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Farmacodermia

Amanda J dos Santos


Ana Maria FF de Oliveira
David G Nordon
Giovanna C Caserta
Nordon DG et al. Farmacodermia

Objetivos

• Conhecer as principais manifestações de


reações cutâneas às drogas;
• Conhecer as duas síndromes mais importantes
da farmacodermia; e
• Aprender a reconhecer estas síndromes no
dia-a-dia e saber como tratar.
Nordon DG et al. Farmacodermia

Conceito

• Alterações da pele relacionadas diretamente


ao uso de drogas.
• Podem, ou não, reverter com a interrupção do
seu uso.
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Erupção fixa
• Mancha vermelha azulada, redonda ou oval, de limites
nítidos.
• Purpúrica, urticada ou bolhosa.
• Mesmos locais.
• Prurido e queimação.
• Regressão  Pigmentação melânica  Esmaecimento em
semanas
• Qualquer droga pode causar; mais comum: analgésicos,
antipiréticos, tetraciclina, anovulatórios, barbitúricos, sulfa.
• Tratamento: não é necessário.
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Exantema agudo

• +/- Febre, artralgias, cefaleia.


• Início súbito, 8d após início ou até 2s após
interrupção.
• Pode regredir ainda durante o uso.
• Sulfas, diuréticos e antidiabéticos,
antibióticos, antiepilépticos, analgésicos,
antipiréticos, AINE, antineoplásicos.
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Eritema multiforme e nodoso

• Lesões típicas em alvo na mão.


• Multiforme: barbitúricos, sulfonamidas,
penicilina, tetraciclina, hidantoína, tiazídicos,
carbamazepina, isoniazida, quinina, quinidina,
antineoplásicos.
• Nodoso: anovulatórios, brometos, codeína,
iodetos, salicilatos, sulfonamidas, penicilinas,
tetraciclina.
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Urticária

• Eventualmente: sintomas gerais hipotensão,


edema de glote e vias aéreas  choque
anafilático.
• Formas agudas: Soros, estreptomicina,
penicilina.
• Formas crônicas: soros, antibióticos, opiáceos,
tranquilizantes, brometos, barbitúricos,
salicilatos, AINE, antineoplásicos.
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Vasculites

• Henoch-Schönlein ou necrotizantes.
• Analgésicos, AINES, antibióticos,
carbamazepina, hidantoína, cloroquina,
corticoides, insulina, isoniazida, quinina,
antineoplásicos.
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Eritrodermia

• Súbita ou subaguda.
• Derivados mercuriais e arsenicais, lítio,
barbitúricos, hidantoínas, iodetos, cloroquina,
ácido paraminossalicílico, antineoplásicos.
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Erupções eczematosas

• Betabloqueadores, metildopa.
• Uso tópico: sulfa, antibióticos, anestésicos do
grupo procaína, formol, mercuriais.
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Púrpura
• Plaquetopenia de origem imunológica (ligação da
droga à plaqueta);
• Não alérgica (depressão medular – adivinhem?);
• Excesso de agregação plaquetária (bleomicina);
• Alterações da coagulação (doses excessivas de
anticoagulantes);
• Fragilização de vasos (corticoides);
• Tipo pigmentar progressivo (quinina,
carbamazepina, benzodiazepínicos).
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Erupções vesicobolhosas

• Bolhas, muitas vezes hemorrágicas, únicas ou


em pequeno número, sem qualquer alteração
cutânea simultânea.
• Plantar, palmar, podi/quirodáctilos, genitais.
• Brometos, iodetos, mercuriais, salicilatos,
barbitúricos, penicilina, captopril, AINE,
antineoplásicos.
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Pênfigos

• Lesões bolhosas, flácidas, de fácil


rompimento, cobrindo-se de crostas de
aspecto seborreico.
• Face, tronco, couro cabeludo. Mucosas = raro.
• Regressão com a interrupção, mas pode
persistir – desencadeamento da enfermidade.
• Captopril, indometacina, penicilina, piroxicam,
propranolol, rifampicina.
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Quadros acneiformes

• Abrupto.
• Lesões monofórmicas, sem comedões, em
localização não própria da acne vulgar.
• Iodetos, brometos, fluoretos, corticoides,
anovulatórios, lítio, andrógenos, hidantoínas,
antineoplásicos.
• Eventualmente: agravamento de quadro pré-
existente.
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Reações de fotossensibilidade

• Fototóxicas: exagero de reação à exposição


solar; dose-dependente, surgem na primeira
exposição. Psoralênicos, sulfonilureias,
clorpromazina, tetraciclinas, AINE,
amiodarona, antineoplásicos.
• Fotoalérgicas: eczematosas, apenas após
exposição anterior. Mais comum com drogas
tópicas.
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Flushing
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Flushing

• Eritema temporário da face, pescoço, tórax


superior, orelhas ou epigástrio.
• Por nervos: úmido.
• Por vasos: seco.
• Inúmeras drogas.
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Erupções liquenoides

• Não respeitam a topografia do líquen plano.


• Simétricas, tronco, extremidades, raramente
mucosas.
• Cloroquina, quinidina, ácido paraminossalicílico,
betabloqueadores, captopril, carbamazepina,
clorotiazidas, tetraciclinas, isoniazida, naproxeno,
hidantoína, espironolactona, estreptomicina,
hidroxiureia.
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Erupções ptiríase rósea símiles

• Muito semelahntes a ela, porém sem o


medalhão inicial e com distribuição
topográfica diferente.
• Captopril, isotretinoína, barbitúricos,
penicilina, metronidazol, betabloqueadores.
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Lúpus Eritematoso
Medicamentoso
• Quadro = LES, cede em dias ou semanas após
suspensão do fármaco.
• Pode persistir mesmo assim.
• Hidantoínicos, sulfamídicos, isoniazida, ácido
paraminossalicílico, penicilina,
clorpropramida, betabloquadores,
testosterona, estrógenos, hidroxiureia.
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Erupção Dermatomiosite Símile

• Antineoplásicos, hidroxiureia, tamoxifeno.


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Raynaud

• Adivinhem? É. Antineoplásicos.
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Reação Esclerodermia Símile

• Bleomicina, doretaxel.
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Alopecia

• Inicia-se em dias ou na primeira semana, fica mais


clara entre a sexta e a oitava semanas.
• Antineoplásicos, citostáticos, anticoagulantes
cumarínicos, heparina, captopril, betabloqueadores,
testosterona, estrógenos.
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Hipertricose, Hirsutismo

• Diazoxido, minoxidil, hidantoínas,


espironolactona, corticosteroides.
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Hiperpigmentação
• Áreas expostas: clorpromazina.
• Tipo melasma: hidantoínas, anticoncepcionais.
• Face, pescoço, MM: antimaláricos.
• Outras: amiodarona, imipramina, antineoplásicos
(óbvio).
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Iododerma e Bromoderma

• Lesões em número variável.


• Incialmente bolhosas, anulares, bordas
pustulosas, que ulceram e se tornam
vegetantes.
• Iodos: principalmente pustulosas.
• Bromo: principalmente vegetantes.
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Porfiria

• Estrógeno, barbitúricos, cloroquina,


sulfamídicos, hidantoínas, sulfonilureias,
antineoplásicos.
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Síndrome de Stevens-Johnson
• Forma grave do eritema bolhoso multiforme.
• Crianças e adultos jovens.
• Causas: sulfa, antiepilépticos, AINE, antibióticos.
• Pródromo: febre, cefaleia, coriza, mialgias, artralgias por até 2
semanas.
• Lábios, língua, mucosa oral, genital e olhos: bolhas hemorrágicas ou
purulentas  rompimento  erosões e crostas.
• Pele: eritema polimórfico, maculopápulas até púrpuras e bolhas
serohemorrágicas.
• Tratamento: isolamento; ideal: UTI. Exclusão dos medicamentos;
hidratação; antibióticos SN. Mortalidade: 5-15%.
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Síndrome de Lyell – Necrólise Epidérmica Tóxica


• Sulfonamidas, AINE, dipirona, alopurinol, antiepilépticos,
cefalosporinas, corticoides, antineoplásicos (não, sério?). Não dose-
dependente.
• Causas predisponentes: infecções virais, vacinas, RT, linfomas,
doença enxerto X hospedeiro, HIV.
• Pródromo: mal-estar geral, febrícula, hipersensibilidade cutânea,
inflamação de mucosas.
• Eritema nas grandes pregas tegumentares  necrose explosiva da
pele> bolhas flácidas, serohemorrágicas, com desprendimento de
extesnsos retalhos (aspecto queimado) + lesões mucosas, febre
elevada e toxemia.
• Lesões viscerais e renais; morte: sepse ou CIVD.
• Tratamento: isolamento, UTI. ATB: SN. Ciclosporina A: 3mg/kg/d >
ciclofosfamida 100-300mg/d EV 5d. Plasmaférese e IVIG.
Nordon DG et al. Farmacodermia
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Resumo
Analgésico Antipirético AINE GC HAS DM Epi Neo ATB ACO Horm

Eritema fixo X X X X X
Exantema X X X X X X X
Eritema multiforme X X X X X
Urticária X X X X
Vasculite X X X X X
Eritrodermia X X
Eczema X X
Púrpura X X X
Vesicobolhosas X X X X X
Pênfigo X X X
Acneiforme X X X X X
Fotossensibilidade X X X
Líquen X X X X
LES X X X X
Alopecia X X X
Hirsutismo X X X
Hiperpigmentação X X X
SJS X X X X
Lyell X X X X X
Nordon DG et al. Farmacodermia

Referência

• Dermatologia. Sampaio & Rivitti.

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