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DOS REQUISITOS DA EXECUÇÃO –

São dois :

a) o inadimplemento do devedor

b) título executivo com grau suficiente de certeza da existência da obrigação.

DO INADIMPLEMENTO (CPC, art. 788)

- Caracteriza-se quando o devedor incorre nas hipóteses de não ter cumprido a


obrigação nos seguintes requisitos de : a) tempo, b) local e c) forma
convencionados.

- Não é preciso o inadimplemento absoluto, basta a mora do devedor.

O inadimplemento absoluto é quando o devedor não cumpriu a obrigação nos


moldes pactuados e nem mais poderá fazê-lo porque não terá mais utilidade para
o credor, podendo este exigir perdas e danos.
Ex. Entrega de vestido de noiva nas vésperas do casamento e não entregou.

Já a mora é quando o devedor não cumpriu a obrigação na forma contratada, mas


ainda existe possibilidade de fazer e com utilidade para o credor.
Ex. O devedor atrasa uma prestação financeira, deverá pagar com os acréscimos
legais e o pagamento é útil ao credor.

a) Do TEMPO

Há que se verificar se a obrigação é a termo (prazo), logo se existe data de


vencimento ou não.

Existe a mora ex re. (CC, art. 397 caput1) quando se opera imediatamente o
inadimplemento da obrigação, líquida, certa e exigível, prescindindo qualquer
notificação/interpelação do devedor em razão do simples exaurimento do prazo –
dies interpellat pro homine.

Já a mora ex persona (CC, art. 397, parágrafo único) ocorre quando não existe
prazo, termo fixado para o seu cumprimento, existindo a necessidade da iniciativa

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CC - Art. 397. O inadimplemento da obrigação, positiva e líquida, no seu termo, constitui de pleno direito em mora o devedor.
Parágrafo único. Não havendo termo, a mora se constitui mediante interpelação judicial ou extrajudicial.
da parte para constituir em mora a outra parte por meio de notificação/interpelação
judicial ou extrajudicial.

Exceção : nos contratos de compromisso de compra e venda de imóvel 2

Nos termos do Enunciado nº 54 da Súmula do STJ nas obrigações por atos


ilícitos o devedor estará em mora desde a data do fato.

b) Do LUGAR

Em regra as obrigações devem ser cumpridas no lugar convencionado, na


ausência prevalece a regra do art. 3273 do CC sendo em regra no domicílio do
devedor, devendo o credor procurá-lo para o recebimento da obrigação.

i) Obrigação QUESÍVEL (querable) - a obrigação deve ser cumprida no


domicílio do devedor, competindo o credor ir procurar para receber.

ii) Obrigações PORTÁVEL (portable) - aquela instituída por convenção das


partes ou decorrente da lei, ou resultar da natureza ou circunstâncias onde a
obrigação deva ser cumprida no domicílio do credor.

c) Da PROVA DO PAGAMENTO

Constitui em dever do devedor demonstrar a adimplência, já que não se


pode admitir a prova da inexistência de um fato ou prova negativa, devendo se
caracterizar pelo recibo ou devolução do título.
DA NATUREZA DAS OBRIGAÇÕES
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CIVIL. CONTRATO DE PROMESSA DE COMPRA E VENDA DE IMÓVEL. RESCISÃO CONTRATUAL.
CONSTITUIÇÃO EM MORA. NECESSIDADE DE PRÉVIA NOTIFICAÇÃO OU INTERPELAÇÃO DOS
DEVEDORES. MORA EXPERSONA. NÃO CONSTITUIÇÃO . REINTEGRAÇÃO DE POSSE. IMPOSSIBILIDADE.
ESBULHO. NÃO CONFIGURAÇÃO. SENTENÇA MODIFICADA. 1. O caput do art. 397 do Código Civil Brasileiro
traz a chamada mora ex re, que independe de interpelação, como se o próprio termo da obrigação interpelasse no
lugar do credor. Nesse caso, o inadimplemento, por si só, constitui em mora o devedor. O parágrafo único do
mesmo dispositivo traz a denominada mora expersona, que depende de prévia interpelação, exigindo a atuação do
credor para constituir o devedor em mora. 2. No caso dos autos, a legislação específica que regula a matéria
transforma o que poderia ser mora ex re em mora ex persona. Assim, independentemente da existência de cláusula
resolutória expressa, é indispensável a notificação ou interpelação dos devedores (promitentes compradores) para
sua constituição em mora. 3. A ausência dessa notificação ou interpelação, providência que competia à credora,
impede a rescisão contratual de pleno direito em razão do inadimplemento, bem como a reintegração de posse, ante
a não configuração de esbulho. 4. Recurso da autora não conhecido. Recurso dos demandados conhecido e
provido. ACÓRDÃO ACORDA a 3ª CÂMARA CÍVEL DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO CEARÁ, por uma de suas
turmas julgadoras, à unanimidade, em não conhecer da apelação interposta pela autora e; de conhecer da apelação
interposta pelos requeridos, para dar-lhe provimento, nos termos do voto do relator, parte integrante desta decisão.
Fortaleza, 14 de setembro de 2015

3
CC Art. 327. Efetuar-se-á o pagamento no domicílio do devedor, salvo se as partes convencionarem diversamente, ou se o contrário resultar da
lei, da natureza da obrigação ou das circunstâncias. Parágrafo único. Designados dois ou mais lugares, cabe ao credor escolher entre eles.
As líquidas são as contidas nos títulos extrajudiciais, sendo que as ilíquidas
podem estar em determinados títulos judiciais e que necessitam de liquidação.

As de cunho condicional (evento futuro e Incerto), do qual depende a


eficácia da obrigação e a termo (evento futuro e certo) e que podem ter regulação
nos termos do art. 514 do CPC.

As de aspecto bilaterais

c) Da PROVA DO PAGAMENTO

Constitui em dever do devedor demonstrar a adimplência, já que não se


pode admitir a prova da inexistência de um fato ou prova negativa, devendo se
caracterizar pelo recibo ou devolução do título.

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