Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
322 - O Lúdico e A Brincadeira Na Educação Infantil e Prática
322 - O Lúdico e A Brincadeira Na Educação Infantil e Prática
PEDAGOGIA
UNIVERSIDADE
Núcleo de Educação a Distância
Créditos e Copyright
BREJO, Janayna Alves
Este curso foi concebido e produzido pela Unimes Virtual. Eventuais marcas aqui
publicadas são pertencentes aos seus respectivos proprietários.
A Unimes Virtual terá o direito de utilizar qualquer material publicado neste curso
oriunda da participação dos alunos, colaboradores, tutores e convidados, em
qualquer forma de expressão, em qualquer meio, seja ou não para fins didáticos.
Copyright (c) Unimes Virtual
É proibida a reprodução total ou parcial deste curso, em qualquer mídia ou formato.
PEDAGOGIA
UNIVERSIDADE
Núcleo de Educação a Distância
PLANO DE ENSINO
SEMESTRE: 4º
EMENTA
OBJETIVO GERAL
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
PEDAGOGIA
UNIVERSIDADE
Núcleo de Educação a Distância
Bibliografia Básica
PEDAGOGIA
UNIVERSIDADE
Núcleo de Educação a Distância
Bibliografia Complementar:
METODOLOGIA
AVALIAÇÃO
PEDAGOGIA
UNIVERSIDADE
Núcleo de Educação a Distância
PEDAGOGIA
UNIVERSIDADE
Núcleo de Educação a Distância
Sumário
PEDAGOGIA
UNIVERSIDADE
Núcleo de Educação a Distância
PEDAGOGIA
UNIVERSIDADE
Núcleo de Educação a Distância
Iniciando a nossa primeira aula, que tal nos reportarmos a algumas lembranças de
infância? Do que você mais gostava de brincar? Que brincadeiras e brinquedos
estão mais vivos em sua memória? Tais brincadeiras aconteciam em casa, na rua
ou na escola?
Voltar no tempo pode ser um bom exercício para que comecemos a entender a
importância do lúdico no ambiente escolar, sobretudo quando pensamos em
crianças pequenas, de tenra idade (de zero a cinco anos), que estão na Educação
Infantil.
Para que isso ocorra, primeiramente é preciso que tenhamos claro o conceito do
termo lúdico.
Vale ainda destacarmos uma outra definição do termo que se refere à “qualidade
daquilo que estimula por meio da fantasia, do divertimento ou da brincadeira”
PEDAGOGIA 9
UNIVERSIDADE
Núcleo de Educação a Distância
(Fontes para a educação infantil: Brasília: UNESCO; São Paulo: Cortez; São Paulo:
Fundação Orsa, 2003).
Sabemos que este conceito é muito utilizado dentro da Educação Infantil, uma vez
que vários educadores como Friedrich Fröebel2 , Jean Piaget3 , Maria Montessori4,
entre outros, enfatizaram a importância do lúdico na educação. Fato que,
atualmente, parece uma conformidade entre os teóricos educacionais, pois o lúdico
se configura como um fator determinante e necessário para a aprendizagem da
criança.
PEDAGOGIA 10
UNIVERSIDADE
Núcleo de Educação a Distância
http://www.tvebrasil.com.br/SALTO/boletins2003/jbdd/tetxt1.htm acessado em
30/11/2207.
1
A LEI Nº 11.274, DE 6 DE FEVEREIRO DE 2006 que dispõe sobre a duração de 9 (nove)
anos para o ensino fundamental, com matrícula obrigatória a partir dos 6 (seis) anos de
idade, altera a redação dos arts. 29, 30, 32 e 87 da Lei no 9.394, de 20 de dezembro de
1996, que estabelece as Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Sendo assim, a
Educação Infantil adotará a seguinte nomenclatura, conforme a RESOLUÇÃO Nº 3 de 3 de
agosto de 2005: Educação Infantil até 5 anos de idade (Creche até 3 anos de idade e Pré-
escola para crianças com 4 e 5 anos de idade). (Fonte: www.mec.gov.br).
2
Friedrich Fröebel (Alemanha, 1782-1852), criador do jardim de infância, defendia o uso
pedagógico de jogos e brinquedos organizados e sutilmente dirigidos pelo professor.
Durante as décadas subseqüentes, vários educadores alertaram para a importância do
lúdico na educação. (Fontes para a educação infantil. Brasília: UNESCO; São Paulo: Cortez;
São Paulo: Fundação Orsa, 2003).
3
Jean Piaget (Suíça, 1896-1980) foi o nome mais influente no campo da educação durante a
segunda metade do século XX, a ponto de quase se tornar sinônimo de pedagogia. Não
existe, entretanto, um método Piaget, conforme ele mesmo gostava de frisar.
Ele nunca atuou como pedagogo. Foi biólogo e dedicou a vida a submeter à observação
científica rigorosa o processo de aquisição de conhecimento pelo ser humano,
particularmente a criança. (Revista Nova Escola – A Revista do Professor. Edição Especial:
Os Pensadores. Editora Abril, 2004).
3
Maria Montessori (Itália, 1870-1952) foi pioneira no campo pedagógico ao dar mais ênfase
à auto-educação do aluno do que ao professor como fonte de conhecimento.
“Ela acreditava que a educação é uma conquista da criança”. (Revista Nova Escola – A
Revista do Professor. Edição Especial: Os Pensadores. Editora Abril, 2004).
PEDAGOGIA 11
UNIVERSIDADE
Núcleo de Educação a Distância
Mesmo que a criança não tenha consciência, o seu próprio corpo é, de uma maneira
ou de outra, o seu primeiro brinquedo, principalmente porque o utiliza na
representação de brincadeiras por meio de movimentos corporais. Crianças, desde a
mais tenra idade, já movem os dedinhos brincando, bem como acariciam os próprios
pés, depois se arrastam, engatinham, andam, pulam, fantasiam e fazem coisas que,
algumas vezes, nem nós adultos conseguimos entender.
Então, como pode essas crianças (tão ativas, brincalhonas e felizes) serem muitas
vezes tolhidas, na Educação Infantil, de brincar com seu corpo, sendo submetidas à
imobilidade dentro do ambiente escolar?
Veja um exemplo comparativo que ilustra bem esta situação, conforme Freire:
PEDAGOGIA 12
UNIVERSIDADE
Núcleo de Educação a Distância
Não temos aqui a intenção de dizer que, dentro da sala de aula, as crianças teriam
uma liberdade incondicional de se movimentarem, pois, para organizar tudo isso,
existem os chamados “combinados”, em que educador e educando estabelecem as
normas que devem ser respeitadas.
Contudo, você deve estar se perguntando: como trabalhar o corpo por meio de
movimentos corporais de maneira lúdica?
Afinal, como diz o ditado popular: se uma pessoa não tem corpo sadio, como terá
mente sadia? É o que explica a importância de trabalhar corpo e mente nas
atividades junto aos educandos.
Sensações corporais1
A professora pediu às crianças que andassem livremente pela sala ocupando todo o
espaço. Ela alterava as ordens para que andassem: lentamente; rapidamente;
correndo; andando para trás; para um lado; para o outro lado; na ponta dos pés; nos
calcanhares; com os pés virados para dentro; com os pés virados para fora; em linha
reta; em curva; em círculo; em zigue-zague; de forma desengonçada, em chão
encerado, em chão normal; em chão pedregoso; andar na chuva; na neve; contra o
PEDAGOGIA 13
UNIVERSIDADE
Núcleo de Educação a Distância
vento, entre outros. Em seguida, sugeriu que uma criança por vez imaginasse uma
forma de andar e comandasse o grupo.
1
Esta atividade foi retirada da Coleção A Hora da Escola: Jogos e atividades pedagógicas
para aprender brincando. Volume I – Teatro na sala de aula (p. 21-22) de Marielise Ferreira.
Edelbra editora. É importante ressaltar que algumas adaptações foram realizadas pela
Professora Janayna Alves Brejo, a fim de que a atividade pudesse atingir os objetivos da
presente aula.
PEDAGOGIA 14
UNIVERSIDADE
Núcleo de Educação a Distância
PEDAGOGIA 15
UNIVERSIDADE
Núcleo de Educação a Distância
E, por fim, uma terceira via de ação pedagógica, a qual considera a criança como
um ser histórico e social, dotado de conhecimentos, inserido numa cultura e,
principalmente, um “pequeno” cidadão de direitos. O trabalho do educador é pautado
nas necessidades básicas da criança tanto no que se refere à higiene, alimentação,
saúde e proteção quanto à construção do conhecimento. Planeja suas atividades a
partir do lúdico, respeitando o que a criança já sabe, mas buscando ampliar essas
vivências desenvolvendo as “múltiplas linguagens”, como corporal, plástica, oral,
escrita, musical, entre outras, considerando importante a alfabetização na tenra
idade, porém sem privilegiar esse trabalho, uma vez que isso acontece
naturalmente, quando a criança é estimulada, incentivada e respeitada.
Qual das três linhas pedagógicas privilegia a importância das funções de “cuidar e
educar”, fatores essenciais na vida da criança?
1
Fontes para a educação infantil. Brasília: UNESCO; São Paulo: Cortez; São Paulo:
Fundação Orsa, 2003.
PEDAGOGIA 16
UNIVERSIDADE
Núcleo de Educação a Distância
Podemos dizer que esta resposta está clara, uma vez que a terceira via pedagógica
considera a criança um ser social e histórico, um cidadão de direitos, e podemos
assim dizer que, ao levar em conta esses fatores, as funções de cuidar e educar
devem estar presentes de maneira indissociável.
PEDAGOGIA 17
UNIVERSIDADE
Núcleo de Educação a Distância
Para ilustrar melhor essas funções de cuidar e educar assista ao filme francês
Quando tudo Começa, cujo roteiro surgiu a partir de histórias reais contadas por
professores das séries iniciais. O mesmo retrata emocionante luta de um educador
buscando exercer seu papel de ensinar.
PEDAGOGIA 18
UNIVERSIDADE
Núcleo de Educação a Distância
Na aula anterior falamos a respeito das funções de cuidar e educar, uma vez que
precisam ser trabalhadas de forma integrada pelo educador junto às crianças.
Teoricamente, tais procedimentos podem nos parecer bem claros e até mesmo
óbvios, não é mesmo? Mas como fazer isso na prática? Como estabelecer uma
“conexão” entre cuidar e educar de maneira lúdica?
Hoje, além de abordamos esses aspectos, também vamos pensar na prática e, para
isso, você verá algumas dicas de atividades para serem aplicadas com as crianças
de zero a três anos.
Para Freire (1992, p. 147): “[...] Ser humano é mais que movimentar-se, repito: é
estabelecer relações com o mundo de tal maneira que se passe do instintivo ao
cultural, da necessidade à liberdade, do fazer ao compreender, do sensível à
consciência”.
Uma dica é utilizar brincadeiras que envolvam o corpo e a música, o que permite
que as crianças se movimentem.
PEDAGOGIA 19
UNIVERSIDADE
Núcleo de Educação a Distância
A massagem1
O canto
PEDAGOGIA 20
UNIVERSIDADE
Núcleo de Educação a Distância
As crianças da roda fingem que estão tomando banho. Depois, voltam a rodar
cantando e fazem novamente a pergunta:
Após cada resposta, as crianças voltam a imitar o que o lobo está fazendo e depois
voltam a rodar e cantar... Assim deve acontecer, sucessivamente, quando o lobo for
substituído por outra criança.
O espelho
Com as crianças sentadas em círculo, o educador (a) mostra uma caixa. Dentro
dela deve haver um espelho, mas as crianças não sabem.
Peça para que cada um olhe dentro da caixa, mas que não diga aos colegas o que
viram.
Após todos terem visto o que havia dentro da caixa, a roda da conversa está aberta
e o grupo declara que tinha visto um espelho, ou melhor, o seu próprio reflexo nele.
A partir dessas e muitas outras atividades é possível trabalhar o lúdico com crianças
de zero a 3 anos, sem esquecer que as funções de cuidar e educar estão presentes
em cada ação do educador. É importante ressaltar a necessidade da formação
específica dos profissionais que atuam na Educação Infantil, pois, embora essas
brincadeiras possam nos parecer fáceis e corriqueiras, o educador precisa ter
embasamento teórico e prático para ser capaz de observar a singularidade dessa
faixa etária, suas emoções, seus anseios, suas expressões, enfim, as várias
situações expressas pela criança.
PEDAGOGIA 21
UNIVERSIDADE
Núcleo de Educação a Distância
1
As atividades propostas: a massagem, o canto e o espelho são bastante conhecidas,
podendo estar contidas em muitos livros, de forma semelhante. Para escrevê-las, não
consultei livros, apenas utilizei minhas experiências como professora na educação infantil,
de acordo com a proposta da aula e, consequentemente, da disciplina.
PEDAGOGIA 22
UNIVERSIDADE
Núcleo de Educação a Distância
Quem de nós, quando criança, não brincou com as cantigas de roda? Tais
experiências foram importantes, não é mesmo?
Quem nunca ouviu o ditado popular “quem canta seus males espanta”?
As crianças formam uma roda com o rosto voltado para o centro e iniciam a canção.
Uma criança é escolhida pelo grupo para ser o peixinho e fica “nadando” no centro
da roda. Na primeira parte da música, quando for citado o nome de um dos alunos,
este deverá inverter sua posição, voltando as costas para o centro da roda, mas
mantendo seu lugar de mãos dadas com os colegas. Na segunda parte da música, o
peixinho salva a criança que está de costas, retirando-a da roda. A criança que
PEDAGOGIA 23
UNIVERSIDADE
Núcleo de Educação a Distância
estava de costas toma o lugar do peixinho, que volta para a roda. A canção
continua, citando o nome de uma outra criança para ser salva pelo peixinho. Todas
as crianças deverão ter o nome citado para que participem.
1
Esta atividade foi retirada da Coleção A Hora da Escola: Jogos e atividades pedagógicas
para aprender brincando. Volume II – Cantigas de Roda (p. 10-11) de Marielise Ferreira.
Edelbra editora (ressaltando, ainda, que algumas adaptações foram realizadas pela
Professora Janayna Alves Brejo, a fim de que a atividade atingisse os objetivos da presente
aula.
PEDAGOGIA 24
UNIVERSIDADE
Núcleo de Educação a Distância
Durante a nossa última aula, discutimos acerca do trabalho lúdico junto às crianças
de quatro a seis anos. Mas como podemos falar em ludicidade sem pensarmos
também nos espaços escolares, ou seja, nos espaços onde o conhecimento é
construído pela criança?
A sala de aula é capaz de propiciar ações que manifestem o jeito próprio da criança?
Ela é capaz de acolher e fazer com que se sinta à vontade?
Se o ambiente não agrada, será que a criança conseguirá entrar no mundo do “faz
de conta?”
Na maioria das vezes, o espaço da sala de aula já está determinado, pois é parte de
uma escola que foi projetada/planejada. Mas cabe ao educador transformar ou não
esse espaço em algo acolhedor.
PEDAGOGIA 25
UNIVERSIDADE
Núcleo de Educação a Distância
É importante ressaltar que o espaço não deve se limitar à sala de aula, afinal o pátio,
o parque, a pracinha próxima à escola, um passeio ou uma excursão podem
também contribuir para o aprendizado infantil.
PEDAGOGIA 26
UNIVERSIDADE
Núcleo de Educação a Distância
Com esta aula chegamos ao final da primeira unidade, cuja preocupação esteve
centrada em abordar de maneira teórica e prática o lúdico dentro da educação.
Como você acompanhou as aulas, com certeza já sabe da importância desse tema
na Educação Infantil. No nosso último encontro vimos que é preciso planejar os
espaços em sala de aula para que possamos atender às necessidades das crianças.
Lembra-se? Hoje falaremos sobre a presença do lúdico no universo infantil, pois, se
entendemos a ludicidade como algo que estimula o educando por meio da fantasia,
do divertimento ou da brincadeira, não há dúvidas de que esta deve fazer parte do
ambiente infantil. Então, pensemos juntos: ao trabalharmos as diversas disciplinas
e/ou conteúdos, se assim podemos dizer, que fazem parte do planejamento deste
nível de ensino, tudo deve ter um caráter lúdico, uma vez que estamos lidando com
crianças e que sabemos que é infinitamente possível e saudável “ensinar e
aprender” brincando. O Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil,
documento elaborado pelo Ministério da Educação, pode ser entendido como um
guia de reflexão, pois propõe aos sistemas educacionais que tenham como
norteadores dos trabalhos junto às crianças de zero a seis anos os eixos: Identidade
e Autonomia, Movimento, Música, Matemática, Natureza e Sociedade, Linguagem
Oral e Escrita e Artes Visuais. Embora o Referencial tenha se configurado como
uma proposta não obrigatória para a Educação Infantil, este tem sido, em sua
maioria, adotado pelas escolas que acabaram por tomá-lo como diretriz, uma vez
que o documento foi amplamente divulgado e distribuído pelo Governo Federal. Se
tomarmos, então, esses eixos como subsídios orientadores para o trabalho
educativo, poderemos dizer que em todos eles a ludicidade precisa se fazer
presente, não é mesmo? Principalmente porque contemplam o universo infantil
dentro do ambiente escolar.
PEDAGOGIA 27
UNIVERSIDADE
Núcleo de Educação a Distância
Movimento
Música
Propor às crianças que cantem as músicas de que mais gostam a fim de explorar
diversas produções musicais. A partir disso, o grupo escolherá algumas dessas
cantigas para que sejam dramatizadas. Digamos que entre elas surgisse a canção O
cravo e a rosa, esta poderia ser encenada pela classe: uma menina representaria a
rosa, um menino representaria o cravo e todos cantariam a música.
Matemática
Natureza e Sociedade
Realização do Dia da Fruta. É possível mostrar sua importância para que tenhamos
alimentação saudável. Propor que as crianças tragam para a escola a fruta que mais
gostam de comer. Cada criança falará para os amigos o porquê de gostarem mais
daquela fruta, bem como descrevê-la etc.
PEDAGOGIA 28
UNIVERSIDADE
Núcleo de Educação a Distância
Artes Visuais
Sugira que as crianças escolham um lápis que tenha a cor de que mais gostam,
buscando desenvolver a concentração e a criatividade. Peça para que, depois,
fechem os olhos e rabisquem um papel por alguns segundos. Em seguida, peça
para que abram os olhos, observem seus traços e criem um desenho a partir deles.
Identidade e Autonomia
Podemos, assim, perceber que não basta boa vontade para trabalhar o lúdico no
universo infantil, pois é preciso desvelar as necessidades, os anseios e as
curiosidades das crianças, levando em consideração o que elas pensam, sentem e
falam.
http://www.cdof.com.br/recrea22.htm
PEDAGOGIA 29
UNIVERSIDADE
Núcleo de Educação a Distância
PEDAGOGIA 30
UNIVERSIDADE
Núcleo de Educação a Distância
A partir desta aula, daremos início à nossa segunda unidade. Desta vez, falaremos a
respeito das contribuições do jogo para o desenvolvimento e para a aprendizagem
infantil. Madalena Freire (2000, p.35), ao escrever sobre o jogo, afirma que “[...] É
através do jogo que a criança pensa, reflete a realidade. É através do jogo que ela
pensa o outro e a si própria”.
Sabemos que o jogo fascina crianças e que, muitas vezes, elas aprendem um jogo
facilmente.
No entanto, você deve estar pensando que não é somente criança que gosta de
jogar, pois os jogos fazem parte da realidade dos adultos também. Tem razão! Não
existe idade para esta atividade. Atividade? Então, o que é o jogo afinal? Se
consultarmos o Novo Dicionário Eletrônico Aurélio (século XXI), veremos que
existem mais de vinte significados para esta palavra, e um deles nos diz que o jogo
é uma “atividade física ou mental organizada por um sistema de regras que definem
a perda ou o ganho”.
Já Friedmann (1996, p.12) ressalta que não existe uma definição única, assim como
não há uma teoria universalmente aceita sobre o jogo. O que existe são vários
estudos importantes. E, com relação ao jogo infantil, afirma que este “[...] é
compreendido como uma brincadeira que envolve regras”.
PEDAGOGIA 31
UNIVERSIDADE
Núcleo de Educação a Distância
Sendo nossa proposta aqui estudar o jogo infantil, daremos ênfase ao enfoque
Educacional, embora o sociológico e o folclórico o permeiem, uma vez que, se
pretendemos que o jogo auxilie no desenvolvimento da criança, este deverá
acontecer numa relação de interação com o outro, ou seja, no meio social, ao
mesmo tempo em que diversos jogos que utilizamos em sala de aula pertencem ao
nosso folclore.
Bem, essa é uma resposta que descobriremos no decorrer de nossas aulas. Até a
próxima!!!
PEDAGOGIA 32
UNIVERSIDADE
Núcleo de Educação a Distância
Freire (1992), assim como Friedmann (1996), citada na aula anterior, admite que
existam várias confusões no que se refere ao termo jogo, à medida que, muitas
vezes, sua definição pouco se diferencia dos termos brinquedo e brincadeira. Em
seus estudos a respeito do jogo, Freire (1992) relata o desenvolvimento da
inteligência e a gênese do conhecimento, com base em Piaget, o qual observou que
os jogos ou brinquedos podem dividir-se em três tipos: de exercícios (engloba a fase
desde o nascimento até a manifestação da linguagem), quando o bebê levanta um
braço, uma perna, por puro prazer de vê-los funcionar, ou seja, por divertimento,
pois ainda não se encontram “estruturadas as representações mentais que
caracterizam o pensamento” (p.116); de símbolo ou simbólico (engloba a fase desde
a manifestação da linguagem até cerca de 6-7 anos), quando a criança, por
exemplo, imita um gato ou diz que sua boneca está chorando, reservando um
espaço em sua imaginação para realizar o que não foi praticado em situações não-
lúdicas, ou seja, “pode-se fazer de conta aquilo que na realidade não foi possível”
(p.117) e o de regras (engloba a fase desde os 6-7 anos em diante) que acontece já
de maneira estruturada, e a criança compreende as normas pelas quais as pessoas
se sujeitam para viver em sociedade, ou seja, quando o educando, por exemplo,
brinca de “jogo da memória”, entende as regras e sabe que cometerá uma falta se
não respeitá-las.
Estas três estruturas de jogos que permeiam o universo infantil, teorizadas por
Piaget, fornecem subsídios para que saibamos que a criança, desde a tenra idade,
incorpora o lúdico em suas ações, pois possui o desejo pela descoberta. Por isso, ao
trabalharmos jogos, precisamos estar cientes de que estes fazem parte de seu
mundo e de sua realidade e que, a partir disso, podemos desenvolvê-los também
PEDAGOGIA 33
UNIVERSIDADE
Núcleo de Educação a Distância
Afinal, tais aprendizagens com certeza vão além dos conteúdos propostos durante o
jogo, o que propicia as interações sociais e o desenvolvimento da criança no campo
cognitivo, moral e afetivo. Você não acha?
PEDAGOGIA 34
UNIVERSIDADE
Núcleo de Educação a Distância
Resumo Unidade I
PEDAGOGIA 35
UNIVERSIDADE
Núcleo de Educação a Distância
Percebemos, com isso, que é preciso planejar os espaços em sala de aula para que
possamos atender às necessidades dos educandos, bem como propiciar a interação
entre eles para que tenham a oportunidade de desenvolver sua própria identidade e
autonomia na medida em que esse espaço ofereça brinquedos, como bonecas,
carrinhos, telefones, ou seja, uma série de materiais que façam parte de seu dia a
dia, desde que estes estejam realmente ao seu alcance.
Espero que você tenha aproveitado nossas aulas e que esteja pronto e disposto a
iniciar uma nova unidade! Até lá!
3) Que linha pedagógica tem subsidiado nossos trabalhos? Qual o lugar do lúdico
dentro dela?
5) Que tipo de educador construímos dentro de nós mesmos a cada dia? Nós nos
preocupamos realmente com a nossa formação profissional?
PEDAGOGIA 36
UNIVERSIDADE
Núcleo de Educação a Distância
Referências Bibliográficas
Fontes para a educação infantil. Brasília: UNESCO; São Paulo: Cortez; São
UNESP, 2003.
PEDAGOGIA 37
UNIVERSIDADE
Núcleo de Educação a Distância
PEDAGOGIA 38
UNIVERSIDADE
Núcleo de Educação a Distância
Em nossa última aula, conversamos sobre as três estruturas de jogos que permeiam
o universo infantil teorizadas por Piaget: os jogos de exercícios, os simbólicos e os
de regras, você se lembra? Vimos, também, que todos eles nos fornecem subsídios
para que saibamos que a criança, desde a mais tenra idade, incorpora o lúdico em
suas ações, pois possui o desejo pela descoberta.
Hoje, no decorrer dessa aula, faremos uma viagem no tempo, recordando os jogos
que fizeram parte da nossa infância, da infância de nossos pais, avós, bisavós, e
assim por diante.
Esses jogos são classificados como tradicionais, ou seja, são aqueles que
ganhamos como herança, pois passam de pai para filho e que, na maioria das
vezes, não são aprendidos nos ambientes escolares, mas em casa ou na rua de
forma livre e natural. Assim,
Ao contrário do que alguns pensam, os jogos tradicionais não devem ser vistos
como algo ultrapassado, embora estejamos na era da informática, pois fazem parte
dos traços culturais de nossa sociedade. Em consequência disso, não podem ser
jamais esquecidos, principalmente na sala de aula, uma vez que os educadores
devem trabalhar e respeitar a cultura infantil que é “[...] constituída de elementos
folclóricos aprendidos na rua e que provém da cultura do adulto” (idem, p.41). Dentro
PEDAGOGIA 39
UNIVERSIDADE
Núcleo de Educação a Distância
Esconde-esconde :
Vale lembrar que cada educador pode propor variações nesse jogo. Um exemplo
seria colocar obstáculos durante a brincadeira para que pulem, passem por cima,
por baixo, entre outros, de acordo com sua proposta pedagógica.
PEDAGOGIA 40
UNIVERSIDADE
Núcleo de Educação a Distância
PEDAGOGIA 41
UNIVERSIDADE
Núcleo de Educação a Distância
Segundo Friedmann (1996), o jogo tem mudado bastante com o passar dos anos e
são vários os fatores que ocasionaram essas transformações, entre eles estão: a
diminuição do espaço físico devido ao crescimento urbano e à ausência de
segurança; a diminuição do espaço temporal tanto na escola que, em geral,
desconsidera o jogo, quanto na família que, com a entrada da mulher no mercado de
trabalho, ao lado do espaço ocupado pela televisão, também o deixou em último
plano; o aumento das fábricas de brinquedos que diariamente criam objetos mais
atraentes e, por fim, a influência da mídia na vida infantil que cada vez mais
incentiva a entrada de brinquedos industrializados.
Enquanto educadores, o que faremos para tentar modificar esse quadro? Estas
aulas não têm o objetivo de encarar a modernização como um fator negativo, pois
sabemos quantos avanços a sociedade conquistou a partir dela, principalmente no
que se refere às contribuições tecnológicas. Porém, é preciso que tenhamos cuidado
para não permitir que a atividade lúdica seja esquecida em nossas escolas,
PEDAGOGIA 42
UNIVERSIDADE
Núcleo de Educação a Distância
ANTIL E PRÁTICAS
Pensemos juntos: o que muitas escolas e seus educadores têm feito? Um trabalho
de resgate aos jogos tradicionais. Mas isso está sendo feito de que maneira?
Essas são apenas algumas das muitas possibilidades. O que você pensa sobre
isso?
PEDAGOGIA 43
UNIVERSIDADE
Núcleo de Educação a Distância
Já que falamos em desenvolvimento infantil, você já deve ter percebido que este é o
tema da aula de hoje.
PEDAGOGIA 44
UNIVERSIDADE
Núcleo de Educação a Distância
Sensório motor – fase da percepção, dos sentidos e dos reflexos, que vai de zero
aos 2 anos, aproximadamente, quando o bebê começa a fazer uso da memória, da
imitação e do pensamento e reconhece que os objetos não deixam de existir quando
eles não estão vendo. Paulatinamente, a criança passa das práticas reflexas para
centrar-se em atividades voltadas aos objetos.
PEDAGOGIA 45
UNIVERSIDADE
Núcleo de Educação a Distância
Lembre-se: como nossa proposta é trabalhar com a educação infantil, devemos nos
ater principalmente aos dois primeiros estágios, o Sensório Motor e o Pré-
operacional, fases que englobam a primeira infância.
Até lá!
PEDAGOGIA 46
UNIVERSIDADE
Núcleo de Educação a Distância
Na aula de hoje, nossa preocupação estará voltada para as questões que envolvem
o jogo e a aprendizagem infantil.
Você já deve ter percebido que, nesta unidade, temos trabalhado bastante com a
autora Friedmann. Isto ocorre pelo fato de ela ter realizado um estudo aprofundado
acerca dos jogos infantis, tema que vem envolvendo nossas aulas.
Então, novamente Friedmann (1996) vem nos auxiliar por meio dos estudos que
realizou sobre as concepções construtivistas de Piaget, quando afirma que a
aprendizagem configura-se como um processo de “aquisição em função da
experiência (a atuação do sujeito sobre o meio). Aprender é assimilar o objeto a
esquemas mentais” (p. 62).
Para que tudo isso, dito na teoria, fique mais claro para você, vejamos como se dá
na prática:
PEDAGOGIA 47
UNIVERSIDADE
Núcleo de Educação a Distância
O jogo o Gato e o Rato é um exemplo disso, pois tem como proposta valorizar as
conquistas corporais das crianças, trabalhando o equilíbrio, a coordenação e a
cooperação. Neste jogo um círculo é formado pelas crianças que ficam de mãos
dadas e pernas afastadas. Escolhem então duas delas: uma para representar o
gato, e a outra representará o rato. Gato e rato entram no centro da roda; o gato
tenta pegar o rato, passando por entre as pernas das crianças; quando o rato é pego
pelo gato, trocam-se os personagens para que todas tenham a chance de participar.
http://www.sistemauno.com.br/index.asp?page=institucional/noticia_busca&id=30
PEDAGOGIA 48
UNIVERSIDADE
Núcleo de Educação a Distância
Na aula anterior nossa preocupação esteve voltada para as questões que envolvem
o jogo e a aprendizagem infantil.
Hoje, nosso encontro será com o teórico Lev Semenovich Vigotski , sob a vi-são das
autoras Rossetti-Ferreira (1997) e Friedmann (1996), e abordaremos o tema: a
criança, o jogo e o outro no universo das interações sociais.
[...] Essa criança e, mais tarde, esse adulto, inserido nos mais
diferentes ambientes, através da interação com parceiros diversos,
vai ter um mundo à sua volta organizado por regras e códigos
simbólicos, diretamente ligados a um determinado momento e
contexto sócio-histórico e aos recursos de que dispõe. Torna-se
assim uma pessoa que reflete a época histórica e o grupo social em
que vive, embora nesse processo construa também suas
PEDAGOGIA 49
UNIVERSIDADE
Núcleo de Educação a Distância
Para concluir, gostaria de que você refletisse acerca dos tipos de jogos que têm
como objetivo trabalhar a interação entre as pessoas, mas isso é assunto para um
outro momento.
Até logo!!!
PEDAGOGIA 50
UNIVERSIDADE
Núcleo de Educação a Distância
Sendo esta a última aula de nossa segunda unidade, falaremos sobre o papel do
professor na promoção das atividades lúdicas em sala de aula.
Antes disso, vamos refletir sobre o que foi estudado nessa unidade, a fim de
responder mentalmente às seguintes questões:
Podemos dizer, em primeiro lugar, que não basta bom senso e, muito menos, gostar
de criança para desenvolver um trabalho com qualidade. É preciso muito mais que
isso, ou seja, que haja formação específica em educação infantil para efetivar uma
prática pedagógica pautada nos princípios de cuidar e educar, conhecendo a grande
responsabilidade de sua função como um educador.
Facci (2004), ao falar sobre as Ideias vigotskianas , afirma que o ensino possui um
papel muito importante na vida da criança, cabendo ao docente contribuir para a
humanização dos indivíduos. E, segundo a autora, a escola tem a função de
possibilitar aos alunos a apropriação do conhecimento produzido historicamente,
levando em consideração que todo o conhecimento produzido na prática social
PEDAGOGIA 51
UNIVERSIDADE
Núcleo de Educação a Distância
Diante disso, antes de iniciar o trabalho com os jogos, o educador deve planejar
tanto o espaço de tempo, ou seja, definir o tempo diário que destinará aos jogos,
quanto o espaço físico, isto é, se terá de desenvolver tais atividades na classe, no
pátio, no parque ou em outros locais. Deverá selecionar, também, os materiais e/ou
brinquedos que serão necessários para utilização durante os jogos.
Contudo, a fim de identificar os jogos mais adequados para trabalhar com nossos
alunos, é importante que observemos o comportamento deles enquanto brincam,
procurando perceber o grau de interesse e motivação de cada um, bem como o seu
desenvolvimento vem acontecendo.
Após observar tudo o que foi sugerido, ainda não devemos partir para o jogo.
Estabelecer combinados com as crianças é o próximo passo. Impor regras não é o
melhor caminho, pois devemos democratizar as escolhas, pois juntos decidiremos o
que pode ou não ser feito. Assim, possibilitaremos um espaço de interação com
troca de ideias, vivências e experiências, atitudes que também contribuem para o
desenvolvimento do raciocínio lógico.
PEDAGOGIA 52
UNIVERSIDADE
Núcleo de Educação a Distância
Por fim, ainda é importante frisar que: um educador que dispõe de uma boa
formação para lidar com a criança pequena, com certeza não irá esquecer que os
jogos podem ser propostos por ele, mas nunca impostos. Os educandos devem
participar da escolha para que tenham a oportunidade de expressar suas opiniões e
para que possam desenvolver, assim, a iniciativa, a criatividade e a tão desejada
autonomia, pois a criança não somente aceita as regras, mas as questiona.
PEDAGOGIA 53
UNIVERSIDADE
Núcleo de Educação a Distância
Resumo - Unidade II
Chegamos ao final da nossa segunda unidade, cuja proposta foi realizar um estudo
acerca do jogo no desenvolvimento e na aprendizagem infantil, buscando analisar
suas contribuições, principalmente no campo educacional.
Vimos que não existe uma definição única, bem como não há uma teoria
universalmente aceita sobre o jogo, mas existem vários estudos importantes.
Por outro lado, observamos que o jogo mudou bastante com o passar dos anos e
são vários os fatores que ocasionaram essas transformações, tais como: a
diminuição do espaço físico; a diminuição do espaço temporal; o aumento das
fábricas de brinquedos e a influência da mídia na vida infantil. É o que explica a
necessidade de resgatarmos os jogos tradicionais para o nosso cotidiano devido às
contribuições que podem proporcionar para o desenvolvimento da criança pequena.
PEDAGOGIA 54
UNIVERSIDADE
Núcleo de Educação a Distância
Como você pode ver, mais uma unidade ficou para trás.
Agora, respire fundo e prepare-se, porque a terceira unidade está ainda mais
interessante. Vamos lá?
Referências Bibliográficas
PEDAGOGIA 55
UNIVERSIDADE
Núcleo de Educação a Distância
PEDAGOGIA 56
UNIVERSIDADE
Núcleo de Educação a Distância
Para que você entenda melhor, explicaremos de outra forma: nosso intuito é mostrar
que o brincar deve ser levado a sério, ou seja, deve ter um espaço permanente nas
escolas de Educação Infantil.
Na aula de hoje falaremos sobre essa palavra simples: brincar. Trata-se de uma
palavra aparentemente simples, mas que, ao ser praticada, ganha uma dimensão
significativa enorme.
O Novo Dicionário Eletrônico Aurélio (século XXI) apresenta várias definições para
esta palavra. Vejamos três delas: “ [...] 1.Divertir-se infantilmente; entreter-se em
jogos de crianças; 2. Agitar-se alegremente; foliar, saltar, pular, dançar; 3.Dizer ou
fazer algo por brincadeira; zombar, gracejar.” Você pode perceber que o brincar está
intimamente ligado à ludicidade, à alegria, à espontaneidade e, principalmente, às
crianças (apesar de sabermos que não só as crianças brincam). Nosso papel,
enquanto educadores, é redescobrir as possibilidades da brincadeira no cotidiano
escolar, identificando o brincar como instrumento de aprendizagem e, sobretudo,
como um grande “parceiro” na construção da autonomia das crianças.
PEDAGOGIA 57
UNIVERSIDADE
Núcleo de Educação a Distância
– Volume 1:
PEDAGOGIA 58
UNIVERSIDADE
Núcleo de Educação a Distância
É brincando que a criança se apropria do mundo à sua volta, constrói sua própria
realidade, e dá a ela um significado. Esta atividade configura-se como uma das
muitas formas de construção dos saberes infantis, permite a interação com o outro e
o desenvolvimento dos aspectos afetivos, cognitivos, emocionais e físicos a partir da
“dramatização” de diferentes papéis.
O ato de brincar é tão antigo que não sabemos quem brincou primeiro, não é
mesmo?
Naquela época, o Kindergarten froebeliano, que era frequentado por crianças com
idade entre 3 e 7 anos, já pretendia (por meio de sua proposta curricular que estava
pautada no contato com a natureza, no cuidado com o corpo, na formação religiosa,
PEDAGOGIA 59
UNIVERSIDADE
Núcleo de Educação a Distância
Como podemos perceber, a ideia de inserir o lúdico nas instituições infantis não é
recente, assim como a prática pedagógica que parte da realidade da criança para
ampliar-se, a fim de trabalhar as potencialidades dos educandos. Froebel pensou e
implantou essas ideias. A partir dele vários educadores começaram a perceber a
importância do brincar e passaram a acreditar e a incentivar o trabalho com o lúdico
dentro dos ambientes escolares.
É difícil elencar todas as contribuições que o brincar pode trazer para a criança,
porém, algumas são impossíveis de esquecer, como o favorecimento da autoestima
e da interação junto às outras crianças e o desenvolvimento da autonomia a partir da
iniciativa que exercita todas as vezes em que a criança entra em contato com o
lúdico.
____
PEDAGOGIA 60
UNIVERSIDADE
Núcleo de Educação a Distância
1
Criado pelo médico/educador Menezes Vieira e instalado na cidade do Rio de Janeiro, o
Jardim de Crianças do Colégio Menezes Vieira, tinha como objetivo atender as crianças da
elite carioca, sendo de responsabilidade da iniciativa privada.
PEDAGOGIA 61
UNIVERSIDADE
Núcleo de Educação a Distância
Brincar permite à criança não somente demonstrar alegrias e coisas que a fazem
bem; permite também que venham à tona os seus anseios, angústias, conflitos e
tristezas, ou seja, as coisas que lhe incomodam, pois muitas vezes, durante essas
situações lúdicas, ela expressa o que sente e/ou sofre passivamente.
PEDAGOGIA 62
UNIVERSIDADE
Núcleo de Educação a Distância
Então, vejamos:
Isso lhe parece complicado? Basta observar uma criança brincando para que você
possa descobrir que tudo isso é, de fato, muito simples, pois será possível ver na
prática como tudo acontece. Experimente.
PEDAGOGIA 63
UNIVERSIDADE
Núcleo de Educação a Distância
A Arte, por ser uma atividade que supõe a criação de sensações ou de estados de
espírito de caráter estético e carregados de vivência pessoal, observa o brincar
como algo parecido com o fazer artístico, pois é por meio dele que a criança cria
uma música, faz um desenho, pinta, escreve um conto, entre outros.
PEDAGOGIA 64
UNIVERSIDADE
Núcleo de Educação a Distância
Na educação, o brincar tem sido foco de diversos estudos, os quais têm revelado
que a brincadeira começa a ser vista como um importante instrumento pedagógico.
PEDAGOGIA 65
UNIVERSIDADE
Núcleo de Educação a Distância
Assim, o educador, que utiliza sua prática tendo como real finalidade auxiliar no
desenvolvimento pleno da criança, consegue trabalhar o brincar como um
instrumento pedagógico de maneira coerente e responsável. Consegue, também, ao
planejar sua aula, colocar-se no lugar das crianças antes de propor determinada
brincadeira, avaliando se esta é realmente adequada ou não.
PEDAGOGIA 66
UNIVERSIDADE
Núcleo de Educação a Distância
1
O desenvolvimento profissional abarca a ideia de olhar para o professor como sujeito de
sua própria identidade, considerando-o um sujeito reflexivo que olha para sua prática com
criticidade e como objeto de pesquisa. Surge, então, um novo paradigma denominado
desenvolvimento profissional, pois é aquele que entende que o professor está em constante
aprendizado e, consequentemente, em constante evolução, sem, no entanto, desconsiderar
a sua identidade profissional. (SILVA, Juliana Motta da. Sugestões para a Constituição de
PEDAGOGIA 67
UNIVERSIDADE
Núcleo de Educação a Distância
PEDAGOGIA 68
UNIVERSIDADE
Núcleo de Educação a Distância
Nesta aula veremos o inverso, pois falaremos a respeito do brincar sem propósito,
ou seja, do brincar por brincar, sem que este seja aplicado na aprendizagem da
criança. Para isso, teremos como base os estudos de Lima (2005, p. 175), onde
argumenta que: “[...] Brincar, nesse contexto, é concebido como ‘recreação’, lugar
para a criança gastar energia excedente ou, ainda, um meio para tapar ‘buracos’ que
surgem no processo de organização da rotina escolar.”
Alguns educadores, muitas vezes, não utilizam o brincar em sua prática pedagógica
por não possuírem conhecimentos teórico-práticos para fazê-lo. Por isso, acabam
usando a brincadeira somente como uma forma de levar a criança para gastar
energia, para passar o tempo ou simplesmente para relaxar.
Existem também aqueles que fazem uso do brincar unicamente para atrair a atenção
dos educandos ao conteúdo. Neste caso, a brincadeira configura-se como um meio
para diversificar o trabalho pedagógico em que o professor determina tudo o que
será realizado e a criança apenas executa os passos sugeridos, trazendo o
resultado. Tal atividade não pode assim configurar-se como uma brincadeira, uma
vez que não foi dada a oportunidade ao educando para escolher os caminhos a
serem trilhados e explorados.
PEDAGOGIA 69
UNIVERSIDADE
Núcleo de Educação a Distância
sobre ela. Por isso, nós nos reportamos novamente a Lima (2005), quando afirma
que é essencial que o educador:
Sendo assim, não basta apenas inserir o brincar em nossa prática pedagógica, pois
é preciso que estejamos preparados e seguros para utilizá-lo de maneira adequada,
ou seja, permitindo que este desempenhe o seu papel auxiliando no
desenvolvimento da criança e preparando-a para viver em sociedade de maneira
autônoma e participativa.
PEDAGOGIA 70
UNIVERSIDADE
Núcleo de Educação a Distância
Hoje priorizaremos o campo prático, propondo algumas atividades que podem nos
auxiliar no trabalho lúdico com as crianças, embora seja necessário que observemos
o momento certo para colocá-las em ação.
Trabalharemos com as parlendas. Você sabe o que é isso? Se não sabe, com
certeza já ouviu. Veja só:
Viu um peixinho
Abriu a boquinha
As parlendas são rimas infantis, em versos de cinco ou seis sílabas, cujo objetivo é
divertir, ajudar a memorizar ou escolher quem fará tal ou qual brinquedo.
PEDAGOGIA 71
UNIVERSIDADE
Núcleo de Educação a Distância
Vejamos1:
Uma forma seria compor uma roda da conversa, ou seja, sentar em círculo com as
crianças a fim de discutir um assunto, neste caso, uma conversa sobre parlendas.
Pergunte a elas se sabem o que é uma parlenda, se conhecem as citadas acima, se
já ouviram outras e de que maneira gostariam de brincar utilizando-as. Desta forma,
será trabalhada, além dos aspectos lúdicos, a linguagem oral, bem como será
possível contribuir para a construção de novos conhecimentos. Conforme a atividade
decidida pelo grupo, os aspectos trabalhados podem variar...
______
PEDAGOGIA 72
UNIVERSIDADE
Núcleo de Educação a Distância
1
Tais parlendas foram retiradas do livro: Quem canta seus males espanta: mais músicas,
parlendas, adivinhas e trava-línguas. Volume 2. Editora Caramelo, 2000. Coordenado por
Theodora Maria Mendes de Almeida.
PEDAGOGIA 73
UNIVERSIDADE
Núcleo de Educação a Distância
Estamos chegando ao final de mais uma unidade. Espero que você tenha
aproveitado nossas aulas e que tenha conseguido ampliar seus conceitos a respeito
brincar. Na aula passada vimos algumas possibilidades de trabalhar o brincar junto
às crianças a partir das parlendas. Daremos continuidade a esta proposta na aula de
hoje, porém utilizando as cantigas de roda.
Você brincava por meio de cantigas de roda? Qual cantiga você mais gostava? Se
tivesse oportunidade, ainda saberia brincar?
PEDAGOGIA 74
UNIVERSIDADE
Núcleo de Educação a Distância
Convidar as crianças para fazer uma roda de mãos dadas. Girar enquanto todos
cantam música e, ao falarem Miau, todos se agacham juntos.
1
A cantiga de roda proposta é bastante conhecida e pode estar contida em muitos livros
infantis. Para escrevê-la não consultei livros, apenas utilizei minhas experiências como
professora na educação infantil, de acordo com a proposta da aula e consequentemente, da
disciplina. Quanto à variação da cantiga, aprendi no cotidiano escolar, ou seja, com os
demais professores e alunos.
PEDAGOGIA 75
UNIVERSIDADE
Núcleo de Educação a Distância
A partir desta aula iniciamos nossa quarta unidade, que tem como tema: criando um
espaço de brincar: o jogo, o brinquedo e a brincadeira – significados, características,
classificação. Privilegiaremos esse espaço para brincar dentro de uma abordagem
educacional.
Para começarmos, nós nos basearemos, nesta aula, nos estudos de Friedmann
(1996) para tentar conceituar e caracterizar o jogo, o brinquedo e a brincadeira.
Vamos lá?
Segundo Friedmann:
PEDAGOGIA 76
UNIVERSIDADE
Núcleo de Educação a Distância
Então, vejamos:
PEDAGOGIA 77
UNIVERSIDADE
Núcleo de Educação a Distância
É preciso tomar muito cuidado para que este não perca seu caráter
lúdico. Friedmann (1996, p. 78) realizou uma pesquisa em que formulou as
PEDAGOGIA 78
UNIVERSIDADE
Núcleo de Educação a Distância
características dos jogos tradicionais. Então, utilizaremos como base parte desses
estudos, buscando caracterizar o jogo, o brinquedo e a brincadeira dentro do
contexto escolar. Assim: estão organizados em um conjunto de regras; acontecem
em um determinado espaço de tempo; são, na maioria, coletivos, embora apareçam
alguns de caráter individual; são jogos (brincadeiras) que prescindem, em geral, do
uso de objetos ou brinquedos.
PEDAGOGIA 79
UNIVERSIDADE
Núcleo de Educação a Distância
Vimos que o faz de conta possui uma importância e um significado muito grande
para a criança e para os adultos que a cercam, pois, por meio desta atividade, ela
expressa seus sentimentos de maneira saudável e lúdica.
PEDAGOGIA 80
UNIVERSIDADE
Núcleo de Educação a Distância
Por fim, priorizamos o campo prático, propondo algumas atividades que podem nos
auxiliar no trabalho lúdico com as crianças, como as parlendas e as cantigas de
roda, embora devamos observar o momento certo para colocá-las em ação.
Metade do nosso curso já ficou para trás. Você percebeu como foi rápido e fácil?
Referências Bibliográficas
ALMEIDA, Theodora Maria Mendes de. Quem canta seus males espanta: mais
músicas, parlendas, adivinhas e trava-línguas. Volume 2. São Paulo: Caramelo,
2000.
PEDAGOGIA 81
UNIVERSIDADE
Núcleo de Educação a Distância
PEDAGOGIA 82
UNIVERSIDADE
Núcleo de Educação a Distância
Optaremos, então, por utilizar uma classificação que abranja os jogos e brincadeiras
mais focadas por diversos estudiosos e, novamente, teremos por base os estudos
de Friedmann (1996), uma vez que, conforme ela mesma ressalta, “há quase tantas
classificações diferentes quanto autores que tratam do assunto [...]. A lista é grande
e não seria possível citar todos aqui.” (p. 78)
PEDAGOGIA 83
UNIVERSIDADE
Núcleo de Educação a Distância
____
1
Como o foco desta disciplina é a Educação Infantil, optei por classificar os jogos e as
brincadeiras num bloco único, como geralmente acontece em nossas instituições de ensino.
Vale ainda ressaltar que o Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil utiliza o
tema jogos e brincadeiras como um único eixo de trabalho.
2
Cabe aqui comentar os jogos de construção que, conforme Piaget apud Friedmann (1996,
p.27), “constituem a transição entre os três tipos e as condutas adaptadas”. Eles não
caracterizam uma fase entre as outras; assinalam uma transformação interna na noção de
símbolo. Ocupam no segundo e no terceiro níveis uma posição entre o jogo e o trabalho
inteligente ou entre o jogo e a imitação.
PEDAGOGIA 84
UNIVERSIDADE
Núcleo de Educação a Distância
Que espaço é tido como adequado nas instituições de Educação Infantil para que as
crianças brinquem, joguem e se divirtam de maneira confortável e adequada?
PEDAGOGIA 85
UNIVERSIDADE
Núcleo de Educação a Distância
PEDAGOGIA 86
UNIVERSIDADE
Núcleo de Educação a Distância
O trabalho em grupo permite que as crianças, desde a mais tenra idade, aprendam a
dividir tarefas, unindo-se por meio da ajuda e da organização para resolver os
problemas, desenvolvendo, assim, atitudes cooperativas. Muitas vezes, estas
atividades não acontecem na educação infantil, particularmente porque, em geral, os
conteúdos e as aulas já foram planejados e a criança se torna apenas uma
executora daquilo que lhe é proposto. Não estamos dizendo que esses conteúdos e
aulas não devam ser planejados, ao contrário, mas os educandos devem ser
convidados a participar desse planejamento, isto é, durante as rodas da conversa, é
preciso que sejam convidados a participar desse processo a fim de que tenham
oportunidade para expressar suas opiniões e ideias.
PEDAGOGIA 87
UNIVERSIDADE
Núcleo de Educação a Distância
Precisamos também ter cuidado com a divisão dos grupos; devemos deixar que a
criança escolha com quem irá se juntar. Nosso papel é coordenar a atividade,
interferindo somente se for necessário. As discussões em grupos permitem que os
educandos se tornem autônomos na medida em que são motivados pelo professor a
expressarem suas opiniões, a falarem sobre seus interesses, enfim, a tomarem
decisões conjuntas. Assim, a criança se sentirá capaz e consequentemente
demonstrará mais interesse pelas atividades.
Com certeza, a resposta para essa pergunta você já sabe, porém, falaremos a
respeito na próxima aula. Até lá!!!
PEDAGOGIA 88
UNIVERSIDADE
Núcleo de Educação a Distância
Sabemos que não é tão fácil para elas entenderem e se adaptarem às chamadas
regras de convivência.
Muitas vezes, uma criança quer um brinquedo e a outra não quer lhe emprestar,
particularmente porque se encontram numa fase em que o egocentrismo predomina.
Porém, são essas situações que permitem que a criança “aprenda” a resolver
problemas e a socializar materiais com o outro. Isto é o que explica a importância de
se construir os combinados com os educandos, uma vez que eles mesmos saberão
como agir diante das adversidades cotidianas, com o auxílio do educador, é claro!
PEDAGOGIA 89
UNIVERSIDADE
Núcleo de Educação a Distância
PEDAGOGIA 90
UNIVERSIDADE
Núcleo de Educação a Distância
PEDAGOGIA 91
UNIVERSIDADE
Núcleo de Educação a Distância
Você deve estar pensando: de que forma ele pode brincar com os educandos? Em
que momento?
Muitas são as formas de brincar com os nossos alunos - basta usarmos nossos
conhecimentos e, neste caso, um pouco de criatividade e bom senso. Afinal,
podemos brincar com as crianças, mas não “agir como crianças”, uma vez que
nossa postura enquanto educadores as influencia diretamente.
Por fim, não somente observando as crianças brincarem, mas também brincando
com elas, permite que as conheçamos mais amplamente, entendendo melhor sua
forma de ver o mundo, bem como suas atitudes, seu modo de ser e interagir com os
outros.
PEDAGOGIA 92
UNIVERSIDADE
Núcleo de Educação a Distância
Na aula de hoje falaremos ainda sobre participação, mas, desta vez, sobre a
participação da família no ambiente escolar.
O que em geral acontece é que os pais e familiares das crianças somente são
chamados à escola para participarem de reuniões, de festas que envolvam as datas
comemorativas (dia das mães, dia dos pais, festas juninas), de exposições dos
trabalhos infantis (meio ambiente, folclore, primavera) ou por motivos específicos
(comportamento da criança, faltas excessivas, necessidade de acompanhamento
psicológico).
Desta maneira, a escola e/ou educador podem criar possibilidades para que a
família se faça presente, como convidar um pai que goste de histórias infantis para
PEDAGOGIA 93
UNIVERSIDADE
Núcleo de Educação a Distância
contá-las às crianças, uma mãe que goste de cozinhar para ensinar uma receita,
escolher um dia e horário durante a semana para que alguns familiares venham
participar de brincadeiras, como jogar bola, pular corda, brincar de roda, entre
outros.
PEDAGOGIA 94
UNIVERSIDADE
Núcleo de Educação a Distância
Resumo - Unidade IV
PEDAGOGIA 95
UNIVERSIDADE
Núcleo de Educação a Distância
Por fim, enfocamos a participação do educador na brincadeira infantil, uma vez que
essa ação aumenta seu vínculo com a criança, além de permitir que troquem
experiências e aprendam um com o outro. Em seguida, falamos também sobre a
necessidade da participação da família no ambiente escolar à medida que tal
relacionamento entre a família e a escola permite que ambos compartilhem as
responsabilidades da educação da criança.
Referências Bibliográficas
PEDAGOGIA 96
UNIVERSIDADE
Núcleo de Educação a Distância
PEDAGOGIA 97
UNIVERSIDADE
Núcleo de Educação a Distância
Estamos agora iniciando nossa quinta unidade, e nossos trabalhos estarão voltados
para a atividade lúdica e suas implicações pedagógicas no cotidiano das instituições
de Educação Infantil. Isso significa pensar no lúdico como um meio educacional
capaz de estimular o desenvolvimento integral da criança em seus aspectos: físico,
psicológico, intelectual e social.
Nesta aula veremos como a atividade lúdica pode colaborar para o processo de
interação das crianças pequenas.
Vários fatores podem contribuir para que a criança desenvolva sua capacidade de
se relacionar. Entre eles está o brincar, pois, por meio de brinquedos e brincadeiras,
elas desenvolvem a autoestima e interagem com os outros.
Desta forma, o educador precisa realizar atividades lúdicas com as crianças, porque
contribuirá para que construam sua própria identidade à medida que passarem a
diferenciar o eu do outro, bem como começarem a desenvolver atitudes como
respeito, cooperação, solidariedade.
Nesta faixa etária, devem-se deixar brinquedos disponíveis, pois o contato com
diferentes objetos permite que os educandos se comuniquem, observem, imitem,
entre outros. Contar histórias, trabalhando com o faz-de-conta, e brincar com as
cantigas de roda também são atitudes que contribuem para a interação.
Veja um exemplo:
PEDAGOGIA 98
UNIVERSIDADE
Núcleo de Educação a Distância
Esta cantiga de roda permite trabalhar com o nome das crianças, fazendo com que
se conheçam melhor, bem como percebam e respeitem as dife-renças entre elas.
Contribui também para o desenvolvimento da expressão verbal e corporal, da
memorização, do ritmo e principalmente da interação, nosso maior objetivo no
momento.
Como brincar?
PEDAGOGIA 99
UNIVERSIDADE
Núcleo de Educação a Distância
desenvolver a interação das crianças por meio de atividades lúdicas, este procura
direcionar todas as suas ações com responsabilidade e criatividade, a fim de
estimular as potencialidades infantis. O que você pensa a respeito disso?
PEDAGOGIA 100
UNIVERSIDADE
Núcleo de Educação a Distância
Na aula passada foi possível observar como a atividade lúdica pode colaborar no
processo de interação das crianças pequenas, pois, por meio de brinquedos e
brincadeiras, elas desenvolvem a autoestima, a autonomia e interagem com os
outros.
Vamos lá?
Já para Woolfolk:
PEDAGOGIA 101
UNIVERSIDADE
Núcleo de Educação a Distância
PEDAGOGIA 102
UNIVERSIDADE
Núcleo de Educação a Distância
Por isso, o educador deve estar preparado não somente para estimular as
brincadeiras, mas também para trabalhar com as questões de afetividade que irão
surgir.
PEDAGOGIA 103
UNIVERSIDADE
Núcleo de Educação a Distância
Como você pode observar, não basta propor uma atividade lúdica, de qualquer
natureza, como correr, pular, ir ao parque, dramatizar ou brincar de roda. Para que
os afetos sejam, estimulados é preciso ainda que as crianças estejam motivadas.
Para isso, além de muita animação e criatividade por parte do professor, bem como
um ambiente favorável e adequado, é necessário que os educandos tenham
oportunidade de escolher a brincadeira ou brinquedo (carrinhos, bonecas, baldes de
areia, jogos de montar, entre outros) e saibam como participar.
PEDAGOGIA 104
UNIVERSIDADE
Núcleo de Educação a Distância
Por isso, utilizar atividades lúdicas configura-se como a maneira ideal para trabalhar
com movimentos físicos.
PEDAGOGIA 105
UNIVERSIDADE
Núcleo de Educação a Distância
Veja agora algumas brincadeiras e jogos e o modo como estes podem colaborar
para o desenvolvimento físico infantil:
Espero que, com esta aula, você tenha conseguido perceber a importância da
utilização de atividades lúdicas para o desenvolvimento físico da criança.
_________
1
Relativo aos movimentos corporais determinados diretamente pela mente ou à atividade
mental (neurológica) que controla e coordena os movimentos corporais. Psicomotricidade:
capacidade de determinar e coordenar mentalmente os movimentoscorporais; a atividade ou
conjunto de funções psicomotoras. Motricidade: Capacidade que têm certas células
nervosas de determinar a contração muscular; capacidade de realizar movimento. (Fonte:
Novo Dicionário Eletrônico Aurélio - (século XXI)).
PEDAGOGIA 106
UNIVERSIDADE
Núcleo de Educação a Distância
PEDAGOGIA 107
UNIVERSIDADE
Núcleo de Educação a Distância
As crianças ficam sentadas uma ao lado da outra no pátio, sendo uma delas a
cabeça da serpente (aquela que o grupo escolhe).
Ela (a cabeça) andará com as pernas abertas ao som da música cantada por
todos:
Isso acontece repetidas vezes até que todos entrem e formem uma grande
serpente.
E, segundo Friedmann (1996) “[...] Nessa linha de pensamento, Piaget constata que
a forma mais interessante para promover a cooperação, fator essencial do progresso
intelectual, é o trabalho em grupo”. (p.67)
PEDAGOGIA 108
UNIVERSIDADE
Núcleo de Educação a Distância
PEDAGOGIA 109
UNIVERSIDADE
Núcleo de Educação a Distância
Atividades lúdicas, como brincar ao ar livre, em contato com a natureza, com a terra,
com a água e o banho de sol, devem ser proporcionadas não somente pelo
professor, mas também pela instituição. O educador precisa levar as crianças ao
encontro do lúdico de maneiras diversificadas, mas também a instituição de
educação infantil deve oferecer espaços adequados para que o trabalho aconteça, o
que colabora para o desenvolvimento integral de seus educandos.
PEDAGOGIA 110
UNIVERSIDADE
Núcleo de Educação a Distância
PEDAGOGIA 111
UNIVERSIDADE
Núcleo de Educação a Distância
Nossa intenção, neste momento, não é construir um projeto político pedagógico que
se configura como um projeto global de toda uma escola e que implica no
engajamento democrático de todos. Pretendemos apresentar aqui o projeto
educativo, aquele desenvolvido e elaborado dentro da sala de aula com os alunos,
de acordo com suas necessidades e que, é claro, deve estar inserido no projeto
maior da instituição. Entendendo-o como um recurso para o desenvolvimento de
atividades lúdicas, bem como para a construção de conhecimentos específicos e
elaborados historicamente pela humanidade, como diria Vygotsky, citado por Facci
(2004), que acreditava que os objetivos da educação estavam intimamente
vinculados ao desenvolvimento histórico e, consequentemente, às necessidades
colocadas pelos homens.
Justificativa:
PEDAGOGIA 112
UNIVERSIDADE
Núcleo de Educação a Distância
Apresentação e desenvolvimento:
A Caixa Surpresa: com ela iremos nos divertir, aprender e entrar no mundo da
imaginação. Vamos começar?!
A caixa surpresa será levada pelo aluno para casa e deverá trazê-la para a escola
no dia seguinte com um objeto que comece com a letra solicitada pela professora
em sala de aula.
A cada dia aprenderemos uma nova letra, por meio de um objeto trazido por um
amiguinho.
Tudo isso será levado para as rodas da conversa e dialogado com o grupo-classe.
O objeto que o aluno trouxer dentro da caixa será devolvido no mesmo dia em que
o levar para a escola no horário da saída.
PEDAGOGIA 113
UNIVERSIDADE
Núcleo de Educação a Distância
Agora, é só levar a caixa para casa e depois vir à escola, para que possamos
começar a brincadeira!!!
Objetivos:
PEDAGOGIA 114
UNIVERSIDADE
Núcleo de Educação a Distância
Artes visuais: respeito e cuidado (com os objetos trazidos de casa e com a própria
caixa de surpresa que é de uso coletivo); valorização das próprias produções e dos
colegas (desenhos feitos no caderno que acompanha a caixa); exploração de
diferentes materiais para a realização dos desenhos.
Avaliação:
Será realizada diariamente por meio dos relatos de experiência dos alunos, das
atividades orais e escritas, observando as anotações no caderno que acompanha a
Caixa Surpresa.
Portanto, o trabalho com projetos educativos permite utilizar o lúdico como um meio
educacional, estimulando, assim, o desenvolvimento cognitivo, afetivo, físico, moral,
linguístico e social da criança, sem que se perca a criatividade e a fantasia que a
brincadeira é capaz de proporcionar.
PEDAGOGIA 115
UNIVERSIDADE
Núcleo de Educação a Distância
_____
1
O projeto educacional proposto é de minha autoria. Porém, não o objeto (caixa surpresa)
cuja ideia pode estar contida em muitos livros de cunho pedagógico.
vivências, optou-se por iniciar o trabalho com o alfabeto por meio do lúdico, ou seja,
utilizando uma simples brincadeira (Caixa Surpresa) pela qual seria possível estimular o
aprendizado das letras de forma criativa, divertida e espontânea.
PEDAGOGIA 116
UNIVERSIDADE
Núcleo de Educação a Distância
Iniciaremos a sexta e última unidade, mas, antes disso, gostaria de que você
relacionasse a importância da presença do trabalho lúdico nas instituições de
Educação Infantil com o que escreve Madalena Freire:
PEDAGOGIA 117
UNIVERSIDADE
Núcleo de Educação a Distância
PEDAGOGIA 118
UNIVERSIDADE
Núcleo de Educação a Distância
Resumo - Unidade V
PEDAGOGIA 119
UNIVERSIDADE
Núcleo de Educação a Distância
Parece que foi ontem que começamos nossa primeira unidade, não é mesmo?
Nossa! Já estamos indo para última... Vamos lá?
Referências Bibliográficas
PEDAGOGIA 120
UNIVERSIDADE
Núcleo de Educação a Distância
Iniciamos, neste momento, a primeira aula de nossa sexta e última unidade. Acredito
que muitos conhecimentos já foram construídos e compartilhados até o momento e
espero que, ao término desta disciplina, tenhamos atingido os objetivos
estabelecidos, bem como sejamos capazes de realmente colocá-los em prática.
Agora, daremos ênfase aos dois últimos aspectos, já que falaremos sobre a
importância da cooperação e suas contribuições para o “crescimento” infantil. Esse
crescimento passa pela formação dos princípios e valores morais que a criança
constrói em seu meio social.
Brotto (1997) define, de maneira bem humorada, os dois termos em questão e sua
relação com o:
PEDAGOGIA 121
UNIVERSIDADE
Núcleo de Educação a Distância
• Com os outros.
• Com o todo.
PEDAGOGIA 122
UNIVERSIDADE
Núcleo de Educação a Distância
PEDAGOGIA 123
UNIVERSIDADE
Núcleo de Educação a Distância
Hoje, nosso intuito é dar continuidade a estas questões, demonstrando que os jogos
e as brincadeiras podem contribuir para a interação social, principalmente se
estiverem pautados em atitudes cooperativas.
Tais atividades podem ser chamadas de jogos cooperativos, ou seja,” [...] São jogos
com uma estrutura alternativa onde os participantes jogam uns com os outros ao
invés de uns contra os outros. (DEACOVE apud BROTTO, 2001, p. 54)
PEDAGOGIA 124
UNIVERSIDADE
Núcleo de Educação a Distância
Observamos que, neste jogo, as pessoas precisam se unir e cooperar uns com os
outros. Caso contrário, não conseguiriam realizá-lo.
Quando utilizado com a criança, o mesmo acontece, pois permite que ela vivencie e
construa seus princípios morais a partir do meio externo, já que está socializando
seus próprios sentimentos com o grupo e este com ela numa relação de
interdependência e confiança.
Vale ressaltar, ainda, que não temos aqui a intenção de menosprezar os jogos que
envolvem a competição, uma vez que eles também contribuem para o
desenvolvimento infantil. Afinal, se o educador “prepara para a vida”, a criança
precisa saber administrar suas conquistas e perdas.
______
1
Fonte: BROTTO, Fabio Otuzi. Jogos cooperativos: se o importante é competir, o funda-
mental é cooperar. Santos: Projeto Cooperação, 1997. (p.121-122).
PEDAGOGIA 125
UNIVERSIDADE
Núcleo de Educação a Distância
Diante disso, podemos imaginar como se sentem as crianças que perdem esse
jogo? Para algumas tal acontecimento não implica em tristeza ou rivalidade, pois
entendem que nos jogos e brincadeiras cada um tem a sua vez de ganhar e perder.
Porém, certamente, outras ficarão muito chateadas por não terem conseguido a
vitória; algumas se sentirão derrotadas e desanimadas. Podem até sentir raiva do
vencedor, o que provoca a desunião e gera conflitos.
Por esses motivos é que podemos dizer que os jogos cooperativos são capazes de
auxiliar na resolução de conflitos, uma vez que se desenvolvem dentro de um clima
participativo, solidário e humano, em que todos se unem em busca de um mesmo
objetivo.
PEDAGOGIA 126
UNIVERSIDADE
Núcleo de Educação a Distância
Portanto:
_______
1
Competição, em geral entre equipes motorizadas: leva-se em conta não apenas a rapidez
com que os concorrentes cumprem as tarefas predeterminadas, mas também a habilidade
com que o fazem. Fonte: Novo Dicionário Eletrônico Aurélio (século XXI).
2
daptação do jogo criado por Roberto Gonçalves Martini e Cláudia da Silva Miranda. Fonte:
Revista Jogos Cooperativos. Ano I, n. 2, p. 11, setembro 2001
PEDAGOGIA 127
UNIVERSIDADE
Núcleo de Educação a Distância
Por meio da discussão da aula passada concluímos que os jogos cooperativos são
capazes de auxiliar a resolução de conflitos, uma vez que se desenvolvem dentro de
um clima participativo, solidário e humano em que todos se unem em busca de um
mesmo objetivo.
PEDAGOGIA 128
UNIVERSIDADE
Núcleo de Educação a Distância
Com o jogo Salve-se com um Abraço, por exemplo, a criança irá perceber que os
demais participantes são seus parceiros, e não seus rivais, na medida em que todos
precisam se ajudar. Observe:
PEDAGOGIA 129
UNIVERSIDADE
Núcleo de Educação a Distância
PEDAGOGIA 130
UNIVERSIDADE
Núcleo de Educação a Distância
A citação acima revela que cooperar e conviver são aprendizados que acontecem ao
longo de nossas vidas e precisam ser aprimorados, trabalhados e vivenciados.
Sabemos que a criança pequena não possui, ainda, maturidade para compreender o
fluxo da vida, mas sabemos também que ela constrói os seus valores morais
interiormente e que, na maioria das vezes, aceita as regras externas, se essas não
forem impostas, lembra-se?
PEDAGOGIA 131
UNIVERSIDADE
Núcleo de Educação a Distância
Tocar aquele que está além da aparência e dos diferentes papéis sociais
que representamos, tocar o Ser humano por trás da camisa,
especialmente, aquele por trás da camisa do “outro time”;
PEDAGOGIA 132
UNIVERSIDADE
Núcleo de Educação a Distância
O educador, em sua própria sala de aula, observa que as crianças são únicas e
diferentes umas das outras e, por isso, elas se desenvolvem em ritmos diferentes,
não é mesmo? Assim, ao trabalhar com o lúdico de maneira consciente e
comprometida, utilizará os jogos e as brincadeiras, respeitando essas diferenças e
valorizando a todos, pois as atividades lúdicas permitem a participação, uma vez
que visam principalmente o divertimento, a descontração e a alegria.
PEDAGOGIA 133
UNIVERSIDADE
Núcleo de Educação a Distância
Veja, então, um exemplo de como essas práticas ocorrem por meio de uma
brincadeira que não exclui, pois tem o objetivo de incluir:
PEDAGOGIA 134
UNIVERSIDADE
Núcleo de Educação a Distância
A criança precisa estar preparada para as adversidades. Então, por que não
trabalhar atividades competitivas? O mundo está cada vez mais marcado pela
violência, até mesmo entre as crianças. Então, devemos trabalhar atividades
cooperativas? O que devemos fazer diante dessas questões?
A competição faz com que as crianças se distanciem afetivamente umas das outras.
Consequentemente, tornam-se desunidas. O adversário pode até ser considerado
um inimigo, pois o objetivo de cada um é, somente, vencer.
PEDAGOGIA 135
UNIVERSIDADE
Núcleo de Educação a Distância
PEDAGOGIA 136
UNIVERSIDADE
Núcleo de Educação a Distância
Com essa aula chegamos ao final de nossa última unidade e encerramos, também,
nossa disciplina. Espero que você tenha conseguido aprimorar seus conhecimentos,
construindo novos. Para concluirmos, nossa proposta é ressaltar que o jogo e a
brincadeira contribuem favoravelmente para os processos de crescimento, interação
social e inclusão dos educandos, uma vez que:
ter uma equipe de professores que veja o educando como centro do seu
trabalho, valorizando as discussões pedagógicas;
PEDAGOGIA 137
UNIVERSIDADE
Núcleo de Educação a Distância
“Pois qualidade que não seja meio para a felicidade é como panela
importada que faz angu encaroçado. É melhor parar de importar
panelas. É preciso desenvolver antes a capacidade de sentir prazer.
Mas, para isso, as escolas teriam de ser diferentes, as cabeças dos
pais teriam de ser diferentes, as cabeças dos professores teriam de
ser diferentes: menos saber e mais sabor...” Rubem Alves
PEDAGOGIA 138
UNIVERSIDADE
Núcleo de Educação a Distância
Resumo - Unidade VI
Nossa proposta foi mostrar a maneira como os jogos e brincadeiras podem contribuir
para o processo de “crescimento” infantil, bem como para a interação social e
inclusão.
Vimos que o crescimento passa pela formação dos princípios e valores morais que a
criança constrói em seu meio social. Portanto, percebe-se a necessidade do trabalho
lúdico no ambiente escolar, priorizando ações capazes de desenvolver a cooperação
entre os educandos.
PEDAGOGIA 139
UNIVERSIDADE
Núcleo de Educação a Distância
Diante dessas considerações, propomos que o educador reflita acerca dos jogos e
brincadeiras capazes de contribuir de maneira mais positiva no crescimento da
criança, de modo que valores humanos, como o amor, o respeito, a compreensão e
a paz, sejam estimulados no cotidiano escolar. Dificilmente tais valores serão
cultivados, se a competição estiver presente.
Referências Bibliográficas
PEDAGOGIA 140