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0626 - Fundamentos Teóricos e Metodológicos Da História e Da Geografia e Prática - 5º Semestre
0626 - Fundamentos Teóricos e Metodológicos Da História e Da Geografia e Prática - 5º Semestre
PEDAGOGIA
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Núcleo de Educação a Distância
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EMENTA:
A produção histórica e geográfica e suas consequências no ensino dos anos iniciais
do ensino fundamental. Categorias de análise: construção e apropriação do espaço
mediado pelo trabalho social do homem; o homem sujeito da história. A produção
didática para o ensino de história e geografia: propostas pedagógicas - oficiais e
alternativas, o livro didático e suas relações com a produção histórica e geográfica.
A construção dos conceitos de tempo e espaço. Aspectos teóricos e metodológicos.
Os recursos didáticos. A crítica ao positivismo na História e na Geografia. A
compreensão da dinâmica da sociedade capitalista contemporânea. Critérios para
seleção de conteúdos em História e Geografia. Aspectos da avaliação. A análise
crítica do livro didático. Estudo e análise dos Parâmetros Curriculares Nacionais.
Planejamento de aulas e atividades.
OBJETIVO GERAL:
Promover condições para que os alunos apropriem-se de conhecimentos e
habilidades, no que tange aos fundamentos teóricos e aspectos metodológicos que
envolvem os componentes curriculares de História e de Geografia para os anos
iniciais do Ensino Fundamental, bem como fomentar as práticas pedagógicas
dessas disciplinas na referida modalidade de ensino.
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OBJETIVOS ESPECÍFICOS:
Unidade I: A História feita de histórias
- Compreender a História enquanto conhecimento dinâmico.
- Identificar a globalização como um processo histórico.
Bibliografia Básica
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Bibliografia Complementar:
METODOLOGIA
As aulas serão desenvolvidas por meio de recursos como: videoaulas, fóruns,
atividades individuais, atividades em grupo. O desenvolvimento do conteúdo
programático se dará por leitura de textos, indicação e exploração de sites,
atividades individuais, colaborativas e reflexivas entre os alunos e os professores.
AVALIAÇÃO
A avaliação dos alunos é contínua, considerando-se o conteúdo desenvolvido e
apoiado nos trabalhos e exercícios práticos propostos ao longo do curso, como
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Sumário
Aula Inaugural..............................................................................................................8
Aula 01_ Ciências Sociais- Um Passo para a Cidadania............................................9
Aula 02_ Globalização: Uma Nova Realidade?.........................................................12
Aula 03_ Manifesto: Um Exercício de Cidadania.......................................................17
Aula 04_ Da Caverna à Luz: Um Caminho a Desbravar...........................................23
Aula 05_ O tempo Histórico na História.....................................................................25
Aula 06_História: Feita de Documentos....................................................................28
Aula 07_Índio: Uma Consciência para os nosso "Curumins"....................................31
Aula 08_Os Documentos que Temos e Criamos: O Acervo da Memória..................35
Aula 09_Uma Herança Cultural Documentada..........................................................38
Resumo_Unidade I....................................................................................................40
Aula 10_Do Campo para o Mundo............................................................................41
Aula 11_A História e a Geografia na Escola Por quê?..............................................44
Aula 12_Critérios para Seleção de Conteúdo............................................................47
Resumo_Unidade II...................................................................................................52
Aula 13_A Escolha do Livro Didático.........................................................................54
Aula 14_O Homem na Terra e no Espaço-Princípios da Geografia..........................57
Aula 15_Signos Geográfico-Cartografico..................................................................59
Aula 16_Geografia Física: Por quê e Pra quê?.........................................................61
Aula 17_Mapa-Instrumento de Comunicação............................................................63
Aula 18_Geografia-Ciência Social e do Espaço........................................................66
Resumo_Unidade III..................................................................................................68
Aula 19_Nossa Gente e a Dinâmica da Sociedade Capitalista.................................70
Aula 20_Planejamento...............................................................................................72
Aula 21_Propostas de Conteudos para as Séries Iniciais.........................................76
Aula 22_Proposta para 2ª séries...............................................................................79
Aula 23_Planejamento para Classes de 3ª Série......................................................81
Aula 24_Planejamento para Classes de 4ª Séries....................................................84
Aula 25_Avaliação.....................................................................................................87
Aula 26_Conceitos da História e Geografia...............................................................90
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Aula Inaugural
Abordar aspectos sociais e apresentá-los para crianças não é tarefa fácil. Requer
comprometimento e muita responsabilidade. Nesta disciplina iremos discutir
conceitos e atividades para o conhecimento do professor1, de forma que ele possa
se servir dessa aprendizagem para desenvolvê-la com seus alunos.
Nosso foco será a História e a Geografia, mas é notório, que estas duas ciências nos
tragam outras que nos auxiliem em seu bojo, como a sociologia, antropologia,
arqueologia, geologia, cartografia entre outras. Optamos por dividir as informações
históricas e geográficas, com o propósito de capacitar o professor, com
conhecimentos específicos, que são necessários. Mas observamos que estes
conceitos não precisam ser expostos aos alunos de forma isolada ou fragmentada,
com as especialidades referentes a cada área.
Quando tratamos do ser humano, tratamos de um conceito complexo. O tempo e o
espaço os separam e os une, os difere e os transformam. Uma visão fragmentada
não nos dá conta de entender a sociedade da qual ele faz parte. Precisamos captar
de forma sensível a rede de relações da qual o sujeito se intera. Devemos pensar de
forma interdisciplinar. Hoje os fenômenos são globais! Seguiremos os princípios dos
PCNs. Com os conceitos ali expostos, notamos que a sensibilidade nos oferece a
possibilidade para quebrarmos a educação reprodutiva. O educador deve ser um
atento observador, pronto para captar as incoerências, contradições e diversidades
de modo dialético e apresentá-las para agir em sala de aula. O grande e maior
objetivo e desafio do educador, e quando tratamos das questões sociais, se torna
mais notória esta especificidade, é preparar os alunos para o exercício da cidadania.
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Abordar aspectos sociais e apresentá-los para crianças não é tarefa fácil. Requer
comprometimento e muita responsabilidade. Vamos discutir conceitos e atividades
para o conhecimento do professor , de forma que você possa depois se servir dessa
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O espaço e o tempo
O espaço que o sujeito ocupa implica o uso do tempo. São ritmos que se estruturam
no comportamento de uma sociedade, que interferem e são interferidos pela
paisagem que se forma.
Somos TODOS sujeitos e, portanto, envolvidos e submetidos a decisões que são
impostas ou mudadas ao longo do tempo. Quando apontamos que vivemos em uma
sociedade democrática, temos que ter discernimento da importância de nossas ações
e comportamentos. A escola faz parte da rede de relações sociais e, portanto,
é uma comunidade que deve dialogar com a sociedade.
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Usaremos o termo professor para designar a pessoa que orienta o trabalho em sala
de aula. Apesar de as pessoas do sexo feminino constituírem a ampla maioria (85%)
no magistério, a gramática aborda que o termo masculino serve para generalizar os
dois termos. Para evitarmos repetições desnecessárias, e por questões estéticas dos
textos, não aplicaremos no texto o termo professor/professora.
PEDAGOGIA 12
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Já sabemos que nossa disciplina deverá tratar do ensino de História e Geografia nos
anos iniciais do ensino fundamental. As condições que são dadas e estimuladas no
exercício da convivência das aulas tornam-se fundamentais para a formação da
consciência das crianças. As práticas focadas na interação, de formas lúdicas e
participativas, criam alicerces para que os alunos absorvam as informações de modo
mais perceptivo, logo, sensitivo também. A compreensão como uma apropriação
intelectual, se torna consequência de mediações que aguçam a sensibilidade
dos alunos.
A tarefa do educador, que atende a essa faixa etária nas escolas, em relação a
essas ciências (história e geografia), é construir conceitos para que
os indivíduos sejam capazes de compreender e expressar sua realidade. Um
início primoroso. Com aulas dinâmicas que estimulem o uso do raciocínio e
desenvolvimento da consciência crítica do aluno, estaremos colaborando para
formação de um sujeito apto a transformar a sociedade. O professor, no convívio
dessa relação, deve não apenas estar disposto e aberto às hipóteses que venham
surgir por parte da classe que orienta, mas principalmente, deve estimulá-las.
O trabalho coletivo, onde todos se comprometem, é a melhor forma para que a rede
dos conhecimentos aplicados aos alunos ganhe formato e força. Cabe sempre
conferir a máxima que norteia o professor: ”aprender a aprender”.
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Devemos acrescentar, para sua apreciação, uma tabela com dados que pontuam as
possíveis fases da já emergente globalização:
No século XVIII, a humanidade sofreu um novo impacto com ideais que se pautavam
nas ideias iluministas. A Revolução Francesa, a Independência dos EUA e
movimentos para a independência na América Latina são reflexos deste
pensamento. Mais especificamente, ao estudarmos a história do Brasil, observamos
neste período, a manifestação e os líderes intelectuais da Inconfidência Mineira.
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Como você interpreta este valor apontado no texto? Seria uma denúncia?
Será que já carregamos desde então o fardo do “ter” como importância suprema em
relação ao “ser”?
Esta é uma das questões mais pertinentes que rondam a nossa realidade de
consumo e se estendem com muita clareza e força às salas de aulas.
O professor pode, deve e tem total capacidade de trazer esta consciência às suas
crianças. O sonho de alguns filósofos é que a humanidade conhecesse um governo
universal.
Será possível?
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Quem sou e qual meu verdadeiro valor para a sociedade em que vivo?
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Inquietei você na última aula, questionando sobre o seu verdadeiro valor para a
sociedade?
Esta questão não deve se restringir apenas ao mundo adulto, mas crianças e jovens
também devem ser provocados a notar o valor que têm, e o quanto absorvem e
partilham com suas atitudes. Uma dinâmica que constrói suas próprias vidas e dá
forma à nossa história, a história de cada um de nós! Citamos parte de um
manifesto na aula anterior. Falemos um pouco do que trata este tipo de documento.
Um manifesto, como já sugere o nome, traduz, em forma textual, a intenção e os
ideais de um grupo ou de um sujeito. Através do estudo destes documentos,
podemos observar as pretensões dessas pessoas e traduzir, através de suas
intenções, o que os incomodam em um determinado período por eles vivenciado.
Este tipo de manifestação pode partir das mais diversas áreas, como: política,
educação, artes, ciências e muitos outros. Alguns exemplos são nítidos para
construirmos a noção e prestigiar, com a devida importância, estes ou
outros documentos.
Um exemplo vivo, entre muitos, é o “Manifesto Antropofágico” escrito por Oswald de
Andrade, em 1928. Para ele e seus companheiros, através dos valores indígenas e
da liberação do instinto, é que a arte renasceria.
Site
http://www.ufrgs.br/cdrom/oandrade/oandrade.pdf
Em relação à educação, podemos notar o “Manifesto dos Pioneiros da Educação
Nova” de 1932, elaborado por Fernando de Azevedo, e assinado por vários outros
intelectuais, dentre eles, Anísio Teixeira e Cecília Meireles. Este documento
apontava a educação como canal para uma reconstrução no Brasil.
Site
http://cpdoc.fgv.br/producao/dossies/JK/artigos/Educacao/ManifestoPioneiros
Mais recente e com total influência sobre a educação abordada nos dias atuais,
temos a “Carta Manifesto da Transdisciplinaridade”, exposta em Portugal, em 1994,
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por Lima de Freitas, Edgar Morin e Basarab Nicolescu. No texto, eles propõem o
diálogo das diversas ciências com a arte, a literatura, a poesia e a experiência
interior do ser humano.
Através desta forma de expressão, podemos entender e transmitir aos alunos como
propostas que nascem em pequenos grupos, com necessidades específicas, podem
repercutir e atingir interesses de outros indivíduos. A realidade vivida por eles se
estende a outros. Existe uma interação que paira nos grupos sociais, e atitudes,
quer individuais ou conjuntas, podem influenciar desde o pequeno grupo que os
cerca até outros, maiores. Surge daí o conceito do ser como plural, interado no
meio. O comportamento dos indivíduos interfere, não só com reflexos nas questões
materiais (como o equilíbrio da natureza), mas também afeta o emocional dos
colegas que o acompanham e repercute no comportamento e atitudes dos mesmos.
Vivemos numa grande rede, onde cada nó bem atado ou não, reflete no todo. A
manifestação é bem vinda sempre, pois vivemos numa democracia, e no Brasil,
temos a possibilidade da livre expressão. Como cidadãos, preocupados e
comprometidos com o social, devemos pensar e sempre refletir sobre nossas
atitudes.
Atividade
Para esclarecer este conceito a seus alunos, desenvolva uma “carta manifesto” com
eles. Questione-os sobre as insatisfações que os cercam e o que pode ser feito
para melhorar. As ideias podem ser encaminhadas pelo orientador, mas “gritadas”
por cada aluno.
Desenvolva o espírito de equipe da classe e os envolva para isto. Eles podem
montar um “caldeirão”1 com seus princípios e ideais.
Para os alunos menores, use imagens coletadas em revistas; para os maiores,
estimule-os a escrever frases ou palavras de ordem. Estes serão os ingredientes
para elaborarmos a carta.
Os alunos colocam suas intenções, de forma ritualística, como desenvolver gestos,
falar de forma mais formal, ou mesmo cantar uma música que atenda aos princípios
do conceito que queremos que eles absorvam. Sugerimos “Amanhã” de Guilherme
Arantes, mas atente se existem outras que se enquadram melhor à realidade de sua
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Amanhã
Guilherme Arantes
Composição: Guilherme Arantes
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Acima do ilusório
O astro rei vai brilhar
Amanhã, a luminosidade
Alheia a qualquer vontade
Há de imperar, há de imperar
Manifesto Antropofágico
Oswald de Andrade
PEDAGOGIA 21
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Contra todas as catequeses. E contra a mãe dos Gracos.Só me interessa o que não
é meu. Lei do homem. Lei do antropófago.Estamos fatigados de todos os maridos
católicos suspeitosos postos em drama. Freud acabou com o enigma mulher e com
outros sustos da psicologia impressa.O que atrapalhava a verdade era a roupa, o
impermeável entre o mundo interior e o mundo exterior. A reação contra o homem
vestido. O cinema americano informará. Filhos do sol, mãe dos viventes.
Encontrados e amados ferozmente, com toda a hipocrisia da saudade, pelos
imigrados, pelos traficados e pelos touristes. No país da cobra grande. Foi porque
nunca tivemos gramáticas, nem coleções de velhos vegetais. E nunca soubemos o
que era urbano, suburbano, fronteiriço e continental. Preguiçosos no mapa-múndi do
Brasil. Uma consciência participante, uma rítmica religiosa.
Contra todos os importadores de consciência enlatada. A existência palpável da
vida. E a mentalidade pré-lógica para o Sr. Levi Bruhl estudar.Queremos a revolução
Caraíba. Maior que a Revolução Francesa. A unificação de todas as revoltas
eficazes na direção do homem. Sem nós a Europa não teria sequer a sua pobre
declaração dos direitos do homem.
A idade do ouro anunciada na América. A idade de ouro. E todas as girls.
Filiação. O contato com o Brasil Caraíba. Oú Villegaignon print terre. Montaigne. O
homem natural. Rousseau. Da Revolução Francesa ao Romantismo, à Revolução
Bolchevista, à Revolução surrealista e ao bárbaro tecnizado de Keyserling.
Caminhamos.Só não há determinismo, onde há mistério. Mas que temos nós com
isso?
Contra as histórias do homem, que começam no Cabo Finisterra. O mundo não
datado. Não rubricado. Sem Napoleão. Sem César. A fixação do progresso por meio
de catálogos e aparelhos de televisão. Só a maquinaria. E os transfusores de
sangue.Contra as sublimações antagônicas. Trazidas nas caravelas.
Contra a verdade dos povos missionários, definida pela sagacidade de um
antropólogo, o Visconde de Cairu: - É a mentira muitas vezes repetida. Mas não
foram cruzados que vieram. Foram fugitivos de uma civilização que estamos
comendo, porque somos fortes e vingativos como o Jabuti.
Se Deus é a consciência do Universo Incriado, Guaraci é a mãe dos viventes. Jaci
é a mãe dos vegetais. Não tivemos especulação. Mas tínhamos adivinhação.
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Pode ser feito com argila, ou o desenho do objeto numa folha de cartolina. Caso em
sua comunidade tenha outros materiais que a natureza proporcione, como folhas de
alguma vegetação específica, use. O importante é que os alunos participem também
da elaboração deste objeto.
PEDAGOGIA 23
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Já comentei com você, logo na nossa primeira aula, como é impossível estudarmos
toda a História. Mas temos como objetivo transferir conceitos para as crianças, nos
quais elas se reconheçam como sujeito da História. Como fazer?
Para atingirmos este princípio que nos norteia precisamos compreender o mundo
que cerca os alunos. Usar de seus conhecimentos e habilidades dentro da
materialidade em que eles vivem como ponto de partida para desenvolvermos nosso
objetivo. Partiremos sempre de problemáticas locais, fazendo uso do repertório
intelectual e cultural da classe. É importante criar uma identidade entre os alunos e a
realidade que os cercam, para que eles tenham sustentação para abstrações futuras.
O sucesso desta dinâmica é sempre trazer acontecimentos próximos a eles, além de
ter a devida atenção e respeito à faixa etária da classe.
As crianças, de início, devem ter a proximidade cultural e intelectual com assuntos
pertinentes às suas estruturas familiares e à sua escola. O bairro e a cidade onde
vivem são espaços que seguem nesta apresentação. Nos últimos períodos apenas,é
que eles devem ser “apresentados” de forma formal, aos aspectos específicos ao
Estado que fazem parte e enfim, o Brasil. As questões que tangem ao lazer, à
política ou à economia, devem ser exploradas de forma que acompanhem este
reduto que ordenamos.
A questão do tempo também deve ser lembrada. Sempre devemos partir do
presente, do momento que faz parte do cotidiano dos alunos. São estas realidades
que os levarão a compreender os temas tratados e farão com que se sintam agentes
históricos. Mas você pode se questionar. Como podemos nos fechar se existe um
mundo globalizado, diante de nossos alunos? E eles, muitas vezes, estão à nossa
frente, em função da mídia e da tecnologia que os atinge com muita rapidez e
frequência?
Podemos trazer, sim, outras realidades para a sala de aula, contanto que tomemos
cuidado com a linguagem e abstrações. O excesso de luz pode cegar. Temos que ter
cautela ao passarmos as informações às crianças. Observem, de forma divertida, “O
mito da caverna”, de Platão, na versão de Maurício de Souza!
Site
http://www.monica.com.br/comics/piteco/
Assim como fez a equipe de produções de Maurício de Souza com um clássico de
mais de dois mil anos, podemos também trazer os mais diversos conhecimentos,
inclusive de outros tempos e lugares para a sala de aula. Os quadrinhos, inclusive
elaborados por eles ou em grupos, ou mesmo em conjunto, com a orientação do
professor, são uma ótima estratégia para relatos! Podemos explorar o conteúdo
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intelectual e cultural dos alunos, direcionar de forma intencional para assuntos que
devem ser explorados, nesta forma de dinâmica.
As variáveis são muitas. O personagem Piteco é apenas uma entre outras opções
(brinquedos, per-sonagens de filmes ou desenho animado) que aproximam o aluno
de ou-tras realidades, mesmo que distantes (no tempo e espaço). São imagens que
podem mostrar um processo de continuidade e evolução pelos quais passa a
humanidade. Também como ponto de apoio para um breve relato que pode ser
desenvolvido valorizando a participação e contribuição que cada um de NÓS, pode
ou não, agregar para usufruirmos do mundo que nos cerca HOJE, o qual se
transformará AMANHÃ.
“Você sabia?”
IDADE MÉDIA DA HUMANIDADE
(tabela ilustrada por Ray Kurzweil,no evento “FIAT-30 anos”- PUC-SP, 2006)
Período Cro-magnon - 18 anos
Egito antigo - 25 anos
Europa séc XV - 30 anos
Europa séc XIX - 37 anos
EUA início séc XX - 48 anos
EUA início séc XXI - 78 anos
Caso se interesse em conhecer um pouco mais sobre “O Mito da Caverna”, de
Platão:
http://www.inf.ufsc.br/~adriana/fase_01/tgs/trab_01/Trabalho1.htm
PEDAGOGIA 25
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Você, com certeza, já ouviu falar do cientista Isaac Newton! Este inglês, do século
XVII, tem singular valor para os conceitos desenvolvidos pela humanidade deste
período até então. Foi ele o primeiro a conseguir provar suas teorias através de
fórmulas, o que trouxe singular contribuição para a compreensão do universo físico
naquele momento.
Junto ao autor do acatado e célebre pensamento “penso, logo existo”, Renné
Descartes, autor do “Discurso do Método”, que absorvia e transmitia com convicção
a importância da lógica. Eles construíram e defenderam sistemas analíticos. A teoria
trazia como aceitável para a ciência, experimentos que pudessem comprovar os
fenômenos que pudessem ser apresentados. Difundida em outras áreas da
comunidade científica, ganhou força na corrente filosófica
denominada POSITIVISMO. Esta, fundada por Auguste Comte, francês que viveu no
século XIX, defendia que os saberes humanos pudessem ser sistematizados,
seguindo os mesmos critérios das ciências exatas ou biológicas.
Estes valores se tornaram reducionistas diante dos valores holísticos que se
apresentam para o século XXI. Constituir leis gerais e verdades para fenômenos
sociais e o abrangente conhecimento humano, diante de uma filosofia que prega
uma consciência de um mundo plural e complexo, são ideias incompatíveis. O
positivismo teve muita influência na formação de nossa educação. Benjamin
Constant, oficial do exército e um dos líderes do movimento republicano no Brasil
(final século XIX), foi um grande divulgador desta filosofia junto às Forças Armadas.
A Igreja Católica também teve grande força e contribuição para esta formação.
Abraçou a nossa educação de forma mais participativa do que as escolas laicas e a
construção de uma História, nos moldes do sagrado, prevaleceu. Um signo que
carregamos deste pensamento é a nossa bandeira. Mais especificamente, a frase
“Ordem e Progresso”. Fruto de um forte espírito cívico, traz a questão do
nacionalista patriótico.
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PEDAGOGIA 27
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Atividade
Experimente esticar um cordão na classe ou em espaço aberto. Divida-o em várias
partes iguais e o identifique de forma diferenciada (cores ou texturas, por exemplo).
Dependendo do nível dos alunos que você está acompanhando, use de diferentes
realidades para explorar a divisão da linha.
Para os menores, a linha do tempo pode ser a própria evolução da criança. Em cada
marca, entre uma parte do cordão e outra, pode ser pendurados objetos, figuras ou
palavras que marquem aquela fase que se quer notificar.
Mostre a eles que entre um período e outro, muitos acontecimentos ocorrem, mas
são julgados menos importantes, e por esta razão, não são enunciados, mas muitas
vezes são fundamentais. São causas dos acontecimentos seguintes que são
destacados na linha. Compare também, no caso de alunos maiores que já
conseguem compreender melhor a noção de tempo, em quantas partes o cordão
pode ser dividido, quantas vezes cada parte pode estar dentro de uma outra parte.
Por exemplo: se observarem décadas, verão que o tempo de vida que eles têm, é
pouco, considerando as décadas vividas por seus avós, ou do tempo da fundação
da escola! Você pode também construir linhas, com focos diferentes.
Pode ser desenvolvida com o objetivo de mostrar que existem as linhas paralelas.
Neste âmbito, estaremos observando que em outros espaços, acontecimentos
semelhantes ou não podem estar ocorrendo em um mesmo período.
Aqui entraremos em um aspecto bastante importante que cerca o nosso
compromisso com a educação: o respeito e o compromisso social com outros
hábitos e culturas da diversidade brasileira.
Uma forma perspicaz para eles descobrirem que existem “os outros”.
E, quem são eles?
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Atividades
1) Tente coletar fragmentos que se transformem em documentos para análise, no
espaço que cerca suas crianças. Eles irão perceber o delicado trabalho e dedicação
dos arqueólogos e paleontólogos.
Com gesso, é possível colher informações de folhas ou animais.
Coloque a massa do gesso, em consistência ainda mole, sobre pegadas (como de
aves) ou marcas de folhas que elas deixam sobre a terra. Recolham depois o gesso
endurecido, e nele se observará a marca captada. As rochas são um exemplo que
junto à natureza, quando resgatadas em sítios arqueológicos, trazem marcas como
estas, produzidas artificialmente com gesso.
Caso não encontre um espaço com a terra úmida, produza de forma artificial os
vestígios. Caso prefira, use pequenos potes descartáveis, coloque a massa do
gesso, paire uma folha de árvore sobre a mesma. Ao secar o gesso, em ambos os
casos, o aluno observará o “negativo” do objeto em uso. Ele estará de posse de um
documento para ser analisado, que não possui dados escritos.
Observem uma imagem de fóssil (restos de animais e vegetais e vestígios de suas
atividades preservados nas rochas) de uma samambaia.
http://mugeo.sp.gov.br/exposicoes/permanentes/fosseis-de-sao-paulo/
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Atividade
1) Desenvolver tintas naturais com: beterraba; cenoura; espinafre; casca de cebola;
terra. Os materiais podem ser batidos ou raspados e coados para ser usado como
tinta.
Fazer peças como: potes; máscaras com argila (usadas pelos índios, para espantar
os maus espíritos) ou variadas peças, como chocalho, com folhas secas trançadas.
As tintas podem também ser usadas simplesmente para tatuar os corpos, assim
como os índios usam em seus rituais.
Deixe-os desenvolver seus traços e questione-os sobre as mensagens que
gostariam de passar, para que entendam o quanto outros meios de comunicação
também têm importância singular como documentação, mesmo não possuindo a
linguagem escrita formal.
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Atividade
Peça aos seus alunos que levem objetos que marquem a sua história. Leve alguns
dos seus também e partilhe com eles suas vivências. Chupetas, sapatinhos, o
pedaço do cabelo. Quem sabe alguns possam ter o livro do bebê!
Caso não tenham objetos mais antigos, peça para que tragam alguns mais novos,
que tenham significado para a história que passa a ser enredada a partir de
determinados signos encontrados. O objetivo é envolvê-los a ponto de comovê-los.
Com o princípio da curiosidade, os objetos vão “dizendo” e relatando sobre a vida de
cada um!
Enfatize a importância da memória, não apenas como fator da aprendizagem mas
principalmente no que a memória pode contribuir para os valores emocionais de
cada um que estrutura um grupo.
Devemos apontar também o aspecto do respeito a esses objetos escolhidos, que
traz à tona a diversidade dos interesses vinculados aos aspectos das vivências
singulares de cada um. Monte uma exposição. Observe que alguns objetos vão
trazer lembranças de outros alunos do grupo. Abrace a máxima de que: “recordar é
viver”.
Caso queira conhecer melhor o trabalho do Museu da Língua Portuguesa, acesse:
http://www.museudalinguaportuguesa.org.br/
PEDAGOGIA 38
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Observem:
LOCAL: o local do nascimento traduz uma série de informações. O registro de um
brasileiro já nos traz a leitura de que ele nasceu em um país com regime de
república federativa, que se divide em estados e municípios, onde se fala a língua
portuguesa, existe um predomínio da religião católica; temos uma moeda corrente
que se chama “real”.
DATA: esta nos remete aos acontecimentos de uma época. Traduzimos aspectos
éticos, políticas, expressões artísticas ao reconhecermos um período apresentado.
NOME: o sobrenome nos traz referências de uma genética, de um vínculo com uma
história próxima e distante. A escolha do primeiro nome também traz uma carga de
informações que remete a informações pertinentes ao período.
FILIAÇÃO: destes nomes, se traduz a origem e a singularidade deste novo indivíduo.
(mesmo que o nome e data sejam quase o mesmo - o caso de gêmeos - a filiação e
avós sempre são diferenciados).
Ao exercitarmos um olhar diferenciado para analisar os documentos, passamos a ter
condições de abstrair dados que podem ser identificados e pertinentes para a melhor
compreensão sobre um momento histórico. Devemos tratar este objeto como uma
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Atividade
As pesquisas iconográficas podem servir como ferramentas para identificarmos e
ilustrarmos os aspectos culturais que se aproximam da interpretação de uma
certidão de nascimento. Imagens de jornais e revistas, quando possível, ou
recolhidas na internet, que ilustrem a estética e política de um período, são
documentos pertinentes para serem observados.
Fotos de nascimento das crianças, dos pais e avós, assim como documentos dos
mesmos, são expressivos para ilustração e observações que coadunem e expressem
a análise aqui demonstrada.
Deixar claro que as informações não são de caráter linear e sim uma estrutura
complexa, uma rede de informações.
Este é o preâmbulo que devemos perseguir como orientadores das ciências sociais
na escola.
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Resumo_Unidade I
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Vamos acordar logo pela manhã e tomarmos nosso café. Opa... café?
Esta palavra nos remete a várias lembranças. Nós, adultos, temos conhecimento da
importância deste produto para a história do Brasil. Até mesmo um grande período
da história política ganhou seu nome: café com leite. Quanto que este produto está
inserido na realidade das escolas brasileiras? A cada xícara de cafezinho que se
toma na escola, no bar da esquina ou em nossas casas, estamos engatilhando uma
grande estrutura que move “um mundo” de pessoas que ocupam diferentes espaços
“no mundo”.
Acompanhe-nos!
O café acabou! Precisamos comprar o pó para prepararmos a bebida. Preparem-se
para a maratona... Primeiro, vamos adquirir a semente para plantarmos. A muda
cresceu e gerou frutos. Amadurecidos, colhemos. Agora, o transporte até o local
para armazenamento. Quais serão os grãos que devemos mandar para fora do
Brasil e quais os que ficam? Os que ficaram precisamos mandar para a indústria. Lá
o processo é de torrefação, empacotamento. Todo o cuidado em armazenar, caixas,
embalagens personalizadas. Transportaremos mais uma vez a mercadoria. A
direção é o mercado varejista. Descarregamos a mercadoria, acomodamos nas
prateleiras, agora sim, podemos “recolher” o produto e levarmos para casa. Ah!
Tempos modernos... Esquecemos o filtro de papel... Este caminho que aqui parece
encerrado, não termina. Podemos trilhar o caminho do artesanato com grãos, ou os
doces produzidos com ele e até mesmo cosméticos, perfumes! Outra trilha são os
descaminhos do resto que o pó trilhou, observando os aspectos ecológicos,
responsabilidades que devemos ter com o lixo que produzimos etc.
Com esta vivência, focamos e observamos outras experiências de vida que saem
do cotidiano que as crianças estão acostumadas a presenciar. Do campo para a
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Atividade
1) Na sala de aula, escolha um produto primário que faça parte da realidade de sua
turma. Leve como mostra, os vários modos de como este item pode ser manuseado
(de grão a um artesanato).
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Faça uma grande roda com os alunos e peça para que eles relatem cada etapa e se
sensibilizem como fossem os responsáveis por esta elaboração que se tornam
responsáveis.
Eles devem tomar consciência da forma ampla que abarca cada atitude/ função na
rede social em que vivem!
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Até então, apresentamos aspectos amplos no que tange à representação social, que
devem ser partilhados em sala de aula, mas não adentramos em temas específicos
ou conteudísticos.
O que presenciamos foram relações que fazem parte da dinâmica rede de vivência
da qual fazemos parte e construímos nossa história. Neste processo, ao qual
pertencemos, somos, sempre, bastante influenciados pelo processo da comunicação.
Vamos então desmembrar alguns pontos para entender de forma mais clara a
origem nesse aspecto global que verificamos nas nossas dez primeiras aulas.
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Atividade
As informações que são partilhadas na estrutura social se corrompem, muitas vezes
por jogos de interesses pessoais.
Vamos brincar de telefone sem fio com os alunos (uma corrente de pessoas, onde a
primeira fala uma comunicação/frase no ouvido da outra. A mesma fala deve ser
repetida por todos, da mesma forma, um a um, até que o último diga a mensagem
que ouviu e repita em voz alta para que todos possam ouvir. Em caso de não
entendimento, não deve haver interrupção, a mensagem deve ser repetida conforme
o que o receptor entendeu).
A) Inicie com uma mensagem e não interfira. Mostre o resultado. Uma mensagem
simples, sem muitas informações, tende a fluir de forma mais homogênea.
B) Agora esquente o jogo. Crie uma mensagem mais rebuscada, que dê margem a
dúbias interpretações e observe o resultado.
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Escolhas sempre são difíceis, mas uma sociedade que nos permite a prática deste
exercício nos faz pensar e reverenciar este gesto. Uma demonstração do exercício da
liberdade de expressão em que muitas vezes fomos tolhidos de exercê-la. Viver e
compartilhar experiências em um grupo social requer reflexões. Temas polêmicos ou
que privilegiem aspectos de determinados grupos devem ser evitados ou muito bem
pontuados, com o máximo de informações e domínio de conhecimento.
A História e a Geografia trazem esses aspectos com muita frequência. Questões
políticas e partidárias ou movimentos sociais são temas que podem criar um clima
beligerante. É possível tratá-los, mas sempre com cautela e NUNCA demonstrar
tendências particulares do pensamento do professor que influenciem a formação do
aluno. Esta é uma questão ética que sempre deve ser revista e questionada!
Como já explanamos na Unidade 1, os assuntos sempre devem nortear uma
proximidade com a comunidade na qual estão vinculados os alunos. Apesar das
crianças ainda não mostrarem desenvolvimento oportuno para abstrair conceitos de
espaços e tempos diferentes do que eles presenciam, a mídia se encarrega de
anteceder algumas propostas de conhecimentos. A escola faz parte do mundo, logo,
o aluno está inserido na sociedade e é com este princípio que devemos trabalhar.
O professor observará as atitudes que demonstrem a maturidade de seus alunos
para perceber do que e como poderá tratar estes assuntos! Assuntos da atualidade
trazem questionamentos espontâneos do grupo, e consequentemente o aumento de
interesse sobre o tema proposto. A realidade concreta ganha força e vida entre os
alunos.
O professor deve sintetizar e traduzir aspectos que tragam dificuldades. Para isto, é
pertinente que ele procure estar à frente dos alunos para que possa informá-los e
partilhar uma visão geral das propostas apresentadas além de aprofundar com o
conteúdo proposto. A partir de um clima de liberdade a troca das diferentes fontes
de informações circulam e se adequam para uma melhor compreensão.
A regra fundamental é o respeito de todos ao saber ouvir as opiniões expressas. As
crianças devem ir além do fato e o professor deve estimular este exercício.
O fato deve ser captado e então conduzido para reflexões. Quando existe uma
empatia de alguns deles com a comunidade e os alunos os selecionam por
afinidades, o desenvolvimento das aulas ganha outro sabor.
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O Currículo
Criar um repertório não apenas intelectual, mas também cultural é a meta
dos PCNs (Parâmetros Curriculares Nacionais). Reza este documento que os alunos
devem estar preparados para estabelecer identidades e diferenças com outras
pessoas e grupos da realidade absorvida por ele. Ter consciência que eles fazem
parte de uma Nação.
Este documento apresenta a divisão do ensino fundamental I em dois ciclos. Dessa
forma, pontuaremos alguns critérios que se julgam essenciais para o estudo da
História e Geografia para essas crianças:
Ciclo I: Leitura do tempo presente em um determinado espaço, se estendendo ao
passado; questões urbanas e sua dominância sobre o rural, e suas devidas
articulações.
Ciclo II: Histórias de outros espaços em tempos diferentes
Em ambos prevalece o interesse pelas questões sociais e culturais e a dinâmica dos
temas transversais. Para saber quais as habilidades que devem ser cumpridas no
conhecimento de História entre o ciclo I e II, observe a partir da página 49 deste
link:
http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/livro051.pdf
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Relacione o local de nascimento de seus alunos. Peça que pesquisem junto à família
as razões que a levaram a mudar. Pesquise em livros, vídeos e revistas as rotas
migratórias no país e no mundo. Compare a história relatada por cada um.
Para identificar as habilidades do ensino de Geografia, observe o link sugerido a
partir da página 99:
http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/livro051.pdf
No primeiro ciclo
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No segundo ciclo
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Resumo_Unidade II
Nestas aulas estudamos a vida do campo e da cidade e como todos são responsáveis
pela produção e dejetos que retornam à natureza, pois os dois espaços geram
oportunidades díspares, mas se complementam. Falamos da importância dos quatro
pilares da educação para uma melhor leitura e compreensão da realidade do século
XXI. Apresentamos a escola como núcleo capaz de unir os tempos e interpretar a
realidade, pois é um espaço onde as relações sociais se reproduzem.
Como docentes, devemos estar atentos aos apelos e informações da mídia, que
antecedem, propõem ou deturpam informações aos alunos e devemos praticar um
trabalho acima de tudo ético, mesmo quando carregamos ideologias políticas.
Determinamos os temas principais que devam ser discutidos nos Ciclos I e II
segundo a proposta dos PCNs e notamos como os temas transversais sempre devem
acompanhar o ensino.
Analisamos o quanto as ferramentas pedagógicas, como os livros, trazem
informações que podem ser pertinentes ou não e, portanto, alertamos como
proceder com sua escolha, em relação às imagens apresentadas além do texto, que
devem ser revisados e recentes. Este cuidado nos serve, pois os livros são elos de
contato entre a escola, o aluno e a família.
Referências Bibliográficas
ANTUNES, Celso. Jogos para a estimulação das múltiplas inteligências. 8a
ed. Petrópolis: Vozes, 2000
BITTENCOURT. Circe (org). O saber Histórico na sala de aula. São Paulo:
Contexto, 1997
______II encontro-perspectivas do ensino de história- anais. Circe
Fernandes Bittencourt (org). São Paulo: Faculdade de Educação- USP, 1996
HERNANDEZ, Fernando. Transgressão e mudanças na educação: os projetos de
trabalho. Porto Alegre:Artmed, 1998
MINISTERIO DA EDUCAÇÃO. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros
Curriculares Nacionais. História e Geografia 3 ed. Brasília: A Secretaria, 2001
MORIN, Edgar. Os sete saberes necessários à educação do futuro. 6A ed. São
Paulo: Cortez, 2000
NIDELCOFF, Maria Teresa. As ciências sociais na escola: para alunos de 12 a
16 anos. São Paulo:brasiliense, 2004
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____________
Sites
Projeto do personagem Chico Bento
http://www2.feevale.br/interativa/acervo/2006/ChicoBento/index.php
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Para o público da faixa etária que precisamos atingir, as imagens possuem grande
poder de informação. Serão elas, muitas vezes, que farão a vez das palavras do
professor. Logo, uma atenção especial deve ser dada a esta questão. O livro
dificilmente será o único material que o aluno terá como material ilustrativo. Os
meios tecnológicos, a mídia, e claro, o ambiente o qual ele ocupa, partilha com ele e
o professor a atenção do aluno.
Com a concorrência da qual o livro passou a ter que partilhar, além dos sistemas
apostilados, as editoras, com interesse mercadológico, precisa seduzir seus
possíveis clientes, e o profissional encarregado por esta escolha, deve se precaver
com vários cuidados.
O livro passa a ser a referência não apenas para o aluno e o professor, mas se
estende às estruturas familiares. É o objeto em comum, onde é possível
acompanhar o processo de aprendizagem do aluno. Portanto, é importante conhecer
a bibliografia e avaliar não apenas o conteúdo, mas a quantidade de questões
expostas e observar a viabilidade de ocupá-lo ao máximo no correr do ano letivo.
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Quando se obtém um livro, deve-se ter clareza que por esta produção passam
vários sujeitos. Esta questão relevante nos aponta e alerta a questão dos interesses,
quer individuais ou regionais, e o livro media e induz a estes pensamentos. O
pensamento do autor permeia por toda a obra sem que precise estar literalmente
esclarecida a sua intenção. A questão dos heróis e algumas imagens ganhavam
muito destaque nos livros do outro século. A escolha deve ser cautelosa quando se
trata de imagens. Muitas editoras imprimem ilustrações caricatas, para que não se
atenham em problemas com direitos autorais.
Por estarmos falando em imagens, é importante treinar o olhar de forma crítica para
as obras. As obras de pintores de séculos passados, que nos guiavam para uma
interpretação da época, hoje possuem uma leitura mais crítica sobre as mesmas.
Debret, pintor francês, que se destacou em retratar o século XIX, deve ter suas
obras consideradas como exímias exemplares de pintura histórica, mas não devem
ser analisadas como retratos fiéis de uma época. Apesar de suas obras retratarem
um período, o autor privilegia aspectos que se limitam ao seu olhar.
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Outro caso que deve ser observado é a obra “Independência ou Morte” de Pedro
Américo. O pintor, oriundo de uma escola romântica, que enfatiza narrativas
heroicas, exalta o personagem D. Pedro, valorizando signos que não cabiam à
época. Casos semelhantes foram observados nas imagens de Benedito Calixto,
assim como de outros artistas.
Pedro Américo, Independência ou Morte, 1888, óleo sobre tela, 7,60 x 4,15 m.
Visite a página:
https://www.bbm.usp.br/node/68
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Enquanto isso... Procure o mapa de sua cidade e localize: Sua moradia, pontos
turísticos e localização dos serviços de emergência. Tende visualizar as distâncias
entre eles de sua casa!
Apresentamos aqui uma curiosidade que deve ser pesquisada por você: no passado
alguns trabalhos sugeriam que habilidades como leituras de mapas poderiam ser
difíceis para mulheres, porque elas teriam pouco hormônio masculino: testosterona.
Pense e reflita a respeito deste conceito.
Atividade
Vamos apresentar a estrutura de um mapa para os alunos. Eles deverão montar
uma maquete da sala de aula em uma caixa. Pode ser inclusive de sapatos, mas
caso consiga uma maior, é mais indicado. Estruture dentro da caixa os mobiliários.
Seja o mais fiel possível!
Quando pronto, cubra a caixa com uma lâmina de plástico transparente, como se
estivesse fechando a mesma. Para fixar o plástico, cole as laterais com fita colante
para dar firmeza ao plástico. Agora, com caneta de retroprojetor, comece a desenhar
no plástico o que se vê. Os alunos estarão desta forma construindo a planta baixa
da sala de aula.
Com os alunos maiores, é possível abstrair o quarteirão. Eles devem anteriormente
fazer um passeio para visualizar e anotar os detalhes observados (casas, cores,
árvores.) e indicar as distâncias entre alguns pontos indicados como preferenciais
por eles ou pelo professor. Com esta vivência, eles estarão abstraindo a terceira
dimensão e transpondo-a para a planta baixa!
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portanto, pode ser o ponto de partida para que os assuntos pertinentes ao conteúdo
da disciplina sejam explorados e não gere déficit de uma compreensão futura da
questão territorial, os aspectos físicos, entre os alunos.
Para entender os mapas e outros signos e linguagens estudados pela geografia,
podemos usar a pedagogia de Piaget. Educar de forma que o aluno se transforme
em um agente, capaz de desenvolver suas habilidades, a partir de seus
conhecimentos.
Apresentar e exercitar leituras de diferentes mapas, com escalas maiores do que as
ilustradas pelos livros didáticos; explorar diferentes formas e representações (como
épocas diversas) permite um diálogo mais próximo com a realidade dos alunos e
criam significados devido à proximidade. Essas estratégias podem criar novas
expectativas no docente e no discente e estímulos à reflexão de ambos.
Desta forma estaremos contribuindo para uma pedagogia socioconstrutivista, como
reza os PCNs, e estaremos contribuindo para a formação e desenvolvimento de
cidadãos competentes, prontos para usar uma geografia que estará presente em
suas vidas cotidianas. A partir de um globo terrestre, pesquise para cada continente,
a latitude e longitude de três capitais. Escolha as que mais você tem curiosidade de
conhecer! Observe também, de cada uma delas, a proximidade com os trópicos ou
com a linha do Equador.
Atividade
Aprender a se localizar é fundamental para qualquer se humano. A geografia nos
ajuda quando nos apresenta a linguagem da qual podemos usufruir para nos dar
alicerce em caso de novas situações. Faremos um mapa, mas um “mapa do
tesouro”, assim como aqueles ilustrados nos desenhos animados ou gibis. Vamos
criar linguagens em comum na sala de aula, inclusive podendo usar algumas
aplicadas na ciência cartográfica. De forma simples, acompanhando o nível de
conhecimento de seus alunos, divida a classe em grupos e determine que cada um
escolha um tesouro. Este tesouro poderá ser uma pessoa, um objeto, um local, etc.
Eles terão que desenvolver um mapa para que um outro grupo encontre o tesouro
por eles escolhido, através da linguagem cartográfica.
Extravase a brincadeira tornando-a mais dinâmica, pedindo para que os alunos usem
materiais diferentes para a produção dos mapas e que não se prendam ao uso
apenas de folhas de papel.
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Na última aula, pedimos para que você escolhesse locais que fossem aprazíveis e
determinasse seus pontos geográficos e sugerimos para que fizesse com os alunos
mapas do tesouro. Quando você está envolvido, observando e despertando pontos,
que se mostram atrativos na sua realidade, que podem incomodar ou interessar
você, o mesmo ocorre com as crianças. O exercício praticado de forma lúdica gera
resultados mais favoráveis, pois alerta vários sentidos e a emoção dos indivíduos.
A cartografia, que estamos explicando nas últimas aulas, redige e divulga mapas.
São representações geométricas planas, assim como o exemplo que praticamos
quando exercitamos a produção de um mapa, a partir da maquete da sala de aula.
Um mapa tem a forma simplificada da realidade. Através dele podemos verificar
distâncias e orientações. Ele nos responde “onde estou?” e “onde está determinado
objeto?”. Acima de tudo, é um símbolo usado como linguagem, logo, um instrumento
para a comunicação. Alguns símbolos são essenciais para uma compreensão mínima
desta forma de representação.
As coordenadas geográficas como latitude (y) e longitude (x) são expressas em
graus, minutos e segundos. A longitude é verificada a partir do meridiano (o círculo
da esfera que acompanha o eixo de rotação) de Greenwich, próximo a Londres, de 0
a 180º, sentido Leste ou Oeste. É deste conhecimento que conseguimos a
informação da hora nos determinados locais.
A latitude é o modo de observar os paralelos e usamos a linha do Equador como
referência e dividimos a Terra em dois hemisférios: Norte e Sul. Os matizes
policrômicos são machas diferenciadas (z) para indicar o fundo do mapa. São
símbolos que designam pontos ou uma linearidade e ilustram aspectos geográficos. A
questão da escala também deve ser aqui lembrada. Quando apresentada 1/50.000,
lemos que 1 mm no mapa representa 50.000 mm, ou 50 m. Escreve-se: 1:50.000 e
se diz que o mapa está em escala de 1 para 50 mil.
Depois da década de 1960, com a informática, tecnologias como as imagens
fotografadas e fornecidas por satélites, gravações a base de laser, podemos ter uma
visão global mais precisa da superfície terrestre. Desde as primeiras civilizações o
homem se preocupava em conservar sua memória. Para isso usaram diversos
recursos da natureza que os cercavam para reter informações como argila, madeira,
metal, tecidos, papiros ou pergaminhos.
Mais tarde, devido aos interesses militares e comerciais (navegações), a
necessidade da comunicação através dos mapas se tornou ainda mais relevante. As
questões topográficas, no caso das guerras, se apresentavam necessárias. Os gregos
foram os primeiros a fornecer uma cartografia racional, com base na matemática,
sem apresentar influências místicas ou religiosas. As observações do sol e das
estrelas conectavam-se e forneciam informações, junto aos mapas, para determinar,
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melhor, as distâncias. Com a bússola, vinda do oriente através dos árabes, no final
do século XII, a facilidade para cálculo das coordenadas terrestres melhora e passa a
ser possível localizar qualquer ponto da superfície terrestre.
Para ilustrar os conceitos que expusemos acima, observe a imagem no site de uma
bússola feita com água, rolha e agulha, e a reproduza. Este instrumento tem como
base o campo magnético da Terra. Você também poderá verificar dados mais
detalhados de informações teóricas da geografia.
http://nautilus.fis.uc.pt/astro/hu/magn/bussola_orientacao.html
Atividade
1) Desenvolva com seus alunos a rosa dos ventos para dar início aos
pontos cardeais. Una este objeto a uma bússola, que também deverá ser
construída. Esta atividade tem como objetivo que eles conheçam os
instrumentos e façam uso dos mesmos.
A) Como fazer:
Deixe por um tempo a agulha junto ao ímã para que ela fique imantada.
Gire o prato até que a ponta da agulha coincida com a indicação N (norte).
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Observe e alerte a relação de alguns objetos com o clima ou o solo que podem ser
produzidos, de acordo com a matéria prima.
Verifique as duas atividades acima no site:
http://www.cdcc.usp.br/cda/ensino-fundamental-astronomia/parte1a.html
Colabore com a pesquisa e leve, você também, alguns elementos chaves que
demonstrem esta situação da relação clima/ solo que interferem na matéria-prima e,
por fim, no produto manufaturado. Este será um momento para apresentar a
diversidade ligada às questões territoriais e seus aspectos físicos. Regiões que
ficaram sem figuras, servirão como ponto de partida para pesquisas em grupos. Um
jogo competitivo pode ser feito para os que conseguirem mais informações.
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Notamos os vários modos e ferramentas das quais podemos usar e fazer para nos
localizarmos. Mas, na verdade, onde estamos?
Já mencionamos que o uso do conceito “país” é adequado quando tratamos
do aspecto territorial. Ao tratarmos território, observamos fronteiras. As fronteiras
são os limites causados por fenômenos naturais (rios, montanhas etc.) ou não. A não
apresentação destes fenômenos faz com que tratemos de fronteiras móveis. São os
casos onde elas são apenas delimitadas por questões políticas e normalmente
atreladas a interesses econômicos. É pertinente lembrar que a extensão territorial é
sinônimo de riqueza.
Um espaço territorial tem memória, pois além do aspecto físico, ele traz outros
fatores que o determinam. A etnia, os hábitos de um povo, a cultura desenvolvida
por eles como religião e língua, a questão da diversidade cultural, social e econômica
junto às questões físicas como o clima são algumas características que estruturam as
condições naturais para o desenvolvimento de um país.
Quando tratamos o termo nação, estamos nos referindo a um povo com costumes
e características próprias, com memória e história. Os ciganos, curdos e palestinos,
por exemplo, buscam um estado territorial, e podem ser nomeados como uma
nação.
O Estado se nomeia quando tratamos de uma política organizada. Quando
apontamos estes termos, lembramos sempre que estamos tratando de espaços
ocupados por sujeitos que pensam e agem. Sujeitos estes que trazem suas
memórias individuais e as unem no coletivo. Cada pessoa se apropria de um
determinado espaço através de sua ocupação (física e produtiva). Ela traz consigo
uma identidade: origem familiar (sobrenome); idade (data de nascimento); profissão
(o modo como atua); um lugar (questões sociais implicadas). O espaço, como
propriedade privada, tornou-se um bem primoroso na evolução da história da
humanidade. Por tornar-se raro e, consequentemente, com alto custo, passou a
servir como indicador da referência social.
Este fato, unido a interesses materiais e desenvolvimentos técnicos, interferiram e
interferem nas questões culturais. Apontamos desníveis no crescimento econômico e
consequentes diferenças no desenvolvimento social. A cidadania é uma forma de
representação política. Este exercício forma o indivíduo para se conscientizar e se
apropriar do mundo, com capacidade de observar os usos e representações que o
cerca e se sensibilize se reconhecendo a sua produção como parte delas. A geografia
não se restringe a apontar as questões geométricas. Apresenta-se como uma ciência
ativa e participativa ao tratar a vivência das relações humanas e os espaços afetados
por elas. O estudo da produção do espaço é valorizado no aspecto quantitativo como
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Resumo_Unidade III
Referências Bibliográficas
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_____________
Sites
Nacionalismo/neocolonialismo
http://www.historianet.com.br/conteudo/default.aspx?codigo=252
http://www.historianet.com.br/conteudo/default.aspx?codigo=284
PEDAGOGIA 70
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Sabemos que a gênese que formou o povo brasileiro é diferenciada em seu caráter
mestiço. Darcy Ribeiro, antropólogo, fala em “O Povo Brasileiro” com maestria sobre
este assunto:
http://racismoambiental.net.br/2014/06/13/darcy-ribeiro-documentario-o-povo-
brasileiro-capitulos-de-1-a-10/
Trazemos influências variadas das quais nos formam. Dos milenares índios aos
lusos, nos estendemos à forte contribuição afro. Mas não paramos aqui: italianos,
alemães, holandeses, japoneses e outros mais se transformam na imensa massa
humana, de quase 180 milhões de habitantes que ocupam as terras tropicais e
caracterizam “essa gente brasileira”. Sobre os índios, já discutimos anteriormente e
como já sabemos, eles sim, são os nativos da terra que ocupamos. Vamos ilustrar
sobre a imigração dos outros povos e entender o motivo que os trouxeram para cá.
Quanto aos portugueses, relacionamos a sua vinda aos interesses mercantis do
século XVI, um dos primeiros passos da globalização, assunto que também já
discutimos em aulas anteriores.
Outras populações, como franceses, holandeses, e mesmo os ingleses, se
acobertaram deste mesmo subterfúgio do período apontado acima, com o objetivo
ainda maior, que era o de encontrar terras onde pudessem expressar suas opções
religiosas (protestantismo). Mas, os portugueses mantiveram seu domínio e o
mantiveram, apesar de os interesses ingleses, serem os que realmente regiam por
trás das atitudes e decisões lusas na colônia. Quando citamos esta trama, já
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PEDAGOGIA 72
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busca de matéria prima (carvão e minério de ferro) na África, Ásia (observe a história
da Índia, com destaque a figura de Gandhi) e América Latina. Junto à Alemanha e
Itália, países recentemente estruturados, irão cobiçar terras que tenham riquezas e
povos com mão de obra barata e que ainda consumam seus produtos. Veremos
estruturar um estado beligerante a partir destes interesses por capitais (humanos e
físicos), que acrescido de questões nacionalistas, eclodem na Primeira Guerra
Mundial. Um claro exemplo de um processo social direcionador e atuante que
interfere nas questões do espaço físico.
http://www.historianet.com.br/conteudo/default.aspx?codigo=284
Atividades
Construa uma maquete que demonstre uma vista panorâmica com paisagem
natural. Montanhas, rios, lagos, praias e vegetação podem ser expostos. Observe a
paisagem que ainda se mantém virgem próximo do lugar da comunidade dos alunos
e tente reproduzi-la.
Em paralelo, peça para os alunos irem construindo objetos que façam referência à
paisagem urbana, como casas, comércio, fábricas, carros e outros meios de
transporte, avenidas, entre outros. Podem ser usados materiais como argila, papel
marche ou mesmo desenhos e dobraduras. Monte, então, a cidade com as crianças
sobre a maquete da paisagem. Pode começar com uma indústria e logo as casas, o
comércio, as vias etc. Eles terão noção da interferência que a produção de
interesses de capitais pode causar ao meio ambiente.
Questione com eles qual seria o caminho para o desenvolvimento. Comente sobre a
preocupação de órgãos oficiais que determinam novas leis como a questão do
“desenvolvimento sustentável” (DS). Observe a realidade que os cerca e use as
informações da mídia para ilustrar melhor o problema.
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Aula 20_Planejamento
Planejar
Quando falamos em planejamento, alguns grupos de professores se incomodam.
Ainda acreditam que uma produção de texto do ano anterior ou de outras vivências
pode se adequar à nova realidade que ele irá encontrar. Com todas as informações
que discutimos até então, acreditamos que você não pense desta forma. Se
soubermos que para discutirmos as questões sociais é primordial tratarmos de
assuntos que façam parte do local e realidade da comunidade que encontramos, se
torna impraticável a prática de cópias de sugestões que compreendam outras
realidades. O aluno é ser vivo, é inteligente e responde de forma diferenciada para
as diversas situações. Imagine este ser multiplicado por 30 ou 40, quantas
informações e inquietações são prováveis em uma sala de aula, que podemos
abstrair e ampliar, para transformar e enriquecer com novos conhecimentos!
Além do mais, devemos estar prontos e sugestionados a aprender. A educação é
dinâmica tanto quanto a vida. As trocas engrandecem o exercício pedagógico. A
convivência e experiência que são trazidas por outros colegas, assim como o apoio
ou críticas da coletividade, devem ser avaliados e acrescidos de um ano para o outro.
O planejamento não algema, ao contrário, indica o caminho. As instituições prezam
pelo replanejamento. Este será o momento que podemos observar as falhas ou não,
para dar continuidade ou mudar de rumo.
Quando viajamos, o passeio se torna muito mais atrativo se nos organizamos
anteriormente. Dizem os experientes que o verdadeiro viajante valoriza muito mais o
antes e o depois do que a própria viagem. Quando inicia um ano letivo, estamos
embarcando para uma nova viagem. Novas paisagens, novas pessoas e aventuras.
Se pudermos saber com detalhes o que podemos encontrar numa viagem de férias,
aproveitaremos mais o pouco tempo e dinheiro disponíveis. O mesmo ocorre quando
planejamos um curso de um novo ano na escola. Se nos propusermos a conhecer
melhor este novo trajeto, estaremos aptos para aproveitar ao máximo as
oportunidades que possam ocorrer.
É importante trilhar este caminho acompanhado. Leve com você nesta nova
aventura, as experiências passadas individuais e coletivas além das novas pesquisas.
Busque acima de tudo parceiros, que cooperem com você, e partilhem com diálogos
que estimulem a novas reflexões. Acima de tudo, seja racional nesta nova
empreitada: o tempo é importante e deve ser bem aproveitado!
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Estratégias:
Manter o questionamento vivo nas aulas, de forma dinâmica e materializar as
informações nos espaços da vivência dos alunos, possibilita a melhor compreensão
do grupo. O uso dos recursos audiovisuais e construções de objetos que estimulem
vivências, transformam o espaço e o conhecimento em exercícios lúdicos.
Citaremos algumas formas de recursos didáticos que podem ser usados nas aulas.
São atividades que podem ser colhidas ou desenvolvidas pelos alunos para
documentar ou ilustrar aspectos observados nas Ciências Sociais:
Grupo 1 - entrevistas, representações, impressos da mídia, fotos, documentos;
Grupo 2 - desenhos; maquetes; mapas, gráficos;
Grupo 3 - jogos, músicas, textos; filmes;
Grupo 4 - visitas a exposições, passeios;
Grupo 5 - Projetos
Antes de darmos continuidade, observe as notícias veiculadas na mídia desta
semana. Escolha uma delas, que você acredite que tenha relação com a sua
comunidade. Planeje uma atividade diferenciada para alunos de cada um dos quatro
níveis do ensino fundamental com base na notícia escolhida e explore os conceitos
vistos até então das questões sociais apontadas. Especifique o conteúdo que será
analisado, o objetivo e a estratégia. Em nossa próxima aula daremos continuidade às
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Vamos estruturar alguns conceitos que devem ser explorados de acordo com o
desenvolvimento dos alunos. Independente das séries, sempre devemos partir dos
aspectos locais, que fazem parte da realidade da criança, e fazer uso do espaço para
uma aprendizagem que explore o lúdico. Os conteúdos podem ser mais bem
compreendidos e abstraídos quando usamos outros sentidos, que ilustrem a nova
situação. Explore, o quanto for possível, outros sentidos que não apenas o visual. O
sinestésico, auditivo e olfativo, quando explorados, estimulam outros setores do
cérebro ativam a memória de forma diferenciada, logo a aprendizagem terá mais
chance de acontecer.
Independente da série que será tratada, todo início de ano letivo, o professor pode
discutir as relações sociais a partir da análise da nova turma que se apresenta (nome
e idade dos alunos, quantidade e sexos). Lembrar que ali, com um novo grupo, se
está formando uma nova história.
Regras podem ser discutidas como: a questão da autoridade do professor; horários
estabelecidos para as devidas atividades (necessidades fisiológicas e intervalo) e
gestos que podem ser desenvolvidos e aplicados para comunicação no grupo.
Coletar dados, como idade dos alunos e seus nomes demonstram de forma concreta,
o grupo social ali formado, que possui características próprias e está inserido em
outro, no caso, a escola. O ensino deve ser um todo integrado, onde as outras
ciências, físicas e biológicas, devem se relacionar à vivência da relação social.
Apesar do professor demonstrar aspectos “paternalistas” com atitudes necessárias
nessa faixa etária dos alunos do ensino fundamental I, a relação e as decisões
devem ser realistas e podem ser apresentadas a partir dos critérios. A criança deve
perceber que é um sujeito histórico e observar que existem condições sociais
externas e paralelas à sua vida familiar e da escola das quais ele faz parte.
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Atividade
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Monte uma maquete com os alunos, com uso de massinha ou argila, areia e pedras
para ilustrar as questões territoriais e da água :planície/ planalto/ morro ou colina/
montanha e mar/ oceano. Estruture também lagos e um rio que desemboque no
mar. Para ilustrar a água, use gel para cabelos ou papel celofane azul. Desta forma
você poderá tratar também, a partir do uso dos objetos que são utilizados, os
aspectos naturais e culturais.
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O tempo pode começar a ser estudado nesta série a partir dos aspectos
meteorológicos e cronológicos. Os registros diários nos cadernos, com datas e
imagens que simbolizem o clima do dia, demonstram a produção de um documento.
Ao comparar os dias anteriores e os que estão por vir, o aluno passa a perceber o
tempo presente, passado e futuro. Unido à informação da meteorologia, ele poderá
observar a importância do registro para buscar e reviver a memória. Os conceitos de
natureza, cultura e tempo passam a ser vistos e estudados no contexto do ser
humano que vive um momento histórico. Os objetivos nesta etapa se prendem à
compreensão do espaço terrestre, com as observações das representações dos
aspectos naturais, espaciais e culturais.
Signos geográficos que ilustram e representam o planeta passam a ser
compreendidos, como globo terrestre e mapa mundi. Imagens do planeta, captadas
por satélites, são instrumentos interessantes que irão aguçar a curiosidade das
crianças. Este assunto pode ser explorado de forma lúdica, com brincadeiras que
observem alguns focos de perto e de longe (olhar através de canudos de papelão),
de forma que as crianças passem a ter noção da totalidade/amplitude e dos
detalhes.
Com as diversas informações através dos objetos e imagens, as fronteiras passam a
ser notadas, com suas devidas determinações: primeiro os oceanos e continentes, e
depois deve se apresentar os países. As questões dos domínios e as dinâmicas
culturais, que são apresentadas nos espaços delimitados, podem ser ilustradas com
imagens que representem os diversos hábitos culturais, além de vincular aos
aspectos climáticos das regiões. O globo e o mapa podem estar sempre visíveis,
principalmente quando os alunos desenvolvem atividades a este respeito.
Com esta visão holística, a criança deve localizar o Brasil no continente americano e,
consequentemente, observar os seus vizinhos. A meta não é memorizar, mas trazer
representações para a criança compreender e se familiarizar com o Brasil no espaço
terrestre e ter a percepção do espacial. Vamos dar continuidade a esta visão espacial
do aluno e passaremos a destacar as fronteiras estaduais dentro do Brasil.
Fazer um comparativo de forma ilustrativa, identificando a proporcionalidade de
tamanho de um continente, país e estado, respectivamente. Esclarecer através da
mostra, que um está inserido dentro do outro. Faremos a mesma regressão, ao
tratar do estado, municípios e bairros. Ao observar os estados e municípios, destacar
e tratar as questões do urbano e rural. Neste momento, as crianças estarão prontas
para entender as plantas baixas de sua cidade ou bairro. Agora elas devem ser
convidadas para observar este signo, e destacar dentro dele suas vivências (escola,
moradia, pontos turísticos, instituições da comunidade). Um passeio com a turma
para localizar os nomes das ruas da região da escola, assim como características
mais marcantes, pode ser um início para a produção da planta que eles mesmos
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Atividade
Uma boa dinâmica para este entendimento é usar uma grande área para espalhar
os alunos. No piso, trace contornos, que cerquem ora alunos isolados, ora em
grupos.
Ilustre com desenhos possíveis, obstáculos que possam existir entre os contornos
nos quais os alunos estão e suponha que sejam mares, montanhas. Provoque
situações em que alguns contornos se encostem, sem obstáculos aparentes, mas
deixe claro que o contorno delimita cada território.
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Devemos lembrar que nossas sugestões requerem do professor uma análise prévia.
Convém que o profissional reconheça a realidade e ritmo dos alunos para o
desenvolvimento dos trabalhos. Portanto, cabe a cada um, selecionar e acrescentar,
de forma criativa, a sua proposta de trabalho. O primordial é garantir um ensino
produtivo, com base na construção dos alunos e da equipe, amparado pelo docente.
Observemos, então, as propostas que podem ser vinculada ao ensino da terceira
série.
O tempo e o espaço serão mais explorados a partir deste nível. Para iniciar, o
mesmo processo proposto para a série anterior pode ser mantido, com o registro das
datas e signos que demonstrem o clima dos dias das aulas.
Transfira estes dados para um quadro que pode ser mensal, que deve expor as
informações diárias (dias: chuvoso, nublado, ensolarado, quente, ameno, frio). Com
estas informações expostas, os alunos passarão a ter consciência do predomínio de
aspectos dominantes do clima, em um período mais abrangente. Com estas
informações recolhidas, o professor poderá fazer uso para o estudo das estações do
ano.
O clima poderá ser observado para os alunos notarem, o quanto ele afeta os
modos de produção e transporte de sua região. O Sol, mais especificamente,
servirá como referência para o conhecimento dos pontos cardeais e as
lateralidades. A noção de rotação também pode ser iniciada através desta
observação. É importante que a criança compreenda que o nascente (Leste) e
poente (Oeste) são opostos.
Jogos e dinâmicas que utilizem esta informação serão pertinentes para o domínio
deste conhecimento. A 3a série sugere conceitos que não abarcam o concreto. São
situações espaciais que escapam do campo visual. Transmitir fenômenos como
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A evolução dos seres, no decorrer da vida, analisar o tempo como uma passagem
abstrata, mas que pode ser relacionado com as fotos dos familiares ou das próprias
crianças. Levantamento das idades, pessoas mais novas ou idosas, é oportuno para
identificar a cultura nas determinadas épocas (tempo). Observar que os objetos
acompanham também uma evolução, pois são produtos culturais desenvolvidos e
modificados pelo ser humano.
Recolha imagens de objetos antigos que se transformaram ao longo do tempo:
automóveis, relógios, vestimentas, como roupas de banho, utilidades domésticas,
construções arquitetônicas etc.
Com estas imagens será possível discutir que os itens demonstrados fizeram parte de
uma cultura de uma época, com pessoas envolvidas, logo, uma história que guarda
memória.
Os alunos podem fazer entrevistas e recolher materiais para observação com
familiares e pessoas da comunidade. Estimular a curiosidade dos alunos identificando
a realidade de quando eles eram menores é positivo.
O momento será oportuno para apresentar às crianças a linha do tempo de forma
linear. Podemos explorar o tempo e a sua representatividade com a relação das
horas nos dias, os dias nos meses e estes nos anos. Estabeleça a linha do tempo da
vida dos alunos e apresente-os como sujeitos no determinado tempo em que
nasceram paralelos a outros acontecimentos.
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Vamos então falar do povo que já estava e vivia nestas terras: os índios.
Apresentá-los como sujeitos, mas que não dominavam a linguagem escrita.
Trabalhe o tema com a aula que expusemos sobre a linha do tempo, que tratamos
da pré-história. Ao apresentar a cultura indígena aos seus alunos, tome as devidas
precauções em relação aos livros didáticos e às imagens estereotipadas que podem
ser encontradas. Trazer recortes de jornais ou quando possível, visitar tribos que
possam existir em sua região, mostra a cultura indígena com suas características
próprias: um grupo de pessoas que se organizam de forma diferente da qual os
aluno não estão acostumados.
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você vai encontrar, a partir das observações, o seu próprio caminho para trabalhar
com seus alunos. Cada ano, cada turma, trará novos desafios e consequentemente,
novos conhecimentos para serem aplicados aos novos alunos.
Atenção
Ao estruturar seu planejamento e a proposta de seu cronograma, atente para o
calendário escolar:
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Aula 25_Avaliação
Uma etapa difícil e polêmica na educação é a avaliação. Observamos até então que
em todo o processo da educação, o professor deve se apresentar como mediador,
um facilitador. Ele prepara as condições para transmitir o conhecimento. O
profissional da educação deve estar atento para observar os prévios conhecimentos
dos alunos para organizar a sua tarefa, apresentando as novas informações de forma
que um possa se relacionar com o outro.
Com esta prática, o aluno estará mais próximo para construir e se apropriar do
conteúdo apresentado, pois terá condições de fazer relações para aplicar a nova
vivência em outras experiências. O aprendizado, desta forma, é praticado de maneira
construtiva, e o aluno estará apto a se inteirar com o mundo. Esta forma de educar
segue um pensamento dialético e não segue os moldes de repetição que se
aplicavam anteriormente, onde o professor era o transmissor e o aluno mero
receptor de informações. A avaliação deve manter a mesma linguagem que se aplica
nas aulas. O momento da avaliação pode ser construído e não apenas verificado.
O professor pode e deve avaliar todas as participações e atividades dos alunos. O
momento único para uma avaliação pode até mesmo ser dispensado. Reflexões e
discussões coletivas desenvolvidas em grupos, o comportamento e o interesse da
criança nas respectivas atividades, são parâmetros que podem ser avaliados. O
professor deve pensar na avaliação como um meio, como parte do processo da
aprendizagem. Através das observações percebidas pelo professor em relação ao
processo de aprendizagem de sua turma, é que ele pode ou não proporcionar novos
conhecimentos. Reconhecer os domínios adquiridos pelos alunos é a válvula
propulsora para mostrar novas informações à classe, ou a alguns alunos em
específico.
O aluno dever ser visto como sujeito construtor de sua realidade. Ele se manifestará
mais apto a atuar, quando se apropriar dos novos conhecimentos, e conseguir
abstraí-los para suas vivências. A competência do professor deve atingir nível tal que
consiga captar esta informação.
A formação deve trazer traços contínuos, unindo teoria e prática para que
os resultados possam ser observados ao longo do processo.
Nas Ciências Sociais estaremos avaliando de modo reducionista se
aplicarmos questionários com fórmulas que tragam respostas específicas. Questões
podem ser aplicadas, mas devem conter teor de contextualização. Elas podem
demonstrar as realidades e aspectos curiosos que estimulem o grupo a refletir, criar
dinâmicas em função da elaboração de perguntas, que incitem os alunos a apontar
dúvidas e depois aplicar debates com inquietações desenvolvidas por eles.
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Atividade
Elabore todo o procedimento de como deverá funcionar uma autoavaliação em sua
classe. Alunos em ciclos mais adiantados podem discutir os procedimentos junto com
o professor. É muito importante a conscientização dos alunos para esta tarefa. Eles
também terão a visão do grupo a seu respeito! Esta é só uma entre as várias
avaliações que podem ser feitas
Sugerimos uma tabela para a autoavaliação: (GUELLI, 2000, p. 16)
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Vamos apresentar para você duas tabelas , uma na área da Geografia e outra em
1
História. Elas podem servir como referências para o docente observar as principais
ideias que são discutidas em ambas as áreas. Note que neles apontamos alguns
conceitos como essenciais e outros como auxiliares.
A intenção é transformar este dado como material de apoio para o professor, para
que haja cumplicidade das informações aqui sugeridas, com o planejamento e as
avaliações desenvolvidas em sala de aula, no percurso do ano letivo.
A partir destas “chaves”, o docente pode instigar seu próprio conhecimento, assim
como sua dinâmica como docente, para alcançar estes objetivos aqui expostos.
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Este material foi divulgado em curso ministrado pela Profa Ms Maria Lúcia Espinar
1
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Vamos ilustrar algumas atividades nas próximas aulas. Com dinâmicas diferenciadas,
a comunicação entre professor e alunos é facilitada, já que a proposta visa aplicar
outras linguagens. Justificamos nossa preocupação e a ilustramos com o texto de
Moretto (2002, p. 30) “Cada um tem uma estrutura cognitiva diferente em função de
suas próprias histórias, o que os leva (os alunos) a interpretar de modo diferente as
mensagens propostas”
Na busca de um bem estar do exercício da compreensão dos conteúdos e
mensagens que devam ser transmitidas aos alunos, o uso de estratégias facilita a
interação entre o sujeito (aluno) e o objeto (novos conhecimentos) e o mediador
(professor). Cabe esclarecer que é importante o docente conhecer as características
do grupo e traços psicológicos e cognitivos da turma para fazer melhor uso dos
conceitos e linguagens que serão praticadas. Em todo o processo de
ensino/aprendizagem, o domínio para as elaborações das perguntas é fundamental
para indicar um profissional competente. Ser sensível para conhecer os caminhos
cognitivos dos alunos e desenvolver a arte de perguntar com clareza e precisão é
uma habilidade que deve se manter presente nas dinâmicas.
É de extrema importância o professor estar pronto para ouvir indagações e
respostas não esperadas. Estas devem ser discutidas respeitando o repertório dos
alunos.
Jornal
Várias atividades podem ser elaboradas com este meio de comunicação. Através do
uso da imprensa escrita, os alunos podem desenvolver o domínio desta linguagem,
que é fundamental para o conhecimento, além de proporcionar e incentivar as
crianças para uma formação crítica. Os textos dos quais eles irão se apropriar
permitem uma aproximação com os fatos reais e a interpretação dos mesmos. Este
material se torna rico e oportuno quando unido à visão ampla e crítica das ciências
sociais.
Ao observar os variados jornais, com foco no mesmo assunto ou temas
semelhantes, há a possibilidade de os alunos passarem a perceber as tendências e
interesses políticos que ocorram na imprensa.
O contato com alguns tipos de mídia, quando orientado, proporciona aos alunos a
interpretação das variadas formas e signos que podem ser usados de forma
intencional. Eles podem notar, através das linguagens, como imagens, diagramação
ou manchetes, a própria linguagem textual ou escolha de temas mais
sensacionalistas ou não, a imprensa é capaz de induzir, seduzir, direcionar o
pensamento e as escolhas de seu público. Essas observações devem ser
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Faça uma análise da imprensa escrita que rodeia sua comunidade e observe as
linguagens e focos de interesses das mesmas. Crie as suas referências desses meios
de comunicação para que você possa ter argumentos com os alunos sobre esse
assunto.
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Questões geográficas e sócio-culturais podem ser observadas por via deste objeto:
Datas religiosas.
Em suma, parte da história do Brasil entre várias outras informações. Assim como
este exemplo, o professor pode recolher outros que possam ser analisados, inclusive,
partir de realidades que fazem parte da comunidade:
Leia a “Carta” com eles com apoio do dicionário. Observe parágrafo por parágrafo e
dê as informações aos poucos, como um jogo de suspense! Peça para que os
alunos desenhem os fatos que mais os marcaram. Eles estarão elucidando o fato
através de outra linguagem. Desta forma, o professor terá condições de avaliar a
compreensão dos alunos em relação ao que foi exposto. Desenvolver histórias em
quadrinhos ou cineminha, feito com caixa de papelão e com folhas coladas e
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Caso você tenha interesse de observar a carta em sua íntegra, acesse o link:
http://www.cce.ufsc.br/~nupill/literatura/carta.html
E assim seguimos nosso caminho, por este mar de longo, até que terça-feira das
Oitavas de Páscoa, que foram 21 dias de abril, topamos alguns sinais de terra,
estando da dita Ilha -- segundo os pilotos diziam, obra de 660 ou 670 léguas -- os
quais eram muita quantidade de ervas compridas, a que os mareantes chamam
botelho, e assim mesmo outras a que dão o nome de rabo-de-asno. E quarta-feira
seguinte, pela manhã, topamos aves a que chamam furabuchos. Neste mesmo dia, a
horas de véspera, houvemos vista de terra! A saber, primeiramente de um grande
monte, muito alto e redondo; e de outras serras mais baixas ao sul dele; e de terra
chã, com grandes arvoredos; ao qual monte alto o capitão pôs o nome de O Monte
Pascoal e à terra A Terra de Vera Cruz!
[...]E dali avistamos homens que andavam pela praia, uns sete ou oito, segundo
disseram os navios pequenos que chegaram primeiro.
[...]Pardos, nus, sem coisa alguma que lhes cobrisse suas vergonhas. Traziam arcos
nas mãos, e suas setas. Vinham todos rijamente em direção ao batel. E Nicolau
Coelho lhes fez sinal que pousassem os arcos. E eles os
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depuseram. Mas não pôde deles haver fala nem entendimento que aproveitasse, por
o mar quebrar na costa. Somente arremessou-lhe um barrete vermelho e uma
carapuça de linho que levava na cabeça, e um sombreiro preto. E um deles lhe
arremessou um sombreiro de penas de ave, compridas, com uma copazinha de
penas vermelhas e pardas, como de papagaio. E outro lhe deu um ramal grande de
continhas brancas, miúdas que querem parecer de aljôfar, as quais peças creio que o
Capitão manda a Vossa Alteza. E com isto se volveu às naus por ser tarde e não
poder haver deles mais fala, por causa do mar.
À noite seguinte ventou tanto sueste com chuvaceiros que fez caçar as naus. E
especialmente a Capitanisol-postoa. E sexta pela manhã, às oito horas, pouco mais
ou menos, por conselho dos pilotos, mandou o Capitão levantar ancoras e fazer vela.
E fomos de longo da costa, com os batéis e esquifes amarrados na popa, em direção
norte, para ver se achávamos alguma abrigada e bom pouso, onde nós
ficássemos para tomar água e lenha,. Não por nos já minguar, mas por nos
prevenirmos aqui.[...]
E velejando nós pela costa, na distância de dez léguas do sítio onde tínhamos
levantado ferro, acharam os ditos navios pequenos um recife com um porto dentro,
muito bom e muito seguro, com uma mui larga entrada.
E estando Afonso Lopez, nosso piloto, em um daqueles navios pequenos, foi, por
mandado do Capitão, por ser homem vivo e destro para isso, meter-se logo no
esquife a sondar o porto dentro. E tomou dois daqueles homens da terra que
estavam numa almadia: mancebos e de bons corpos. Um deles trazia um arco, e seis
ou sete setas. E na praia andavam muitos com seus arcos e setas; mas não os
aproveitou. Logo, já de noite, levou-os à Capitaina, onde foram recebidos com muito
prazer e festa. A feição deles é serem pardos, um tanto avermelhados, de bons
rostos e bons narizes, bem feitos. Andam nus, sem cobertura alguma. Nem fazem
mais caso de encobrir ou deixa de encobrir suas vergonhas do que de mostrar a
cara. Acerca disso são de grande inocência. Ambos traziam o beiço de baixo furado e
metido nele um osso verdadeiro, de comprimento de uma mão travessa, e da
grossura de um fuso de algodão, agudo na ponta como um furador. Metem-nos pela
parte de dentro do beiço; e a parte que lhes fica entre o beiço e os dentes é feita a
modo de roque de xadrez. E trazem-no ali encaixado de sorte que não os magoa,
nem lhes põe estorvo no falar, nem no comer e beber. Os cabelos deles são
corredios. E andavam tosquiados, de tosquia alta antes do que sobre-pente, de boa
grandeza, rapados todavia por cima das orelhas. E um deles trazia por baixo da
solapa, de fonte a fonte, na parte detrás, uma espécie de cabeleira, de penas de ave
amarela, que seria do comprimento de um coto, mui basta e mui cerrada, que lhe
cobria o toutiço e as orelhas. E andava pegada aos cabelos, pena por pena, com
uma confeição branda como, de maneira tal que a cabeleira era mui redonda e mui
basta, e mui igual, e não fazia míngua mais lavagem para a levantar.
O Capitão, quando eles vieram, estava sentado em uma cadeira, aos pés uma
alcatifa por estrado; e bem vestido, com um colar de ouro, mui grande, ao
pescoço.... Acenderam-se tochas. E eles entraram. Mas nem sinal de cortesia
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fizeram, nem de falar ao Capitão; nem a alguém. Todavia um deles fitou o colar do
Capitão, e começou a fazer acenos com a mão em direção à terra, e depois para o
colar, como se quisesse dizer-nos que havia ouro na terra. E também olhou para um
castiçal de prata e assim mesmo acenava para a terra e novamente para o castiçal,
como se lá também houvesse prata!
Mostraram-lhes um papagaio pardo que o Capitão traz consigo; tomaram-no logo na
mão e acenaram para a terra, como se os houvesse ali. Mostraram-lhes um carneiro;
não fizeram caso dele. Mostraram-lhes uma galinha; quase tiveram medo dela, e
não lhe queriam pôr a mão. Depois lhe pegaram, mas como espantados. Deram-lhes
ali de comer: pão e peixe cozido, confeitos, fartéis, mel, figos passados. Não
quiseram comer daquilo quase nada; e se provavam alguma coisa, logo a lançavam
fora.
Trouxeram-lhes vinho em uma taça; mal lhe puseram a boca; não gostaram dele
nada, nem quiseram mais. Trouxeram-lhes água em uma albarrada, provaram cada
um o seu bochecho, mas não beberam; apenas lavaram as bocas e lançaram-na
fora.
Viu um deles umas contas de rosário, brancas; fez sinal que lhas dessem, e folgou
muito com elas, e lançou-as ao pescoço; e depois tirou-as e meteu-as em volta do
braço, e acenava para a terra e novamente para as contas e para o colar do Capitão,
como se dariam ouro por aquilo. Isto tomávamos nós nesse sentido, por assim o
desejarmos! Mas se ele queria dizer que levaria as contas e mais o colar, isto não
queríamos nós entender, por que lho não havíamos de dar! E depois tornou as
contas a quem lhas dera. E então estiraram-se de costas na alcatifa, a dormir sem
procurarem maneiras de encobrir suas vergonhas, as quais não eram fanadas; e as
cabeleiras delas estavam bem rapadas e feitas. O Capitão mandou pôr por baixo da
cabeça de cada um seu coxim; e o da cabeleira esforçava-se por não a estragar. E
deitaram um manto por cima deles; e consentindo, aconchegaram-se e
adormeceram.”
PEDAGOGIA 101
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A tecnologia é uma realidade da qual faz parte a educação nos dias atuais. Os
filmes, desenhos, documentários que podem ser expostos através de vídeos ou
DVDs, podem ser muito úteis para ilustrar as aulas de Ciências Sociais. Através
das imagens, o aluno pode se transportar e se aproximar de forma dinâmica de
realidades que ele não conhece. O uso desta técnica nas aulas deve ser aprazível,
mas com determinações pedagógicas específicas. O objetivo, neste caso, não é
lazer, e sim uma ferramenta para direcionar uma aprendizagem e avaliação
específica.
Antes de apresentar o vídeo aos alunos, deve haver um espírito de curiosidade que
os deixe atentos à novidade. A turma pode discutir as hipóteses do tema que será
assistido. O vídeo pode ser o primeiro instrumento para se apresentar um novo
conteúdo. Pode ser ilustrativo ou fazer parte do contexto no correr do aprendizado e
a avaliação pode ser aplicada de várias formas.
A) Uma tabela (com três colunas) sugerida pelo “Discovery na escola” tem como
princípio que os alunos já conheçam algo sobre o assunto que será ilustrado.
PEDAGOGIA 102
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1) O que aprenderam;
B) Outra forma de avaliar, por via dos audiovisuais, de forma mais específica, é
indicar aos alunos as observações que eles devem reter ao assistir um filme.
Também se pode elaborar uma tabela. Na primeira coluna, peça para que eles
determinem as características da sociedade em que eles vivem. Por exemplo: onde
vivem; materiais usados nas construções; a divisão do trabalho; a alimentação; vida
das crianças e outras características que você encontrar como necessárias para
serem analisadas. Ao lado da primeira coluna, na tabela, eles indicarão as
observações notadas no filme em relações às mesmas questões. Desta forma, eles
terão um quadro comparativo, com base nos aspectos geográficos e sociais de
alguns povos ou regiões.
Existem várias outras formas em que o docente pode usar este instrumento de
trabalho. O importante não é apenas ser criativo, e sim consciente das dificuldades e
conhecimentos do grupo que acompanha, para que a dinâmica seja estimulante e
não apenas uma aula para se assistir um filme de forma descompromissada.
Recursos em áudio
PEDAGOGIA 103
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Sabemos que nos dias de hoje 75 % dos nossos sentidos são explorados através
da visão. Por este motivo, não podemos nos esquecer, acima de tudo, como
educadores, de estimular os outros sentidos e habilidades das crianças. Através
das músicas, podemos exercitar a sensibilidade e linguagem auditiva. Apesar da
educação musical ter se afastado dos currículos escolares, podemos fazer uso desta
ferramenta nas aulas de história e geografia com muita propriedade. A arte, como
fenômeno da expressão humana, nos indica os valores e características de uma
época. A música reflete pensamentos e reflexões dos interesses e opinião política,
costumes culturais de uma região e de um período, portanto, uma excelente forma
de ilustrar as aulas de história e geografia.
O sociólogo italiano Domênico di Masi, relata que a escola deva se preparar para a
nova realidade e repensar o seu papel. Defende a união do estudo, trabalho e
diversão para as pessoas serem mais felizes. Com as máquinas, o ser humano terá
mais tempo ocioso, e o que o diferenciará serão suas atitudes criativas. A música
pode ser uma maneira divertida de aprendermos a cultura de um povo. A mistura de
letra e melodia traz uma bagagem de informação, que esclarece vários aspectos do
cenário político de determinada época. O Brasil e o mundo podem ser observados
através das canções, através das preferências de uma juventude.
PEDAGOGIA 104
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Observem que ainda não falamos de letras de músicas. Estas podem ser usadas
como ferramentas em salas de aula, para analisar e contextualizar as questões e
costumes sociais. De músicas folclóricas a poesias cantadas (Vinícius de Morais), às
músicas de protestos (anos da ditadura militar), ou vozes que apontam a realidade
social vivida no Brasil ou no mundo. (Cazuza e os próprios raps)
Visite o site:
http://acervo.novaescola.org.br/arte/musica/
PEDAGOGIA 105
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Lino Macedo
O jogo é uma das atividades mais antigas praticada pelos homens. Mais do que
diversão, são capazes de educar, ensinar e disciplinar. Através do lúdico, o ser
humano se socializa e desenvolve o respeito mútuo no ambiente que ocupa, o senso
de organização fica mais aguçado e os espíritos crítico e competitivo são postos em
evidência. Assim como as viagens, os jogos são capazes de nos trazer vivências e
aprendizados. Para a criança, são capazes de transformar o mundo infantil, além de
aprenderem e fixarem o conteúdo com maior facilidade. Com este tipo de vivência, a
criança aproxima e assimila a realidade e enriquece sua personalidade, projeta
hipóteses e elabora soluções.
PEDAGOGIA 106
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O jogo da memória: várias peças que fazem par, virados de cabeça para baixo, vão
sendo desvirados para montagem dos pares. O jogador que conseguir fazer mais
pares é o vencedor. Os alunos podem elaborar um jogo como este, fazendo uso das
imagens dos conteúdos explanados. De forma natural, eles selecionam informações
que foram mais significativas sobre um determinado conhecimento aprendido. Desta
forma, o professor pode avaliar se foi feliz a comunicação da determinada
mensagem daquele conteúdo.
Mico
O jogo do mico: feito de cartas, com casais de animais que formam pares, e que o
jogador que fica com o Mico no final (um animal que não tem par, simbolizado por
um macaco) é o perdedor.
Este é outro jogo que pode ser explorado com as informações contidas nas aulas
das ciências sociais. Os casais de animais podem ser substituídos por questões
geográficas, relacionadas a palavras (no período de alfabetização), ou
características sociais de um povo ou época, que fazem par com seus objetos de
uso nas devidas comunidades.
O mico pode ser alguma crítica social. Por exemplo, os alunos podem elaborar um
jogo de cartas com as profissões e as devidas ferramentas ou espaços ocupados
pelos trabalhadores, e o mico, pode ser uma carteira de trabalho (uma ótima
oportunidade para discutir tal assunto com os alunos, como direitos e deveres dos
trabalhadores e o desemprego no Brasil e no mundo!)
PEDAGOGIA 107
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Jogo de tabuleiro
Bingo
Trocar os números por cartelas com ilustrações. As peças cantadas podem ser
palavras que deverão servir para preencher as cartelas, elaboradas pelos alunos, as
quais podem ser elaboradas com palavras ou imagens. Conforme se “canta” as
informações no jogo, além do preenchimento da cartela, podem desenvolver outras
atividades em paralelo, como: questões que devam ser respondidas com
curiosidades ou mímicas e canções que podem ser dramatizadas pelas crianças em
relação aos temas.
Atenção
PEDAGOGIA 108
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E também:
Visite os sites:
https://casinhadeleitura.wordpress.com/2010/03/12/o-ludico-na-sala-de-aula/
http://www.esoterikha.com/coaching-pnl/tecnicas-de-dinamicas-de-motivacao-para-
sala-de-aula-motivar-alunos.php
PEDAGOGIA 109
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PEDAGOGIA 110
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Agora vamos nos lembrar de algumas músicas. Envolva sua memória emotiva e
reflexiva e observe nossa diversidade, de um Brasil híbrido que partilhamos, mas
acima de tudo, questione as inquietações apontadas nestas poesias, e atente para
seu desafio profissional:
Músicas
PEDAGOGIA 111
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Resumo_Unidade IV
Esta unidade foi dedicada ao estudo, análise e compreensão dos objetos que cercam
um planejamento. Observamos que o plano do docente, com qualidade, deve ser
tratado e partilhado com a equipe com reflexões e buscas constantes. Os conteúdos
propostos devem ser seguidos de experiências significativas do cotidiano do aluno
além de serem maleáveis, para permitir uma dinâmica de questionamentos da
classe.
Propusemos sugestões de conteúdos para as séries iniciais nas ciências sociais, e
enfatizamos como as relações sociais devem permear todas as séries assim como a
prática da integração entre as outras ciências (físicas e biológicas). Notamos que é
preciso educar com vistas a um pensamento dialético e não nos moldes da repetição
como anteriormente, quando o professor era o transmissor e o aluno mero receptor.
A avaliação deve ser um meio e não o fim do processo de aprendizagem, assim
como formação educacional: deve trazer traços contínuos, unindo teoria e prática.
Vimos também, nesta unidade, várias atividades que podem ser aplicadas como
estratégias no processo de educação, como uso de jornais, jogos, vídeos, textos e
músicas.
Por fim, encerramos com comentários finais, analisando os conceitos propostos
pelos PCNs e o quanto somos, na diversidade que nos é apresentada, responsáveis
como docentes, pela formação dos novos cidadãos brasileiros.
Referências Bibliográficas
PEDAGOGIA 113
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___________
Sites
Imagens de Debret
http://images.google.com.br/images?hl=pt-BR&q=debret&btnG=Pesqui sar+imagen
s
Carta de Caminha
http://www.cce.ufsc.br/~nupill/literatura/carta.html
Domênico di Masi
http://novaescola.abril.com.br/ed/136_out00/html/fala_mestre.htm
PEDAGOGIA 114
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Lino Macedo
http://revistaescola.abril.com.br/edicoes/0183/aberto/mt_73655.shtml
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