PRÁTICA SIMULADA I

Aula 6 – Resolução do caso concreto referente a Aula 5

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Caso concreto

Ana, modelo profissional, residente em Manaus, viajou para São

Paulo, para o casamento de sua filha. Para lavar, pintar seus
cabelos e realizar um penteado para o casamento, Ana
procurou os serviços de João Macedo, cabeleireiro e dono do
salão de beleza “Hair” (Comerciante), sediado na cidade de
São Paulo, que lhe cobrou R$ 500,00 pela prestação do serviço.
Após lavar os cabelos de Ana, João aplicou-lhe uma tintura da
marca francesa (Fabricante) ABC, importada pela empresa
Brasil Connection Ltda (Importador), sediada na cidade de
Curitiba (PR).
 
Meia hora após a aplicação da tintura, Ana sofreu uma reação
alérgica, que demandou atendimento médico hospitalar, no  
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valor de R$ 1.000,00, bem como 2 dias de absoluto repouso

que impossibilitou sua presença no casamento de sua filha.
Além disso, perdeu grande parte de seu cabelo, tendo
permanecido com manchas em seu rosto, por dois meses,
perdendo um ensaio fotográfico, para o qual já havia sido
contratada, pelo valor de R$ 50.000,00.
 
Posteriormente constatou-se que a tintura utilizada continha
substâncias químicas extremamente perigosas à vida e à
saúde das pessoas e que a fabricante ABC já havia sido
condenada pela justiça francesa a encerrar a fabricação e
comercialização do produto. Indignada com os danos
sofridos, Ana procura um advogado para pleitear o devido
ressarcimento. Como advogado(a) de Ana, promova a
demanda cabível.
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Elaboração da petição inicial

 COMPETÊNCIA

 3 opções de artigos a utilizar:

 

. 1ª opção: Art. 101, I, do CDC – Aplicação do CDC – dom. do

consumidor / Autora - Manaus

 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR JUIZ DE DIREITO DA VARA CÍVEL
DA COMARCA DE MANAUS DO ESTADO DO AMAZONAS

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. 2ª opção: Art. 94, do CPC – Domicílio do réu – Tenho que

analisar, brevemente, quem será o Réu. A princípio, temos 3
figuras que poderão compor o polo passivo da demanda, senão
vejamos:
 
- Salão de beleza “Hair”: São Paulo
- Importador: Brasil Connection Ltda: Curitiba / PR
- Fabricante ABC – França
 
Vamos trabalhar com as 2 primeiras alternativas. Ou seja, São
Paulo (salão de beleza) ou Curitiba (Importador).

EXCELENTÍSSIMO SENHOR JUIZ DE DIREITO DA VARA CÍVEL

DA COMARCA DA CAPITAL DO ESTADO DE SÃO PAULO

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ou

EXCELENTÍSSIMO SENHOR JUIZ DE DIREITO DA VARA CÍVEL

DA COMARCA DE CURITIBA DO ESTADO DO PARANÁ

OBS.: Não optaria pelo domicílio do Fabricante, eis que o

mesmo encontra-se estabelecido na França !!!

. 3ª opção: Art. 100, V, “a”, do CPC – local do fato

EXCELENTÍSSIMO SENHOR JUIZ DE DIREITO DA VARA CÍVEL

DA COMARCA DA CAPITAL DO ESTADO DE SÃO PAULO

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 LEGITIMIDADE

 - ATIVA: ANA
. Qualificação completa; art. 39, I, do CPC

 
- PASSIVA: SALÃO DE BELEZA “HAIR”; BRASIL CONNECTION
Ltda e Fabricante ABC ???
 
Como a responsabilidade dos participantes da cadeia de
consumo é solidária, optaria por não incluir o fabricante no
polo passivo, haja vista a necessidade de expedição de carta
rogatória à França. Se os réus forem condenados, poderão
ingressar com ação de regresso em face do fabricante.

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 AÇÃO: INDENIZATÓRIA / DE INDENIZAÇÃO (não há

necessidade de especificar quais os danos pediremos aqui, no
nomen iuris da ação) / REPARAÇÃO DE DANOS

 
· RITO: ORDINÁRIO

Indiscutivelmente, teremos um valor elevado que será

atribuído à causa (ação). Ao mesmo tempo, a hipótese em
exame não se encontra prevista em nenhum dos incisos do
art. 275, inciso II, do CPC. Logo, o rito não será o sumário.  
 

● DOS FATOS

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 DOS FUNDAMENTOS
 
. Sugestões:

1ª) Incidência do CDC

A autora se enquadra perfeitamente no disposto no artigo 2º

do CDC, bem como os réus preenchem os requisitos
constantes no artigo 3º do mesmo diploma legal.
 

- 2ª) Violação a princípios do CDC – o CDC é uma estrutura

principiológica

. Princípio da Informação
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. Princípio da Transparência

. Princípio da Boa-fé objetiva

. Princípio da Proteção à vida, à saúde e segurança

- 3ª) Fato do produto e Fato do serviço

. Art. 12, do CDC – FATO DO PRODUTO – Fundamentação para

o Importador
 
. Art. 14, do CDC – FATO DO SERVIÇO – Fundamentação para o
Salão de beleza

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Sabemos que em ambos os casos, a responsabilidade é

OBJETIVA. Ou seja, independe da existência de culpa.

- 4º) Dever de indenizar – arts. 186 e 927, do CC – aquele

que causar dano a outrem, tem o dever de indenizar. É a
“fórmula” da responsabilidade civil, que se retrata na
conjugação destes 2 dispositivos.
 

- 5º) Elementos da Responsabilidade Civil – Conduta, Dano

e Nexo de Causalidade – Temos que ter a presença destes 3
requisitos, sob pena de não lograrmos êxito em nossa
pretensão indenizatória.

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- 6º) Espécies de Danos - art. 6º, VI, do CDC – Efetiva

reparação - O citado artigo garante ainda a efetiva
reparação dos danos materiais e morais advindos das relações
de consumo. Neste caso, temos:

 Danos materiais:

- Danos emergentes (é o efetivo prejuízo que a pessoa

experimentou): R$ 1.500,00

- Lucros Cessantes (é aquilo que a pessoa deixou de

ganhar / lucrar): R$ 50.000,00

 Danos morais: R$ ... (subjetivo)

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 Dano estético ??? Neste exame, a OAB queria que o

candidato desenvolvesse esta modalidade de dano. A
questão aqui, é verificarmos se para a caracterização do
dano estético, o mesmo pode ser provisório ou deve ser
permanente !?!?!?

- 7º) Princípio da Reparação Integral – art. 944, do CC –

Princípio da Restitutio in Integrum

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• DO PEDIDO

Diante do exposto, requer a V. Exª:

1º) a citação dos Réus;

2º) seja julgado procedente para condenar os Réus ao

pagamento de:

2.1) R$ 1.500,00, a título de danos emergentes;

2.2) R$ 50.000,00, a título de lucros cessantes;

2.3) R$ ..., a título de dano moral;

2.4) R$ ..., a título de dano estético; ???

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3º) a inversão do ônus da prova;

4º) a condenação dos Réus aos ônus da sucumbência.

 DAS PROVAS

Requer a produção de todas as provas admitidas em direito,

na amplitude do art. 332, do CPC, em especial as de caráter
documental, documental suplementar e depoimento pessoal
do representante legal dos Réus.

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 DO VALOR DA CAUSA

Dá à causa o valor de R$ 51.500,00 + dano moral + dano

estético (259, II do CPC).

Nestes Termos
Pede Deferimento

(Parte autenticativa)

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