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O Problema do Direito Natural

-
O Dtº Natural

• O problema:

>>>O direito apareceu-nos ate aqui


como uma realidade normativa, -
historicamente condicionada, e
portanto em permanente mudança.
• Isto significará que o direito seja de todo
em todo contingente? Significara a
arbitrariedade ou casualidade das suas
soluções?
• O direito é "dever ser" socialmente
actuante. Mas o direito não englobará
mais nenhum aspecto que seja superior e
até determinante dessa ordenação
socialmente efectiva?
• Acima do direito positivo (direito posto em
vigor pelas autoridades) não haverá um
Direito superior ao primeiro, de onde este
retira o fundamento da sua validade, e
que permite aferir a legitimidade ou a
ilegitimidade do direito positivo?
• »» a defesa da validade objectiva de
certas soluções, elas próprias subtraídas à
subjectividade dos agentes sociais.
• >>não sujeição à arbitrariedade na
definição das regras pelo Poder.
• A este problema pro­cura responder a
corrente do Direito natural.
• > existe um direito natural, superior
condicionante do direito positivo
• Perspectiva contraria > positivismo: direito
natural não existe ou não e verdadeiro
direito, pelo que em nada interfere com o
direito positivo, e não o condiciona, sendo
que só o direito positivo e verdadeiro
Direito.
• Jusnaturalismo (fases):

- Roma: Cicero;

> existe uma Natureza, uma ordem natural criada por Deus;

>essa ordem natural ‘e descoberta pela razão humana


> dessa ordem resulta um DN que impõe direitos e deveres aos
homens, que estes tem de acatar sob pena de desrespeitarem a
própria natureza humana

-
• > os princípios decorrentes do DN são
universais, eternos e imutáveis

• > o direito positivo, o Estado, a


Autoridade não pode alterar essa lei
Idade Media: Stº. Agostº e Stº. T. de Aquino;

Monoteísmo
Deus como supremo legislador
Superioridade da lei Divina sobre a Lei humana
(subordinação do Estado e do direito positivo a
ordem natural criada por Deus)
• S. Tomas de Aquino.
Lei eterna – lei geral estabelecida por Deus para
todos os seres por ele criados;
Lei natural – participação dos seres criados na
razão estabelecida pela lei eterna;
>Preceito fundamental: fazer o bem e evitar o
mal>da qual o homem, através da razão, deve
extrair todas os corolários e desenvolvimentos
>Lei humana
Lei divina – constituída por normas que
Deus criou e comunicou aos homens para
orientar a lei humana sobre questões
essenciais
Dtº Natural

- O Renascimento e o racionalismo: H. Grocio

>>> autonomia do humano, face ao divino/do racional face ao


religioso
>repercussão – duas correntes:
- jusnaturalismo religioso (de fonte ou com fundamento divino);

- jusnaturalismo racionalista (de carácter filosófico, com fundamento


na razão humana)

> razao humana ‘e fonte autónoma e independente do conhecimento


geral e, pois, do conhecimento do justo e do injusto
Escola racionalista do Direito Natural:

DN não como superior ao dtº positivo –mas


Direito como anterior ao Estado

Não se fala apenas de uma lei ou DN objectivos,


mas de direitos naturais subjectivos
pertencentes a todos os homens (direitos
humanos)
- O pessimismo de Hobbes (jusnaturalismo
autoritário)

- O realismo de Locke (jusnaturalismo liberal)

- Optimismo de Russeau -
• Contributos da escola racionalista do DN

- DN natural como anterior - e não apenas


superior – ao direito positivo
- A ideia de que a passagem do estado da
natureza ao estado da sociedade através
de um contrato social celebrado entre os
cidadãos, coloca o fundamento do poder
politico no povo (do jusnaturalismo de
origem divina passa-se para uma
democracia de origem humana)
- O jusnaturalismo racionalista gera a crença
nos direitos e liberdades individuais de
cada cidadão, superiores e anteriores ao
Estado, e que, por isso mesmo, este deve
respeitar.
• O DN já não ‘e apenas um conjunto de
regras ou princípios superiores que
validam ou invalidam as normas do direito
positivo – ‘e também fonte de direitos
subjectivos individuais que podem ser
contrapostos ao Estado
Dtº Natural.

• Contestação do jusnaturalismo: o
positivismo
- Só se aceita verdades baseadas em factos
- O DN não ‘e direito porque não pode ter
origem divina - e nem ‘e aceitável como
mera dedução da razão humana de cada
individuo
• - DN não ‘e dtº porque não ‘e promulgado por
nenhuma autoridade legitimada para o efeito
• - coloca-se acima do Estado;
• - o seu exacto conteúdo ‘e desconhecido e não
obtêm consenso
• - as leis e costumes não universais e imutáveis
(Ex. pena de morte e escravatura)
• - a violação das suas regras não acarreta sanções
• - o DN não tem vigência efectiva (não ‘e aplicado pelas
autoridades)
• - não pode ser invocado para desobedecer ao direito
positivo
• - a “Purificação” do dtº exige o afastamento do seu
estudo de todos os elementos extra-juridicos – políticos,
religiosos, morais ou outros. O DN ‘e um desses
elementos, e como tal deve ser expurgada da Ciência do
Dtº
• - o DN não passa de um conjunto de
valores, ideais, aspirações e concepções
do mundo e da vida;

• Direito ‘e sistema de normas emanadas de


uma autoridade e cuja violação implica
sanção / DN – um conjunto de valores de
justiça, de moral, de politica
• Renascimento do DN no século XX

(Final 2ª guerra mundial)


Dto Natural

• Refutação dos argumentos do positivismo

• O pretenso carácter universal do DN


>só o núcleo duro, o mínimo essencial do
DN, deve ser considerado universal e
perpetuo
• DN não acarreta aplicação de sanções
DN só dispõe de vis directiva/ não vis
coactiva

- O conteúdo do DN ‘e difícil de conhecer e


vago
>o mesmo sucede com os princípios gerais
do Dtº
• Núcleo essencial do Direito Natural ‘e
constituído por todos os valores, normas e
princípios que tenham a ver com o
respeito devido a dignidade da pessoa
humana, na sua tríplice dimensão politica,
económica e social.

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