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Acidentes por animais

peçonhentos
Prof. Clarissa Cerqueira
Tudo que for abordado aqui já foi
cobrado em prova de residência
Elapídico
Acidente por himenópteros 1%
1%
Erucismo
3%
Prevenção de
acidentes
5% Botrópico
34%
Araneísmo
Laquético 11%
6%

Escorpionismo
17%

Crotálico
22%

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Ofidismo

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Ofidismo

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Ofidismo
Distribuição de acidentes ofídicos segundo o gênero das serpentes

Laquético (surucucu), 1.40% Elapídico (coral), 0.40%

Crotálico (cascavel), 7.70%

Botrópico (jararaca), 90%

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Ofidismo – Medidas Gerais
✅ ❌
 Lavar a ferida com água e sabão.  Não fazer torniquete ou garrote. Dessa forma, você concentra o
veneno no local e piora as manifestações clínicas.
 Manter o paciente deitado e hidratado.
 Não cortar o local da picada.
 Procurar atendimento médico.
 Não perfurar ao redor do local da picada.
 Se possível, levar o animal para identificação.
 Não colocar folhas, pó de café ou outras substâncias.
 Vacina antitetânica
 Não oferecer bebidas alcoólicas ou outros tóxicos.

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Ofidismo – Cai na prova

Em caso de ofidismo devemos:

A) Manter o paciente deitado.


B) Fazer torniquete ou garrote.
C) Cortar o local da picada.
D) Perfurar ao redor do local da picada.

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Ofidismo – Acidente Botrópico

Bothrops jararaca e jararacussu

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Ofidismo – Acidente Botrópico

Ações do veneno

Coagulante Manifestações hemorrágicas

Plaquetopenia e alterações da
Hemorrágica
coagulação

Proteolítica Manifestações inflamatórias

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Ofidismo – Acidente Botrópico

Manifestações locais:
Dor e edema precoce no local da picada e de caráter progressivo, bolhas, sangramentos, abscessos e necrose.

Manifestações sistêmicas:
Epistaxes, gengivorragias, hematúria, plaquetopenia, alargamento do TC*, insuficiência renal aguda.

* TC normal: até 10 minutos


TC prolongado: 10 a 30 minutos
TC incoagulável: > 30 minutos

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Ofidismo – Acidente Botrópico

Complicações
Síndrome
compartimental
Necrose
Abscesso
Insuficiência renal
aguda

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Ofidismo – Acidente Botrópico

Classificação

• Leve: dor e edema ausentes ou pouco intensos com ou sem sangramentos locais.
• Moderado: dor e edema evidente que ultrapassa o segmento anatômico picado, com ou sem sangramentos
locais ou sistêmicos.
• Grave: manifestações locais podendo atingir todo o membro picado, geralmente há bolhas e podem aparecer
sinais de isquemia.

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Ofidismo – Acidente Botrópico

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Ofidismo – Cai na prova
Adolescente deu entrada na UPA com história de picada por cobra. Ao exame, apresenta apenas uma marca puntiforme com
sangramento na perna direita. Há dor e edema importantes de tornozelo e pé, além de bolhas de conteúdo hemorrágico. Há 15
minutos iniciou com epistaxe. Trata-se de acidente:

A) Crotálico, podendo evoluir para insuficiência respiratória por conta do veneno neurotóxico e miotóxico.
B) Laquético, podendo evoluir para CIVD por conta do efeito coagulante e neurotóxico.
C) Crotálico, que cujo veneno tem ação proteolítica, hemorrágica e coagulante.
D) Botrópico, podendo evoluir para choque hipovolêmico e/ou insuficiência renal.
E) Botrópico cujo veneno tem ação neurotóxica e miotóxica e consequente síndrome compartimental.

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Ofidismo – Cai na prova

Paciente masculino, 45 anos, cortador de cana, foi picado por uma Jararaca em tornozelo direito. No
atendimento inicial são esperadas as seguintes manifestações, EXCETO:

A) Ptose palpebral.
B) Hematúria.
C) Bolha e equimose no local da picada.
D) Edema na região da picada.

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Ofidismo – Acidente Botrópico
Tratamento
Tratamento do acidente botrópico
Medidas gerais  Manter o membro picado elevado;

 Prescrever analgésicos em caso de dor;

 Hidratação venosa;

 Antibióticos somente se houver evidência de infecção bacteriana secundária.


Soro antibotrópico ou soro antibotrópico-crotálico ou antibotrópico-laquético.
Leves: 2 - 4 ampolas
Tratamento específico
Moderados: 4 - 8 ampolas
Graves: 12 ampolas

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Ofidismo – Acidente Botrópico
Tratamento

A dose do soro
não depende Repetir TC
da idade, mas após 24 horas
sim da
gravidade

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Ofidismo – Cai na prova

Paciente de 18 anos, masculino, residente no interior do Acre foi "picado no pé direito por uma cobra" há cerca de 4 horas. Relata dor
moderada no local da picada e diz que sua perna está "inchando". Nega outras queixas. Exame físico: BEG, LOTE, fácies atípica,
eucárdico (FC: 88 bpm) eupnéico (FR: 18 irpm), PA: 120 x 80 mmHg, TA: 36ºC, AC: normal, AP: normal, abdome sem alterações, no pé
direito há pequenos orifícios, edema se estendendo do pé até a região proximal da coxa direita, duas bolhas no dorso do pé
direito, além de equimoses distribuídas pelo pé e perna direitos. A classificação do acidente e a melhor conduta com relação à
soroterapia é:

A) Acidente leve / Soro antibotrópico.


B) Acidente moderado / Soro antibotrópico.
C) Acidente grave / Soro antibotrópico-crotálico.
D) Acidente grave / Soro antibotrópico-laquético.

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Ofidismo – Acidente Crotálico

Crotalus durissus

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Ofidismo – Acidente Crotálico

Ações do veneno

Coagulante Gengivorragia, aumento do TC

Fácies miastênica, turvação


Neurotóxica
visual, ptose palpebral
Precoce

Mialgia, mioglobinúria,
Miotóxica
insuficiência renal com NTA
CK, aldolase, AST, ALT, DHL, mioglobina

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Ofidismo – Acidente Crotálico

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Ofidismo – Acidente Crotálico

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Ofidismo – Cai na prova
Homem 27 anos, trabalhador rural, refere ter sido picado por animal não identificado em membro inferior direito há 3 horas,
evoluindo com turvação visual além de alteração em exame físico (figura). Qual é a alteração laboratorial esperada pelo veneno
deste animal?

A) Hipocalemia.
B) Elevação de AST.
C) Elevação de troponina.
D) Hematúria.

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Ofidismo – Cai na prova

Um trabalhador rural de 28 anos dá entrada no PS trazido por amigos, com história de picada por cobra há três horas, sem
visualização de detalhes do animal, que fugiu. O paciente refere dor local leve. Também queixa-se de mialgia, dificuldade para
articular bem as palavras e visão embaçada e dupla. Exames laboratoriais mostram alterações relevantes, como tempo de
coagulação alargado, leucocitose sem desvio à esquerda e EAS com urina de aspecto escuro, porém sem hematúria. O quadro
clínico-laboratorial descrito permite o diagnóstico de qual tipo de acidente ofídico?

A) Botrópico
B) Laquético
C) Elapídico
D) Crotálico

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Ofidismo – Cai na prova
Sobre os acidentes crotálicos é correto afirmar, EXCETO:

A) Em geral cursam com muita dor local.


B) São pouco importantes, diferindo dos acidentes botrópico e laquético.
C) Sintomas neurológicos como fácies miastênica, surgem nas primeiras horas após a picada.
D) A principal complicação, em nosso meio, é a Insuficiência Renal Aguda ( IRA ).

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Ofidismo – Acidente Crotálico
Tratamento

Soro anticrotálico ou antibotrópico-crotálico

Hidratação vigorosa
Manitol ou furosemida se permanência da oligúria
Manter pH urinário acima de 6,5 – fazer bicarbonato se necessário

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Ofidismo – Acidente Laquético

Lachesis muta

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Ofidismo – Acidente Laquético
Ações do veneno

Coagulante Manifestações hemorrágicas

Equimoses e sangramentos no
Hemorrágica
local da picada

Proteolítica Manifestações inflamatórias

Hipotensão, tontura, bradicardia, cólica


Neurotóxica Estimulação vagal
abdominal e diarreia

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Ofidismo – Acidente Laquético

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Ofidismo – Acidente Laquético
Tratamento

Soro anti-laquético ou
antibotrópico-laquético

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Ofidismo – Cai na prova
Paciente masculino, 19 anos, picado no antebraço direito por uma serpente. Admitido e internado no Hospital em cerca de 2 horas
após. Apresentando edema discreto no antebraço direito, dor intensa no local, náuseas e vômitos, que coincidiam com
cólicas abdominais paroxísticas, além de sudorese, visão turva, discreta epistaxe e diarréia; a frequência cardíaca, ao início
com 108 batimentos por minuto, chegando a 62 após a soroterapia e pressão arterial em 130/80 mmHg; tempo de sangria em 4
min 15 seg, tempo de coagulação acima de 15 min, tempo de protrombina acima de 1 minuto. Após o anti-veneno o paciente evoluiu
com melhora clínica; continuou assintomático até receber alta no terceiro dia, curado (textro extraído do artigo PARDAL et al, 2007).
Quanto ao gênero da cobra, assinale o CORRETO:

A) Bothrops
B) Crotalus
C) Micrurus
D) Laquesis

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Ofidismo – Acidente Elapídico

Micrurus lemniscatus

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Ofidismo – Acidente Elapídico
Ações do veneno

Neurotóxica Fraqueza muscular


Compete com a acetilcolina na junção pós-sináptica
Bloqueia liberação da acetilcolina na junção neuromuscular

Fácies miastênica, turvação visual, ptose


palpebral, insuficiência respiratória

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Ofidismo – Acidente Elapídicco
Tratamento

Soro antielapídico

Se insuficiência respiratória: atropina e neostigmina

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Ofidismo – Cai na prova
A respeito do tratamento de acidentes ofídicos, assinale a alternativa correta.

A) No acidente elapídico, pode-se, além do soro, utilizar atropina e


anticolinesterásico.
B) A administração de heparina sempre deve preceder o uso de antibotrópico.
C) Reações tardias como urticária, febre e adenomegalia, após a administração do
soro, ocorrem apenas quando se utiliza de anticrotálico.
D) O tratamento da insuficiência respiratória aguda deve ser a primeira medida no
tratamento do acidente laquético.
E) O uso de torniquete nos membros inferiores está especialmente indicado quando a
serpente for do gênero Bothrops.

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Características Botrópico Crotálico Laquético Elapídico
Nome popular Jararaca Cascavel Surucucu Coral
Zonas rurais e periféricas de grandes
São encontradas em florestas
cidades. Essas serpentes preferem São encontradas em campos abertos, Podem ser encontradas em todo o
Habitat úmidas como a Amazônia e a Mata
ambientes úmidos, como matas, e com áreas secas, arenosas e pedregosas. território nacional.
Atlântica.
roedores.

Proteolítica.
Proteolítica. Neurotóxica.
Hemorrágica.
Ações do veneno Hemorrágica. Miotóxica. Neurotóxica.
Coagulante.
Coagulante. Coagulante.
Neurotóxica (estimulação vagal).

Dor, edema, eritema, bolhas,


Dor, edema, eritema, bolhas, equimose,
Manifestações locais Discretas ou ausentes. equimose, sangramentos, abscesso Discreta dor local.
sangramentos, abscesso e necrose.
e necrose.

Fácies miastênica, ptose palpebral,


Hipotensão, tontura, escurecimento Fraqueza muscular progressiva, ptose
flacidez da musculatura facial, turvação
Manifestações sistêmicas Insuficiência renal aguda. visual, bradicardia, cólica abdominal palpebral, oftalmoplegia, fácies miastênica,
visual, diplopia, mialgia, rabdomiólise,
e diarreia. insuficiência respiratória e apnéia.
mioglobinúria e insuficiência renal.

Manter paciente adequadamente ventilado.


Hidratação. Hidratação. Hidratação.
Neostigmina e atropina se insuficiência
Tratamento Antibióticos se infecção secundária. Bicarbonato de sódio se pH urinário <6,5. Antibióticos se infecção secundária.
respiratória.
Soro antibotrópico. Soro anticrotálico. Soro antilaquético.
Soro antielapídico.
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Acidentes por animais
peçonhentos
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Escorpionismo

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Elapídico
Acidente por himenópteros 1%
1%
Erucismo
3%
Prevenção de
acidentes
5% Botrópico
34%
Araneísmo
Laquético 11%
6%

Escorpionismo
17%

Crotálico
22%

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Escorpionismo

Tityus serrulatus, T. bahiensis e T. stigmurus.

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Escorpionismo – Características Gerais

Artrópodes

Crianças e adolescentes

Maioria dos casos atinge membros superiores

Se escondem em entulhos, tijolos, telhas e abaixo de tronco ou pedras

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Escorpionismo
Ações do veneno

Neurotóxica EfeitosEstimulação
simpáticos ou parassimpáticos
vagal

Age nos canais de sódio despolarizando as terminações nervosas pós-ganglionares, levando a uma liberação de catecolaminas e
acetilcolina

Dor intensa no local da picada e parestesias. Pode acometer diversos órgãos como o coração, pulmão, trato
gastrointestinal e sistema nervoso central.

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Escorpionismo
Ações do veneno

Parassimpáticos Simpáticos

Aumento das secreções das glândulas lacrimais, nasais, Midríase, arritmias respiratórias e cardíacas,
sudoríparas, da mucosa gástrica e do pâncreas, taquicardia, hipertensão arterial, podendo evoluir para
provocando lacrimejamento, rinorréia, sudorese e vômitos, falência cardiocirculatória e edema agudo.
tremores, espasmos musculares, miose, bradicardia,
hipotensão, priapismo e hipotermia.

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Escorpionismo - Classificação

Casos leves são aqueles que só apresentam manifestações locais como dor e parestesia.
Casos moderados são aqueles que além das manifestações locais evoluem com manifestações sistêmicas
como sudorese, náuseas, vômitos, taquicardia, taquipnéia e hipertensão.
Casos graves são pacientes que apresentam sudorese profusa, vômitos incoercíveis, alternância de
agitação com prostração, salivação excessiva, bradicardia, insuficiência cardíaca, convulsões, edema
pulmonar, choque e coma.

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Escorpionismo - Manejo

ECG Radiografia de tórax Ecocardiograma

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Escorpionismo – Exames laboratoriais

Hiperglicemia, amilase elevada, leucocitose com neutrofilia, hipocalemia e hiponatremia e


aumento da CPK e sua fração MB.

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Escorpionismo - Tratamento

Casos leves: controle da dor e manter o paciente em


observação por 6 a 12 horas.

Casos moderados a graves: soro antiescorpiônico ou antiaracnídico (2 a 3 ampolas / 4


a 6 ampolas).

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Escorpionismo

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Ofidismo – Cai na prova

Em relação aos acidentes com escorpiões:

A) O quadro clínico sistêmico é mais frequente em adultos do que em crianças.


B) CIVD e insuficiência renal aguda são complicações frequentes.
C) A soroterapia está indicada nos casos de acidente escorpiônico de gravidade moderada e grave.
D) A espécie Tityus bahiensis (escorpião marrom) é a responsável pela maioria dos casos
de acidentes escorpiônicos.
E) O quadro clínico local apresenta dor, com intensidade fraca, sudorese, eritema e piloereção.

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Ofidismo – Cai na prova

Qual das seguintes alterações não seria encontrada na avaliação clínica e nos exames complementares de
uma criança de 2 anos, vítima de um acidente escorpiônico clinicamente grave?

A) Aumento de CK e CK-MB.
B) Bradicardia sinusal.
C) Distúrbio de coagulação.
D) Taquicardia sinusal.

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Ofidismo – Cai na prova

Analise o quadro clínico a seguir. Um lactente de 2 anos de idade é levado ao pronto-atendimento devido a choro inconsolável
durante a madrugada enquanto dormia em colchão no chão, em um barracão, numa área de ocupação. Ao exame, o paciente estava
irritado, com mácula eritematosa em antebraço esquerdo, sudorese profusa, bradicárdico e com crepitações à ausculta
pulmonar bilateralmente. Diante desse quadro, é correto afirmar:

A) O paciente pode ter sido picado por um escorpião amarelo, e o quadro é considerado grave, sendo necessária a infusão de soro
específico.
B) Trata-se de um quadro clínico sugestivo de erucismo por lagarta Lonomia sp, e o paciente necessita receber antifibrinolítico.
C) O pediatra deve pensar em picadura por Crotalus sp, realizar um torniquete no local da picada e transferir o paciente para outro
hospital.
D) O quadro clínico é sugestivo de acidente com aranha armadeira, Phoneutria sp, e o paciente deverá receber alta com analgésicos
comuns.

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Acidentes por animais
peçonhentos
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Araneísmo

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Araneísmo

Phoneutria Loxosceles Latrodectus

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Araneísmo - Phoneutria

Aranha armadeira – gênero Phoneutria

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Araneísmo - Phoneutria
Ações do veneno

Neurotóxica EfeitosEstimulação
simpáticos ou parassimpáticos
vagal

Dor, eritema, edema, parestesia e sudorese . Manifestações sistêmicas mais graves como taquicardia, sialorréria, diarreia, priapismo,
hipertonia muscular, choque e edema agudo de pulmão.

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Araneísmo - Tratamento

Casos leves: controle da dor com sintomáticos.

Casos graves: soro antiaracnídico.

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Araneísmo – Cai na prova

Menino de 10 anos refere ter sido picado no pé direito enquanto brincava com uma pipa em um terreno da
área rural de um município do interior de São Paulo. Foi então levado por sua mãe até o pronto-socorro
municipal. O menino apresentava-se consciente, sudoreico com dor intensa no pé, apresentou vômito e
posteriormente evoluiu com priapismo. Qual o diagnóstico do tipo de acidente?

A) Acidente ofídico botrópico.


B) Acidente ofídico crotálico.
C) Acidente com phoneutria.
D) Acidente com loxoceles.
E) Acidente escorpiônico.

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Araneísmo - Loxosceles

Aranha marrom – gênero Loxosceles

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Araneísmo - Loxosceles

Forma cutânea
• Geralmente imperceptível
• Após 24 a 72 horas, esses sintomas tendem a piorar e podem aparecer:
• Bolhas.
• Equimoses.
• Lesões hemorrágicas focais mescladas com áreas pálidas de isquemia. Elas são chamadas de
placa marmórea.

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Araneísmo - Loxosceles

Forma cutânea

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Araneísmo - Loxosceles

Forma cutâneo-visceral
• Decorrentes de hemólise intravascular.
• Anemia, icterícia, hemoglobinúria, aumento de DHL e bilirrubina indireta.
• CIVD

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Araneísmo – Loxosceles
Tratamento

Casos leves: controle da dor com sintomáticos.

Casos graves: soro antiaracnídico e prednisona.

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Araneísmo – Cai na prova
Homem, 54 anos, etilista, sem outros problemas de saúde, procurou atendimento em pronto-socorro por picada de animal
desconhecido em membro inferior esquerdo há 2 dias enquanto trabalhava em área rural na proximidade de Ribeirão Preto.
Após o acidente, apresentou dor local e, após cerca de 12 horas, notou a formação de eritema e bolha hemorrágica associados com
febre, calafrios e náuseas. Exame físico: bom estado geral, descorado +/4, hidratado, acianótico, ictérico +/4; pele: lesão cutânea
mostrada na figura abaixo: Ausculta pulmonar e cardíacas normais, FC = 92 bpm; PA = 135 x 80 mmHg; abdome: sem alterações.
Exames: hemoglobina = 9,5 g/dl; VCM = 94 fl (VN: 80–95); HCM = 31 (VN: 27–32); GB = 18.000 (05% bastões); plaquetas =
180.000; LDH = 2.300 U/L (VN < 460); bilirrubina indireta = 2,5 mg/dl (VN < 0,9); bilirrubina direta = 0,28 mg/dl (VN < 0,3);
creatinina = 1,6 mg/dl (VN < 1,5); ALT = 28 U/L (VN < 31); AST = 40 U/L (VN < 32); INR = 1,2 (VN: até 1,3); TTPA (ratio) = 1,12 (VN < 1,26).
Qual é o agente etiológico mais provável?
A) Loxosceles sp.
B) Bothrops sp.
C) Phoneutria sp.
D) Crotalus sp.

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Araneísmo – Cai na prova

Em relação ao acidente por picada de Loxosceles ( “aranha marrom” ) considere as seguintes afirmativas:

I. Os sinais e sintomas surgem precocemente (30 a 60 minutos após a picada).


II. As formas clínicas descritas são: cutânea e cutâneo visceral.
III. Deve-se solicitar hemograma, exame comum de urina, ureia e creatinina, exceto para casos cutâneos puros.
Está/estão correta(s) a(s) afirmativa(s):

A) Apenas I.
B) Apenas II.
C) Apenas III.
D) Apenas I e II.
E) I, II e III.

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Araneísmo - Latrodectus

Aranha viúva-negra – gênero Latrodectus

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Araneísmo - Latrodectus
Ações do veneno

Sistema nervoso autônomo e na junção


Neurotóxica Estimulação vagal
neuromuscular

Dor, que evolui para uma sensação de queimadura e hiperestesia. Manifestações sistêmicas motoras, como tremores,
hiperreflexia, contrações espasmódicas e trismo, e cardiovasculares, como taquicardia e desconforto precordial, podem ser
observadas.

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Araneísmo – Latrodectus
Tratamento

Casos leves: sintomáticos.

Casos graves: sedativos com soro antilatrodético.

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Características Phoneutria Loxosceles Latrodectus
Nome popular Aranha armadeira Aranha-marrom Viúva-negra
Habitat Ficam em residências e proximidades, Ficam em tijolos, barrancos, cascas de Encontradas em vegetações arbustivas e
em sapatos, materiais de construção, árvores, atrás de quadro e móveis, em gramíneas, mas também podem ter hábitos
entulhos e lenha. cantos de parede. Sempre ficam ao abrigo domiciliares e peridomiciliares.
da luz solar.
Ações do veneno Neurotóxica (sistema nervoso Coagulante, hemolítica e proteolítica. Neurotóxica (sistema nervoso autônomo).
autônomo).
Manifestações locais Dor, edema, eritema, sudorese e Dor, edema, eritema, equimose, bolha e Dor, edema, eritema, sudorese e parestesia.
parestesia. necrose. Hemorragias focais mescladas
com áreas pálidas de isquemia (placa
marmórea).
Manifestações Taquicardia, hipertensão arterial, Consequências da hemólise: anemia, Tremores e contraturas, parestesia em
sistêmicas sudorese, agitação, priapismo, icterícia, hemoglobinúria, petéquias, membros, sudorese, mialgia, cefaleia, tontura,
hipertonia muscular, diarreia, choque e equimoses e CIVD. priapismo, dificuldade para deambular.
edema agudo de pulmão.
Tratamento Casos leves: sintomáticos. Casos leves: sintomáticos. Casos leves: sintomáticos.
Casos moderados/graves: soro Casos moderados/graves: prednisona e Casos moderados/graves: analgésico, sedativos
antiaracnídico. soro antiaracnídico. e soro antilatrodético.

Título da Aula - Prof. Clarissa Cerqueira


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Erucismo

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Erucismo

Gênero: Lonomia

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Erucismo

Síndrome hemorrágica
Equimoses, gengivorragias, hematomas, epistaxes, e em casos mais graves podem ocorrer hematêmese, hipermenorragia,
hemorragia pulmonar e intracraniana.

Tratamento: anti-histamínicos e em casos graves, pode ser feito uso de agentes antifibrinolíticos

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Erucismo – Cai na prova

Você atende um paciente de 20 anos que estava caminhando na beira do rio, quando encostou em um galho de árvore e sentiu uma
ardência e dor em queimação no braço direito. A pele ficou com eritema e edema na região de contato, evoluindo com
lesões puntiformes eritematosas nos pontos de inoculação das cerdas. O paciente apresentou apenas lesões locais e foi orientado a
lavar o local com água corrente e colocar compressas geladas. Qual a principal complicação causada pelo envenenamento das
cerdas das lagartas deste gênero?
A) Agitação psicomotora.
B) Contraturas musculares intermitentes.
C) Arritmia cardíaca.
D) Manifestações hemorrágicas.

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Acidentes por Himenópteros

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Acidentes por Himenópteros

Abelhas: apresentar edema, prurido, vermelhidão e dor no local da picada. uma enduração que aumenta de tamanho
dentro de 24 a 48 horas. Essas manifestações podem ser tão exuberantes que limitam a mobilidade do membro.

Vespas: não deixam o ferrão após a picada

Formigas lava-pés (Solenopsis): não deixam o ferrão após a picada

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Acidentes por Himenópteros – Cai
na prova
Na Emergência, a mãe de uma criança de três anos de idade relata que a mesma foi picada por um inseto há cerca de 3 dias e que já
recebeu um primeiro atendimento numa Unidade de ProntoAtendimento, cerca de duas horas após a picada. No momento, há dor
aguda no local, vermelhidão, prurido e edema flogístico que evoluiu para enduração local; também há dificuldades de mobilidade no
membro afetado. Na UPA, o médico havia conseguido identificar e retirar o ferrão. Qual o inseto mais provável de ter causado essas
alterações?

A. Vespa.
B. Arraia.
C. Abelha.
D. Formiga.

Acidentes por animais peçonhentos - Prof. Clarissa Cerqueira


OBRIGADO
Prof. Clarissa Cerqueira

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