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PREFEITURA MUNICIPAL DE ALEXÂNIA/GO

CURSO DE FORMAÇÃO PROFISSIONAL

AUDITOR FISCAL DE
TRIBUTOS MUNICIPAIS
ALEXÂNIA – GO 2024

AUDITOR FISCAL DE TRIBUTOS MUNICIPAIS.

• OBJETIVO DO CURSO: O objetivo do curso é capacitar os Auditores Fiscais


de Tributos Municipais para uma atuação eficaz e ética na fiscalização
tributária municipal. O curso visa fornecer conhecimentos aprofundados
sobre o Código Tributário Municipal, técnicas de lavratura de autos de
infração, gestão de créditos tributários, e procedimentos administrativo-
fiscais.

Introdução

Seja bem-vindo ao curso especializado destinado aos Auditores Fiscais de Tributos


Municipais. Este programa foi meticulosamente desenvolvido para proporcionar
aos profissionais da área fiscal uma compreensão robusta e abrangente das
responsabilidades e técnicas essenciais para uma atuação eficaz e ética na
fiscalização tributária municipal.

Nosso objetivo principal é equipar você, auditor fiscal, com o conhecimento


profundo do Código Tributário Municipal e das melhores práticas em
procedimentos administrativo-fiscais. Durante as 20 horas de curso, você terá a
oportunidade de mergulhar em estudos detalhados sobre as competências
tributárias municipais, técnicas avançadas de auditoria, gestão de créditos
tributários, e muito mais.

Cada módulo foi cuidadosamente planejado para garantir não apenas o


entendimento teórico, mas também a aplicação prática das normas e
procedimentos tributários. Isto inclui desde a análise da estrutura do Código
Tributário até a execução de procedimentos de auditoria e cobrança fiscal. Além
disso, um foco especial será dado à ética profissional e à educação tributária,
visando fortalecer a transparência e a integridade no exercício de suas funções.

Prepare-se para uma jornada de aprendizado que irá transformar sua capacidade
de atuar no cenário fiscal municipal, promovendo não apenas o desenvolvimento
de suas competências, mas também contribuindo para a justiça e eficiência da
arrecadação tributária em nosso município. Este curso é um passo essencial em
sua carreira, preparando-o para enfrentar e superar os desafios da fiscalização
tributária com confiança e competência.

Disciplina 1: Fundamentos do Sistema Tributário e Auditoria Fiscal

Parte 1: Introdução ao Sistema Tributário Municipal (5 horas)

1. Conceitos Básicos de Tributação

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• Definição e Função dos Tributos: Introdução aos diferentes tipos de
tributos (impostos, taxas e contribuições) e suas funções econômicas e
sociais.

Tributos são essenciais para a sociedade e desempenham um papel crucial


na administração pública. Eles são cobranças obrigatórias que os governos
impõem para arrecadar receitas financeiras. Estas receitas são essenciais para
financiar diversas funções públicas, incluindo infraestrutura, saúde, educação,
segurança, entre outras.

Na base dos tributos estão os impostos, que são cobrados sem que haja
uma contraprestação direta de serviços pelo estado. Eles são calculados
geralmente como uma porcentagem do rendimento das pessoas físicas e
jurídicas, ou sobre o valor de bens e serviços transacionados.

As taxas, outro tipo fundamental de tributo, são cobranças que têm uma
contraprestação direta de serviços pelo estado. Elas são impostas para custear
serviços públicos específicos ou a utilização efetiva de serviços públicos, tais
como coleta de lixo, emissão de documentos e inspeção sanitária.

As contribuições, por sua vez, são tributos cobrados para financiar


atividades específicas que beneficiam categorias particulares de contribuintes,
como a contribuição para o financiamento da seguridade social (COFINS) e a
contribuição sobre o lucro líquido (CSLL).

Economicamente, os tributos têm a função de prover ao estado os meios


necessários para realizar investimentos e prover serviços que são essenciais para
a estruturação e funcionamento da economia. Sem tributos, o governo não teria
como construir infraestruturas ou manter a ordem pública.

Socialmente, os tributos são instrumentos de redistribuição de riqueza. Por


meio de políticas fiscais progressivas, onde cidadãos com maior capacidade
econômica pagam mais impostos, o estado pode redistribuir essa receita para
áreas e pessoas que necessitam de maior suporte financeiro.

Os impostos, em particular, são desenhados para serem neutros


economicamente, o que significa que não devem distorcer as decisões
econômicas e de investimento. No entanto, na prática, diferentes tipos de
impostos podem influenciar o comportamento econômico e as decisões
empresariais.

As taxas, ao serem vinculadas a serviços específicos, proporcionam ao


governo a capacidade de medir a utilização dos serviços e ajustar a oferta
conforme a demanda. Este vínculo direto entre pagamento e serviço recebido
fortalece a aceitação pública dos tributos.

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As contribuições são especialmente importantes para financiar sistemas
que beneficiam grupos específicos, como o sistema de aposentadorias e
pensões, que é financiado pelas contribuições previdenciárias dos trabalhadores
e empresas.

A complexidade do sistema tributário varia conforme o país e a estrutura


governamental. Em países federativos, como o Brasil, existem tributos federais,
estaduais e municipais, cada nível de governo com sua competência tributária
definida pela Constituição.

O princípio da legalidade é um dos mais importantes no direito tributário. Ele


estabelece que nenhum tributo pode ser cobrado sem que haja uma lei que o
institua ou aumente. Isso garante que os cidadãos só sejam obrigados a pagar o
que foi previamente aprovado por seus representantes legislativos.

Além do princípio da legalidade, o sistema tributário é regido pelo princípio


da igualdade ou isonomia, o qual assegura que contribuintes que se encontram
em situação equivalente paguem de forma similar, evitando tratamentos
desiguais e injustos.

O princípio da capacidade contributiva é outro pilar do sistema tributário.


Este princípio assegura que os cidadãos contribuam para a manutenção do
estado de acordo com sua capacidade econômica, ou seja, quem ganha mais,
paga mais.

Um sistema tributário eficiente é aquele que consegue arrecadar os


recursos necessários para o governo com o menor custo econômico possível e
que seja capaz de ajustar-se às mudanças na economia e na sociedade.

Tributos também têm um papel regulatório importante. Por exemplo,


impostos sobre cigarros e bebidas alcoólicas são usados para desencorajar o
consumo desses produtos devido aos seus efeitos negativos sobre a saúde.

A eficácia da cobrança de tributos é essencial para a credibilidade do


sistema fiscal. Uma administração tributária eficiente deve garantir que os
tributos sejam cobrados de forma justa e com o menor grau de evasão possível.

A transparência na gestão dos recursos arrecadados através dos tributos é


vital para manter a confiança pública no sistema tributário. O público deve ter
acesso claro às informações sobre como os recursos são coletados e utilizados.

Reformas tributárias são muitas vezes necessárias para adaptar o sistema


às novas realidades econômicas e sociais. Essas reformas podem simplificar a
legislação, melhorar a eficiência na arrecadação, e tornar o sistema mais justo.

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A tecnologia tem um papel crescente na administração tributária,
facilitando tanto a vida do contribuinte quanto a eficácia da coleta de tributos.
Sistemas eletrônicos de declaração e pagamento, por exemplo, têm reduzido
significativamente os custos de conformidade para os contribuintes.

O debate sobre a equidade do sistema tributário é constante. Questões


como a carga tributária sobre a classe média, a efetividade dos impostos sobre o
capital e as grandes fortunas são frequentemente discutidas em muitas
sociedades.

A internacionalização da economia traz desafios adicionais para a


tributação, especialmente no que tange à tributação de empresas multinacionais
e a combate à evasão fiscal internacional.

Incentivos fiscais são frequentemente utilizados como ferramenta para


promover o desenvolvimento econômico regional e setorial. No entanto, esses
incentivos devem ser bem planejados para evitar distorções econômicas e
garantir que proporcionem os benefícios desejados.

A educação fiscal é um componente crucial para um sistema tributário


saudável. Ensinar os cidadãos sobre a importância dos tributos e como eles são
utilizados pode aumentar a conscientização cívica e reduzir a evasão fiscal.

Conflitos tributários entre diferentes níveis de governo podem surgir em


sistemas federativos complexos. A coordenação entre os diferentes níveis é
essencial para evitar a duplicação de impostos e garantir uma tributação eficiente.

Os desafios da tributação digital estão crescendo, à medida que mais


empresas operam online e transnacionalmente. Isso requer novas abordagens e
cooperação internacional para garantir uma tributação justa e eficaz.

O equilíbrio entre eficiência e equidade é um dos principais desafios do


sistema tributário. Encontrar formas de arrecadar os recursos necessários para o
governo de forma eficiente, sem sobrecarregar desproporcionalmente qualquer
segmento da população, continua sendo um objetivo central da política fiscal.

Tributos sobre o consumo, como o ICMS e o IVA, são importantes fontes de


receita, mas também são regressivos, pois tendem a consumir uma porcentagem
maior da renda das famílias de baixa renda. Isso levanta questões importantes
sobre a estrutura tributária ideal.

A evasão fiscal é um problema significativo que reduz a eficácia do sistema


tributário. Combater a evasão exige uma combinação de rigor na aplicação da lei,
cooperação internacional e sistemas de informação eficientes.

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A pandemia de COVID-19 destacou a importância da flexibilidade no
sistema tributário, com muitos governos implementando medidas temporárias de
alívio tributário para ajudar indivíduos e empresas a lidar com as consequências
econômicas.

Finalmente, o futuro do sistema tributário dependerá de sua capacidade de


adaptar-se às mudanças tecnológicas, econômicas e sociais. Manter um sistema
tributário que seja justo, eficiente e adaptável é essencial para o bem-estar
econômico e social de qualquer país.

• Princípios Constitucionais Tributários: Exploração dos princípios de


legalidade, igualdade, capacidade contributiva, entre outros, conforme
estabelecido na Constituição Federal.

Os princípios constitucionais tributários são fundamentos jurídicos que


orientam a criação, a cobrança e a administração dos tributos no Brasil,
estabelecidos pela Constituição Federal para garantir justiça fiscal e respeito aos
direitos fundamentais dos cidadãos.

O princípio da legalidade é um dos mais importantes na legislação


tributária. Estabelece que nenhum tributo pode ser cobrado ou aumentado sem
que uma lei o estabeleça. Isso protege o cidadão contra abusos do poder de tributar
do Estado e assegura a previsibilidade e a segurança jurídica.

O princípio da igualdade ou isonomia tributária assegura que


contribuintes que se encontrem em situações equivalentes paguem de forma
similar, impedindo tratamentos desiguais e injustos. Este princípio visa evitar
distorções econômicas e sociais provocadas pelo sistema tributário.

A capacidade contributiva é outro princípio fundamental, que sustenta


que os cidadãos devem contribuir para as despesas estatais de acordo com suas
possibilidades econômicas. Esse princípio é essencial para garantir que a carga
tributária seja distribuída de forma mais equitativa.

O princípio da anterioridade garante que nenhum tributo será cobrado


no mesmo ano fiscal em que a lei que o instituiu ou aumentou tenha sido publicada.
Isso dá aos contribuintes tempo suficiente para se prepararem para novas
obrigações tributárias.

Complementando a anterioridade, o princípio da noventena especifica


que certos tributos não podem ser cobrados antes de noventa dias após a
publicação da lei que os criou ou modificou, o que oferece um prazo adicional para
adaptação.

O princípio da irretroatividade assegura que uma lei tributária não pode


cobrar tributos de fatos geradores ocorridos antes de sua vigência. Isso protege os
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contribuintes contra alterações legislativas que poderiam penalizar ações
passadas, já em conformidade com a legislação anterior.

Outro princípio relevante é o da uniformidade geográfica, que impõe que


a União não pode instituir tributos que não sejam uniformes em todo o território
nacional ou que impliquem distinção ou preferência em relação a um estado, ao
Distrito Federal ou a municípios.

O princípio da vedação do confisco assegura que a tributação não será


utilizada como forma de confisco. Isto é, os tributos não devem ter caráter punitivo
ou ser tão elevados a ponto de representar uma expropriação indireta de
propriedade.

A liberdade de tráfego de pessoas e bens, protegida pelo princípio da


não-diferenciação tributária, proíbe que entidades federativas instituam impostos
que possam criar barreiras econômicas ao livre trânsito de mercadorias e serviços
entre as regiões.

O princípio da transparência fiscal, embora mais recente, é essencial


para garantir que os cidadãos compreendam a carga tributária e como os recursos
são utilizados. Este princípio está relacionado com a responsabilidade fiscal e com
a gestão democrática dos recursos públicos.

A seletividade e a essencialidade são princípios aplicados


especificamente em tributos sobre o consumo, como o ICMS e o IPI. Eles
determinam que produtos considerados essenciais devem ser tributados com
alíquotas menores, enquanto itens de luxo podem sofrer tributação mais elevada.

A progressividade é um princípio utilizado principalmente no IR (Imposto


de Renda) e no IPTU, permitindo que as alíquotas aumentem conforme a
capacidade econômica do contribuinte, o que reforça o conceito de justiça fiscal e
capacidade contributiva.

O princípio da função socioambiental da tributação é uma noção mais


moderna, que considera a possibilidade de utilização do sistema tributário como
um instrumento para a promoção de objetivos ambientais e sociais, como a
sustentabilidade e a redução de desigualdades.

O princípio da não cumulatividade, aplicável a impostos como IPI e


ICMS, previne a repetição de incidência do mesmo imposto sobre uma mesma
cadeia produtiva, permitindo que o contribuinte desconte o valor pago nas etapas
anteriores.

A administração tributária deve respeitar o princípio da eficiência,


buscando sempre maximizar a relação custo-benefício na arrecadação dos

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tributos. Isso implica minimizar tanto o custo de conformidade para os
contribuintes quanto os custos administrativos para o Estado.

A responsabilidade pelo pagamento do tributo, segundo o princípio da


responsabilidade tributária, pode não recair apenas sobre o contribuinte de direito,
mas também sobre terceiros relacionados ao fato gerador da obrigação tributária,
configurando a substituição tributária.

O princípio da publicidade dos atos tributários assegura que todas as


leis, decretos e regulamentações tributárias sejam publicados oficialmente antes
de sua entrada em vigor, garantindo que todos os contribuintes tenham
conhecimento das regras fiscais vigentes.

A equidade horizontal e vertical são conceitos associados à capacidade


contributiva. A equidade horizontal diz que contribuintes em situações econômicas
similares devem pagar o mesmo montante em tributos, enquanto a equidade
vertical sugere que quem tem mais deve contribuir proporcionalmente mais.

O princípio da generalidade indica que o tributo deve alcançar todas as


pessoas que se enquadrem na situação prevista pela norma, sem privilégios ou
isenções que não se justifiquem por critérios objetivos e racionais, garantindo a
abrangência e a universalidade da tributação.

A neutralidade tributária propõe que os tributos não devem interferir nas


decisões econômicas dos contribuintes ou distorcer o mercado, visando manter a
eficiência econômica e a concorrência leal.

O princípio da simplicidade busca simplificar o sistema tributário de


modo que sua compreensão e seu cumprimento sejam acessíveis tanto para os
contribuintes quanto para a administração pública, reduzindo a complexidade e os
custos associados.

O princípio da autonomia municipal ressalta a importância da


autonomia dos municípios para instituir e cobrar tributos dentro de suas
competências, conforme definido na Constituição, fortalecendo o federalismo
fiscal.

A proporcionalidade, que se relaciona com a capacidade contributiva,


assegura que os tributos sejam proporcionais à riqueza dos contribuintes, evitando
excessos que possam caracterizar confisco ou ineficiência econômica.

O princípio da proibição de tributos interterritoriais impede que uma


unidade da federação institua tributos sobre a circulação de mercadorias, serviços
ou pessoas de outra unidade, promovendo a integração econômica nacional.

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A uniformidade tributária exige que tributos de competência federal
sejam uniformes em todo o território nacional, garantindo um tratamento igualitário
para todos os cidadãos, independentemente da localização geográfica.

O princípio da não afetação estipula que tributos não podem ser


vinculados a órgãos, fundos ou despesas específicas, com exceções previstas na
própria Constituição, como a vinculação de recursos para saúde e educação.

A vedação ao efeito confiscatório dos tributos garante que a tributação


não deve ser utilizada como instrumento de expropriação de patrimônio, mantendo
a propriedade privada protegida contra taxações excessivas.

O princípio da personalidade tributária enfatiza que o sistema tributário


deve considerar as características pessoais do contribuinte, adaptando-se para
refletir capacidades e situações pessoais específicas, como em casos de
necessidades especiais.

Finalmente, o princípio da praticabilidade assegura que a legislação


tributária deve ser prática e exequível, facilitando a administração dos tributos
tanto para o Estado quanto para o contribuinte, evitando processos burocráticos
desnecessários que poderiam impedir a eficaz arrecadação e gestão tributária.

2. Estrutura do Código Tributário Municipal

A estrutura do Código Tributário Municipal de Alexânia, Goiás, é um componente


crucial para a governança fiscal da cidade, delineando as normas que regem a
tributação local. Este código é essencial tanto para definir os tributos que são
devidos ao município quanto para detalhar as regras de sua cobrança, fiscalização
e administração. Entender sua estrutura é fundamental para todos os envolvidos
com o sistema tributário, seja como contribuintes, profissionais da área fiscal ou
jurídica.

Em Alexânia, o Código Tributário Municipal é elaborado para atender às


necessidades específicas da comunidade e para alinhar-se às diretrizes
constitucionais brasileiras, bem como às legislações estadual e federal
pertinentes. Ele inclui impostos diretos, como o IPTU (Imposto Predial e Territorial
Urbano) e o ITBI (Imposto sobre Transmissão de Bens Imóveis), além de impostos
indiretos, como o ISSQN (Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza). O código
também abrange taxas pela prestação de serviços públicos e contribuições de
melhoria resultantes de obras públicas que valorizam imóveis privados.

Analisar detalhadamente a estrutura do Código Tributário Municipal de Alexânia é


crucial para compreender como o município administra seus recursos financeiros
e como financia os serviços e infraestruturas essenciais para a comunidade local.

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Este estudo não só proporciona um entendimento técnico sobre a legislação
tributária em Alexânia, mas também permite avaliar suas implicações práticas,
políticas e sociais, que são fundamentais para promover a cidadania fiscal e o
desenvolvimento sustentável da cidade.

Comentários da LEI COMPLEMENTAR N.º 006 DE 24 DEZEMBRO DE 2014.

Código Tributário do Município de Alexânia – GO

Artigo 1º: Este artigo estabelece o Código Tributário do Município de Alexânia como
a lei que disciplina as regras tributárias locais. Ele serve como a base legal para a
cobrança de tributos municipais e a regulamentação da atividade fiscal do
município. O artigo também implica que o Código é responsável por estruturar a
relação entre a administração fiscal municipal e os contribuintes, abordando
aspectos desde a definição de tributos até as práticas de administração tributária.

Artigo 2º: Este artigo enfatiza a integração e a subordinação do Código Tributário


Municipal às normas mais amplas estabelecidas no sistema tributário nacional. Ele
declara que as operações tributárias no município de Alexânia devem respeitar não
apenas as leis locais, mas também seguir as diretrizes estabelecidas pela
Constituição Federal, pelo Código Tributário Nacional, por leis complementares
federais, resoluções do Senado Federal e legislação estadual de Goiás. Este artigo
garante que a tributação municipal esteja alinhada com os padrões e obrigações
legais em todos os níveis de governo, proporcionando uma base legal coerente e
harmonizada para a administração tributária de Alexânia. Ele também destaca a
importância da Lei Orgânica Municipal no contexto tributário, servindo como a
referência principal para questões fiscais no âmbito municipal, e reconhece a
possibilidade de modificações futuras por legislação complementar, o que permite
atualizações e adaptações conforme necessário.

Art. 3º. Este artigo define o escopo da "legislação tributária municipal" de Alexânia,
que inclui todas as leis, decretos, instruções normativas e súmulas administrativas
vinculantes que se referem aos tributos de competência do município e às relações
jurídicas pertinentes a esses tributos. Ele estabelece claramente quais
documentos formam a base da legislação tributária, assegurando que tanto os
administradores quanto os contribuintes saibam quais textos legais consultar para
questões tributárias.

Art. 4º. Este artigo detalha as prerrogativas exclusivas da lei no âmbito da


tributação municipal. Somente a lei pode instituir ou extinguir tributos, alterar
alíquotas, definir o fato gerador e o sujeito passivo da obrigação tributária, entre
outras competências fundamentais. Este é um princípio de segurança jurídica que
impede mudanças arbitrárias na tributação sem o devido processo legislativo. O

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parágrafo único amplia essa regulação ao definir que atos normativos, decisões
administrativas, consultas e convênios são complementos às leis e decretos,
guiando a interpretação e aplicação da lei sem sobrepujá-la.

Art. 5º. Esclarece que a atualização monetária dos elementos quantitativos de um


tributo não constitui uma majoração do mesmo. Isso significa que a correção de
valores de tributos de acordo com índices de inflação, por exemplo, não é
considerada um aumento de tributo. A atualização é autorizada a ser feita
anualmente por decreto do Chefe do Poder Executivo, garantindo que os tributos
mantenham seu valor real ao longo do tempo sem necessidade de nova legislação.

Art. 6º. Este artigo delega ao Chefe do Poder Executivo e ao Secretário(a) de


Finanças de Alexânia a autoridade para regulamentar as leis tributárias municipais.
Isso inclui a obrigação de seguir as normas constitucionais, o Código Tributário
Nacional e outras leis municipais pertinentes. Os regulamentos devem respeitar os
limites das leis que os originaram, não podendo tratar de matéria não prevista em
lei, alterar leis existentes ou interpretá-las de forma a modificar seu alcance.
Qualquer decreto novo que regule matéria já abordada por ato normativo anterior
suspende a eficácia deste último.

Art. 7º. Trata dos princípios da anterioridade e da noventena, que garantem que
nenhum tributo será cobrado ou aumentado sem que haja um período suficiente
após a publicação da lei para que os contribuintes possam se preparar para as
mudanças. Este artigo assegura que as alterações tributárias sejam previsíveis e
não surpreendam os contribuintes, além de estipular que reduções ou extinções de
benefícios fiscais também devem obedecer a esses princípios, garantindo tempo
adequado para adaptação tanto pelos contribuintes quanto pela administração
tributária municipal.

Art. 8º define uma série de imunidades tributárias que o Município de Alexânia deve
respeitar, alinhando-se às diretrizes constitucionais para garantir que certas
entidades e atividades sejam isentas de tributação. As imunidades têm o intuito de
proteger interesses superiores como a liberdade religiosa, a promoção da cultura e
a assistência social. Vamos explorar cada item e parágrafo deste artigo
detalhadamente:

Inciso I proíbe o município de impor tributos que restrinjam o livre trânsito de


pessoas ou bens entre municípios, garantindo a livre circulação, que é um direito
constitucional.

Inciso II estabelece que não se pode cobrar pedágio em vias mantidas pelo poder
público. Isso assegura que as estradas municipais sejam acessíveis sem custos
adicionais para a comunidade.

Inciso III detalha várias categorias de imunidade de impostos municipais:


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• a) Instituições políticas e administrativas (União, Estados, DF, e outros
Municípios), evitando a sobreposição fiscal entre diferentes níveis de
governo.

• b) Templos religiosos de qualquer culto, protegendo a liberdade religiosa.

• c) Entidades sem fins lucrativos, como partidos políticos, sindicatos,


instituições educacionais e de assistência social, fomentando atividades de
interesse público.

• d) Materiais de leitura e culturais como livros e jornais, incentivando a


educação e disseminação de informação.

• e) Produções musicais brasileiras, promovendo a cultura nacional.

§ 1º estende a imunidade tributária para todas as entidades governamentais e suas


extensões, incluindo autarquias e fundações, mas exclui empresas públicas e
sociedades de economia mista que realizem atividades econômicas em condições
de mercado.

§ 2º esclarece que a imunidade não se aplica a empresas públicas e sociedades de


economia mista que atuem no mercado cobrando por seus serviços, como é típico
em setores competitivos.

§ 3º detalha as condições sob as quais os templos de qualquer culto podem gozar


de imunidade tributária, exigindo comprovação de que atendem a certos critérios
organizacionais e de operação sem fins lucrativos.

§ 4º aplica critérios similares aos partidos políticos, sindicatos e instituições


educacionais e de assistência social, garantindo que estas entidades usem seus
recursos exclusivamente para seus objetivos institucionais e mantenham uma
contabilidade precisa.

§ 5º limita as imunidades do § 3º e § 4º ao patrimônio, renda e serviços que estejam


diretamente relacionados com as finalidades essenciais das entidades.

§ 6º permite que as rendas obtidas de atividades não essenciais, como aluguéis,


sejam imunes se forem utilizadas para sustentar as finalidades institucionais da
entidade.

§ 7º adiciona um requisito de acesso geral para o reconhecimento da imunidade de


entidades de assistência social, sublinhando que os serviços devem ser acessíveis
a todos, sem exigência de contrapartidas.

§ 8º especifica que a imunidade para livros, jornais e periódicos não se estende à


sua impressão e distribuição, exceto para o papel usado na impressão e os filmes
fotográficos.

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Este artigo é um exemplo de como as normas tributárias podem ser utilizadas para
apoiar políticas públicas, garantindo suporte fiscal a atividades e entidades que
promovem valores sociais, culturais e educacionais fundamentais para a
sociedade.

Art. 9º Este artigo estabelece a abrangência e a aplicabilidade da legislação


tributária no município de Alexânia. Ele confirma que a lei tributária municipal é
efetiva em todo o território do município e que a relação jurídica tributária se
estabelece no momento em que ocorre o ato ou fato gerador do tributo, a menos
que a lei especifique de forma diferente. Isso assegura que os eventos tributáveis
sejam tratados de acordo com a legislação vigente no momento de sua ocorrência,
proporcionando clareza e previsibilidade tanto para o fisco quanto para os
contribuintes.

Art. 10 Este artigo trata da vigência das leis tributárias, especificando diferentes
tempos e condições sob os quais as leis e regulamentos começam a ter efeito legal:

• Inciso I estabelece que as leis que instituem ou aumentam tributos, assim


como aquelas que modificam a incidência de tributos já existentes, entram
em vigor no primeiro dia do ano fiscal seguinte, desde que tenham sido
publicadas pelo menos noventa dias antes. Esta disposição segue o
princípio da anterioridade, que visa dar tempo suficiente para que os
contribuintes se adaptem às novas exigências fiscais.

• Inciso II afirma que os atos normativos emitidos pelas autoridades


administrativas entram em vigor na data de sua publicação, permitindo uma
implementação imediata das diretrizes administrativas.

• Inciso III determina que as decisões dos órgãos administrativos que têm
efeitos normativos começam a valer trinta dias após a notificação aos
interessados, oferecendo um período para adaptação e preparação.

• Inciso IV menciona que as respostas às consultas tributárias tornam-se


efetivas na data em que a circular relacionada é publicada pela autoridade
fiscal competente, garantindo que todos os contribuintes tenham acesso à
mesma informação de maneira simultânea.

• Inciso V aponta que os convênios entre municípios ou com outras esferas


de governo começam a vigorar conforme especificado nos próprios
documentos, permitindo flexibilidade e coordenação entre as entidades
participantes.

Art. 11 Este artigo detalha as responsabilidades administrativas associadas ao


manejo dos tributos municipais em Alexânia. Ele confere ao Departamento
Tributário da Secretaria da Fazenda e Planejamento a competência para realizar

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todas as funções essenciais de administração tributária, incluindo cadastramento,
lançamento, cobrança e fiscalização de tributos, além da aplicação de sanções por
infrações e medidas contra fraudes. A integração dessas funções dentro de um
único departamento visa aumentar a eficiência e a coesão na administração
tributária, assegurando que a legislação tributária seja aplicada de forma justa e
eficaz.

Art. 12 Define formalmente os órgãos responsáveis pela administração tributária no


município como "Fisco" ou "Fazenda Pública Municipal". Este artigo estabelece a
identidade institucional desses órgãos, proporcionando clareza tanto para os
servidores municipais quanto para os contribuintes sobre quem são as entidades
responsáveis pela gestão dos tributos locais.

Art. 13 Aborda a interação dos órgãos fiscais com os contribuintes, enfatizando a


necessidade de fornecer orientação e assistência técnica. Este artigo reconhece
que além de suas funções fiscalizadoras, os órgãos tributários devem também
desempenhar um papel educativo, ajudando os contribuintes a compreender e
cumprir a legislação tributária. O parágrafo único expande essa assistência para o
ambiente virtual, o que facilita o acesso dos contribuintes às informações e
serviços necessários sem a necessidade de deslocamento físico, modernizando o
serviço público e tornando-o mais acessível.

rt. 14 Este artigo reconhece e afirma os direitos e garantias dos contribuintes em


Alexânia, ressaltando que a Administração Fazendária Municipal deve observá-los
em sua totalidade. O texto destaca que esses direitos são apoiados não só pela
legislação local, mas também por normas gerais de direito tributário e pela
Constituição Federal, garantindo uma base ampla e sólida de proteção aos
contribuintes. O parágrafo único deste artigo expande a definição de "contribuinte"
para incluir todos os sujeitos passivos tributários e também terceiros que a
legislação municipal designa como responsáveis tributários, assegurando que a
proteção abarca todos os envolvidos nas obrigações tributárias.

Art. 15 Estabelece os princípios pelos quais a Fazenda Pública Municipal deve


reger-se, enfatizando a importância de operar dentro de um quadro de legalidade e
justiça. A inclusão de princípios como razoabilidade, proporcionalidade,
moralidade, ampla defesa e contraditório serve para assegurar que o tratamento
dos contribuintes seja não apenas legal, mas também justo e ético. Estes princípios
são essenciais para manter a confiança pública na administração tributária e
assegurar que os direitos dos contribuintes sejam protegidos durante os processos
administrativos e judiciais.

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Art. 16 Sublinha a obrigação da Administração Tributária de minimizar os ônus para
os contribuintes, tanto em procedimentos administrativos quanto em processos
judiciais. Este artigo reconhece que os processos tributários podem ser complexos
e onerosos, e impõe à administração a responsabilidade de facilitar esses
processos para os contribuintes. A orientação para que a conduta da administração
seja pautada de modo a assegurar o menor ônus possível é uma demonstração de
compromisso com a eficiência e a responsabilidade fiscal, visando reduzir as
dificuldades que os contribuintes podem enfrentar ao cumprir suas obrigações
tributárias

Art. 17 Este artigo detalha especificamente os direitos dos contribuintes no


Município de Alexânia, garantindo uma interação justa e transparente com a
Administração Fazendária Municipal. Cada inciso é uma garantia de que os
contribuintes serão tratados com equidade e respeito, reforçando a integridade do
processo tributário municipal. Aqui está uma análise detalhada de cada inciso:

Inciso I: Este inciso enfatiza o direito dos contribuintes de serem tratados com
respeito pelas autoridades e servidores municipais. Este tratamento respeitoso
inclui a facilitação por parte dos servidores para que os contribuintes exerçam seus
direitos e cumpram suas obrigações, promovendo uma atmosfera de cooperação.

Inciso II: Garante que os contribuintes tenham acesso a informações sobre o


andamento dos processos administrativos tributários nos quais estejam
envolvidos. Este acesso inclui a visualização, obtenção de cópias e compreensão
das decisões tomadas, fortalecendo a transparência e permitindo que os
contribuintes se mantenham informados sobre questões que afetam diretamente
seus interesses.

Inciso III: Assegura que os contribuintes possam apresentar argumentos e


documentos antes de qualquer decisão ser tomada. Essas contribuições devem
ser consideradas de forma escrita e fundamentada pelo órgão competente, o que
garante um processo decisório justo e informado.

Inciso IV: Estipula o direito dos contribuintes de receberem um comprovante


detalhado quando entregam documentos, livros ou mercadorias para a fiscalização
fazendária, ou quando tais itens são apreendidos. Isso serve para garantir que haja
um registro claro do que foi entregue ou retido, protegendo os interesses do
contribuinte.

Inciso V: Garante que os contribuintes sejam informados sobre os prazos de


pagamento de tributos e multas, bem como sobre possíveis reduções desses
montantes. Isso inclui orientações claras sobre como proceder para efetuar os
pagamentos, simplificando a administração tributária para os contribuintes.

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Inciso VI: Este inciso garante a confidencialidade dos negócios, documentos e
operações dos contribuintes, protegendo suas informações contra divulgação não
autorizada.

Inciso VII: Protege os contribuintes de terem negado, por conta de débitos


tributários pendentes, o direito à emissão de documentos fiscais essenciais para o
desempenho de suas atividades, assegurando que as penalidades por débitos
tributários não impeçam a continuidade das operações comerciais.

Inciso VIII: Assegura que os contribuintes tenham direitos equivalentes aos da


Administração Fazendária no que diz respeito a pagamentos, reembolsos e
atualizações monetárias, promovendo equidade financeira entre o contribuinte e o
poder público.

Seção III: Dos Deveres da Administração Fazendária Municipal

Esta seção do Código Tributário Municipal de Alexânia estabelece obrigações


fundamentais para a Administração Fazendária, assegurando que os processos
tributários sejam justos, transparentes e acessíveis aos contribuintes. Vamos
examinar cada artigo detalhadamente.

Artigo 18 estipula que, exceto pela pontualidade, nenhuma outra condição pode
limitar o direito de impugnar ou recorrer dentro da esfera administrativa.
Especificamente, destaca a proibição de exigir depósitos recursais para processar
litígios tributários, garantindo que os contribuintes possam contestar decisões
fiscais sem barreiras financeiras prévias.

Artigo 19 proíbe práticas que poderiam complicar desnecessariamente a vida dos


contribuintes:

• Inciso I proíbe condicionar a prestação de serviços públicos ao


cumprimento de exigências burocráticas que não estejam claramente
estabelecidas em lei, visando reduzir a burocracia desnecessária.

• Inciso II veda a criação de obrigações tributárias que não estejam


explicitamente previstas na legislação, ou que ultrapassem a competência
da administração municipal.

Artigo 20 determina que os contribuintes sejam formalmente notificados sobre


qualquer ato administrativo que imponha deveres, sanções ou restrições,
garantindo que os contribuintes tenham a oportunidade de responder ou cumprir
adequadamente com as exigências legais.

Artigo 21 exige que o termo de início de qualquer fiscalização defina claramente


seu escopo, vinculando as ações da Administração Fazendária a esses limites

15
específicos para evitar abusos ou mal-entendidos sobre o que está sendo
investigado.

Artigo 22 impõe a necessidade de motivação dos atos administrativos,


especialmente aqueles que afetam direitos ou impõem obrigações. Detalha várias
situações onde a motivação é crucial:

• Decisões que afetam direitos, impõem deveres ou sanções, e decisões


sobre recursos administrativos devem todos ser claramente justificados
com base legal e factual.

• As decisões devem ser explícitas, claras e congruentes, podendo referir-se


a decisões ou pareceres anteriores como parte de sua fundamentação.

Artigo 23 assegura que todas as questões levantadas em processos contenciosos


administrativos, incluindo aquelas de natureza constitucional, sejam examinadas
e decididas pela Administração Fazendária, garantindo uma revisão abrangente e
justa das disputas tributárias.

CAPÍTULO IV: Obrigações Tributárias Seção I: Disposições Gerais

Este capítulo do Código Tributário Municipal de Alexânia detalha as obrigações


tributárias dos contribuintes, distinguindo entre obrigações principais e acessórias
e estabelecendo procedimentos para o cumprimento destas.

Artigo 24 define e distingue dois tipos de obrigações tributárias:

• Obrigação Principal: Esta é a obrigação de pagar o tributo ou penalidade


pecuniária. Ela nasce com a ocorrência do fato gerador, que é o evento
definido em lei como necessário para criar a obrigação tributária. A extinção
da obrigação principal ocorre junto com o crédito tributário decorrente, que
é satisfeito através do pagamento do tributo ou quando a administração
tributária concede uma remissão ou quando ocorre a prescrição.

• Parágrafo 1º reitera que a obrigação principal se extingue juntamente com o


crédito tributário.

• Obrigação Acessória: Originada pela legislação tributária, esta obrigação


não envolve diretamente o pagamento de tributos, mas sim ações ou
procedimentos que o contribuinte deve realizar, como manter registros,
emitir notas fiscais ou apresentar declarações. Estas obrigações existem
para assegurar a eficácia do lançamento, cobrança e fiscalização dos
tributos.

• Parágrafo 2º destaca que a obrigação acessória é criada para facilitar a


administração tributária.

16
• Parágrafo 3º explica uma regra importante: se a obrigação acessória não for
cumprida, isso gera automaticamente uma obrigação principal no que diz
respeito à penalidade pecuniária. Em outras palavras, a falha em cumprir
uma obrigação acessória resulta em multa.

Artigo 25 trata dos prazos para o cumprimento das obrigações tributárias:

• Este artigo estipula que, na ausência de um prazo específico previsto pela


legislação para o cumprimento de uma obrigação tributária, o contribuinte
será intimado a cumprir a obrigação dentro de um prazo de 20 dias.

• Após esse período, se o contribuinte não cumprir a obrigação, a


Administração Tributária tomará as medidas punitivas ou corretivas
previstas na legislação.

Seção II: Fato Gerador

Esta seção do Código Tributário do Município de Alexânia detalha a concepção do


fato gerador tanto para obrigações tributárias principais quanto acessórias,
estabelecendo claramente as condições sob as quais os tributos municipais são
devidos e as ações administrativas são exigidas.

Artigo 26 define o fato gerador da obrigação principal como a situação definida pela
lei municipal que é necessária e suficiente para o lançamento e cobrança de
tributos. Este artigo estabelece a base para a imposição de tributos, vinculando o
surgimento da obrigação tributária a eventos ou condições específicas que, de
acordo com a legislação, necessitam da cobrança de um tributo. Essencialmente,
o fato gerador é o evento que dá origem à necessidade de pagamento do tributo.

Artigo 27 estende o conceito de fato gerador para as obrigações tributárias


acessórias. Este artigo especifica que o fato gerador de uma obrigação acessória é
qualquer situação que exija, conforme a legislação vigente, a realização ou a
abstenção de um ato que não resulte diretamente em uma obrigação de pagamento
de tributo. Isso inclui ações como submeter declarações fiscais, manter registros
contábeis adequados, ou outras ações administrativas que facilitam a fiscalização
e coleta de tributos sem, por si só, constituir uma obrigação de pagamento.

Artigo 28 detalha a temporalidade do fato gerador, esclarecendo quando se


considera que o fato gerador ocorreu e produziu seus efeitos legais e tributários:

Inciso I: Para situações de fato, o fato gerador é considerado ocorrido desde o


momento em que as circunstâncias materiais necessárias estão presentes para
produzir os efeitos típicos esperados. Isso significa que, assim que a condição ou
ação que constitui o fato gerador acontece, os efeitos tributários tornam-se
aplicáveis.

17
Inciso II: Para situações jurídicas, o fato gerador é considerado ocorrido quando a
situação está definitivamente constituída de acordo com o direito aplicável. Isso
refere-se a situações onde a obrigação tributária depende de condições ou
processos legais que precisam ser formalmente concluídos antes que o tributo seja
considerado devido.

eção III: Sujeito Ativo

A Seção III do Código Tributário do Município de Alexânia define e esclarece o papel


do município como sujeito ativo da obrigação tributária, especificando sua
autoridade e responsabilidades em relação à gestão e cobrança de tributos.

Artigo 29 estabelece que o Município de Alexânia é a entidade de direito público


responsável por lançar, cobrar e fiscalizar tributos que são estabelecidos tanto pela
legislação federal quanto municipal. Este artigo confirma o município como a
principal autoridade em questões tributárias locais, ressaltando sua competência
para gerir os tributos dentro de seu território.

• Parágrafo 1º aborda a indelegabilidade da competência tributária, que é


uma característica fundamental da autoridade tributária do município,
significando que o município não pode transferir sua competência para
instituir tributos a outra entidade. No entanto, a capacidade tributária ativa,
que inclui a arrecadação e fiscalização de tributos, assim como a execução
de leis e atos administrativos relacionados, pode ser atribuída a outras
entidades públicas. Isso permite uma certa flexibilidade operacional na
gestão tributária, possibilitando ao município colaborar com outras
entidades governamentais para efetivar suas funções tributárias.

• Parágrafo 2º expande essa flexibilidade ao permitir que o município delegue


o encargo de arrecadar tributos a pessoas de direito privado. Essa
disposição é particularmente importante para facilitar a eficiência da
cobrança tributária, permitindo que entidades privadas realizem a coleta de
tributos sob supervisão e diretrizes municipais. Essas entidades privadas,
contudo, agem como agentes do município, coletando tributos que serão
transferidos integralmente ao Fisco municipal.

Seção IV: Sujeito Passivo

Esta seção do Código Tributário do Município de Alexânia aborda as disposições


gerais relacionadas ao sujeito passivo, ou seja, a pessoa ou entidade que detém a
responsabilidade direta ou indireta pelo pagamento dos tributos.

18
Subseção I: Disposições Gerais

Artigo 30 define o sujeito passivo da obrigação principal como a pessoa física ou


jurídica obrigada ao pagamento do tributo ou penalidade pecuniária. Essa definição
estabelece claramente quem é responsável por cumprir as obrigações tributárias
impostas pelo município.

Artigo 31 detalha as categorias de sujeitos passivos da obrigação principal:

Inciso I: Contribuinte, que tem uma conexão pessoal e direta com o fato gerador do
tributo, sendo diretamente afetado pela legislação tributária.

Inciso II: Responsável, que é a pessoa que, embora não sendo o contribuinte, é
designada pela lei como responsável pelo pagamento do tributo devido por outro.

Inciso III: Substituto, que é responsável pelo pagamento do tributo devido por
outrem e é explicitamente atribuído pela lei, geralmente em situações como a
retenção na fonte.

Artigo 32 amplia a definição do sujeito passivo para incluir as obrigações


acessórias. Estas são responsabilidades que não envolvem diretamente o
pagamento de um tributo, mas ações ou abstenções que devem ser realizadas de
acordo com a legislação tributária, como manter registros ou emitir notas fiscais.

Artigo 33 estabelece que convenções ou contratos que atribuam responsabilidade


pelo pagamento de tributos a uma terceira parte não são reconhecidos pela
Fazenda Municipal, a menos que estejam expressamente previstos em Lei
Complementar. Isso significa que tais acordos entre partes privadas não alteram a
definição legal de quem é o sujeito passivo tributário.

Seção IV: Obrigações Tributárias

Subseção III: Capacidade Tributária e Solidariedade

Artigo 34 esclarece que a capacidade jurídica para cumprir com as obrigações


tributárias é derivada diretamente da legislação, que define as condições sob as
quais indivíduos e entidades são considerados capazes de serem sujeitos passivos
de obrigações tributárias.

Artigo 35 especifica que a capacidade tributária passiva é independente de:

19
• Inciso I: A capacidade civil das pessoas naturais.

• Inciso II: Quaisquer restrições ao exercício de atividades civis, comerciais


ou profissionais, ou à administração direta de seus bens ou negócios
impostas a pessoas naturais.

• Inciso III: O fato de a pessoa jurídica estar regularmente constituída, sendo


suficiente que ela configure uma unidade econômica ou profissional.

Artigo 36 define que há solidariedade entre pessoas que:

• Inciso I: Tenham interesse comum na situação que constitua o fato gerador


da obrigação principal.

• Inciso II: Sejam expressamente designadas pela lei como solidárias.

Artigo 37 afirma que a solidariedade tributária não permite benefício de ordem, ou


seja, qualquer um dos devedores pode ser exigido pelo total, sem que haja uma
ordem preferencial para cobrança.

Parágrafo Único do Artigo 37 esclarece que o interesse comum mencionado no


Inciso I do Artigo 36 refere-se a situações onde duas ou mais pessoas realizam
conjuntamente o fato gerador da obrigação tributária.

Artigo 38 detalha os efeitos da solidariedade, indicando que:

• Inciso I: O pagamento realizado por um dos devedores beneficia todos os


demais.

• Inciso II: A isenção ou remissão do crédito tributário exonera todos os


devedores, a menos que seja concedida especificamente a um deles, caso
em que os demais continuam responsáveis pelo saldo devedor.

• Inciso III: A interrupção da prescrição, seja a favor ou contra um dos


obrigados, afeta igualmente os demais.

eção IV: Domicílio Tributário

Subseção IV: Domicílio Tributário

Artigo 39 define que o contribuinte ou responsável pode escolher e indicar seu


domicílio tributário dentro do município de Alexânia. Este é considerado o lugar
onde a pessoa física ou jurídica realiza suas atividades e cumpre suas obrigações
perante a Fazenda Municipal.

• Parágrafo 1 estabelece regras para casos onde o domicílio tributário não é


explicitamente escolhido:

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• Inciso I: Para pessoas jurídicas de direito privado e firmas individuais,
considera-se a sede da empresa ou o local onde ocorrem os atos ou
fatos geradores da obrigação tributária.

• Inciso II: Para pessoas naturais, a residência habitual, ou na falta


desta, o centro habitual de atividade.

• Inciso III: Para entidades públicas, qualquer repartição localizada no


território municipal.

• Parágrafo 2 menciona que, na ausência de condições para aplicar as regras


anteriores, o domicílio tributário será o local onde estão situados os bens ou
onde ocorrem os atos ou fatos geradores da obrigação tributária.

• Parágrafo 3 permite à autoridade fazendária recusar o domicílio eleito se


este dificultar a arrecadação ou a fiscalização do tributo, podendo aplicar as
regras dos incisos anteriores ou considerar como domicílio o local da
situação dos bens ou da ocorrência dos atos ou fatos geradores.

Artigo 40 estipula que o domicílio tributário deve ser mencionado em documentos


oficiais como notas fiscais, guias, petições e outros documentos relevantes,
garantindo a transparência e a correta comunicação com a Fazenda Pública
Municipal.

Artigo 41 obriga o contribuinte a comunicar à Fazenda Municipal qualquer


mudança de domicílio tributário no prazo de 30 dias após a mudança.

• Parágrafo único isenta da obrigação de comunicação de mudança aqueles


cujo domicílio é o território do município.

Seção V: Responsabilidade Tributária

Subseção I: Disposições Gerais

Artigo 42 estabelece que, conforme determinado por lei, a responsabilidade pelo


crédito tributário pode ser atribuída a uma terceira pessoa vinculada ao fato gerador
da obrigação tributária. Isso pode excluir a responsabilidade do contribuinte
original ou adicionar responsabilidade suplementar.

Subseção II: Responsabilidade dos Sucessores

Artigo 43 aplica-se tanto a créditos tributários já constituídos quanto aos que estão
em processo de constituição no momento dos atos mencionados na seção, bem
como aos que forem constituídos posteriormente, desde que relacionados a
obrigações tributárias geradas até a referida data.

21
Artigo 44 aborda a sub-rogação de créditos tributários relacionados à propriedade
de imóveis nos novos proprietários, exceto quando a quitação dos tributos é
comprovada no título de transferência.

• Parágrafo único especifica que na arrematação em hasta pública, a sub-


rogação ocorre sobre o preço da arrematação.

Artigo 45 identifica as pessoas responsáveis pelo pagamento dos tributos


relacionados aos bens que adquiriram ou aos que são responsáveis por tributos
devidos até a data da partilha, limitada à sua parte na herança.

Artigo 46 estabelece que entidades que surgem de fusão, transformação ou


incorporação são responsáveis pelos tributos devidos pelas entidades originais até
a data dessas operações.

• Parágrafo único aplica-se também à extinção de entidades que continuem


suas atividades através de sócios remanescentes ou seus espólios.

Artigo 47 estipula que o adquirente de um fundo de comércio ou estabelecimento


comercial é responsável pelos tributos devidos até a data da transação, com
detalhes sobre a responsabilidade integral ou subsidiária dependendo da
continuação das atividades pelo alienante.

Subseção III: Responsabilidade de Terceiros

Artigo 48 define que, em casos onde não é possível exigir o cumprimento da


obrigação tributária principal do contribuinte, outras partes envolvidas ou
responsáveis por omissões tornam-se co-responsáveis.

• Incisos I a VII listam as partes responsáveis, incluindo pais por tributos


devidos por filhos menores, administradores de bens de terceiros,
inventariantes por tributos devidos pelo espólio, entre outros.

• Parágrafo único ressalta que as penalidades aplicadas são apenas as de


caráter moratório.

Artigo 49 trata da responsabilidade pessoal por créditos tributários decorrentes de


atos com excesso de poderes ou infração à lei, incluindo mandatários, prepostos e
representantes de pessoas jurídicas.

• Incisos I a III detalham quem são essas pessoas responsáveis, ampliando a


abrangência para diretores, gerentes e outras figuras de autoridade dentro
de entidades jurídicas.

Subseção IV: Substituição Tributária

22
Artigo 50 aborda a substituição tributária, permitindo que a autoridade fazendária
estabeleça, por meio de um Termo de Acordo de Regime Especial, que um
responsável (como uma indústria ou comércio) substitua o contribuinte principal
no pagamento do tributo devido.

• § 1° Especifica que a substituição tributária ocorre quando existe um


relacionamento comercial obrigatório entre o contribuinte principal e o
substituto, garantindo que a substituição seja possível sem prejuízos para
ambas as partes.

• § 2° Estabelece que após a vigência do Termo de Acordo, a substituição


tributária torna-se obrigatória.

Subseção V: Retenção na Fonte

Artigo 51 institui a obrigação de retenção na fonte do tributo devido à Fazenda


Municipal quando do pagamento da prestação de serviços a contribuintes que não
estejam inscritos no Cadastro de Atividades Econômicas do Município ou que,
estando inscritos, não emitam nota fiscal de serviços.

• Parágrafo único Expande a obrigatoriedade de retenção para todas as


categorias econômicas, independentemente de serem vinculadas ao direito
privado ou público.

Subseção VI: Responsabilidade por Infrações

Artigo 52 define que a responsabilidade por infrações à legislação tributária não


depende da intenção do agente ou do responsável, nem da natureza e extensão dos
efeitos do ato.

Artigo 53 delimita que a responsabilidade é pessoal ao agente:

• Inciso I Trata de infrações definidas como crimes ou contravenções, exceto


quando praticadas no exercício regular de uma função ou por ordem de uma
autoridade competente.

• Inciso II Refere-se a infrações que requerem dolo específico do agente


como elemento da infração.

• Inciso III Especifica situações onde o dolo específico do agente é a causa


direta da infração, incluindo atos contra entidades que estes representam.

Artigo 54 estabelece que a responsabilidade por infrações é excluída pela denúncia


espontânea da infração, acompanhada pelo pagamento do tributo e juros de mora
ou depósito do montante devido, desde que não haja nenhum procedimento
administrativo ou fiscalização já iniciados.

23
• Parágrafo único Clarifica que a denúncia não é considerada espontânea se
apresentada após o início de qualquer procedimento administrativo ou
medida de fiscalização relacionados à infração.

CAPÍTULO V: Crédito Tributário

Seção I: Disposições Gerais

Art. 55 estabelece que o crédito tributário deriva diretamente da obrigação


principal, compartilhando a mesma natureza jurídica. Este artigo assegura que as
responsabilidades tributárias principais gerem créditos correspondentes.

Art. 56 afirma que as alterações nas condições do crédito tributário, como sua
extensão, efeitos, garantias ou privilégios, ou exclusões de sua exigibilidade, não
influenciam a obrigação tributária que lhe deu origem.

Art. 57 determina que um crédito tributário, uma vez validamente constituído, só


pode ser modificado, extinto, ou ter sua exigibilidade suspensa ou excluída nos
casos especificados na legislação vigente. Qualquer dispensa de execução do
crédito ou suas garantias fora desses casos constitui responsabilidade funcional.

Seção II: Constituição do Crédito Tributário

Subseção I: Lançamento

Art. 58 define o lançamento como um ato administrativo vinculado e obrigatório,


realizado exclusivamente por autoridades administrativas, que visa:

• Verificar a ocorrência do fato gerador.

• Determinar a base tributável.

• Calcular o montante devido.

• Identificar o sujeito passivo.

• Aplicar penalidades, quando aplicável.

Art. 59 declara que o lançamento é efetuado com base na lei vigente na data do fato
gerador, mesmo que tal lei seja modificada ou revogada posteriormente.

• § 1º estende a aplicação de legislação subsequente que introduza novos


métodos de fiscalização ou que confira maiores garantias ao crédito, exceto
quando isso implique responsabilizar terceiros.

• § 2º limita a aplicação deste artigo aos tributos com fato gerador em


períodos definidos, a menos que uma lei específica estabeleça o momento
de ocorrência do fato gerador.

Art. 60 estabelece que um lançamento notificado só pode ser alterado por:

24
• Impugnação do sujeito passivo.

• Recurso de ofício.

• Ação da autoridade administrativa conforme circunstâncias previstas na


legislação.

Art. 61 regula que qualquer mudança nos critérios jurídicos usados no lançamento
só pode afetar fatos geradores que ocorram após a mudança, garantindo a
segurança jurídica e a previsibilidade para o sujeito passivo.

CAPÍTULO V: Crédito Tributário

Subseção II: Modalidades de Lançamento

Art. 62 detalha as modalidades de lançamento do crédito tributário, fundamentais


para a administração fiscal do Município de Alexânia:

• I - Lançamento direto: realizado exclusivamente pela Fazenda Municipal


com base em informações diretamente obtidas de contribuintes,
responsáveis ou terceiros.

• II - Lançamento por homologação: o contribuinte antecipa o pagamento


sem prévia análise da autoridade, que posteriormente homologa o
lançamento.

• III - Lançamento por declaração: efetuado pela autoridade após receber


informações do contribuinte ou de terceiros.

• Parágrafos 1º a 5º discutem os efeitos e prazos associados, especialmente


a homologação tácita após cinco anos sem ação da Fazenda Municipal,
salvo em casos de dolo, fraude ou simulação.

Art. 63 aborda as circunstâncias que exigem alterações ou substituições de


lançamentos originais, permitindo ajustes para corrigir erros ou omissões, com
diversas subcategorias específicas para cada situação legal ou administrativa.

Art. 64 estabelece as formas de comunicação dos lançamentos ao contribuinte,


incluindo notificação real, ficta e eletrônica, assegurando que o contribuinte seja
devidamente informado dos lançamentos tributários.

Art. 65 reforça que a recusa do sujeito passivo em receber comunicação de


lançamento não altera os prazos legais para cumprimento das obrigações
tributárias.

Art. 66 permite à Fazenda Municipal arbitrar bases tributárias quando a base de


cálculo do tributo não for precisamente mensurável, proporcionando um método
para estabelecer a obrigação tributária na ausência de dados exatos.

25
Suspensão do Crédito Tributário

Subseção I: Modalidades de Suspensão

Art. 67 delineia as situações que suspendem a exigibilidade do crédito tributário no


Município de Alexânia, garantindo que, sob certas condições, a cobrança de
tributos possa ser temporariamente pausada, embora as obrigações associadas
permaneçam:

• I - Moratória: Aprovação administrativa ou legislativa que prorroga o prazo


para o pagamento de tributos, proporcionando alívio temporário aos
contribuintes em circunstâncias especiais.

• II - Depósito judicial do montante integral: Quando o contribuinte deposita


em juízo o valor integral do tributo contestado, suspendendo a cobrança até
a decisão final do processo.

• III - Reclamações e recursos administrativos: O processo administrativo


permite que o contribuinte conteste o crédito tributário, suspendendo sua
exigibilidade até uma decisão final.

• IV e V - Concessão de medida liminar em mandado de segurança ou


outras ações judiciais: Medidas judiciais provisórias que suspendem a
cobrança do crédito enquanto o caso está sendo julgado.

• VI - Parcelamento: A opção de parcelar o débito tributário conforme


regulamentado, também suspende a exigibilidade do crédito.

Parágrafos 1º a 3º clarificam que a suspensão da exigibilidade não elimina a


necessidade de cumprir as obrigações acessórias, nem impede a fiscalização e a
constituição do crédito tributário, aplicando-se juros e correção monetária para
evitar a decadência. Além disso, não serão aplicadas multas enquanto persistir a
suspensão, exceto na hipótese de cessação da causa suspensiva.

Subseção II: Da Moratória

Art. 68

Define a moratória como a concessão de um novo prazo para o pagamento do


crédito tributário após o vencimento do prazo original. A moratória se aplica apenas
aos créditos já constituídos até a data da lei ou despacho que a conceda, ou
àqueles cujo processo de lançamento já esteja em curso e devidamente notificado
ao sujeito passivo.

• § 1º Especifica que a moratória cobre apenas os créditos já constituídos ou


em processo de lançamento na data da concessão.

26
• § 2º Exclui da moratória os casos envolvendo dolo, fraude ou simulação por
parte do sujeito passivo ou de terceiros em benefício deste.

Art. 69

Discorre sobre as condições sob as quais a moratória pode ser concedida:

• I - Em caráter geral: Por meio de lei municipal, que pode limitar a


aplicabilidade a uma região específica do município ou a categorias
particulares de contribuintes.

• II - Em caráter individual: Por despacho da autoridade administrativa,


baseado em requisitos legais e mediante requerimento do interessado.

Art. 70

Detalha os requisitos necessários para a concessão da moratória, seja em caráter


geral ou individual:

• I - Caráter geral: A lei deve definir o período de duração, os tributos


aplicáveis e, se necessário, o número e os vencimentos das prestações.

• II - Caráter individual: O despacho deve especificar as formas e garantias


necessárias para a concessão.

Art. 71

Estabelece que a moratória individual não cria direitos adquiridos e pode ser
revogada se o beneficiário não atender ou deixar de atender às condições ou
requisitos estabelecidos para sua concessão. A cobrança do crédito será realizada
com juros de mora:

• I - Com penalidades: Nos casos de dolo, fraude ou simulação por parte do


beneficiado ou terceiros em benefício deste.

• II - Sem penalidades: Nos demais casos.

• Parágrafo único: Esclarece que o tempo entre a concessão e a revogação


da moratória não conta para fins de prescrição do direito à cobrança do
crédito tributário.

Subseção III: Pagamento Parcelado

Art. 72

Estabelece que a autoridade fazendária pode conceder o parcelamento de créditos


fiscais, sejam eles tributários ou não, e inclusive as penalidades relacionadas,
independentemente de estarem ou não ajuizados.

27
• § 1º Define os critérios para que créditos possam ser parcelados, incluindo
aqueles inscritos ou não em dívida ativa, ajuizados ou não, e aqueles que
foram objeto de notificação ou autuação.

• § 2º Especifica a autoridade responsável por receber pedidos de


parcelamento, diferenciando entre débitos ajuizados e não ajuizados.

• § 3º Proíbe especificamente o parcelamento do ISSQN retido na fonte que


não foi recolhido nos prazos estipulados.

Art. 73

Determina que o parcelamento é concedido mediante solicitação formal do


contribuinte, tratando-se de uma confissão de dívida. A adesão ao parcelamento
se efetiva com o pagamento da primeira parcela.

Art. 74

Detalha que o montante do parcelamento incluirá o valor principal, atualização


monetária, juros e multas aplicáveis até a data do parcelamento.

• § 1º Especifica os encargos que serão aplicados após a concessão do


parcelamento, como atualização monetária e juros sobre as parcelas a
vencer, além de multa por atraso no pagamento.

• § 2º Clarifica que a atualização monetária integra a base de cálculo para a


incidência de juros e multa.

Art. 75

Limita a extensão do parcelamento a no máximo 60 parcelas e proíbe o


reparcelamento. Estabelece valores mínimos para as parcelas mensais para
pessoas jurídicas e físicas.

• § 1º Define os valores mínimos de cada parcela para pessoas físicas e


jurídicas.

• § 2º Restringe o número de parcelas para créditos ajuizados garantidos por


bens imóveis a um máximo de 24 parcelas.

• § 3º Limita ainda mais o parcelamento para certos créditos ajuizados com


condições específicas como veículos com restrições judiciais ou bens com
leilão marcado.

• § 4º Permite a concessão de descontos para pagamentos antecipados.

• § 5º Exclui custas processuais, despesas e honorários advocatícios do


parcelamento de créditos ajuizados.

28
• § 6º Estabelece que o não pagamento de duas parcelas consecutivas
resultará no cancelamento do parcelamento e a retomada das ações fiscais
ou execuções fiscais.

• § 7º Prevê a intimação do contribuinte para pagamento do saldo devedor em


caso de indeferimento do pedido de parcelamento.

Subseção IV: Da Cessação do Efeito Suspensivo

Art. 76

Este artigo detalha as condições sob as quais os efeitos suspensivos que


interrompem a exigibilidade de créditos tributários cessam:

• I: Por extinção do crédito tributário, através de qualquer método


especificado no art. 77, que inclui pagamento, compensação, entre outros.

• II: Pela exclusão do crédito tributário, conforme os métodos descritos no art.


100, como isenções e anistias.

• III: Por decisão administrativa que não seja favorável ao sujeito passivo.

• IV: Pela cassação de medidas judiciais provisórias como liminares ou


tutelas antecipadas.

• V: Pelo não cumprimento dos termos de moratórias ou acordos de


parcelamento.

Seção IV: Extinção do Crédito Tributário

Esta seção aborda as várias formas pelas quais um crédito tributário pode ser
extinto, eliminando a obrigação do pagador.

Subseção I: Modalidades de Extinção (Art. 77)

Lista as formas em que a extinção do crédito tributário pode ocorrer:

I: Pagamento.

II: Compensação.

III: Transação.

IV: Remissão.

V: Prescrição e decadência.

VI: Conversão de depósito em renda.

VII: Pagamento antecipado e homologação do lançamento conforme art. 62.

VIII: Consignação em pagamento, com condições estipuladas em outro artigo.

29
IX: Decisão administrativa irreformável.

X: Decisão judicial transitada em julgado.

Subseção II: Pagamento

Art. 78 a 85

Art. 78: Esclarece que penalidades não eliminam a obrigação de pagamento


completo do crédito tributário.

Art. 79: Define que o pagamento de um crédito não presume o pagamento de


outros, seja total ou parcialmente.

Art. 80: Determina que o pagamento deve ser feito em instituições financeiras
autorizadas.

Art. 81: As regras para pagamento dos tributos são definidas pela legislação
específica de cada tributo.

Art. 82: Trata das consequências de não pagamento no vencimento, incluindo


juros de mora.

Art. 83: Descreve os métodos aceitáveis de pagamento, incluindo moeda


corrente e transferência eletrônica.

Art. 84: Define as regras para imputação de pagamentos quando existem


múltiplos débitos.

Art. 85: Discute a consignação judicial do pagamento, uma opção quando há


disputas sobre a recepção do pagamento.

Subseção III: Da Restituição e da Compensação

Art. 86

Este artigo estabelece as condições sob as quais contribuintes podem requerer a


restituição ou compensação de valores tributários pagos indevidamente ou em
excesso:

• I: Cobrança ou pagamento de tributo não devido, em valor superior ao


correto segundo a legislação tributária ou as circunstâncias materiais do
fato gerador ocorrido.

• II: Erros na identificação do sujeito passivo, determinação da alíquota,


cálculo do débito ou na documentação de pagamento.

30
• III: Em casos de decisões administrativas ou judiciais que reformam,
anulam, revogam ou rescindem decisões condenatórias previamente
estabelecidas.

Art. 87

Detalha que a restituição de tributos também envolve a devolução proporcional de


juros, multas e acréscimos legais relacionados aos valores restituídos. Excetua-se
deste retorno as penalidades aplicadas por infrações de natureza formal que não
influenciam a causa da restituição.

Art. 88

Permite que o contribuinte opte pela compensação de seus créditos tributários


com débitos pendentes junto ao Fisco, possibilitando a utilização de créditos
próprios ou de terceiros para tal fim.

Art. 89

Estabelece o prazo de decadência para a reivindicação de restituição ou


compensação, que é de 5 anos, a contar da data de extinção do crédito tributário
ou do pagamento antecipado no caso de lançamentos por homologação.

Art. 90

Especifica o procedimento para requerer a restituição ou compensação, que deve


ser feito perante a autoridade tributária competente e devidamente documentado.

Art. 91

Aborda a situação em que a compensação não é homologada pela autoridade


fiscal, exigindo que o contribuinte seja notificado e pague os débitos compensados
indevidamente dentro de um prazo de 30 dias após a notificação.

Subseção IV: Transação

Art. 92

Concede ao Chefe do Poder Executivo Municipal a competência para efetuar


transações, permitindo a resolução de litígios por meio de concessões mútuas,
mas especificando que isso não confere autoridade para firmar compromissos.

Subseção V: Remissão

Art. 93

Discorre sobre a possibilidade de remissão (perdão) de créditos tributários por


parte da autoridade fazendária, considerando a situação econômica do sujeito

31
passivo e outros critérios. A remissão pode ser cancelada se descobrir-se que os
critérios para sua concessão não foram atendidos.

Subseção VI: Da Prescrição

Art. 94

Define o prazo de prescrição para a cobrança de créditos tributários como 5 anos,


detalhando os eventos que interrompem este prazo, incluindo ações judiciais e o
reconhecimento da dívida pelo devedor.

Subseção VII: Da Decadência

Art. 95

Estabelece o prazo para a Fazenda Municipal constituir o crédito tributário, que é


de 5 anos a partir do primeiro dia do exercício seguinte ao que o lançamento poderia
ter sido realizado, ou da data em que uma decisão que anule o lançamento por vício
formal torna-se definitiva.

Subseção VIII: Da Conversão do Depósito em Renda

Art. 96

Este artigo estabelece que a conversão em renda de depósitos judiciais previstos


no inciso II do art. 67 resulta na extinção do crédito tributário. Este procedimento é
uma forma de resolver definitivamente a obrigação tributária quando o depósito em
juízo do montante integral é convertido em receita para o município.

Subseção IX: Da Homologação do Lançamento

Art. 97

Define que a homologação do lançamento tributário, conforme detalhado no § 2º


do art. 62, extingue o crédito tributário. Este é um processo pelo qual a
administração tributária confirma e aceita a declaração do contribuinte como
correta, finalizando o processo de tributação.

Subseção X: Da Consignação em Pagamento

Art. 98

Oferece ao sujeito passivo a opção de consignar judicialmente o montante devido


quando enfrenta obstáculos ao tentar quitar suas obrigações tributárias
diretamente, como recusa de recebimento ou exigências ilegais. A consignação em
pagamento é um mecanismo legal que permite ao devedor cumprir sua obrigação
tributária diretamente no Poder Judiciário, garantindo a extinção do crédito
mediante circunstâncias que impedem o pagamento normal.

32
Subseção XI: Das Demais Modalidades de Extinção

Art. 99

Especifica outras condições em que o crédito tributário pode ser extinto, como
decisões administrativas ou judiciais que identifiquem irregularidades na
constituição do crédito, reconheçam a inexistência da obrigação tributária,
exonerem o sujeito passivo, ou declarem a incompetência do sujeito ativo. A
extinção só se efetiva com a irreformabilidade da decisão administrativa ou com o
trânsito em julgado da decisão judicial.

Seção V: Da Exclusão Do Crédito Tributário

Art. 100

Define as formas de exclusão do crédito tributário, como isenção e anistia, e


estipula que tais medidas devem estar em conformidade com a Lei de
Responsabilidade Fiscal. A exclusão não elimina a necessidade de cumprir
obrigações acessórias.

Art. 101 - 104

Discutem detalhes da isenção, incluindo que não é extensiva a outros tributos ou a


fatos geradores que ocorram após a sua concessão. A isenção pode ser concedida
de forma geral por lei ou de forma individual por despacho da autoridade
competente, exigindo comprovação do cumprimento dos requisitos para sua
concessão. A isenção não cria direitos adquiridos e pode ser revogada se as
condições para sua concessão não forem mais atendidas. A legislação também
assegura que a isenção não tenha caráter pessoal e dependa da ausência de
débitos anteriores.

Subseção III: Da Anistia

Art. 105

Define a anistia como um perdão das infrações à legislação tributária, resultando


na dispensa do pagamento de penalidades pecuniárias relacionadas a essas
infrações. Este artigo especifica que a anistia só se aplica a infrações cometidas
antes da vigência da lei que a estabelece e exclui infrações cometidas com dolo,
fraude ou simulação, assim como aquelas qualificadas como crimes contra a
ordem tributária e infrações decorrentes de conluio.

Art. 106

Detalha as condições sob as quais a anistia pode ser concedida, que podem incluir
critérios como a especificidade do tributo, o valor da penalidade pecuniária ou
características particulares de uma região do município. A anistia pode ser

33
concedida em caráter geral ou limitado, e a concessão em caráter não geral requer
um processo administrativo onde o beneficiado deve demonstrar a adequação aos
requisitos para sua obtenção. Este artigo também estabelece que a concessão de
anistia não cria direitos adquiridos e está sujeita a revogação se descoberto que o
beneficiado não atendia às condições necessárias.

Art. 107

Esclarece que a anistia elimina todos os efeitos punitivos das infrações


beneficiadas, inclusive como antecedente para futuras penalidades relacionadas a
outras infrações. Isso significa que uma vez concedida a anistia, o beneficiário não
pode ser penalizado novamente por infrações passadas, mesmo que cometa novas
infrações subsequentes.

Esses artigos estabelecem um framework legal para a concessão de anistia,


visando facilitar a regularização de contribuintes em situações específicas,
enquanto mantém a integridade do sistema tributário ao excluir infrações graves e
dolosas do âmbito da anistia.

Seção I - Autoridades Fiscais

Artigo 108

Este artigo estabelece a definição de autoridades fiscais, que são aquelas com
competência, atribuições e jurisdição especificadas em lei, regulamento ou
regimento. É fundamental para esclarecer quem são os agentes responsáveis pela
administração tributária, garantindo que as ações de fiscalização e cobrança sejam
executadas por entidades autorizadas.

Artigo 109

Regula a competência e os poderes das autoridades administrativas em matéria de


fiscalização tributária. Este artigo é crucial para entender como a legislação
tributária determina as responsabilidades dessas autoridades, seja de forma geral
ou específica, dependendo do tipo de tributo. O parágrafo único amplia a
aplicabilidade da legislação para incluir todos os sujeitos, sejam eles contribuintes
ou não, ressaltando que mesmo aqueles com imunidade ou isenção tributária
estão sujeitos às regras de fiscalização.

Artigo 110

Especifica as responsabilidades do Órgão Fazendário Municipal na orientação da


aplicação das leis tributárias dentro do município. Este artigo destaca a

34
importância da interpretação das leis tributárias, resolução de dúvidas e omissões,
e a emissão de atos normativos e outras instruções para esclarecimento dos atos
fiscais. É uma peça-chave para garantir a correta aplicação e entendimento das
normas tributárias no âmbito municipal.

Artigo 111

Define que o Órgão Fazendário Municipal é responsável por uma série de funções
críticas, incluindo lançamento, cobrança, recolhimento e fiscalização dos tributos
municipais, bem como a aplicação de sanções por infrações e medidas contra
fraudes. Este artigo sublinha a centralidade deste órgão na administração tributária
municipal, enfatizando que o fiscal representa o órgão nas suas atividades. É um
reconhecimento da importância da integração dessas funções para uma gestão
eficaz dos recursos municipais.

Seção II - Fiscalização

Artigo 112

Este artigo distingue entre a fiscalização direta e indireta dos impostos, taxas e
contribuições, atribuindo a responsabilidade da fiscalização direta ao Órgão
Fazendário Municipal e aos fiscais municipais. A fiscalização indireta, por outro
lado, é atribuída às autoridades administrativas e judiciais e a outros órgãos da
administração municipal, seguindo as condições estabelecidas no Código de
Processo Civil e Código Judiciário. Este artigo estabelece uma estrutura de
fiscalização abrangente que envolve múltiplas entidades para garantir a
conformidade tributária.

Artigo 113

Estabelece que, para fins de legislação tributária, não se aplicam disposições


legais que excluam ou limitem o direito dos fiscais de examinar mercadorias, livros,
arquivos, documentos e demais itens relevantes dos contribuintes. Este artigo
reforça a autoridade dos fiscais na realização de suas funções de fiscalização,
garantindo que possam acessar todas as informações necessárias para verificar a
conformidade tributária.

Artigo 114

Detalha o procedimento que os servidores municipais incumbidos da fiscalização


devem seguir ao realizar inspeções em estabelecimentos de sujeitos passivos.
Obrigatoriamente, devem ser lavrados termos circunstanciados de início e
conclusão da fiscalização, documentando detalhadamente o processo. Este artigo
também enfatiza a importância da transparência e do registro detalhado das

35
atividades fiscais. Os parágrafos adicionais destacam a obrigação de fornecer
cópias autenticadas dos termos ao fiscalizado e a necessidade de prestar
assistência técnica ao contribuinte.

Artigo 115

Lista as partes obrigadas a exibir documentos e livros fiscais e comerciais, prestar


informações solicitadas pelo fisco e não obstruir a ação fiscal. Esta lista inclui
sujeitos passivos, responsáveis ou contribuintes substitutos, profissionais como
tabeliões e escrivães, transportadoras, instituições financeiras, administradores
judiciais, empresas de administração de bens, entre outros. Este artigo amplia o
espectro de indivíduos e entidades que devem colaborar com as atividades de
fiscalização tributária, refletindo a abrangência do processo de fiscalização na
identificação e coleta de tributos municipais.

Seção III - Dívida Ativa

Artigo 116

Este artigo proíbe a divulgação de informações sobre a situação econômica,


financeira ou sobre negócios dos contribuintes obtidas pela Fazenda Pública
Municipal ou seus servidores. A única exceção é quando há uma requisição judicial
para fins de justiça.

Artigo 117

Permite às autoridades fiscais municipais solicitar o auxílio da força pública


(federal, estadual ou municipal) em situações de obstrução ou desrespeito durante
o cumprimento de suas funções ou para efetivar medidas previstas na legislação
tributária, mesmo que tais situações não sejam classificadas como crime ou
contravenção.

Artigo 118

Define como dívida ativa do Município os créditos tributários e não tributários


devidos, incluindo tributos, multas, tarifas ou preços de serviços públicos, desde
que devidamente inscritos após o vencimento do prazo para pagamento ou decisão
final em processo administrativo. O parágrafo único esclarece que a incidência de
juros de mora não afeta a liquidez do crédito.

Artigo 119

36
Detalha os requisitos obrigatórios para a inscrição da dívida ativa, incluindo a forma
de certidão, referência ao ato administrativo de inscrição, fidelidade aos elementos
da inscrição, identificação do livro e da folha de inscrição, dados do devedor e do
credor (Município), quantia devida com acréscimos, termo inicial e legislação
aplicável, origem da dívida, data do termo de inscrição, número do processo
administrativo originário e assinatura do servidor ou autoridade responsável.

Artigo 120

Estabelece que a dívida ativa inscrita possui presunção de certeza e liquidez,


servindo como prova pré-constituída e suspendendo o prazo prescricional por até
180 dias. A presunção é relativa e pode ser contestada com prova inequívoca pelo
devedor ou terceiros interessados.

Artigo 121

Determina que os débitos inscritos em dívida ativa não ajuizados prescrevem após
cinco anos da data de inscrição. A prescrição da ação para cobrança do crédito
também ocorre em cinco anos, contados da sua constituição definitiva. O artigo
também lista as situações que interrompem o prazo prescricional, incluindo atos
judiciais e reconhecimento do débito pelo devedor.

Seção III - Dívida Ativa

Artigo 122

Estabelece que dívidas relacionadas ao mesmo devedor, quando conexas ou


consequentes, podem ser consolidadas em um único processo. Isso visa
simplificar e agilizar o procedimento de cobrança.

Artigo 123

Após a conclusão do procedimento administrativo para o recebimento do crédito


tributário, o órgão competente deve proceder com a inscrição dos débitos fiscais
por contribuinte, formalizando assim a dívida ativa.

Artigo 124

Os débitos fiscais não pagos dentro do prazo podem ser inscritos em dívida ativa
independentemente do término do exercício financeiro. O § 1º especifica que as
multas decorrentes de infrações às leis e regulamentos municipais também são

37
consideradas dívida ativa e devem ser inscritas imediatamente após o prazo para
recurso ou se o recurso interposto for negado. O § 2º determina que, uma vez
legalmente inscrita a dívida ativa, uma certidão correspondente deve ser emitida
imediatamente para início da cobrança executiva.

Artigo 125

Exceto nos casos autorizados por lei, não é permitido o recebimento de créditos
inscritos em dívida ativa com dispensa de multas, juros de mora e correção
monetária. O parágrafo único responsabiliza o funcionário que desrespeitar esta
norma, obrigando-o a restituir aos cofres municipais o valor dispensado, além de
sujeitar-se a penalidades disciplinares.

Artigo 126

A autoridade superior que autorizar ou determinar dispensas de multas, juros de


mora ou correção monetária será solidariamente responsável pela reposição das
quantias, exceto quando agir sob ordem judicial.

Artigo 127

A responsabilidade pela inscrição, cobrança amigável e emissão da certidão da


dívida ativa é atribuída ao Órgão Fazendário Municipal, centralizando essas funções
para eficiência na gestão da dívida ativa.

Artigo 128

Para a cobrança da dívida ativa do Município, além de outras medidas


administrativas previstas em lei, aplica-se o disposto na Lei Federal nº 6.830, de 22
de setembro de 1980, e suas alterações posteriores. Essa lei estabelece normas
para a cobrança judicial da dívida ativa da Fazenda Pública, fornecendo um marco
legal para a execução fiscal.

Seção IV - Certidão Negativa

Artigo 129

A prova de quitação de tributos municipais é feita através da Certidão Negativa de


Débito (CND), emitida mediante requerimento do interessado, contendo
informações necessárias para sua identificação. O § 1º especifica que, para o IPTU,
a certidão é expedida por imóvel. O § 2º estabelece um prazo máximo de 5 dias para

38
a emissão da certidão, que pode ser feita eletronicamente. O § 3º menciona que,
em caso de débitos pendentes, a certidão será indeferida, podendo ser emitida
uma certidão positiva de débitos (CPD) a pedido do requerente. O § 4º introduz a
possibilidade de emitir uma certidão positiva com efeito de negativa (CPD/EN) sob
certas condições, como débitos não vencidos ou em processo de cobrança com
garantias específicas.

Artigo 130

Destaca a responsabilidade pessoal do funcionário que emitir uma certidão


negativa com dolo ou fraude, incluindo o pagamento do crédito tributário e juros. O
§ 1º amplia a responsabilidade para a esfera civil, criminal ou administrativa, e
também para aqueles que contribuíram para o erro. O § 2º afirma que a emissão de
uma certidão negativa por erro não isenta o contribuinte devedor da
responsabilidade, obrigando a administração tributária a anular o documento e
cobrar o crédito devido.

Artigo 131

Esclarece que a expedição de uma certidão negativa não impede a cobrança de


débitos anteriormente não apurados. O parágrafo único especifica que esta regra
não se aplica ao adquirente de imóveis que possua certidão negativa de débitos,
mantendo a responsabilidade sobre o alienante.

Artigo 132

Define o prazo de validade da certidão negativa como 30 dias a partir da data de


emissão.

Essa seção detalha os procedimentos e as condições sob as quais as certidões


negativas e positivas de débito são emitidas pela administração tributária
municipal, incluindo as responsabilidades associadas à sua emissão e as
implicações para contribuintes e funcionários públicos.

Seção V - Das Infrações e Penalidades

Subseção I - Das Disposições Gerais

Artigo 133

39
Define como infração qualquer ação ou omissão, voluntária ou involuntária, que
viole as normas da legislação tributária municipal, seja por parte do sujeito passivo
ou de terceiros. O parágrafo único estabelece que a aplicação de penalidades não
isenta o infrator do pagamento do tributo, dos juros de mora e da atualização
monetária do débito, nem do cumprimento das obrigações tributárias acessórias
ou de outras sanções aplicáveis.

Artigo 134

Estabelece que as multas podem ser acumuladas quando decorrem tanto do


descumprimento de obrigações principais quanto acessórias. O parágrafo único
limita a imposição de uma única penalidade, a mais severa, em casos onde várias
obrigações acessórias são descumpridas por um único fato.

Artigo 135

Determina que as infrações reincididas serão punidas com o dobro da penalidade


original. Define reincidência como a repetição de uma infração após a decisão
administrativa anterior ter se tornado definitiva, com uma ressalva: não se
considera reincidência se mais de cinco anos se passaram entre as infrações.

Artigo 136

Prevê uma penalidade adicional de 50% sobre o valor da multa aplicável para o
sujeito passivo que persistir na mesma infração após ter sido autuado.

Artigo 137

Oferece um incentivo para a regularização de débitos, reduzindo em 50% o valor da


multa se o pagamento for realizado à vista dentro do prazo para impugnação. Se o
débito for parcelado dentro deste prazo, a redução da multa é de 25%.

Artigo 138

Indica que as práticas ilícitas e suas penalidades específicas estão detalhadas no


Livro Segundo deste Código.

Subseção II - Da Representação Fiscal Para Fins Penais

Artigo 139

Estabelece que a representação fiscal para fins penais, concernente a possíveis


crimes contra a ordem tributária, deve ser enviada ao Ministério Público até 30 dias

40
após a decisão final na esfera administrativa que confirma a existência do crédito
tributário. Se não houver impugnação administrativa, o prazo começa após o direito
de recorrer ter se esgotado.

Artigo 140

Determina que a representação fiscal será elaborada pelo Procurador Geral do


Município.

Seção VI - Dos Prazos

Artigo 141

Os prazos na legislação tributária municipal são contínuos, excluindo o dia do início


e incluindo o dia do vencimento. Pode-se estabelecer uma data específica para o
vencimento de tributos ou multas, e na ausência de prazo específico, aplica-se o
prazo geral de 20 dias.

Artigo 142

Os prazos começam ou terminam em dias úteis. Se o prazo não cair em dia útil, é
prorrogado para o próximo dia útil.

Seção VII - Da Atualização Monetária

Artigo 143

Créditos de qualquer natureza da Fazenda Municipal serão atualizados pelo IPCA.


Se o IPCA for extinto, será usado o índice que o substituir.

Artigo 144

A Planta Genérica de Valores Imobiliários e outros elementos usados para calcular


o IPTU serão atualizados no dia 1º de janeiro de cada ano.

Artigo 145 estimativa

Tributos e multas específicos serão atualizados anualmente, assim como os


créditos tributários parcelados e a base de cálculo estimada do ISS,
proporcionalmente à data do parcelamento ou do lançamento da estimativa.

Artigo 146

Créditos vencidos serão corrigidos mensalmente pelo IPCA, com atualização


baseada na variação da inflação dos meses anteriores, aplicada todo dia 16 de
cada mês.

Artigo 147

41
A atualização de débitos da Fazenda Municipal com terceiros seguirá os mesmos
critérios dos artigos anteriores.

Seção VIII - Dos Juros Moratórios

Artigo 148

Créditos da Fazenda Municipal de qualquer natureza, se não pagos no vencimento,


terão juros de mora de 1% ao mês sobre o montante já corrigido conforme o
capítulo anterior.

CAPÍTULO VII - Sistema Tributário do Município

Seção I - Disposições Gerais

Artigo 149

Define tributo como uma prestação pecuniária obrigatória, não resultante de ato
ilícito, estabelecida por lei e cobrada pela administração pública de forma
vinculada.

Artigo 150

A natureza jurídica do tributo é determinada pelo fato gerador da obrigação,


independente da denominação ou destinação do produto de sua arrecadação.

Artigo 151

Classifica os tributos em impostos, taxas e contribuições:

Impostos: Obrigação gerada por uma situação independente de atividade estatal


específica.

Taxas: Decorrem do exercício do poder de polícia ou da utilização de serviços


públicos específicos e divisíveis.

Contribuições: Instituídas para custear serviços de iluminação pública e obras


públicas que valorizem imóveis.

Seção II - Tributos Municipais

Artigo 152

Lista os tributos municipais:

Impostos:

Sobre propriedade predial e territorial urbana.

Sobre transmissão "inter vivos" de bens imóveis e direitos reais sobre imóveis.

42
Sobre serviços de qualquer natureza não estaduais.

Taxas:

De licença (poder de polícia).

Por utilização de serviços públicos.

Contribuições:

De melhoria (por obras públicas que valorizem imóveis).

De custeio de iluminação pública.

Define poder de polícia como a atividade que regula direitos em prol do interesse
público e esclarece o conceito de serviços públicos específicos e divisíveis,
indicando quando são considerados utilizados efetivamente ou potencialmente
pelo contribuinte

CAPÍTULO VIII - Competência Tributária

Seção I - Disposições Gerais

Artigo 153

Estabelece que a competência tributária inclui a autoridade para instituir, lançar,


arrecadar e fiscalizar tributos municipais, além de executar leis, serviços, atos ou
decisões administrativas. Isso deve ser feito respeitando as limitações impostas
pela Constituição Federal, pela Constituição Estadual e pela Lei Orgânica do
Município.

Artigo 154

Declara que a competência tributária é indelegável, exceto quando se trata de


funções de arrecadação ou fiscalização de tributos, que podem ser conferidas a
outra pessoa jurídica de direito público por meio de convênio. Especifica que essa
atribuição inclui garantias e privilégios processuais, e que o envolvimento de
pessoas de direito privado na arrecadação de tributos não constitui delegação de
competência.

Artigo 155

Autoriza o Município, representado pelo Chefe do Poder Executivo, a realizar atos


jurídicos necessários para fiscalizar e cobrar o Imposto Sobre a Propriedade
Territorial Rural (ITR), um tributo de competência da União.

43
Seção II - Limitação do Poder de Tributar

Artigo 156

Proíbe o município de:

Exigir ou aumentar tributos sem uma lei específica.

Instituir tratamento desigual entre contribuintes em situações equivalentes.

Cobrar tributos sobre o patrimônio, renda ou serviços das entidades


governamentais, templos de qualquer culto, entre outros.

Utilizar tributos com efeito de confisco.

Estabelecer limitações ao tráfego de pessoas ou bens por meio de tributos


intermunicipais, exceto pela cobrança de pedágio.

Instituir impostos sobre patrimônio, renda ou serviços de partidos políticos,


entidades sindicais, instituições de educação e assistência social sem fins
lucrativos, livros, jornais, periódicos e fonogramas e videofonogramas musicais
produzidos no Brasil.

Especifica que as vedações sobre isenção de impostos para entidades sem fins
lucrativos não se aplicam a atividades econômicas que cobram por seus serviços
ou quando há contraprestação pelo usuário. Também menciona que a imunidade
tributária pode ser estendida a imóveis de terceiros usados como templos de
qualquer culto.

Artigo 157

Detalha os requisitos para entidades sem fins lucrativos se qualificarem para


imunidade tributária, incluindo a não distribuição de lucros, a aplicação integral
dos recursos no Brasil para seus objetivos institucionais e a manutenção de uma
escrituração precisa de suas receitas e despesas. Estabelece um processo para a
comprovação do direito à imunidade tributária, incluindo a apresentação de
documentos específicos e a renovação anual dessa comprovação.

LIVRO SEGUNDO

TÍTULO I - DOS TRIBUTOS EM ESPÉCIE

CAPÍTULO I - Do Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana – IPTU

44
Seção I - Do Fato Gerador

Art. 158. Define o fato gerador do IPTU como a propriedade, o domínio útil ou a
posse com ânimo de dono de um bem imóvel, seja este edificado ou não, localizado
na zona urbana do município. Especifica o que é considerado um imóvel edificado
e o que é considerado um terreno, incluindo detalhes sobre construções
provisórias, em andamento, paralisadas, em ruínas, condenadas ou inadequadas.

Art. 159. Estabelece que o fato gerador do IPTU ocorre no primeiro de janeiro de
cada exercício financeiro.

Art. 160. Identifica a Fazenda Pública do Município de Alexânia como o sujeito ativo
da obrigação tributária do IPTU.

Art. 161. Define como contribuinte do IPTU o proprietário do imóvel, o titular do


domínio útil ou a pessoa que possui a coisa com ânimo de dono.

Detalhes Importantes:

Zona Urbana: Para efeitos do IPTU, considera-se zona urbana aquela definida em
lei municipal, que deve contar com pelo menos dois dos melhoramentos indicados
(meio-fio ou calçamento, abastecimento de água, esgoto sanitário, iluminação
pública, escola ou posto de saúde próximos).

Áreas Urbanizáveis: São consideradas urbanas as áreas urbanizáveis ou de


expansão urbana que estejam em loteamentos aprovados para habitação, indústria
ou comércio, mesmo fora das zonas definidas como urbanas.

Isenções: Imóveis utilizados para exploração extrativa vegetal, agrícola, pecuária ou


agroindústria, localizados em zona urbana ou urbanizável, podem ser isentos do
IPTU, desde que essa utilização seja devidamente comprovada pelo contribuinte.

I. Ser o único imóvel do contribuinte.

II. O imóvel deve ser residencial e habitado pelo beneficiário da isenção.

III. A área construída não pode exceder 100 m².

45
IV. Os rendimentos mensais líquidos do contribuinte não podem ultrapassar
um salário mínimo.

V. O imóvel deve estar legalmente registrado/escriturado em nome do


beneficiário, ou deve haver documento legal que comprove sua condição de
proprietário/adquirente/possuidor.

Art. 164 - Base de Cálculo do Imposto

Determina que a base de cálculo do IPTU é o valor venal do imóvel, que deve ser
apurado e atualizado anualmente. No cálculo do valor venal, excluem-se:

I. O valor dos bens móveis no imóvel, seja para uso, exploração, decoração ou
comodidade.

II. Restrições de direito de propriedade e situações de co-propriedade.

III. Edificações que não estejam em condições de uso.

IV. Edificações em ruínas ou inadequadas para qualquer tipo de utilização.

Art. 165 - Valor Venal de Terrenos Não Edificados

Para terrenos não edificados, o valor venal é calculado multiplicando-se a área do


terreno pelo valor unitário do metro quadrado, considerando-se também fatores
que possam desvalorizar ou corrigir o valor.

Art. 166 - Apuração do Valor Venal

O valor venal dos imóveis é determinado com base na Planta Genérica de Valores,
aprovada anualmente pela Câmara Municipal.

Art. 167 - Elaboração da Planta Genérica de Valores

A Planta Genérica de Valores é elaborada e revisada anualmente por uma comissão


de até cinco membros, instituída pelo Chefe do Poder Executivo.

§ 1º O projeto de lei que contém a Planta Genérica de Valores deve ser enviado à
Câmara Municipal pelo Executivo para aprovação antes do fim do ano legislativo.

§ 2º Caso o projeto de lei não seja enviado até a data estipulada, os valores venais
usados serão os mesmos do exercício anterior, ajustados apenas pelo percentual
de inflação acumulada dos últimos 12 meses, conforme o IPCA do IBGE.

46
§ 3º Para imóveis não cadastrados ou sem código de valor na Planta Genérica, o
valor será determinado pelo órgão municipal competente, baseando-se nos valores
de imóveis adjacentes, considerando as diferenças físicas entre eles.

Estas disposições garantem um processo estruturado e atualizado para a


determinação da base de cálculo do IPTU, considerando as características
específicas de cada imóvel e as mudanças econômicas anuais.

Art. 168 - Valor Unitário do Metro Quadrado do Terreno na Planta Genérica de


Valores

Este artigo estipula como deve ser determinado o valor unitário do metro quadrado
do terreno, segundo a Planta Genérica de Valores:

I. Corresponde ao valor da face da quadra onde o imóvel está localizado.

II. Para imóveis não construídos com mais de uma frente, a frente principal é aquela
voltada para a rua mais valorizada.

III. Em imóveis de esquina não construídos, a frente considerada é a de menor


testada, e a outra é tratada como divisa lateral.

IV. Para imóveis construídos em terrenos de esquina ou com mais de uma frente, a
frente é determinada pelo logradouro onde o prédio tem sua fachada principal.

V. Em imóveis internos ou de fundos, o valor corresponde ao do logradouro que


proporciona acesso. Se houver mais de um acesso, prevalece o de maior valor.

VI. Para terrenos encravados, o valor é baseado no logradouro correspondente à


servidão de passagem.

Parágrafo único: Para terrenos acessados exclusivamente por passagem de


pedestre, o valor é definido com base nas ruas laterais ou no logradouro que dá
acesso.

Art. 169 - Valoração de Logradouros Não Presentes no Mapa de Valores

Os logradouros ou trechos que não constam no Mapa de Valores têm seus valores
unitários de metro quadrado de terreno estabelecidos pelo órgão competente da
Prefeitura Municipal de Alexânia, por meio de avaliação técnica legalmente válida.

47
§ 1º Em novos loteamentos ou condomínios horizontais ou verticais ausentes da
Planta Genérica de Valores, aplica-se o valor obtido por avaliação técnica,
incluindo o valor por metro quadrado de construção.

§ 2º O valor resultante de qualquer avaliação individual e específica tem


precedência sobre os valores estipulados na Planta Genérica de Valores.

Estes artigos delineiam critérios específicos para a determinação do valor unitário


do metro quadrado de terrenos e imóveis, visando uma avaliação justa e atualizada
para fins de tributação e planejamento urbano.

Art. 170 - Fatores Correcionais dos Terrenos no Cálculo dos Valores Venais

Este artigo estabelece que, para o cálculo dos valores venais dos terrenos, devem
ser considerados diversos fatores correcionais, incluindo:

Situação

Topografia

Pedologia (estudo dos solos)

Acesso

Localização

Grandeza em área (gleba)

Entre outros aspectos relevantes

Esses fatores são essenciais para determinar o valor real do terreno, ajustando o
valor base de acordo com características específicas que podem aumentar ou
diminuir seu valor de mercado.

Art. 171 - Fatores Correcionais Relacionados à Construção

Para as construções, os valores venais serão calculados levando em consideração


fatores correcionais que se referem ao estado de conservação do imóvel. Isso
significa que a avaliação do valor venal de uma edificação não se baseia apenas em
sua localização e tamanho, mas também em como ela foi mantida ao longo do
tempo, o que pode afetar significativamente seu valor.

Art. 172 - Tabela de Avaliação das Edificações e Incidência de Fatores Correcionais

48
Neste artigo, é indicado que a tabela de avaliação das edificações deve contemplar
uma série de características, incluindo:

Estrutura

Instalações hidrossanitárias e elétricas

Cobertura

Esquadrias

Piso

Forro

Revestimentos

Acabamentos internos e externos

Outros elementos relevantes para a avaliação da edificação

Além disso, o artigo detalha como os fatores correcionais devem ser aplicados:

§ 1º: Quando mais de um fator correcional incidir sobre a avaliação, deve-se aplicar
no cálculo do valor venal o produto dos fatores incidentes.

§ 2º: No caso de incidência dos fatores correcionais relacionados à construção,


mencionados no art. 171, será aplicado apenas um desses fatores.

Essas disposições garantem que a avaliação dos imóveis seja feita de maneira justa
e precisa, considerando todos os aspectos que podem influenciar seu valor no
mercado.

Art. 173 - Elementos para Determinação do Valor Venal

Este artigo especifica os elementos a serem considerados na determinação do


valor venal de um imóvel, podendo ser aplicados em conjunto ou separadamente:

I - Quanto ao prédio:

a) Padrão ou tipo de construção.

b) Área construída.

c) Valor unitário do metro quadrado.

d) Estado de conservação.

49
e) Serviços públicos ou de utilidade pública existentes na via ou logradouro.

f) Índice de valorização do logradouro ou quadra onde o imóvel está situado.

g) Preço do imóvel nas últimas transações de compra e venda realizadas nas


quadras próximas, segundo o mercado imobiliário local.

h) Destinação do imóvel.

i) Quaisquer outros dados informativos obtidos pelo órgão competente.

II - Quanto ao terreno:

a) Área, forma, dimensões, localização, acidentes geográficos e outras


características.

b) Fatores mencionados nas alíneas “e”, “f”, “g” do inciso anterior e quaisquer
outros dados informativos.

Parágrafo único: Na determinação do valor venal, não se consideram:

Bens móveis mantidos no imóvel para sua utilização, exploração, aformoseamento


ou comodidade.

Vinculações restritivas de direito de propriedade e o estado de comunhão.

Edificações sem condições de uso.

Edificações em estado de ruína ou inadequadas à utilização.

Art. 174 - Cálculo do Valor Venal para Tributação

O estado de conservação, em função da idade da construção, será considerado no


cálculo do valor venal dos imóveis para efeito de tributação pelo Imposto Predial.

Parágrafo único: A construção será enquadrada em um dos tipos e padrões


previstos na Planta Genérica de Valores do Município. O valor resultará da
multiplicação da área pelo valor unitário de metro quadrado de construção e pelo
fator de conservação.

Art. 175 - Idade da Edificação para Aplicação dos Fatores Correcionais

A idade de cada edificação, para aplicação dos fatores correcionais de


conservação conforme a Planta Genérica de Valores deste município,

50
corresponderá à diferença entre o exercício a que se refere o lançamento tributário
e o ano da expedição do “habite-se” ou cadastramento de ofício da
construçãoSeção IV: Cálculo do Imposto

Art. 176: Define as alíquotas do IPTU com base no tipo de imóvel:

Imóveis edificados: 0,50%

Imóveis comerciais ou mistos: 0,75%

Imóveis não edificados: 2,5%

Art. 177: Permite a instituição de alíquotas progressivas com base no valor venal do
imóvel e progressividade extrafiscal para promover a função social da propriedade.

Seção V: Sujeito Passivo

Art. 178: Identifica quem é responsável pelo pagamento do IPTU (proprietário,


titular do domínio útil, ou possuidor a qualquer título).

Art. 179: Especifica outras partes que podem ser responsáveis pelo pagamento do
imposto, como adquirentes, sucessores, e o espólio.

Seção VI: Do Lançamento e da Arrecadação

Art. 180 a 182: Detalham como o IPTU é lançado, incluindo a base para o
lançamento anual direto, considerações para imóveis modificados após o fato
gerador, e especificidades para diferentes tipos de propriedade.

Art. 183 a 185: Abordam o procedimento de lançamento quando o proprietário ou


possuidor não é conhecido, e as formas de notificação ao sujeito passivo.

Art. 186: Descreve as opções de pagamento do IPTU, incluindo descontos para


pagamento à vista e condições para parcelamento.

Art. 187: Esclarece que o pagamento do IPTU não implica reconhecimento da


legitimidade da propriedade ou posse pelo órgão municipal.

Este é um guia geral sobre como o IPTU é calculado, lançado, e arrecadado em um


município fictício, destacando a responsabilidade dos proprietários de imóveis e as
condições sob as quais o imposto é administrado.

eção VII: Reclamação Contra o Lançamento

Esta seção do código tributário trata do processo pelo qual um contribuinte pode
contestar o lançamento do IPTU. Ela estabelece os procedimentos para apresentar
uma reclamação, os efeitos de uma reclamação apresentada dentro do prazo e as
consequências de uma reclamação indeferida.

51
Art. 188: Define que a reclamação deve ser apresentada por escrito ao órgão
competente, dentro de um prazo de 20 dias a partir da notificação do lançamento,
e pode ser feita pelo contribuinte, seu representante ou procurador legalmente
constituído. Um recibo será fornecido ao reclamante.

Art. 189: Estipula que a reclamação terá efeito suspensivo (ou seja, pausa a
exigibilidade do tributo) em duas situações:

Quando houver engano sobre quem é o sujeito passivo (a pessoa responsável pelo
pagamento do imposto).

Quando existir erro na base de cálculo ou no cálculo do imposto.

Além disso, detalha as consequências de uma reclamação indeferida:

O contribuinte deverá arcar com as multas e outras penalidades já aplicadas ao


tributo.

O contribuinte tem o direito de impugnar a decisão e de recorrer.

As impugnações e recursos serão julgados conforme estabelecido em outra seção


do código.

Este processo é fundamental para garantir que os contribuintes tenham a


oportunidade de contestar lançamentos de IPTU que considerem incorretos ou
injustos, proporcionando um mecanismo de defesa e correção.

eção VIII: Cadastro Imobiliário

Esta seção detalha as obrigações e procedimentos relacionados ao Cadastro


Imobiliário, essencial para a administração tributária municipal. A inscrição de
imóveis urbanos neste cadastro é obrigatória, independentemente de isenções ou
imunidades fiscais.

Art. 190: Especifica quem deve promover a inscrição dos imóveis no Cadastro
Imobiliário, incluindo proprietários, possuidores a qualquer título,
compromissários-compradores e, em certos casos, a própria administração
pública ou representantes legais de imóveis em situações especiais como espólios
ou falências.

52
Art. 191: Define as informações necessárias para a inscrição de um imóvel no
cadastro, que vão desde dados pessoais do responsável até detalhes específicos
do imóvel, como localização, uso, dimensões e dados sobre a construção.

Art. 192: Trata de casos em que há litígio sobre o domínio do imóvel, exigindo que a
ficha de inscrição detalhe a situação, incluindo os nomes dos envolvidos e
informações sobre o processo judicial.

Art. 193: Para áreas loteadas ou remanejadas com licença municipal, além do título
de propriedade, é necessário apresentar uma planta completa do loteamento ao
órgão cadastrador.

Art. 194: Obrigação de comunicar à Prefeitura, em até 30 dias, quaisquer


ocorrências que possam alterar as bases de cálculo dos tributos municipais
relacionados ao imóvel.

Art. 195: Estabelece que a concessão do "habite-se" depende da atualização da


inscrição do imóvel no Cadastro Imobiliário pela repartição fazendária competente.

Art. 196: Impõe aos Cartórios de Notas e de Registro de Imóveis a obrigação de


exigir certidões negativas de tributos municipais para a transferência ou venda de
imóveis e de enviar uma relação mensal das escrituras registradas ao órgão
fazendário municipal.

Penalidades

Esta seção aborda as consequências e penalidades para o não cumprimento de


obrigações tributárias relacionadas ao imposto sobre a propriedade e ao cadastro
imobiliário.

Art. 197: Detalha as penalidades para o atraso no pagamento do imposto, incluindo


multas por dia de atraso, juros mensais sobre o valor corrigido do imposto, e a
atualização monetária baseada no IPCA.

53
Inciso I: Impõe uma multa diária de 0,05% sobre o valor do imposto por dia de
atraso, acumulativa até o máximo de 10%.

Inciso II: Estabelece juros de mora de 1% ao mês ou fração sobre o valor do imposto
corrigido monetariamente.

Inciso III: Determina a atualização monetária do valor do imposto com base no


IPCA.

Parágrafo 1º: Define multas específicas para o descumprimento de normas


relativas ao cadastramento e comunicação obrigatórios.

Inciso I: Estipula uma multa de 30 Unidades Fiscais do Município (UFM) para


aqueles que não realizarem o cadastramento conforme os artigos 190 e 191.

Inciso II: Aplica uma multa de 20 UFM para o não cumprimento das obrigações de
inscrição ou comunicação previstas na lei.

Parágrafo 2º: Institui multas administrativas para proprietários de imóveis que não
atendem a certos requisitos urbanísticos, como a construção de passeio ou muro.

Inciso I: Multa de 300 UFM para imóveis edificados sem os requisitos.

Inciso II: Multa de 500 UFM para imóveis comerciais ou mistos sem os requisitos.

Inciso III: Multa de 400 UFM para imóveis não edificados sem os requisitos.

Art. 198: Reitera que os débitos não quitados nos prazos estabelecidos serão
acrescidos das multas especificadas no artigo 197, dos juros moratórios de 1% ao
mês, contados a partir do mês subsequente ao vencimento, além da atualização
monetária baseada no IPCA.

Seção X: Disposições Especiais

Art. 199

Especifica que o Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana (IPTU) é


considerado um ônus real, o que significa que o imposto segue o imóvel
independentemente da mudança de propriedade. Isso implica que qualquer novo
proprietário assume a responsabilidade pelo pagamento do IPTU,
independentemente de quem era o proprietário quando o imposto foi gerado.

Art. 200

Declara que o IPTU não incidirá sobre imóveis designados como reservas legais,
mesmo que localizados dentro do perímetro urbano. Esta isenção está alinhada

54
com a legislação ambiental que visa proteger áreas que contribuem para a
conservação do meio ambiente dentro das zonas urbanas.

Art. 201

Amplia as isenções do IPTU para incluir imóveis que tenham sofrido desvalorização
devido a calamidades públicas ou forças maiores, reconhecendo as situações em
que desastres ou outros eventos inevitáveis e excepcionais prejudicam
significativamente o valor do imóvel.

Art. 202

Lista as situações em que é obrigatória a apresentação de uma certidão negativa


de IPTU, incluindo atividades de construção, ampliação ou reforma;
remanejamento de áreas; aprovação de plantas urbanísticas e loteamentos; e
envolvimento em processos de licitação pública ou contratos com o setor público.
Esta exigência serve para assegurar que não existam débitos de IPTU que possam
afetar a execução de tais atividades ou transações.

Art. 203

Estabelece a necessidade de uma Certidão Negativa de IPTU para a transmissão de


propriedades urbanas, garantindo que todos os imóveis transferidos estejam em
conformidade com suas obrigações fiscais. Isso ajuda a evitar a acumulação de
dívidas tributárias e garante a transparência na transferência de propriedades.

CAPÍTULO II: Imposto Sobre Transmissão Inter Vivos de Bens Imóveis e de


Direitos a eles Relativos

Seção I: Fato Gerador

Art. 204 Define o Imposto sobre Transmissão Inter Vivos (ITBI), detalhando as
situações que configuram o fato gerador do imposto. Tais situações incluem a
compra e venda de imóveis, dação em pagamento, permuta, entre outros eventos
que transferem propriedade ou direitos reais sobre imóveis. Especifica que o
imposto é gerado no momento da formalização do ato, por escritura pública ou
particular, sendo a inscrição no registro de imóveis uma formalidade subsequente
e não essencial para a incidência do imposto.

Parágrafos do Art. 204

• § 1º: Clarifica que o momento da lavratura da escritura é decisivo para a


determinação do tempo de ocorrência do fato gerador, independente do
registro do título.

55
• § 2º a § 4º: Detalham especificidades sobre a incidência do ITBI em casos
de permuta, aquisição de terreno para construção, e a irrelevância da
anulação do negócio jurídico para a incidência do imposto.

Seção II: Isenções

Art. 205 Lista as condições sob as quais o ITBI não será cobrado, incluindo
transferências de imóveis resultantes de extinção de usufruto ou comunicação de
bens entre cônjuges devido ao regime de casamento. Essas isenções visam evitar
a tributação em transações que não alteram substancialmente a propriedade ou a
posse de bens imóveis em cenários específicos, como ajustes familiares ou legais
sem ganho econômico.

Seção III: Não Incidência

Art. 206 Descreve situações em que o ITBI não é aplicável, incluindo transferências
de propriedade para entidades governamentais, partidos políticos, entidades
sindicais, instituições de educação e assistência social, e igrejas, desde que os
imóveis estejam relacionados com suas funções essenciais. Além disso, prevê a
não incidência do ITBI em casos de transferência de bens ou direitos em processos
de fusão, cisão ou incorporação empresarial, salvo se a entidade adquirente tiver a
compra e venda de imóveis como atividade preponderante.

Parágrafos do Art. 206

• § 1º a § 6º: Discutem condições adicionais e restrições para a aplicação das


regras de não incidência, especificando como atividades preponderantes
que excluem a imunidade do ITBI devem ser avaliadas e declaradas, e
delineando o procedimento para a revogação dessa imunidade caso seja
verificado o descumprimento das condições necessárias.

Art. 207 e 208

• Art. 207: Estipula que não haverá nova incidência do ITBI no retorno de um
bem ao domínio do antigo proprietário, sob certas condições contratuais.

• Art. 208: Define a condição sob a qual o ITBI será cobrado em contratos de
alienação fiduciária, que é a consolidação da propriedade em favor do
credor, decorrente do não cumprimento do financiamento pelo devedor.

CAPÍTULO II: Imposto Sobre Transmissão Inter Vivos de Bens Imóveis e de Direitos
a eles Relativos

Seção IV: Do Elemento Espacial

Art. 209

56
Estabelece que o Imposto sobre Transmissão Inter Vivos (ITBI) se aplica
exclusivamente a imóveis situados dentro do território do Município de Alexânia.
Este artigo garante que a autoridade fiscal local se limite a operações imobiliárias
internas.

Art. 210

Aborda a situação de imóveis que ocupam áreas que cruzam os limites de mais de
um município. Determina que o lançamento do imposto seja proporcional ao valor
do imóvel que se encontra dentro dos limites de Alexânia, garantindo uma
tributação justa e proporcional.

Seção V: Dos Elementos Pessoais

Art. 211

Define quem são os contribuintes do ITBI, identificando-os como o adquirente ou


cessionário do bem ou direito adquirido, clarificando a responsabilidade fiscal na
transferência de propriedades.

Art. 212

Lista as partes que são solidariamente responsáveis pelo pagamento do ITBI e seus
acréscimos. Isso inclui o transmitente, o cedente, tabeliães e serventuários de
ofício, e agentes financeiros em casos de financiamento imobiliário. Este artigo
assegura que múltiplas partes possam ser responsabilizadas para garantir a
arrecadação do imposto.

Seção VI: Base de Cálculo

Art. 213

Determina que a base de cálculo do ITBI é o valor venal do imóvel ou direitos


transmitidos, independentemente do valor declarado no contrato. Especifica que
não se abatem dívidas do valor venal e que o valor da base de cálculo em situações
como arrematações e leilões será o maior entre o valor de avaliação e o preço pago.

Artigos 214 a 217

57
Discutem detalhes adicionais sobre como a base de cálculo do ITBI é determinada
em várias situações específicas, incluindo transmissões de direitos reais de
usufruto e outras condições. O art. 217 particularmente estipula o procedimento
para fixação do valor tributável, exigindo documentação apropriada e permitindo
revisão por meio de impugnação.

Seção VII: Alíquotas

Art. 218

Estabelece a alíquota padrão do ITBI em 3%, com condições especiais para


transações no âmbito do Sistema Financeiro de Habitação, onde partes do valor
financiado podem ter alíquotas reduzidas a 0,5%.

Seção VIII: Pagamento

Artigos 219 a 220

Definem os prazos e condições para o pagamento do ITBI. Estipula que o imposto


deve ser pago até a data do ato translativo, com prazos especiais para diversas
situações, como transferências de imóveis à pessoa jurídica, arrematações e
outros. O art. 220 permite a antecipação do pagamento sob condições específicas,
com benefícios ao contribuinte em termos de avaliação de valor.

Seção IX: Restituição

Art. 221

Discute condições sob as quais o ITBI pago não é restituível, como na cessão de
promessas de compra e venda ou em casos de exercício de direito de
arrependimento. Estabelece também as situações em que o imposto pode ser
restituído, incluindo anulação judicial da transmissão e rescisão de contrato.

CAPÍTULO II: Imposto Sobre Transmissão Inter Vivos de Bens Imóveis e de Direitos
a eles Relativos

Seção X: Obrigações Acessórias

Art. 222

Obriga o sujeito passivo a apresentar todos os documentos e informações


necessárias para o lançamento do imposto ao órgão competente, assegurando que

58
a administração tributária possua todos os dados para calcular corretamente o
ITBI.

Art. 223

Proíbe tabeliães e escrivães de lavrar escrituras ou instrumentos sem a


comprovação do pagamento do imposto ou sem reconhecimento oficial de
imunidade ou isenção, garantindo a legalidade e a conformidade das transações
imobiliárias com a legislação tributária.

Art. 224

Determina que a guia de recolhimento do imposto seja transcrita nos documentos


oficiais por tabeliães e escrivães, proporcionando transparência e rastreabilidade
do cumprimento fiscal.

Art. 225

Estabelece a obrigação para aqueles que adquirem bens ou direitos, que


potencialmente geram o fato gerador do imposto, de apresentar o título
representativo da transferência ao órgão fiscalizador dentro de 30 dias,
assegurando a pronta notificação da transação ao fisco.

Art. 226

Impõe obrigações aos tabeliães, escrivães e outros oficiais públicos, como permitir
a fiscalização de registros relevantes e fornecer certidões quando solicitado,
facilitando a fiscalização e a arrecadação do ITBI.

Art. 227

Exige que tabeliães notifiquem a Fazenda Municipal sobre todas as transações


imobiliárias até o décimo dia do mês seguinte ao da transação, ajudando a manter
atualizado o cadastro imobiliário municipal.

Art. 228

59
Obriga as autoridades judiciárias e escrivães a enviar documentação de inventários
e outros processos relevantes para a Fazenda Municipal, permitindo a avaliação e
o lançamento de impostos sobre transmissões tributáveis.

Seção XI: Penalidades

Art. 229

Estipula uma multa de 20% sobre o valor do imposto para o adquirente que não
apresentar seu título ao órgão fiscalizador dentro do prazo estabelecido.

Art. 230

Define a mesma multa de 20% para o não pagamento do ITBI nos prazos
determinados, aplicando-se também a serventuários que não cumprirem o
disposto no art. 223.

Art. 231

Impõe uma multa de 100% sobre o valor do imposto para declarações fraudulentas
que afetem o cálculo do imposto, estendendo-se a qualquer parte conivente na
transação.

Seção XII: Disposições Finais

Art. 232

Afirma que créditos tributários não pagos no prazo devem ser atualizados
monetariamente e sujeitos a penalidades legais.

Art. 233

Declara que princípios e normas aplicáveis a outros impostos previstos na lei


também se aplicam ao ITBI, conforme relevante.

CAPÍTULO III: Imposto Sobre Serviços De Qualquer Natureza (ISSQN)

Seção I: Fato Gerador

Art. 234

60
Define o ISSQN como decorrente da prestação de serviços listados no art. 237, por
qualquer pessoa física ou jurídica, independentemente de ser a atividade
preponderante do prestador.

Art. 235

Estabelece que o fato gerador do ISSQN ocorre no momento da execução do


serviço, incluindo a disponibilidade jurídica do serviço para o tomador.

Art. 236

Especifica que, em serviços executados por etapas, cada etapa concluída é um fato
gerador de ISSQN.

Seção II: Incidência

Art. 237

Lista extensivamente os serviços sobre os quais o ISSQN incide, incluindo serviços


de informática, saúde, engenharia, educação, construção civil, serviços
financeiros, entre muitos outros. A lista abrange serviços que são comumente
utilizados no cotidiano das cidades e reflete a ampla base de incidência do
imposto, que é um dos principais tributos municipais, vital para financiar uma
variedade de serviços públicos locais.

§ 1º do Art. 237

Amplia a incidência do imposto para serviços provenientes do exterior ou iniciados


no exterior.

§ 2º do Art. 237

Clarifica que, salvo exceções na lista, os serviços mencionados estão isentos de


ICMS, destacando a distinção entre os tributos que incidem sobre serviços e
aqueles sobre a circulação de mercadorias.

§ 3º do Art. 237

61
Explica que o ISSQN também incide sobre o uso de bens e serviços públicos
explorados economicamente mediante tarifa paga pelo usuário, integrando
serviços que utilizam infraestrutura pública no regime tributário municipal.

§ 4º do Art. 237

Afirmar que a incidência do imposto não depende da denominação do serviço,


evitando a evasão fiscal por meio da manipulação de nomenclaturas.

§ 5º do Art. 237

Inclui na incidência do ISSQN os serviços relacionados ao tratamento e


processamento de produtos agrícolas fornecidos pelo usuário final, indicando a
aplicabilidade do imposto em serviços que agregam valor a produtos agrícola.

CAPÍTULO III: Imposto Sobre Serviços De Qualquer Natureza (ISSQN)

Seção V: Local da Prestação e da Incidência

Art. 242
Este artigo determina que o imposto é devido no local do estabelecimento
prestador ou, na falta de estabelecimento, no local do domicílio do prestador.
Entretanto, há exceções onde o imposto é devido no local do estabelecimento do
tomador ou no local onde os serviços são efetivamente prestados, dependendo do
tipo de serviço.

Art. 243
Define o que é considerado um estabelecimento prestador de serviços para fins de
tributação do ISSQN. Um estabelecimento prestador é caracterizado não apenas
por elementos físicos como a presença de pessoal e equipamentos, mas também
por elementos organizacionais e administrativos que indicam uma operação
econômica permanente ou temporária. O parágrafo do artigo detalha critérios para
identificação de um estabelecimento prestador, incluindo manutenção de pessoal
e equipamentos, estrutura organizacional, inscrição em órgãos previdenciários, e
outros indicativos de permanência.

Importância das Disposições

Estes artigos são fundamentais para a administração do ISSQN, pois clarificam


onde o imposto deve ser recolhido e como identificar o local de prestação de
serviços. Isto é crucial para municípios no contexto de serviços que podem ser
prestados e consumidos em diferentes locais, especialmente em um ambiente
cada vez mais digital e interconectado. A determinação correta do local de
incidência do ISSQN ajuda a assegurar que o imposto seja recolhido pelo município

62
correto, evitando conflitos de competência tributária e garantindo a alocação
adequada de receitas municipais para financiar serviços públicos locais.

CAPÍTULO III: Imposto Sobre Serviços De Qualquer Natureza (ISSQN)

Seção VI: Contribuintes e Responsáveis

Art. 244

Este artigo define claramente que o contribuinte do ISSQN é o prestador do serviço,


colocando a responsabilidade direta do pagamento do imposto nas mãos de quem
efetivamente fornece o serviço.

Art. 245

Este artigo estabelece a responsabilidade pelo crédito tributário a diferentes


categorias de tomadores ou intermediários de serviços, como operadoras de
turismo, seguradoras, empresas de transporte, entre outros. Esses tomadores são
responsáveis pela retenção e pagamento do imposto sobre os serviços de que
resultem remunerações ou comissões que eles pagam. Por exemplo, uma empresa
de seguros seria responsável pelo ISSQN sobre os serviços de regulação de
sinistros que contrata.

Art. 246

O substituto tributário deve recolher o ISSQN até o dia 15 do mês seguinte ao da


emissão da nota fiscal do serviço. A base de cálculo é o preço do serviço
multiplicado pela alíquota correspondente à atividade praticada.

Art. 247

Permite ao Poder Executivo suspender ou regulamentar o regime de substituição


tributária, mostrando flexibilidade na administração do ISSQN para responder a
necessidades específicas de política fiscal.

Art. 248

Obriga que todos os que utilizam serviços sujeitos ao ISSQN exijam nota fiscal ou
documento equivalente, assegurando a adequada documentação fiscal das
transações.

Art. 249

63
Estende a responsabilidade pelo cumprimento das obrigações tributárias
relacionadas ao ISSQN aos tomadores de serviços, inclusive quando o prestador
não está devidamente cadastrado ou não emite nota fiscal.

Art. 250

Especifica várias situações em que o imposto é devido, incluindo proprietários de


veículos de transporte e locadores de bens, enfatizando a responsabilidade do
prestador de serviços e do proprietário da obra em construção civil.

Art. 251 e 252

Estes artigos reforçam as obrigações dos titulares, sócios ou diretores de


estabelecimentos em cumprir as obrigações tributárias, e esclarecem quem tem
legitimidade para requerer restituição de indébitos tributários.

CAPÍTULO III: Imposto Sobre Serviços De Qualquer Natureza (ISSQN)

Seção VI: Contribuintes e Responsáveis

Art. 244

Este artigo define claramente que o contribuinte do ISSQN é o prestador do serviço,


colocando a responsabilidade direta do pagamento do imposto nas mãos de quem
efetivamente fornece o serviço.

Art. 245

Este artigo estabelece a responsabilidade pelo crédito tributário a diferentes


categorias de tomadores ou intermediários de serviços, como operadoras de
turismo, seguradoras, empresas de transporte, entre outros. Esses tomadores são
responsáveis pela retenção e pagamento do imposto sobre os serviços de que
resultem remunerações ou comissões que eles pagam. Por exemplo, uma empresa
de seguros seria responsável pelo ISSQN sobre os serviços de regulação de
sinistros que contrata.

Art. 246

O substituto tributário deve recolher o ISSQN até o dia 15 do mês seguinte ao da


emissão da nota fiscal do serviço. A base de cálculo é o preço do serviço
multiplicado pela alíquota correspondente à atividade praticada.

64
Art. 247

Permite ao Poder Executivo suspender ou regulamentar o regime de substituição


tributária, mostrando flexibilidade na administração do ISSQN para responder a
necessidades específicas de política fiscal.

Art. 248

Obriga que todos os que utilizam serviços sujeitos ao ISSQN exijam nota fiscal ou
documento equivalente, assegurando a adequada documentação fiscal das
transações.

Art. 249

Estende a responsabilidade pelo cumprimento das obrigações tributárias


relacionadas ao ISSQN aos tomadores de serviços, inclusive quando o prestador
não está devidamente cadastrado ou não emite nota fiscal.

Art. 250

Especifica várias situações em que o imposto é devido, incluindo proprietários de


veículos de transporte e locadores de bens, enfatizando a responsabilidade do
prestador de serviços e do proprietário da obra em construção civil.

Art. 251 e 252

Estes artigos reforçam as obrigações dos titulares, sócios ou diretores de


estabelecimentos em cumprir as obrigações tributárias, e esclarecem quem tem
legitimidade para requerer restituição de indébitos tributários.

Subseção I: Da Estimativa

Art. 257

Este artigo introduz a possibilidade de calcular o ISSQN por estimativa, facilitando


o processo tributário quando o volume ou a modalidade de prestação de serviços
assim justificar. A estimativa será baseada em dados declarados pelo contribuinte
ou em outras informações coletadas pela Administração Tributária.

65
• § 1º e § 2º descrevem as condições e critérios sob os quais o regime de
estimativa pode ser aplicado, como atividades provisórias ou sujeitos
passivos de rudimentar organização.

• § 3º e § 4º definem atividade provisória e os critérios usados para determinar


a receita estimada, como despesas realizadas, receitas auferidas, preço
corrente dos serviços, entre outros.

• § 5º detalha que essas informações podem ser usadas isoladamente ou em


conjunto para estabelecer uma receita estimada que reflita o desempenho
econômico do contribuinte.

Art. 258

Detalha o procedimento administrativo para estabelecer, revisar e cancelar o


regime de estimativa:

• I a IV regulamentam como a estimativa é fixada, atualizada, suspensa ou


revogada e as dispensas que acompanham o regime, como a dispensa de
emissão de notas fiscais para a atividade estimada.

• § 1º e § 2º explicam como o enquadramento e alterações no regime de


estimativa são comunicados ao contribuinte e como este deve proceder se
o valor dos serviços exceder a estimativa.

Art. 259

Aborda a revisão da estimativa a pedido do contribuinte, requerendo que haja


elementos suficientes para justificar tal revisão, ou quando ocorrem mudanças
significativas que afetam sua situação fiscal.

Art. 260

Especifica que o pedido de revisão não altera o prazo de vencimento do imposto


estimado, nem impede a acumulação de encargos moratórios, mas permite a
compensação ou restituição de valores se a revisão for favorável ao contribuinte.

Subseção II: Do Arbitramento

Art. 261

Este artigo estabelece as condições sob as quais a base de cálculo do Imposto


Sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISSQN) será arbitrada pela autoridade fiscal,
incluindo casos de desconhecimento do valor do serviço, insuficiência ou falta de
confiabilidade dos registros fiscais, recusa em fornecer dados à fiscalização, ou
evidência de fraude ou sonegação.

66
Art. 262

Descreve os elementos considerados no arbitramento, que incluem o custo dos


insumos, salários e despesas operacionais. Este artigo também estipula que o
montante calculado será acrescido de 30% para cobrir lucro ou vantagem
remuneratória do contribuinte.

Art. 263

Aborda alternativas de arbitramento quando não for possível aplicar o método


usual, usando como referência os recolhimentos de contribuintes em situações
semelhantes, o preço corrente dos serviços ou especificidades do ramo de
atividade.

Art. 264

Foca nos detalhes práticos de implementação do arbitramento, enfatizando a


consideração dos fatos relevantes do período avaliado e permitindo deduções de
pagamentos já realizados.

Art. 265

Estipula que o regime de arbitramento será encerrado quando o contribuinte


corrigir as irregularidades que motivaram sua aplicação, a critério da fiscalização.

Subseção III: Construção Civil

Art. 266

Define o que é considerado serviço de construção civil para fins de tributação pelo
ISSQN, incluindo diversas atividades relacionadas à construção e manutenção de
edificações e infraestruturas.

Art. 267

Estabelece valores mínimos para a base de cálculo do ISSQN relativa à mão de obra
na construção civil, com especificações para diferentes tipos de obras.

67
Art. 268

Obriga o proprietário de uma obra a apresentar nota fiscal dos serviços tributados
e a comprovar o pagamento do ISSQN para obter o "habite-se", com
responsabilidade pelo pagamento do imposto em caso de não cumprimento.

Art. 269

Discute o arbitramento da base de cálculo do ISSQN na ausência de recolhimento


ou na discrepância entre o valor recolhido e o estimado, com base em uma tabela
específica.

Art. 270

Exclui certos valores da base de cálculo do ISSQN em serviços de construção,


como materiais não incorporados permanentemente à obra e sub-empreitadas já
tributadas.

Art. 271 e seguintes

Detalham a regulamentação e os procedimentos administrativos associados à


fiscalização, pagamento e comprovação do ISSQN em projetos de construção civil

Subseção IV: Dos Serviços de Diversões Públicas, Lazer, Entretenimento e


Congêneres

Art. 274

Detalha o cálculo do ISSQN para serviços de diversões públicas, lazer,


entretenimento e similares, baseando-se em vários aspectos do consumo e
participação em eventos, como ingressos, consumação mínima e aluguel de
espaços.

Art. 275

Estabelece que o recolhimento do imposto para esses serviços deve ser


antecipado, com um mínimo de 60% do valor total dos ingressos, e define
procedimentos em caso de não concordância com este percentual.

Art. 276

68
A não antecipação do pagamento conforme descrito no Art. 275 impede a liberação
do alvará de licença para a realização do evento.

Art. 277

Exclui contribuintes estabelecidos e registrados na Fazenda Municipal de Alexânia


das regras do artigo anterior, permitindo-lhes condições diferenciadas.

Subseção V: Administradoras de Bens de Terceiros

Art. 278

Define a base de cálculo do ISSQN para administradoras de bens de terceiros,


incluindo comissões, percentuais sobre serviços específicos como engorda de
animais e administração de propriedades relacionadas à agricultura.

Art. 279

Afirma que as obrigações acessórias e os controles dessas atividades serão


regulamentados pelo órgão Fazendário Municipal.

Subseção VI: Intermediação de Negócios

Art. 280

Especifica que intermediários em negócios agrícolas, comerciais ou industriais,


incluindo corretores, estão sujeitos à tributação sobre sua receita bruta e detalha
condições sob as quais esses serviços são tributados.

Subseção VII: Associações e Clubes

Art. 281

Define a base tributável para associações e clubes, incluindo taxas especiais,


receitas de não associados e receitas de serviços terceirizados, entre outros.

Subseção VIII: Cooperativas

Art. 282

69
Detalha a composição da receita bruta tributável para cooperativas, focando nas
diferenças entre valores recebidos e pagos, desistências, serviços a terceiros e
penalidades financeiras.

Seção VIII: Alíquotas

Art. 283

Estabelece as alíquotas aplicáveis para o cálculo do ISSQN para várias categorias


de serviços conforme a lista de serviços anexa à legislação municipal, incluindo
serviços de construção, saúde, educação e outros.

Seção IX: Cadastro de Atividades Econômicas

Art. 284-290

Discute a necessidade de inscrição no Cadastro de Atividade Econômica (CAE),


detalhando procedimentos para inscrição, atualização, cancelamento e exigências
de documentação fiscal, incluindo a autenticação de livros fiscais.

Seção X: Lançamento

Art. 291

Determina que, salvo exceções previstas na lei, o sujeito passivo deve calcular e
recolher o imposto de forma autônoma, sem necessidade de prévia notificação.

Art. 292

Descreve o processo de lançamento do imposto efetuado de ofício pela autoridade


fiscal, baseado em dados do Cadastro de Atividades Econômicas, e detalha as
condições para considerar uma notificação como entregue.

Art. 293

Especifica o conteúdo obrigatório de uma notificação de lançamento, incluindo


identificação do sujeito passivo e detalhes do crédito tributário.

Art. 294

70
Refere-se ao lançamento de ofício para contribuintes sob regime de estimativa ou
regimes especiais, detalhando o procedimento de notificação.

Art. 295

Estabelece os métodos de intimação para a lavratura do auto de infração, que pode


ser feito pessoalmente, por via postal, ou por edital, dependendo das
circunstâncias.

Art. 296

Detalha as informações que devem constar em um edital de notificação ou


intimação, incluindo identificação do sujeito passivo e detalhes do débito.

Seção XI: Incorreções e Omissões da Notificação de Lançamento e do Auto de


Infração

Art. 297

Afirma que erros na notificação de lançamento ou no auto de infração não causam


nulidade se houver informações suficientes para identificar o crédito tributário e o
infrator.

Art. 298

Permite a correção de erros na notificação de lançamento ou auto de infração pela


autoridade preparadora, concedendo novo prazo ao sujeito passivo para defesa ou
acerto de débitos.

Art. 299

Dispõe sobre a correção de erros de fato ou de direito durante o julgamento,


realizados pela autoridade julgadora, e permite a retificação de lançamentos que
aumentem a exigência inicial, com concessão de novo prazo para defesa.

Art. 300

Estipula que nenhum auto de infração ou multa fiscal pode ser arquivado ou
cancelado sem a autorização de uma autoridade administrativa.

71
Seção XII: Recolhimento do Imposto

Art. 301

Estabelece que o sujeito passivo deve recolher o imposto mensalmente, conforme


um Calendário Fiscal estabelecido pela autoridade fazendária. Exceções são
aplicadas para regimes especiais e para serviços de diversões públicas, que têm
incidência diária.

Art. 302

Discute o recolhimento do imposto em parcelas, especificando que após o prazo


da última parcela, o débito total é considerado vencido desde a data da primeira
parcela inadimplente.

Seção XIII: Livros e Documentos Fiscais

Subseção I: Dos Livros Fiscais

Art. 303

Obriga os contribuintes e intermediários a manterem diversos livros fiscais


específicos, detalhando para que servem e quem deve usá-los.

Art. 304

Dispensa órgãos da administração pública direta e suas autarquias da obrigação


de manter livros fiscais.

Art. 305

Afirma que os modelos dos livros fiscais e as normas para sua escrituração serão
regulamentados pelo órgão fazendário.

Art. 306

Especifica que os registros nos livros fiscais devem ser claros e sem atrasos, exceto
em situações específicas, como a escrituração de hóspedes, que deve ser feita
imediatamente.

72
Art. 307

Discute a impressão e autenticação dos livros fiscais, exigindo que as folhas sejam
numeradas, costuradas e encadernadas para prevenir substituições.

Art. 308

Permite a impressão e escrituração eletrônica de livros fiscais, sob certas


condições, e exige a manutenção de arquivos ordenados e acessíveis para
autenticação.

Art. 309

Trata de casos de perda ou extravio de livros fiscais, estipulando que o sujeito


passivo deve comprovar o montante dos serviços escriturados e os impostos
pagos, ou enfrentar um arbitramento pela autoridade fiscal.

Art. 310

Obriga os contribuintes a apresentar os livros fiscais para o termo de encerramento


após a cessação da atividade, e exige a conservação dos livros e documentos
fiscais por cinco anos.

Art. 311

Dá poder ao órgão fazendário para estabelecer um gerenciamento eletrônico do


ISS, adaptar os modelos de livros fiscais, e definir a escrituração e obrigatoriedade
de manutenção de determinados livros fiscais.

Subseção II: Documentos Fiscais

Art. 312

Obrigação de emissão de nota fiscal autenticada pelo órgão fiscal para cada
prestação de serviço.

Art. 313

73
Especifica que a emissão de notas fiscais sem a devida autenticação é considerada
como não emissão para efeitos de penalidades.

Art. 314

Exceções à obrigatoriedade de emissão de nota fiscal, incluindo regimes especiais


e instituições financeiras, que devem apresentar Declaração Mensal de Serviços.

Art. 315

Introdução da Nota Fiscal Eletrônica de Serviços (NFS-e) e Nota Fiscal Eletrônica


Avulsa (NFa) como documentos padrão para registro de operações relativas à
prestação de serviços.

Art. 316

Determina a possibilidade de uso concomitante de Nota Fiscal Eletrônica e


Declaração Mensal de Serviços Eletrônica com os formatos tradicionais, a critério
do município.

Art. 317

Todos os contribuintes do ISS em Alexânia são obrigados a emitir NFS-e,


independentemente de isenções ou benefícios fiscais.

Art. 318

Documentos fiscais com erros, emendas ou rasuras são considerados inidôneos.

Art. 319

Afirma que as várias vias de documentos fiscais não se substituem em suas


funções.

Art. 320

Os contribuintes mencionados nos incisos I e II do art. 241 são obrigados a emitir e


escriturar documentos e livros fiscais.

74
Art. 321

Permite o cancelamento da NFS-e pelo emitente através de um aplicativo web, com


exigência de registro dos motivos do cancelamento.

Art. 322

O número da NF-e é gerado automaticamente pelo sistema para cada


estabelecimento de forma sequencial.

Art. 323

A NFS-e deve conter um código para que o tomador possa confirmar sua
autenticidade através de um sistema eletrônico.

Art. 324

Obrigação de exibição dos documentos fiscais ao Fisco quando solicitado e a


necessidade de conservá-los durante os prazos prescricionais e decadenciais.

Art. 325

O contribuinte que emite nota fiscal e opta por usar a nota fiscal estadual deve
registrá-la no livro de Registro de Notas Fiscais de Serviços Prestados.

Art. 326

Pessoas jurídicas tomadoras de serviços em Alexânia são obrigadas a entregar


declarações das notas fiscais dos serviços tomados conforme regulamento.

Art. 327

Possibilidade de instituição de obrigações acessórias adicionais via ato infralegal


para combater a evasão fiscal, com uso intensivo de tecnologia.

Art. 328

Obrigação das instituições financeiras de apresentar Declaração Mensal de


Serviços por agência, além de cumprir outras obrigações declaratórias específicas.

Art. 329

Dispensa de obrigações tributárias instrumentais para contribuintes de


organização rudimentar, a critério da Fazenda Municipal.

Art. 330

Cada estabelecimento deve manter sua própria escrituração fiscal, não sendo
permitida a centralização na matriz ou estabelecimento principal.

Seção XIV: Declarações Fiscais

75
Art. 331

Obrigatoriedade para sujeitos passivos, tomadores e intermediários de serviços em


Alexânia de apresentar a Declaração Eletrônica de Serviços (DES), conforme
regulamentação do Órgão Fazendário Municipal.

Art. 332

Instituições financeiras e assemelhadas devem apresentar a Declaração Mensal de


Serviços (DMS) por agência ou dependência, conforme cadastro.

Seção XV: Infrações e Penalidades

Art. 333 a 335

Estabelece multas e penalidades para atrasos no pagamento do ISSQN,


descumprimento de deveres acessórios, fraude, e outras infrações, incluindo
multas específicas para a não emissão ou emissão incorreta de notas fiscais e
livros fiscais, com a possibilidade de redução das multas se o pagamento for
efetuado dentro de determinados prazos.

Seção XVI: Sujeição ao Regime Especial de Fiscalização

Art. 337

Contribuintes que reincidirem em infrações fiscais mais de três vezes podem ser
submetidos a um regime especial de fiscalização, incluindo medidas como o uso
obrigatório de aparelhos de controle fiscal e vigilância constante.

CAPÍTULO IV: Taxas

Seção I: Disposições Gerais

Art. 338

Define que as taxas cobradas pelo Município têm como fato gerador:

O exercício regular do poder de polícia.

A utilização efetiva ou potencial de serviço público específico e divisível, prestado


ao contribuinte ou posto à sua disposição.

Art. 339

Classifica as taxas em duas categorias:

Aquelas pelo exercício regular do poder de polícia.

Aquelas pela utilização efetiva ou potencial de serviço público.

76
O parágrafo único desse artigo define o que se considera poder de polícia,
enfatizando que é a atividade da administração pública que regula atos e fatos em
razão do interesse público.

Art. 340

Lista as taxas associadas ao exercício do poder de polícia, incluindo licenças para:

Localização e funcionamento de estabelecimentos.

Comércio ou atividades eventuais ou ambulantes.

Funcionamento em horário especial.

Exploração de meios de publicidade.

Execução de obras, reformas e loteamentos.

Ocupação de áreas públicas.

Exploração de bens minerais.

Licenças ambientais e sanitárias.

O parágrafo único desse artigo aponta para taxas associadas à utilização de


serviços públicos, como taxas de expediente e serviços diversos.

Subseção I: Do Lançamento e do Recolhimento

Art. 341

Estabelece que as taxas de licença podem ser lançadas isoladamente ou em


conjunto com outros tributos. As guias de notificação devem listar claramente cada
tributo com seus valores distintos.

Art. 342

Determina que as taxas de licença são cobradas integralmente,


independentemente do mês de início das atividades ou instalações. Oferece um
desconto de 10% para pagamentos à vista conforme regulamentação.

Art. 343

Estipula que o pagamento das taxas de licença deve ocorrer antes da execução da
atividade relacionada ao poder de polícia administrativa.

Subseção II: Dos Acréscimos Moratórios

Art. 344

Estabelece penalidades para o não pagamento da taxa de licença dentro do prazo


estipulado, que incluem:

77
Atualização do débito conforme os índices oficiais de inflação do Município.

Multa diária de 0,10% sobre o valor devido, atualizado monetariamente, até o limite
máximo de 10%.

Juros moratórios de 1% ao mês.

Subseção III: Inscrição

Art. 345

Obriga comerciantes, industriais e prestadores de serviços a inscrever cada um de


seus estabelecimentos no Cadastro de Atividades Econômicas do Município antes
de iniciar suas atividades.

Art. 346

Determina que a inscrição é intransferível e deve ser renovada sempre que houver
alterações nos dados cadastrais, dentro de 15 dias após essas alterações.

Art. 347

Exige que o contribuinte comunique ao órgão municipal competente sobre


qualquer cancelamento de inscrição dentro de 5 dias após eventos como
transferência, venda do estabelecimento ou encerramento da atividade. As
disposições do art. 288 aplicam-se a esta seção.

Subseção IV: Isenções

Art. 348

Define isenções das taxas de licença para diversas entidades e atividades,


incluindo templos religiosos, associações sem fins lucrativos, vendedores
ambulantes de certos itens, engraxates ambulantes, e projetos específicos de
construção e obras, especialmente aqueles de natureza filantrópica e sem fins
lucrativos. Isenções dependem de reconhecimento pelo órgão municipal
competente.

Subseção V: Infrações e Penalidades

Art. 349 e Art. 350

Estabelecem penalidades para infrações relacionadas às taxas, que podem incluir


multas, proibição de transacionar com repartições públicas, interdição de
estabelecimentos ou obras, e apreensão de mercadorias. As multas variam
conforme a natureza da infração, com penalidades específicas para o não
recolhimento de taxas, infrações cadastrais, entre outros.

Art. 351

78
Além das multas formais, inclui acréscimos de mora de 1% ao mês, atualização
monetária, e custas judiciais em caso de ação executiva para cobrança de dívidas
vencidas.

Seção II: Taxa de Licença para Fiscalização da Localização, Instalação e


Funcionamento de Atividades

Art. 352

Estabelece a necessidade de obtenção de uma licença prévia da Prefeitura


Municipal para qualquer pessoa física ou jurídica que deseje iniciar atividades
agropecuárias, industriais, comerciais, financeiras ou de serviços,
permanentemente ou temporariamente. A taxa para essa licença varia de acordo
com a tabela anexa, e sua aplicação inclui a fiscalização sanitária em certos casos.

Art. 353

A licença é concedida com base no cumprimento das condições de zoneamento,


higiene, segurança e ambientais. A Secretaria Municipal da Fazenda e
Planejamento é responsável pelo lançamento e fiscalização dessa taxa. As licenças
são emitidas anualmente e devem ser renovadas ou ajustadas conforme mudanças
relevantes nas operações ou propriedade do estabelecimento.

Art. 354

Trata da responsabilidade do contribuinte em cumprir as normas sanitárias,


ambientais e de posturas municipais, estabelecendo um prazo de 90 dias para
regularização sob pena de multa e potencial apreensão de mercadorias ou
interdição do estabelecimento em casos de risco iminente à coletividade.

Art. 355

Discute a necessidade de uma licença especial para operações fora do horário


comercial normal, detalhando o horário especial e as taxas adicionais aplicáveis
para tais operações.

Art. 356

Aplica as disposições do Art. 353 à licença especial, reforçando a necessidade de


aderência às regulamentações municipais para operações fora do horário
comercial padrão.

Art. 357

Especifica que a Taxa de Licença para Fiscalização da Localização, Instalação e


Funcionamento é anual e baseada em uma tabela específica que faz parte do
código tributário do município.

79
Art. 358

Define o que constitui um "estabelecimento" para efeitos desta taxa, abrangendo


qualquer local de atividade comercial, industrial ou de serviços, fixo ou não.

Art. 359

Detalha que diferentes estabelecimentos sob o mesmo negócio ou propriedade


são considerados distintos para fins de tributação e licenciamento.

Art. 360

Estabelece que a legislação e regulamentações específicas determinarão quais


atividades podem ser exercidas em instalações removíveis em vias públicas.

Seção VI: Taxa de Licença para Exploração e Extração de Bens Minerais

Art. 383

Define a exploração e extração de bens minerais como o fato gerador para a


cobrança da taxa, destacando a necessidade de uma licença obrigatória sujeita à
fiscalização ambiental.

Art. 384

Identifica como sujeito passivo da taxa o requerente da licença, com


corresponsabilidade do proprietário do terreno. Exige o pagamento anual da taxa
além de uma taxa de expediente para legalização da atividade junto ao órgão
estadual do meio ambiente.

Art. 385

Estabelece que o cálculo da taxa segue a Tabela 08 do Anexo I do código tributário


do município.

Seção VII: Taxa de Licença Ambiental

Art. 386

Descreve o processo de obtenção da Licença Ambiental Prévia, de Implantação e


de Operação, necessárias para a viabilidade e funcionamento de projetos que
impactam o ambiente. Estipula que a licença tem validade de dois anos a partir da
expedição do alvará.

80
Art. 387 - 389

Detalha os procedimentos e requisitos para a obtenção de Licença Ambiental


Prévia, de Implantação e de Operação, incluindo a necessidade de apresentação
de projetos e estudos de impacto ambiental.

Art. 390

Foca na Licença Ambiental de Operação, necessária para o início do


funcionamento das atividades ou equipamentos e condicionada à realização de
vistoria e avaliação técnica.

Art. 391

Cita a necessidade de autorizações especiais para atividades como o corte de


árvores, uso de explosivos, e organização de eventos populares, entre outros.

Art. 392

Reitera que qualquer pessoa física ou jurídica que execute ou explore atividades
sujeitas às normas ambientais municipais é sujeita ao pagamento da Taxa de
Licença Ambiental.

Art. 393

Define que a taxa será calculada conforme a Tabela 09, Anexo I da legislação
municipal.

Seção VIII: Taxa de Licença Sanitária

Art. 394

Define a fiscalização periódica de normas de vigilância sanitária como fato gerador


da taxa de licença sanitária.

Art. 395

Estabelece como sujeitos passivos da taxa os comerciantes, industriais,


prestadores de serviços, feirantes e ambulantes. A taxa não é acumulativa com as
taxas estaduais, e a inspeção estadual dispensa a municipal.

81
Seção IX: Taxas pela Utilização de Serviços Públicos

Art. 396 - 399

Descreve a taxa de expediente e serviços diversos, que são devidas pela prestação
de serviços ao contribuinte. As taxas são isentas em casos específicos, como
certidões negativas e documentos para fins eleitorais ou trabalhistas.

CAPÍTULO V: Das Contribuições

Seção I: Contribuição de Melhoria

Art. 400 - 402

Trata da contribuição de melhoria, vinculada ao acréscimo de valor de imóveis


devido a obras públicas. Define as obras que justificam essa contribuição e estipula
que o ônus acompanha o imóvel em transmissões futuras. Os contribuintes são os
proprietários ou possuidores dos imóveis beneficiados.

Seção VIII: Taxa de Licença Sanitária

Art. 394

Estabelece que a Taxa de Licença Sanitária é gerada pela necessidade de inspeção


ou fiscalização periódica para assegurar a observância das normas de vigilância
sanitária.

Art. 395

Define como sujeitos passivos os comerciantes, industriais, prestadores de


serviços, feirantes e ambulantes, detalhando que a taxa não é acumulativa com
taxas estaduais similares e que a inspeção sanitária estadual dispensa a
necessidade da municipal.

Seção IX: Taxas pela Utilização de Serviços Públicos

Subseção I: Taxa de Expediente e Serviços Diversos

Art. 396 - 399

Cobre a taxa de expediente e serviços diversos, que é devida pela prestação de


serviços administrativos ao contribuinte. Detalha as isenções aplicáveis, incluindo

82
certidões negativas e documentos relacionados ao serviço militar, eleições e
trabalho.

CAPÍTULO V: Das Contribuições

Seção I: Contribuição de Melhoria

Art. 400 - 402

Discute a Contribuição de Melhoria, tributo vinculado ao acréscimo no valor de


imóveis que beneficiam diretamente ou indiretamente de obras públicas.
Especifica os tipos de obras consideradas e estipula que o ônus segue o imóvel em
qualquer transação.

Subseção II: Cálculo

Art. 403

Detalha como a Contribuição de Melhoria é calculada com base no custo da obra


e distribuída entre os imóveis valorizados proporcionalmente à área de cada um.
Especifica o tratamento de propriedades com múltiplas unidades autônomas.

Subseção III: Cobrança

Art. 404 - 407

Descreve o processo de cobrança da Contribuição de Melhoria, incluindo a


publicação de um edital com informações detalhadas sobre o projeto e a obra, a
forma como os proprietários podem contestar a cobrança, e as condições de
notificação e pagamento.

Subseção IV: Pagamento

Art. 408 - 409

Oferece opções de pagamento da Contribuição de Melhoria, incluindo descontos


por pagamento antecipado e condições para pagamentos parcelados.

Subseção V: Disposições Especiais

Art. 410

83
Exige uma caução para iniciar obras consideradas de interesse público, sendo esta
devolvida proporcionalmente ao pagamento da Contribuição de Melhoria.

Seção II: Da Contribuição Para Custeio do Serviço de Iluminação Pública (COSIP)

Art. 411 - 418

Institui a COSIP para financiar a iluminação pública. Detalha os elementos que


compõem o custo do serviço, define quem deve pagar a contribuição, e explica
como ela é calculada e cobrada. Especifica ajustes anuais com base no IPCA e a
forma de cobrança através das faturas de energia elétrica ou IPTU para imóveis não
edificados.

ÍTULO II: Processo Administrativo Tributário

CAPÍTULO I: Disposições Gerais

Art. 419

Este capítulo estabelece normas sobre o procedimento administrativo para a


determinação e exigência de créditos fiscais, bem como esclarecimentos sobre a
legislação tributária através de consultas.

CAPÍTULO II: Procedimento

Seção I: Procedimento Fiscal

Art. 420

Descreve o início do procedimento fiscal, que ocorre com a primeira ação oficial
documentada dirigida ao contribuinte ou seu representante, ou com a apreensão
de mercadorias ou documentos. Especifica que estes atos impedem a
espontaneidade do contribuinte em relação a atos anteriores.

Art. 421

Detalha que a exigência de crédito tributário e a aplicação de penalidades devem


ser formalizadas por meio de autos de infração ou notificação de lançamento, com
a devida documentação comprobatória.

Seção II: Auto de Infração e Notificação

Art. 422

84
Estipula os elementos obrigatórios que devem constar no auto de infração,
incluindo dados do autuado, a descrição detalhada da infração, e a legislação
infringida.

Art. 423

Define os requisitos para a notificação de lançamento, que incluem a qualificação


do notificado, o valor do crédito tributário, o prazo para pagamento ou contestação,
e a assinatura da autoridade responsável.

Art. 424

Obriga o encaminhamento do auto de infração ou da notificação de lançamento à


autoridade preparadora do processo fiscal, com especificações para a organização
processual.

Art. 425

Determina que servidores que identifiquem infrações tributárias, mas não sejam
competentes para formalizar a exigência, devem comunicar o fato a seus
superiores para as devidas providências.

Seção III: Impugnação

Art. 426

A fase litigiosa do procedimento administrativo inicia-se com a impugnação da


exigência tributária.

Art. 427

A impugnação deve ser apresentada por escrito no prazo de 20 dias após a


intimação da exigência, devendo conter toda a documentação relevante. O
contribuinte pode solicitar vistas ao processo dentro deste prazo para fundamentar
sua impugnação.

Art. 428

85
Detalha os requisitos de uma impugnação válida, incluindo a autoridade a quem se
dirige, a qualificação do impugnante, as justificativas de fato e de direito, e, se
aplicável, pedidos de diligências ou perícias com os respectivos quesitos.

Art. 429

Trata da análise da impugnação pela autoridade julgadora, incluindo a


possibilidade de solicitar diligências ou perícias adicionais. Define o processo para
deferir pedidos de perícia e prazos para entrega de laudos.

Art. 430

Descreve o procedimento quando a exigência não é cumprida ou impugnada. A


autoridade preparadora declarará revelia e encaminhará o processo para
julgamento, detalhando o tratamento para impugnações parciais e a possível
segregação do crédito contestado para cobrança imediata.

Seção IV: Intimação

Art. 431

Define os métodos de intimação para as decisões das autoridades administrativas


tributárias, que incluem intimação pessoal, via postal ou eletrônica, e por edital,
caso os métodos anteriores falhem. Detalha como se considera realizada a
intimação dependendo do método utilizado e estabelece o domicílio tributário do
sujeito passivo para fins de recebimento de intimações.

Seção V: Competência

Art. 432

Especifica que a responsabilidade pelo preparo do processo administrativo


tributário recai sobre o servidor do órgão arrecadador municipal, garantindo a
centralização e a eficiência na gestão inicial dos processos.

Art. 433

Delineia a competência para o julgamento dos processos fiscais, atribuindo a


primeira instância ao Secretário de Fazenda e Planejamento e a segunda instância
à Junta de Recursos Fiscais. Descreve as funções da autoridade preparadora

86
municipal, incluindo a gestão das intimações, a revisão dos antecedentes fiscais e
a condução de diligências necessárias.

Seção VI: Julgamento em Primeira Instância

Art. 434
Estabelece que o julgamento do processo deve ocorrer dentro de 20 dias a partir de
sua recepção pelo órgão julgador. Detalha que qualquer questão preliminar será
julgada juntamente com o mérito, salvo incompatibilidade.

Art. 435
Permite a correção de erros materiais evidentes ou erros de cálculo na decisão de
forma autônoma pela autoridade julgadora.

Art. 436
Obriga a autoridade de Primeira Instância a recorrer automaticamente da decisão
quando esta desonerar o contribuinte de um valor significativo do crédito tributário.

Seção VII: Recurso

Art. 438
Define o direito ao recurso voluntário contra decisões de Primeira Instância,
detalhando prazos e condições para a apresentação de provas documentais novas.

Art. 439
Instrui sobre o encaminhamento do processo para a Junta de Recursos Fiscais após
a apresentação do recurso.

Seção VIII: Julgamento em Segunda Instância

Art. 440
Atribui à Junta de Recursos Fiscais a competência para o julgamento em Segunda
Instância, com suporte do Órgão Jurídico do Município.

Seção IX: Definitividade e Execução das Decisões

Art. 441
Estabelece quando as decisões se tornam definitivas e não sujeitas a mais
recursos, tanto em Primeira quanto em Segunda Instância.

Art. 442
Detalha as consequências do cumprimento das decisões, tanto em favor da
Fazenda Municipal quanto do contribuinte.

Seção X: Consulta

Art. 443 - 448


Assegura o direito dos contribuintes de consultar a autoridade fazendária sobre a

87
aplicação da legislação tributária, estabelecendo regras e condições para a
efetivação de tal consulta e a não instauração de procedimento fiscal durante o
período de consulta. Define também o efeito normativo das respostas às consultas,
aumentando a transparência e previsibilidade na aplicação da lei.

eção XI: Responsabilidade dos Agentes Fiscais

Art. 449

Define a responsabilidade pecuniária do agente fiscal que, por negligência ou


omissão, deixa de lavrar ou encaminhar auto de infração em face de conhecimento
de violação da legislação tributária. Extende essa responsabilidade aos
funcionários que negligenciam o devido andamento dos processos administrativos
tributários.

Art. 450

Estabelece as penalidades para os responsáveis pelas omissões descritas no artigo


anterior, incluindo a imposição de multa correspondente a metade do valor que
seria aplicado ao contribuinte infrator. Define procedimentos para a aplicação e
cobrança desta multa, incluindo possibilidades de parcelamento se o montante for
significativamente alto em relação à remuneração do funcionário.

Art. 451

Delimita as situações em que o funcionário não será responsabilizado, como em


casos de ordem superior ou limitações nas tarefas que lhe foram oficialmente
atribuídas. Também aborda circunstâncias onde a infração ocorre por razões fora
do controle do agente fiscal, como a não exibição de livros ou documentos fiscais
necessários à sua fiscalização, e possibilita ao chefe do órgão fazendário dispensar
a multa aplicada ao funcionário em circunstâncias especiais.

TÍTULO III: Disposições Especiais

Art. 452

Estipula que para a aplicação dos juros moratórios mencionados na legislação,


qualquer fração de mês será considerada como um mês completo.

Art. 453

88
Estabelece o valor da Unidade de Referência Fiscal (UFM) do Município de Alexânia
em R$ 2,40. Determina também que a UFM será ajustada anualmente conforme o
IPCA ou outro índice que o substitua.

Art. 454

Proíbe contribuintes inadimplentes com a Fazenda Municipal de participar em


licitações públicas ou administrativas oferecidas pelos órgãos municipais.

Art. 455

Autoriza o Chefe do Poder Executivo a firmar convênios com entidades diversas


para a retenção e recolhimento do Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza
(ISSQN).

Art. 456

Aplica subsidiariamente as normas gerais de Direito Tributário do Código Tributário


Nacional a esta legislação.

Art. 457

Autoriza o Chefe do Poder Executivo a estabelecer preços públicos via decreto, para
cobrir custos de serviços fornecidos, uso de espaços públicos e organização de
atividades econômicas.

Art. 458

Permite ao Poder Executivo criar procedimentos administrativos para cobrança e


protesto de créditos tributários e não tributários inscritos na Dívida Ativa municipal,
conforme a Lei Federal nº 9.492/1997.

Parte 2: Técnicas de Auditoria e Fiscalização Tributária

• Procedimentos de Auditoria Fiscal: Metodologias avançadas para a


condução de auditorias fiscais, incluindo a seleção de contribuintes e
análise de documentos.

89
A Auditoria Tributária, frequentemente percebida como distinta da Auditoria
Financeira, compartilha de muitas características e princípios fundamentais com
esta última. Apesar de suas peculiaridades, não há justificativa para uma
separação conceitual completa das demais formas de auditoria. A integração da
Auditoria Tributária ao quadro conceitual da Auditoria Financeira é essencial,
conforme sugerido pela Comissão para o Desenvolvimento da Reforma Fiscal, que
enfatiza a necessidade de alinhamento dos métodos de inspeção aos
procedimentos padrão de auditoria (CDFR, 1996).

Este capítulo visa contextualizar a Auditoria Tributária dentro do espectro mais


amplo da Auditoria Financeira, destacando suas características únicas e pontos
em comum com outras formas de auditoria.

1. Conceitos de Auditoria

Segundo Arens, Elder e Besley (2002), a auditoria é definida como um processo


sistemático de coleta e avaliação de evidências sobre informações para determinar
e relatar o quanto essas informações correspondem aos critérios estabelecidos. O
processo é concluído com a emissão de um relatório pelo auditor, que coleta
evidências suficientes para fundamentar suas conclusões. Na Auditoria Tributária,
este relatório é frequentemente um Relatório de Inspeção.

2. Auditoria Financeira

A Auditoria Financeira surge da necessidade de validar a credibilidade das


informações financeiras representadas nas demonstrações financeiras. Envolve
um processo detalhado de obtenção e avaliação objetiva de evidências sobre
asserções financeiras para verificar sua adequação aos critérios estabelecidos,
conforme descrito pela American Accounting Association (AAA, 1973).

3. Auditoria Fiscal

A Auditoria Fiscal, uma subcategoria da Auditoria Financeira, foca especificamente


na conformidade fiscal das empresas. Segundo Lourenço (2000), seu objetivo é
revisar a situação fiscal da empresa para assegurar a aderência às normas fiscais,
incluindo aspectos como valorimetria, incidência, liquidação e cobrança de
tributos, além de obrigações contábeis e declarativas. Valderrama (1996)
complementa que a Auditoria Fiscal visa não apenas confirmar o cumprimento das

90
obrigações tributárias e a adequada provisão para riscos fiscais, mas também
verificar a pontualidade e a correção dos pagamentos tributários.

Este capítulo busca realçar a importância de uma abordagem integrada que


reconheça a Auditoria Tributária como parte integral da disciplina de auditoria,
destacando tanto suas especificidades quanto suas conexões com a prática de
auditoria mais ampla. A finalidade é promover uma compreensão mais profunda e
uma prática mais eficaz da auditoria, assegurando que tanto os requisitos fiscais
quanto financeiros sejam meticulosamente observados e reportados.

A figura apresentada oferece um panorama do posicionamento conceitual da


Auditoria Tributária (AT) no contexto mais amplo das auditorias. A AT, também
conhecida como inspeção tributária, é categorizada como uma forma de Auditoria
Externa, distinta da Auditoria Fiscal e da Auditoria Financeira, embora compartilhe
aspectos com ambas.

Enquanto a Auditoria Fiscal pode ser entendida como um segmento da Auditoria


Financeira realizada por um auditor financeiro, focando em verificar a
conformidade fiscal dentro do escopo mais amplo das finanças da entidade, a
Auditoria Tributária é uma atividade especializada executada por uma autoridade
pública ou governamental. Esta autoridade pode ser, por exemplo, a Direção Geral
de Contribuições e Impostos (DGCI), a Inspecção-Geral de Finanças, o Tribunal de
Contas ou a própria Polícia Judiciária, conforme indicado.

91
O desempenho da AT por uma entidade pública enfatiza sua natureza de
verificação independente e focada na legalidade e exatidão das obrigações
tributárias de uma entidade, dissociando-se da análise das demonstrações
financeiras que caracteriza a Auditoria Financeira.

Essa diferenciação conceitual sublinha que, embora a AT compartilhe


metodologias e objetivos com outras formas de auditoria, ela possui uma esfera
de atuação autônoma, dirigida principalmente para a verificação da correta
aplicação da legislação tributária, investigação de possíveis fraudes fiscais e
garantia da justa arrecadação de tributos.

Portanto, a AT é uma ferramenta crítica no arsenal dos órgãos fiscais para


assegurar a conformidade e integridade no campo tributário, mantendo a
eficiência e a justiça do sistema fiscal como um todo.

A Auditoria Tributária (AT) tem um papel essencial no sistema tributário, agindo


como um mecanismo de garantia de que os contribuintes cumprem as leis fiscais.
Seu âmbito de atuação é amplo, mas os objetivos podem ser claramente
delimitados. Aqui estão alguns pontos fundamentais que ajudam a entender o
alcance e os propósitos da AT:

Minimização do Descompasso Tributário: O objetivo central da AT é reduzir a


discrepância entre o imposto que é declarado pelos contribuintes e o que é
efetivamente devido segundo a legislação vigente. Isso ajuda a assegurar que
todos os contribuintes paguem a quantidade apropriada de impostos.

Combate à Evasão Fiscal: A AT é uma ferramenta crítica no combate à evasão e à


fraude fiscal. Ao identificar e corrigir discrepâncias entre os impostos devidos e os
declarados, os auditores tributários ajudam a garantir a integridade do sistema
tributário.

Proposição de Liquidações Tributárias: A função do auditor tributário não se


restringe à detecção de possíveis créditos contingentes; ele também é
responsável por propor liquidações tributárias adequadas. Isso pode envolver
liquidações adicionais ou oficiosas, que se transformam em dívidas tributárias e
podem levar à aplicação de penalidades.

Exame Fiscal: O exame fiscal de uma empresa é um dos eixos da AT, visando
verificar a conformidade com as normas fiscais. Esse processo envolve não
apenas a identificação de irregularidades, mas também a análise da adequação
dos processos fiscais da empresa e a avaliação de riscos.

Identificação de Erros e Riscos: Parte do exame fiscal envolve o reconhecimento


de erros e a avaliação de riscos associados à tributação. Isso pode incluir a
92
verificação de cálculos, a classificação fiscal correta de produtos ou serviços, e a
aplicação apropriada das leis tributárias.

Ao considerar esses objetivos, é possível perceber que a AT é mais do que um


simples exercício de checagem; é uma avaliação crítica e sistemática da exatidão
e da legalidade das práticas tributárias de uma entidade. Ao fazer isso, a AT
contribui para a justiça e eficiência do sistema fiscal, garantindo que cada
contribuinte pague o que é justo, conforme determinado pela lei.

Vertente Preventiva:

• Monitoramento Ativo: A IT deve acompanhar proativamente a atividade


dos contribuintes, assegurando que eles estejam cientes e cumprindo suas
obrigações fiscais.

• Promoção do Cumprimento Voluntário: A presença e visibilidade da IT


têm o objetivo de incentivar os contribuintes a cumprir voluntariamente
suas obrigações fiscais. Isto é feito através de ações educativas e pela
divulgação das consequências do não cumprimento.

• Orientação e Assistência: Fornecer aos contribuintes as informações e o


apoio necessários para entender e cumprir com as leis fiscais é outro
aspecto preventivo. Isto pode incluir workshops, publicações de guias e
disponibilização de consultas fiscais.

Vertente Repressiva:

• Detecção e Correção de Irregularidades: Quando negligência, evasão ou


fraude fiscal são identificadas, a IT atua para apurar o imposto devido que
não foi pago.

• Ação Punitiva: Se violações das leis fiscais são descobertas, a IT está


autorizada a aplicar as sanções administrativas apropriadas, que podem
incluir multas e penalidades financeiras.

• Perseguição Criminal: Em casos onde as violações justificam, a IT pode


tomar medidas que levem à perseguição criminal dos infratores,
trabalhando em conjunto com outras entidades legais para garantir a
aplicação da lei.

A IT desempenha um papel crucial na manutenção da integridade do sistema


tributário, não só desencorajando e penalizando atividades ilegais, mas também
promovendo um ambiente onde o cumprimento fiscal é a norma. Ao equilibrar
essas duas componentes, a IT ajuda a criar um sistema fiscal justo, onde os
contribuintes que seguem as regras não são desfavorecidos em relação àqueles
que tentam evadir suas responsabilidades fiscais.

93
• Lavratura de Autos de Infração (2,5 horas): Orientações detalhadas sobre os
procedimentos para a emissão de autos de infração, desde a identificação
das infrações até a formalização.

Disciplina 2: Gestão Tributária, Tecnologia e Ética Profissional

Parte 1: Gestão de Créditos Tributários e Sistemas Fiscais

Parte 1 da apostila sobre "Gestão de Créditos Tributários e Sistemas Fiscais"


deveria abordar de forma detalhada os elementos que compõem o processo
administrativo fiscal. Aqui está uma sugestão de estruturação para esta parte da
apostila:

Parte 1: Gestão de Créditos Tributários e Sistemas Fiscais

1. Processo Administrativo Fiscal (2,5 horas)

1.1 Introdução ao Processo Administrativo Fiscal

• Conceitos Fundamentais

Introdução aos Conceitos e à Legislação do Processo Administrativo Fiscal

O processo administrativo fiscal é um mecanismo essencial para a


administração dos sistemas tributários e a gestão de créditos tributários. Este
processo constitui um conjunto de procedimentos pelos quais a autoridade
fiscal exerce o seu poder de tributar, garantindo a conformidade com as normas
fiscais e a arrecadação efetiva de tributos.

Fundamentos do Processo Administrativo Fiscal

1. Definição de Crédito Tributário: O crédito tributário é a formalização da


obrigação do pagamento de tributos, uma vez consumado o fato gerador,
resultando em uma quantia que o sujeito passivo deve pagar ao Estado.

2. Fato Gerador: Momento em que se concretiza a situação definida em lei


como necessária para a ocorrência da obrigação tributária.

3. Sujeitos Ativos e Passivos: O Estado é o sujeito ativo, credor do tributo,


enquanto o contribuinte ou responsável é o sujeito passivo, obrigado ao
pagamento do tributo ou da penalidade pecuniária.

4. Lançamento Tributário: Procedimento administrativo pelo qual se verifica


a ocorrência do fato gerador, determina-se a matéria tributável, calcula-se o

94
montante devido, identifica-se o contribuinte e, se for caso, aplicam-se as
penalidades cabíveis.

5. Declaratória e Homologatória: O lançamento pode ser de ofício, por


declaração ou autolançamento (homologatório), dependendo da natureza
do tributo e do sistema fiscal em questão.

Importância do Processo Administrativo Fiscal

1. Garantia de Direitos: Respeita os princípios da legalidade, isonomia e


capacidade contributiva, assegurando que a tributação seja feita de acordo
com o que está previsto na legislação.

2. Eficiência na Arrecadação: Permite que o Estado disponha dos recursos


necessários para a execução das políticas públicas.

3. Justiça Fiscal: Assegura que cada contribuinte contribua de forma justa e


adequada, de acordo com suas capacidades econômicas.

4. Prevenção e Combate à Evasão Fiscal: Através da fiscalização e da


aplicação de sanções, combate práticas ilícitas como a evasão e a
sonegação fiscal.

5. Transparência e Controle Social: Facilita a compreensão dos contribuintes


sobre seus deveres fiscais e possibilita o controle social sobre a
arrecadação e aplicação dos tributos.

1.2 Fases do Processo Administrativo Fiscal

• Lançamento Fiscal: Discussão sobre os procedimentos de lançamento de


créditos tributários, incluindo métodos e prazos.

• Notificação e Defesa: Exploração do processo de notificação dos sujeitos


passivos e das possibilidades de defesa e apresentação de alegações.

• Fiscalização e Autuação: Análise das práticas de fiscalização tributária e


dos procedimentos associados à autuação.

1.3 Prazos no Processo Administrativo Fiscal

• Cumprimento de Obrigações: Exame dos prazos legais para o


cumprimento das obrigações tributárias por parte dos contribuintes.

• Atuação da Administração Fiscal: Discussão dos prazos de atuação para a


administração fiscal, incluindo prazos para a revisão e alteração de
lançamentos fiscais.

1.4 Recursos e Instâncias Administrativas

95
• Mecanismos de Recurso: Explanação sobre os mecanismos de recurso
disponíveis aos contribuintes, tanto em primeira instância como em
instâncias superiores.

• Processo de Reclamação e Impugnação: Detalhamento dos processos de


reclamação e impugnação, incluindo procedimentos e prazos específicos.

1.5 Conclusão e Encaminhamento para Ação Judicial

• Decisões Administrativas Finais: Considerações sobre as decisões finais


no âmbito administrativo e seus efeitos sobre os créditos tributários.

• Transição para o Contencioso Judicial: Orientações sobre como os


processos administrativos fiscais podem transitar para o âmbito judicial.

Estratégias Efetivas e Éticas para a Cobrança de Créditos Tributários e


Procedimentos de Execução Fiscal

A gestão de créditos tributários é uma das áreas mais delicadas e significativas da


administração pública. A cobrança e execução fiscal são etapas finais deste
processo, essenciais para a manutenção das receitas públicas e,
consequentemente, para o funcionamento do Estado e a entrega de serviços à
população.

Fundamentos da Cobrança Tributária

1. Eficiência na Cobrança: As estratégias devem maximizar os resultados da


arrecadação, utilizando meios que respeitem a capacidade econômica dos
contribuintes.

2. Educação Fiscal: Implementação de programas que visem a conscientizar


os contribuintes sobre a importância dos tributos e as consequências da
inadimplência.

3. Notificação e Diálogo: Os contribuintes devem ser notificados sobre suas


pendências tributárias e é importante que haja canais de diálogo para a
negociação de dívidas.

4. Parcelamento de Débitos: Oferecimento de opções de parcelamento que


se adequarem à situação econômica dos contribuintes, facilitando o
pagamento e evitando a inadimplência.

Procedimentos de Execução Fiscal

1. Dívida Ativa: Inscrição do débito na dívida ativa, após esgotamento das


fases de cobrança administrativa, é o primeiro passo para a execução fiscal.

96
2. Ação de Execução Fiscal: Propositura da ação judicial com o objetivo de
cobrar os débitos inscritos em dívida ativa.

3. Penhora de Bens: Em caso de não pagamento do débito, procede-se à


penhora de bens do devedor, respeitando a legislação pertinente e os limites
legais.

4. Leilão: Bens penhorados podem ser levados a leilão para a satisfação do


crédito, garantindo-se o devido processo legal e o direito de defesa.

Ética na Cobrança e Execução Fiscal

1. Respeito ao Contribuinte: Todas as ações de cobrança e execução devem


respeitar a dignidade e os direitos dos contribuintes.

2. Transparência: O processo deve ser claro, permitindo que os contribuintes


compreendam seus direitos e deveres.

3. Proporcionalidade: As medidas de cobrança e execução devem ser


proporcionais à dívida e à capacidade econômica do devedor.

4. Legalidade: Toda a ação deve ser fundamentada na legislação vigente,


evitando arbitrariedades e abusos de poder.

Legislação Aplicável

• Lei de Execução Fiscal (LEF): Estabelece normas de execução para a


cobrança judicial da Dívida Ativa da União, dos Estados, do Distrito Federal,
dos Municípios e respectivas autarquias.

• Código Tributário Nacional (CTN): Define os processos de cobrança e as


penalidades para os casos de inadimplência tributária.

• Legislação Complementar: Normas e regulamentos que detalham


procedimentos específicos de cobrança e execução para diferentes tributos
e entes federativos.

Conclusão

A cobrança e execução fiscal devem ser conduzidas com foco na eficiência e na


ética, garantindo o respeito aos direitos dos contribuintes e a conformidade com a
legislação tributária, promovendo um equilíbrio entre a necessidade de
arrecadação do Estado e as capacidades dos contribuintes.

Parte 2: Educação Tributária, Tecnologia e Ética (5 horas)

97
Capacitação no Uso de Sistemas Fiscais Essenciais para o Cadastro e
Controle de Contribuintes

A gestão tributária é um componente crítico na administração pública


eficaz. Um sistema fiscal eficiente garante não apenas o cumprimento das
obrigações tributárias por parte dos contribuintes, mas também facilita uma
coleta de impostos justa e transparente. Os sistemas de informação fiscal
são ferramentas poderosas para o cadastro, monitoramento e controle de
contribuintes.

Componentes Fundamentais da Gestão Tributária

1. Cadastro de Contribuintes: O cadastro é o alicerce de um sistema fiscal


robusto. A capacitação abordará as técnicas e as práticas recomendadas
para a manutenção de um cadastro atualizado, preciso e seguro.

2. Monitoramento e Compliance: Serão exploradas as metodologias para


acompanhar o cumprimento das obrigações tributárias e identificar a
evasão e a elisão fiscal.

3. Uso de Dados e Análise Fiscal: Capacitação no uso de análises de dados


para otimizar a coleta de impostos, identificar padrões de evasão fiscal e
melhorar as políticas tributárias.

Tecnologias e Sistemas de Informação Fiscal

1. Softwares de Gestão Tributária: Treinamento no uso de softwares


especializados que permitem gerenciar as informações dos contribuintes,
processar declarações fiscais, e realizar a cobrança e fiscalização.

2. Integração de Sistemas: Exploração das estratégias para integrar diferentes


sistemas fiscais, facilitando o compartilhamento de informações entre
várias entidades governamentais.

3. Segurança da Informação: Fundamentos sobre segurança da informação


para proteger os dados dos contribuintes contra acessos não autorizados e
outros riscos cibernéticos.

Boas Práticas e Conformidade Legal

1. Boas Práticas Administrativas: Apresentação de práticas recomendadas


para a gestão eficiente dos recursos fiscais e aderência às melhores práticas
globais.

2. Legislação e Regulamentação: Análise das leis e regulamentações que


regem os sistemas fiscais e as responsabilidades dos contribuintes e dos
gestores fiscais.

98
3. Ética e Responsabilidade Fiscal: A importância de condutas éticas na
gestão tributária, garantindo a justiça fiscal e a confiança pública nos
sistemas tributários.

Legislação Aplicável

• Código Tributário Nacional (CTN): Fornece a base legal para o cadastro e


controle de contribuintes e suas obrigações fiscais.

• Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD): Discute a importância da


conformidade com as leis de proteção de dados na gestão de informações
fiscais.

Conclusão

A gestão tributária eficaz é crucial para o financiamento das atividades do


Estado e para o fornecimento de serviços públicos. O treinamento
proporcionará aos participantes conhecimentos e habilidades necessários
para operar sistemas fiscais complexos, assegura

Programas de Educação Tributária e Ética Profissional

Desenvolvimento de Programas de Educação Tributária para Aumentar a


Conscientização Fiscal

A educação tributária é um pilar essencial para o desenvolvimento de uma


consciência fiscal responsável e para a promoção da cidadania fiscal. Programas
bem estruturados de educação tributária visam não apenas informar, mas também
engajar os cidadãos e empresas sobre a importância dos tributos e os benefícios
de um sistema tributário justo e eficiente.

Elementos Chave dos Programas de Educação Tributária

1. Conhecimento Fiscal: Instrução sobre os fundamentos tributários,


incluindo tipos de impostos, obrigações fiscais e benefícios da arrecadação
de tributos para a comunidade.

2. Envolvimento Cívico: Estratégias para encorajar a participação cívica ativa


e a compreensão do papel dos impostos na sociedade.

3. Sensibilização e Compliance: Metodologias para sensibilizar sobre as


consequências da evasão fiscal e incentivar o cumprimento voluntário das
obrigações tributárias.

Ética e Conduta Profissional

99
O segmento sobre ética e conduta profissional trata das normas de
comportamento e dos valores que devem orientar os profissionais que atuam na
área tributária.

Princípios Éticos Fundamentais

1. Integridade e Honestidade: Princípios que devem reger as ações dos


profissionais tributários, assegurando transparência e justiça.

2. Confidencialidade e Proteção de Dados: Importância de proteger as


informações confidenciais dos contribuintes e de seguir as leis de proteção
de dados.

3. Imparcialidade e Justiça: Compromisso com a equidade e a


imparcialidade no trato com os contribuintes e na aplicação da lei tributária.

Formação Contínua e Responsabilidade

• Desenvolvimento Profissional Contínuo: Necessidade de atualização


constante em relação às mudanças na legislação tributária e às melhores
práticas no setor.

• Responsabilidade Social Corporativa: Como as empresas podem


contribuir para uma sociedade mais justa através de uma gestão tributária
responsável.

Abordagem Prática

• Estudos de Caso e Simulações: Utilização de cenários práticos para


explorar dilemas éticos e decisões relacionadas ao cumprimento das leis
tributárias.

• Discussões e Workshops: Espaços de diálogo para debater questões éticas


e desenvolver um código de conduta profissional para os participantes.

Os programas de educação tributária e ética profissional são essenciais para


fomentar uma cultura de responsabilidade fiscal e integridade. Este módulo
capacitará os profissionais para atuarem de maneira ética e informada,
promovendo uma maior conscientização sobre a importância dos tributos e a
adoção de práticas fiscais corretas e socialmente responsáveis.

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