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Aula 10

Rotina Hospitalar
M.V. Guilherme Ribeiro e M.V. Inara Pereira
Importância da fluidoterapia
❖ Reidratar pacientes em estado de desidratação.
❖ Restaurar o volume que circula dentro dos vasos sanguíneos, o qual pode ser
perdido em hemorragias.
❖ Corrigir desequilíbrios eletrolíticos (sódio, potássio, cloro, cálcio, que estiverem
em concentrações deficientes no organismo), em quadros de êmese e diarréia.
Cuidados na fluidoterapia
o Fluidoterapia é a terapia médica caracterizada pela administração de fluídos, isto
é, líquidos. Estes fluídos são soluções ricas em água, além de poderem apresentar
componentes como glicose, proteínas e/ou alguns eletrólitos.
CUIDADOS

A fluidoterapia deve ser individualizada para cada paciente e deve ser constantemente
reavaliada de acordo com o quadro do paciente

A escolha do fluido é de acordo com a necessidade do paciente e isto inclui volume,


taxa de reposição necessária
Como funciona?

O organismo tenta manter à osmolaridade por meio do transporte do líquido e dos


solutos para o espaço intracelular e extracelular
O fluido sai do vaso por meio da pressão hidrostática para o meio intersticial e volta
Para o vaso por meio da pressão oncótica
A pressão oncotica é responsável em manter o líquido dentro do vaso
Pres
PRESSÃO HIDROSTÁTICA: pressão que o sangue exerce sobre a parede do vaso

PRESSÃO ONCÓTICA: pressão em que as celulas do sangue exerce sobre o


sangue
Seleção do tipo de solução
❖ A realização da fluidoterapia ocorre com a utilização de soluções cristaloides,
sendo estas:
❖ Cristalóides simples: Ringer simples, ringer com lactato, solução fisiológica à
0,9% e glicofisiológicos.
❖ Cristalóides hipotônicos: Glicose à 5%
❖ Cristalóides hipertônicos: solução fisiológica à 7,5%.
Tipos de fluido - Classificação

Hipotônico: concentração dos solutos menor que o plasma


Ex: água de injeção

Isotônico: concentração de solutos semelhante ao plasma. São líquidos de


reposição, conseguem se equilibrar rapidamente com o compartimento intersticial.
Ex: ringer lactato, soro fisiológico 0,9%

Hipertônico: concentração dos solutos excede o plasma. Retira fluido do interstício


para o intravascular
Ex: soro fisiológico à 7,5%
Qual o objetivo da fluidoterapia?

Identificar e corrigir os distúrbios hidro-eletrolíticos do paciente


Dentre eles a alteração dos fluidos devido a desidratação e hipovolemia, alteração
ao conteúdo dos fluidos devido a uma causa base, secundário a uma doença
(diabetes, DR, hipocalemia e etc
Determinação da velocidade e
volume de fluidoterapia
❖ Após estabelecer o tipo de solução é necessário calcular a quantidade total de
líquido e em quanto tempo este será fornecido ao paciente. A determinação do
volume total e em que velocidade será administrada uma solução de fluidoterapia
dependerá de alguns fatores:
❖ Peso do animal
❖ Espécie
❖ Doenças prévias
❖ Condição atual
❖ Via de administração
Vias de administração
❖ Os fluídos podem ser administrados pelas vias:
❖ Intra-óssea
❖ Subcutânea
❖ Intravenosa
Via Intra-óssea
❖ Esta via caracteriza-se pela administração de fluído dentro do canal medular. Este
canal, altamente vascularizado, está presente dentro de alguns ossos longos do
corpo. O principal osso é o fêmur e o úmero.
❖ Por ser uma via muito invasiva e dolorida, o acesso a ela só deve ser feito por um
veterinário.
❖ Utilizada a pacientes mais críticos, cujo as veias não são possíveis.
Intra-óssea
Via Subcutânea

❖ Na administração subcutânea, a solução é fornecida ao paciente através do espaço


subcutâneo. A via subcutânea é bastante utilizada para administração de fluído em
pacientes com leve desidratação, não sendo indicado em pacientes com
desidratação de moderada a severa.
❖ Dentre as soluções colóides e cristalóides disponíveis, somente as soluções
cristalóides isotônicas podem ser fornecidas ao animal através da via subcutânea.
Subcutânea
Via Intravenosa
❖ A via intravenosa ou endovenosa, é caracterizada pela administração da fluidoterapia dentro da
veia do animal.

❖ Via muito utilizada em pacientes mais debilitados e/ou em estado mais críticos
❖ Indicada para pacientes em internação, necessita de monitorização. Cuidado com risco de
infecção (realizar tricotomia e assepsia)
Intravenosa
Classificando a desidratação
Montagem do circuito de fluidoterapia

❖ A partir do momento em que o médico ❖ Fazer antissepsia das mãos


veterinário estabelecer os seguintes itens: ❖ Romper o invóculo protetor do frasco de
tipo, volume, velocidade e via de fluido
administração. É a função do enfermeiro
veterinário preparar todo material que será ❖ Higienizar a borracha com algodão
utilizado. umcedecido á alcool 70%
❖ Na montagem de uma fluidoterapia o ❖ Pressionar a ponta do equipo contra a
enfermeiro deve: borracha, até visualizar fluido dentro do
frasco
❖ Selecionar o equipo adequado (macro ou
microgotas)
Montagem do circuito de fluidoterapia

❖ Regular a pinça rolete do equipo de maneira que a solução presente no frasco


preencha a câmara de gotejamento e todo o tuba até atingir o conector terminal
do equipo.
❖ Fechar a pinça rolete.
❖ Tampar novamente o conector terminal (de maneira asséptica)
Administrações da fluidoterapia IV e SC

❖ Subcutâneas: o conector terminal do equipo deve ser acoplado a uma agulha apropriada, a qual
será inserida no tecido subcutâneo.
❖ Antes de puncionar a pele, necessário antissepsia com algodão e álcool.
❖ Intravenosas: O conector é acoplado ao canhão do cateter, inserido no vaso.
❖ As medicações realizadas na via IV, são feitas em “bolus” (administração feita em intervalo de
tempo menor ou igual a 1 minutos).
Bombas de infusão

❖ São aparelhos elétricos capazes de infundir líquidos, com adequado controle de


volume e velocidade.
❖ Após acoplar o conector terminal ao cateter, o tubo do equipo deve passar por
dentro da bomba de infusão.
Bomba de infusão
Complicações na fluidoterapia
❖ Bolhas de ar: devem ser completamente eliminadas através do tubo do equipo. Isto,
porque, as bolhas podem provocar a chama embolia gasosa, resultando em
complicações mais sérias ao paciente.
❖ Acesso SC com complicações: formação de abcessos, excesso de fluido,
transfixação, não gotejamento da solução no espaço subcutâneo.
Complicações na fluidoterapia IV
► Cateter pode se deslocar da veia, entrando no espaço subcutâneo.
► Obstrução de coágulo ou dobramento do equipo/cateter.
► Uma das principais complicações é o quadro de Edema pulmonar (acúmulo de
líquido dentro dos pulmões). Pode ser caracterizado por taquicardia, taquipnéia,
dispnéia, secreção nasal e tosse.
Suporte ao paciente com convulsão

► Esta alteração é definida como um fenômeno eletrofisiológico anormal que ocorre


no cérebro, resultando em uma atividade neuronal excessiva.
► Exemplos: contrações involuntárias da musculatura, movimento de pedalagem,
alteração do estado mental, relaxamento anal e uretral, salivação e trismo (rigidez
da musculatura mandibular).
Convulsão
Anamnese direcionada
❖ Já convulsionou antes? ❖ Está em terapia anticonvulsiva?
❖ Quantas vezes? ❖ Qual medicamento/dose?
❖ Como foi/foram os episódios? ❖ Houve trauma?
❖ Qual intervalo entre as crises? ❖ Vacinado, vermifugado?
❖ Quando começou o episódio? ❖ Se alimentou?
❖ Consegue relacionar com alguma coisa?
(gatilho)
Ocorrências
❖ Distúrbios metabólicos (hipoglicemia, ❖ Anormalidades no desenvolvimento
hipocalcemia, etc) ❖ Idiopático (causa desconhecida)
❖ Traumatismo craniano
❖ Doenças infecciosas (raiva, cinomose,
❖ Intoxicações tétano, toxoplasmose, pif, fiv, felv, etc)
❖ Neoplasias em SNC
❖ Parasitismo intestinal grave
Etapas para estabilização do paciente com
convulsão
❖ Colocá-lo sobre a mesa e proteger a ❖ Iniciar a terapia anticonvulsivante
região cefálica para não machucar emergencial com a medicação
❖ Tentar manter o paciente calmo prescrita pelo médico veterinário,
sendo administrada por via
intravenosa e retal
❖ Aguardar 5 minutos pelo efeito
completo desta medicação
Pós ictus (após a convulsão)

❖ Checar respiração, se apresenta ❖ Coletar amostrar para análise laboratorial


deficiência ou capacidade respiratória (hemograma, bioquímico, eletrólitos)
❖ Canular veia (fixar bem) ❖ Providenciar cama macia, virar o animal a cada
❖ Medir glicemia e pressão arterial 4 horas (caso não consiga sozinho), monitorar
animal com frequência (respiração, batimentos
❖ Realizar exame físico e ajustar ao cardíacos, temperatura, pressã, etc)
ideal
❖ Realizar alimentação, porém, é ESSENCIAL
saber se o animal tem movimentos de
deglutição.
Curativos e bandagens
❖ A confecção de bandagens, curativos, talas e pensos é uma prática bastante necessária em
diversos atendimentos veterinários. Estas confecções, ás vezes simples, outras vezes bem
elaboradas, tem como objetivo proteger, cuidar, e dar conforto á uma série de lesões (feridas,
ulcerações nodulares, fraturas, luxações).
❖ Apesar de parecerem relativamente simples, estes procedimentos são, na maioria das vezes,
cruciais para a boa evolução das lesões.
Curativos
► Pós-cirúrgico: a ferida cirúrgica se da pela incisão no local onde foi feita a
cirurgia, com a presença da sutura. Até a cicatrização completa, é chamada ferida
cirúrgica.
► Materiais: luvas de procedimento, solução para higienação local (água
oxigenada), pomada/spray cicatrizante, gazes, esparadrapos, roupa cirúrgica e
colar protetor.
Curativos
Curativos
❖ Feridas: dependendo da causa e aspecto da ferida, recomenda-se tratá-la sem que a mesma seja
coberta por um curativo. O mais importante é sempre manter a ferida o mais limpa possível.
❖ Materiais: luvas de procedimento, realizar tricotomia (quando necessário), solução antisséptica para
higienizar, solução fisiológica, pomada/spray antibiótico e cicatrizante, gazes, compressas,
esparadrapos, faixa/ataduras, colar.
Curativos
Bandagem

❖ Confecção destinado à: controle de edema em membros, proteção dos membros


(pré e pós cirúrgico). Importante avaliação a cada 4 horas nas primeiras 24
horas, não deve ficar úmida pois pode provocar feridas na pele, extremidades
sempre quentes e não edemaciados, indicando circulação local.
❖ Materiais: algodão ortopédico, esparadrapos, faixa/atadura de crepe, coban e
colar.
Bandagem

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