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ACOMETIMENTO POR

VÍRUS
Herpes e HIV
Angelo Hernandes Jover
Carlos Felipe Jacobs
Juliane Rodrigues Homem
Maria Elonita da Silva Giovanella

Disciplina: Neuropsicologia
Prof. Dra. Seille Garcia
O vírus
Um vírus é uma partícula infecciosa
que se reproduz "comandando" uma
célula hospedeira e usando o seu
maquinário para fazer mais vírus. Um
vírus é composto por um genoma de
DNA ou RNA dentro de uma cápsula
proteica chamada capsídeo. Alguns
vírus possuem uma membrana externa
chamada de envelope.

Fonte imagem: ufrgs - adaptado de Madigan et al. Brock


Biology of Microorganisms. 15ª ed. 2019
Vírus - curiosidades
➢ Temos mais vírus na terra que estrelas no céu; ➢ Fora da célula é chamado de Virion;
➢ Não possui metabolismo próprio; ➢ Não sofrem ação de antibióticos;
➢ Parasita intracelular obrigatório; ➢ Podem sofrer mutação (RNA +).

HIV
➢ O HIV é encontrado em um quinto dos animais de trinta espécies de primatas;
➢ Estimasse que entrou no organismo humano por escoriações e ferimentos na pele, por volta e 1930;
➢ O vírus do chipanzé já presente no sangue humano, ganhou a capacidade de alcançar as secreções genitais.

HERPES
➢ O vírus da Herpes está conosco desde os primeiros australopithecus, há mais de 5 milhões de anos;
O vírus
HIV
Infecção pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV)

O HIV-1 e o HIV-2 são dois subtipos diferentes do vírus do HIV, ataca o sistema
imunológico, responsável por defender o organismo de doenças. As células
mais atingidas são os linfócitos T CD4+.
E é alterando o DNA dessa célula que o HIV faz cópias de si mesmo

Ao lado do sistema linfoide, o sistema nervoso central (SNC) é um importante alvo para o HIV, e com o
tempo, a infecção resulta em imunossupressão grave, frequentemente levando a infecções oportunistas e
neoplasias. A infecção pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV) é uma infecção viral que destrói
progressivamente certos glóbulos brancos do sangue e pode provocar a síndrome da imunodeficiência
adquirida (AIDS).
FATORES DE
A transmissão do HIV só ocorre quando há
contato direto com o sangue ou secreções de
um indivíduo infectado, sendo que ela não é
RISCO
● Exposição a fluidos corporais de uma pessoa infectada,
transmitida através de beijos ou do contato
com o suor de um indivíduo contaminado.
● por meio de uso de droga injetada,
● contato sexual sem proteção
● exposição acidental ou iatrogênica (p. ex.,transfusão de sangue contaminado, lesão por
punção com agulha em profissionais médicos )

FATORES DE RISCO E PROGNÓSTICO DE TRANSTORNO


NEUROCOGNITIVO MAIOR OU LEVE DEVIDO A INFECÇÃO POR HIV.
● diagnóstico de aids em idade avançada,
● elevada carga viral plasmática e no LCS (Líquido cefaloraquidiano)
● contagem de linfócitos T CD4 menor que 100 células/mm3,
● baixa concentração de hemoglobina e
● progressão da doença sistêmica.
Aspectos do Transtorno
Neurocognitivo DEVIDO A INFECÇÃO POR HIV.
A alta prevalência das manifestações neuropsiquiátricas é relacionada a
01 uma grande variedade de fatores, que incluem os efeitos diretos dos vírus.
As manifestações mais comuns são o transtorno cognitivo e motor menor,
a demência pelo HIV e os transtornos depressivos.

No curso da infecção pelo HIV, o vírus entra no SNC, podendo resultar em


distúrbios da função neurocognitiva e causando déficits de processos
02 mentais como atenção, aprendizado, memória, rapidez do processamento
de informações, capacidade de resolução de problemas e sintomas
sensoriais e motores.
Aspectos do Transtorno
Neurocognitivo DEVIDO A INFECÇÃO POR HIV.
Com a HAART, a incidência da demência pelo HIV vem diminuindo, mas sua
prevalência tem aumentado devido à maior sobrevida dos pacientes
infectados pelo HIV e ao aparecimento de formas mais leves de dano
03 cognitivo. A diminuição da morbidade e mortalidade com a HAART leva a
um aumento do número de pessoas vivendo com aids, podendo
representar um grupo “neurologicamente vulnerável” para doença
neurológica, com o SNC servindo como um “santuário” para replicação do
HIV parcialmente suprimido

A encefalopatia pelo HIV continua presente em cerca de 25% dos pacientes


04 submetidos à autópsia, taxa que não foi alterada pela HAART.
Dependendo do estágio da doença por HIV, mais da metade dos indivíduos
apresentam, pelo menos, perturbação neurocognitivo leve, embora algumas dessas
perturbações possam não atender à totalidade de critérios para um TNC leve.
Estima-se que cerca de 25% dos indivíduos com HIV apresentarão sinais e sintomas
conforme aos critérios para TNC leve, e menos de 5% atenderão os critérios para TNC
maior. ( DSM 5)

O SNC é o segundo local mais comum de manifestações clínicas.


Isso pode ser explicado pelo fato de o vírus ser neurotrópico
(afinidade com células nervosas), encontrando no SNC um
“santuário”, além da pobre penetração dos agentes antirretrovirais
na presença de uma barreira hematoncefálica intacta.
A natureza das alterações
neurológicas é muito variada, e
qualquer parte do neuroeixo
pode ser acometida.

O HIV atravessa a barreira


hematoencefálica por um
mecanismo tipo “cavalo de
Troia” usando macrófagos
infectados. No cérebro, o vírus
infecta células da glia que, em
última instância, secretam
neurotoxinas que levam a dano
e morte neuronal
Tomografia computadorizada axial de cérebro sem contraste mostra calcificação nos hemisférios cerebelares (A). A
ressonância magnética axial ponderada em T1 mostra áreas correspondentes de realce nodular e irregular pelo gadolínio (B
e C). A ressonância magnética FLAIR axial do cérebro demonstra várias áreas de sinal hiperintenso no córtex cerebral e
cerebelo (D, E e F).

Uma mulher de 37 anos


com infecção pelo HIV
(CD4: 5 células / μl)
apresentou disartria
aguda e hemiparesia
direita

Fonte: https://doi.org/10.1590/0004-282X20170163
Angio-RM de cérebro mostra estreitamento segmentar da artéria cerebral média esquerda (ponta de seta) com
redução do fluxo nos segmentos operculares (seta) (A). Acompanhamento com angiotomografia cerebral mostra
estreitamento focal da porção supraclinóidea da artéria carótida interna esquerda (seta curva) e redução do fluxo
na artéria cerebral média esquerda (seta reta) (B).

Fonte: https://doi.org/10.1590/0004-282X20170163
O vírus
Herpes
Infecção pelo vírus da herpes

O HSV infecta vários tipos de células, mais especificamente, células imunológicas.


A transmissão ocorre por meio do contato direto com a pele ou secreções de uma
pessoa infectada, já que o vírus consegue sobreviver algumas horas fora do corpo.

A infecção pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV) acomete com frequência o SNC
durante o seu curso. E mesmo com uso de terapia antirretroviral pode haver inúmeras
infecções oportunistas concomitantes, e a mais comum citomegalovírus, o que costuma
acontecer somente se a contagem de CD4 for muito baixa. Seu espectro é variável:
coriorretinite, ependimite, encefalite, mielite e vasculite.
Paciente com 42 anos e diagnóstico pregresso
de encefalite herpética. A. TC sem contraste
evidencia extensa zona hipoatenuante
corticossubcortical temporoinsular direita,
associada à redução volumétrica do
parênquima encefálico. B. Imagem axial T2 de
RM mostra a mesma lesão com
comprometimento dos lobos temporais, pior à
direita, com extenso hipersinal e áreas de
degeneração cística de permeio (seta). C.
Imagem coronal de RM ponderado em T2
evidencia melhor o acometimento temporal
direito, com extensa redução volumétrica das
formações hipocampais bilateralmente (setas),
dilatação compensatória dos cornos temporais
dos ventrículos laterais e proeminência dos
sulcos corticais regionais

CORREA, MIOTTO,. E.; DE, LUCIA,.Mara.Cristina. S.; MILBERTO,


SCAFF,. Neuropsicologia Clínica, 2ª edição.
DIAGNÓSTICO
TNC MAIOR OU LEVE DEVIDO A INFECÇÃO POR HIV.

DSM 5: O diagnóstico de HIV é confirmado por métodos laboratoriais estabelecidos. Alguns


indivíduos com infecção pelo HIV desenvolvem um TNC que costuma evidenciar um “padrão
subcortical” com função executiva destacadamente prejudicada. No TNC maior, a desaceleração
pode ser proeminente. Processos patogênicos do HIV podem afetar qualquer parte do cérebro.

A avaliação neuropsicológica tem um


O diagnóstico é baseado em:
papel fundamental na identificação e no
➢ história clínica, diagnóstico de distúrbios cognitivos
➢ exame neurológico e neurocognitivo, associados ao HIV e é usada para
➢ ressonância magnética nuclear (RMN) de encéfalo, quantificar alterações em processos
➢ avaliação neuropsicológica cognitivos associadas com o
tratamento.
MARCADORES DIAGNÓSTICO

➢ a caracterização do HIV do líquido cerebrospinal: pode ajudar se revelar uma


carga viral desproporcionalmente elevada no líquido cerebrospinal em relação
ao plasma.

➢ Imagem neurológica (ressonância magnética[IRM]) pode revelar redução do


volume cerebral total, afinamento cortical, redução no volume de substância
branca e áreas manchadas de substância branca anormal hiperintensidades),

➢ IRM ou perfuração lombar podem ajudar a excluir uma condição médica


específica, como infecção por criptococo ou encefalite por herpes, que pode
contribuir para mudanças no sistema nervoso central no contexto da aids.

FONTE: DSM-5
DIAGNÓSTICO
(CONTINUAÇÃO)

Complexo demência associado ao HIV refere-se: conjunto de sintomas e


sinais cognitivos, motores e comportamentais. Classifica-se como uma
demência “subcortical”.
Portanto, há alguma similaridade com a demência da coreia de Huntington e da
doença de Parkinson

Há algumas características e perdas multifatoriais que apoiam o


diagnóstico: Cognitivo, emocional, motor, comportamental.
TESTES NEUROPSICOLÓGICOS

Os testes neuropsicológicos são sensíveis para detectar distúrbios cognitivos na


infecção por HIV-1 e devem incluir os seguintes domínios::
➢ atenção/concentração;
➢ rapidez do processamento da informação;
➢ função executiva;
➢ raciocínio/abstração; memória/aprendizado;
➢ habilidade visuoespacial; e
➢ funcionamento motor.

Testes neuropsicológicos são bastante úteis, mas sozinhos não são capazes de
determinar a presença do complexo demêncial associado ao HIV-1 ou distúrbio
cognitivo/motor menor.
MFV (MEDIDA DE FLUÊNCIA VERBAL)
Desfavorável

Testes dos cinco dígitos (FDT): Favorável

Teste Não verbal de inteligência: Favorável

Teste de Aprendizagem Auditivo -Verbal de


Rey (RAVLT): Favorável

Figuras Complexas de Rey: Favorável


No Brasil há pouco estudos sobre reabilitação
TRATAMENTO cognitiva e neuropsicológica de pessoas com HIV-
Aids e acometidos por herpes encefálica..
Programas de reabilitação cognitivas são relevantes
➢ Adesão ao tratamento Haart, para o funcionamento cognitivo de pessoas
➢ Acompanhamento psicológico individual ou em grupo seropositivas.
➢ Avaliação Neuropsicológica -periódica
➢ Revisão periódica dos exames de imagem para acompanhar o desenvolvimento e/ou comprometimento da
doença no cérebro
➢ Exames laboratoriais - imunidade
➢ Atividade física de acordo com as capacidades do indivíduo,

Na prática clínica, é necessário O computador e a internet A realização de uma avaliação


Considerações

avaliar as demandas podem ser usados de forma inicial funcional e para intervenções
individualmente, pois os danos eficaz na reabilitação de de reabilitação adequadas muitas
cognitivos podem afetar diferentes déficits associados à função vezes pode ser uma barreira para
áreas de funcionamento. Assim, executiva e atenção em os profissionais, visto que, nem
uma pessoa pode ter prejuízos crianças idade escolar para sempre têm acesso a esse tipo de
associados a uma área específica estimular uma variedade de conhecimento, já que são poucas
ou em mais de uma delas, o que funções cognitivas as instituições no Brasil que
exige esforços de reabilitação oferecem formação e treinamento
também peculiares. específico nessa área.
REFERÊNCIAS
AMUI, Nícolas de O. et al. Central nervous system vasculitis in a patient with HIV infection: a diagnostic
challenge. Arquivos de Neuro-Psiquiatria [online]. 2017, v. 75, n. 12 [Accessed 20 November 2021] , pp.
897-898. Available from: https://doi.org/10.1590/0004-282X20170163. ISSN 1678-4227.

CORREA, MIOTTO,. E.; DE, LUCIA,.Mara.Cristina. S.; MILBERTO, SCAFF,. Neuropsicologia Clínica, 2ª edição.
[Digite o Local da Editora]: Grupo GEN, 2017. 9788527730976. Disponível em:
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788527730976/. Acesso em: 11 nov. 2021.

DSM-5 [American Psychiatric Association ; tradução: Maria Inês Corrêa Nascimento.. et al.] Manual
diagnóstico e estatístico de transtornos mentais [recurso eletrônico] :; revisão técnica: Aristides Volpato
Cordioli ...[et al.]. – 5. ed. – Dados eletrônicos. – Porto Alegre :Artmed, 2014.

FUENTES, Daniel.; MALLOY-DINIZ, Leandro. F.; CAMARGO, Candida.H. P.; AL., et. Neuropsicologia. PORTO
ALEGRE Grupo A, 2014. 9788582710562. Disponível em:
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788582710562/. Acesso em: 16 nov. 2021

NOGUEIRA GS, Seidl EMF. Reabilitação cognitiva e neuropsicológica de pessoas que vivem com a
síndrome da imunodeficiência adquirida. Brasília Med 2014;51(3-4):268-276
UJVARI, Stefan Cunha, A história da humanidade contada pelos vírus, bactérias, parasitas outros
microorganismos, 2ª edição São Paulo, Contexto, 2020.
BOA NOITE!

OBRIGADO!!

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