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TECIDO CONJUNTIVO DE

PROPRIEDADES ESPECIAIS:
TECIDO ADIPOSO
Prof Alecsandra e Cristiana
Uc Biossistema do Corpo humano
Una
INTRODUÇÃO
• O tecido adiposo é um tipo especial de conjuntivo no qual predominam
células adiposas (adipócitos).

• Essas células podem ser encontradas isoladas ou em pequenos grupos


no tecido conjuntivo frouxo; porém, a maioria forma grandes
agregados, constituindo o tecido adiposo distribuído pelo corpo.

• A porcentagem de tecido adiposo no corpo depende muito da faixa


etária individual, mesmo em pessoas em seu peso ideal (entre 18,5 e
24,9 de índice de massa corporal).
TECIDO CONJUNTIVO DE PROPRIEDADES ESPECIAIS:

• TECIDO ADIPOSO

• TECIDO CARTILAGINOSO

• TECIDO ÓSSEO
Classificação
• O tecido adiposo pode ser disposto em duas variedades:

• Tecido adiposo branco (amarelo, comum ou unilocular)

• Marrom (pardo ou multilocular)

* apresentando distribuição, morfologia e funções diferentes.


Tecido adiposo marrom, pardo, ou multilocular
• Suas células contêm múltiplas gotículas lipídicas no citoplasma, o núcleo
arredondado é centralizado e possui mais mitocôndrias, além de ser também
mais vascularizado.
• Essa maior proporção de vasos sanguíneos e de mitocôndrias contribui para a
sua coloração mais escura, sendo por isso também denominado marrom ou
pardo.
Tecido adiposo marrom, pardo, ou multilocular
• Sua distribuição corporal é bem mais limitada (no dorso entre as escápulas e
próximo aos rins) e dá-se em todos os recém-nascidos das espécies
mamíferas.
• Em adultos de espécies que hibernam.
• Tem como função a produção de calor (termogênese), participando
ativamente na regulação da temperatura corporal.
Tecido adiposo branco, comum, amarelo ou unilocular
• Os adipócitos desenvolvidos, contêm apenas uma grande gota de lipídios
que ocupa quase todo o citoplasma, de forma que o núcleo fica achatado e
alocado na periferia da célula, bem como o restante do citoplasma e as
organelas.
• Sua coloração é branca, mas pode ser amarelada devido a pigmentos
(carotenoides) e vitaminas (principalmente vitamina A), que são
lipossolúveis.
É o principal reservatório de
energia na forma de lipídios no
corpo dos animais.
Ex: produção de leite, atividade
física ou frio)
Estímulo hormonal para que
seus lipídios sejam quebrados
(ácidos graxos e glicerol) para
serem utilizados como fonte
energética para o metabolismo
das outras células do corpo.
Obesidade
• É uma doença crônica caracterizada pelo excesso de gordura corporal
que causa prejuízos à saúde do individuo. No Brasil, estima-se que 20%
das crianças sejam obesas e que cerca de 32% da população adulta
apresente algum grau de excesso de peso, sendo 25% casos mais graves.
• Causas:
• Sedentarismo;
• Dieta inadequada;
• Hereditariedade;
• Fatores psicológicos.
Indicadores

• IMC (Índice de Massa Corporal);


• Dados antropométricos;
• Inquéritos alimentares;
• Pressão arterial.
• Profilaxia e intervenções
• Alimentação equilibrada;
• Atividade física;
• Terapias
Tipos de obesidade
• Esse acúmulo pode ocorrer de diferentes formas, sendo as principais:
• Ginecoide: essa distribuição corporal de gordura é caracterizada pelo
acúmulo da gordura corporal na região dos glúteos e das coxas. É mais
frequente em mulheres, sendo popularmente denominada de formato pera.
• Essa forma de acúmulo de gordura costuma causar prejuízos para as
articulações; porém, quando comparada a outros modelos de distribuição
de gordura, apresenta menos aspectos nocivos para a saúde.
• Androide: nessa distribuição, a gordura se concentra na região
abdominal, sendo conhecida popularmente pelo formato de maçã.
• Trata-se de um tipo de distribuição pior que a ginecoide, pois está
fortemente associada à manifestação de doenças cardiovasculares,
diabetes, pressão alta e dislipidemias.
• Estudos apontam que a presença de gordura na região abdominal
tem relação com o desenvolvimento de alguns tipos de câncer.
Obesidade e inflamação
• A obesidade é, por si só, uma condição inflamatória.
• A inflamação ocorre como resposta fisiológica às agressões causadas
pelos estímulos e estresses gerados pela obesidade.
• O tecido adiposo produz constantemente substâncias agressoras ao
organismo, e seu efeito inflamatório é observado de forma sistêmica,
atuando em todo o corpo.
• O processo de inflamação causado pela obesidade acelera a formação
de placas de gordura nos vasos sanguíneos, altera os
neurotransmissores cerebrais de sinalização da fome e saciedade e
modifica mecanismos de controle hormonal.
• É um estado que promove o surgimento de doenças crônicas
associadas à obesidade.
Resistência a insulina
• Essa captação de glicose ineficiente faz com que a circulação
sanguínea cause maior agressão ao endotélio, aos tecidos e aos
órgãos.
• Com os níveis circulantes de glicose sanguínea aumentados, ocorre
maior liberação de insulina, e esse efeito também gera consequências
ao organismo. Como primeiro efeito, temos A esteatose hepática, que
se caracteriza pelo acúmulo de gordura no fígado.
• A insulina dificulta a liberação, na corrente sanguínea, dos
triglicérides produzidas pelo fígado.
• A insulina elevada também pode atuar no aumento dos níveis de
colesterol, pois, como há presença de inflamação, há destruição de
tecidos e maior necessidade de renovar células e construir
membranas – essa é a função primordial do colesterol.
• Por fim, a insulina também tem o efeito de estimular enzimas que
atuam na síntese de colesterol, como a HMG-CoA.
Síndrome metabólica ocorre quando estão presentes três dos cinco
critérios abaixo:

• Gordura abdominal: em homens, cintura com mais de 102 cm; nas


mulheres, maior que 88 cm;
• HDL: em homens, menos que 40 mg/dl; nas mulheres, menos que
50 mg/dl;
• Triglicerídeos elevado: 150 mg/dl ou superior;
• Pressão sanguínea alta: 135/85 mmHg ou superior, ou utilização de
algum medicamento para reduzir a pressão;
• Glicose elevada: 110 mg/dl ou superior.
Os lipídios são classificados em:
• Simples: são os monoglicerídios, diglicerídios e triglicerídios;
• 95% das gorduras que consumimos são triglicerídios.
• Compostos: lipídios formados por ácidos graxos e glicerol e uma substância
não lipídica, por exemplo, lipoproteínas e fosfolipídios.
• Derivados: são substâncias que se produzem na hidrólise ou na
decomposição enzimática dos lipídios, por exemplo, o colesterol.
• O colesterol Ele é um componente essencial das membranas celulares;
precursor da vitamina D, hormônios e sais biliares. É transportado na
corrente sanguínea por lipoproteínas.
• O excesso de colesterol na corrente sanguínea pode causar obstrução de
veias e artérias coronarianas.
Classificação em relação à sua essencialidade
• Ácidos graxos essenciais: devem ser consumidos pela alimentação.
• Linolênico (W3): é encontrado em sementes, nozes e óleos vegetais de
milho, soja, algodão, gergelim e girassol. São encontrados também em
peixes: cavalinha, salmão, sardinha, anchova, tainha, manjuba, arenque,
truta e atum.
• Linoleico (W6): é encontrado nos óleos de canola, soja e também em
nozes.
• Ácidos graxos não essenciais: são sintetizados no organismo a partir do
consumo dos ácidos graxos essenciais. Exemplo: oleico e araquidônico.
Classificação em relação à sua saturação
• Ácidos graxos saturados: encontrados em produtos de origem animal
e alguns óleos vegetais (óleo de coco e dendê).
• São geralmente sólidos à temperatura ambiente.
• Ácidos graxos insaturados: encontrados em produtos de origem
vegetal.
• Monoinsaturados (MUFA): apresentam uma dupla ligação.
Encontrados em alimentos de origem vegetal, são líquidos à
temperatura ambiente.
• Exemplo: ácido oleico.
• Poli-insaturados (PUFA): apresentam duas ou mais duplas ligações.
Encontrados em produtos de origem vegetal, são líquidos à
temperatura ambiente.
• Exemplos: ácidos linoleico, linolênico e araquidônico.
• Ácidos graxos trans: conhecidos como gorduras trans, a princípio são insaturados, porém sofrem
o processo de hidrogenação na indústria, fase em que são adicionados hidrogênios para melhorar
a consistência e conferir maior palatabilidade aos produtos alimentícios.
• Preconiza-se a recomendação de apenas 2 g/dia de gorduras trans.
• Classificação em relação à sua cadeia lipídica
• Ácido graxo de cadeia curta: com 4 a 6 carbonos.
• Ácido graxo de cadeia média: com 8 a 12 carbonos.
• Ácido graxo de cadeia longa: com quantidade de carbonos maior ou igual a 14.
• Animais: creme de leite, manteiga, toucinho, banha, nata, queijos amarelos, ovos, carnes, gema
de ovo. » Vegetais: margarina, óleos, azeitona, chocolate, frutas oleaginosas, gordura vegetal
hidro- genada.
• Recomendações diárias do consumo de lipídios » Organização Mundial da Saúde (WHO/OMS)
2003: 25-30% » Sociedade Brasileira de Alimentação e Nutrição (SBAN)/1990: 20-25%
• Após a digestão, os ácidos graxos entram na corrente sanguínea e são transportados pelas
lipoproteínas.
• HDL: lipoproteína de alta densidade (high density lipoprotein) cuja função é transportar o
colesterol dos tecidos periféricos para metabolização no fígado. É conhecido como bom
colesterol.
• LDL: lipoproteína de baixa densidade (low density lipoprotein) cuja função é transportar o
colesterol do fígado para os tecidos periféricos, conhecido como mau colesterol.
• VLDL: lipoproteína de muito baixa densidade (very low density lipoprotein) cuja função é
transportar triglicerídios, além de ser precursora de HDL e LDL.

Valores de referência para adultos, segundo a Sociedade Brasileira de Cardiologia Fonte: Oliveira,
1998.
• Lipídios Valor desejável (mg/dl) Valor elevado (mg/dl)
• Colesterol <200 -240
• Triglicerídios <200 -200
• LDL <130 -160
• HDL- 35

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