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A Teoria das Ideias

e a Justiça em
Platão

portfólio de filosofia - Liege Caetano Kupski


introdução

Platão é um dos filósofos gregos mais importantes para o pensamento


filosófico, sendo a base de inúmeras teorias posteriores. Suas
ideias estão interligadas com as de Sócrates, por seus livros serem
os únicos registros dele.
As teorias de Platão condizem entre si, sendo interligadas e
formando o pensamento platônico. Duas de suas mais importantes teses
são a Teoria das Ideias e sua definição de Justiça, sendo estas
discutivelmente as mais interligadas.
a razão e os sentidos

A base da teoria platônica está na concepção de que a razão é


superior aos sentidos.
Para o filosofo, basear suas ações nos seus sentidos significa agir
impulsivamente para satisfazer seus desejos. A explicação da
importância da racionalidade em Platão vem com sua teoria das
ideias, que afirma que a razão e a lógica são a única forma de se
aproximar da verdade e agir de forma justa.
a natureza dos objetos
A teoria das ideas tem como pilar o entendimento de que não é possível
definir a natureza de um objeto, não há como definir o conceito de
algo, apenas descrever um exemplo, ou então a funcionalidade deste

exemplo

No imaginário popular temos o conceito de faca, mas ao tentar


descrever o que caracteriza uma faca como tal e não outro
objeto, encontramos um dilema:
uma faca é um objeto cortante então o que a faz diferente de uma espada?
possui um cabo de madeira e sua uma faca feita de pedra não é uma faca?
lâmina é feita de metal
possui um formato específico esse formato é subvertido em diversas facas
o mundo das ideias
Ao tentar definir a real natureza de um conjunto de objetos, sempre
nos prenderemos a objetos particulares, pois estes são descritíveis,
mas a ideia em nossas mentes expressa pela palavra não pode ser
descrita.
A partir disso Platão afirma que a ideia e o objeto particular não
são a mesma coisa, o objeto sendo apenas uma reiteração finita e
específica da ideia. O objeto então parte da ideia, uma copia desta,
e para Platão os conceitos não se localizam no mundo material e sim
em um mundo além dos sentidos, onde a forma completa de uma ideia
permanece, infinita e sem defeitos. O ser humano conecta o conceito
com o particular por meio da palavra, que carrega o significado e
nos permite classificar coisas.
a razão e a felicidade
A convicção de que o mundo material é preenchido por cópias de
ideias perfeitas em um outro plano imaterial é o que justifica a
importância da razão, pois também sendo um conceito imaterial e não
dependente do mundo material imperfeito, como os sentidos
fundamentalmente falhos, a racionalidade é capaz de se aproximar da
verdade presente no mundo das ideias.

É pela razão também que se alcança a felicidade humana para o


filósofo. A felicidade para Platão depende de uma sociedade onde se
pratica o bem, uma comunidade justa, e a justiça depende da
racionalidade humana e do conhecimento da verdade.
a natureza humana

Uma sociedade harmônica e feliz depende da prática do bem por seus


participantes. Tal julgamento abre espaço para o questionamento
sobre a natureza humana: o homem sem ser movido por pressão social,
pela moral de sua pólis, é bom e justo?
Platão defende em seu livro A República que o ser humano é em
essência bom, e todo erro que comete provém da ignorância. Para ele,
as polis existentes eram injustas pois não havia harmonia da alma,
atingida pelo cumprimento de todas as funções por todos presentes e
pela busca pela verdade. Portanto, seria possível uma sociedade
justa e boa, assim como seria possível atingir harmonia absoluta e
imutável, por meio do conhecimento da verdade.
a justiça e a verdade

Se a harmonia da alma e uma sociedade justa são dependentes da busca


e conhecimento da verdade, o desequilíbrio, a injustiça, tem sua
origem na ignorância, na falta de conhecimento da verdade.

A justiça é para Platão algo absoluto, sem excessões, perfeita e


imutável, assim como todas as ideias e valores no mundo
suprasensível, e dependente destas. Logo a forma de acessá-la é
também pela racionalidade. Ao conhecer os conceitos e virtudes,
também conhece-se a justiça.
a justiça e a verdade

A justiça aqui se refere mais ao equilíbrio entre valores e


significados do que à punição e condecoração, e o argumento do
filósofo é de que após conhecer a verdade é ilógico errar nos
parâmetros de atrelação de objetos a seus conceitos e virtudes. Após
conhecer o real conceito das coisas e acessar as ideias perfeitas o
ser humano não erra, tendo conhecimento do equilíbrio de valores e
palavras é irracional intencionalmente desfazer ou adulterar este
equilíbrio.
Tendo acessado a justiça a razão do homem o impede de ser injusto.
a justiça e a verdade

A relação da justiça e a verdade então se da por serem


intrinsecamente ligadas, perfeitas e imutáveis, acessadas pela
racionalidade humana. Quando se possui conhecimento da verdade, das
ideias e conceitos, não se é injusto para com estes.
É aqui também que se situa a conexão entre a Teoria das Ideias e a
Justiça de Platão. A justiça é o equilíbrio absoluto entre as
ideias, os objetos e seus valores e compreensões. Tendo conhecimento
total e verdadeiro destes o ser humano deixa de ser injusto, deixa
de mal interpretar e agir erroneamente, assim a justiça humana é
dependente da razão e do conhecimento das verdades presentes no
mundo suprassensível.
imagens de fundo retiradas do jogo Scorn

obrigada pela
atenção

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