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A antiga Grécia

Na Grécia antiga, que consideramos o ponto de origem de toda


civilização ocidental, acreditava-se que a loucura tinha causas
de ordem sobrenatural.
Era resultado de ações e forças de natureza mística e, portanto,
as intervenções eram promovidas por médicos-sacerdotes na
forma de práticas médicoreligiosas.

Hipócrates criou o primeiro conceito médico de loucura


abandonando as explicações religiosas e metafísicas em prol de
mecanismos orgânicos. Ele propôs que há quatro humores
corporais (sangue, bílis negra, bílis amarela e fleuma) e quatro
qualidades básicas da natureza (calor, frio, umidade e aridez).

O desequilíbrio causava o excesso de alguns dos humores, o


que resultava em um mau funcionamento da personalidade. A
terapia consistia em restabelecer o equilíbrio através de drogas
e regimes, além de explicar o contexto ao paciente. Hipócrates é considerado
como o pai da medicina
Roma antiga

Calígula

Nero Calígula foi o terceiro imperador de Roma

Último imperador da dinastia júlio-claudiana .


Na antiga Roma, o doente mental tinha limitada a liberdade de agir.
Ele era considerado incompetente em questões tanto pessoais
quanto econômicas. Nessa época, Galeno propõe que o cérebro
ocupa o papel central dos fenômenos mentais e que sintomas físicos
podem não expressar qual órgão ou parte do corpo é o local afetado.
Segundo ele, a "alma racional" é dividida em duas partes: externa e
interna.
No Período da Antiguidade e Idade Média:

-As populações eram reduzidas e


com curta duração média de
vida;

-O trabalho agrícola era de


subsistência como o artesanato
para consumo ou troca;

- Respeitava-se o tempo e o
ritmo psíquico de cada um.

Madri, Don Quijote e Sancho Panza Statue, Espanha


Na Idade Média:

- Doente preso numa rede se


significações religiosas (possessão)
– o ―pecado‖ era de natureza
religiosa e moral;

- Necessidade de um olhar
objetivo para descobrir a
deteriorização da natureza, onde
até então se decifravam apenas
perversões sobrenaturais.

O Navio dos Loucos ou A Nave dos Loucos é uma pintura do


artista brabantino Hieronymus Bosch (1450 — 1516)
Século XV – Renascimento

• Ao fim do século XV, na Europa, com o advento da manufatura inicial e


a divisão social do trabalho ocorreu a ruptura da ordem feudal e a
emergência do capitalismo mercantil com a urbanização maciça e a
industrialização, o que resultou em:

- Aumento de desocupados, mendigos, vagabundos;


- Escassez de mão-de-obra.
Meados do século XVII

Desorganização social e crise econômica na Europa pelas mudanças


estabelecidas nos modos de produção – o mundo da loucura torna-se o
mundo da exclusão – criam-se em toda a Europa, primeiro na Espanha
(Saragossa), depois na Itália, estabelecimentos para internação, as casas
de correção, casas de internamento chamados hospitais gerais, não só
dos loucos, mas de toda série de indivíduos (inválidos, pobres, velhos na
miséria, mendigos, portadores de doenças venéreas, libertinos, pessoas a
quem a família ou o poder real queria evitar castigo público – todos
aqueles que, em relação à ordem da razão, da moral e da sociedade, dão
mostra de ―alteração‖.

Não tinham função curativa. Possuíam estrutura semijurídica


(decide/julga/executa).

O objetivo era limpar as cidades dos mendigos, prover trabalho para os


desocupados, punir a ociosidade, reeducar para a moralidade,
mediante instrução religiosa e moral.
A partir do meio do século XVIII, com as idéias do Iluminismo, os
princípios da revolução Francesa (nova ordem social e a
industrialização), e a declaração dos direitos do homem nos Estados
Unidos – iniciam-se os primeiros movimentos de denúncias contra as
internações liberando-se todos os outros indivíduos, exceto os loucos;
estes permaneceram herdeiros naturais do internamento e da
exclusão.

Os ―Reformadores‖ da Revolução Francesa delegaram a Phillipe Pinel


(1745-1826) a tarefa de humanizar e dar sentido terapêutico aos
hospitais gerais, onde os loucos encontravam-se recolhidos junto com
outros marginalizados da sociedade. Mesmo quando reformadores
médicos bem intencionados, tais como Phillipe Pinel, conseguiram
amenizar em parte as aterrorizantes condições existentes nos asilos
para loucos, ainda não existiam tratamentos de rotina realmente
efetivos no começo do século XXI.
O isolamento era definido
como algo terapêutico e
indispensável.

Philippe Pinel na França, Samuel Tuke na Inglaterra, entre outros,


serão os protagonistas de um movimento de reforma para separar os
loucos dos seus colegas de infortúnio passariam a receber cuidado
psiquiátrico sistematizado – tratamento moral – utilização
conveniente da disciplina. Assim surge a Psiquiatria, passando o
louco a ser visto como um doente.

Ocupava-se o espírito e o corpo, em lugares – os asilos – onde os


pacientes ficavam isolados da sociedade e o cérebro ―em repouso‖,
longe das impressões irritantes, dos distúrbios, reprimindo a vividez,
moderando a exaltação de idéias – tratamento alienista, moral.
O internamento torna-se medida de caráter médico. Substitui-se a
violência franca pela violência velada da ameaça e das privações. Pinel
transforma o asilo numa espécie de instância perpétua de julgamento; o
louco tinha que ser vigiado nos seus gestos contradito no seu delírio,
ridicularizado nos seus erros: a sanção tinha que seguir uma conduta
normal sob a direção do médico que estava mais encarregado de um
controle ético do que de uma intervenção terapêutica.

Os tratamentos nos séculos XVII e XVIII consistiam em submeter o


doente a banho para refrescar seus espíritos;
injetar sangue fresco para remover sua circulação perturbada. Pinel e
seus sucessores num contexto puramente repressivo e moral retomaram
estas técnicas.

A ducha não mais


refrescava, mas punia; não
se aplicava mais quando o
doente estava ―excitado‖,
mas quando cometia um
erro.
O asilo fundado na época de Philippe Pinel para o internamento não representava
a ―medicalização‖ de um espaço social de exclusão; mas a confusão no interior de
um regime moral único cujas técnicas tinham algumas, um caráter de precaução
social e outras um caráter de estratégica médica.

A loucura se torna verdade médica.


A cura significava reinculcar-lhe sentimentos de dependência, humildade, culpa,
reconhecimento que são a armadura moral da vida familiar. Meios para consegui-
los: ameaças, castigos, privações alimentares, humilhações, tudo o que poderá ao
mesmo tempo infantilizar e culpabilizar o louco.

Neste mundo moral que castiga, a loucura tornou-se um fato que concerne
essencialmente à alma humana, sua culpa e liberdade; ela inscreve-se na
dimensão da interioridade e pela primeira vez no mundo ocidental, a loucura
recebe status, estrutura e significação psicológicos.

A loucura é separada do desatino e adquire o status de doença mental, tornando-


se objeto de um novo saber, surgido da prática do poder, ou da internação : a
Psiquiatria.
BRASIL - PERÍODO COLONIAL
Durante o período Colonial, a assistência médica e hospitalar
dependia, sobretudo das irmandades religiosas – Santa Casas de
Misericórdia que funcionavam como albergues para os pobres,
órfãos, inválidos e, obviamente, loucos. No Rio de Janeiro, foi
fundado em 1567 o Hospital
da Santa Casa de Misericórdia.

Séculos XVI e XVII – famílias mais abastadas escondiam


seus doentes em casa, em quartos próprios ou em construções
anexas.

No final do século XVIII – existiam grandes propriedades rurais que


eram auto-suficientes na produção doméstica de seus implementos
agrícolas – mão-de-obra escrava. O escravo restringe o espaço ao
trabalho livre para o homem livre. A atividade laborativa para os
mestiços, mulatos e mesmos os brancos era considerado indigna.

As Santas Casas de Misericórdia no Brasil – amontoavam nos


porões insalubres, sem assistência médica, os loucos como os
demais marginais, entregues a guardas e carcereiros, seus delírios
e agitações reprimidos por espancamentos ou contenção.
HOSPITAL NACIONAL DOS ALIENADOS (1842)

www.ccs.saude.gov.br/memoria da loucura/Mostra/apresenta.html
A Psiquiatria surge no Brasil, com a função de tomar para si a normatização
social – transformação do desviante (o mendigo, o louco, o criminoso, o
pobre em geral) num ser normalizado.

A partir de 1830, um grupo de médicos alienistas (criadores da Sociedade


de Medicina do Rio de Janeiro) começou a pressionar para que se
construísse um hospício para os alienados. Com o apoio do Conselho de
Império que tinha o intuito de celebrar a celebrizar a maioridade do jovem
Monarca Pedro II, mais a pressão da sociedade (elite política) e dos
médicos alienistas (elite médica), surgiu à idéia da criação do hospício
Pedro II, que foi criado no Rio de Janeiro, em 1841.
O nascente Império Brasileiro, ávido por mostrar-se em sintonia com a
modernidade científica da civilização européia, busca implementar novas práticas e
instituições.

O local era uma chácara na Praia Vermelha, de propriedade da Santa Casa de


Misericórdia anexa ao Hospital, porém, tinha precárias condições para o
atendimento e funcionamento. O Brasil pretendia organizar o espaço do hospital
psiquiátrico nos moldes da organização realizada por Pinel e Esquirol, na França.

Assim, em 1842, na tentativa de atender este projeto, teve início a construção do


Hospital Pedro II e subordina-se sua administração à Santa Casa de Misericórdia
(as irmãs de caridade eram as diretoras de fato). As obras duraram de 1842 a
1852.

Marco do início da atividade psiquiátrica no Brasil – ano de 1852 –


inauguração no Rio de Janeiro, do Hospício de Pedro II, no bairro da Praia
Vermelha, com capacidade para 350 pacientes.
O Diretor Geral da
João Carlos Teixeir
Instituição,
Dr.
Brandão, 1887 a
as
emIrmãs de Caridade,dispensou
até então
responsáveis pelo serviço de
enfermagem e
administração pela
hospício, pois eram
interna
acusadas
de colaborar e acobertar
do os
maus tratos sofridos pelos
doentes por parte dos guardas.

Com a saída das Irmãs, existiu uma carência de pessoas disponível para
realizar as atividades de cuidado e administração da assistência e da
Instituição de uma forma geral, levando os médicos a organizarem uma
escola para formação de pessoal de enfermagem para atuar no espaço
deixado pelas Irmãs e preparar os guardas e serviçais do hospício para
uma atividade profissional específica, ainda inexistente no País.
A enfermagem psiquiátrica brasileira surgiu no hospício, para vigiar,
controlar e reprimir.
As primeiras instituições psiquiátricas surgiram no Brasil em meio a um
contexto de ameaça à ordem e à paz social, objetivando a necessidade de
tratamento segundo, as teorias e técnicas já em prática na Europa:

- Indicação social: remoção e exclusão do elemento perturbador


visando segurança dos cidadãos;

- Indicação clínica: intenção de curá-los.


Período imediatamente posterior a Proclamação da República – marco
divisório entre a psiquiatria empírica do vice-reinado e a psiquiatria
científica – a laicização do asilo (retirar o caráter religioso).

Virada do século XX –
―reforma‖ passou a se orientar
pela crítica à insuficiência do
asilo, produzindo, por
exemplo, o modelo das
colônias agrícolas.

No Brasil, os movimentos para reformar a Psiquiatria têm


desde o século XIX. Até 1903, a psiquiatria tinha
ocorrido maior
como
representante o médico Juliano Moreira (1872-1933),
defensor das colônias agrícolas para alienados. A idéia de que o
grande
doente mental deveria ser tratado com auxílio do trabalho foi então
disseminada em todo o país.
Ocorre adesão política de construção de colônias agrícolas (reproduzir
a vida de uma comunidade rural) – vocação agrária da sociedade
brasileira. Surgem os primeiros hospitais agrícolas que utilizavam a
laborterapia como técnica terapêutica – sinônimo da garantia de
disciplina e ordem, de forma a docilizar os incuráveis. Utilizavam
modernas técnicas da medicina
mental‖ do período:

Hidroterapia - aplicação externa de


água – quente ou fria, por meio de
longos banhos, de imersão ou duchas;

Malarioterapia - Febre induzida pela inoculação do germe da malária


– o plasmodium no organismo do doente, para tratar paresia
neurosifilítica, e para que a febre e os tremores ―curassem‖ a doença
mental descoberta em Viena por Julius Wagner-Jauregg, em 1917;
Insulinoterapia – aplicação de
insulina, em doses crescentes, que
provocava convulsões, coma e um
sofrimento físico intenso, para tratar
esquizofrenia, descoberta em Berlim
por Manfred J. Sakel, em 1927.

Eletroconvulsoterapia – ECT – Em 1937, foi inventada


a eletroconvulsoterapia (ECT), induzindo crises convulsivas a partir de descargas
elétricas. Infelizmente, pela falta do uso de anestésicos e relaxantes musculares
adequados, além do desconhecimento sobre os parâmetros relacionados à
descarga elétrica, fizeram com que pacientes sofressem com fraturas,
deslocamento de membros e efeitos colaterais cognitivos mais importantes.

O mecanismo de ação ainda não foi completamente esclarecido, mas afeta


diversos compostos no sistema nervoso central, o que inclui neurotransmissores,
hormônios, etc. Quando a técnica empregada consiste em estimulação bilateral,
ocorre aumento na transmissão de ácido gama-aminobutírico (GABA).
Superlotação, deficiência de pessoal, maus tratos, condições de hotelaria
tão más ou piores do que nos presídios - as colônias agrícolas haviam
abandonado o trabalho no campo como atividade terapêutica, porque num
país que se industrializava e se urbanizava rapidamente, a reeducação para
o trabalho rural era um anacronismo

No Brasil, foi um consenso de elites. A assistência


psiquiátrica pública tinha como única função social à
exclusão do louco.

No início do século XIX, chegavam o país as idéias de Esquirol, médico


contemporâneo de Pinel, sobre a necessidade de um espaço especialmente
concebido para isolar o louco. Era uma medicina normalizadora e
moralizadora, como na época de Pinel. A atividade psiquiátrica nasce no
Brasil com o surgimento das internações de doentes mentais – seqüestro dos
doentes – isolamento formulado por Esquirol.
Ideologia da nascente instituição
psiquiátrica brasileira:
Remover, excluir, abrigar,
alimentar,
vestir, tratar.

Exclusão – tendência central da assistência psiquiátrica brasileira, desde


seus primórdios. Um lugar de exclusão, segregação,
estigmatização, incapacidade, incurabilidade, periculosidade,
improdutividade, alguém que não possui condições de viver
socialmente, necessitando manter-se isolado, para proteção dos outros,
e ser protegido de seu mal.
Em 1890 foram criadas as
Colônias de Alienados,
localizadas no Galeão: A
de São Bento, no antigo
Convento de São Bento,
nas proximidades do
Caricó e a Conde de
Mesquita, na Ponta do
Galeão.

Pelo projeto inicial estas Colônias abrigariam homens e mulheres, porém mais
tarde passaram a abrigar apenas pacientes do sexo masculino.

Em 22 de fevereiro de 1890 chegaram os primeiros pacientes, oriundos dos


postos policiais e transferidos para o Galeão em embarcações, que transportavam
também alimentos, visitantes , o pessoal administrativo e os Alienistas.
Foram transferidos também os indigentes internados no Hospício Nacional de
Alienados que funcionava no prédio da atual Reitoria da UFRJ, na Avenida Pasteur.

As Colônias tinham como finalidade tentar resolver os problemas causados pela


superlotação do Hospício, além de oferecer uma forma de tratamento voltada
para atividades ocupacionais. Na foto, o Pier de desembarque da Colônia São
Bento.
- Em 1911 criação da Colônia do Engenho de Dentro,
atual Instituto Municipal Nise da Silveira no Engenho de
Dentro.

- Em 1924 criação da Colônia do Engenho Novo, atual


Instituto Municipal de Assistência à Saúde Juliano Moreira
em Jacarepeguá

- Todos locais à época de difícil acesso e com a perspectiva


do isolamento social e do tratamento moral como
estratégias de “cuidado”.
No Brasil, o funcionamento asilar precede o início de uma atividade
psiquiátrica formal. A loucura é apropriada pelo saber médico,
torna-se então alienação mental. Surge a necessidade de uma
atuação terapêutica, reconhecendo-se nos loucos a existência de uma
doença, com uma localização no corpo, exigindo desta forma um
tratamento, uma estrutura de cuidados médicos.

Apenas em 1881 vão ser criadas as cadeiras de clínica das moléstias


mentais das escolas médicas do Rio de Janeiro e Bahia.
Nos anos de 1930, no período do Estado Novo, os grandes hospícios
construídos foram reformados e ampliados, tornando-se o centro de toda a
política de saúde mental. Até a década de 1950, foi visível a estatização
dos grandes hospitais, seguindo uma política de estadualização.
HISTÓRIA DA ENFERMAGEM PSIQUIÁTRICA BRASILEIRA

Escola de Enfermagem Alfredo Pinto - UNIRIO


Escola Profissional de Enfermeiros e Enfermeiras (1890)

Foi a primeira escola criada no Brasil, no Hospital Nacional de Alienados e


seus objetivos eram formar enfermeiros e enfermeiras psiquiátricos para
trabalhar nos hospícios. Foi nele que surgiu a Enfermagem Psiquiátrica
brasileira. O Governo Provisório da República manda buscar, na França,
enfermeiras leigas. Elas deveriam organizar uma escola para enfermeiros
no Hospício Nacional dos Alienados. Foi a primeira tentativa de
sistematização de ensino de enfermagem no Brasil, pautada no modelo da
Escola Francesa (não no Sistema Nightingale).
A necessidade de um profissional de enfermagem no hospício no Rio
de Janeiro, nasce da disputa entre o Poder Clerical (visão assistencial
caritativa) e um saber mais poderoso revelado pela categoria médica
psiquiátrica e amparado pelo Poder do Estado Republicano.

Era atribuído a Enfermagem não só a realização dos cuidados diretos aos


doentes mentais, mas, sobretudo, a responsabilidade pela manutenção da
ordem no interior do espaço asilar, mediante aplicação dos procedimentos
disciplinares que possibilitavam sujeitar os internados às normas
institucionais.
Cabia a enfermagem vigiar e disciplinar esse doente que perdeu a
razão.
Esta escola contava com um grupo ministrado pelos médicos do hospício,
durava dois anos e no final recebia um diploma do Diretor Geral de
Assistência Médico-legal de alienados e até 1942 era dirigida por médicos.

Nesse processo de treinamento, baseado na transmissão oral do saber, a


ênfase era dada no atendimento das necessidades de higiene, alimentação,
técnicas de administração de medicamentos e aplicação das terapias
de choque, e as formas de se defender das possíveis
manifestações agressivas dos pacientes.
No começo do século XX, já na República, no Rio de Janeiro com o
desenvolvimento do comércio importador/exportador, através do porto, da
atividade comercial e bancária – ocorre um aumento da população urbana
com deteriorização das condições de higiene e saneamento, proliferação
de cortiços e favelas, focos e reservatórios de vetores de doenças
infecciosas (febre amarela). É nesse quadro que emerge o ensino
sistematizado da Enfermagem, tendo, o propósito de formar profissionais
que contribuíssem no sentido de garantir o saneamento dos portos,
principalmente o do Rio de Janeiro.

A Enfermagem é iniciada fora dos hospitais, na área de


saúde pública, no ano de 1923.
Em 1949, a Lei 775 determina a obrigatoriedade da disciplina
“Enfermagem Psiquiátrica” nos cursos de graduação.

No período de 1930 a 1964 a ênfase é dada aos aspectos clínicos


da doença mental e às terapêuticas biológicas – ―cura‖ da doença mental.

Na metade da década de 50 , parecem


alguns reflexos da psicanálise (Freud), com
referências aos aspectos psicológicos do
comportamento humano. Há o lançamento
dos psicotrópicos. (Clorpromazina)
A partir do final da década de 60, é enfatizado a terapia de família e
a assistência de enfermagem no “relacionamento terapêutico”.

A partir de 1975 sugere-se a integração da


saúde mental com as outras disciplinas,
propondo intervenções sobre a comunidade,
com finalidades preventivas.

No período posterior a II Guerra Mundial surgiram as comunidades


terapêuticas, que acreditavam na importância do relacionamento entre os
membros da equipe terapêutica e os pacientes, sendo estes últimos
estimulados a assumir papel dinâmico e responsável, no
propostas que apontamseu um processo
desinstitucionalização.
um de
tratamento – surgem
Saúde Mental:
Cuidar sim, excluir não

Diante desse contexto, o papel da Enfermagem muda significativamente,


aproximando-se do paciente, do médico e dos demais profissionais que
compõe a equipe de saúde.

Torna-se importante ouvir o que o paciente tem a nos dizer, pois poderão
expressar seus conflitos conscientes e inconscientes – estabelecer o
relacionamento terapêutico.
Atividade verificadora de aprendizagem: A
partir do conteúdo trabalhado em
aula, respondam às seguintes perguntas:

a)Quais as principais diferenças entre a concepção


de loucura na Idade Antiga e na Idade
Média?

b)Qual a importância de Franco Basaglia para a Reforma


Psiquiátrica no Brasil?

c) Quais tratamentos eram realizados nas


Colônias
Agrícolas no Brasil?
Questão 1) Por muitos anos, as pessoas consideradas loucas ou
desviantes, eram jogadas em depósitos, permanecendo acorrentadas
e usando mordaças, tendo suas questões atribuídas à possessão
demoníaca. No século XVIII, um importante médico francês entende
que a loucura deveria ser estudada e vista como um adoecimento e
não como algo sobrenatural. Qual nome desse médico, considerado o
"pai da Psiquiatria―.

a) Franco Basaglia;

b) Juliano Moreira;

c) Jacques Lacan;

d) Sigmund Freud;

e) Philippe Pinel
Questão 2) A primeira medicação psicotrópica surgiu em 1952, até
então, diversas tentativas de tratamento eram feitas, como
insulinoterapia, malarioterapia, hidroterapia.
Qual nome do primeiro psicotrópico descoberto?

a) Haloperidol;

b) Levomepromazina;

c) Clorpromazina;

d) Risperidona;

e) Olanzapina

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