das forças governamentais e fuga para o
Paraná) → (observar foto)
• Encontro entre os oficiais paulistas com oficiais guachos →
formação de uma única coluna (João Alberto e Luis Carlos Prestes) –
início de uma expedição pelo Brasil – perspectiva de encontrar apoio
e mobilizar a população → Coluna Prestes (observar mapa)

• 1927 – Fim da Coluna Prestes: Sem encontrar apoio popular os


membros restantes se exilam na Bolívia e Paraguai.

2. 1929 e a crise do café


• Política de valorização do café gerida por SP desde 1924 →
Instituto do Café do Estado de São Paulo (perspectiva de lucro e
grandes colheitas) → endividamento do Estado e dependência
econômica do país em relação ao café
• 1929 – Crise da Bolsa de Nova York → retração dos gastos dos
EUA – diminuição drástica das importações de café → crise
generalizada da economia cafeeira/enfraquecimento das elites
paulistas.

3. O golpe de 1930
• Crise da política do café-com-leite
• 1929 –Washignton Luis (então presidente) decide apoiar JulioPrestes
(paulista) como seu sucessor → Ruptura da aliança entre paulistas e
mineiros
• Formação da Aliança Liberal (RS, MG e PB)
- Presidente: Getúlio Vargas (RS)
- Vice: João Pessoa (PB)
• Júlio Prestes ganha as eleições de 1929 – provavelmente fraudada
• União de integrantes da nova elite política (AL) e de integrantes do
movimento tenentista (com exceção de Luis Carlos Prestes)
• Estopim da crise: Assassinato de João Pessoa (Crime político e
pessoal) → Da se início um levante armado contra o presidente eleito –
vitória no Sul e Nordeste – Cerco a cidade de São Paulo e deposição
do presidente
• Getúlio Vargas entra no RJ com as tropas e é declarado presidente
3º Ano
História do Brasil
Aula 14: A Era Vargas
Obs: Aula para 3 entradas

Objetivos: Discutir os principais elementos da chamada Era Vargas a partir de


alguns eixos centrais de abordagem, tais como: o processo político, a política
de industrialização e a política trabalhista. Por fim apresentar o processo que
levou a derrubada do governo Vargas.

Estrutura da Aula:

1. O processo político na Era Vargas


2. A política de modernização e industrialização
3. A política trabalhista
4. O fim da Era Vargas

Planejamento da aula:

1. O processo político na Era Vargas

a) Cronologia da Era Vargas:

- Governo Provisório (1930 – 1934)


- Presidência Indireta (1934 – 1937)
- Estado Novo (1937 – 1945)

b) Governo Provisório (1930 – 1934)

• Processo de centralização política


- 1931 – Código dos Interventores (limitação dos poderes exercidos pelos
Estados, proibição da contração de créditos, etc.)
- Incorporação dos tenentistas (Nomeação dos quadros tenentistas como
interventores, utilização do discurso modernizador e de combate as
oligarquias – principalmente na região sudeste.)

• 1932 – Revolução Constitucionalista (São Paulo)


Motivos: Insatisfação das elites paulistas devido a nomeação, por
Vargas, de um interventor para o Estado e a nacionalização da política
do café.
A Revolução:
- Mobilização da população paulista (sobretudo da classe média urbana)
contra o governo de Getúlio Vargas. Utilização do argumento da falta de
legitimidade e legalidade do seu governo e pressão para a construção
de uma Carta Constitucional (Forte campanha realizada pelos órgãos de
imprensa)
- O estopim da revolução foi a repressão por parte das forças pró-
governo federal a campanha contra Vargas levada pela imprensa
paulista e em manifestações públicas → Invasão de um jornal tenentista
e a morte de 4 jovens estudantes: Miragaia, Martins, Drausio e Camargo.

• Análise de imagem: Cartazes da Revolução Constitucionalista

- Organização de um movimento armado para derrubar Getúlio Vargas


– as elites cafeeiras tinham a esperança de contar com o apoio de outros
Estados como Minas Gerais.
- Sem receber apoio de nenhum outro Estado, as tropas paulistas se
vêem isoladas e acabam sendo facilmente derrotadas.
Consequências:
- Acordo com o governo Vargas para a manutenção da estabilidade
política: Escolha de um interventor paulista (Armando Salles de Oliveira),
criação da Universidade de São Paulo e de uma nova Carta
Constitucional.

• Reestruturação econômica:
- Contexto da crise de 1929 e da queda do preço do Café.
- Nacionalização da política econômica do Café (1931 – criação do
Conselho Nacional do Café, transformado em 1933 em Departamento
Nacional do Café)
- 1933 à 1944 – Implantação da política de compra do excedente da
safra de café e incineração para manter alto o preço de mercado do
Café.
c) Presidência Indireta (1934 – 1937)
• Criação de uma nova Carta Constitucional (similar a de 1891 e
inspirada na República Weimar)
• Eleição indireta (pelo Legislativo) de Getúlio Vargas como presidente a
república.
• 1934 - Eclosão de diversas greves e movimentos sociais e oposição
ao governo Vargas (insatisfação em relação a situação econômica e os
rumos políticos do governo)

Organizações políticas e movimentos sociais anti-vargas

- Formação da Aliança Nacional Libertadora (frente única formada pelos


setores liberais, parte dos tenentes e pelos membros do partido
comunista.)
o Forte conteúdo nacionalista
o Reivindicação da nacionalização das empresas, da reforma
agrária e de um governo com participação popular

- Organização do Movimento Integralista (1932)


o Criado por Plínio Salgado
o Profundamente inspirado na Ideologia nazifascista europeia

o Análise de imagem: cartazes Integralistas

o Composto principalmente pela classe média (chegou a ter 100 a


200 mil integrantes em 1937)
o Posição dúbia do governo varguista até 1937 (tolerância do
integralismo devido à proximidade ideológica e oposição aos
movimentos de esquerda)

- O Partido Comunista
o Fundado em 1922 possuía uma forte influencia dentro do
movimento operário brasileiro.
o Alinhado a III Internacional Comunista (Stalinista) era liderado
por Luis Carlos Prestes (ex-integrante do movimento tenentista)
o 1935 – Intentona Comunista (tentativa fracassada de tomada do
poder)

Reação do estado varguista aos movimentos sociais anti-vargas.

• 1935 – Repressão do governo Vargas a estes movimentos através da


Lei de Segurança Nacional.
• 1936 – Repressão do governo Vargas as ações do partido comunista
através de Filinto Muller (homem forte do governo no que tange as
questões de segurança) e da Comissão Nacional de Repressão ao
Comunismo e o Tribunal de Segurança Nacional.

Eleições presidenciais de 1937


- Disputa entre o Partido Constitucionalista (Armando Salles) e da
coalizão entre o PRP e Getúlio Vargas (José Américo)
- Circulação pela imprensa do Plano Cohen (suposto plano de um
levante comunista vinculado pelo integralista Olímpio Mourão Filho)
- Utilização do Plano Cohen para a decretação por parte do governo
Vargas do Estado de Guerra e suspensão do processo eleitoral
quebra do Estado de legalidade

• Análise de imagem: As fazes do governo varguista

d) O Estado Novo (1937 – 1945)


• Imposição de uma nova Carta Constitucional (forte inspiração na
Constituição fascista italiana)
- Forte processo de centralização política
- Dissolução dos órgãos do Poder Legislativo
- Executivo governando a partir de decretos – lei
• Política externa de aproximação mútua com EUA e ALE (este impasse
se estenderá até o início da 2ª Guerra Mundial e a entrada dos EUA na
guerra em 1941. Por questões econômicas e estratégicas Vargas rompe
com a ALE e se alinha aos EUA → Participação do Brasil na 2ª Guerra
Mundial com Força Expedicionária Brasileira – FEB – na Itália)
• Análise: Discurso de Vargas e do desenho Disney (política da boa
vizinhança)

• Aparelho de Estado
- Construção de um aparato de Estado baseado no controle pessoal de
Getúlio Vargas → Governo formado pelo seu circulo próximo de aliados
(Casa Civil, Ministérios e Casa Militar)
- Organização de um aparato de repressão política: Conselho Nacional de
Segurança (CNS)
- Controle da Opinião Pública e construção da imagem de Getúlio Vargas
como Estadista
o Utilização dos meios de comunicação em massa (principalmente o
Radio através do programa Voz do Brasil)
o Criação do Departamento de Imprensa e Propaganda (DIP) →
controle dos meios de comunicação e censura.
o Criação da rede pública de Ensino e divulgação dos ideais
varguistas sobre a nação através do Ministério da Educação e
Saúde(Ministro Canpanema).

2. A política de modernização e industrialização

Importante: Consenso dentro do governo varguista e de setores da


burguesia da necessidade de consolidar o processo de industrialização o
Brasil
• 1933 – Aproximação de Getúlio Vargas dos órgãos representativos
da burguesia industrial: Federação Industrial do Estado de São Paulo
(FIESP) e Confederação Nacional das Industrias (CNI)

• A partir de 1937 ocorre a decisão do governo de implantar uma


política industrial de substituição das importações (necessidade de
construção de uma Indústria de Base – produção de matérias primas,
geração de energia e combustível)

- 1938 – Criação do Conselho Nacional de Petróleo

- 1941 – Criação da Companhia Siderúrgica Nacional - CSN


(Negociada com os EUA em troca da entrada do Brasil na 2ª Guerra
Mundial e de bases militares no Nordeste)
- 1943 – Criação da Companhia Vale do Rio Doce
- 1945 - Criação da Companhia Hidrelétrica do Vale do São
Francisco

3. A política trabalhista

Síntese: A política de Getúlio Vargas no que tange a questão trabalhista


pode ser definida como preocupada em, por um lado, reprimir os esforços
de organização operária através de sindicatos com ideologias políticas
próprias (comunistas ou anarco-sindicalistas) e, por outro lado,
instrumentalizar estas organizações de trabalhadores em prol dos ideais
do Estado Varguista.

• 1930 – Criação do Ministério do Trabalho, Indústria e Comércio

• Decreto lei de 1931 – Sobre as organizações sindicais

- Sindicato como órgão consultivo e colaboração

- Legalidade destes órgãos apenas mediante a autorização do


governo

- Organização sindical por categoria


• Concessões de leis de proteção ao trabalhador e criação de Juntas de
Conciliação e Julgamento (questões trabalhistas – o Estado como
mediador das questões de classe – em 1939)

• Constituição de 1937 – aspectos ligados a questão trabalhista


inspirados diretamente na Carta del lavoro (legislação fascista
italiana)

- Criação de uma estrutura vertical e controlada pelo governo –


dirigentes sindicais ligados ao governo (Pelegos)

- Instituição do Imposto Sindical e repasse para as instituições


consideradas legais (instrumento de subordinação dos sindicatos ao
Estado)

• 1943 – Implantação da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT)

Importante: Getúlio Vargas buscou despolitizar o movimento operário e,


ao mesmo tempo, construir a sua imagem como o grande responsável
pela criação de direitos trabalhistas, assim como a de Pai dos pobres.

• Análise de Imagem: cartazes do 1º de Maio varguista

4. O fim da Era Vargas

• 1945 – Final da 2ª Guerra Mundial e vitória dos aliados → A


participação do Brasil do lado dos aliados põem em evidencia as
contradições do regime varguista (uma ditadura que diz te lutado em
favor da liberdade e da democracia)
• Aumento da pressão por eleições – Getúlio Vargas aceita realizar
eleições em dezembro de 1945.
• Partidos políticos:
- UDN (União Democrática Nacional) – Brigadeiro Eduardo Gomes
- PSD (Partido Social Democrata) – General Dutra
- PTB (Partido Trabalhista Brasileiro)
Importante: Tanto o PSD, quanto PTB eram partidos formados por
indivíduos ligados ao regime varguista.
• O fato de Getúlio Vargas não ter lançado um candidato fez com que
setores ligados ao movimento sindical e o PCB declarassem apoio direto
a continuidade do governo Vargas e que este se lançasse como
candidato – campanha do Queremismo
• Pressão da oposição em relação a Getulio Vargas e a manutenção
do regime – Vargas renuncia (1945)
3º Ano
História do Brasil
Aula 15: A República populista: Parte I (1945-1954)

Objetivos: Apresentar o processo de redemocratização do governo Dutra,


salientando o caráter conservador no plano político e liberal, no plano
econômico. Discutir o processo eleitoral que possibilitou a volta de Getúlio
Vargas ao cenário político, sua eleição a presidência, seu governo e principais
ações, assim como os episódios que o levaram ao suicídio. Debater a
conjuntura política que permitiu a sucessão presidencial.

Estrutura da Aula:
1. A redemocratização e o governo Dutra (1946 – 1950)
2. Governo Vargas (1950 – 1954)
3. Café Filho e a sucessão presidencial

Planejamento da Aula:
1. A redemocratização e o governo Dutra (1945 – 1950)
a) O processo de redemocratização (1945)
• Eleições presidenciais de 1945 – Vitória do General Dutra (PSD)
• Promulgação da Carta Constitucional de 1946
- República Federal
- Separação dos poderes e definição e atribuições
- Voto obrigatório a todos os brasileiros, maiores de 18 anos e
alfabetizados
- Manutenção dos direitos trabalhistas adquiridos no decorrer
da Era Vargas → regulamentação do direito a greve

b) Governo Dutra (1946 – 1950)

Aspectos políticos:
• Perspectiva centralizadora
• Repressão aos movimentos populares → sobretudo ao PCB
(colocado novamente na ilegalidade, sendo seus deputados
cassados)
• Aproximação dos EUA no plano político (contexto da Guerra Fria)

Aspectos econômicos
• Modelo Liberal (perspectiva otimista com os dividendos gerados
pela 2ª Guerra Mundial)
• Introdução da política de abertura econômica → onda de
importações e de um processo inflacionário
• 1947 – Mudança da política econômica → Sistema de licenças
para importação
- Importação dos chamados bens essenciais (equipamentos,
maquinários e combustível)
- Proteção à indústria de bens de consumo.

2. Governo Vargas (1950 – 1954)


a) As eleições de 1949
• Disputa acirrada entre os candidatos →polarização das
perspectivas políticas
- Getúlio Vargas (PTB) →Plataforma eleitoral baseada na
ampliação das leis trabalhistas e na industrialização
nacional (discurso nacionalista)
- Cristiano Machado (PSD) – Gen. Dutra negou apoio a Getúlio
Vargas
- Eduardo Gomes (UDN) – Plataforma eleitoral conservadora
• Eleição de Getúlio Vargas com 48,7% dos votos (tentativa de
impugnação)

b) O governo
• Importante: Diante de um cenário político mundial polarizado,
Vargas tentou assumir um papel de árbitro das forças sociais
em disputa no plano nacional.
• Tentativa de aproximação com a UDN e constituição de uma
base governista de caráter mais conservador → Tal
aproximação é rejeitada por parte da UDN (Carlos Lacerda, líder
da UDN se torna o principal líder da oposição)
• Política Econômica:
- Plano Lafter (Plano nacional de reaparelhamento econômico)
o 1952 – Criações do BNDE (Banco Nacional de
Desenvolvimento Econômico)
– Estatização do setor de geração de energia
elétrica
o 1953 – Campanha O petróleo é nosso → Criação da
Petrobrás
– Lei de remessa de lucros (controle do capital
estrangeiro)

• Política trabalhista (política populista →política de massa)


- 1953 – Diversas greves acontecem em São Paulo (Greve dos
300 mil) e no Rio de Janeiro (Greve dos marítimos) →
Recuperação das perdas salariais.
– Tentativa de cooptação do movimento sindical →
João Goulart é nomeado Ministro do Trabalho. (aumento de
100% de aumento no dia 1º de Maio de 1954)

c) A crise do governo Vargas


• Oposição militar (divergências dentro da corporação)

Nacionalistas
(defensores de um sistema autônomo)
vs.
Entreguistas
(Menor intervenção do Estado, abertura econômica ao capital
estrangeiro e alinhamento aos EUA – oposição a Getúlio Vargas)

• Oposição civil
- Burguesia industrial (devido a política trabalhista)
- Imprensa: Tribuna da Imprensa (Carlos Lacerda), O Globo,
Diários Associados (Assis Chateaubriand) e Estado de São Paulo
(Família Mesquita)
- Casse Média (Temor de uma república sindicalista/ comunista)

• Articulação de um golpe de Estado


- Gatilho: Atentado da Rua Toneleiros (tentativa de assassinato
de Carlos de Lacerda por membros da guarda de Getúlio) →
Morte do major Ruben Vaz
- Inquérito civil e militar leva ao Isolamento de Getúlio
Vargas.(articulação de um golpe de Estado caso Getúlio não
renunciasse)
- 24 de agosto de 1954 → Suicídio de Vargas (comoção
nacional)

3. Café Filho e a sucessão presidencial


• Governo provisório de Café Filho – vice de Getúlio Vargas
(1954 – 1955)
• Campanha eleitoral de 1955
- Juscelino Kubitschek (PSD) – apoio do PTB e de João Goulart
(vice)
- Juarez Távora – militar (UDN)
• Campanha acirrada e polarização da sociedade brasileira
→Circulação da Carta Brandi (documento falso que supostamente
vincularia Goulart a idéia de república sindicalista)
→ Eleição de Juscelino Kubitschek – articulação de um
movimento para impedir a posse (setores militares e
conservadores) – impedido pela atuação do General Lott –
Golpe preventivo
3º Ano

História do Brasil

Aula 16: A República populista: Parte II (1954-1961)

Objetivos: Apresentar os principais fatos políticos que marcaram o período, dano


destaque ao processo político que levou ao poder JK e a tentativa de golpe
perpretada por Janio Quadros. Analisar as características e os impactos da política
economica e desenvolvimentista do governo JK.

Estrutura da aula:

1. O “golpe preventivo”
2. O governo JK e o desenvolvimentismo
3. Jânio Quadros e a crise política

Planejamento da Aula:

1. O “golpe preventivo”
• 1954 – crise política com o suicídio de Getúlio Vargas - “governo provisório
de Café Filho (Vice-presidente)”
• Situação política interna tensa (organização dos setores conservadores e
ameaça de golpe)
• Contexto mundial da Guerra Fria (polarização política internacional)
• Campanha eleitoral de 1955 – Vitória da chapa PSD/PTB (dois partidos de
origem getulista) – presidente Jucelino Kubitschek e vice-presidente João
Goulart
• Articulação de um movimento para impedir a posse (setores militares
coservadores) – Posse garantida pela intervenção do Ministro da Guerra –
Marechal Lott – golpe preventivo
2. O governo JK e o desenvolvimentismo
• A política econômica e o plano de metas – perspectiva de desenvolvimento
industrial acelerado (50 anos em 5)
• Programa de metas:
- Energia

- Transporte

- Alimentação

- Indústria de base

- Educação

- Brasília (meta síntese) – o ideal de modernidade e desenvolvimento

• Proposta nacional-desenvolvimentista (Combinação de ações do Estado e


empresas nacionais e internacionais)
- Abertura ao capital estrangeiro

- Instalação de multinacionais (principalmente de empresas automotivas como:


Willis Overland, Ford, Volkswagen, General Motors) – Região sudeste

- Criação de orgãos paralelos (busca de agilizar os processos burocráticos) –


ISEB, SUDENE, SUDAM, GEIA (Grupo executivo da Industrialização
Automobilística)

- Crescimento industrial de 80%

• Impasses econômicos e sociais


a) As dificuldades orçamentárias

- Aumento do déficit brasileiro (declínio do valor das exportações em


relação ao aumento das importações – resultado da abertura da economia ao
capital estrangeiro)

-1959 – Plano de estabilização (aprovado pelo FMI) – Corte de gastos e


retração econômica em troca de empréstimo para estabilizar o orçamento do
governo
- Insatisfação generalizada – JK rompe com o FMI para manter o apoio
popular.

b) Questão sindical

- Reestruturação das organizações sindicais (sindicalismo mais


independente) – formação da CGT (Central Geral dos Trabalhadores)

- Greves de 1960: questão salarial – inflação e perda do poder aquisitivo dos


salários

3. Jânio Quadros e a crise política


• Eleições de 1960 (polarização política)

Jânio Quadros vs. General Lott

(Apoiado pela UDN e conservador) (PSD E PTB, com João Goulart como vice)

Importante: Resultado das eleições – Jânio presidente e João Goulart como vice
(eleições separadas para presidente e vice) – questão central para os fatos
subsequentes.

• Governo de Jânio Quadros (1961)


a) Medidas Internas:

- Reestruturação ortdoxa da economia – corte de gastos

- Ações de ordem moral: proibição da rinha de galo, do biquini e do lança-perfume

b) Política externa:
- Defesa de uma política de não alinhamento (em relação a Guerra Fria) –
aproximação superficial do bloco socialista (Desaprovação dos conservadores)

• A renuncia de Jânio
- Governo sem base política (perda do apoio popular e dos setores conservadores)

- Renúncia de Jânio Quadros (tentativa de conseguir apoio popular para ser


reempossado com mais poderes – expectativa de que o receio de um governo de
João Goulart levasse o Congresso a apoiar um governo mais forte de Jânio)

- Manobra fracassada – a renúncia é aceita pelo congresso – Crise institucional.


3º Ano

História do Brasil

Aula 16: A ditadura militar (1964 – 1985)

Obs: Aula para duas entradas

Objetivos: Analisar o processo de estruturação do regime militar no Brasil, os


instrumentos legais e mecanismos criados pelo regime para consolidar o poder
dos militares e os embates políticos dentro do regime. Identificar os setores e
grupos sociais que se opuseram ao regime, suas estratégias e métodos.
Analisar e discutir os métodos utilizados pelo regime para combater a oposição
(em especial a luta armada). Analisar a política econômica adotada pelo
governo militar. Identificar os elementos que levaram a desestruturação do
regime militar, assim como discutir o processo de redemocratização.

Obs: Aula para 2 entradas

Estrutura da Aula:
1. Cronologia do regime militar
2. Os militares no poder (aspectos políticos)
3. A oposição ao regime e a repressão
4. A política econômica e o Milagre Econômico
5. O fim do regime e a redemocratização

Planejamento da Aula:
1. Cronologia do regime militar
• Marcos cronológicos:
- 1964 – Golpe Militar (deposição do presidente João Goulart)
- 1985 – Eleição de José Sarney pelo Congresso (presidente civil)
• Presidentes do período militar:
- Humberto A. Castelo Branco (1964-1967)
-Arthur da Costa e Silva (1967 – 1969) → Considerado o início da
chamada linha dura da Ditadura Militar
- Emílio Garrastazu Médici (1969 – 1974)
- Ernesto Geisel (1974 – 1979) → Início do processo de abertura
política
- João Baptista O. Figueiredo (1979 – 1985)
2. Os militares no poder (aspectos políticos)
• 1964 – Deposição de João Goulart
- O poder executivo é assumido provisoriamente por uma junta militar
- Permanência do Congresso, mas fortalecimento do poder
executivo
- Alteração da Lei através dos Atos Institucionais (AI) e consolidação
da Ditadura Militar

• AI-1 (1964):
- Suspensão da imunidade parlamentar
- Criação do dispositivo de “aprovação por decurso de prazo” (Projetos
do Executivo)
- Instauração de Inquéritos Policiais Militares (perseguição aos
movimentos sociais e grupos que se opunham a ditadura a partir da
perspectiva de proteção a segurança nacional)
- Criação do SNI (Serviço de Inteligência Nacional)

• AI – 2 (1965):
- Suspensão das eleições presidenciais
- Instituição dos Decretos Leis (Imposição dos projetos do poder
executivo)
- Instauração do Bipartidarismo no Congresso Nacional
o ARENA (Aliança Renovadora Nacional) – Partido pró-governo
militar
o MDB (Movimento Democrático Brasileiro) – Oposição ao
governo militar

• AI – 3 (1966)
- Suspensão das eleições estaduais
- Fechamento do Congresso

• AI – 4 (1967)
- Reconvocação do Congresso
- Aprovação de nova Carta Constitucional (ampliação dos poderes do
executivo)
- Lei de Segurança Máxima (aparato legal para corroborar a repressão
a oposição ao regime)

• AI – 5 (1968)
- Suspensão do Habeas Corpus.
-Concessão ao presidente da República do poder de fechar
provisoriamente o Congresso.
- Imposição de interventores nos governos estaduais e municipais
pelo poder executivo.

3. A oposição ao regime e a repressão


• 1964 - Forte repressão aos movimentos sociais organizados (Ação
contra as Ligas Camponesas e do Movimento Sindical) → Análise da
música Disparada de Geral Vandré (interpretação de Jair Rodrigues,
festival de 1966)
• 1964 – 1968 - Formação de uma frente ampla (tanto dos setores de
esquerda, quanto de parte da direita conservadora – como Carlos
Lacerda)
- Pressão pela redemocratização do país (Jango, Jucelino e Lacerda
partem para o exílio)
- Apoio de outros setores da sociedade como a Igreja e a UNE
• 1968 (ano chave dos protestos)
- Movimento operário e as greves de Contagem (MG) e da Cobrasma
(Osasco-SP)
- Passeatas eclodem nas principais cidades do país – Morte do
estudante secundarista Edson Luis (RJ) pela polícia provoca uma comoção
nacional contra o governo militar.
- Passeata dos 100 mil (Rio de Janeiro) – Análise da música de Pra não
dizer que não falei das flores de Geraldo Vandré
Importante: O ano de 1968 representa o fim das grandes
manifestações populares, assim como a consolidação da chamada
linha dura dentro do governo militar e o endurecimento da repressão a
qualquer grupo de oposição. A criação do AI-5 está diretamente ligada aos
eventos desse ano
• A luta armada
- PCB – A sua posição contrária ao confronto direto ao regime militar e
a perspectiva de um movimento de massa leva a membros mais
radicais a racharem com a partido.
- Teoria do foco guerrilheiro: A perspectiva de que um grupo armado e
organizado pudesse (como em Cuba) ser o ponto de partida para uma
revolução nacional → formação de grupos dispostos a pegar em armas
contra o regime militar.
- Guerrilha urbana
o Ação Libertadora Nacional (Carlos Marighella)
o Vanguarda Popular Revolucionário (Carlos Lamarca)
- Guerrilha rural
o Guerrilha do Araguaia (PC do B)

Importante: A luta armada foi duramente reprimida pela ditadura militar


através do seus mecanismos de repressão. Outro fator importante foi a
incapacidade destes grupos de conseguir apoio popular para as suas
causas
• Os instrumentos de repressão do regime militar:
- Consolidação da censura sobre os meios de comunicação (de ordem
política e moral)
- Atuação de orgãos civis na repressão: DOPS (Departamento de Ordem
Política e Social
- Atuação dos serviços de inteligência das forças militares na captura,
tortura e prisão de membros da oposição ai regime (CENIMAR, CISA e
DOI-CODI)
o 1969 – O exército cria Operação Bandeirantes (OBAN) – formação
de um dos principais órgãos de repressão do governo militar, o DOI-
CODI (Departamento de Operação Interna e Centro de Operações
de Defesa Interna)
• Análise da música Calice de Chico Buarque de 1973 (O peso da
repressão)

4. A política econômica e o Milagre Econômico


a) 1964 – 1967 – Governo Castelo Branco
• Plano de Ação Econômica do Governo (PAEG) – programa que tinha
como objetivo modernizar o sistema capitalista (lógica da Guerra
Fria)
- Redução dos gastos do setor público
- Contração do crédito privado (para estabilizar a inflação)
- Compressão dos salários
- Flexibilização da CLT (fim da estabilidade de emprego) → Criação do
FGTS
• Resolução do problema da Dívida Externa → empréstimos junto ao
FMI e apoio dos EUA (Governo Kennedy e a Aliança para o Progresso)
b) 1969 – 1973 – O Milagre Econômico → Governo Médici
Definição: Política econômica do governo federal para acelerar o
crescimento da economia brasileira, a partir do desenvolvimento do setor
industrial e do agro-negócio.
• Ministro da economia: Delfim Neto (idealizador desta política econômica)
• Pilares do Milagre Econômico (política econômica do governo)
- Consolidação do capital estrangeiro e nacional (Concentração de
capitais, incentivo a fusão de empresas)
- Abertura da economia ao capital estrangeiro e fim do controle das
remessas de lucro (perspectiva de atrair empréstimos e investimento) -
Arrocho salarial
- Construção de inúmeras obras de infra-estrutura (setor de transporte
e energia)

Resultados: Desenvolvimento dos setor industrial e do agro-negócio,


diversificação da economia nacional, crescimento do PIB, aumento da
dívida externa e da concentração de renda.
• Construção do ideário sobre o desenvolvimento nacional: Junção da idéia
de segurança nacional ao desenvolvimento econômico → Atuação dos
meios de comunicação e utilização do esporte (copa de 1970). Campanha:
Brasil ame ou deixe-o. (Análise da música da copa de 1970)

Crise da política econômica:


• 1973 – Crise do petróleo (início de um período de recessão mundial)
• Diminuição dos investimentos vindos do exterior, aumento da inflação
e crise da dívida externa
• Processo de pauperização da população e aumento da insatisfação em
relação ao regime.

5. O fim do regime e a redemocratização


• Início do governo de Ernesto Geisel → perspectiva diferente de governo
e esgotamento do modelo de governo de Médice (linha dura)
• Pressão por parte da burguesia e da classe média por maior
participação política
• Reestruturação dos movimentos sociais → Movimento sindical,
estudantil e por direitos básicos (moradia, educação, etc.)
• As mortes do jornalista Vladimir Herzog (1975) e do operário Manoel
Fiel Filho (1976) – desencadeiam as primeiras manifestações contra o
regime.
• Governo Figueiredo – construção da linha da Abertura lenta, gradual e
progressiva.
• 1979 – Lei da Anistia (tanto dos presos políticos, quanto dos membros do
regime)
• 1983/1984 – Campanha das Diretas Já (pressão para eleições diretas –
emenda constitucional rejeitada)
• 1985 - Eleições indiretas para presidente – Tancredo Neves (primeiro
presidente civil desde 1964), tendo como vice José Sarney

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