Introdução • As secreções das glândulas salivares, gástricas, pâncreas exócrino e fígado têm funções importantes no tracto digestivo. • Composição e função de cada secreção. • Regulação dos processos secretórios. • Liberação – ação de substâncias efetoras sobre as células secretoras (segretagoga). • Neurócrinas, endócrinas ou parácrinas. Secreção de saliva • Produção de cerca de 1l de saliva/dia. • Lubrificação, deglutição, fala. • Alterações: xerostomia, cáries dentárias e infecções da mucosa bucal. • Imunoglobulinas secretórias, lisozima, pH. Funções da saliva • Mucinas (glicoproteínas): submaxilares e sublinguais, lubrificação. • Amilase salivar: degradação do amido (ativa entre pH 4 e 11). • Sua ação só termina quando os conteúdos do antro são misturados com suco gástrico (pH<4). • Outros componentes: RNAse, DNAse, lisozima, lactoperoxidase, lipase lingual, calicreína, IgA. Estrutura das glândulas salivares • Parótidas – maiores glândulas, inteiramente serosas, secreção sem mucina. • Submandibulares e sublinguais – mistas, saliva mais viscosa, contém mucina. • Ácinos, grânulos de zimogênio, ductos intercalares que drenam para ductos estriados, que desembocam nos ductos excretores. Produção de saliva pela glândula • Extremidades terminais – secreção primária, modificada pelas células que revestem os ductos. • Possuem um elevado metabolismo e elevado fluxo sanguíneo. • Estimulação parassimpática aumenta fluxo sanguíneo: Peptídeo intestinal vasoativo (VIP) e ACo. Composição da saliva • Sempre é hipotônica ao plasma. • Quanto maior a velocidade de fluxo, maior a tonicidade. • PH em repouso é levemente ácido, na secreção ativa ~ 8.0 (elevação na [HCo3-] com aumento do fluxo. • [K+] e [HCo3-] na saliva sempre maior que a do plasma. • Secreção primária – isotônica. Ductos excretores e estriados: extração de + Na+ e Cl-, que adição de HCo3- e K+, sem acréscimo de volume, progressivamente hipotônica. Maior velocidade = maior hipertonicidade. • Amilase – exocitose dos grânulos de zimogênio. Controle neural da função da glândula salivar
• SNV – divisão parassimpática.
• Nervos facial e glossofaríngeo – gânglio cervical superior – glândulas salivares. • Simpática e parassimpática – contração do mioepitélio. Secreção gástrica • HCl, pepsinas, fator intrínseco, muco e bicarbonato. • HCl – mata microorganismos, catalisa a clivagem de pepsinogênio em pepsina, confere pH baixo ao ambiente. • Fator intrínseco – glicoproteína, absorção da vitamina B12 pelo íleo. • Gastrina – promove secreção de HCl e pepsinogênio. • Muco e bicarbonato – proteção estomacal a danos químicos. Estrutura da mucosa gástrica • Superfície recoberta por células epiteliais colunares – muco e fluido alcalino. • Orifícios gástricos – orifício para o qual drenam as glândulas gástricas. • Região glandular cardíaca – células glandulares (muco). • Região glandular oxíntica. • Região glandular pilórica. Glândula da r. oxíntica: epitélio estende-se para dentro do ducto, cels mucosas do pescoço, cels parietais e pépticas mais profundamente. ECL: histamina, e cels D: somatostatina. G pilóricas cels G: gastrina. Secreção ácida gástrica • Mistura de secreções das cels epiteliais superficiais e glândulas gástricas. • Qto maior a taxa de secreção, maior as [H+]. • Secreções menores [H+] ↓ e [Na+] ↑. • [K+] sempre maior no estômago que no plasma: vômitos prolongados e hipopotassemia. • Cl-: principal ânion do suco gástrico. A secreção de muco • Barreira da mucosa gástrica: protege o estômago mesmo em taxas de secreção de HCl e pepsinas elevadas. • Se a secreção de HCO3- ou muco for comprometida: úlceras gástricas. • AINES: inibição da secreção do muco e de HCO3-. • Agonistas α-adrenérgisoc: inibem HCO3-: patogênese das úlceras de estresse. Controle da secreção gástrica de ácido • ACo, histamina e gastrina: agonistas da secreção de HCl pelas cels parietais. • ACo –liberada nas proximidades das cels parietais por t.nervosos colinérgicos. • Gastrina: produzida pelas cels G e atingem cels parietais via corrente sanguínea. • Histamina: liberado na mucosa e difunde- se às céls parietais. Controle da secreção gástrica de ácido
• Somatostatina, prostaglandinas, agonistas endógenos da secreção de HCl. Inibem a adenilil ciclase, ↓ o AMPc.
Controle da secreção gástrica por
mecanismos neuronais, hormonais e parácrinos. Controle in vivo da taxa de secreção de ácido • Estômago vazio – secreção basal a 10% da taxa máxima. • Aumento da secreção em resposta ao alimento: fase cefálica, fase gástrica e fase intestinal. • Cefálica – visão, cheiro e paladar, ramos dos nervos vagos, estimulam os neurônios entéricos (ACo), antes da chegada do alimento ao estômago. • Fase gástrica: deflagrada pela presença de alimento no estômago. Distensão da parede estomacal e presença de AA e peptídeos. Maior parte do ácido é secretado nessa fase. Reflexos vagovagais (nervo misto). • Fase intestinal: presença do quimo no duodeno: respostas neurais e endócrinas, estímulo/inibição da secreção. Início do esvaziamento: estimulação reflexos vagovagais do duodeno e entero-oxintina. Inibição presença de ácidos no duodeno, secretina (inibe gastrina), bulbogastrona (bulbo duodenal), peptídeo inibidor gástrico (GIP), colecistocinina. Secreção pancreática • Estrutura e inervação: ácinos, que drenam para ductos intercalados, ductos intralobulares, ducto extralobular, ducto coletor principal. • Inervado por ramos do nervo vago. Secreção pancreática estimulada por atividade parassimpática e inibida por atividade simpática. • Neurônios sensoriais entéricos (estômago e duodeno) projetam-se para pâncreas, reflexos gastropancreático e intestinopancreático. Componente aquoso do suco pancreático • [Na+, K+], similares às plasmáticas, ↑[HCO3-], componente aquoso secretado pelas cels epiteliais é ligeiramente hipertônico. Conforme flui através dos ductos, ganha H2O e torna-se isotônico. Uma parte do HCO3- é trocada por Cl- Componente enzimático do suco pancreático • Secreções das células acinares semelhante ao plasma em tonicidade e concentrações de diversos íons. • Proteases: secretadas em forma de zimogênio inativa. Tripsina, quimiotripsina, carboxipeptidase: tripsinogênio, quimiotripsinogênio, procarboxipeptidase. Enterocinase (duodeno) ativa tripsina, que ativa o restante. Inibidor da tripsina presente no suco pancreático. Regulação da secreção do suco pancreático • Estimulação dos ramos vagais aumenta secreção pancreática. Ativação simpática inibe secreção, parcialmente pela redução de fluxo sanguíneo para o pâncreas. • Secretina e CCK estimulam. • A secreção ocorre em três fases, como a do HCl gástrico: cefálica, gástrica e intestinal (semelhantes), sendo que a maior parte da secreção ocorre na fase intestinal. Fígado e vesícula biliar • Lóbulos hepáticos – ao redor de veias centrais. Periferia do lóbulo: sinusóides, ramos da veia porta e artéria hepática. • Sangue flui em direção ao centro entre placas de hepatócitos. • Contato íntimo do hepatócito com o sangue: eliminação de compostos. • Canalículos biliares: drenam para ductos biliares. Funções do fígado • Regulação do metabolismo • Armazenamento do glicogênio • Metabolismo lipídico: quilomícrons na linfa, lipase (endotélio) gera glicerol e ac. graxos, captados pelos adipócitos.os remanescentes, ricos em colesterol são captados pelos hepatócitos e degradados. Sintetizam VLDL (convertidas a LDL ou HDL). • Bile – única via de excreção do colesterol. Funções do fígado • Metabolismo protéico: NH3 em uréia. Também sintetiza todos os AA não- essenciais, e todas as proteínas plasmáticas. • Armazena Ferro e vitaminas (A, D, B12). • Transformação e excreção de muitos hormônios, drogas e toxinas (conversão a formas inativas por enzimas hepáticas no REL dos hepatócitos. Bile • Contém ácidos biliares, colesterol, fosfolipídios e pigmentos biliares. Secretados pelos hepatócitos nos canalículos. Secreção primária estimulada pela CCK. • Células epiteliais ductulares (estimuladas pela secretina) contribuem com solução aquosa rica em HCO3-. • Entre as refeições, é desviada para a vesícula (aumento da concentração). Bile • O estímulo mais potente para a contração da vesícula biliar é a CCK. • Emulsificação dos lipídios – aumento da área superficial para as enzimas lipolíticas. • Àcidos + produtos da digestão lipídica: micelas, aumento da absorção pelas céls. epiteliais. Os que retornam para o fígado são recaptados e ressecretados. Circulação êntero-hepática (recirculação da bile). Concentração de bile e armazenamento na vesícula biliar • Esfíncter de Oddi: tônus alto entre as refeições. Desvio do fluxo biliar para a vesícula. • Esvaziamento vesicular: contrações intermitentes, forçam a bile pelo esfíncter, parcialmente relaxado. • Fase cefálica e gástrica: contração vesicular e relaxamento do esfíncter mediados por fibras ACo do nervo vago e neurônios entéricos. • Estimulação simpática inibe secreção biliar. Cálculos biliares
• Colesterol: insolúvel em água. Em excesso, a
solubilização pelas micelas fosfolipídicas e ácido biliar é insuficiente, gerando cristais. • Cálculos biliares pigmentares: outra importante classe, formados por sais de cálcio da bilirrubina não-conjugada. Doença hepática: deficiência dos hepatócitos na formação dos glicuronídeos da bilirrubina. Secreções intestinais: • Duodenais: submucosa, glândulas ramificadas, secreção mucosa. • Intestino delgado: cels caliciformes, secreção de muco. • Secreções do cólon: em menor volume, mais ricas em muco. Cels, caliciformes. Componente aquoso rico em HCO3- e K+. Estimulada pela irritação mecânica (ACo). Simpática diminui taxa de secreção.