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LETRAMENTO E ALFABETIZAÇÃO

LETRAMENTO E
ALFABETIZAÇÃO
Autor: Esp. Lilian Maia Borges Testa
Revisor: Etna Paloma

INICIAR
introdução
Introdução
Quando falamos em alfabetização, vem a nossa mente o trabalho com as letras, depois
com as sílabas e, consequentemente, a formação das palavras. No entanto, esse ensino
estava centrado em uma educação remota, em que utilizava-se as famílias silábicas (ba, be,
bi, bo, bu) para ensinar as crianças a ler e escrever. Atualmente, as nossas crianças já
chegam à escola com um conhecimento prévio, já tiveram contato com diferentes textos
em seu cotidiano.

Por isso, o processo de alfabetização de nossas crianças, hoje em dia, pauta-se em


alfabetizar e também em letrar. Mas o que seria esse processo de alfabetizar letrando? É o
que propomos em nossos estudos, ou seja, a criança aprende a ler e a escrever, mas com
um significado para a sua vida.
Conceituação

Para que possamos compreender todo o processo de alfabetização contemporâneo,


precisamos refletir sobre dois conceitos básicos, ou seja, o conceito de alfabetização e o
conceito de letramento. Esses conceitos nos auxiliarão a entender a dinâmica do processo
de alfabetização e como a criança desenvolve a leitura e a escrita, ou seja, ambas com
função social.

Alfabetização e Letramento
O processo de alfabetização e de letramento na atualidade é motivo para muitas
discussões; sabemos que o professor que trabalha diretamente com a alfabetização não
deve apenas ensinar o código linguístico para a criança, ele deve alfabetizar letrando.
Entretanto, vamos compreender melhor o que isso significa ao comungar das ideias
defendidas por Soares.

No processo de aprendizagem inicial da leitura e da escrita, a criança deve


entrar no mundo da escrita fazendo uso de dois “passaportes”: precisa
apropriar-se da tecnologia da escrita, pelo processo de Alfabetização, e precisa
identificar os diferentes usos e funções da escrita e vivenciar diferentes práticas
de leitura e de escrita, pelo processo de Letramento. Se lhe é oferecido apenas
um dos “passaportes” – se apenas se alfabetiza, sem conviver com práticas reais
de leitura e de escrita – formará um conceito distorcido, parcial do mundo da
escrita; se usa apenas o outro “passaporte” – se apenas, ou, sobretudo, se letra,
sem se apropriar plena e adequadamente da tecnologia da escrita – saberá
para que serve língua escrita, mas não saberá se servir dela (SOARES, 2010, p.
24).

Assim, de acordo com os preceitos citados pela autora em questão, o professor


alfabetizador não deve apenas ensinar a decodificar o código linguístico, deve ensinar a ler,
interpretar e compreender o mundo ao redor do aluno, por isso o educador deve
alfabetizar e, ao mesmo tempo, letrar nossos alunos.

O professor que alfabetiza letrando tem de desenvolver seu trabalho pautado na leitura de
diferentes gêneros textuais, como músicas, parlendas, trava-línguas, bilhetes, história em
quadrinhos, literaturas infantis, contação de histórias, dentre outros exemplos.

É notório salientar ainda que a palavra letramento já está incorporada em nossa educação
há algum tempo, entretanto, atualmente, tem recebido uma nova versão, voltada para o
processo de ensino e aprendizagem no que se refere à leitura e escrita, ou seja, se uma
pessoa sabe ler e escrever, mas não consegue entender o que diz uma reportagem que leu
ou não compreendeu um livro de literatura, essa pessoa não pode ser considerada letrada.

Segundo Soares (2004, p. 47), os conceitos que envolvem alfabetização e letramento são
diferentes: Alfabetização é a ação de ensinar/aprender a ler e escrever. Já Letramento é o
estado ou condição de quem não apenas aprendeu a ler e escrever, mas cultiva e exerce as
práticas sociais que usam a leitura e a escrita.

Comungando com os preceitos defendidos Soares (2004, p. 19), em seu livro “Letramento:
um tema em três gêneros”, observamos que a criança alfabetizada é aquela que aprendeu
o código linguístico e domina as habilidades de ler e escrever, em contrapartida, a criança
considerada letrada é a pessoa que se apropriou da habilidade de ler e escrever e faz uso
delas para cultivar e exercer as práticas sociais que demandam dessas duas habilidades.

Dessa forma, a alfabetização é um ato mecânico, sem atribuição de significado, entretanto,


se a pessoa usar essa leitura e escrita como prática social, ou seja, mudar seus aspectos
sociais, culturais e, até mesmo, econômicos, podemos dizer que essa pessoa é letrada.
Portanto, para Soares (2004, p. 18): “Letramento é o resultado da ação de ensinar ou de
aprender a ler e escrever: o estado ou condição que adquire um grupo social ou um
indivíduo como consequência de ter se apropriado da escrita”.

Fazemos parte de uma sociedade letrada; assim, a escola deve propiciar o desenvolvimento
do letramento, ou seja, usar a leitura e a escrita como prática social. Assim, ao se trabalhar
com a escrita, o aluno deve aprender seus diferentes usos e a sua função dentro da
sociedade, isto é, o aluno precisa aprender a interpretar o que leu e não apenas aprender a
ler.
Quando nos referimos ao ambiente educativo, temos de ter em mente que esse ambiente
nos remete ao processo de ensino e aprendizagem, portanto, falaremos sobre a forma
como nossas crianças estão sendo educadas, mais precisamente, sobre esses espaços
educativos em que elas estão inseridas.

Assim, o local em que a criança passa a maior parte do tempo é dentro de uma escola,
entretanto, esse não pode ser considerado o único ambiente onde a criança terá contato
com a língua escrita e com a educação como um todo. De acordo com as palavras de
Soares, observamos que

é um equívoco acreditar que é a escola a única responsável por propiciar a


criança os dois “passaportes” de entrada no mundo da escrita. Muito antes de
chegar à instituição educativa – de Ensino Fundamental e mesmo de Educação
Infantil – a criança já convive tanto com a tecnologia da escrita quanto com o
seu uso, porque, em seu contexto, a escrita está sempre presente: ora muito
presente, como nas camadas economicamente privilegiadas e nas regiões
urbanas, ora menos presente, ora em gêneros e suportes mais próximos ora
menos próximos daqueles que a escola valoriza, mas sempre presente (SOARES,
2010, p. 23).

Portanto, a escola é considerada um ambiente educativo e, quando nos referimos à


Educação Infantil, um ambiente alfabetizador, ou seja, um ambiente em que se promove o
encontro da criança com a leitura e a escrita, de forma a fazer com que ela seja partícipe
ativo tanto em um processo como no outro.

No mais, observamos que o ambiente alfabetizador pode também ser o espaço da sala de
aula, os diferentes espaços dentro da escola, a sua casa, o seu quarto, isto é, um local em
que a criança tenha contato com a escrita e com a leitura. Por exemplo, se em sua casa
tiver um espaço com diversos livros infantis, gibis, revistas, a criança estará em contato com
o ambiente alfabetizador fora do espaço escolar. É válido ressaltar, também, que, em sala
de aula, o professor deve colocar o nome dos objetos que estão na sala, por exemplo,
colocar o nome da cadeira, do armário, do quadro.

praticar
Vamos Praticar
Em seu livro “Letramento: um tema em três gêneros”, Magda Soares (2004) afirma que a
alfabetização e o letramento são elementos indissociáveis e inerentes ao processo de aquisição da
leitura e da escrita, considerando essas duas habilidades com função social. Dessa forma, de
acordo com as leituras realizadas até o momento, assinale a alternativa correta em relação ao
termo Letramento.

SOARES, M. Letramento: um tema em três gêneros. 2. ed. Belo Horizonte: Autêntica, 2004.

a) O letramento é considerado como dois processos bem diferentes: a leitura e a escrita,


sendo resultado de um ato mecânico.
b) O papel da escola é trabalhar com a escrita, ou seja, somente alfabetizar, e não
desenvolver o letramento, pois isso é função da sociedade.
c) Letramento e alfabetização são termos com conceitos diferentes, mas na prática são
iguais, ou seja, possuem o mesmo significado.
d) O processo de leitura e escrita exige habilidades e competências que dependem do
planejamento do professor que deve alfabetizar e letrar seu aluno ao mesmo tempo.
e) Letramento consiste em ensinar a ler e a escrever apenas, pois o aluno não precisa
compreender o que leu.
Relação com o
Processo de
Escolarização

Ao falarmos em alfabetização, devemos fazer um breve paralelo com o passado para que
possamos compreender a evolução que o processo de alfabetização apresentou com o
passar dos anos e, consequentemente, compreender as práticas que envolvem a
alfabetização e o letramento hoje em dia. Assim, precisamos conhecer as diferentes
tendências pedagógicas que atenderam a necessidade educacional de cada período vivido
pela sociedade e um pouco da história do processo de alfabetização da educação brasileira.

As Tendências Pedagógicas
Sabemos que nas instituições de ensino quem realizará a mediação entre o conhecimento e
a criança será o professor, assim, ele precisa conhecer as diferentes metodologias de
ensino. Por isso, considerando a importância em relação às principais tendências
pedagógicas brasileiras, teceremos alguns comentários que levarão você a refletir sobre o
respectivo assunto e compreender a fundamentação de algumas práticas em sala de aula.

Ao estudarmos as tendências pedagógicas, devemos ter em mente qual a dimensão política


e educacional que estão apresentadas nas metodologias adotadas pelas instituições
educacionais. Dessa forma, é essencial o conhecimento dessas tendências, pois elas são
pré-requisitos para que possamos refletir e transformar o processo educacional existente.

É preciso estabelecer um sentido político e social ao trabalho que está sendo desenvolvido
com os alunos, pois como nos assegura Libâneo (1998), aprender é uma maneira de se
estabelecer contato com o conhecimento adquirido pela vivência do aluno, ou seja, pelo
seu conhecimento de mundo, e só tem sentido se esse conhecimento estiver próximo da
criticidade dessa realidade, conforme defende Saviani:

[...] a Pedagogia Crítica implica a clareza dos determinantes sociais da


educação, a compreensão do grau em que as contradições da sociedade
marcam a educação e, consequentemente, como é preciso se posicionar diante
dessas contradições e desenredar a educação das visões ambíguas para
perceber claramente qual é a direção que cabe imprimir à questão educacional
(SAVIANI, 1991, p. 48).

Em contrapartida, Luckesi (1994, p. 62) salienta que a “Pedagogia se delineia a partir de uma
posição filosófica definida”. Assim, ele discorre sobre três tendências filosóficas que tentam
explicar o papel desempenhado pela educação na sociedade.

Libâneo (1998, p. 55) classifica as tendências pedagógicas em dois grupos, sendo estes
“liberais” e “progressistas”. No grupo das tendências “liberais” estão incluídas as tendências
“tradicional”, “pedagogia nova”, e a “pedagogia tecnicista”, já no grupo das tendências
“progressistas” abordaremos as tendências “realista progressista” e a tendência “histórico-
crítica”. Dessa forma, explicitaremos alguns aspectos fundamentais de cada uma destas
tendências.

Tendência Tradicional: é caracterizada pelo papel bem específico entre a figura do


professor e do aluno, ou seja, o professor é o centro de todo o processo de ensino e
aprendizagem, é visto como o único detentor de todo o conhecimento acumulado com o
passar do tempo. O professor tem a função de transmitir os conteúdos aos alunos,
preparando-os para exercer seu papel na sociedade. Ao aluno cabe a função de aprender
os conteúdos que eram ministrados pelo professor, e, assim que os compreendia, o aluno
tinha de repeti-los e reproduzi-los da mesma forma que foram ensinados em sala de aula.

Tendência “Pedagogia Nova” ou “Escola Nova”: foi adotada no Brasil por volta da década
de 1930. Os autores que fundamentaram essa teoria de ensino foram Rogers, Montessori e
Piaget, que representaram um movimento educacional que possuía como principal
característica a rejeição à teoria tradicional de ensino. Para alcançar os objetivos propostos
por essa tendência pedagógica, o aprendizado teria que ser espontâneo, ou seja, partir do
interesse do aluno e não mais do professor como era na tendência tradicional.

Tendência “Pedagogia Tecnicista”: foi inspirada na teoria positivista, estruturada por


Augusto Comte (1798-1857). De acordo com Gadotti (2006, p. 55), o positivismo é uma
doutrina social. Entre os princípios do positivismo, destacamos que “a sociedade humana é
regulada por leis naturais, ou por leis que têm todas as características das leis naturais,
invariáveis, independentes da vontade e da ação humana” (LÖWY, 2007, p. 36).
Tendência “Realista Progressista”: estudada e estruturada pelo pesquisador Paulo Freire,
“partia de uma concepção de filosofia da educação de que o homem é o ‘sujeito da história’
e não seu ‘objeto’” (FERRAZ; FUSARI, 2009, p. 53). Dessa forma, consideramos que o sujeito,
inserido na proposta da respectiva tendência, é autor da sua própria história, o seu
desenvolvimento se dá por meio da troca de ideias, informações, decisões e
responsabilidades, há uma interação entre os participantes. Dessa forma, é no ambiente
educacional que o indivíduo se desenvolve nos aspectos físico, intelectual e mental.

Tendência “Histórico-Crítica”: a educação deve assumir a responsabilidade de todo o


processo de ensino e aprendizagem, oferecendo aos educandos ferramentas para que
estes se tornem sujeitos críticos, participantes e conscientes. Diante dessa perspectiva,
tem-se em mente uma pedagogia mais realista, chamada de “pedagogia histórico-crítica”,
ou seja, vê-se os conteúdos de forma crítico-social, sem deixar de lado a contribuição das
outras tendências pedagógicas. “Essa pedagogia escolar procura propiciar a todos os
estudantes o acesso e contato com os conhecimentos culturais necessários para uma
prática social viva e transformadora” (FERRAZ; FUSARI, 2009, p. 55).

Em relação às tendências apresentadas, observamos que foram desenvolvidas ao longo do


tempo e pensadas de forma a satisfazer as necessidades educacionais das sociedades
vigentes em cada época, portanto, todas contribuíram para o desenvolvimento da
educação brasileira.

História da Alfabetização
Observamos que o método de alfabetização utilizado em nossas escolas surgiu há pouco
mais de duzentos anos, mais precisamente em 1789, na França, após a Revolução Francesa.

Até a Revolução Francesa, ler era uma aprendizagem diferente e vinha antes do ato de
escrever, que só acontecia após alguns anos de instrução pelo ensino individualizado. Após
esse período, as crianças passavam a ser consideradas alunos e aprendiam a escrever
sobrepondo o ato de ler; este, por sua vez, agora se aprendia a partir do ato da escrita.

Sob tais aspectos, ao observamos a evolução da alfabetização escolar no século XX,


chegamos a três períodos. O primeiro está relacionado à primeira metade do século, a
discussão voltava-se toda para o processo de ensino, ou seja, encontrar o melhor método
para ensinar a ler, com base na suposição de que o fracasso escolar estava relacionado ao
uso de métodos inadequados. Notamos uma discussão entre os pesquisadores do Método
Global e do Método Fonético. No Brasil, essa discussão perdeu sua importância após a
difusão do método que, na época, foi chamado como “misto”, isto é, o método empregado
em nossa conhecida cartilha, que é desenvolvida por um silabário.
No que se refere ao segundo momento, mais precisamente nos anos 60, observamos que
foi idealizado nos Estados Unidos. Dessa forma, as discussões sobre o processo de
alfabetização levavam sempre a um assunto, o fracasso escolar. Assim, a luta contra a
segregação dos negros, com a consequente batalha para que eles pudessem se matricular
nas escolas americanas, contribui para que as dificuldades escolares dessa minoria
ganhassem importância significativa. Foram vários investimentos em pesquisas na tentativa
de se compreender porque muitas crianças não aprendiam. Nesse contexto, notamos que
se buscava encontrar no aluno a explicação de seu fracasso escolar.

Notamos, dessa forma, que as teorias que compreendemos como “teorias do déficit” são
reflexos dos períodos supracitados. Pensava-se que a aprendizagem estava pautada em
pré-requisitos como: cognitivos, psicológicos, perceptivo-motores, linguísticos, entre outros,
e que certas crianças fracassam por não terem essas habilidades prévias. Assim, nesse
período, foram desenvolvidos vários exercícios de estimulação, considerados “remédios”
para esse fracasso que era visto, portanto, como uma doença.

Em relação ao terceiro período, podemos afirmar que teve início em meados dos anos 70 e
foi marcado por uma mudança de paradigma. O desenvolvimento da investigação, no que
se refere à alfabetização, mudou consideravelmente seu objetivo, ou seja, em vez de
procurar respostas que explicassem o déficit dos que não conseguiam aprender, passou a
investigar como aprendem os que conseguem aprender a ler e a escrever sem dificuldade.

Sob esse viés, notamos que várias investigações resultaram em mudanças no que se refere
ao processo de alfabetização atualmente, principalmente na atuação dos professores
brasileiros. Este trabalho foi coordenado por Emília Ferreiro e Ana Teberosky, publicado no
Brasil com o título Psicogênese da língua escrita, em 1985.

Observamos, ainda, que foi por meio dessa investigação que várias concepções de
alfabetização foram revistas, acarretando em uma transformação radical nas práticas de
ensino da leitura e da escrita. Assim, a escrita já não pode ser vista como a transcrição
gráfica de sons e os conhecimentos prévios que os alunos adquirem informalmente devem
ser considerados. Portanto, os alfabetizadores não podem mais desenvolver suas práticas
como desenvolviam antigamente.

[...] as mudanças necessárias para enfrentar sobre bases novas a alfabetização


inicial não se resolvem com um novo método de ensino, nem com novos testes
de prontidão nem com novos materiais didáticos. É preciso mudar os pontos
por onde nós fazemos passar o eixo central das nossas discussões. Temos uma
imagem empobrecida da língua escrita: é preciso reintroduzir, quando
consideramos a alfabetização, a escrita como sistema de representação da
linguagem. Temos uma imagem empobrecida da criança que aprende: a
reduzimos a um par de olhos, um par de ouvidos, uma mão que pega um
instrumento para marcar e um aparelho fonador que emite sons. Além disso,
há um sujeito cognoscente, alguém que pensa, que constrói interpretações que
age sobre o real para fazê-lo seu (FERREIRO; TEBEROSKY, 1999, p. 32).

O estudo das autoras supracitadas auxiliaram na transformação do processo de


alfabetização da educação brasileira, levaram os professores a refletirem sobre o processo
de ensino e aprendizagem que era utilizado até então, ou seja, as nossas crianças exigiam
uma aprendizagem mais significativa e isso fez com que o processo de alfabetização em
nossas escolas tomasse novos rumos.

praticar
Vamos Praticar
De acordo com Libâneo (1998), as tendências pedagógicas são classificadas em dois grupos, sendo
estes: tendências liberais e as tendências progressistas. No grupo das tendências liberais
destacamos a tendência Tradicional, a tendência Pedagogia Nova ou Nova Escola, e a tendência
Pedagogia Tecnicista. Já no grupo das tendências progressistas destacamos a tendência Realista
Progressista e a tendência Histórico-Crítica. Diante disso, assinale a alternativa correta.

LIBÂNEO, J. C. Adeus Professor, adeus professora? Novas exigências educacionais e profissão


docente. São Paulo: Cortez Editora, 1998.

a) Na tendência pedagógica Tecnicista o foco da educação era o aluno, não mais o


professor nem o método.
b) A tendência Histórico-Crítica possui como centro do processo educativo o professor, este
é o detentor de todo o conhecimento historicamente acumulado.
c) c) A tendência Realista progressista foi desenvolvida com as contribuições de Luckesi e
sua visão de que o homem é sujeito e o objeto da estrutura social.
d) A tendência da Pedagogia Nova ou Nova Escola é que o interesse do aprendizado
deveria partir do aluno, ou seja, o aprendizado deveria ser espontâneo.
e) A tendência Tecnicista tem como objeto o ser humano, visto que o aluno é o sujeito da
história e não o seu objeto.
Linguagem Verbal e
não Verbal

Ao falarmos em linguagem verbal e não verbal, devemos considerar o conceito que abrange
esses dois termos, ou seja, no que diz respeito à linguagem verbal, podemos dizer que o
termo verbal se originou do latim, verbu , que significa palavra. Dessa forma, linguagem
verbal consiste na apresentação da palavra, escrita ou oral. Sabemos que entre essas duas
modalidades existem diferenças pontuais.

Nesse contexto, não podemos considerar uma modalidade mais importante que a outra.
Ambas são valorizadas quando nos referimos ao processo de alfabetização de uma criança.

Outro conceito que devemos ter em mente refere-se à linguagem não verbal. Esta faz uso
de uma linguagem que não tem como unidade principal a palavra, como, por exemplo, a
mímica, em que a comunicação ocorre por meio de gestos; a dança, que utiliza o
movimento corporal para dizer algo; a música, em que a comunicação centra-se na emissão
de sons; a pintura, o desenho, a fotografia etc., que utilizam a imagem para comunicar algo.

É notório salientar que vivemos em uma sociedade onde se usa muita imagem para se
comunicar, portanto, isso diz muito a respeito da leitura que fazemos deste mundo a partir
dessa linguagem não verbal.

No mais, observamos que quando há o uso da linguagem verbal e ao mesmo tempo a


linguagem não verbal, temos a linguagem mista; por exemplo, uma história em quadrinhos,
em que há palavras e desenhos para comunicar algo ao leitor.

Sabemos que o uso dessas três linguagens dentro das escolas é de suma importância para
o desenvolvimento da aprendizagem de nossos alunos. Notamos, assim, que em âmbito
educacional não podemos utilizar somente a linguagem verbal, seja na modalidade oral ou
na modalidade escrita, temos de fazer a interação entre todas as possibilidades de uso
dessas linguagens. Comungamos, portanto, com os preceitos apontados por Rojo:

[...] compreender e produzir textos não se restringe ao trato do verbal (oral e


escrito), mas à capacidade de colocar-se em relação às diversas modalidades
de linguagem oral, escrita, imagem, imagem em movimento, gráficos,
infográficos para elas tirar sentido (ROJO, 2004, p. 31).

Ao falarmos em alfabetização e letramento, fica evidente que o uso da linguagem verbal


(quando utilizamos a produção oral ou escrita de texto, a leitura de textos escritos, entre
outros) e a linguagem não verbal (como a leitura de imagens, fotografia, desenhos, entre
outros) é imprescindível para o desenvolvimento da criança.

Sob tais aspectos, envolvendo a linguagem não verbal, observamos que o desenho infantil é
importante para que a criança, em fase de alfabetização, consiga se desenvolver
satisfatoriamente, por isso, não podemos podar o momento criativo da criança, pois é por
meio de suas representações gráficas que ela irá se desenvolver em diferentes aspectos,
conforme a teoria apontada por Lowenfeld e Brittain (1970).

Desenvolvimento Emocional
Quando a criança desenha, demonstra seus sentimentos e a intensidade com que se
identifica com aquilo que desenhou, refletindo o seu desenvolvimento emocional, ou seja,
se a criança é insegura busca reproduzir representações já existentes, há falta de
significado e fuga da realidade.

Assim, o professor deve proporcionar atividades dirigidas e variadas com o objetivo de


transmitir segurança emocional à criança que irá desenvolver várias habilidades na
realização dos trabalhos.

Desenvolvimento Intelectual
A compreensão que a criança tem de si própria e também do seu meio pode ser entendida
pelo desenvolvimento intelectual que a criança manifesta mediante o desenho. No entanto,
não podemos avaliar uma criança apenas por um de seus desenhos.

Crianças da mesma faixa etária desenham o mesmo objeto de formas diferentes, com mais
ou menos detalhes. Estas contradições podem significar maior ou menor capacidade
intelectual ou também podem ser influência do meio ou fatores emocionais e afetivos. É
preciso que haja um equilíbrio entre o desenvolvimento social e intelectual.

Desenvolvimento Físico
O desenvolvimento físico de uma criança, por meio do desenho, se manifesta pela sua
capacidade de coordenação visual e motor, o que irá proporcionar maiores habilidades
motoras. O fato de uma criança exceder em contínuo ou em omissão determinadas partes
do corpo tem ligação direta com as preocupações que ela tem com o seu corpo.

Desenvolvimento Perceptual
Mediante a conscientização evolutiva e no uso da frequência de uma variedade de
experiências perceptuais, vemos o desenvolvimento perceptual da criança. Na observação
visual, surgem cores, espaços, texturas e sensações sinestésicas. Na percepção auditiva, a
criança pode ouvir e retratar no papel alguns sons. A percepção espacial é desenvolvida em
maior escala à medida que a criança vai crescendo e passa a perceber o que não percebia
antes. É papel do educador estimular a criança a perceber todas as sensações, sejam
auditivas, visuais ou palpáveis.

Desenvolvimento Social
Normalmente, os desenhos das crianças são representações nas quais a consciência social
está presente. São situações em que a criança identifica-se, como momentos na escola,
passeio que gostou, brincadeiras realizadas com amigos etc. E, nesse momento, é de suma
importância fazer a criança compreender e assumir responsabilidades pelo que ela realiza.
Proporcionar nossos desafios nas atividades artísticas que desenvolve trará melhor
desenvolvimento ao aspecto social da criança.

Desenvolvimento Estético
Observamos que no desenvolvimento estético ocorre a sensação de fazer parte da
experiência como um todo. É por isso que um trabalho criador não existe regra fixa ou um
padrão a ser seguido. A estética está ligada à personalidade. Pintores são reconhecidos pela
sua organização, qualidades de cores e formas. A falta dessa organização pode respaldar a
falta de integração psíquica do indivíduo.
saiba
mais
Saiba mais
Quando nos remetemos ao ambiente educativo no
espaço escolar, temos de nos reportar também a
outro espaço que auxilia o professor no que diz
respeito ao desenvolvimento das crianças inseridas na
Educação Infantil e nos anos iniciais do Ensino
Fundamental. Esse espaço é chamado de
Brinquedoteca e as escolas que atendem a esses
níveis de ensino devem ter um local reservado para o
desenvolvimento de atividades voltadas para o lúdico,
pois toda criança tem o direito de brincar.

Ao nos referirmos ao espaço destinado à


brinquedoteca, observamos que é um ambiente onde
a criança será estimulada a brincar, passará a
explorar, sentir, experimentar, além de socializar-se
com outras crianças, portanto, esse ambiente,
também chamado de educativo, pode ser considerado
um complemento para os conteúdos e atividades
desenvolvidas em sala de aula.

ACESSAR

Desenvolvimento Criador
O desenvolvimento Criador inicia-se muito cedo e, de acordo com Lowenfeld e Brittain
(1970), a reação da criança com as experiências sensoriais é o marco desse estágio,
traduzido na capacidade de estabelecer contato com o mundo. Aroeira, Soares e Mendes
(1996, p. 53) nos ensinam que:

a arte não começa com o primeiro rabisco que a criança faz. Na realidade, tem
início mais cedo, quando a criança reage às experiências sensoriais
estabelecendo o contato com o mundo. Essa é de fato a base essencial para a
produção de formas artísticas.
No mais, a arte de desenhar não pode ser imposta, pois tudo o que é imposto poda a
criatividade, portanto, deve partir da vontade do criador, de sua criatividade em
representar aquilo que é imaginado, por isso a criança precisa ter liberdade emocional para
explorar e desenvolver aquilo que pretende desenhar.

praticar
Vamos Praticar
Vimos que a fase do desenho infantil é muito importante para a aquisição da leitura e da escrita.
Segundo Lowenfeld e Brittain (1970, p.41), observamos que o desenvolvimento social é
representado no desenho e na pintura infantil, isso se expressa quando a criança domina ou
possui a consciência social.

A partir de tal afirmativa, assinale a alternativa correta.

LOWENFELD, V.; BRITTAIN, W. L. Desenvolvimento da capacidade criadora . São Paulo: Mestre


Jou, 1970.

a) Os desenhos das crianças não são representações nas quais a consciência social está
presente.
b) No caso do desenvolvimento social, o desenho da criança acompanha o seu crescimento
físico.
c) São situações em que a criança não se identifica, como, por exemplo, momentos vividos
na escola.
d) O desenvolvimento social se expressa por meio da representação de situações vividas
no cotidiano da criança.
e) A criança nunca representa algo que fez parte de sua convivência social, ou seja, seus
desenhos são representações únicas de coisas aleatórias.
Relação Desenho e
Escrita

Sabemos que as crianças se comunicam por meio do desenho, ou seja, antes de


dominarem o processo de escrita, elas usam o desenho para demonstrar seus sentimentos.
Assim, sabemos que uma criança que se encontra na fase pictórica, ou seja, antes da
aquisição do processo de leitura e escrita, não pode ter a sua criatividade podada, pelo
contrário, deve ser estimulada. Por isso a importância de o professor alfabetizador
conhecer as fases do desenho e os níveis conceituais linguísticos, para que possa estimular
e desenvolver seus alunos.
reflita
Reflita
O Desenho Infantil e a
Alfabetização
Caro(a) acadêmico(a), leia a citação a seguir,
retirada do livro “A formação social da mente”,
escrito por Vygotsky.

Inicialmente a criança desenha de


memória. Se pedirmos para ela
desenhar sua mãe, que está sentada
diante dela, ou algum outro objeto
que esteja perto dela, a criança
desenhará sem sequer olhar para o
original; ou seja, as crianças não
desenham o que veem, mas sim o
que conhecem. Com muita
frequência, os desenhos infantis não
só têm nada a ver com a percepção
real do objeto como, muitas vezes,
contradizem essa percepção
(VYGOTSKY, 1989, p. 127).
Isso nos leva a refletir que a criança tem uma
criatividade aguçada, mas quando chega na
vida adulta essa criatividade é podada. Por
que isso ocorre? Quando esse estímulo
diminui e a nossa criatividade acaba ou se
torna insignificante?

Fonte: Adaptado de Vygotsky (1989).

As Fases do Desenho Infantil


As crianças, por meio dos desenhos, expressam seu modo de pensar e apresentam as suas
habilidades. Sob esse aspecto, Lowenfeld e Brittain (1970) classificam a evolução do
desenho em três fases.
Fase das Garatujas (Entre 2, 3 e 4 Anos)
É na interação com o meio que a criança dá início à sua aprendizagem. E os seus primeiros
anos de vida são fundamentais, pois é quando ela estabelece padrões de aprendizagens
que irão refletir por toda vida.

A linguagem inicia-se bem cedo, mas o registro permanente de suas ações inicia-se com as
garatujas. Elas podem acontecer na terra, na areia, nas paredes, ou papel, e utilizados
pedaços de tijolos, giz ou carvão na ausência do lápis ou caneta.

Representações gráficas muito primitivas são garatujas, que correspondem a quando a


criança percebe que deixou marca por meio do movimento de sua mão. As garatujas
possuem três categorias.

Garatujas Desordenadas

São rabiscos aleatórios e a criança não percebe que pode representar algo por meio deles.

Figura 1.1 - Garatujas desordenadas


Fonte: Antuanetto / 123RF.
Garatujas Controladas

A criança estabelece relação entre gesto e traço. Repete movimentos de vai e vem,
descobre que pode variar cores e adquire maior controle sobre o tamanho, forma e
localização no espaço em que está desenhando; no entanto, tudo ainda é muito abstrato.

Figura 1.2 - Garatuja controlada


Fonte: Oleiro (2016, p. 16).
Garatujas com Atribuições de Nomes

Nesse estágio, é comum a criança explicar o que vai ou já desenhou. A criança tenta imitar
um adulto e seus traços, agora, têm um significado real.

Figura 1.3 - Garatuja com atribuição de nomes


Fonte: Silva e Caetano (2014, p. 52).

Fase Pré-Esquemática (Entre 3 e 6 Anos)


Nesta fase, os desenhos começam surgir com bolinhas fechadas que são organizadas com
preceitos topográficos, por exemplo: em cima/embaixo, fora/dentro. Ela cria significado,
relacionando com o mundo à sua volta e assim o desenho fica mais “concreto” para quem
os visualiza.

A primeira imagem representada pela criança em geral é a figura de uma


pessoa – o boneco – que se faz presente em quase todos os desenhos da
primeira infância. Assim, observamos que a representação típica dessa figura
humana se faz por meio de um círculo, que indica a cabeça, e duas linhas
representadas na vertical, que representam as pernas (AROEIRA, 1996, p. 55).

Mediante o desenho, a criança estabelece vínculos com a realidade e por isso valorizar sua
capacidade criadora e reconhecer que o desenho possui significados é de fundamental
importância para o professor.

Para Lowenfeld e Brittain (1970), a fase pré-esquemática apresenta algumas características:

A criança retrata, em seus desenhos, o conhecimento que possui sobre o objeto a


ser representado;
Ela também faz descobertas e explora novas formas de desenhar;
Não apresenta vínculo entre o tema e os objetos que foram representados;
Não apresenta noção de espaço entre os objetos representados em seus
desenhos;
A representação da figura humana não é clara, mas perceptível;
A criança apresenta vontade de escrever fazendo tentativas de escrita;
Os símbolos começam a ser construídos.

Notamos que, ao desenhar, a criança estabelece vínculo com a realidade que a cerca e é
por isso que o professor deve valorizar a criatividade dessa criança, considerando que o
desenho que ela fez está repleto de significado, ainda mais nessa fase em que é possível
identificar as intenções das crianças.

Figura 1.4 - Fase pré-esquemática


Fonte: Melo (2016, p. 11).

Fase Esquemática (Entre 7 a 9 Anos)


A ordem definida das relações espaciais é a maior descoberta feita pela criança nessa fase.
O desenho é considerado símbolo de um objeto real, tem intenções e permite a elaboração
de projetos individuais ou coletivos.

Nesta fase, todos os elementos de uma linha de base podem representar o chão, a grama,
isto é, onde a criança se situa. Ela organiza o desenho no espaço da folha e tudo o que é
relacionado ao céu está em cima e tudo o que é relacionado à terra está embaixo.

Figura 1.5 - Fase Esquemática


Fonte: Galina Nikolaeva / 123RF.
A evolução do desenho é vista na figura humana, que a partir de agora deixa de ser
caracterizada como palitos ou girinos, passando a ser mais elaborada.
saiba
mais
Saiba mais
O respectivo texto é para que você, enquanto
professor alfabetizador, compreenda a questão da
criatividade de nossas crianças e as estimule nesta
fase de desenvolvimento importante. Acesse o link a
seguir e leia o conto Uma flor vermelha com caule verde
, de Helen Barckley.

ACESSAR

Os Níveis Conceituais Linguísticos


Observamos que foram os estudos de Emília Ferreiro e Ana Teberosky (1999), apresentados
no livro A psicogênese da língua escrita , que trouxeram a compreensão de novas
concepções acerca do processo de escrita.

A leitura e a escrita não dependem exclusivamente da habilidade que o


alfabetizando apresenta de ‘somar pedaços de escrita’, e sim, antes disso, de
compreender como funciona a estrutura da língua e a forma como é utilizada
na sociedade (FERREIRO; TEBEROSKY, 1999, p. 38).

Por meio de investigações e pesquisas contemporâneas os educadores conseguiram


compreender as hipóteses formuladas pelos alunos a respeito da língua escrita. Estudos
psicolinguísticos contribuíram para o entendimento desse processo, conforme explicita
Soares (2017, p. 19):

Os estudos psicolinguísticos a respeito da leitura e da escrita voltam-se para a


análise de problemas, tais como a caracterização da maturidade linguística da
criança para a aprendizagem da leitura e da escrita, as relações entre
linguagem e escrita, a interação entre a formação visual e não visual no
processo da leitura, a determinação da quantidade de informação que é
apreendida pelo sistema visual, quando a criança lê (SOARES, 2017, p. 19).
Sob esse viés, sabemos que o professor deve ter conhecimento em relação às concepções
que a criança desenvolve sobre a escrita e deve mediar a sua aprendizagem. Nesse
contexto, observamos que a criança elabora o conflito, a assimilação, a acomodação e vai
construindo seu conhecimento até chegar ao funcionamento do código linguístico.

Podemos afirmar, portanto, que esse processo é consiste em um trabalho árduo a ser
desenvolvido pelo professor, ou seja, é por meio de sua mediação que saberá quando deve
intervir na aprendizagem da criança e quando precisa estimulá-la com novos desafios.

Portanto, conhecer os níveis conceituais linguísticos na alfabetização é de suma


importância para que o professor consiga desenvolver um trabalho pedagógico satisfatório,
além de auxiliar o professor a incorporar novas estratégias de ensino em suas aulas, para
que possa mediar a promoção do aluno para os níveis seguintes.

Nível 1:
Pré-
silábico
A criança não compreende a correspondência
entre pensamento e palavra escrita, não
compreende a relação entre fonema e grafema;
não possui o entendimento sobre o valor
freepik.com
sonoro, ou seja, som-letra; não se preocupa
com a disposição das letras para formar uma
palavra; a criança não escreve artigos e verbos,
apenas substantivos; coloca muitas letras para
representar diferentes palavras, para a criança
as mesmas letras ou sílabas não podem
aparecer em uma mesma palavras,
apresentando, assim, o que identificamos como
realismo nominal.
Ao fazermos essa breve leitura sobre a importância do desenho e como ele auxilia o
processo de alfabetização, compreendendo, assim, os níveis conceituais linguísticos pelos
quais a criança passa, notamos que o desenho e a escrita são processos interligados nos
quais a criança deve ser desenvolvida para que o processo de aquisição da leitura e da
escrita não fique prejudicado.

praticar
Vamos Praticar
Sabemos que é de suma importância que o professor alfabetizador saiba identificar em seus
alunos as fases do desenho em que eles se encontram. Assim, pré-esquemática e esquemática
compõem as fases do desenho infantil que expressam importantes análises sobre o
desenvolvimento das crianças. Sobre as fases, assinale a alternativa correta.

a) Na fase esquemática, os desenhos expressam maior elaboração, mas ainda não


apresentam a representação de superfícies.
b) A fase pré-esquemática é caracterizada somente pela imitação, a criança não demonstra
nenhum tipo de criatividade.
c) Na fase esquemática, a criança realiza desenhos da figura humana com característica de
homem palito ou homem girino.
d) Na fase pré-esquemática, a criação da criança apresenta relação com o mundo que a
rodeia.
e) Na fase pré-esquemática, a criança domina os espaços, consegue fazer desenhos
perfeitos em que é possível identificar o que ela quis desenhar.
indicações
Material
Complementar

FILME

O Sorriso de Monalisa
Ano: 2003
Comentário: o respectivo filme mostra o ensino tradicional e a
forma como as alunas dessa instituição tradicional aprendem,
considerando a sociedade a qual pertenciam, no decorrer das
aulas de História da Arte. Com a chegada da nova professora de
História da Arte, há a inserção de uma nova metodologia na
escola, causando sérias críticas à professora.
Para conhecer mais sobre o filme, acesse o trailer a seguir.

TRAILER
LIVRO

Alfabetização e letramento
Editora: Contexto
Autora: Magda Soares
ISBN: 9788572442435
Comentário: O respectivo livro apresenta concepções de
alfabetização e letramento, explicitando a necessidade de se
enfrentar o problema da alfabetização e do letramento de forma
multidisciplinar. Em seguida, ela faz uma crítica aos programas de
leitura e escrita oferecidos em nossas escolas e os problemas que
encontramos no processo de alfabetização de nossas crianças.
conclusão
Conclusão
Quando pensamos em alfabetização, em primeiro lugar, nos vem à mente letras do
alfabeto, os fonemas. Também nos lembramos da nossa experiência quando fomos
alfabetizados. Antigamente, a educação era vista como modelo autoritário, muita
“decoreba” dos conteúdos, pois neste instante apenas o professor detinha o saber e era na
escola que o conhecimento deveria acontecer, ou seja, era um ensino tradicional.

Hoje em dia, a relação entre professor e aluno é muito importante para o desenvolvimento
de uma educação de qualidade, por isso essa relação deve ser vista de forma ampla, isto é,
o professor tem a função de mediar conhecimentos já existentes e estará sempre
aprendendo com as colocações e participações das vivências de seus alunos. Devemos
partir da realidade da criança, instigando sua curiosidade e propiciando momentos
interessantes em que os conteúdos se apresentam com significado e reflexão. Por isso,
apontamos as características e o conceito de um processo de alfabetização e letramento
indissociáveis para o desenvolvimento de nossos alunos.

referências
Referências
Bibliográficas
AROEIRA, M. L. C.; SOARES, M. I. B.; MENDES, R. E. A. Didática de pré-escola : brincar e
aprender. São Paulo: FTD, 1996.

FERRAZ, M. H. C. de T.; FUSARI, M. F. de R. Arte na educação escolar . São Paulo: Cortez,


2009.

FERREIRO, E.; TEBEROSKY, A. Psicogênese da língua escrita . Porto Alegre: Artmed, 1999.
GADOTTI, M. Escola cidadã . São Paulo: Cortez, 2006.

LIBÂNEO, J. C. Adeus Professor, adeus professora? Novas exigências educacionais e


profissão docente. São Paulo: Cortez Editora, 1998.

LOWENFELD, V.; BRITTAIN, W. L. Desenvolvimento da capacidade criadora . São Paulo:


Mestre Jou, 1970.

LÖWY, M. Ecologia e socialismo . São Paulo: Cortez, 2007.

LUCKESI, C. C. Avaliação da aprendizagem escolar . São Paulo: Cortez, 1994.

MELO, L. S. O desenho infantil e suas etapas de evolução . 2016. Trabalho de Conclusão


de Curso (Graduação em Pedagogia) - Faculdade São Luís de França, 2016. Disponível em:
https://portal.fslf.edu.br/wp-content/uploads/2016/12/tcc_2.pdf . Acesso em: 06 maio 2020.

OLEIRO, D. S. M. Fase das Garatujas : Sua importância para o desenvolvimento cognitivo.


2016. Relatório Final da Prática de Ensino Supervisionada, Mestrado (Qualificação para a
Docência em Educação Pré-Escolar) - Instituto Superior de Educação e Ciências, 2016.
Disponível em:
http://comum.rcaap.pt/bitstream/10400.26/20639/1/Final%20tese%202.docx%20ALTERACOES.pd
. Acesso em: 06 maio 2020.

ROJO, R. H. R. Linguagens Códigos e suas tecnologias. In : BRASIL. MEC/SEB/Departamento


de políticas do Ensino Médio. Orientações Curriculares do Ensino Médio . Brasília, 2004.

SAVIANI, D. Educação : do senso comum à consciência filosófica. 10. ed. São Paulo: Cortez:
Autores Associados, 1991.

SILVA, M. R. DA S.; CAETANO, M. R. O processo mágico de apropriação do sistema de escrita:


da garatuja à escrita alfabética. Licencia&acturas - (ISEI) , v. 2, n. 2, p. 48-56, jul./dez. 2014.

SOARES, M. A entrada da criança no mundo da escrita. In : GUSSO, A. M. Ensino


Fundamental de nove anos : orientações pedagógicas para os anos iniciais. SEED/PR,
2010. p.51-60.

SOARES, M. Alfabetização e letramento . São Paulo: Editora Contexto, 2017.

SOARES, M. Letramento : um tema em três gêneros. 2. ed. Belo Horizonte: Autêntica, 2004.

VYGOTSKY, L. S. A formação social da mente . São Paulo: Martins Fontes, 1989.

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