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AULA 01

DISPERSÕES

BONDADE É AMAR AS PESSOAS


MAIS DO QUE ELAS MERECEM.

ARISTIDES CIPRIANO
www.aristidesfilho.wordpress.com
As misturas de substâncias não nascem todas
iguais. Por exemplo, quando dissolvemos açúcar
no chá, o açúcar já não se separa espontaneamente
do chá, nem mesmo usando filtros extremamente
finos ou centrifugas extremamente potentes.

As estas misturas chamamos soluções.


Por outro lado, o sumo de laranja
recém espremido é também uma mistura
aparentemente homogênea. Porém, se
esperarmos um pouco, a polpa da laranja
deposita-se no fundo do copo sob a ação da
gravidade.

A estas misturas chamamos suspensões.


O leite é uma dessas misturas. A
este tipo de misturas chamamos
colóides.

A diferença está no tamanho das


partículas suspensas.

Esse tamanho das partículas é


usado como critério na definição
dos colóides.
DISPERSÕES
Dispersão – É uma mistura de duas ou mais substâncias,
em que as partículas da fase dispersa (soluto) estão espalhadas no
meio da fase dispersante (solvente).

As dispersões são classificadas de acordo com a dimensão


das partículas da fase dispersa:
 Soluções (soluções verdadeiras) – Partículas < 1 nm;
 Colóides (soluções coloidais) – Partículas entre 1 nm e 1 m;
 Suspensões – Partículas > 1 m.

Nota: 1 nm = 10-9 m; 1 m = 10-6 m


DISPERSÕES
 As soluções são misturas homogêneas, porque só têm uma fase.
 Os colóides e as suspensões são misturas heterogêneas, porque
têm mais do que uma fase.
 Nos colóides, as partículas da fase dispersa podem ser vistas ao
microscópio.
 Nas suspensões, as partículas da fase dispersa podem ser vistas a
olho nu.
 A atmosfera é uma solução gasosa.
 Na atmosfera podem existir colóides, suspensões de gotas de água
(o nevoeiro e as nuvens) e suspensões de partículas sólidas(o
fumo e o smog).
O smog é uma mistura de fumo com nevoeiro.
DISPERSÕES
DISPERSÕES
Nos colóides as partículas dispersas estão em movimento
constante e errático devido às moléculas do fluido
estarem constantemente colidindo umas contra as outras.

É por esta razão que as partículas dispersas não se


depositam no fundo do recipiente sob a ação da
gravidade.
Classificação dos colóides

SOL
Colóide constituído por:
Disperso = sólido
Dispersante = líquido
Exemplos: gelatina em água; goma arábica em água;
vernizes e tintas.
GEL
Colóide constituído por:
Disperso = líquido
Dispersante = sólido
Exemplos: geléias; manteiga; queijo.
EMULSÃO
Colóide constituído por:
Disperso = líquido
Dispersante = líquido
Exemplos: maionese; leite.
ESPUMA
Colóide constituído por:
Disperso = gás
Dispersante = líquido
Exemplos: ar na espuma de sabão; ar no chantilly;
no colarinho do chope.
AEROSSOL
Colóide constituído por:
Disperso = sólido
Dispersante = gás (o ar)
Exemplos: fumaças.
Os colóides dispersam fortemente a luz, pois as partículas dispersas
têm tamanhos semelhantes ao comprimento de onda da luz visível.
Este fenômeno é chamado Efeito de Tyndall e permite distinguir as
soluções verdadeiras dos colóides, pois as soluções verdadeiras são
transparentes, ou seja não dispersam a luz.
Aerossóis líquidos e sólidos

Os aerossóis líquidos
(exemplos: neblina, nuvens
e sprays) são bastante
comuns, assim como os
aerossóis sólidos
(exemplos: poeira e
fumaça) apesar de por vezes
só nos apercebemos da
presença deles devido ao
Efeito de Tyndall. Catedral de Saint Germain (Paris).
Colóides - São classificados a partir dos vários
estados do meio contínuo e da fase dispersa, como
ilustrado na tabela:
Menos conhecidos, são os aerogéis, onde
a fase sólida dispersa no ar é também
contínua. Os aerogéis são literalmente
feitos de quase nada!

Aerogel composto de 96% de ar e 4% de sílica


As espumas líquidas (exemplos: chantilly, espuma
da cerveja e espuma de barbear) e espumas sólidas
(exemplos: pipocas, farofas e espuma de
poliuretano também conhecida por esponja) são
exemplos banais de colóides.

Chantilly e a sua estrutura microscópica


Emulsões (líquidas) e emulsões sólidas
O leite e a maionese (meio contínuo: água, fase
dispersa: gordura) assim como a manteiga e a
margarina (meio contínuo: óleo, fase dispersa:
água) são exemplos de emulsões (líquidas).

Estrutura microscópica do leite, onde são visíveis os glóbulos de


gordura (cinzento) e micelas de caseína (preto), as quais são
responsáveis pela estabilidade do leite
O queijo (meio contínuo: proteínas, fase dispersa:
gordura) assim como o gelado (meio contínuo:
água, fase dispersa: gordura) são exemplos de
emulsões sólidas.

Fatias de queijo cheddar e na respectiva microfotografia da direita


(escala: 1 µm) podemos ver os glóbulos de gordura (amarelo) num
meio contínuo de proteínas (azul).
A gelatina (meio contínuo: água, fase dispersa: proteínas) antes de
arrefecer é um exemplo de um sol (líquido). Porém quando arrefece
transforma-se num gel, onde a fase dispersa passa também a ser
contínua.
No estado gel as proteínas da gelatina formam um
agregado fractal
auto-semelhante.

Na microfotografia da direita (escala: 1 µm) podemos ver um gel de lisozina (uma


proteína)
<>
<>
As pérolas (meio contínuo: proteínas, fase
dispersa: placas de aragonite) assim como o aço
ao carbono (meio contínuo: ferro, fase dispersa:
carbono) são exemplos de sóis sólidos.

Estrutura de uma pérola, onde as placas de aragonite


(mineral) têm cerca de 10 µm de diâmetro e 0.5 µm de
espessura.
Estabilidade dos Colóides
A estabilidade dos colóides depende em grande medida
das propriedades da fase dispersa, nomeadamente se esta
é liofílica ou liofóbica.

O termo lio refere-se ao meio dispersante. Os termos


mais familiares fóbico (do grego, "ter medo") e fílico (do
grego, "gostar") servem para indicar se as partículas
dispersas têm uma afinidade fraca (liofóbica) ou forte
(liofílica) com o meio dispersante.
Um exemplo comum de sistema liofílico é o sabão
disperso na água. O óleo suspenso na água, pelo uso de
uma técnica de dispersão por ultra-sons, por exemplo,
representa um colóide liofóbico típico. A rigidez
inerente dos colóides não fluidos, tais como as espumas
sólidas ou os sóis sólidos é, naturalmente, o fator
principal que determina a sua estabilidade.
Exemplos comuns deste tipo de moléculas são o sabão e os
detergentes, os quais têm uma cabeça hidrofílica e uma cauda
hidrofóbica. O mecanismo da estabilização baseia-se na formação de
micelas:
As micelas normais, onde as moléculas do surfactante
envolvem a substância hidrofóbica (óleo, por
exemplo). Esta é uma forma bastante eficiente de
estabilizar uma emulsão de óleo na água, pois o
surfactante cria uma barreira mecânica que envolve
cada gotícula de óleo, impedindo que estas se juntem
quando chocam entre si.
A existência de cargas do mesmo sinal, associadas às cabeças
hidrofílicas, é um fator adicional de estabilidade devido às
repulsões eletrostáticas entre as micelas.
Algumas aplicações
tecnológicas
CLASSIFICAÇÃO DOS
COLÓIDES
Dependendo do tipo da partícula
coloidal e do meio dispergente, os
colóides podem ser classificados de
várias maneiras, ou seja, recebem
nomes particulares:

• Aerossol — consiste em um sólido ou


um líquido disperso em um gás.
• Emulsão — são colóides formados por líquido disperso em outro
líquido ou sólido.
Os exemplos mais conhecidos desse tipo de colóide são a maionese,
o queijo e a manteiga.
• Espuma— consiste em um gás disperso em
sólido ou líquido.
Sol — são colóides formados pela
dispersão de um sólido em líquido.
O plasma sangüíneo é formado por
grandes moléculas orgânicas
dispersas em água.
Gel — é um colóide formado pela dispersão
de um líquido em um sólido. Pode ser
considerado um tipo de sol, no qual as
partículas do dispersante sólido compõem
um
retículo contínuo, de estrutura aberta e
semi-rígida. Nesse tipo de colóide, tanto o
disperso (líquido) como o dispersante
(sólido) são contínuos
Soluções diluídas ideais
Nas soluções ideais, soluto e solvente
obedecem à lei de Raoult. O químico inglês,
Willian Henry, descobriu experimentalmente que,
no caso de soluções reais com concentrações
baixas, embora a pressão de vapor do soluto seja
proporcional à fração molar do soluto, a
constante de proporcionalidade não é a pressão
de vapor da substância pura.
Lei de Henry

• xB é a fração molar do soluto


• KB é uma constante empírica
(Pa)

Pressão
A Lei de Henry prevê que a dissolução de um
gás em um líquido será proporcional à
pressão exercida, ou seja, quanto maior a
pressão, maior será a solubilização do gás. A
temperatura do líquido e a agitação na superfície
de contato com o gás também interferem na
dissolução. Fração Molar de A
Por que o refrigerante perde o gás?
Quando um componente (o solvente) é quase
puro, a pressão de vapor é proporcional à sua
fração molar com a constante de proporcionalidade
pB* (lei de Raoult).
Quando é o componente menor (o soluto), a
sua pressão de vapor continua a ser proporcional à
fração molar mas a constante de proporcionalidade
é KB Lei de Henry.
Tendências da solubilidade

1. Tipo de gás:
KH aumenta com o aumento do
peso molecular(CO2) tem
comportamento anômalo)

2. Temperatura:
Solubilidade aumenta com o
decréscimo da temperatura

3. Salinidade:
Solubilidade decresce com o
aumento da salinidade
Lei de Henry
William Henry – Químico Inglês

Soluções reais, com baixas concentrações, a


pressão de vapor do soluto é proporcional a
fração molar, mas a constante de
proporcionalidade não é a pressão de vapor
do componente puro.

Pressão
pA pA
 XA  XA
*
pA kB

São conhecidas como soluções ideais


diluídas onde solvente é um líquido puro,
ligeiramente modificado. O soluto presente Fração Molar de A
em baixas concentrações
T T

re re re

Numa solução diluída, as moléculas do solvente estão num


ambiente que pouco difere do ambiente do solvente puro.
As partículas do soluto, no entanto, estão num ambiente
completamente diferente do ambiente do soluto puro.
Se as ligações A-B forem mais fortes que
A-A e B-B
Lei de Henry – define a dependência entre taxa de
evaporação e composição da mistura

T T

re re re

Numero de ligaçoes A-A diminuem Numero de ligaçoes B-B diminuem


Numero de ligações A-B aumentam Numero de ligações A-B aumentam
Taxa de evaporação de A diminui se X A Taxa de evaporação de B diminui se X B
diminui diminui
Se A-B menor que A-A e B-B
re´(A)> re(A)
Linha de Henry abaixo da de Raoult

Pressão de vapor
Pressão de vapor

o
P PAo
A

0 1 0 Xa 1
Xa
Se A-B maior que A-A e B-B
re´(A)< re(A)
Linha de Henry acima da de Raoult

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