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Rousseau

Sociedade
• Laicização das relações em todos os âmbitos da vida;
• Conflito entre a voz do coração e a voz da razão, em que está sempre
vence àquela;
• Pensadores que começam a falar em nome do povo. Rousseau
considera o povo empobrecido, não a burguesia;
• Indivíduo – liberdade - igualdade
Educação - concepções
• Processo que acontece no indivíduo;
• Processo aberto: sabemos o ponto de partida e não sabemos o ponto
de chegada;
• Acontece no espaço entre o desejo e a necessidade;
• A educação que faz sentido não é das palavras, mas das coisas;
• Educação como projeto político;
• Educação como projeto de formação do homem;
• Educação com arte que não dispensa a razão.
Educação – princípios e críticas
• A criança NO CENTRO DO PROCESSO;
• Conhecer o método das crianças;
• Base na EXPERIÊNCIA;
• Partir das perguntas das crianças;
• Deve despertar na criança o querer aprender;
• O erro faz parte da aprendizagem;
• Crítica à educação inútil, centrada no poder eclesiástico;
• Crítica à catequização como método e ao ensino livresco;
• Crítica ao desenvolvimento de “virtudes do macaco” (imitação);
• Crítica ao ensino conteudista.
Estudantes
CRIANÇA
• Valorização da infância como uma etapa específica da vida;
• Permitir que a criança sinta, veja e faça juízos próprios;
• “Perder tempo”- deixar a criança livre para experimentar;
• Adiar lições para dar mais tempo às experiências;
ADOLESCENTE
• Aprender pela utilidade;
• Encontrar seu lugar no mundo e no trabalho;
• Aprendizagem das ciências;
• Despertar a curiosidade;
• Inventar a ciência
• Sentir os fenômenos “de dentro”
Professor
• Companheiro do aluno, tem a sua confiança;
• Professor que conduz o processo de aprendizagem;
• Capaz de se colocar com a criança em suas brincadeiras e maneiras de ser;
• Preferencialmente jovem;
• Não “enche a cabeça” das crianças de informação;
• Não centra sua ação em correção e sim na condução;
• Mostra os fatos e não confunde com interpretações;
• Protege o aluno das influências da sociedade e dos julgamentos dos outros –
educação negativa;
• Mistura de sábio e mágico que dirige a educação de acordo com as leis da
natureza;
Principais contribuições
• Precursor de algumas ideias de Freire, como Educação Bancária;
• Influência sobre as ideias da Escola Nova, especialmente por pensar a
criança no centro do processo de ensino e aprendizagem;
• Precursor em pensar a relação do ensino com a pesquisa;
• Apresenta um olhar inter/transdisciplinar;
• Principal defensor do respeito à criança nas suas especificidades;
• Defendeu princípios caros na Educação até hoje, como liberdade,
autonomia e educação para a cidadania.
Comenius
Resumo Comenius
• Ensinar tudo a todos;
Concepções de Educação-
• Educação como superação do “estado de brutalidade que deve ser remediado”;
• Educação como superação de imaturidade à maturidade;
• Educação deve estar guiada em 3 atributos: Instrução, Virtude e Piedade;
• Educação dever do Estado, devendo acontecer na esfera pública;
• Escola representa uma nova tecnologia social, cujo fio condutor das ações dos
educadores é a igualdade: ensinar tudo à todos;
• Escola: “a oficina dos homens” que lhe prepararia para a sua atuação terrena e
futuramente para adentrar a “esfera celestial”.
Princípios básicos
• Pansofia e a ordem em tudo;
• Método pautado lógica da sequenciação e na graduação: delimitação dos conteúdos,
tempos destinados à cada um dos conteúdos, passagens do simples ao complexo;
• Uniformidade em tudo: instruções simultânea: um professor por sala, livros padrões,
instrução de todos ao mesmo tempo de uma vez só;
• Sequência temporal segundo as idades e também da distribuição de tarefas devido às
diferentes épocas do ano;
• Homogeneização obrigatória dos educandos: àqueles que não acompanharem por
algum motivo o método devem ser corrigidos e obrigados a adquirir a ordem com
vistas à eliminação das possíveis diferenças;
• Ensino dos conteúdos com abordagens didáticas diferentes;
• Criação do calendário escolar;
• Estado responsável pela solução dos problemas políticos e financeiros que possam
surgir.
Estudantes
• Aquele que ocupa o espaço da ignorância;
• Ausente de conhecimento na mais “tenra idade”;
6 Tipos de inteligência encontradas nos estudantes:
• 1º lugar: penetrantes, ávidas de saber e fáceis de dirigir, que são as mais aptas de todas para os
estudos;
• 2º lugar: penetrantes mas lentas, sendo, todavia, dóceis;
• 3º lugar: penetrantes e ávidas de saber, mas indomáveis e obstinadas;
• 4º lugar: dóceis e, ao mesmo tempo, ávidas de saber, mas lentas e obtusas;
• 5º lugar: obtusa e, além disso, lentos e preguiçosos;
• 6º lugar: débil e, ao mesmo tempo, da natureza torcida e maligna na sua maioria é gente perdida
Professor
• Aquele que detém o saber;
• Agente neutro da pedagogia e ele servirá apenas como transmissor de valores
para os educandos;
• Encarregado da organização e da manutenção da ordem sobre o corpo estudantil;
• Especialistas dotados do conhecimento e da metodologia para realizar essa
educação;
• Agente público especializado.
Principais contribuições para a Educação
• Origem do modelo da Escola Moderna, ainda fortemente presente nos dias de
hoje;
• Entendimento do Estado como agente responsável pela Educação;
• Criação da Escola Pública e para todos, bem como da defesa de uma educação
fora da esfera privada;
• Sistematização de uma proposta de organização e metodologia para o
funcionamento da escola para todos, estabelecendo com clareza todas as etapas
e o papel de cada ator na engrenagem da escola moderna/;
• Entendimento de que as crianças não são todas iguais e que existem “tipos”
diferentes de inteligências. Mesmo que hoje não se aceite a classificação
proposta por Comenius, se abre a possibilidade para pensar o conceito de
múltiplas inteligências.
Dewey
Concepções de Educação-
• Crítica ao esquema tradicional como sendo um esquema de imposição de cima para baixo e de fora
para dentro;
• Rompimento com o paradigma tradicional e busca por uma abordagem mais interativa participativa;
• Importância de desenvolver uma teoria adequada da experiência humana;
• Educação pautada pela imaturidade, entendida aqui como uma capacidade/aptidão para
desenvolver-se e não pelo viés de uma carência/vacuidade: aptidão de aprender com a experiência;
• A aprendizagem ocorre através da ação e da reflexão sobre as consequências dessa ação.
• A educação não deve ser apenas uma série de atividades práticas e desconexas, mas sim, uma
combinação equilibrada de experiências concretas e conceituais;
• Defesa de uma abordagem pragmática da Educação;
• Busca por uma aprendizagem mais significativa;
• Entendimento de que a experimentação leva a reflexão e o método científico não deve ser apenas
uma técnica especializada de laboratório mas sim, aquilo que explora a importância da experiência
cotidiana.
Princípios básicos
• Relaciona liberdade com autocontrole;
• A dificuldade de controle nas escolas está no pouco planejamento e não se trata de crianças
difíceis de lidar;
• Aprendizagem experiencial: os alunos são encorajados a explorar o mundo ao seu redor e a
construir conhecimento através de suas próprias experiências;
• Qualidade da experiência: o problema não é a falta de experiência, mas como o aluno é
exposto a tal;
• Experiência é um processo ativo e dinâmico, no qual o sujeito interage com o ambiente e
participa ativamente da construção de significado;
• Deve-se saber como utilizar as condições físicas e sociais do ambiente para delas extrair tudo
que possa contribuir para um corpo de experiências saudáveis e válidas;
• Aproveitar os impulsos naturais e os instintos da criança e utilizá-los de forma a conduzi-los
para um plano mais elevado de percepção e raciocínio, equipada com hábitos mais eficazes;
• Avaliação entendida como um processo contínuo e flexível, que permite ajustes e tolerância
para atender às necessidades individuais dos alunos.
Estudantes
• Devem ser ativos e participativos no processo de aprendizagem;
• Aprendem de forma prática, pela ação e reflexão;
• Seus interesses são valorizados;
• Vistos como capazes e com conhecimentos adquiridos em experiências
anteriores, sobre os quais deveriam ser articuladas as novas experiências para
gerar novos conhecimentos;
• Desenvolvem o pensamento crítico e a resolução de problemas através das
experiências planejadas pelos professores;
• Devem desenvolver o autocontrole.
Professor
• Atua como um facilitador, auxiliando os alunos em suas descobertas e
incentivando o pensamento crítico e a resolução de problemas;
• Deve dispor de ferramentas para que as experiências mobilizem os esforços do
estudante e não o repugnem e que não sejam apenas agradáveis, mas que
agregue ao educando momentos que o desafie e prepare para novas
experiências;
• Deve estar atento ao progresso dos alunos, observando as mudanças em suas
atitudes, habilidades e conhecimentos.
Principais contribuições para a Educação
• Começa a questionar o modelo da “escola tradicional”, apontando para a
necessidade de uma postura mais ativa dos estudantes no processo de ensino e
aprendizagem;
• Sinaliza para a mudança no papel do professor, passando a ser entendido como
facilitador e mediador da aprendizagem;
• Trouxe os elementos que vieram a constituir os movimentos da educação
progressista, como Escola Nova, na Europa e o Manifesto dos Pioneiros da
Educação, no Brasil;
• Centra a ação educativa na experiência planejada pelo professor;
• Destaca a importância da aprendizagem significativa.
Kant
Concepções de Educação-
• Educação consiste em CUIDADO e FORMAÇÃO;
• Cuidado = educação física e cultura da alma;
• Formação = cultivo e instrução;
• Pedagogia é um estudo, sendo seu mecanismo a ciência;
• Distinção entre esferas da educação: pública, privada e/ou integral;
• Defesa da educação pública pela busca de um “modelo de futuro cidadão”;
• A educação pública como aquela na qual ninguém tem privilégios, podendo haver
destaques apenas por mérito próprio;
• Educação para o bem universal, que tenha um plano educacional cosmopolita.
• Educação como uma arte cuja prática tem de ser aprimorada por várias gerações;
• Educação para levar o homem à maioridade, para pensar e agir por si próprio.
Princípios básicos
• Começar cedo a disciplinar as crianças: quanto mais se demorar nessa tarefa, mais difícil será conseguir
bons resultados;
• A disciplina é importante para submeter o ser humano às leis;
• A educação voltada para a natureza deve ser livre, pautada pela brincadeira, que deve observada e
ocupada no lazer, além de agradável em si e sem propósito;
• A educação voltada para a liberdade, ao contrário, deve se desenvolver através de tarefas e trabalho,
que deve ser coagido, não é agradável e si e deve ser empreendido com intuito;
• Educação à maneira socrática: necessidade de uma razão guiada e prática, na qual haja reflexão sobre
as causas e efeitos e o conhecimento seja extraído ao invés de inculcado;
• Nenhuma desobediência deve ficar impune;
• Deve-se fundar o caráter na criança através de exemplos e ordenações;
• Distrações não devem ser toleradas, nunca, muito menos na escola;
• Ênfase às punições morais: vergonha, indiferença, frieza e desprezo;
• Ênfase na disciplina como parte do cultivo e como “amansamento da selvageria”;
• Educação com vistas ao desenvolvimento de habilidades, prudência mundana e moralidade;
Estudantes
• Criança de primeira época: deve submissão total e obediência passiva, sofrendo coação mecânica;
• Jovem: pode fazer uso da reflexão e de uma certa liberdade sob leis, de modo que a coação seja moral;
• Permitir que a criança brinque com certa liberdade, faça amizades e que lhe seja ensinado apenas o que
diz respeito a sua idade, atentando também para a importância dos exemplos positivos no
desenvolvimento da sociabilidade;
• “As crianças são mandadas à escola não já com o intuito de que aprendam coisas ali, mas a princípio para
que possam se acostumar a se quietar e a observar pontualmente aquilo que lhes seja prescrito, para que
no futuro, também, não venham realmente a pôr já em prática qualquer ideia que lhes ocorra.” (p. 10)
• Mas será que o ser humano, moralmente, é bom ou mal por natureza? Nenhum dos dois, pois, por
natureza, ele não chega a ser um ser moral; isso ele se torna apenas quando sua razão se eleva até
alcançar os conceitos do dever e da lei. Entretanto, pode-se dizer que ele tem em si, originalmente,
impulsos a todos os vícios, pois tem inclinações e instintos que o incitam, ainda que a razão o conduza ao
oposto. (KANT, 2021, p.78-79)
Professor
• Preceptor: é um guia que ensina para a vida;
• Instrutor: é um mestre que ensina para a escola;
• Age como disciplinador;
• Deve ser exemplo de moralidade;
• Deve conhecer as características das fases do desenvolvimento humano para dirigir
adequadamente as propostas conforme a idade do aprendiz.
Principais contribuições para a Educação
• Dá ênfase à distinção entre a educação nas esferas pública e privada, priorizando
a educação pública como meio de formação do homem e do cidadão;
• Começa a questionar a memorização mecânica e o acúmulo de conteúdos que
era feito sem a compreensão dos aprendizes e sem estimular que pensassem por
si mesmos;
• Estabelece os princípios da educação como um bem público e em bem comum,
para o aperfeiçoamento da espécie humana;
• Defende o desenvolvimento da autonomia e da cidadania.
Freire
Concepções de Educação-
• Educação como ferramenta de libertação da situação de opressão;
• Educação como prática dialógica, em que educador e educando aprendem e
educam-se entre si, mediatizados pelo mundo;
• Educação como prática de liberdade;
• Educação como resistência e para a transformação da sociedade.
Princípios básicos
• Crítica à educação bancária;
• Constante esforço para promover uma educação problematizadora para fazer com que os educandos
pensem criticamente sua presença no mundo;
• Práxis: “palavra cuja discursividade flui da historicidade – palavra viva e dinâmica, não categoria inerte,
exânime. Palavra que diz e transforma o mundo”;
• Educador e educando se tornam sujeitos do processo, onde crescem juntos e os “argumentos de
autoridade” já não valem mais;
• A tendência nessa nova educação é estabelecer uma forma autêntica de pensar e atuar;
• Ninguém educa ninguém, os homens se educam em comunhão, mediatizados pelo mundo sendo um
trabalho não apenas de fim, mas de meio;
• Educador-educando com educando-educador;
• Partir da realidade concreta dos educandos, problematizando as situações-limite nas quais está inserido
no contexto da desigualdade, para leva-lo à conscientização sobre sua situação e motivá-lo à busca da
superação desta situação.
Estudantes
• Inconsciente de sua situação de oprimido;
• Precisa ser respeitado como alguém que detém conhecimentos de mundo e ensina ao aprender;
• Traz conhecimentos que devem ser valorizados e problematizados para leva-lo à conscientização;
• Deve ser estimulado ao diálogo e à participação ativa em práticas democráticas que visam desenvolver o
senso crítico e a cidadania participativa;
• Deve tomar consciência da sua realidade local e global, bem como dos fatores que resultam nessa
realidade;
• Passa a ser um investigador crítico;
• Aprende na relação teoria e prática, na práxis.
Professor
• Ser dialógico e problematizador;
• O educador já não é o que apenas educa, mas o que, enquanto educa, também é
educado pelo diálogo;
• Papel do educador é problematizar e proporcionar aos educandos condições para a
superação do conhecimento;
• Um educador humanista, revolucionário;
• Sua ação identifica-se, desde logo, com a dos educandos, deve orientar-se no sentido da
humanização de ambos;
• Do pensar autêntico e não no sentido da doação, da entrega do saber;
• Sua ação deve estar infundida da profunda crença nos homens. Crença no seu poder
criador;
• A tarefa do educador dialógico é, trabalhando em equipe interdisciplinar este universo
temático, recolhido na investigação, devolvê-lo, como problema, não como dissertação,
aos homem de quem recebeu.
Principais contribuições para a Educação
• Lança uma olhar crítico sobre as práticas “tradicionais” de educação;
• Pensa a educação relacionada à realidade concreta dos estudantes;
• Desenvolvimento do conceito de práxis como relação reflexiva entre teoria e
prática;
• Permite o entendimento de educação como meio de superação das
desigualdades sociais e econômicas e para a libertação do ser humano;
• Redimensiona do papel social da educação;
• Problematiza o currículo escolar;
• Possibilita uma novo entendimento sobre o papel do professor e do estudante no
processo educativo.
Arendt
Concepções de Educação-
• “O domínio da educação deve ser radicalmente separado dos outros domínios, em especial da vida política pública.”(p.13)
• “A função da escola é ensinar às crianças o que o mundo é e não iniciá-las na arte de viver.” (p. 13-14)
• “Não é possível educar sem ao mesmo tempo ensinar: uma educação sem ensino é vazia e degenera com grande
facilidade numa retórica emocional e moral.”(p. 14)
• “A educação é uma das atividades mais elementares e mais necessárias da sociedade humana a qual não permanece
nunca tal como é mas antes se renova sem cessar pelo nascimento, pela chegada de novos seres humanos.”(p. 08)
• “No caso da educação, a responsabilidade pelo mundo toma a forma da autoridade”. Recusar essa autoridade significa
recusar a responsabilidade pelos recém-chegados no mundo, que é dos adultos; (p. 10)
• Educação entendida como “aquilo que, precisamente, deveria preparar a criança para o mundo dos adultos, o hábito
adquirido pouco a pouco de trabalhar em vez de jogar, é suprimido em favor da autonomia do mundo da infância.” (p. 07)
• Entendimento de que “o conservadorismo, tomado enquanto conservação, faz parte da essência mesma da atividade
educativa cuja tarefa é sempre acarinhar e proteger alguma coisa — a criança contra o mundo, o mundo contra a criança,
o novo contra o antigo, o antigo contra o novo.” (p. 12)
• “É justamente para preservar o que é novo e revolucionário em cada criança que a educação deve ser conservadora.”(p.
12)
• “No mundo moderno, o problema da educação resulta pois do fato de, pela sua própria natureza, a educação não poder
fazer economia nem da autoridade nem da tradição, sendo que, no entanto, essa mesma educação se deve efetuar num
mundo que deixou de ser estruturado pela autoridade e unido pela tradição.” (p. 13)

.
• Entendimento de que “a crise na educação americana anuncia, por um lado, o fracasso da educação progressista ” (p. 05)
Principais críticas
• Crítica à ênfase no saber-fazer, por ter demonstrado incapacidade em promover “conhecimentos
requeridos por um normal programa de estudos.” (p. 07)
• Crítica ao uso político da educação, como forma de “coerção sem uso de força”; (p. 04)
• Crítica a “essa mistura de modernas teorias educativas provenientes da Europa Central, e que consiste
numa espantosa salganhada de coisas com sentido e sem sentido, revolucionasse todo o sistema de
educação sob a bandeira do progresso.”( p. 04)
• Crítica à “transformação completa no que diz respeito às tradições e aos métodos estabelecidos de
ensino e de aprendizagem.” (p. 04)
• Crítica à “influência da psicologia moderna e das doutrinas pragmáticas” que segundo a autora fez com
que da pedagogia “uma ciência do ensino em geral ao ponto de se desligar completamente da matéria
a ensinar.” (p. 06)
• Crítica às novas teorias educacionais, pois considera que “em virtude de certas teorias, boas ou más,
todas as regras da saudável razão humana foram postas de parte. Um procedimento como este tem
sempre uma significação grande e perniciosa.” (p. 04)
• Crítica ao “nivelamento” que a ideia de igualdade produz, que “só pode ser efetivamente alcançado à
custa da autoridade do professor e em detrimento dos estudantes mais dotados”, embora reconheça as
vantagens do ponto de vista humano e no plano da educação; (p. 05)
Estudantes
• “As crianças não podem recusar a autoridade dos educadores, como se estivessem oprimidas por uma maioria adulta.” (p.
11)
• “As crianças, elas são simples e definitivamente incapazes” de suportar uma situação imposta por maioria absoluta;” (p. 06)
• “[...]porque são crianças, não podem discutir” quando “entregues à tirania do seu grupo, grupo contra o qual, tendo em
vista a sua superioridade numérica[...]” (p. 06)
• “A reação das crianças a esta pressão tende a ser ou o conformismo ou a delinquência juvenil e, na maior parte das vezes,
uma mistura das duas coisas.” (p. 06)
• “[...] a criança ser um ser humano em plena evolução e a infância ser uma fase transitória, uma preparação para a idade
adulta.” (p. 07)
• “Acresce que, esses recém-chegados não atingiram a sua maturidade, estão ainda em devir. Assim, a criança, objecto da
educação, apresenta-se ao educador sob um duplo aspecto: ela é nova num mundo que lhe é estranho, e ela está em
devir.” (p. 08)
• “[...]a criança tem necessidade de ser especialmente protegida e cuidada para evitar que o mundo a possa destruir.” (p. 08)
• “Na medida em que a criança não conhece ainda o mundo, devemos introduzi-a nele gradualmente; na medida em que a
criança é nova, devemos zelar para que esse ser novo amadureça, inserindo-se no mundo tal como ele é.” (p. 10)
• “[...]não se devem tratar as crianças como se fossem adultos.” (p. 14)
Professor
• Aquele a quem “compete estabelecer a mediação entre o antigo e o novo, razão
pela qual a sua profissão exige de si um extraordinário respeito pelo passado.” (p.
12)
• “A competência do professor consiste em conhecer o mundo e em ser capaz de
transmitir esse conhecimento aos outros. Mas a sua autoridade funda-se no seu
papel de responsável pelo mundo.” (p.10)
• “Pense-se o que se pensar, o professor é ainda aquele que sabe mais e que é
mais competente;” (p.06)
Principais contribuições para a Educação
• Inspira cautela diante de novas teorias educacionais, apontando para a
necessidade de pensar os impactos destas sobre as crianças;
• Chama a atenção para a responsabilidade que os adultos/educadores têm no
desenvolvimento das crianças, restabelecendo a importância da autoridade como
representativa dessa responsabilidade;
• Instiga os educadores a pensar o papel da escola na sociedade;
• Distingue Educação, Ensino e Aprendizagem;
• Provoca reflexões importantes sobre a crise na educação e os rumos a seguir,
atentando para evitar soluções prontas e retrocessos, bem como um
prosseguimento irracional de modismos.

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