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DISCIPLINA

SAÚDE INTERNACIONAL
Conteúdo programático
1. Historial do 2. Organizações
conceito de saúde internacionais de
internacional saúde

3. Definição do 4. Trabalho
conceito de saúde internacional em
internacional saúde

5. Abordagem
conceituais da
saúde
internacional
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Historial do conceito da Saúde Internacional (S.I)

A história e os interesses pela saúde internacional têm


sido bem descritos em várias análises, como
documentado por Howard Jones (1950, 1977, 1978) e
Goodman (WHO, 1978).

A gênese da cooperação moderna entre estados em


matéria de saúde foi estabelecida directamente ao
interesse pelas doenças infecciosas e conhecimento
progressivo sobre suas causas (George A. O. Alleyne, 2007).
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A peste foi uma das primeiras grandes epidemias
registradas no Ocidente, e as consequências econômicas
na Europa foram catastróficas.

Os esforços para prevenir a peste foram bastante


vinculados ao comércio marítimo, e o sistema da
quarentena enquanto a medida preventiva foi de
assegurar que as embarcações entrando em um porto
não fossem portadoras de doenças infecciosas (Herlihy, 1997

citado por George A. O. Alleyne , 2007).


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 As epidemias de cólera, originárias da Ásia, substituíram a
peste como a doença infecciosa de grande preocupação na
última parte do século XIX, mas levou décadas antes os
estados estabelecem cooperação para controlar a doença.

 No âmbito de travar a propagação das epidemias, as


principais potências começaram a se reunir em conferências
para discutir a possibilidade de acções colaborativas para
reduzir a ameaça da doença epidémica (George A. O. Alleyne , 2007).
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 Acções significativas, no entanto, ocorreram para controlar as doenças
na esfera internacional.

 Em 1833, no Egito, foi criado um Conselho Sanitário com


representantes de vários países, com objetivo de proteger os países
europeus, cuidar de problemas de quarentena e de higiene
internacional.

 Em 1839, realizou-se na Turquia (Constantinopla), um encontro entre o


Comitê de Saúde turco e representantes das forças estrangeiras, o qual
buscava estabelecer acordo com relação ao sistema de quarentena (Villa

TCS, 2001).

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 A primeira conferência sanitária internacional foi realizada em Paris
em 1851, convocada para discutir acções pelas nações para controlar
doenças, mas levou sete reuniões antes que a primeira Convenção
Sanitária Internacional fosse assinada em 1903 ( George A. O. Alleyne , 2007).
 O acordo da Convenção produziu resultados significativos, uma vez
que possibilitou uma série de normas na busca de um código sanitário
internacional referente à quarentena, à notificação do cólera, da peste
e da febre amarela.
 Também resultaram desse evento medidas legais no sentido da não
interferência nas soberanias dos países (Villa TCS, 2001).

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Segundo Schãeffer (1995), a cooperação internacional
em saúde,
“nasce da compreensão cada vez maior de que, em um mundo que
por mais de cem anos vem diminuindo de tamanho em virtude de
uma interdependência econômica e política internacional cada vez
mais complexa - a presença de doenças em uma área se constituía
em perigo contínuo para muitos outros” (Schãeffer NO, 1995 apud
Villa TCS, 2001).

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Organizações Internacionais de Saúde

Em 1902, criou-se o escritório da Organização PanAmericana de Saúde


(OPAS), sede do escritório regional da OMS actual para as Américas e
organismo do sistema inter-americano especializado em saúde.

As atribuições da OPAS são similares àquelas da OMS. Composta de 38


governos membros, colabora com ministérios da saúde, instituições
públicas e entidades privadas de seguridade social, universidades,
ONGs e grupos comunitários dos países da região, além de cooperar
com agências multilaterais, bilaterais e instituições financeiras
internacionais no ramo da saúde (Villa TCS, 2001).

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 Em 1906, em Roma, foi instituído o Office International
d’Higiène Publique com sede em Paris. Essa instituição passou a
ser a primeira de caráter internacional, com função de reunir e
distribuir informações epidemiológicas, principalmente em
relação a peste, cólera, varíola, tifo exantemático e febre amarela.
 A Fundação Rockefeller, criada em 1909, foi uma entidade que
ao longo da primeira metade do século XX, teve papel
importante nas questões internacionais de saúde,
fundamentalmente pelo fato desta financiar projetos para
capacitação de recursos humanos, implementação e
implantação de programas de saúde em quase todos os países
do terceiro mundo (Villa TCS, 2001).
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 Em 1923 foi criada a Organizaçã o de Saú de da Liga das
Naçõ es, a qual tinha no serviço de inteligê ncia
epidemioló gica uma de suas açõ es mais importantes.

 A Organizaçã o Mundial da Saú de-OMS, foi criada em 1946


apó s a segunda guerra mundial (Villa TCS, 2001).
 A OMS foi formada como um corpo ú nico responsável pelo
trabalho de coordenaçã o da saú de internacional e foi
acordado que incorporaria o trabalho e os mandatos das
organizaçõ es internacionais de saú de existentes.
 (George A. O. Alleyne, 2007)

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Definição do conceito da Saúde Internacional

Segundo Panisset U (1996)


“Saú de Internacional é resultante da dinâ mica social,
cultural, econô mica e da política internacional entre
diferentes Estados-naçã o. Em funçã o disso, saú de
internacional deve ser considerada como parte das
Relaçõ es Exteriores em que saú de e doença produzem
repercussõ es que transcendem políticas nacionais e
fronteiras nacionais” (Villa TCS, 2001).

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Definição do conceito da Saúde Internacional
 Segundo a definiçã o de (Goodman, 1971) a saú de
internacional é “toda e qualquer actividade para a
prevençã o, diagnó stico ou tratamento de doenças que
requerem a consideraçã o e açã o combinada de mais de um
país”.

 A Saú de Internacional deve implicar açõ es pelas naçõ es, e o


termo denota um conjunto específico de actores. A resposta
aos desastres nacionais pela acçã o colectiva das naçõ es é
um exemplo excelente do esforço internacional que se
concentra em um espaço nacional ou subnacional.

(George Alleyne , 2007)

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Trabalho Internacional em Saúde

Segundo Arhin-Tenkorang (2003), o trabalho internacional em


Saú de caracteriza-se em três fases marcantes.
 A primeira fase foi caracterizada pelas acçõ es conjuntas de
naçõ es para controlar as doenças infecciosas na fronteira
dos países, pela medida de quarentena adoptada pelas
normas estabelecidas nas conferências sanitá rias
internacionais. George Alleyne (2007)

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Primeira fase do trabalho internacional

• George Alleyne (2007), assinalou-se que, dada a


prevalência relativa de doenças nos países ricos e
pobres, a ênfase era colocada na prevençã o das
doenças do pobre de afectar o rico.
• E Aginam em 2004 tinha interpretado como a idade do
isolacionismo, em que o mundo desenvolvido
considerava o mundo em desenvolvimento como um
reservató rio de pestilência e doenças.
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Primeira fase do trabalho internacional (cont.)

Segundo Aginam (2004), a primeira caracteristica da primeira


fase do trabalho da saúde internacional é considerada como

A verdadeira política da diplomacia de saúde pública do


século XIX, impulsionada pelas conferências sanitárias
internacionais, era o desejo de proteger a Europa civilizada
das doenças e agentes patogénicos exóticos que emanavam
das sociedades não civilizadas de fora da Europa.
(George Alleyne , 2007)

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Primeira fase do trabalho internacional (cont.)

 A segunda característica foi operacional, em prevenir as doenças em


termos da condiçã o humana, mas também para o comércio, doméstico e
internacional.
 A terceira característica desta fase é que toda a preocupaçã o com a
saú de dirigia-se à s pessoas dos países individuais. Nã o havia nenhum
interesse explícito na saú de das pessoas em escala mundial e, portanto,
a cooperaçã o entre governos como representantes de Estados-naçã o
nã o se estendia à prestaçã o de qualquer assistência para melhorar
sistematicamente a saú de das pessoas mais pobres e menos saudáveis
do mundo.
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Segunda fase do trabalho de saúde internacional

 A segunda fase do trabalho de saú de internacional


começou apó s a Segunda Guerra Mundial. Pela primeira
vez, grande atençã o foi prestada ao controle e prevençã o
de doenças em escala mundial com as forças impulsoras
essencialmente humanitá rias: interesse pró prio e
segurança nacional.

 Há prova clara das naçõ es cooperando entre si para


atingir as finalidades comuns, como por exemplo, a bem-
sucedida erradicaçã o da varíola, que ainda permanece
como uma das bandeiras da cooperaçã o internacional
para um esforço global de saú de.
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• A declaraçã o do Presidente Americano Truman, em seu
discurso de tomada de posse em 1949, dá uma ideia de
decisã o para colaboraçã o internacional, quando ele
declarou que:

[nó s] devemos empreender um novo e audacioso programa para


disponibilizar os benefícios de nossos avanços científicos e progresso
industrial para o melhoramento e crescimento das áreas subdesenvolvidas.
Mais da metade das pessoas do mundo estã o vivendo em condiçõ es
pró ximas à miséria. Seus alimentos são inadequados, elas sã o vítimas de
doenças, sua vida econó mica é primitiva e estacioná ria, sua pobreza é uma
deficiência e uma ameaça tanto para elas quanto para as áreas mais
prósperas. Pela primeira vez na histó ria, a humanidade possui o
conhecimento e a habilidade para aliviar o sofrimento dessas pessoas.
Truman (1949) apud George Alleyne (2007).

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 Essa declaraçã o precedente foi considerada como
parte da euforia do pó s-guerra para a colaboraçã o
entre as naçõ es, havia uma forte crença que a
cooperaçã o internacional genuína poderia abordar
com êxito os problemas de saú de do mundo.

 Aginam (2004) interpretou a segunda fase do


trabalho internacional como “vulnerabilidade
mútua à doença em um mundo globalizado”.

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Terceira fase do trabalho internacional de saúde

A 3ª fase do trabalho internacional de saú de, iniciou-se nas


ú ltimas décadas do século XX e se estende ao presente, foi
caracterizada nã o tanto por uma mudança na intençã o do trabalho,
mas sim por uma mudança fundamental no nú mero de actores
interessados e na pluralidade das organizaçõ es tentando melhorar
a saú de em escala mundial.
O interesse pela saú de ainda é impulsionado por uma apreciaçã o
do risco colectivo, que foi acentuada pela globalizaçã o.

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Abordagem da Saúde Internacional

 Panisset U. (1996), revisou e analisou as


intervençõ es das instituiçõ es internacionais na
gestã o do caso do có lera ocorrido em 1991 no Peru,
identificou e descreveu quatro tendências bá sicas no
campo da Saú de Internacional, as quais perpassam a
compreensã o das diferentes instituiçõ es que atuam
no campo da saú de internacional (Villa TCS, 2001).
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Primeira corrente de pensamento sobre Saúde Internacional

 A primeira corrente defende o pressuposto que os Germes Não


Respeitam Fronteiras, o conceito que predominou durante o
período de 1830 à 1924, anterior à criação das primeiras
organizações internacionais de saúde.
 A literatura sobre saúde internacional propõe controlar e
prevenir os focos e ameaças de perigos à saúde com uma
abordagem que ultrapassa as fronteiras. São partidários da
cooperação internacional, e consideram importantes os factores
socioeconómicos; no entanto, os esforços de saúde
internacional são negociados independentes da política
económica.
 Os que advogam essa corrente possuem uma visão de saúde
internacional como entidade abstrata ou idealizada, quase
independente do domínio nacional (Villa TCS, 2001).
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Segunda corrente do pensamento da Saúde Internacional

 A segunda corrente parte do pressuposto de que Saúde Internacional


é Saúde Para os Pobres.
 Os defensores dessa corrente advogam que Saúde Internacional
refere-se especialmente aos problemas de saúde do mundo
subdesenvolvido, reconhecendo a potencialidade, entendida como
risco, da transmissão de doenças do Terceiro Mundo.
 Muitos pesquisadores e consultores em desenvolvimento
internacional trabalham nessa perspectiva, concebendo saúde
internacional como prática unidireccional, onde os desenvolvidos
ajudarão os pobres (Villa TCS, 2001).
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institucional

• A corrente Funcionalista, ou do Liberalismo


Institucional defende a liderança das organizações e
acordos internacionais nas questões de Saúde
Internacional, numa visão onde os problemas técnicos
são mais relevantes que os problemas políticos.
• Como exemplo desta corrente funcionalista tem-se a
Organização Mundial da Saúde (OMS). Coloca-se como
na condição de agência líder qualificada para actuar
como um board of management dos problemas de
Saúde Internacional, sendo que em alguns países, seus
escritórios atuam como superministros da saúde.

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4. Parte das Relações Internacionais
Nesse corrente foi identificado cinco abordagens de
Saúde Internacional:
• A Geomedicina,
• A Diplomacia Médica
• Política de Saúde Internacional

• O Imperialismo e Saúde Internacional,


• A Teoria de Sistemas Mundial,

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Bibliografias
• Villa TCS, Weiller TH, Palha PF, Mishima SM, Angerami ELS, Sá LD. Saú de
internacional: alguns aspectos conceituais contemporâ neos. Rev Latino-
am Enfermagem 2001 maio; 9(3):101-5.

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Resumo
• A criaçã o da saú de internacional foi na base de prevenir a propagaçã o
das doenças infecciosas como peste, colera, variola provenientes do
outro mundo para a Europa.
• 1833-Egito, foi pela 1ª vez discutida a questã o da Quarentena e
hygiene internacional.
• 1839-Turquia, foi realizado um outro encontro sobre aplicacao da
quarentena entre ocidente e governo Turco.
• 1851- 1ª conferência sanitá ria internacional a Paris (França).
• 1903-1ª organizaçã o Pana-Americana de Saú de com 38 estados
membros.
• 1906- Roma (Italia)-office International et Higiene Publique.
• 1909- Fundação de Rockfoller.
• 1923- organização de saúde de Liga das noções Unidas.
• 1946 – Organização Mundial da Saúde (OMS)

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Definição do conceito da Saúde Internacional

• Segundo a definiçã o de (Goodman, 1971) a


saú de internacional é “toda e qualquer
actividade para a prevençã o, diagnó stico ou
tratamento de doenças que requerem a
consideraçã o e açã o combinada de mais de
um país”.

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Trabalho Internacional em Saúde
• 1ª: Quarentena
• Isolacionismo
• Europa civilizada ---------- sociedade nao civilizada
• Comercío domestico internacional focada na saude
individual nao a saude mundial.
2ª: apó s a 2a Guerra mundial focada na prevençã o a escala
mundial caso da varió la
• Vulnerabilidade mú tua a doenças em um mundo
globalizado.
3ª: pluralismo das organizaçõ es no campo de intervençã o em
saú de internacional.

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Abordagem
• Panisset U. (1996) –Colera em 1991 em Peru
1. Germos nao respeitem froteiras
2. a saú de internacional e a saú de dos pobres
3. Funcionalismo ou imperialismo institucional,
onde o problema técnico vale mais do que o
problema político. Caso da actuaçã o da OMS nos
Estados.

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Perguntas sistemá ticas
Estabelecer a diferença entre:
Saú de Pú blica vs Saú de Internacional
Saú de Internacional vs Saú de Global
Saú de Global vs oneHealth( Saúde Única)
Caracterizar as fases de evolução da saúde
internacional.

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