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Prova de direito de família

1) PRINCIPIOS CONSTITUCIONAIS:

 Princípio da Proteção da Dignidade da pessoa Humana


(Art. 1º, III, da CF/88

 O art. 1º, inciso III da CF/88 dispõe que o nosso estado


democrático de direito tem como fundamento a
dignidade da pessoa humana, é um princípio máximo
ou superprincípio. O que é importante é a
personalização, repersonalização e
despatrimonialização do direito privado. O patrimônio
perde a importância e o ser é supervalorizado.
 Súmula 364 do STJ
 1.2 Princípio da Solidariedade Familiar (Art. 3º, I da
CF/1988)

 A solidariedade familiar se justifica na assistência


material, pagamento dos alimentos no caso de sua
necessidade, consoante dispõe o art. 1694 do
CC/2002.
 A exemplo, pode ser citado o entendimento do STJ
quando aplicou tal princípio de solidariedade
considerando o dever de prestar alimentos nos
casos de união estável constituídas antes da
entrada em vigor da Lei nº 8.971/1994 que dispõe
sobre o direito dos companheiros a alimentos e direitos
sucessórios. Normas de ordem pública podem
retroagir.
 1.3 Princípio da Igualdade jurídica entre os filhos (art. 227,
§ 6º da CF/1988, e art. 1596 do CC/2002
 O art. 227 da CF/88 dispõe que “os filhos, havidos ou
não da relação de casamento, ou por adoção terão os
mesmos direitos e qualificações, proibidas quaisquer
designações discriminatórias relativas à filiação.

 1.4 Princípio da Igualdade jurídica entre os cônjuges e


companheiros (art. 226, § 5º, da CF/1988 e art. 1511 do
CC/2002
 Assim como existe a igualdade entre os filhos, a
legislação reconhece a igualdade entre homem e
mulher, isonomia constitucional que se refere a
sociedade conjugal ou convivencial, art. 226, § 3º e 5º, I
ambos da CF/1988.
 1.5 Princípio da igualdade na chefia familiar (arts. 1566, III
e IV, 1631 e 1634 do CC/2002 e arts. 226, § 5º e 7º§ da
CF/1988;
 Em função do princípio da igualdade entre os cônjuges
surge também o princípio da igualdade na chefia
familiar, que poderá ser exercida tanto pelo homem
quanto pela mulher, através de um regime democrático
de participação e colaboração, podendo inclusive ser
ouvida a opinião dos filhos.
 1.6 Princípio da não Intervenção ou da liberdade (art. 1513
de CC/2002
 Consoante dispõe o art. 1513 do CC/2002, “ é defeso a
qualquer pessoa de direito público ou direito privado
interferir na comunhão de vida instituída pela família”.
Esse é o princípio da liberdade e da não intervenção
no direito de família. Nessa mesma esteira o art. 1565,
§ 2º do CC/2002, dispõe que o planejamento familiar é
de livre escolha do casal, sendo vedada a interferência
estatal.
 1.7 Princípio do Melhor Interesse da Criança e do
Adolescente (art. 227, caput, da CF/88 e arts. 1583 e 1584
do CC/2002;
 O art. 227 da CF/88, com redação dada pela Emenda
Constitucional nº 65 de 13 de julho de 2010 dispõe que
é dever da família da sociedade e do Estado assegurar
a criança, ao adolescente e ao jovem, com absoluta
prioridade, o direito a vida, à saúde, à alimentação, à
educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à
dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência
familiar e comunitária, além de coloca-los a salvo de
toda e forma de negligência, discriminação, exploração,
violência, crueldade e opressão.
 1.8. Princípio da Afetividade.
 Ao afeto foi reconhecida, a sua extrema importância
para as relações familiares, ponto tratado por João
Batista Villela em 1979, na desbiologização da
paternidade, na medida em que demonstra que o
vínculo familiar é mais um vínculo de afeto do que um
vínculo biológico, surgindo através desse sentimento
formas de parentesco civil, parentalidade
socioafetiva, baseada na posse de estado de filho.
 Provimento 63 de 14/11/2017 e Provimento 83
14/08/2019.
 1.9. Princípio da Função Social da Família.
 A família é a base da sociedade e merece proteção
especial do Estado, consoante dispõe o art. 226 da
CF/88. Nesse sentido, as relações familiares devem
ser analisadas dentro do contexto social e diante das
diferenças regionais de cada localidade.

 1.10. Princípio da Boa- fé Objetiva


 O princípio da boa-fé objetiva no âmbito das relações
familiares significa dizer que as relações familiares
devem ser regidas pelo dever de cuidado, pelo dever
de respeito, dever de lealdade, probidade, dentre
outros. Nesse sentido, a jurisprudência do STJ através
da ministra Nancy Andrighi dispõe: “Nas relações
familiares, o princípio da boa-fé objetiva deve ser
observado e visto sob as suas funções integrativas e
limitadoras, traduzidas pela figura do venire contra
factum proprium, proibição do comportamento
contraditório, que exige coerência comportamental
daqueles que buscam a tutela jurisdicional para a
solução dos conflitos no âmbito do direito de família.

2) Casamento:
 Conceito:
 O casamento segundo Tartuce (p. 65), pode ser
conceituado como a união entre duas pessoas,
reconhecida e regulada pelo Estado, formada com o
objetivo de constituição de uma família e baseado em
um vínculo de afeto.
 No Código Civil de 2002, o art. 1511 dispõe: “O
casamento estabelece comunhão plena de vida, com
base na igualdade de direitos e deveres dos cônjuges”.
 Princípios:
 Princípio da Igualdade. Art. 1511 do CC/02;
 Art. 1.511. O casamento estabelece comunhão plena de
vida, com base na igualdade de direitos e deveres dos
cônjuges.
 Princípio da Proteção aos hipossuficientes. Art.
1512 do CC/02;
 Art. 1.512. O casamento é civil e gratuita a sua
celebração.
Parágrafo único. A habilitação para o casamento, o
registro e a primeira certidão serão isentos de selos,
emolumentos e custas, para as pessoas cuja pobreza for
declarada, sob as penas da lei.

 Princípio da Liberdade e da não intervenção. Art.


1513 do CC/02
 Art. 1.513. É defeso a qualquer pessoa, de direito
público ou privado, interferir na comunhão de vida
instituída pela família.
 Princípio da monogamia. Art. 1521, inciso VI do
CC/02;
 Art. 1.521. Não podem casar:
VI - as pessoas casadas;
 Princípio da liberdade de união. Art. 1513 do CC/02;
 Princípio da comunhão de vida ou comunhão
indivisa.
 Características para o direito brasileiro:
 - Solenidade:
 Diversidade dos Sexos: Não se exige mais a
diversidade dos sexos, entre os nubentes,
como um dos caracteres do casamento. STF,
ADI 4277.
 Dissolubilidade.
 Casamento religioso:
 Os artigos 1515 e 1516 do CC/2002 dispõe
sobre o casamento religioso com efeitos civis.
 Constituição de 1988 em seu art. 226, § 2º
disciplina a matéria do casamento religioso com
efeitos civis. O casamento eclesiástico equivale
ao civil quando os nubentes promovem o
processo de habilitação perante o oficial de
registro.
 Capacidade para o casamento.
 A incapacidade para o casamento não se
confunde com os impedimentos
matrimoniais
 São considerados incapazes:
 Apenas os menores que ainda não
atingiram a idade núbil, que são as
pessoas com até 16 anos, (art. 1517
do CC/2002)
 A capacidade matrimonial do homem
e da mulher com 16 (dezesseis), deve
ser suprida por autorização de ambos
dos pais ou responsáveis,
representantes legais, enquanto não
atingida a maioridade civil com 18
anos, segundo o art. 1517 do
CC/2002.
 A Lei nº 11.106/2005 afastou a extinção
da punibilidade nos casos de estupro
presumido (art. 107, VII e VIII do CP);
 A Lei nº 12.015 de 07 de agosto
de 2009 encerrou o debate com
relação ao tema, não sendo mais
possível o casamento da menor
com aquele que cometeu crime de
estupro presumido, em hipótese
nenhuma.
 Impedimentos para o casamento:
 Os impedimentos matrimoniais para o
casamento, ao contrário da incapacidade,
atingem apenas determinadas pessoas,
já a incapacidade matrimonial veda
totalmente a possibilidade de casamento
com qualquer pessoa que seja.
 Não podem casar os ascendentes com
os descendentes até o infinito, em se
tratando de parentesco natural ou civil.
(O impedimento decorre de parentesco
sanguíneo).
 Não podem casar os colaterais até
terceiro grau, (impedimentos decorrente
de parentesco consanguíneo).
 São proibidos casamentos entre tios e
sobrinhas, tias e sobrinhos, que são
colaterais de terceiro grau, casamento
que se denomina avuncular. O
casamento avuncular é tratado pela Lei
nº 3.200/1941, ainda em vigor.
 Não podem casar os afins em linha
reta, impedimento decorrente de
parentesco por afinidade.
 Não podem casar o adotante com quem
foi cônjuge do adotado e o adotado
com quem foi o adotante; os
ascendentes e os descendentes em
casos envolvendo adoção; o adotado
com o filho do adotante. Impedimentos
em decorrência do parentesco civil
formado pela adoção.
 Não podem casar as pessoas casadas.
Impedimento decorrente de vínculo
matrimonial. A pessoa casada não pode
contrair matrimônio com quem quer que
seja. Consagrado o princípio da
monogamia.
 - Não podem casar o cônjuge
sobrevivente com o condenado por
homicídio ou tentativa de homicídio
contra o seu consorte. Impedimento
decorrente de crime.
 O CC/2002, não mais recepcionou
disposição do CC/1916 que previa o
impedimento no caso de cônjuge adúltero
com o seu co-réu, por tal condenado.
 Os impedimentos matrimoniais acima
dispostos causam nulidade absoluta
do casamento, consoante dispõe o art.
1548, II do CC/2002.
 Causa suspensiva para o casamento:
 As causas suspensivas do casamento possuem
uma menor gravidade, ocorrem no mais das vezes
para impedir confusão patrimonial, envolvendo
ordem privada
 Nesse sentido, as causas suspensivas para o
casamento previstas em nosso CC/2002, art. 1523,
são senão vejamos:
 Viúvo ou viúva que tiver filho do
cônjuge falecido enquanto não
fizer o inventário dos bens do
casal com a respectiva partilha,
o que visa evitar confusão
patrimonial.
 Inventário Negativo, lei nº
11.441/2007;
 hipoteca legal a favor dos filhos
sobre os bens imóveis dos pais
que contraírem novas núpcias
antes de realizarem o inventário
do cônjuge falecido.
 Viúva ou a mulher cujo
casamento se desfez por
nulidade absoluta ou relativa até
dez meses depois do começo da
viuvez ou da dissolução da
sociedade conjugal. Art. 1523 do
CC/2002
 - O divorciado enquanto não
houver sido homologada ou
decidida a partilha dos bens do
casal, o que também visa evitar
confusões quanto ao
patrimônio.
 - Tutor e o Curador, bem como
seus parentes (descendentes,
ascendentes, irmãos, cunhados
ou sobrinhos) com a pessoa
tutelada ou curatelada enquanto
não cessada a tutela ou
curatela, ou não estiverem
saldadas as respectivas contas
prestadas.

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