Você está na página 1de 57

Nutrição Aplicada à Enfermagem

PROF. DR. GURGEL JÚNIOR


PROFA. ME. KÉSIA MARQUES

2018
Definição

 Força

 Vigor Físico

 Energia

 Vivência saúdável

 Base da cadeia alimentar

 Formados por 3 elementos


Componentes

Carboidratos

Macronutrientes Lípidios

Proteínas
CARBOIDRATOS

 H2, C e O

 Principal fonte de energia utilizada pelos seres vivos;

 Fornecem 50% das calorias totais diárias da dieta dos indivíduos. 1g – 4kcal

 Principais fontes: cereais, leguminosas, frutas, legumes, tubérculos,


cana-de-açúcar, mel e leite
 O consumo de carboidratos complexos ricos em fibras dietéticas e
micronutrientes vem sendo substituídas por refrigerantes e carboidratos
refinados.
 Hábitos sendo modificado na atualidade

CARDOSO, M. A. Nutrição Humana. Rio de Janeiro. Guanabara Koogan, 2012


Classificação

Carboidratos

Monossacarídeos Dissacarídeos Polissacarídeos

Glicose Sacarose Amido

Frutose Lactose Celulose

Galactose Maltose
MONOSACARÍDEOS ESPECÍFICOS

GLICOSE
 Principal fonte de energia celular dos mamíferos

 Rápida metabolização

 Produto final da degradação da maioria dos carboidratos

 Armazenada na forma de glicogênio

 Excesso pode ser transformar em triglicerídeos

 Excesso pode causar DM

CARDOSO, M. A. Nutrição Humana. Rio de Janeiro. Guanabara Koogan, 2012


Perfil Glicêmico

 Taxa fisiológica: < 100 mg/dl


 Pré-diabetes: > 100 mg/dl e < 125 mg/dl
 Diabetes: > 126 mg/dl
 Hipoglicemia: < 70 mg/dl
 Hemoglobina glicada entre < 5,7 Normal
 > 5,7 a 6,4 Pré DM
 >6,5 DM
Perfil Glicêmico

 Os valores de referência atualmente, quando o exame é feito em jejum,


são:

 abaixo de 70mg/dL : hipoglicemia;

• 70 mg/dL a 99 mg/dL : patamares normais;

• entre 100 mg/dL a 125 mg/dL : glicemia de jejum alterada;

• acima de 125 mg/dL : diagnóstico de diabetes.

 Hemoglobina Glicada: abaixo de 5,7% N; Entre 5,7% a 6,4% PD; 6,5% ou


mais D;.

 Fonte: Sociedade Brasileira de Diabetes Mellitus 2023


PERFIL GLICÊMICO

 Assim, teremos, no caso de exame sem jejum:

• até 140 mg/dL: patamares normais;

• entre 140 mg/dL a 200 mg/dL: intolerância à glicose;


PD

• acima de 200 mg/dL: diagnóstico de diabetes.

 Fonte: Sociedade Brasileira de Diabetes Mellitus 2023


Glicosímetros

Lo: 10/mg/dl e Hi:600mg/dl Lo: 20/mg/dl e Hi:500mg/dl


MONOSACARÍDEOS ESPECÍFICOS

FRUTOSE
 Possui a maior capacidade adoçante dos carboidratos

 Absorver e reter água

 Conforme a fruta amadurece as enzimas clivam a sacarose

em glicose e frutose resultando em um paladar mais doce.

 Fonte:
DISSACARÍDEOS

LACTOSE (glicose + galactose)


 Conhecida como açúcar do leite
 É produzida quase exclusivamente pela glândulas
mamárias da maioria dos animais lactantes.
 Possui menor poder adoçante e solubilidade.
 Para ser digerida = hidrolisada pela lactase.
 Intolerância a Lactose e Galactosemia
GALACTOSEMIA

 É uma doença genética que dificulta a conversão de


galactose em glicose.

 O resultado é o acúmulo de galactose no organismo,


causando problemas de coagulação, icterícia, hipoglicemia,
glicosúria, acidez do sangue e catarata.

 Teste do pezinho
DISSACARÍDEOS

MALTOSE (glicose + glicose)


 Encontrada em vegetais
 Energética
 Produzido pela hidrólise do amido – Maltose e 2 Glicose
 Não é encontrada naturalmente nos alimentos
 É consumida como aditivo de alguns alimentos
 É produzida durante a germinação dos grão
 Empregado na fabricação de cerveja

CARDOSO, M. A. Nutrição Humana. Rio de Janeiro. Guanabara Koogan, 2012


POLISSACARÍDEOS

AMIDO
 Carboidrato de reserva energética nos vegetais
 Os vegetais que mais armazenam amido são as batatas,
ervilhas, arroz, feijão, milho e farinha.. E frutas...
 Na digestão o amido é decomposto por reações de hidrólise,
em carboidratos menores, como a glicose.
 Completamente digerível
 Amido glicêmico
 Amido resistente
POLISSACARÍDEOS

CELULOSE
 Carboidratos não-digeríveis
 Fibrosa
 Aumenta o volume do bolo fecal
 Insolúveis em água
 Fonte: casca de fruta e verdura, vegetais folhosos e
cereais integrais
FIBRAS

 Fibras solúveis: Em contato com a água adquirem


consistência viscosa, ou gel, promovendo a sensação de
saciedade, auxiliando o controle da ingestão de alimento.
Ex: pectina e goma. Fonte: frutas, aveia leguminosas

 Fibras insolúveis: Contribuem para formação e o volume


do bolo fecal, diminuindo a pressão intraluminal no cólon e
acelerando o trânsito intestinal. Ex: celulose e hemicelulose
FIBRAS PREVENÇÃO DAS DCNT

 O consumo de fibras solúveis está associada a um melhor


controle glicêmico em indivíduos com DM e a redução do
colesterol em indivíduos com dislipidemia.

 OMS, consumo de fibra é um fator protetor para o


desenvolvimento da obesidade.

 Os alimentos ricos em fibras também são fontes


importantes de outros nutrientes considerados protetores.

 Prevenção Ca. de Cólon

CARDOSO, M. A. Nutrição Humana. Rio de Janeiro. Guanabara Koogan, 2012


LIPÍDIOS: óleos e gorduras
• Energética • Termogênese

Proteção
Hormonal
orgãos

Carreador de Metabolismo
vitaminas do cálcio

• Depressor da • Circulação
fome Sanguinea
LIPÍDIOS

C, O e H 1g = 9 Kcal

 Consistem em 20 a 35% da energia da dieta humana.

 Diferença entre Gordura e Óleo

 A gordura da dieta é armazenada nas células adiposas.

 A gordura da dieta também é fundamental para digestão


absorção e transporte de vitaminas lipossolúveis e fitoquímicos
lipossolúveis como carotenos e licopenos.

 Os lipídios compreendem um grupo heterogêneo de compostos


caracterizados por sua insolubilidade em água. EX: Azeite e
Vinagre
Estrutura Química

Ácidos Graxos

Lipídios Triglicérides

Fosfolipídeos
ÁCIDOS GRAXOS : o tipo mais simples de lipídio
 Saturados: apresentam ligação simples entre os carbonos da
sua cadeia. Formam gordura sólida à temperatura ambiente
 Ácidos graxos saturados: encontrados tanto em alimentos de
origem animal (carnes em geral, manteiga, banha) tanto vegetal
(óleo de coco, cacau, dendê, abacate).
 Em geral, o excesso eleva os níveis de colesterol LDL ,
triglicerídeos, entupimento das artérias, entre outras doenças
cardiovasculares.

 Insaturados: com uma ou mais duplas de ligação


 dividem-se em monoinsaturados e poli-insaturados, são
considerados gorduras boas, pois são essenciais para o
aumento do colesterol HDL (bom), no controle de inflamações
em geral, entre outros benefícios.
 Estão presentes no azeite de oliva, óleos vegetais em geral,
oleaginosas (nozes, amêndoas, castanhas, linhaça, chia),
abacate, peixes, etc.
 Trans: quando óleos vegetais líquidos são transformados
em gorduras sólidas com a adição de hidrogênio.
 Com isso torna-se uma gordura ruim associada com o
aumento do colesterol LDL, redução do colesterol HDL,
aumento da obesidade abdominal e processo inflamatório
no organismo (aumenta risco de artrite, obesidade, colites,
etc).
 No rótulo dos alimentos observa-se o nome na lista de
ingredientes como gordura vegetal hidrogenada presente
principalmente nas margarinas, pães, biscoitos, batatas
fritas, sorvetes, salgadinhos, pastéis, bolos, dentre outros
produtos alimentícios industrializados.
TRIGLICÉRIDES

 São ácidos graxos saturados.


 Fígado e Intestino
 As principais fontes são pães, massas, biscoitos, bolos,
frituras, bacon, queijo
 Têm no mínimo quatro propriedades de interesse
para o desempenho físico:
 1) fonte de energia facilmente disponível;
 2) mobilizam estoques de gordura corporal;
 3) aumentam a taxa metabólica
 4) poupam a massa muscular
TRIGLICÉRIDES

 Elevados níveis de triglicerídeos no soro estão associados


com condições patogênicas que aceleram a aterosclerose,
além de existirem evidências de que a hipertrigliceridemia é
um fator de risco independente para doenças coronarianas.

Fett CA, Petricio A, Maestá N, Correa C, Crocci AJ, Burini RC. Suplementação de ácidos graxos ômega-3
ou triglicerídios de cadeia média para indivíduos em treinamento de força. Motriz. 2001;7(2):83-91.
TRIGLICERÍDEOS

 Lipidograma
 Pessoas com nível de triglicerídeos plasmáticos de
jejum entre 150mg/dl e 500mg/dl representam um
problema, porque tais níveis estão associados a risco
para doenças vasculares.
 É recomendado um jejum de 12 a 14 horas antes da
realização do perfil lipídico.
Como reduzir os triglicérides

 Mantenha um peso saudável


 Diminua as calorias
 Evite alimentos açucarados e refinados
 Escolha gorduras saudáveis
 troque a gordura saturada encontrada em carnes pela
gordura monoinsaturada encontrada em planta
 Substitua carne vermelha por peixes ricos em ácidos
gordos omega-3
 Limite a quantidade de álcool
 Exercite-se regularmente
COLESTEROL

 O colesterol é necessário para construir e manter:

 as membranas celulares;
 fabricação da bile;
 metabolismo das vitaminas lipossolúveis,
 síntese de vitamina D e de vários hormônios esteróides.

 Existem diferentes tipos, que podem ser divididas, de acordo


com a sua densidade:

 Lipoproteínas de densidade muito baixa (VLDL) –Colesterol e


triglicérides
 Lipoproteínas de baixa densidade (LDL)- colesterol
 Lipoproteínas de alta densidade (HDL)- triglicérides
 O colesterol não possui dupla
“personalidade”, portanto ela é
apenas uma molécula.

 Sinvastatina- diminui a
produção de colesterol pelo
fígado e aumenta a remoção de
colesterol da corrente
sanguínea.
Lipoproteínas Plasmáticas

 A função principal das lipoproteínas plasmáticas é a


de transporte dos triglicerídeos e do colesterol dos
locais de origem.

 No intestino
(origem exógena).

 No fígado
(origem endógena).
Classificação e função das lipoproteínas

 VLDL: Transporte de triglicerídeos endógenos.


 LDL: Transporte de colesterol do fígado para outros
tecidos.
 HDL: Transporte do colesterol dos tecidos
periféricos e outras lipoproteínas para o fígado.

https://www.youtube.com/watch?v=qPiVDpaNxOw
Dicas de alimentação saudável para reduzir
colesterol

• Coma moderadamente carnes e derivados de leite integral;


• Prefira peixes e frango sem pele ao invés de carnes vermelhas
• Prefira leite e derivados com menos gordura;
• Coma à vontade verduras, legumes e frutas frescas;
• Coma leguminosas (feijão, ervilha, lentilha) e prefira cereais
integrais (como arroz, aveia e trigo) e massas feitas com eles;
• Cozinhe os alimentos com um mínimo de gordura,
• Prefira os alimentos cozidos, refogados, grelhados ou
assados ao invés de fritos;
• Refogue os alimentos com pouco óleo, utilize caldos não
gordurosos;
• Tire a gordura de carnes e a pele de frangos;
• Doure a carne e drene a gordura antes de adicionar outros
ingredientes;
• Tenha moderação na quantidade de creme de leite,
chocolates, sorvetes à base de leite, presunto e demais
embutidos
FOSFOLIPÍDEOS

 Derivados dos triglicerídeos


 Membrana Celular
 Moléculas de Fosfato
 Estrutura da Membrana Plasmática
Impactos da Omissão desse Macronutriente

• Má absorção de vitaminas lipossolúveis (Vit. D, E, K, A);

• Prejuízo na síntese de hormônios esteróides (estrogênio);

• Prejuízo na síntese de sais biliares;

• Falta de estimulo a secreção biliar e pancreática;

• Reserva energética para situações de privação alimentar;

• Comprometimentos dos neurônios e importante nos


impulsos elétricos;

• Retardo de crescimento, lesões de pele, insuficiência


reprodutora, esteatose hepática e polidipsia.
PROTEÍNAS
PROTEÍNAS

 Origem animal e vegetal


 Regulação e manutenção do corpo
 O maior componente funcional e estrutural de todas as
células do organismo. Enzimas, unhas, cabelos, colágeno,
entre outros são proteínas
 São constituídas por cadeias de aminoácidos (AA).
 C2, O2, H2, N2
 1g/4Kcal
Funções

• Função • Transporte
estrutural

Síntese Coagulação
tecidual sanguínea

Contração Energia e
muscular saciedade

• Imunológica • Enzimática e
hormonal
Essenciais (9 não
sintetizados)

Aminoácidos

Não essenciais (11


sintetizados)
Aminoácidos não essenciais

 Serina – sistema imunológico

 Alanina – Regulação de enzimas e síntese protéica

 Ácido Glutâmico- Neurotransmissor

 Ácido Aspártico- Neurotransmissor

 Tirosina - funcionamento e no rendimento intelectual

 Cisteína - queratina
Deficiência de Proteínas

 Sintomas:
 fragilidade e perda de cabelo,
 linhas nas unhas
 pigmentação reduzida no couro cabeludo,
 perda de peso significativa,
 pele escamosa,
 dores musculares,
 má cicatrização de feridas
 edema.
Marasmo ou Desnutrição seca

• é uma forma crônica de desnutrição, na qual a deficiência


primariamente de carboidratos e lipídios, em estágios
avançados,
 é caracterizada por perda muscular e falta de gordura
subcutânea.
Kwashiokor ou desnutrição intermediária

 Kwashiokor ou desnutrição intermediária é um tipo de


doença decorrente da falta de proteínas e vitaminas, geralmente
associado com elevado consumo de carboidratos.

 Seu nome foi originado de um dos dialetos de Gana, país da África, e


significa "mal do filho mais velho", pois costuma ocorrer quando a
criança era desmamada e alimentada com muito carboidrato e
pouca proteína.

 Sintomas
 Descoloração dos cabelos;
 Abdome distendido;
 Pele ressecada;
 Edema de face;
 Tristeza, irritabilidade e apatia;
 Edema do Fígado (hepatomegalia);
 Olhos avermelhados.
Recomendações

 O consumo de proteínas de alto valor biológico e de


mais baixo teor de gorduras, como carnes de peixe,
aves e ovos devem ser preferenciais.
 Os peixes de água fria, como o salmão, devem ser
consumidos com frequência, devido ao seu valor
nutricional e pelo seu conteúdo de ômega3,
fundamental para a saúde do atleta.
 Leite e derivados desnatados , ricos também em
cálcio, mineral essencial, devem fazer parte do
cardápio habitual.
Recomendações

 As carnes vermelhas e as vísceras devem ser


consumidas com menor regularidade, tendo a
devida atenção ao seu tempo de digestibilidade.
 Os grãos devem ser consumidos regularmente devido
o seu conteúdo proteico, os quais juntamente com os
grãos integrais, podem compor proteínas de alto
valor biológico.
 A ingesta deve ser preferencialmente cozida,
refogada, grelhada, assada, frita
Para refletirmos a partir da imagem..

Você também pode gostar