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CANCER DE BOCA

William Napolitano Corrêa


“Massas tumorais resultam da expansão
clonal de uma única célula genitora que
sofreu o dano genético (expansão
monoclonal)”
ONCOGÊNESE
FATORES INTRÍNSECOS FATORES EXTRÍNSECOS

CÉLULA
Mutações, fraturas cromossomiais, etc
O evento básico da carcinogênese é a alteração da
informação genética, decorrente de modificações
do DNA ou da expressão anômala de genes normais.
Isto resulta em modificações estruturais do
perfil biológico da célula, como perda do controle
da divisão celular e bloqueio de maturação

Proliferação

Alterações Diferenciação

Interação com o meio


Fatores Intrínsecos

ONCOGENES- Genes cujos produtos favorecem o


crescimento celular desordenado

 Proto-oncogenes (Efeitos estimulatórios)

 Genes Supressores de Tumor (Efeitos inibitórios)

 Genes de reparo do DNA (Efeitos corretivos)

 Genes que controlam a apoptose (Efeitos na mortalidade)


ATIVAÇÃO DOS PROTOONCOGENES

Quando ocorre mutação na estrutura do gene


resultando em síntese de produto anormal
(oncoproteína) com função aberrante

Fatores ambientais , agentes químicos, radiação

Mutações em genes, translocações cromossomiais , Hiperexpressão de


proto-oncogenes
Oncogenes

Proto-oncogenes
Um proto-oncogene é um gene normal que se torna
um oncogene devido a uma mutação ou ao aumento de expressão
gênica. As proteínas resultantes podem ser denominadas
"oncoproteínas". Os proto-oncogenes codificam proteínas que
ajudam a regular o crescimento e a diferenciação celular.

 Presentes em todas as células do corpo

 Realizam funções de homeostasia celular

 Controlam a relação entre a célula e o tecido adjacente

Ex: O gene RAS (rat sarcoma virus)


Genes supressores de tumor (Antioncogenes)

Inibem a proliferação celular

Mutações cromossômicas em regiões que produzem PTNS


inibidoras de crescimento celular

Retinoblastoma
Gene Rb
Situado no cromossomo 13q14 (autossomal)
Impede o retinoblasto de entrar na fase “S” do ciclo celular
(síntese do DNA)
Formas:Esporádico/Hereditário
Retinoblastoma
p53

▪ Alvo mais comum de alterações genéticas no câncer humano

▪ PM 53 Kda

▪ Situado no cromossomo 17p13.1

▪ Associado a CA de mama, cólon, pulmão, leucemias, sarcomas e linfomas


(+ de 70% dos cânceres!)

▪  Durante o ciclo de divisão celular, a proteína p53 faz uma verificação quanto à
eventual ocorrência de uma mutação na sequência do código genético em
consequência de uma duplicação defeituosa do DNA (erro de replicação )

▪ Predisposição ao desenvolvimento de uma extensa gama de cânceres


GENES QUE REGULAM APOPTOSE

Genes que impedem ou induzem a morte celular


programada

Bcl-2 impede a morte celular programada

bcl-2 Linfoma de células B

Estende a vida da célula permitindo o surgimento de


outras mutações que afetam os protooncogenes e os
genes supressores de tumor
Genes de reparo do DNA

DNA 3x109 nucleotídeos

 Reparam falhas na replicação celular


 São produtos de outros genes
 Falha no reparo da lesão do DNA Proliferação da célula mutada

BRCA-1/2- atuam no reparo de DNA lesado


por radiações ionizantes
( 17q21/13q12-13)

UVDR (UV damage repair)


XERODERMA PIGMENTOSO
COMPONENTES TUMORAIS

- PARÊNQUIMA(CÉLULAS NEOPLÁSICAS)

- ESTROMA-SUPORTE (CONJUNTIVO, VASOS)


TRATAMENTO

BENIGNO: REMOÇÃO SEM RECIDIVA

MALIGNO: LIMITE POUCO PRECISO

MARGEM DE SEGURANÇA
NEOPLASIAS

GRAU DE DIFERENCIAÇÃO CELULAR (Parênquima)


CARCINOMAS
 BEM DIFERENCIADO

 MODERADAMENTE DIFERENCIADO

 POUCO DIFERENCIADO

OBS: Quanto mais diferenciado for, mais se assemelha ao tecido


de origem
METÁSTASES
FORMAÇÃO DE UMA LESÃO TUMORAL A PARTIR DA
PRIMEIRA

VIAS DE DISSEMINAÇÃO

LINFÁTICA

SANGUÍNEA
FATORES PREDISPONENTES

 FATORES AMBIENTAIS
 IDADE
 HEREDITARIEDADE
 AGENTES BIOLÓGICOS
 RADIAÇÃO
CARCINOMA DE CÉLULAS ESCAMOSAS
ETIOLOGIA
Fatores externos
-Fumo EFEITO SINÉRGICO
-Álcool (acetaldeído)
-Luz Solar
“O consumo de bebidas com concentração alcoólica entre 15%
e 25% facilitaria a penetração de diferentes substâncias,
inclusive as c a r c i n o g ê n i c a s p r e s e n t e s n o f u m
o.. Revista Brasileira de Cancerologia
Fatores internos (hospedeiro)
-Desnutrição
-Anemia por deficiência de ferro (Plummer-Vinson-disfagia
sideropênica)
-Vírus Oncogênicos
-Oncogenes
-Imunossupressão
SINAIS E SINTOMAS

▪ Feridas na boca que não cicatrizam em 2 semanas


▪ Nódulos na mucosa jugal
▪ Placas brancas, avermelhadas ou ambas na gengiva,

língua, tonsilas ou assoalho bucal


▪ Feridas na garganta, dor à deglutição.
▪ Parestesia da língua
Sítios de ocorrência:
* Lábio inferior
Língua
Assoalho
Palato mole
Gengiva
Mucosa jugal
Palato duro
Características clínicas:
- Sexo masculino
- Tabagista
- Etilista
- Meia-idade > 40 anos (média 60 anos)
- Baixo Nível sócio-econômico
- Tempo de evolução: Poucos meses a 1 ano
ASPECTOS CLÍNICOS

- Lesão ulcerada
- Bordas endurecidas (roletes)
- Normalmente indolor ou pouco dolorosa
- Áreas leucoplásicas e eritroplásicas
- Destruição óssea
METÁSTASES
Preferencialmente via linfática

Linfonodos cervicais, submentonianos, digástricos

Tamanho

Firme / endurecido

Móvel / fixo

Ipsilaterais, contralaterais e bilaterais

*Metástases distantes- Pulmões (+comum), fígado, ossos


METÁSTASES
HISTOPATOLOGIA
 Ilhotas ou cordões de células epiteliais de natureza

maligna invadindo o conjuntivo subjacente.

Aumento na razão núcleo/citoplasma

Pleomorfismo celular e nuclear

Hipercromasia nuclear

Pérolas de ceratina (bem diferenciados)

Presença de resposta inflamatória crônica

Angiogênese
TESTE DO AZUL DE TOLUIDINA
ESTADIAMENTO CLÍNICO
Classificação TNM
T - Extensão do tumor primário
N - Ausência ou presença e a extensão de metástase em linfonodos regionais
M - Ausência ou presença de metástase à distância
T - Tumor Primário
TX- O tumor primário não pode ser avaliado.
T0-Não há evidência de tumor primário.
Tis- Carcinoma in situ
T1- Tumor < 2cm em seu maior diâmetro
T2- Tumor 2-4cm em seu maior diâmetro
T3- Tumor > 4 cm em seu maior diâmetro
T4- Tumor > 4 cm em seu maior diâmetro e infiltrando estruturas anexas
N - Linfonodos Regionais
NX- Os linfonodos regionais não podem ser avaliados.
N0- Ausência de metástase em linfonodos regionais.
N1- Um Linfonodo ipsilateral <3cm
N2- Um linfonodo ipsilateral 3-6cm (N2a)
M - Metástase à Distância
Múltiplos linfonodos < 6cm (N2b) MX- A presença de metástase à distância não pode ser avaliada.
N3- Múltiplos Linfonodos ipsilaterais, 1 deles > 6 cm (N3a) M0- Ausência de metástase à distância
Linfonodos bilaterais (N3b) M1- Metástase à distância
Linfonodos contralaterais (N3c)
ESTADIAMENTO
Estádio 0 Tis N0 M0
Estádio I T1 N0 M0
Estádio II T2 N0 M0
Estádio III T3 N0 M0
T1 N1 M0
T2 N1 M0
T3 N1 M0
Estádio IV A T4 N0 M0
T4 N1 M0
Qualquer T N2 M0
Estádio IV B Qualquer T N3 M0
Estádio IV C Qualquer T Qualquer N M1
DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL

 Ulcerações aftosas

 Ulcerações traumáticas
 Paracoccidioidomicose
 Sífilis
ULCERAÇÃO TRAUMÁTICA
SÍFILIS
Paracoccidioidomicose
Paracoccidioidomicose
FIM

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