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Consentimento

Livre e
Esclarecido na
Prática Clínica
Luis Antonio Diego, TSA/SBA
Prof. Associado UFF
Doutor em Anestesiologia
Submeter-se....
verbo
transitivo direto
1 tirar a liberdade e a independência de; dominar, subjugar, sujeitar
Ex.: submeteu as nações vencidas
transitivo direto, bitransitivo e pronominal
2 reduzir à obediência, à dependência, ou render-se, entregar-se, obedecer às ordens
ou vontade de outrem
Ex.: <s. o adversário pelo cansaço> <a mulher submetia-o a seus caprichos> <s. os
próprios atos às convenções sociais> <os revoltosos submeteram-se> <de boa
vontade submetia-se às decisões do pai>
bitransitivo e pronominal
3 fazer (alguém ou algo) de alvo de alguma ação; sujeitar(-se), entregar(-se), expor(-
se)
Ex.: <s. o corpo à flagelação> <s. o aluno a humilhações> <s.-se a flagelações>
bitransitivo e pronominal
4 apresentar (algo ou a si mesmo) ao exame ou à apreciação de (alguém); sujeitar(-se)
Ex.: <submeteu seu trabalho à aprovação do chefe> <s. suas obras à censura>
<submeteu-se à prova para o Teatro Municipal>
bitransitivo e pronominal
5 tornar(-se) objeto de (exame, prova etc.)
Ex.: <s. um preso a interrogatório> <s.-se a um exame de consciência>

Houaiss, 2001
Introdução Conceitual
 Processo x Evento
“Processo de comunicação entre o
anestesiologista e o paciente que inicia-se
antes do procedimento e termina...”
 Autorização ativa x Concordância
passiva
 Validação moral x Validação legal
 Roteiro prático de obtenção do

consentimento informado
Roteiro Prático de Obtenção do
Consentimento Informado
1. Pré-condições
 Capacidade de entender e para decidir
 Voluntariedade na decisão
2. Elementos de informação
 Explicação sobre riscos e benefícios
 Recomendação da alternativa mais adequada
 Compreensão do que foi explicado e
recomendado
3. Elementos do consentimento
 Decisão (entre, no mínimo, 02 propostas)
 Autorização
Pré-condições
Capacidade de entender e para decidir
Validade do Consentimento Informado
A validade moral e legal do consentimento
informado depende da capacidade do
indivíduo. Os pacientes, autônomos,
organizam a sua vida com base em um
conjunto de valores, interesses, objetivos e
crenças. O exercício da autonomia depende
da capacidade.
White BC. Competence to consent. Washington: GUP, 1994:xii.
Capacidade de decisão da pessoa
Habilidade de:
         - envolver-se com o assunto
         - compreender ou avaliar o tipo de
alternativas
         - comunicar uma preferência.

Ahronheim JC, Moreno S, Zuckerman C. Ethics in clinical practice. Boston:


Little,Brown, 1994:21.

É a capacidade de pensar e
deliberar.
Risco do procedimento e
consentimento
 Conforme a relação risco-benefício estabelecida
no procedimento que será realizado, e a decisão
tomada pelo indivíduo, a tendência é exigir
maior ou menor capacidade para consentir.
Relação risco- Relação risco-
Decisão do Indivíduo
benefício favorável benefício desfavorável

exigência de baixa  exigência de alta


Aceitação
capacidade capacidade

exigência de alta  exigência de baixa


Recusa
capacidade capacidade
Roth LH, Meisel A, Lidz CW. Tests of competency to consent
to treatment. Am J Psychiatry  1977;134(2):279-284.
Pré-condições
Voluntariedade na decisão
Autoridade
Poder
Persuação
Coerção
Indivíduo livre de coerção de:
◦ Médico
◦ Pesquisador
◦ Outros profissionais de saúde
◦ Familiares
◦ Amigos
◦ Da própria sociedade (mídia)
Elementos de informação
Dar a conhecer sobre:
- procedimentos
anestesia geral, bloqueios, etc
punções
hemotransfusão
sedação leve, moderada e profunda
- riscos
previstos
físico
social
psicológico
- desconfortos
Elementos de informação

Dar a conhecer sobre:


- benefícios
 Inicialmente previstos
 Sem exageros
- implicações econômicas
 Equipamentos e insumos
 Honorários extras de outros profissionais
Elementos de Informação
 Recomendação da alternativa mais adequada
◦ Adequação técnica (menor agressão e maior
proteção)
◦ Adequação situacional (“setting”)
 Local
 Hospital, ambulatório, consultório, hemodinâmica, etc
 Equipe profissional
 Habilidade técnica do cirurgião e auxiliares
 Experiência com o procedimento a ser realizado
◦ Adequação ao conhecimento e habilidade do
anestesiologista com a técnica
Elementos de informação
Compreensão da explicação e recomendação
A compreensão exige tempo para:
- informar
- explicar
- permitir uma real interação com o paciente
Importante o encorajamento de perguntas,
pelo paciente, a respeito dos procedimentos e
intervenções que irão, nele, ser realizadas.
English DC. Bioethics: a clinical guide for medical students. New York:
Norton, 1994:33-5.
Elementos do Consentimento

 O Consentimento deve expressar, idealmente,


a reflexão e deliberação baseada nos valores
próprios de cada indivíduo.
 Decisão entre, no mínimo, duas opções
◦ Realizar ou não o procedimento
◦ Escolha dentre as técnicas apresentadas
 Autorização
◦ Paciente, responsável legal, familiar, cuidador, etc
◦ Verbal
◦ Por escrito
◦ Eletrônica
Violações básicas ao processo
 faltade informações adequadas ou
verdadeiras
 falha na obtenção do consentimento

propriamente dito.
Considerar:
Momento da apresentação?
Quem obter o consentimento informado?

Cocking D, Oakley J. Medical experimentation, informed consent and using people.


Bioethics 1994;8(4):293-311.
Ética e percepção
“A respeito do conhecimento sensível
(imaginatio), é inteiramente subjetivo:
no sentido de que o conhecimento
sensível não representa a natureza da
coisa conhecida, mas oferece uma
representação em que são fundidas as
qualidades do objeto conhecido e do
sujeito que conhece e dispõe tais
representações numa ordem
fragmentária, irracional e incompleta.”
Sobre o racionalismo de Baruch Spinoza
Holanda, 1632-1677

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