Pr Isael O Cerimonial do Santuário Israelita e a Resolução do Problema do Pecado no AT.
Nas cerimônias diárias, o pecado/impureza do
penitente era transferido para o santuário por meio de um substituto sacrifical, deixando-o em paz com Deus.
Uma vez por ano, a expiação diária era consumada na
remoção desse pecado/impureza da presença de Deus, encerrando assim a purificação diária. No Dia da Expiação, Deus Examinava a Qualidade do Compromisso de Fé de Seu Povo.
Os que haviam mantido seu
relacionamento diário de fé com o Senhor eram conservados; No Dia da Expiação, Deus Examinava a Qualidade do Compromisso de Fé de Seu Povo.
Aqueles que o tinham violado e
rejeitado eram permanentemente separados da comunidade da aliança. Através dos cerimoniais sacerdotais o Senhor se propunha “levar a iniquidade de seu povo”; Para tanto era necessário o sangue de cada sacrifício, assim o intercâmbio paradoxal ocorria: Note-se também a singularidade do Santuário, ele diferia do povo e mesmo de seu sacerdote humano, no sentido em que nunca tinha faltas próprias de modo a necessitar ser purificado. O santuário assumia a responsabilidade pelos pecados perdoados que lhe eram transferidos. Jamais era ele próprio a causa desses pecados e impurezas; Deste modo, o sacrifício do bode do Senhor no Dia da Expiação era em favor do santuário e um ato de vindicação. Nele acha-se uma afirmação da inocência até onde diz respeito ao santuário em si, pois o santuário era, na realidade, uma representação do trono e do governo de Deus. Aquele que assumia a responsabilidade por todos os pecados que eram depositados ali por meio de sacrifícios era o Deus que vivia nele, e nesse dia Ele era vindicado. Portanto, quando o pecador se arrependia, Deus assumia sua falta por um tempo, até que a responsabilidade caísse sobre sua primeira causa: Azazel. O ato de assumir os pecados perdoáveis é expresso claramente na frase: YHWH, YHWH que leva a iniquidade, a transgressão e o pecado. Êx 34:6-7. Veja-se que as palavras que as palavras que aparecem êxodo 34:7 no singular “iniquidade transgressão e pecado” aparecem no plural e na mesma sequência em Levítico 16:21 o capítulo do Dia da Expiação. Na passagem de estudo, YHWH é descrito carregando pacientemente a responsabilidade dos pecados do povo. Na passagem de Levítico, é ilustrada maneira como ele depõe a responsabilidade final por esses pecados sobre as Azazel o bode emissário. Azazel, hipóteses interpretativas Nome próprio do bode: O termo Azazel é nome próprio do próprio bode vivo, significando "o bode enviado para fora, /que parte/." Este fato tem levado à tradução "bode expiatório" nas versões inglesas, e remonta as antigas versões gregas e latinas. Contudo, o bode vivo está sendo reservado "para Azazel" (Lev. 16:8) segundo o texto hebraico. A simetria na expressão "para O Senhor" e "para Azazel" não parece favorecer esta hipótese; Azazel, hipóteses interpretativas O termo Azazel é um substantivo comum com o sentido de"precipício,"o lugar onde o bode vivo era despachado. Este ponto de vista é também sustentado pela teoria dos exegetas rabínico e preferido pela versão árabe de Saadya, que reza, o monte Azaz." Independentemente do valor filológico, tem-se objetado que "não se enquadra no texto. ... A versão 'para o Precipício' /NEB/ não parece suficiente para verdadeiro paralelismo, que requer que o segundo nome, como o primeiro, fosse o nome do uma pessoa." Azazel, hipóteses interpretativas O termo Azazel é o nome de um demônio que no livro de Enoque é o dirigente dos anjos rebeldes. Alguns têm identificado o demônio com um dos "sátiros" (RSV) ou "personagens semelhantes a bodes," mencionados em Lev. 17:7, a cujo culto Israel se havia prostituído, e sugerem que se trata do "deus-bode Azazel." Azazel, hipóteses interpretativas
Mas linguisticamente e contextualmente não há
base suficiente para a última sugestão e a identificação com um dos sátira. Não obstante, o paralelismo entre "para YHWH" e "para Azazel" (Lev. 16:8) sugere o nome de um ser' sobrenatural, "um ser oposto a YHWH Nesse sentido, Azazel parece ser um ser demoníaco. Azazel, hipóteses interpretativas No passado e presente Azazel tem sido chamado "o adversário de Deus, uma figura correspondente a Satã. Tem sido alegado que nenhum ser maligno subordinado poderia ser posto em antítese a YHWH, mas somente ”o próprio diabo, cabeça dos anjos caídos, que foi posteriormente chamado Satanás. Pode-se sugerir com base no contexto, com as expressões paralelas envolvendo YHWH e Azazel (Lv. 16:8), que o último pode ser verdadeiramente uma designação para o maligno, o oponente de YHWH. Azazel e a eliminação dos pecados e impurezas do santuário É o veículo que leva os pecados acumulados de Israel para o deserto. É importante notar que o rito de Azazel tem lugar após a expiação ter sido feita com respeito ao povo; Em contraste com os ritos realizados com o novilho e o bode, o bode emissário não era imolado, seu sangue não era derramado nem, em consequência, manipulado; Azazel e a eliminação dos pecados e impurezas do santuário “O bode expiatório era meramente estacionado próximo ao altar enquanto o sacerdote tomava algo do sangue sacrifical (do outro bode) para utilizar nos ritos expiatórios” Levine p 80. A expressão "fazer expiação por meio dele” pode ser considerada como significando "realizar ritos de expiação ao lado dele" ou “em proximidade com ele”. Azazel e a eliminação dos pecados e impurezas do santuário De fato, avaliando-se contextualmente, fica claro pelo v 21 que nenhum ritual de expiação era executado no bode expiatório. O rito do bode expiatório é um rito de eliminação do pecado e imundície. Azazel e a Eliminação dos pecados e impurezas do santuário O tempo exato do rito de eliminação do bode expiatório é particularmente significativo. O ritual com o bode por Azazel tinha lugar apenas quando a expiação tinha sido completada. Vs 17,18,20. Azazel e a eliminação dos pecados e impurezas do santuário Deste modo nota-se Azazel entra em cena depois que Arão termina a purificação do santuário, o que denota sua nula participatividade com os rituais expiatórios do Dia da Expiação; Azazel e a eliminação dos pecados e impurezas do santuário Ao informar-se que ele “leva sobre si todas as iniquidades do povo de Israel (v, 22) deve se notar que locução “levar sobre si” não significa levar o pecado de alguém vicariamente, pois somente nessa passagem a locução “levar todas as iniquidades” é seguida por um destino: “para terra solitária”. Portanto, a expressão significa “levar embora” para o deserto e não tem implicações expiatórias. O rito do bode emissário era um rito de eliminação do pecado/impureza, não um ato sacrifical. O ritual de imposição das mãos: Sugere-se que se o ritual fosse realizado com uma mão apenas era porque a outra mão estava ocupada com uma faca para matar a vítima. Assim, a imposição das duas mãos sobre a cabeça do bode Azazel torna-se algo natural visto que o animal não era sacrificado; O ritual de imposição das mãos:
Ainda, a imposição de uma mão pode ter simbolizado
a transmissão de um pecado específico enquanto a imposição das duas mãos pode ter correspondido a diversos pecados ou uma transferência coletiva; O ritual de imposição das mãos:
Nota-se, de fato, nuanças de individualização e
coletividade associadas ao fato de imposição ora de uma mão ora de duas em Lv 4 e 8; – Individualização: vs 1-4; 22-24; 27-29; 32-33; – Coletividade: vs 13-15; 8:14,18,22 O ritual de imposição das mãos: Deste modo, note-se que em Azazel o sacerdote colocava ambas as mãos para transmitir não somente uma falta individual, mas os pecados cometidos pelo povo durante o ano. Assim, esse ato tinha a ver com uma pluralidade de pecados. Fato que favorece distinção daqueles realizados por individualização em que apenas o pecador impunha por si só uma mão sobre a cabeça da oferta; O ritual de imposição das mãos:
O ato de imposição de mãos e sua
interpretação deve achar-se relacionado com a natureza de cada classe de sacrifício a que se esteja acompanhando; O Ato Com Uma Mão ou Duas Associava-se a Um Propósito Bem Definido: – Oração por expiação da vida que estava sendo consagrada inteiramente a YHWH Lv 1:4; – Expressão de agradecimentos específicos Lv 3:1; – Confissão de um pecado Lv 4:2-3; 13-14... – Ordenação especial Lv 8:22; – Confissão por coletividade dos pecados tirados do santuário e colocados sobre Azazel Lv 16:20-22; O Ato Com Uma Mão ou Duas Associava-se a Um Propósito Bem Definido: – Não se menciona imposição de mãos no ato do sacrifício do bode pelo Senhor. Isso sugere o fato de que o bode pelo Senhor era empregado para purificar o santuário dos pecados acumulados do povo ali depositados. Deste modo, o bode não parece ter servido como vítima transferidora do pecado para o santuário, a função aqui é evidentemente diferente da que se passa no ritual sacrifical do serviço diário.