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1.

Como se constitui a Fenomenologia e quais as contribuições/influências de Franz


Brentano?

A fenomenologia se constitui por conta de uma crise cultural deixada pelo declínio da
filosofia medieval de cunho metafísico-racional, baseando-se em ciências da natureza. Ela
estuda o fenômeno, que é entendido como tudo aquilo que é vivenciado de forma
consciente.

Franz Brentano defendeu que a realidade está na consciência de cada um, na maneira
como cada um interage com o mundo, onde a experiência é baseada na percepção interior.
Brentano desenvolve a psicologia do ato, defendendo o ato psíquico, ou seja, a descrição
da experiência é mais importante que o “por quê”. A descrição precede a explicação e os
dados relevantes são imanentes.

2. O que é a intencionalidade?

A intencionalidade é o ato de dar sentido, a mente esta sempre direcionada para alguma
coisa e esse direcionamento faz com que a mente der sentido a determinado objeto.

3. De acordo com a fenomenologia husserliana, defina os conceitos abaixo:

a) Ego transcendental é a subjetividade mundana, sendo a autoconstituição passiva a


história acumuladora, e a ativa os atos, juízos, decisões, compromissos.

b) Experiência é a suspensão da atitude natural, retendo-se para o aqui-e-agora, proteção.

c) Essência é aquilo que se mostra no que aparece, assim a essência muda conforme o que
aparece.

4. Como se configura o método fenomenológico?

É uma tomada de consciência e produção de um sentido, compreendendo o fenômeno


animado por uma intenção, ou seja, compreender, para além do objeto, o seu significado
para o sujeito, sem fazer suposições prévias.

5. Cite e defina as perspectivas da fenomenologia husserliana.

Filosofia – Husserl criou a redução fenomenológica como método para ter acesso ao
fenômeno, a qual consiste em suspender todos os preconceitos, valores, teorias científicas
e crenças pré-existentes, reduzindo todos os seres a fenômenos, para daí apreender seu
sentido.

Epistemologia – é a área do conhecimento humano que estuda o próprio conhecimento,


estudando e descrevendo a forma como o homem conhece, usando como método de
investigação.

Método de investigação - Apreensão da totalidade para compreender o sentido do


fenômeno, nunca considerando o objeto independente daquele que estuda, pois qualquer
fenômeno se revela a uma consciência.
6. Cite e defina os princípios da fenomenologia husserliana.

Epistemologia como perspectiva – todo conhecimento parte de um campo específico, mas


sempre estará limitado.

Ênfase na práxis ideográfica – A normalidade depende de cada sujeito, de cada


experiência. O conhecimento tanto pode ser restrito à um grupo, como ter validade
universal.

A dinâmica do fenômeno humano – Dividida em três dimensões: consigo mesmo, com os


outros, com as coisas.

Temporalidade em perspectiva de espiral – O tempo não é linear, passado, presente e


futuro se interferem, se modificam.

Ideia de causalidade do comportamento – A experiência influencia, mas não se pode


colocá-la como causa, devido a temporalidade em espiral.

7. A partir do método e dos princípios fenomenológicos, discuta características da


Psicologia Fenomenológica (mínimo de quatro), apresentando como terapeutas dessa
epistemologia compreendem o encontro terapêutico.

O terapeuta se preocupa tanto em compreender melhor o cliente, quanto em levá-lo a uma


autocompreensão que permita resignificar seu futuro, aceitando a responsabilidade que
acompanha a liberdade de conduzir sua própria vida.

Na relação terapêutica, procura-se desenvolver uma postura de aceitação para com o


cliente, aceitando-o como ele é. Ao construir essa relação, o terapeuta está proporcionando
ao cliente um ambiente que facilita explorar, vivenciar, entrar em contato e acolher seus
próprios sentimentos e atitudes.

O profissional privilegia o ser do cliente, o que ele sente e o que ele pensa, isto é, o seu
existir naquele momento. Com isso, ele faz com que o cliente possa reconhecer-se a si
mesmo, aceitar-se a si mesmo e afirmar sua realidade.

8. Destaque as diferenças e convergências entre fenomenologia e existencialismo.

Diferenças:*

1. *Ênfase central:*

- Fenomenologia: Centra-se na análise da experiência consciente e na descrição dos


fenômenos tal como são percebidos.

- Existencialismo: Concentra-se na condição humana, na liberdade, na responsabilidade


individual e na busca de sentido na existência.
2. *Objeto de estudo:*

- Fenomenologia: Analisa os fenômenos tal como são experimentados, sem julgamentos


prévios.

- Existencialismo: Explora a existência humana, incluindo temas como a angústia, a


liberdade, a autenticidade e a relação com o absurdo da vida.

3. *Abordagem metodológica:*

- Fenomenologia: Utiliza a redução fenomenológica para suspender os pressupostos e


examinar os fenômenos diretamente.

- Existencialismo: Não segue um método específico, mas frequentemente utiliza a análise


existencial para explorar questões relacionadas à existência humana.

*Convergências:*

1. *Ênfase na experiência subjetiva:*

- Ambas as correntes valorizam a importância da experiência subjetiva e da perspectiva


individual na compreensão da realidade.

2. *Preocupação com a existência humana:*

- Tanto a fenomenologia quanto o existencialismo estão preocupados com a condição


humana e buscam compreender a natureza da existência.

3. *Crítica à objetividade absoluta:*

- Ambas as correntes questionam a possibilidade de alcançar uma compreensão objetiva


e absoluta da realidade, enfatizando a importância da subjetividade e da interpretação
pessoal.

9. Considerando o ato de fé como marca de Kierkegaard para o existencialismo, discuta


sobre os três estágios da vida (estético, ético e religioso).
No estágio estético o homem está buscando um sentido para sua existência. Convicto de
que é inteiramente livre, vive ao saber dos impulsos, procurando desfrutar o máximo de
prazer. Vivendo de tal maneira se prende a uma existência vazia. Frustrado e não satisfeito
com essa busca o homem cai no desespero, esse é o ápice da angústia, contudo, a
angústia é a possibilidade de cura.

Depois passa para o estágio seguinte, o ético, onde o homem tem o centro da realidade em
si, sendo que sua personalidade permanece livre, mas nos limites estabelecidos pela
sociedade. Nesse estágio surgem divergências entre as exigências da interioridade e da
universalidade.

Somente no estágio espiritual que o homem se depara com sua existência plena. Deus
torna-se a regra do indivíduo, a única fonte capaz de realizá-lo plenamente.

10. A partir da teoria de Martin Heidegger, defina as ideias abaixo:

a) Ser e Ente - Ente é tudo aquilo que existe. O Ser é aquilo que faz com o que o ente seja,
dando ao ente o ato de existir.

c) Ontologia - é o estudo do ser.

d) Dasein – Consciência humana. Dasein é o único Ente capaz de levantar a questão


acerca de seu próprio ser.

e) À mão e Simplesmente dado – à mão é uma relação prática com objetos e com o mundo
enquanto uma totalidade instrumental, ou seja, uma ferramenta que nos conecta com o
mundo. Simplesmente dado, é uma relação na qual eles não são definidos por seu
envolvimento na atividade humana, assumindo uma presença objetiva.

f) Estar lançado – Disposição que torna possível nos dirigirmos às coisas e nos
envolvermos em projetos significativos no mundo.

g) Mitsein e Das-man – mitsein é a condição do dasein. O mundo é já sempre aquele que


partilhamos com os outros, com o impessoal. Das man é o impessoal, se refere aos
aspectos ordinários e anônimos e nos quais tendemos a nos misturar com a massa
indistinguível das multidões.

h) Círculo vicioso e Círculo virtuoso – O círculo vicioso é a previsão, antecipação e


confirmação de hipóteses. O círculo virtuoso é a provisória, interpretação contínua,
ininterrupta, portanto, inesgotável e características do existir humano.

11. Cite e discuta sobre os quatro conjuntos de existenciais heideggerianos.

A leitura da Filosofia de Heidegger estrutura-se sobre conceitos fundamentais para a


fenomenologia existencial tais como o Dasein, ser no mundo, angústia, decisão:
O Dasein é literalmente traduzido como "ser aí". Heidegger sugere que Dasein é o ente
participar, ou entidade, que deve ser investigado a fim de compreendermos o ser, ele possui
uma compreensão do significado do sem geral, mesmo que seja, com frequência, reprimida
e oculta. Somente através do Dasein as coisas podem mostrar-se como são. Além disso, é
somente a ansiedade que nos força para fora de nossos modos habituais de ser
na multidão e que pode atuar como um ímpeto para a autenticidade
Com relação ao ser no mundo, vamos começar definindo o termo ser, Heidegger desistiu de
definir, mas uma definição provisória pode ser: ser é o que torna a existência de alguma
forma possível. Ser é pressuposto em todas as nossas práticas diárias e heidegger mostra
a necessidade de nos perguntarmos sobre os seus significados, considerar a questão
ontológica fundamental acerca do que possibilita as coisas empíricas aparecerem para nós,
e para que haja um mundo significativo.
A angústia, tem uma disposição que tem uma tremenda importância em Ser e tempo devido
ao papel individualizante que, para
Heidegger, ela desempenha, ao me individualizar, portanto, a ansiedade revela minhas
possibilidades precisamente como minhas, mas Heidegger também sugere que, a despeito
desse sentimento de “sempre-meu”, existe também um sentido no qual o eu é aniquilado
nesse processo. Nós descobrimos que as coisas são estranhas (unheimlich), e isso pode
provocar a consciência de que somos livres para confrontar autêntica ou inautenticamente
as possibilidades diante de nós.
“Resolutividade” é o termo de Heidegger para autenticamente ser-simesmo. Para falantes
da língua inglesa, ela traz conotações de decisão e de resolução. Ele prossegue
argumentando que é a resolutividade que nos leva à solicitude, porque é somente por meio
do autenticamente sermos-nós-mesmos que podemos autenticamente ser-com-outros. e à
medida que pressupõe irmos ativamente em direção a possibilidades futuras e já sempre
agirmos, em vez de passivamente esperarmos que as coisas venham até nós. No fim das
contas, Heidegger sugere que ser autêntico é existir em resolutividade antecipatória.

12. Quais as relevâncias do ser-para-a-morte em Heidegger?

Para Heidegger a morte é algo que vem dar sentido a vida, o ser humano é um
transcendente, desde sempre em movimento de ir além do mundo e de si mesmo enquanto
mundano. No morrer, evidencia-se que, ontologicamente, a morte se constitui pela
existência e por ser, cada vez, minha. Somente se estivermos conscientes de nossa
própria finitude seremos impelidos a agir agora e com urgência.

13. Cite e comente qual a tríade existencial para a discussão heideggeriana.

Ser-no-mundo: Ideia de que nossa existência está sempre inserida em um contexto, em um


mundo compartilhado com outras entidades. Para Heidegger, não somos seres isolados,
mas sim seres que estão imersos em um mundo de significados, práticas e possibilidades.
Ser-no-mundo implica em estar envolvido em atividades práticas e preocupações
cotidianas, sempre contextualizado dentro de um ambiente particular.

Ser-com-os-outros: Destaca a interconexão e interdependência entre os seres humanos.


Heidegger argumenta que nossa existência é moldada pela presença e interação com os
outros. Não somos seres solitários, mas sim seres que compartilham um mundo com outros
indivíduos, influenciando e sendo influenciados por eles. A presença dos outros é essencial
para a constituição de nossa identidade e significado.

Ser-para-a-morte: Enfatiza a consciência da finitude e a inevitabilidade da morte. Heidegger


argumenta que a consciência da morte é fundamental para a compreensão da existência
humana, pois nos confronta com a nossa própria temporalidade e nos lembra da urgência
de viver uma vida autêntica. Não se trata apenas da nossa mortalidade física, mas também
da necessidade de fazer escolhas significativas diante da nossa finitude.

Esses três conceitos formam a base da análise existencial de Heidegger sobre a natureza
da existência humana e sua relação com o ser e o mundo. Eles são essenciais para
compreendermos nossa condição existencial e as possibilidades de uma existência
autêntica.

14. Explique os conceitos de inautenticidade e autenticidade, assim como a sua


importância para a clínica fenomenológica-existencial.

Inautenticidade: É um estado em que o indivíduo vive de acordo com normas, expectativas


sociais ou valores externos, em vez de agir de acordo com sua própria compreensão e
experiência autênticas. Na inautenticidade, a pessoa pode se sentir alienada de suas
próprias emoções, desejos e aspirações, buscando constantemente a validação externa e
evitando o confronto com sua própria finitude e responsabilidades.

Autenticidade: Envolve viver de acordo com uma compreensão genuína de si mesmo,


honrando suas próprias experiências, valores e escolhas. Isso implica em assumir a
responsabilidade por suas ações e enfrentar a realidade da existência finita de forma
corajosa e honesta. Viver autenticamente significa agir de acordo com o próprio ser-no-
mundo, em sintonia com as próprias convicções e intuições.

Na clínica fenomenológica-existencial, o terapêutico, pode ajudar o paciente a reconhecer


as maneiras pelas quais ele pode estar vivendo, seja de acordo com o externo e as normas
ou levando em consideração a si mesmo.

15. Segundo Sartre, “a humanidade está condenada à liberdade”, de acordo com isso,
explique a diferença entre liberdade radical (sartreana) e a liberdade liberal.

Liberdade radical - É o que não se pode renunciar, é a liberdade do querer, de


poder querer, desejar. Ex: Um preso tem a liberdade de querer ser solto.

Liberdade liberal- É quando se tem a liberdade de poder fazer tudo, fazer o que
quiser.

16. Como liberdade, responsabilidade e angústia se relacionam para Jean Paul Sartre?

Para Jean-Paul Sartre, a relação entre liberdade e angústia é fundamental na


compreensão da condição humana. Ele argumenta que a existência humana é
caracterizada pela liberdade radical, o que significa que somos responsáveis por
nossas escolhas e ações, sem poder escapar dessa responsabilidade. No entanto,
essa liberdade também traz consigo a angústia existencial.

Sartre define a angústia como a consciência da nossa própria liberdade diante do


vazio e da falta de significado intrínseco ao mundo. Ao percebermos que somos
livres para criar nossas próprias vidas e significados, somos confrontados com a
responsabilidade de escolher e assumir as consequências de nossas escolhas.
Essa consciência da liberdade e da responsabilidade pode ser angustiante, pois nos
coloca diante do abismo da nossa própria existência.

17. A partir da leitura das discussões sartrena, defina os termos abaixo:


a) Má-fé
b) Facticidade
c) Transcendência sartreana
d) Corpo sartreano
e) Ser-para-si e ser-em-si
f) Ser-para-o-outro
g) Ser e Nada

a) A má-fé é uma forma de autoengano em que uma pessoa se recusa a reconhecer sua
liberdade e responsabilidade, atribuindo suas ações a circunstâncias externas ou
determinismo, evitando assim assumir a responsabilidade por si mesma.

b) Facticidade se refere à realidade concreta e inegável da existência humana,


características individuais, circunstâncias históricas e sociais que influenciam as escolhas e
possibilidades de uma pessoa. É o conjunto de fatos e condições que compõem a
existência de cada ser humano.

c) Transcendência sartreana refere-se à capacidade humana de ir além de si mesmo, de


projetar-se para o futuro, de estabelecer metas e objetivos, e de dar significado às
experiências. É a capacidade de transcender as limitações imediatas da existência e buscar
novas possibilidades.

d) Corpo sartreano se refere ao corpo humano como um objeto físico e material, mas
também como parte da consciência humana. O corpo é tanto objeto quanto sujeito, e sua
existência é fundamental para a experiência humana de ser-no-mundo.

e) Ser-para-si e ser-em-si. “Ser-para-si” refere-se à consciência humana, à capacidade de


autoconhecimento, liberdade e consciência de si mesmo como um ser consciente e
reflexivo. Por outro lado, "ser-em-si" refere-se a objetos e entidades que existem de forma
puramente objetiva, sem consciência ou intencionalidade própria. Ser-para-si implica uma
dimensão de liberdade e escolha, enquanto ser-em-si é caracterizado pela sua objetividade
e falta de consciência.

f) Ser-para-o-outro se refere à maneira como os seres humanos são percebidos e


interpretados pelos outros. Nossa identidade e significado são em parte formados pela
forma como somos vistos e avaliados por outras pessoas. A consciência de ser para o outro
implica uma consciência da perspectiva dos outros sobre nós e como isso influencia nossa
própria percepção de nós mesmos. Essa dinâmica é central na análise de Sartre sobre as
relações sociais e a construção da identidade pessoal.
g) Ser e Nada. "Ser" refere-se à existência concreta e à totalidade das coisas que existem
no mundo. Enquanto "nada" representa a ausência de ser, a falta de essência ou significado
intrínseco. Sartre argumenta que a consciência humana é confrontada com a dualidade do
ser e do nada, e é nesse confronto que a liberdade humana surge.

18. Para Sartre, “o inferno são os outros”. Diante disso, discuta a prova fenomenológica
da existência dos outros para o autor e as duas principais atitudes em relação ao outro.

Para Sartre, o inferno são os outros esta relacionado a presença e o julgamento dos outros
que é fonte significativa de sofrimento, a prova fenomenológica da existência dos outros é a
experiência da "mirada" ou do "olhar". Quando alguém sente o olhar de outra pessoa sobre
si, isso revela a presença e a consciência dos outros seres humanos. As duas principais
atitudes em relação aos outros, são: 1. A atitude de "olhar", que envolve reconhecer a
subjetividade e a liberdade dos outros, permitindo-lhes existir como seres autônomos e
conscientes; e 2. A atitude de "olhar fixo", na qual se objetifica o outro, reduzindo-o a um
objeto a ser manipulado ou controlado de acordo com nossos próprios interesses e
perspectivas, ignorando sua subjetividade e liberdade.

19. Apresente a constituição histórica e as principais características da Psicologia


Fenomenológica e da Analítica do Dasein.

A Psicologia Fenomenológica e Analítica do Dasein baseia-se nos trabalhos de Martin


Heidegger, especialmente em sua obra principal "Ser e Tempo" (1927). Ele introduz o
conceito de "Dasein". Heidegger propõe uma abordagem fenomenológica, que fala da
experiência direta e imediata do indivíduo em seu mundo circundante, em oposição a uma
abordagem analítica que busca reduzir a experiência a partes isoladas e objetivas. Ludwig
Binswanger foi um dos primeiros psiquiatras a aplicar os conceitos da fenomenologia
existencial na compreensão e tratamento das doenças mentais. Ele fundou a clínica
"Bellevue" em Kreuzlingen, na Suíça, que se tornou um centro importante para o
desenvolvimento dessa abordagem. Medard Boss, discípulo de Binswanger, contribuiu
significativamente para a elaboração e difusão da Psicologia Fenomenológica e Analítica do
Dasein, especialmente através de suas próprias obras e de sua prática clínica. Suas
principais características são: Ênfase na Experiência Subjetiva, Abordagem Existencial,
Contextualização da Experiência, Recusa da Objetificação, Diálogo Terapêutico.

20. Apresente a constituição histórica e as principais características do Movimento


Humanista-Existencial

As raízes do Movimento Humanista-Existencial tomam como base os trabalhos de filósofos


existencialistas, como Kierkegaard, Friedrich Nietzsche e Martin Heidegger. Esses
pensadores exploraram questões fundamentais sobre a existência humana, a liberdade, a
responsabilidade e o sentido da vida. O Movimento Humanista-Existencial recebeu
influências significativas da psicologia humanista, que surgiu na década de 1950 como uma
reação ao behaviorismo e à psicanálise. Abraham Maslow, Carl Rogers e Rollo May são
figuras proeminentes neste contexto, cada um contribuindo com ideias sobre a natureza
positiva e autônoma do ser humano. O movimento ganhou força na década de 1960,
quando a psicologia humanista e a filosofia existencial começaram a ser integradas em uma
abordagem coesa. Psicólogos como Viktor Frankl, Erich Fromm e Irvin Yalom também
desempenharam papéis importantes nesse desenvolvimento. Principais características:
Ênfase na Liberdade e na Responsabilidade, Busca pelo Sentido e Significado, Valorização
da Experiência Subjetiva, Ênfase nas Relações Autênticas e Enfrentamento da Angústia
Existencial.

21. Descreva as diferentes maneiras de pensar sobre o humanismo por Abram Maslow,
Rollo May e Carl Rogers.

Abraham Maslow

Maslow desenvolveu a teoria da hierarquia das necessidades, que, segundo ele, as


pessoas têm um conjunto de necessidades que devem ser satisfeitas em uma ordem
específica, partindo das necessidades fisiológicas como alimentação, moradia, sono, água e
ar, e as necessidades de segurança, sociais, estima e autorrealização. Para alcançar uma
nova etapa, a anterior deve estar satisfeita, ou seja, as pessoas teriam que primeiro se
satisfazerem com as necessidades anteriores. Ele acreditava que os seres humanos
possuem um desejo inato de crescimento pessoal e de autorrealização, e que a busca por
significado e propósito na vida é uma das melhores forças motivacionais. Ele traz também a
importância da autenticidade e a autoconsciência na busca pela autorrealização, e que as
pessoas que vivem de acordo com seus valores e potenciais experimentam uma maior
satisfação na vida.

Rollo May
Considerado o pai da psicologia existencial e um dos grandes teóricos existenciais da
psicologia, sua teoria é focada no sentido da existência e da liberdade. Ele afirma que as
pessoas estão sempre lidando com a influência pelas ações dos outros (ser objeto), quanto
capazes de agir e tomar decisões próprias (sujeito). Ele também centrou seus estudos na
ansiedade e reconhecia que a ansiedade é um catalisador capaz de nos fazer tomar
decisões mais corajosas.

Carl Rogers
A psicologia humanística de Carl Rogers é centrada na pessoa, na empatia com a sua
história e no favorecimento do desenvolvimento das suas potencialidades. Para ele, o ser
humano tem o desejo básico de se autorrealizar, buscando alcançar seu potencial máximo.
No contexto humanista, Rogers enxergava que cada pessoa tinha uma capacidade de
autodesenvolvimento dentro de si, mas que essa capacidade precisa ser despertada, e que
a terapêutica humanista poderia ajudar no despertar, com o auxílio do psicólogo fornecendo
um ambiente de escuta e empatia ao cliente para que facilite no autoconhecimento e
definição da sua personalidade.

22. Cite e explique quais foram as principais influências para o Movimento Humanista-
existencial.

O movimento humanista foi influenciado por vários pensadores e correntes de pensamento,


como o existencialismo representado por pensadores como Nietzsche, Martin Heidegger e
Jean-Paul Sartre. O existencialismo traz a importância da liberdade individual, a
responsabilidade pessoal, angústia e a busca por um significado de existência no mundo.
Os teóricos enfatizam a existência do ser humano de forma individual, afirmando que cada
pessoa é única e responsável pela sua identidade na vida. Eles também argumentam que
cada pessoa tem sua liberdade de escolha e é responsável por suas próprias ações e
significados que dão às suas vidas, e que essa liberdade pode levar o indivíduo à angústia,
causada pelo reconhecimento da incerteza e da falta de sentido na vida.

Outra importante influência foi a psicologia humanista, nomes como Abraham Maslow, Carl
Rogers e Rollo May tiveram um papel primordial no desenvolvimento do movimento
humanista-existencial. Eles trazem como importância o potencial do ser humano para o seu
crescimento, autorrealização e busca de significado. As ideias de Maslow, como a
hierarquia das necessidades humanas, a terapia centrada na pessoa de Rogers e a
ansiedade e liberdade de May, contribuíram no movimento, proporcionando assim uma
base teórica e prática, incentivando os seres humanos a refletirem sobre sua verdadeira
personalidade.

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