1) O documento discute o papel dos professores, alunos e escolas na sociedade da informação e como eles devem se adaptar às novas demandas.
2) É sugerido que professores se tornem "reflexivos" para melhor orientar os alunos como "aprendentes ao longo da vida" que precisam saber acessar e avaliar informações.
3) Escolas também precisam se tornar "reflexivas" para se adaptarem melhor às novas circunstâncias ao invés de permanecerem inertes.
1) O documento discute o papel dos professores, alunos e escolas na sociedade da informação e como eles devem se adaptar às novas demandas.
2) É sugerido que professores se tornem "reflexivos" para melhor orientar os alunos como "aprendentes ao longo da vida" que precisam saber acessar e avaliar informações.
3) Escolas também precisam se tornar "reflexivas" para se adaptarem melhor às novas circunstâncias ao invés de permanecerem inertes.
1) O documento discute o papel dos professores, alunos e escolas na sociedade da informação e como eles devem se adaptar às novas demandas.
2) É sugerido que professores se tornem "reflexivos" para melhor orientar os alunos como "aprendentes ao longo da vida" que precisam saber acessar e avaliar informações.
3) Escolas também precisam se tornar "reflexivas" para se adaptarem melhor às novas circunstâncias ao invés de permanecerem inertes.
escola reflexivo Os capítulos referem se a palestras, em encontros sobre educação, relacionadas com passagens da autora pelo Brasil, e por recomendação da mesma, foi mantida a ortografia vigente em Portugal. Alunos Professores e Escola face à Sociedade da Informação
A chamada ERA DA INFORMAÇÃO e também da
comunicação (ou Revolução da Informática), inundou a sociedade com um volume virtualmente infinito de informações de tal forma que tornou-se imprescindível a democratização do acesso, sob a pena de desenvolvermos mais uma forma de exclusão social: a info - exclusão (ou exclusão digital). Supondo superada a questão do acesso, na sociedade da informação e comunicação é necessário o desenvolvimento de competências para selecionar, discernir e avaliar a informação disponível. Nesse sentido a autora concorda com Morin: "só o pensamento pode organizar o conhecimento... o conhecimento pertinente é aquele capaz de situar qualquer informação no seu contexto". Professora-Doutora em Educação pela Universidade de Liverpool e catedrática na Universidade de Aveiro, cuja obra emergiu das reflexões e inquietações da autora quanto às tensões, num mundo globalizado, entre o particular e o geral, o local e o global. "Questiono-me se será necessário aniquilar o autêntico e o local para se viver o conforto ditado pelos critérios globalizantes"; o que a levou a divagar por "outras esferas": " ... dei comigo a pensar nos alunos quando transitam de uma escola para outra e, sobretudo de um ciclo de estudos para outro subseqüente". A percepção da crise educacional, sociedade da informação e do conhecimento, não pode ignorar que a escola não mais detém o monopólio do saber, e, portanto o professor não é mais seu único transmissor; assim como o aluno não mais é um "receptáculo a deixar-se rechear de conteúdos". Cabe ao professor aceitar e situar-se nestas novas circunstâncias, pois impõem-se aos alunos exigências mais complexas, tais como, aprender a gerir e a relacionar informações para poder transformá-las no seu conhecimento. "A escola tem que ser outra escola", como organização, aberta a si mesma e a comunidade. Não há conhecimento sem aprendizagem. A informação, se não organizada, não constitui conhecimento, não é saber, não se traduz em poder. "O conhecimento tornou-se um bem comum. A aprendizagem ao longo da vida, um direito e uma necessidade". As novas competências No início dos anos 90, reunidos reitores de universidades e conceituados empresários europeus, para pensarem o papel da educação no mundo atual, produziram um relatório que chamou a atenção pela forma como abordava a noção de competência, incluída não só conhecimentos (fatos, conceitos e princípios), mas capacidades (saber o que fazer e como), experiência (capacidade de aprender com o sucesso e com os erros), contatos (capacidades sociais, influência) e valores (empenho, responsabilidade). O exercício da cidadania hoje, responsável e participante requer tal sabedoria. "O empowerment pessoal, ou seja, a construção do poder pelo cidadão, não se resume na obtenção de mais poder ou direitos, mas na capacidade real de exercer esse poder na construção de uma cidadania participativa". Sem o saber que lhe permita aceder a informação ao tempo em que tenha um pensamento independente e crítico, o cidadão poderá ser manipulado e info - excluído. Para Perrenoud, por exemplo, competência é a capacidade de mobilizar saberes para resolver situações. Não está, portanto contra o conhecimento, compõe-se com ele. Esta noção, contudo, não é utilitária, não se restringe as ações práticas de natureza simples, outrossim, reconhece que, segundo Perrenoud: “... a cultura humana... está fundamentalmente ligada à ação, a uma presença incerta e inquieta no mundo, ao desejo de antecipar e dominar os acontecimentos" . • Ao fazer referência a subordinação da educação à economia, a autora observa que, proposta pelas circunstâncias do atual contexto social, até as empresas reconhecem a necessidade destas competências, como perfil dos seus funcionários e da sua organização. • Não se trata de importar para a educação esse modelo de competência empresarial, mas da impossibilidade de negar o imperativo social, pois como setor da sociedade, a escola não pode simplesmente dela isolar-se. Alicerce da vivência cidadã: Compreender o mundo, os outros, a si mesmo e as interações entre esses vários componentes. Através da compreensão nos preparamos para o incerto, o difícil, a mudança; e, nesse processo interativo, a capacidade continuada de aprendizagem é fundamental.
"São hoje muitas as competências desejadas,
que assentam num conjunto de capacidades”. Valoriza-se a curiosidade intelectual, a capacidade de utilizar e recriar o conhecimento, de questionar e indagar, de ter pensamento próprio, de desenvolver mecanismos de auto- aprendizagem, além:
- Da capacidade de gerir a sua vida individual e em grupo,
- De se adaptar sem deixar de ter sua própria identidade, - De se sentir responsável pelo seu desenvolvimento constante, - De lidar com situações que fujam à rotina, - De decidir e assumir responsabilidades, - De resolver problemas, - De trabalhar em colaboração,de aceitar os outros. - “Deseja-se ainda dos cidadãos que tenham horizontes temporais e geográficos alargados, não se limitando a ver seu pequeno mundo, que tenham dos acontecimentos uma visão sistêmica, que sejam capazes de se comunicar e interagir, e que desenvolvam a capacidade de auto- conhecimento e auto-estima". A competência para lidar com a informação na sociedade da aprendizagem
Desenvolvimento de fontes múltiplas
de informação: exige re-estruturações na relação professor-aluno (o campo de ação delineado pela tríade professor, aluno, saber, mantém-se porém, com o saber representando um "Iink" para uma variedade de fontes de informação). Os alunos na sociedade da aprendizagem
• Num mundo globalizado, ser aluno é ser
eternamente "aprendente", aprendente ao longo da vida, em interação constante com as oportunidades que o mundo oferece. • Se cabe ao professor orientá-Io nessa trajetória, é a ele que cumpre perceber-se como participante deste mundo. • A aprendizagem é um modo de compreender melhor o mundo a medida em que conseguimos melhor utilizar seus recursos. "Subjaz a este modelo uma abordagem construtivista, sócio-cultural". • A sala de aula tem que deixar de ser um espaço de transmissão de conhecimento e passar a construção deste. • Isso implica na mudança de organização das aprendizagens que passam a centrar- se no próprio aluno e provocam sua capacidade de auto e hetero- aprendizagem. "A capacidade de interagir com o conhecimento de forma autônoma, flexível e criativa é a melhor preparação para a vivência no nosso mundo super complexo, incerto, sempre pronto a exigir novos saberes, inspiradores de novas ações". Os professores na sociedade da aprendizagem
Segundo Alarcão, se o professor já não é a única
fonte de informação, é certo que continua imprescindível, na era da informação, é o "timoneiro" na viagem em direção ao conhecimento, contanto tenha que repensar o seu papel neste processo. Por exemplo: o desenvolvimento do espírito crítico não ocorre através de monólogos expositivos, por mais interessantes que possam ser, mas através do diálogo, do confronto de idéias e de práticas, na capacidade de ouvir o outro. A escola na sociedade da aprendizagem
Numa reflexão generalizada a autora afirma que as
escolas hoje encontram-se inertes em sua mesmice, sentido-se ultrapassadas e até "inúteis", a espera de alguém que apareça para ressuscitá-las, não percebendo que a transformação ocorre "por dentro", com as pessoas que a constituem: professores, alunos e funcionários, em interação com a comunidade. Algumas escolas, que já perceberam o fenômeno, tornaram-se escolas reflexivas. "A escola reflexiva não é telecomandada do exterior. É autogerida, tem seu projeto próprio, construído com a colaboração de seus membros. Sabe para onde deve ir e avalia-se permanentemente na sua caminhada. Contextualiza-se e interage com a comunidade. Acredita nos seus professores, cuja capacidade de reflexão e de ação sempre fomenta. Envolve os alunos na construção de uma escola cada vez melhor, mas não esquece pais e comunidade. Considera-se uma instituição em desenvolvimento e em aprendizagem. Pensa-se e avaliase. Constrói o conhecimento sobre si própria". A Formação do Professor Reflexivo A capacidade reflexiva é inata no ser humano, mas necessita de contextos de liberdade e responsabilidade que permitem o seu desenvolvimento. A experiência mostra que o diálogo e a expressão assumem um papel fundamental, segundo a autora, num triplo diálogo: consigo próprio, com os outros e com a situação, de tal forma que alcance um nível explicativo e crítico. A noção de professor reflexivo baseia-se na consciência da capacidade de pensamento e reflexão que caracteriza o ser humano como criativo e não como mero reprodutor de idéias e práticas que lhe são exteriores. Formação do professor hoje requer que todas as atenções voltem-se para sua capacidade de pensar autônoma e sistematicamente. A autora se atem à metodologia da PESQUISA- AÇÃO, constituída sobre valor formativo advindo da reflexão sobre a experiência profissional. Trata-se de um processo de intervenção social cientificamente apoiada e desenvolve-se segundo ciclos de planificação, ação, observação, reflexão. ESTRATÉGIAS - A análise dos casos: são as expressões do pensamento sobre uma situação concreta, revelam o que professores e alunos fazem, pensam, sentem, conhecem. Permitem desocultar situações complexas e construir conhecimentos, ou tomar consciência do que, de alguma forma já se sabia. - As narrativas: "A escrita é um encontro conosco e com mundo que nos cerca", revela o modo como experienciamos o mundo. Podem incidir sobre o próprio professor, os alunos, a escola etc., tudo o que permita melhor compreender as finalidades e os contextos educativos. • - Portfólios: embora tenha migrado para a área das artes, o conceito envolve um conjunto de documentos e informações, organizados e comentados sistematicamente, contextualizados no tempo para revelar um determinado percurso profissional. Na formação dos professores, apesar do valor formativo, o portfólio pouco tem sido utilizado. • - Perguntas pedagógicas: o questionamento é o motor do desenvolvimento da aprendizagem, a partir dele tudo passa ser suscetível de um melhor entendimento. Contributos da supervisão pedagógica para a construção reflexiva do conhecimento profissional dos professores
A autora analisa o papel do supervisor na
relação com professor e com os saberes, tendo em vista o desenvolvimento do conhecimento profissional dos professores. Dimensões - Conhecimento do conteúdo disciplinar: compreensão e domínio da matéria a ensinar. - Conhecimento pedagógico em geral: domínio dos princípios pedagógicos comuns às várias disciplinas que é manifestado na maneira como o professor organiza e gere as atividades de sala de aula. - Conhecimento do currículo: compreensão do conjunto de disciplinas e não-disciplinas que integram a organização das atividades formativas de um nível de ensino. - Conhecimento do aluno e das suas características: compreende o passado e seu presente; sua história de aprendizagem, nível de desenvolvimento, sua atividade sócio-cultural. - Conhecimento dos contextos: a atividade docente se desenvolve em diferentes contextos espaciais, e é uma atividade psicossocial, temporal, com valor educativo. - Conhecimento dos fins educativos: os contextos vão se desdobrando pela mediação cultural, com fundamentos históricos, psicossociais, culturais e políticos da educação que são necessários para a contextualização da ação do professor. - Conhecimento de si mesmo: no que faz, pensa e diz: Abrange o autoconhecimento, a dimensão metacoginitiva e é fundamental ao desenvolvimento pessoal e profissional. - Conhecimento da sua filiação profissional: baseia-se numa comunidade profissional. A supervisão pedagógica é vista como supervisão curricular e assim sendo, uma vertente formativa em relação à escola e ao desenvolvimento da aprendizagem. A autora salienta seu conceito de supervisão pedagógica dos professores como: - Uma atividade que visa o desenvolvimento profissional dos professores, sua ação no exercício da profissão e inserção na vida escolar. - Tem valor que transcende a vida da escola e da educação. - É atividade de natureza psicossocial, intra e interpessoal em interação nos contextos formativos. - Interação entre pensamento e ação, com objetivo de dar sentido ao vivido e ao conhecido. - Desenvolvimento de capacidades, atitudes e conhecimento para a competência profissional. - Um gestor e animador de situações e recursos intra e interpessoais, com vistas à formação. - Gestor inclui capacidade humana, técnica- profissional. - Pressupõe pré-requisitos e formação especializada. Pergunta: Como o supervisor pedagógico pode ajudar a construir o conhecimento pedagógico?
Resposta: Pela sua ação e atuação,
diálogo, monitoramento de situações de aprendizagem, pelo que é, pelo que faz, pelo que diz e pelo que sabe. Gerir uma Escola Reflexiva
Para Isabel Alarcão a escola é uma comunidade
viva, da qual participam vários atores sociais, e cuja missão é educar. Situada entre o macrocosmo da sociedade e o microcosmo da sala de aula, estabelecendo a interface entre a sociedade dos adultos e as crianças e jovens em desenvolvimento. A escola é mais que um ajuntamento de pessoas, é um todo coeso e dinâmico que para exercer a função de educar precisa de uma organização. A escola que eu queria... "Quero uma escola comunidade, dotada de pensamento e vida próprios, contextualizada na cultura local e integrada no contexto nacional e mais abrangente. Não quero, pois, uma escola burocratizada que seja uma mera delegação ministerial. Desejo assim uma escola que conceba, projete, atue e reflita em vez de uma escola que apenas executa o que os outros pensaram para ela. Uma escola que tenha uma ambição estratégica por oposição a uma escola que não tem visão e não sabe olhar-se no futuro. Não quero uma escola que se lamente do insucesso como um estado e frustrante fardo a carregar, mas uma escola que questione o insucesso nas suas causas para relativamente a elas, traçar planos de ação..... Uma escola que reflita sobre os seus próprios processos e as suas formas de atuar e funcionar, uma escola que analise, desconstrua e refaça as suas opções e sua ação curricular. Uma escola que saiba criar suas próprias regras. Mas que, ciente da sua autonomia responsável, saiba prestar contas da sua atuação, justificar os seus resultados e auto – avaliar - se para definir o seu desenvolvimento. Em vez de uma escola que apenas cumpre regras emanadas de outrem sem que ninguém se avalie, nada, nem ninguém”. Uma escola ... ... Que se alimente do saber, da produção e da reflexão dos seus profissionais, os professores que, por isso mesmo, não são meros assalariados. ... à qual não é necessário ditar a formação requerida, porque ela própria conhece suas necessidades, cria seus contextos de formação no seu desenvolvimento instrucional. ... onde tudo gira à volta de sua missão: educar as novas gerações. ... que todos se orgulham: os alunos, os professores, os funcionários, os pais, a comunidade envolvente. “Isto quer dizer, uma escola onde os professores se sintam felizes e úteis à sociedade e onde os alunos apreciem como é bom crescer em saber” Como cheguei ao conceito de Escola Reflexiva?
Definição da autora: "organização que
continuamente se pensa a si própria, na sua missão social e na sua organização e se confronta com o desenrolar da sua atividade num processo heurístico simultaneamente avaliativo e formativo" A escola nunca está pronta, acabada, encontra- se sempre em processo de construção. Concebendo o currículo como o conjunto de aprendizagens proporcionadas pela escola e consideradas socialmente necessárias num dado tempo e contexto, a autora considera que a organização escolar vem respeitando princípios tais como "homogeneidade, segmentação, seqüencialidade e conformalidade", que não mais se adéquam a uma realidade heterogênea e multifacetada. Neste novo paradigma, a noção de grupo de aprendizagem a reconstituir-se em função das necessidades ou dos objetivos, deveria substituir a de uma turma fixa, o que obviamente implica outras formas de organização da relação do aluno com os professores, com as fontes de informação e com o saber. Postulados da Escola reflexiva: • - ser capaz de liderar e mobilizar as pessoas; • - saber agir em situação; • - nortear-se pelo projeto de escola; • - assegurar uma atuação sistemática; • - assegurar a participação democrática; • - pensar e escutar antes de decidir; • - saber avaliar e deixar-se avaliar; • - ser conseqüente; • - ser capaz de ultrapassar dicotomias • paralisantes; • - decidir; • - acreditar que todos e a própria escola se encontram num processo de desenvolvimento e de aprendizagem.