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Unidade II

A Acção humana

Subunidade 1 : análise e compreensão do agir


Ponto 1.1.: a rede conceptual da acção
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• Praticar; actuar, proceder, operar, etc.
Agir :
• definição: maneira ou modo de actuar; tudo
o que se faz; titulo de participação no capital
Acção
de uma sociedade; movimento, etc.
• O que é uma acção?
da acção
• Que significa agir?
• Quais as causas da nossa acção?
conceptual
• Quais as finalidades e objectivos da acção 1.1. a rede
humana?
Acção humana
Acção humana
Distinção entre agir e fazer
 Agir
exercício contínuo
Resultado interno (auto-produção)
 Fazer
Acto ou realização transitória
Resultado externo
Separação entre acção (práxis) e pensamento (theoria)
 Dicotomia sem sentido
 A acção implica exercício e actividade do pensamento
Intenção
Deliberação ou ponderação
Decisão

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Acção humana
a respeito da acção devemos considerar:
• Razões da acção
• Tipos de acções susceptíveis de escolha ou deliberação
• Estudar ou passear
• Ir ao café ou ficar em casa
• Causas da acção
• Acontecimentos que sucedem sem interferência humana
• Acções explicadas através de causas naturais
• Ocorrência de um terramoto

Papel da filosofia
• Procurar razões e/ou causas para as mais variadas acções
• Formular as perguntas/problemas implícitos na acção
• Encontrar respostas lógicas e coerentes para as questões/problemas
anteriormente colocados
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• Independente da intenção
involuntária
• Pode ter sentido ou não (se tiver é inconsciente)
• Não implica deliberação nem decisão
Acção
• Parte de uma intenção (sentido e finalidade)
voluntária
• Implica uma deliberação e uma decisão
• Assenta na liberdade da vontade
Acção
Acção voluntária e involuntária
• Operação ou atitude de um agente
• Assente na deliberação ou consentimento

humana
• Promove uma decisão que leva à actuação
• Tem sempre um fim, um sentido, em vista
Acção
Acção humana
Acção humana

Decisão
actuação
Deliberação
decisão

Intenção
(finalidade)

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Acção humana

A vontade
• Disposição ou faculdade do ser humano
• Capacidade para decidir o que se quer
ou pretende
• Faculdade ligada ao entendimento e
razão, mas também á sensibilidade e
emoções
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A acção humana

Pode ser influenciada pelas


A vontade outras faculdades humanas,
mas pode , ela própria ser
influência sobre as restantes

Tenho vontade de beber uns Sei que fumar faz mal á saúde,
copos, mas vou conduzir, porém, continuo a fumar porque
portanto reprimo a vontade e tenho vontade e me satisfaz o desejo
não bebo (ou vício)

Supremacia da
supremacia da razão
vontade sobre a
sobre a vontade
razão

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• Acção ou efeito de tender para algo que se pretende
• Tem sempre um propósito, um fim ou objectivo
• Significação
• Sentido
• Ligada intimamente à noção de projecto
• Na intenção estão desenhados os parâmetros da: intenção
• Deliberação A
• Decisão
• Actuação
• No entanto estes diferentes “momentos da acção”
são metodológica e cronologicamente, posteriores
à definição da intenção
Acção humana
10 dez09 ajas/2009
• Momento posterior à intenção
• Momento prévio à decisão
• Momento de ponderação entre as diferentes alternativas
ao objecto ou projecto apresentado (intencionado)
• A ponderação efectua-se em relação aos factores
objectivos e subjectivos implícitos na vontade ou intenção
de fazer ou realizar o projecto ou intenção
• Factores objectivos
Deliberação
• Necessidade ou vantagem materiais
• Comprar um carro novo porque o velho não aguentará
as exigência do futuro, viagens longas, por exemplo
• Factores subjectivos
• Necessidade ou vantagens pessoais
• Comprar um carro novo porque incrementa o status
social se tiver um carro novo
Acção humana
Acção humana

Consentimento
• Concessão da vontade a um meio/instrumento ou estratégia para
alcançar um dado fim
• Pode ou não estar presente na dinâmica da acção
• A vontade pode conceder, anuir universalmente ou sectariamente
• Exemplo: Na intenção de fazer uma viagem, a vontade pode
conceder liberdade para viajar em qualquer meio de transporte
ou apenas permitir um ou outro meio de transporte, excluindo,
aprioristicamente um ou mais meios de transporte
• Deliberação e consentimento actuam em conjunto
• As propostas ou possibilidades susceptíveis de ponderação são
reduzidas ou aumentadas em função do nível, espectro de
consentimento

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Acção humana

Decisão
• Momento em que se elegem os meios através dos quais se procurará atingir
o fim proposto
• Momento resolutivo
• Tendo em conta o objectivo, as hipóteses ou meios de o atingir e feita a
ponderação dos prós e contras de cada um deles, um é eleito para servir
com conveniência a realização desejada
• Implica um juízo (no mínimo um mas podem ser múltiplos) prático e/ou
valorativo
• Juízo valorativo
• Aquele cuja função é decidir em função dos valores e em coerência com os
mesmo
• Juízo prático
• Aquele que remete para uma acção ou atitude que implica o agente num
compromisso consigo mesmo, com os outros e com o mundo (realidade)

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• De valor
• Consideração ou reconhecimento de aspectos ou
propriedades das coisas que podem influenciar a
nossa decisão
• Vou a Atenas porque é uma cidade mais bonita que
Berlim
Juízos
• De preferência
• Apela a um comportamento preferencial (positivo ou
práticos
negativo) em relação a uma situação ou objecto (neste
caso o fim pretendido)
• Vou a Atenas porque me interesso pela história e a
cidade de Atenas tem infinitamente mais história
para me revelar que a cidade de Londres
• Relação entre juízos de valor e preferência
• São simultaneamente electivos e inibitórios
• Uma eleição implica uma ou várias inibições
Acção humana
Acção humana

A execução •Concretização real dos conteúdos da decisão/deliberação


•Resolução da intenção voluntária

Ordenação •Ordem racional de sucessão dos diferentes momentos e respectivas etapas em ordem a atingir o fim proposto
•Pode-se agir ao azar ou acaso porém o resultado será sempre mais impreciso nesse caso

O fim ou objectivo •Fim da acção: motivo que levou o agente a agir


•Finalidade da acção: orientação para o fim da acção

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Acção humana

•Distinção entre actos do homem e actos


humanos
•Actos do homem
•Acções, a maior parte das vezes
involuntárias que dependem da realidade,
Traços mas não da vontade humana
•Domínio do acontecer, acontecimento
específicos da •Actos humanos
•Acções voluntárias cuja razão de ser
acção depende da vontade do agente da acção.
•Domínio do fazer, agir
•Ambos são praticados pelo homem, porém
um (acto do homem) é independente da
vontade e outro (acto humano) depende
fundamentalmente da vontade.

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Acção humana

1.2. Determinismo e liberdade na acção humana

• Existem ou não condicionantes da acção humana?


• Se existem de que âmbito ou tipo são?
• Se existem, terão umas mais força ou valor que outras?
• Quais as mais forte e as mais fracas?
• Pode o homem libertar-se desses condicionalismos?
• Se sim, a libertação pode ser total ou apenas parcial?
• Se não, qual a condição humana?
• E, afinal, qual a liberdade para agir(decidir)?
• Seremos mesmo livres ou parcialmente livres?

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Acção humana

Biológicas
Económicas • Anatómicas
• Fisiológicas

Tipos de
condicionantes
da acção
Fisicas
Psicológicas
/químicas

Políticas e Históricas e
sociais culturais

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Acção humana

Determinismo
•Doutrina segundo a qual todo e qualquer fenómeno é rigorosamente condicionado pelos fenómenos que o
antecederam (no passado) e o envolvem (no presente).
•Todos os fenómenos estão interligados entre si
•A forma e a intensidade da ligação determina a relação mútua e a sucessão dos acontecimentos e/ou acções
•A previsão do futuro seria possível a uma inteligência que fosse capaz de determinar, com precisão, todas
as relações e implicações entre os fenómenos de um dado momento
•Existem condicionalismos, mas também existe liberdade para ignorar alguns deles
•Que equilíbrio será possível a respeito da acção humana?

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Acção humana

Liberdade

• Implica libertação dos condicionalismos


• Designa a autonomia e auto-determinação do ser humano
• Está na base de todas as acções voluntárias
• Mas
• Está ou não limitada pelos condicionalismos?
• A respostas é sim:
• Existem condicionalismos dos quais o homem não se pode libertar nas suas deliberações e decisões
• Algumas são conscientes
• Outras operam ao nível o inconsciente
• Mais uma vez a questão: que equilíbrio é possível?

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Acção humana

Condicionantes biológicas Anatómicas Fisiológicas

Condicionantes físicas e químicas Físicas Químicas Bioquímicas

Condicionantes históricas Culturais circunstanciais

Condicionantes sociais Sociais Económicas

Condicionantes psicológicas Intelectuais Emotivas

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A acção humana

Condicionantes biológicas
• Anatómicas :
• falta de um membro impede um conjunto de acções
• Deficiência na visão ou audição obriga a atitudes
dsitintas das restantes pessoas
• Fisiológicas:
• diabetes mellitus: incapacidade da células do pâncreas
para produzirem insulina provoca a não captação da
glicose que, por isso, se vai acumulando na corrente
sanguínea (glicemia). Implica baixo consumo de
hidratos de carbono, principalmente açucares. O
doente tem de evitar certos alimentos e hábitos sociais.

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A acção humana

Condicionantes
físicas, químicas e
bioquímicas
•a melanina, constituinte da pela (epiderme mais especificamente) é muito sensível
aos raios ultravioletas que provocam a sua destruição, eliminando um dos factores
de preservação do equilíbrio molecular e celular da pele. Por esta razão o sol deve
ser evitado nas horas de maior intensidade.
•A lei da queda dos corpos (ou gravidade) implica que qualquer corpo tenda para o
centro magnético do planeta, por isso devemos evitar os buracos por exemplo

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A acção humana

Condicionantes
históricas
•Culturais
•A acção ou a avaliação de um povo perante uma qualquer facto ou realidade é diferente da acção e
julgamento de outros povos. Isto porque o significado de determinada acção é diferente, porque cada
acção está associada a realidades e valores que diferem de cultura para cultura
•Circunstânciais
•Por exemplo durante e após as revoluções cometem-se muitas injustiças porque o sentimento de vingança
está demasiado apurado e o sentimento de injustiça e sofrimento estão demasiado entranhados nos
indivíduos. Noutras circunstâncias os mesmos indivíduos nunca teriam agido dessa forma

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A acção humana

Condicionantes sócio-económicas

• O estatuto social e económico tem influência na acção dos indivíduos e grupos de


muitas formas diferentes
• Julga-se os outros em função do seu estatuto social e económico
• As acções cometidas por uns (por exemplo de classe alta) são consideradas
normais, mas se fossem praticadas por gente de baixa classe económica já
seriam alvo de outro julgamento
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A acção humana
Condicionantes psicológicas (intelectuais e
emotivas)
É igualmente influenciado
por si mesmo de forma
Um indivíduo está sempre influenciado
por muitos “agentes” ou factos inconsciente, mas também
de forma mais ou menos
consciente
Uma pessoa age de certa forma perante
outra , mas se soubesse o que lhe tinha
acontecido teria agido de outra maneira

Uma pessoa agiu perante outra de uma dada


forma, mas se não estivesse zangado ou
magoado com ela teria agido de outra maneira

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